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Mari Camargo Icterícia Neonatal Aspectos Gerais –60% dos RN a termo, 80% pré termo →Icterícia: Bb > 5mg/dL Bb indireta Cor amarelada Complicação mais grave: encefalopatia bilirrubinica Zonas de Kramer: 5 zonas relacionadas aos níveis séricos de Bb indireta Zonas de Kramer Avaliação subjetiva, subestimada em peles mais pigmentada e sofre com variação de luminosidade →Zona 2 ou 3 solicitar Bb sérica ou transcutânea Para avaliar necessidade de tratamento específico Mari Camargo Etiologia Fisiológica: período de adaptação Patológicas Mecanismos da Icterícia Fisiológica Maior carga de Bb indireta o Aumento do volume eritrocitário o –Redução da meia vida das hemácias o Maior incidência de doenças hemolíticas Redução do clearence da Bb o Redução da atividade dos hepatócitos o Aumento da circulação enterohepática: maior flora intestinal, maior quantidade de –beta glucorinidases. Icterícia patológica Doenças hemolíticas: incompatibilidade ABO ou Rh Coleções sanguíneas: cefalohematoma ou máscara equimótica Policitemia: PIG, filhos de mães DM Aumento da circulação enterohepática: baixa ingesta Deficiência da conjugação o Hipotireoidismo congênito: icterícia persistente o Síndrome de Gilbert o –Síndrome de Crigler Najjar tipo 1 e 2 →Patológica icterícia neonatal precoce (primeiras 24hrs de vida)!!! Fatores de Risco para hiperbilirrubinemia indireta significante –Icterícia neonatal precoce (antes de 24 36 horas) IG </= 36 semanas: metabolismo da Bb imaturo Doenças hemolíticas Cefalohematoma e equimoses Perda de peso > 7% (redução da ingesta) Asiáticos Irmão anterior necessitou de fototerapia Mão diabética –Bb pré alta > p95 (normograma de Butani) Normograma de Bhutani Icterícia Fisiológica Período de adaptação do metabolismo da Bb por Bb indireta →Icterícia fisiológica SEMPRE é tardia após 24 horas de vida Características RN termo o Icterícia tardia: após 24 horas o Pico 3º ao 4º dia: máximo de 12mg/dL o Normal em 7 dias Prematuro o Icterícia tardia: após 24 horas o Pico 4º ao 7º dia de vida e pode chegar à 15 mg/dl o Normal em até 30 dias Icterícia pelo aleitamento materno x leite materno Aleitamento materno: 1ªsemana de vida Baixa ingesta: aleitamento inadequado Perda de peso > 7% do peso de nascimento Desidratação: pode cursar com hipernatremia o Irritabilidade e hipertermia (sinais da hipernatremia) Aumento da circulação enterohepática, causando sobrecarga de Bb no hepatócito Tratamento: correção da técnica de aleitamento Síndrome da icterícia pelo leite materno 1ª semana de vida –Persiste por 2 3 semanas: pode chegar a picos –de 10 30 mg/dL Bom ganho ponderal Mari Camargo Causa: alteração enzimática que favorece a conversão de bilirrubina direta (BD) em indireta na luz intestinal o Presença de Glucuronidase no leite Teste terapêutico: suspensão temporária do –aleitamento (24 48 horas) o Redução importante da icterícia. No retorno ao aleitamento não volta tão ruim quanto estava. Bb direta → Icterícia patológica (colestase nenonatal) Bb direta > 1mg/dL quando Bb total < 5 mg/dl ou Bb direta acima de 20% da Bb total se ela estiver acima de 5mg/dL Principal causa: atresia de vias biliares Doenças Hemolíticas →Principais causas de icterícia neonatal patológica Icterícia precoce Tipos –Imunes: Incompatibilidade materno fetal ABO e Rh Enzimáticas: deficiência da G6PD (redução dos radicais livre dentro da hemácia), piruvatoquinase Alteração da membrana eritrocitária: esferocitose –Hemoglobinopatias: Alfa talassemia –Incompatibilidade materno fetal Rh →RN: Rh positivo antígeno D positivo Mãe: Rh negativo Doença que acontece na 2ª exposição o Na primeira exposição produz IgM, que não ultrapassa barreira placentária. o Na segunda exposição produz IgG, que ultrapassa a placenta, se liga nas hemácias do feto e leva a uma anemia grave Mais grave: anemia grave, hepatoesplenomegalia → hidropsia fetal e feto natimorto Laboratoriais o Coombs direto + o Coombs indireto + o Anemia grave o Macrocitose Profilaxia incompatibilidade Rh –Imunoglobulina anti D – →Mães não sensibilizadas coombs indireto neg Utilizar nas primeiras 72 horas do contato com o sangue Rh+ o Sangramento o Parto o Aborto/Ectópica o Procedimentos invasivos o –Gestação: 28 34 semanas, quando pai é Rh positivo Doença hemolítica grave por incompatibilidade Rh é a principal indicação de exsanguíneotransfusão Incompatibilidade ABO É mais comum! RN: grupo A ou B → –Mãe: grupo O produz anticorpos Anti A e –Anti B IgG Doença de 1ª gestação Mais leve nos sintomas Laboratório o Cooms direto fraco + o Coombs indireto + o Eluato + → mesmo com coombs direto negativo pode ser ABO o Esferócitos indica que é incompatibilidade ABO! Apenas Na Apostila: Deficiência de G6PD: o Deficiência da enzima responsável por realizar a proteção das hemácias contra os radicias livres de Oxigênio o Presença dos corpúsculos de Heinz o Dosagem de G6PD no sangue Deficiência de piruvato quinase: autossômica recessiva, diagnóstico pela dosagem de piruvato quinase. o Presença de esferócitos