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ICTERÍCIA NEONATAL FISIOLÓGICA - expressão clínica do aumento da concentração sérica da bilirrubina indireta (BI) > 1,3-1,5mg/dL ou bilirrubina direta (BD) > 1,5mg/dL desde que tal valor seja > 10% da bilirrubina total (BT) - icterícia precoce: antes das primeiras 24h de vida, mais associada ao que se denomina icterícia patológica e a tardia que ocorre após as 24h chamada também de icterícia fisiológica - hiperbilirrubinemia significativa: BT > 20-25 mg/dL - porém, valores de BT > 12mg/ dL em RN com icterícia precoce já alerta para a necessidade de uma investigação etiológica e dos fatores de risco para hiperbilirrubinemia significativa -> no rn tanto a captação quanto a conjugação são ineficientes devido a imaturidade da ação das ligandinas e da udp glicuroniltransferase -> maior concent de hb e menor meia vida dos eritrócitos leva o rn a ter duas vezes mais bilirrubina do que um adulto -> + BI no rn por causa do aumento da circulação enterro- hepática por esterilidade do TGI e aumento das beta- glicuronidases adquiridas no leite materno -> qualquer RN ictérico com idade gestacional (IG) ≥ 35 semanas é necessário determinar o risco (mínimo, intermediário ou maior) de desenvolver hiperbilirrubinemia significativa, ou seja, BT > 25mg/dL Etiologia —> sobrecarga ao hepatócito -> hemólise - hereditárias - incompatibilidade abo, rh e outros antígenos - enzimáticas - adquiridas - infecções (bac e virais) -> coleção sanguínea -hemorragias - hematomas e equimoses -> policitemia - mãe com dm - transfusão - clampeamento de cordão -> aumento da circ entero-hepática - jejum ou baixa oferta - falta de aleitamento materno —> deficiência ou inibição da conjugação - sd crigler najjar tipo 1 e 2 - sd gilbert - hipotireoidismo congênito - icterícia pelo leite materno -> fisiológica - rn a termo: pico entre terceiro-quinto dia e desaparece até o décimo segundo dia - pré termo: pico entre quinto-sétimo dia e desaparece no décimo quarto dia - av pelas zonas de kramer estabelece a intensidade da icterícia e sua correlação com os níveis de bilirrubina - fatores de risco: descendência asiatica, mãe com dm, hipóxia, coleções sanguíneas, clampeamento tardio de cordão -> falta do leite materno - primeira semana de vida - associada a perda de peso pela ingestao inadequada do leite materno que aumenta a circulação enterro hepática de bi e causa maior aporte para circulação sanguínea - dificuldade de sucção do rn ou pouca oferta de leite da mãe - perda de peso e desidratação -> sd da icterícia pelo leite materno - 20-30% - leite materno age como modificador ambiental p genótipos que atuam na captação e conjugação da bi - icterícia persistente desde a primeira semana e se prolonga por 2-3 semanas - bom estado geral e com adequado ganho pondero-estrutural -> coleções sanguíneas extravasculares - extravasamento de sangue sobrecarrega os hepatócitos de bi - hemorragia intracraniana/ pulmonar/ gastro, cefalo hematomas, hematomas, sangue deglutido ou equimoses causam a icterícia - manifesta por 48-72hrs após o extravasamento -> doenças hemolíticas - nas primeiras 24hrs - podem ser imunes, enzimáticas, da membrana eritrocitária (esferocitose), por hemoglobinas (alfatalassemia) e decorrentes de infecções virais ou bacterianas - dosa BT e o hematócrito a cada 6-8h até 36h de vida para calcular velocidade da hemólise - valores de BT > 4 mg/dL e/ou hemoglobina < 12 mg/dL associação a gravidade da doença hemolítica perinatal -> na incompatibilidade Rh, a mãe Rh- possui anticorpos anti-D (Coombs indireto +) enquanto o RN possui suas hemácias reco- bertas pelos anticorpos anti-D produzidos pela mãe (Coombs direto +) - mais frequente em destacões subsequentes pois a mãe ja sensibilizada desenvolve