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TRABALHO PROJETO DE AVALIAÇÃO PSICOLOGICA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
DISCIPLINA: PROCESSOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
PROFESSORA: CRISTIANE RANGEL 
 
 
 
CARLOS EDUARDO DA S. MACEDO 
EDUARDA PEETERS ROCHA 
ELISA KULLMANN 
KIMBERLY ENNS EICKOFF 
LARISSA DE FREITAS MACHADO 
RAIANA TAVARES 
 
 
 
ESTUDO DE CASO E ELABORAÇÃO DE LAUDO PSICOLÓGICO 
“CASO VICENTE” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
Outubro 2021 
INTRODUÇÃO 
 
O processo de avaliação psicológica consiste em uma ampla 
investigação sobre o paciente e sua demanda, realizada por meio da coleta e 
interpretação de informações provenientes de um conjunto de procedimentos 
confiáveis e validados pela ciência psicológica. 
Conforme estabelece o Art. 1º da RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL 
DE 2018 do Conselho Federal de Psicologia: 
 
Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de 
fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de 
prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com 
base em demandas, condições e finalidades específicas. 
 
Diante desta breve definição, postula-se que a capacitação diante da 
compreensão dos processos e principalmente das ferramentas adequadas para 
o exercício dos estudos, passam a ser indispensáveis para o complexo e 
minucioso trabalho que compõem um processo avaliativo. 
Não basta apenas receber a solicitação da avaliação, aplicar testes e 
descrever os resultados. Trata-se de ampliar a bolha investigativa e não resumir 
o paciente a uma simples demanda pré-estabelecida, ser criativo na busca e 
aplicação de ferramentas de suporte, analisar e integrar informações tendo como 
centralidade o próprio paciente, além de ser sensível quanto ao resultado e 
impacto na vida do avaliando. 
Neste trabalho os processos que compõem a avaliação foram descritos 
de forma a simular o passo a passo para a elaboração de um planejamento 
avaliativo, tendo como base o estudo de caso que chamaremos de “Vicente” 
(anexo 1). Dividiremos em três etapas, sendo elas: plano de avaliação, roteiro 
de entrevistas e laudo psicológico. 
 
PLANO DE AVALIAÇÃO 
 
A construção de uma avaliação psicológica é naturalmente um processo 
investigativo, composto da integração de análise científica e teórica obtida a 
partir do emprego de técnicas, execução de ferramentas/testes, estudos, 
observação e análise. 
Deste modo o preparo e planejamento tanto do profissional como do 
caminho a ser traçado para a investigação é fundamental, para que a 
composição do trabalho forneça subsídios à compreensão irrestrita do caso. 
O caso clínico denominado aqui como “Vicente”, precedeu de uma 
demanda de avaliação cognitiva, devido à dificuldade de aprendizado e déficit 
de atenção, além de questões sobre ansiedade, inquietação e agressividade. 
A partir da leitura do caso elencamos as hipóteses diagnósticas com 
base na demanda e perfil apresentado, traçando o plano de procedimentos que 
julgamos necessários realizar, seguindo o roteiro apresentado por Ocampo e 
colaboradores (2005), que descreve o processo em quatro etapas. 
 
A primeira principia no contato inicial, estendendo-se até a 
primeira entrevista com o avaliando; a segunda consiste na aplicação 
de testes e técnicas psicológicas; a terceira diz respeito à conclusão do 
processo, com a devolução oral ao avaliando (e/ou aos pais); e a última 
refere-se à elaboração do informe escrito (laudo/relatório) para o 
solicitante e para o avaliando (e/ou aos pais). (apud RIGONI; SÁ, 2016, 
p. 29). 
 
Assim, segue abaixo, o plano com os procedimentos a serem utilizados: 
 
ENTREVISTAS: 
 