no sangue periférico com prova de fragilidade osmótica alterada o Coombs e Eluato Positivos! Esferocitose hereditária: autossômica dominante, diagnóstico pela curva de fragilidade osmótica. Mari Camargo Conduta →Icterícia precoce colher exames e iniciar fototerapia (rapidamente aumenta o nível de Bb) Exames laboratoriais para precoce Bilirrubinas totais e frações Tipagem sanguínea Coombs direto e indireto + Eluato Hb, Ht e reticulócitos Esfregaço sanguíneo Dosagem sanguínea quantitativa de G6PD Dosagem sanguínea de TSH Icterícia neonatal tardia Normalmente fisiológica Avaliar zona de Kramer o Zona 1: observação o Zona >/= 2: colher exames acima →Icterícia tardia fototerapia de acordo com bilirrubina total Alta hospitalar Icterícia zona 1 após 48 horas de vida BT abaixo do percentil 75 –Retorno precoce: entre 48 72 horas Bb transcutânea Através do BiliCheck Pelo esterno, de forma não invasiva Avalia bilirrubina total. –Boa Correlação: IG >/= 35 semanas e BT < 13 15 mg/dL Fototerapia e Exsanguineotransfusão Principais medidas terapêuticas Manejo terapêutico Dosagem da BT IG + peso em RN prematuros Idade pós natal Fatores de risco para lesão neuronal: IG < 36, doença hemolítica, deficiência de G6PD, acidose, sepse neonatal, asfixia perinatal ou hipoalbunemia → reduz nível de Bb Fototerapia →Fotoisomerização da Bb vira bile e urina Proteção ocular Eficácia depende de: o Comprimento de onda de luz: melhor na luz azul o Irradiância espectral: intensiva >/= 30 o Distância entre luz e RN o Superfície do corpo exposta (maior →possível) sair apenas para amamentação →Complicações hipotermia, hipertermia (luz branca), desidratação e hipernatremia Síndrome do bebê bronzeado o Ação sobre bilirrubina direta o –Pele castanho acinzentada o Urina escura o Alteração transitória Aumento de Bb direto NÃO contraindica fototerapia!!! Outras ações –Reavaliar BT a cada 4 8 horas Suspensão quando o –BT <8 10 mg/dl o –Reavaliar BT em 12 24 horas para ver se não teve rebote. Exsanguineotransfusão Principal indicação: Inc. Rh Corrijo nível de Bb, removo Anticorpos maternos e corrijo anemia –Regida pelos níveis de BT: > 0,5 1,0 mg/dL/hr Fatores de risco de lesão neuronal: as veze inicia antes do esperado Enquanto preparo: Fototerapia intensiva Escolha do Sangue Incompatibilidade Rh o Hemácias do tipo sanguíneo do Bebê e o Plasma do tipo Rh negativo Incompatibilidade ABO o Hemácias do tipo sanguíneo da mãe: O o Plasma compatível com RN Complicações: hemodinâmicas (ICC), hipocalcemia, pós transfusional (enxerto x hospedeiro) Sempre depois checar BT e frações e o RN precisa ir de novo pra fototerapia e reavaliar se sóisso é suficiente ou precisa refazer. Mari Camargo Encefalipatia Bilirrubínica (kernicterus) →Complicação mais temida lesão cerebral por concentrações elevadas de bilirrubina indireta, acometendo principalmente gânglios da base. Quadro inicial: letargia, hipotonia e sucção débil. Colestase Neonatal Comprometimento do fluxo biliar canalicular, resultando no acúmulo de substâncias biliares no –sangue e tecidos extra hepaticos Diagnóstico diferencial para icterícia com persistência por > 2 semanas →Colestase neonatal Elevação bilirrubina direta, icterícia que persiste > 2 semanas Quadro Clínico Icterícia persistente: pele mais esverdeada Fezes acólicas Colúria Hepatomegalia e esplenomegalia →Alerta amarelo campanha do MS para tomar cuidado com Icterícia persistente Dosar: BTF e perfil hepático Diagnóstico diferencial Causas –Extra hepática: atresia de vias biliares –Intra hepática o Ductos biliares: Sd. Alagilli, Fibrose cística o Hepatócitos: Hepatite neonatal, nutrição parenteral prolongada, sepse neonatal, infecções congênitas, erros inatos do metabolismo *****Atresia de Vias Biliares Processo inflamatório que acomete os ductos –extra hepáticos (1/3 das causas de colestase neonatal) Forma embrionária: situs inversus Forma perinatal: atresia isolada o Nasce a termo o Bom ganho ponderal o Primeiras 8 semanas Queda estado geral Icterícia persistente Acolia fecal Colúria o Exames laboratoriais Elevação de Bb direta: > 1 já preocupa Elevação das enzimas canaliculares: GGT e FA Função hepática normal no início Ultrassonografia de vias biliares: melhor exame (elevada acurácia) Vesícula biliar ausente Sinal do cordão triangular (alta especificidade) →Biópsia diagnóstica quando vemos proliferação ductal portal e periportal com colestase Tratamento Cirurgia de Kasai: derivação biliar para o intestino Sucesso de 80% quando realizada nos primeiros 2 meses de vida! o –Após 4 meses: 10 25% de sucesso Transplante hepático: quando evolui com progressão das complicações (umas das principais causas de transplante hepático em crianças) Outras causas de colestase Hepatite Neonatal Idiopática o Acolia fecal variável o Causas: TORCHSZ o Sepse neonatal o Erros inatos do metabolismo Colestase em prematuros ––Deficiência de alfa 1 antitripsina →Síndrome de alagille: autossômica dominante rarefação dos ductos biliares intelobulares.
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