anticorpos IgG que atravessam a placenta levando a eritroblastose fetal - dessensibilizar mães Rh- no pós parto, pós abortamento, pós procedimentos ou pós sangramentos durante a gestação com imunoglobulina anti-D promovendo proteção contra anticorpos anti-D de até 99% -> na incompatibilidade ABO não é preciso sensibilização prévia - resultado: rn com tipo A ou B com mãe tipo O - icterícia evolui de forma persistente alcançando níveis elevados de BI - independentemente do resultado do Coombs direto, é importante realizar o teste do eluato por congelamento, pois verifica a presença dos anticorpos anti-A e anti-B no sangue do neonato * suspeita desta doença quando rn tem doença hemolítica, mas não tem incompatibilidade ABO e Rh e o sangue do rn apresenta Coombs direto positivo -> doença hemolítica mais frequente e importante: deficiência de glicose 6-fosato-desidrogenase (G-6-PD) - atua na defesa antioxidante intracelular, quando o rn é exposto a estresse oxidante, acidose, infecção, hipoglicemia e algumas drogas (anti-inflamatórios, analgésicos, antimaláricos) podem desenvolver hemólise e hiperbilirrubinemia - diagnóstico é feito pela triagem neonatal em papel filtro ou dosagem sérica da enzima - icterícia: desenvolve após 24h e intensifica ao longo da primeira/ segunda semana, causando encefalopatia bilirrubínica -> distúrbios genéticos na conjugação - síndrome de gilbert - redução na glucorunidação da bilirrubina na sd de gilbert ocorre por uma variação da enzima responsável pela conjugação, a UDPGT1, reduzindo a formação de glucoronídeos da bilirrubina, que causa a sd - diagnóstico é feito observando o histórico familiar, ausência de outras hepatopatias que justifiquem a icterícia e a melhora desta após o uso de fenobarbital - síndrome de crigler najjar - deficiência congênita da enzima glicuronil-transferase - tipo I é autossomica recessiva, ausencia completa da atividade da enzima e manifesta valores de bi 25-35mg/dl - não há resposta ao fenobarbital e a biópsia hepática não evidencia a presença da enzima - tipo II é autossômica dominante com presença reduzida da glicuronil- transferase - essa enzima também está reduzida em pacientes com hipotireoidismo congênito, permanecendo por semanas ou meses - diagnóstico é feito pela redução dos níveis de T4 e aumento dos níveis de TSH, os quais já são rastreados na triagem neonatal -> encefalopatia bilirrubínica (kernicterus) - BI atravessa a bar- reira hematoencefálica e pode depo- sitar-se nos núcleos da base (globo pálido e subtalâmico principalmente) conferindo aos mesmos coloração amarelada e acarretando em sinais neurológicos - fatores de risco: doença hemolítica, hipóxia, hipoalbuminemia, sepse, acidose - QC agudo: letargia, hipotonia, choro estridente, hipertonia e hipertermia - QC crônico: paralisia cerebral atetoide grave, neuropatia auditiva, paresia vertical do olhar e displasia dentária Tratamento - evitar os fatores determinantes da lesão neuronal pela bilirrubina nos pacientes em cuidados intensivos que aumentam a concentração de BI no cérebro (hipercapnia, convulsão, hipoglicemia, sepse), alteram a membrana hematoencefálica (hipertensão arterial, pneumotórax, hiperosmoralidade, vasculite, acidose respiratória) ou que se relacionam com a baixa concentração sérica de albumina - principal tratamento para o aumento de BI no rn ictérico é a fototerapia - cuidados: aumentar a oferta hídrica através do aleitamento materno, verificar temperatura corporal a cada 3h, proteger os olhos com cobertura radiopaca, não utilizar ou suspender a fototerapia se os níveis de BD estiverem elevados para evitar a síndrome do bebê bronzeado -> doença hemolítica por incompatibilidade Rh: exsanguíneotransfusão (EST)
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