● GUILHERME - PAI 
● MÁRCIA - MÃE 
● VICENTE - AVALIANDO 
 
 
Quanto ao formato das entrevistas que serão realizadas com o núcleo 
familiar, ocorrerão de forma semi-estruturadas, pois segundo Bandeira e Silva 
(2016, p. 53) “A anamnese geralmente é feita em forma de entrevista 
semiestruturada, ou seja, há um roteiro prévio contendo aspectos essenciais a 
serem abordados para orientar algumas perguntas, e esse roteiro vai sofrendo 
adaptações durante a entrevista”. Portanto, este formato de entrevista possibilita 
a delimitação do tempo, que o psicodiagnóstico exige, como também, tem a 
possibilidade de sofrer mudanças conforme a necessidade da demanda. 
Vicente, por tratar-se de um pré-adolescente seria o último a ser ouvido, 
sua entrevista seria também de forma semiestruturada, direcionando para suas 
percepções principalmente sobre o fato da adoção, de sua relação com os pais 
e o afastamento de sua mãe. 
A escolha por iniciar as entrevistas desta forma, se dá pela necessidade 
de triangulação de dados que se faz relevante, sendo esse, um caso em que o 
avaliando é um adolescente e filho adotivo. 
Neste ponto, ainda, vale ressaltar sobre a elaboração da teoria de Erik 
Erikson (1976) que discursa sobre as problemáticas que envolvem o processo 
de desenvolvimento de adolescentes, em que as questões como identidade 
própria estão em um ponto de construção delicado e de estado de 
amadurecimento, envoltos em diversas crises características dessa idade, e que 
por sua vez devem ser consideradas para se obter um processo assertivo. 
Prevê-se 3 encontros distintos com duração de 45min. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
● AMBIENTE CLÍNICO - DURANTE AS AVALIAÇÕES 
● ESCOLA 
 
Aqui complementaremos as observações realizadas sobre o 
comportamento durante a entrevista unindo informações coletadas na 
observação do comportamento em ambiente escolar, desta forma, teremos uma 
ampla visão das dificuldades e facilidades de Vicente, seus episódios de 
agressividade, sua maneira de se expressar, a atenção empregada nas tarefas 
e toda temática que envolve o convívio social. 
Prevê-se a disponibilidade de 1 encontro com cerca de 1 hora e 30 min. 
 
CONTATO EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: 
 
● PSIQUIATRA 
● PSICÓLOGA 
● EQUIPE PEDAGÓGICA 
 
Todo o processo de avaliação necessita que o avaliador desenvolva um 
“feeling” na intenção de adequar o plano avaliativo para que se enquadre ao caso 
a ser desenvolvido, e por tal, necessita da ampliação da coleta de dados. Neste 
ponto, a comunicação com os profissionais atuantes na relação social, 
educacional e médica de Vicente é imprescindível para o trato. 
O contato seria realizado a partir da obtenção da autorização dos 
responsáveis, assim sendo, o primeiro contato seria com o requisitante, neste 
caso o psiquiatra, a fim de tratar detalhes sobre a demanda e principalmente 
sobre o uso de fármacos receitados ao avaliando. Esta informação, se bem 
esclarecida, pode resultar na compreensão de certos comportamentos (quando 
estes se relacionam aos efeitos colaterais dos fármacos em uso). Cabe aqui 
ressaltar que não é ético criar desconfiança sem fundamentos concretos sobre 
o uso e prescrição sem discutir com o profissional do caso, a ideia aqui é analisar 
a influência deste fármaco em possíveis comportamentos disfuncionais, e 
considerar, quando estes forem presentes, na integração dos dados. 
O contato com o psicoterapeuta, caso os pais autorizem, também se 
faria presente, na busca por direcionamento frente às demandas solicitadas 
nesta avaliação. Como foi possível observar inicialmente, Vicente possui uma 
relação difícil e carente de atenção na relação maternal e comportamento 
opositor, a discussão do caso com sua terapeuta poderia esclarecer lacunas 
deixadas durante as entrevistas, proporcionando uma melhor compreensão do 
caso, visto que em um processo psicoterapêutico as questões emocionais são 
elaboradas de forma consideravelmente mais aprofundadas. 
Por fim, o contato com a equipe pedagógica, (sendo esta realizada 
concomitante ao período de observação no ambiente escolar) para análise do 
histórico escolar e do comportamento social. 
O contato tanto com o psiquiatra quanto com o psicoterapeuta,serão 
realizados via telefone ou e-mail, já o contato com a equipe pedagógica, será em 
conjunto com a observação na escola. Sendo assim, não será necessária uma 
sessão exclusiva para esses contatos, visto que não demandam de uma extensa 
carga de trabalho. 
 
TESTAGEM: 
 
Na etapa de instrumentos e técnicas que usaremos para a continuidade 
do psicodiagnóstico é preciso antes lembrar o que traz Trentini, Bandeira e Krug 
(2016). A narrativa nos informa que para que possamos definir as técnicas e 
instrumentos que farão a composição da investigação à demanda, se faz 
necessário a elaboração de hipóteses (quando a avaliação provém de uma 
demanda mais ambígua e não objetiva), contudo, ressalta-se que nestes casos 
é importante ater-se a demanda original mantendo o ponto de inflexão, no 
sentido de ampliar e elaborar hipótese tão somente a partir da captação de sinais 
que se tornem mais repetitivos nas fases iniciais do processo (entrevistas e 
observações). Desse modo, a escolha dos instrumentos e o processo como um 
todo produzem um percentual assertivo maior e não traduz a avaliação de modo 
“raso” e "imaginário", algo que pode vir a ser altamente prejudicial. 
A partir deste entendimento, optamos pela aplicação de dois testes 
conforme segue: 
 
● ESCALA DE INTELIGÊNCIA WECHSLER PARA 
CRIANÇAS - 4ª EDIÇÃO - WISC-IV (2013). 
 
No que descreve a demanda, suspeita-se que Vicente possui um déficit 
cognitivo por apresentar dificuldades de aprendizagem e desatenção. O objetivo 
da aplicação do teste WISC-IV é proporcionar dados quantitativos para a análise 
de possíveis deficiências que possam causar atraso no desenvolvimento 
cognitivo. 
O atual WISC-IV abrange uma pontuação de QI Total e pontuações de 
quatro índices fatoriais: Índice Compreensão Verbal (ICV), Índice de 
Organização Perceptual (IOP), Índice de Memória Operacional (IMO) e Índice 
Velocidade de Processamento (IVP), cobrindo as necessidades de avaliação do 
construto em destaque na demanda. 
 
● HTP - CASA - ÁRVORE- PESSOA - TÉCNICA PROJETIVA 
DE DESENHO 
 
O uso do H.T.P servirá para analisar a personalidade de Vicente, a 
noção de identidade, e sua relação com o ambiente, permitindo a construção de 
hipóteses que tragam entendimento das queixas apresentadas de ansiedade, 
inquietação e comportamento opositor no ambiente familiar e em sala de aula. 
Buck (2003), define o H.T.P, como um teste projetivo que serve para obter 
informações de como uma pessoa experiencia a sua individualidade em relação 
ao ambiente do lar e em relação a outras pessoas. É um instrumento 
sistematizado, no qual se pode extrair um considerável número de respostas à 
demanda. 
O condicionamento da utilização destes dois instrumentos como parte 
do processo não traduz um plano engessado. A escolha pela aplicação destes 
testes provém apenas da demanda inicial e não considera as hipóteses que 
poderão ser levantadas no decorrer da elaboração deste psicodiagnóstico, 
provocando assim possíveis alterações, inclusões de novas ferramentas e/ou 
necessidade de novas aplicações para a avaliação de construtos. 
Neste processo prevê-se 2 sessões distintas para realização das 
aplicações. 
 
INTEGRAÇÃO DE DADOS E ANÁLISE 
 
Neste ponto, conclui-se que todos os procedimentos, técnicas e 
ferramentas foram realizados com sucesso e obtidos dados suficientes para as 
análises a serem feitas diante da demanda solicitada e dos apontamentos das 
possíveis hipóteses que foram surgindo ao decorrer do processo avaliativo. 
Assim, a confecção do laudo psicológico pode ser realizada contemplando a 
descrição de todas as etapas realizadas, das análises e conclusões obtidas, 
traçando um plano de encaminhamentos, diagnósticos e orientações, quando 
estes se fizerem necessários. 
Supõe-se a disponibilidade de 1 seção para formulação deste processo. 
 
DEVOLUTIVA 
 
Segundo as literaturas que tratam sobre psicodiagnóstico, cada 
processo e etapa que envolvem a avaliação tem sua relevância, que por sua vez 
culmina na conclusão efetiva e na devolução das informações analisadas. 
De modo geral, para o avaliando a devolutiva torna-se o ponto principal, 
o objetivo alcançado e a razão pela qual inicialmente buscou submeter-se à 
investigação. 
Nesta última etapa, muito se trata sobre a forma como as informações 
devem ser repassadas, Albornoz (2016, p. 160) ressalta que a nova concepção 
de psicodiagnóstico tem papel essencial de comunicar e não apenas informar e 
diagnosticar os envolvidos sobre o quadro nosológico apresentado, permitindo 
assim, abrir espaço para a construção de significados que dão sentido a 
existência do avaliando, devolvendo a ele a posse das informações e situações 
por ele vivenciadas. 
A classificação dos sintomas é apenas uma informação, entre outras, 
sobre o que está em jogo na história individual apresentada a partir de um 
problema inicial. Trata-se de um processo cuja evolução é imprevisível, inclusive 
no que diz respeito às indicações terapêuticas (Copolilllo, 1990). Assim a 
devolutiva deve ter como aplicação fundamental - bem como todo o processo 
avaliativo - compreender e descrever a dinâmica da personalidade do indivíduo 
e sua etiologia. 
Reunir informações, organizá-las, apresentá-las, discuti-las e fazer 
pensar, são peças importantes na devolução das informações do 
psicodiagnóstico. 
Para o caso Vicente optamos por realizar duas entrevistas de devolução, 
segundo Ocampos e Arzeno (1981) é importante que a devolutiva seja 
executada de forma distinta com os pais e com o avaliando, o que pode favorecer 
a discriminação de identidade entre os envolvidos, garantindo o reconhecimento 
de sua individualidade e a sua privacidade, porem deixando ciente de que a 
devolutiva será realizada com ambas as partes. 
Prevê-se aqui 2 encontros distintos, sendo definido o primeiro apenas 
com Vicente e o segundo com seus responsáveis. 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
O cronograma de processos foi construído com base nas informações 
do estudo de caso, e contempla etapas consideradas indispensáveis para o 
ponto de partida a um processo completo, valendo aqui retomar a informação de 
que durante o desenvolvimento e presença de novas informações poderá e 
deverá ser revisto e reorganizado diante das novas descobertas. 
Descrevendo mais brevemente os passos desse processo de avaliação, 
segue o cronograma das sessões. Lembrando que os possíveis contatos com o 
psiquiatra e psicólogo do paciente, não terão necessidade da disponibilidade de 
uma sessão particular, podendo, assim, serem realizados em meio às sessões 
já pré-estabelecidas. 
 
1ª sessão - Entrevista com o pai; 
2ª sessão - Entrevista com a mãe; 
3ª sessão - Entrevista com Vicente; 
4ª sessão - Observação na escola e contato com os professores; 
5ª sessão - Aplicação do Teste Wisc-IV; 
6ª sessão- Aplicação do teste HTP, caso necessário, poderá ser utilizado 
uma parte do tempo desta sessão para terminar o teste Wisc-IV; 
7ª sessão- Formulação do Laudo; 
8ª sessão- Devolutiva para Vicente; 
9ª sessão- Devolutiva para os responsáveis do paciente. 
 
Conclui-se que todo o processo deste psicodiagnóstico, será realizado 
no total de 9 sessões, que se julga necessário para a total abrangência do 
presente caso. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALBORNOZ, Ana. Devolução das Informações do Psicodiagnóstico. In: 
HUTZ, Claudio Simon et al (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 
2016, p. 160-171. 
BANDEIRA, Denise; SILVA, Mônia. A entrevista de anamnese. In: 
HUTZ, Claudio Simon et al (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 
2016, p. 52-67. 
BUCK, J.N. HTP: casa - árvore - pessoa, técnica projetiva do 
desenho: manual e guia de interpretação. São Paulo: Vetor, 2003. 
COPOLILLO, H.P. Encontros com crianças e a entrevista de 
conclusão. São Paulo: Artes Médicas, (1990) 
PAPALIA, Diane; FELDMAN, Ruth. Desenvolvimento Humano. 12ª Ed. 
Artmed - Capítulo 10 desenvolvimentopsicossocial na terceira infância, Parte 10 
Adolescência. 
RIGONI, Maisa; SÁ, Samantha. O processo psicodiagnóstico. In: HUTZ, 
Claudio Simon et al (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016, p. 
27-34. 
TRENTINI, Clarissa; BANDEIRA, Denise; KRUG, Jefferson. Escolha dos 
Instrumentos e das técnicas no psicodiagnóstico. In: HUTZ, Claudio Simon et al 
(Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016, p. 68-72. 
 
WESCHSLER, D. Escala Weschsler de inteligência para crianças: 
WISC-IV. 4. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIROS DE ENTREVISTA 
 
ROTEIRO PARA ENTREVISTA 
Pai do Avaliando 
Nome: 
Idade: 
Estado Civil: 
Escolaridade: 
Profissão: 
Perguntas 
 
Como é a sua relação atual com Vicente? 
 
 
 
 
Vicente sabe que é adotado? 
 
 
 
 
Por que se opôs inicialmente à adoção? 
 
 
 
 
Como se sentiu após terem adotado Vicente? 
 
 
 
Como é o comportamento de Vicente quando está a sós com você e como ele se comporta 
quando há mais pessoas? 
 
 
 
 
Observou mudança de comportamento da parte do Vicente quando Márcia teve um filho 
biológico? 
 
 
 
Há mudanças no comportamento de Vicente quando vê a mãe? 
 
 
 
 
Como é quando Vicente tem tarefas da escola para fazer em casa? 
 
 
 
 
 
Quando Vicente começou a apresentar problemas na escola? 
 
 
 
 
Anotações Relevantes 
 
 
 
 
 
ROTEIRO PARA ENTREVISTA 
Mãe do Avaliando 
Nome: 
Idade: 
Estado Civil: 
Escolaridade: 
Profissão: 
Perguntas 
 
O que Vicente significa para você? 
 
 
 
 
Como enxerga o relacionamento de vocês dois? 
 
 
 
 
Como surgiu o desejo de adotar? Nos conte sobre o momento em que tomou essa decisão. 
 
 
 
 
Quais mudanças você sentiu na sua relação com Vicente após a separação? 
 
 
 
 
Como foi a aproximação de vocês dois após a separação do casamento? 
 
 
Como você considera que Vicente pode ter sido impactado após a separação do seu 
casamento? 
 
 
 
 
Quais foram os motivos que resultaram no seu afastamento com relação ao Vicente? 
 
 
 
Como era o comportamento do Vicente com você antes do distanciamento? 
 
 
 
Quais foram seus sentimentos em relação a gravidez do segundo filho? 
 
 
 
Como é o comportamento de Vicente quando ele está junto de seu irmão? 
 
 
 
 
Quais os momentos mais tristes que você teve com o Vicente? 
 
 
 
 
Quais os momentos mais felizes que você teve com o Vicente? 
 
 
 
 
Se pudesse mudar algo, o que você faria diferente? 
 
 
 
 
Anotações Relevantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO PARA ENTREVISTA 
Avaliando 
Nome: 
Idade: 
Escolaridade: 
Perguntas 
 
Como é a relação com seu pai? 
 
 
 
 
Como é a relação com sua mãe? 
 
 
 
 
Como era quando você morava com sua mãe e pai juntos? 
 
 
 
 
Por que acha que sua mãe saiu de casa? 
 
 
 
 
O que você gosta de fazer e com quem você gosta de fazer? 
 
 
 
 
 
Como você se sente quando está com seus amigos? 
 
 
 
 
O que você sente quando está andando de bicicleta? 
 
 
 
 
Como é a relação com o atual marido de sua mãe? 
 
 
 
 
Como é quando você está junto com seu irmão? 
 
 
 
 
Como você se sente quando está na escola? 
 
 
 
 
 
Que matéria você mais gosta e por quê? 
 
 
 
 
 
Na hora de fazer alguma tarefa dada pelo professor, o que você pensa? 
 
 
 
 
Anotações Relevantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laudo Psicológico 
 
1 - IDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: Vicente 
Idade: 11 anos 
Sexo: Masculino 
Escolaridade: 5ª série do Ensino Fundamental 
Solicitante: Psiquiatra 
Finalidade: Avaliar aspectos cognitivos e comportamentais de ansiedade, 
inquietação e agressividade. 
Autor: Grupo de trabalho da disciplina de Processos da Avaliação CRP/RS XXXX 
 
2 - DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
 
Vicente, 11 anos, Estudante do 5ª ano do ensino fundamental, filho 
adotivo de Marcia, 25 anos, do lar, e Guilherme, 33 anos, Mecânico, sendo estes 
os responsáveis junto aos avós paternos de 60 e 65 anos. 
Foi encaminhado por sua psiquiatra para avaliação cognitiva por 
apresentar dificuldades de aprendizagem e desatenção. Além disso, há queixas 
sobre as questões de ansiedade, inquietação, agressividade e comportamento 
opositor. 
 
3 - PROCEDIMENTOS 
 
Inicialmente foi realizada entrevista com o pai para coleta de informações 
sobre Vicente e seu núcleo familiar. Posteriormente, o entrevistado foi o próprio 
Vicente. Tentou-se contato com a mãe, porém não houve efetivação do encontro, 
desta forma, optou-se incluir uma entrevista com avó paterna, corresponsável 
pela tutela de Vicente. 
Após, realizou-se a coleta de informações direcionada à equipe 
pedagógica da escola de Vicente, além de contato telefônico com o psiquiatra 
que o atende, para coleta de informações mais precisas sobre a demanda e 
sobre as medicações que vêm sendo administradas. 
A unificação das informações das entrevistas iniciais e dos contatos com 
outros profissionais relacionados a Vicente, proporcionou a escolha dos testes a 
serem utilizados diante das necessidades apresentadas. Deste modo, realizou-
se a aplicação dos seguintes instrumentos: 
● MTA-SNAP-IV1 - Instrumento de avaliação de sintomas de 
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e sintomas de transtorno 
desafiador e de oposição - Aplicado ao responsável; 
● CBCL2 - Inventário de comportamentos para crianças e 
adolescentes de 6 a 18 anos - Aplicado ao responsável; 
● TRF3 - Inventário de comportamentos da Criança para 
professores “Teachers Report Form”; 
● YSR4 - Inventário de comportamentos auto-referidos para 
jovens de 11 a 18 anos- Aplicado ao avaliando; 
● HTP5 - Teste projetivo de desempenho para avaliação de 
personalidade; 
● CAT-H6 - Teste projetivo temático que objetiva compreender 
a estrutura afetiva da criança; 
 
1 MATTOS, Paulo et al.. Questionário construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico 
e Estatística - IV Edição (DSM-IV) com a tradução validada pelo GEDA – Grupo de Estudos do 
Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS. 
2005. 
2 BORDIN, I.A.S.; DUARTE, C.S.; PAULA, C.S. Inventário de comportamento para crianças e 
adolescentes de 6 a 18 anos - CBCL. Departamento de psiquiatria, UNIFESP - Escola Paulista 
de Medicina. São Paulo. 2001. 
3 ACHENBACH, T.M. Manual for the Teacher's Report Form - TRF. Burlington, VT: University of 
Vermont, Department of Psychiatry; 1991. 
4 ABREU, S.R., BORDIN, I.A.S.;PAULA, C.S. Inventário de comportamentos auto-referidos para 
jovens de 6 a 18 anos - YSR. Departamento de psiquiatria, UNIFESP - Escola Paulista de 
Medicina. São Paulo. 2001. 
5 ALVES, I.R.B; TARDIVO. R.C. Casa – Árvore – Pessoa - Técnica Projetiva de Desenho - HTP. 
2ª ed. São Paulo: Vetor, 2003. 
6 BELLAK, Leopold et al. Teste de apercepção Infantil – Figuras Humanas - CAT-H. 1ª ed. São 
Paulo: Vetor, 2016. 
● WASI7 - Instrumento breve de avaliação de inteligência; 
● BPA8 - Teste de atenção que avalia a capacidade geral de 
atenção concentrada, dividida e alternada; 
● PROLEC9 - Técnica de avaliação de processos e 
subprocessos de leitura; 
● FDT10 - Teste que mede a velocidade de processamento 
cognitivo. 
Ao todo foram realizadas 10 sessões, com duração aproximada de uma 
hora, que contemplaram todas as entrevistas, observações e instrumentos 
aplicados, bem como suas respectivas análises. 
 
4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Durante o processo de avaliação, Vicente demonstrou-se receptivo e 
colaborativo, permitindo-se estabelecer o vínculo com a avaliadora. Alguns 
encontros notou-se uma certa indisposição, cansaço e sonolência, além de 
apresentar um nível considerável de inquietação e agitação nas tarefas que 
demandam maior atenção, argumentado pelo avaliando que acordou cedo para 
ir a aula. 
Quantoà capacidade de autonomia e adaptação das rotinas diárias, 
identificou-se uma dependência de reforços e incentivos externos para que 
Vicente desempenhasse suas responsabilidades, desde tarefas domésticas até 
o próprio cuidado pessoal. Apresentou dificuldades na percepção de 
pensamentos, sentimentos e experiências dos outros, habilidades e 
comunicação interpessoal e julgamento social. Dados obtidos a partir das 
entrevistas e das observações realizadas. 
 
7 HECK, V.S.;TRENTINI, C.M.; YATES, D.B. Escala de inteligência Wechsler abreviada– WASI. 
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014. 
8 Rueda, F. J. M. Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção – BPA. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 
2013. 
9 CAPELLI. S.A.; OLIVEIRA. A.M.; CUETOS, Fernando. Provas de Avaliação dos Processos de 
Leitura - PROLEC. 3ª ed. São Paulo: Pearson. 2014. 
10 MALLOY=DINIZ, L. F.; DE PAULA, J.J.; SÉDO, Manuel. Teste dos cinco dígitos - FDT. 1ª ed. 
São Paulo: Hogrefe, 2015. 
Os resultados dos testes de questionário para o responsável (CBCL) e 
para o avaliando (YSR) quanto aos aspectos comportamentais, reforçam a 
respeito do baixo nível de atividade e desempenho escolar, falta de atenção, 
comportamento agressivo e de oposição, problemas de pensamentos e má 
conduta, que corroboram com os relatos das entrevistas. 
Na bateria de instrumentos de avaliação do aspecto de afetividade e 
personalidade, percebeu-se sinais de necessidade de interação, porém aliado a 
retraimento e impulsividade. Sinais de oposição, baixa interação social, 
dificuldade no desenvolvimento de situações e reações emocionais, também se 
mostram presentes e compõem fator coincidente entre os testes, demonstrando 
que as questões sociais são fortemente ressaltadas, porém mal elaboradas, 
principalmente com figuras de cuidado. 
Nos resultados obtidos no teste de inteligência (WASI) o avaliando ficou 
pouco abaixo da média esperada para sua faixa etária, obtendo como 
classificação média inferior (Quociente de Inteligência Total = 84 pontos). Outro 
dado importante pode ser extraído quando analisados os resultados 
separadamente, em que podemos identificar uma média abaixo da esperada 
para a idade quanto às tarefas verbais e de execução. 
Nos resultados dos testes de atenção concentrada classificou-se como 
médio inferior. Para as funções executivas, registrou-se pequenos prejuízos 
quanto à flexibilidade cognitiva, inibição e velocidade de processamento. 
Na análise qualitativa da tarefa de escrita, foi possível perceber que 
Vicente apresenta dificuldades significativas de escrita com características que 
não mais fazem relação a sua idade de desenvolvimento atual. Observou-se 
ainda, a presença de erros gramaticais como pontuação e omissão de acentos. 
Em relação à leitura, o avaliando consegue manter a compreensão do texto, mas 
apresenta uma leve dificuldade promovendo pausas, e sem manter a fluidez. 
 
5 - CONCLUSÃO 
 
A partir das informações obtidas na composição do processo avaliativo 
é possível observar conforme o DSM-5 (2014)11, características que sugerem a 
existência de um Transtorno Opositor Desafiante - TOD, de gravidade moderada, 
já que os sintomas ocorrem em dois ambientes diferentes, em casa e na escola. 
A presença de fatores como desatenção, inquietação, agitação, 
agressividade, dificuldade com reações emocionais, dificuldade quanto a 
comunicação e percepção social e a dependência de reforços externos, são 
possíveis resultantes deste tipo de transtorno. 
Desta forma, segundo Luiselli (2005)12, crianças que apresentam 
reações emocionais extremas, irritabilidade crônica, impulsividade e falta de 
atenção possuem tendência a desenvolver comportamento opositor e que estas 
respostas estão correlacionadas ao temperamento infantil e podem estar ligados 
a uma base genética e/ou constitucional. 
Ainda segundo Whitbourne e Halgin (2015, p. 249)13, a presença deste 
transtorno além de promover sofrimento ao indivíduo e aos familiares, também 
prejudica, independente da inteligência, o desempenho acadêmico e as relações 
sociais e consequentemente apresenta baixa autoestima, baixa tolerância à 
frustração, sensação de inadequação, humor deprimido, e acessos de raiva. 
Com base nas análises, pressupõe-se que as demais queixas sobre 
desempenho escolar provêm da notável conexão dos fatores resultantes do 
TOD. 
Diante do exposto, e com base nas análises e resultados obtidos, 
orienta-se a manutenção da psicoterapia, para que se identifique as origens e se 
direcione o tratamento adequado ao transtorno. Também a mudança de turno 
 
11 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais - DSM-5: Transtorno de Oposição Desafiante - TOD. Porto Alegre: Artmed, 
2014, p. 462-466. 
12 LUISELLI, J.K. Características clínicas e tratamento do transtorno desafiador de oposição. In: 
V.E. Caballo e M. Simon (Orgs.) Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente: 
transtornos específicos. São Paulo: Santos, 2005, p. 39-55. 
13 WHITBOURNE, S. K.; HALGIN, R. P. Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos 
psicológicos. 7.ed. Porto Alegre: AMGH, 2015 
 
acadêmico se faz necessária, como um suporte adequado para uma melhora 
quanto à disposição empregada das atividades escolares. 
Orientação e manutenção psicofarmacológica também devem ser 
reorientados a partir do caso apresentado por Médico Psiquiatra responsável. 
 
 
__________________________ 
 
Grupo de trabalho da disciplina de Processos da Avaliação CRP/RS XXXX 
 
Porto Alegre, 06 de outubro de 2021. 
 
As informações contidas neste laudo são de caráter sigiloso não podendo ser utilizado para outros fins que 
não os justificados na demanda solicitada. Não será de responsabilidade do avaliador o uso inadequado das informações 
contidas neste laudo por parte de pessoa, grupo ou instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 1 - Caso Vicente – 11 anos 
 
Demanda inicial 
Vicente foi encaminhado por sua psiquiatra para avaliação cognitiva, em 
função de dificuldades de aprendizagem e desatenção. Além disso, havia a 
queixa de que o menino apresentava ansiedade, inquietação e comportamento 
opositor no ambiente familiar e em sala de aula. 
Dados sociodemográficos 
Vicente, 11 anos. renda familiar bruta de cerca de 2 salários mínimos, 
residente na capital em um bairro de classe socioeconômica baixa. Estudante do 
5º ano do ensino fundamental. Pais adotivos: Márcia de 25 anos, do lar e 
Guilherme de 33 anos, mecânico. Responsáveis: pai adotivo e avós paternos, 
avó com 60 anos e avô com 65 anos. 
Entrevista de anamnese 
Vicente era filho adotivo de Márcia e Guilherme. A adoção (aos 5 meses 
de idade) deu-se em razão principalmente do desejo de Márcia, tendo o marido 
inicialmente se oposto. Segundo relatos dos pais adotivos, os Marcos 
desenvolvimento tais ocorreram dentro do período esperado. 
No quarto ano de vida, seus pais se separaram, e Vicente passou a 
residir somente com o pai. Logo após a separação, Vicente perdeu todo o 
contato com a mãe, tendo a família inclusive prestado queixa na polícia em 
virtude do desaparecimento de Márcia. Nos primeiros meses, o menino dizia 
sentir falta da mãe. Após cerca de 3 meses de afastamento, a mãe retomou o 
contato e o relacionamento entre os 2 foi sendo gradualmente restabelecido. 
Márcia casou-se e teve outro filho alguns anos depois. Vicente 
costumava ir aos aniversários do irmão, sendo esses os únicos momentos em 
que encontrava mãe. Contudo, o contato com Márcia foi novamente diminuindo 
e, 3 anos antes dessa avaliação, a relação havia sido interrompida. Até um ano 
antes do psicodiagnóstico, o menino ainda dizia sentir saudades da mãe. No 
decorrer da avaliação, o paciente voltou a encontrar-se com a mãe. Referiu ter 
gostado da aproximação, e esperavavê-la novamente. 
Vicente ia sozinho para a escola de bicicleta. Porém, nos demais 
momentos, era bastante dependente dos adultos (não se alimentava se não 
servissem seu prato, por exemplo). Apresentava dificuldade em aceitar limites 
propostos pelos avós e realizava atividades domésticas apenas quando o pai se 
mostrava mais rígido. Minha demonstrando agressividade com animais e 
crianças, principalmente com a prima de 2 anos, também era agressivo na 
escola. O paciente tinha vizinhos como amigos, os quais, com frequência, 
dormiam em sua casa. 
Quanto ao desempenho escolar, recente precisava de muito estímulo 
para realizar as tarefas, perdi o foco com facilidade, necessitando de atenção da 
professora para desempenhar as atividades. Demonstrava dificuldades na 
escrita, não separando palavras, e mostrava-se lento para realizar a cópia do 
conteúdo do quadro. No terceiro ano do ensino fundamental, a escola 
encaminhou para a psicoterapia, por ele apresentar dificuldades escolares e 
sinais de tristeza. No período da avaliação, a terapia ocorria quinzenalmente em 
uma clínica particular. 
Seis meses após iniciar a psicoterapia, o menino foi encaminhado para 
um psiquiatra em virtude do aumento da agressividade e da ansiedade, 
especialmente em sala de aula. O paciente já havia feito uso de Imipramina e 
Cloridrato de Duloxetina, ambos interrompidos. Durante a avaliação, fazia uso 
de Cloridrato de Clomipramina. As dosagens das medicações não foram 
informadas pela família. 
Dados de observação durante a avaliação 
 
Vicente apresentou se colaborativo, apesar de mostrar se mais retraído 
nos primeiros atendimentos, foi capaz de estabelecer bom vínculo com a 
avaliadora. Em alguns encontros, estava bastante sonolento (mesmo sendo à 
tarde), argumentando ter acordado cedo para ir à aula. Nesses dias, seu 
engajamento nas atividades diminuía. Nas tarefas que exigiam maior 
concentração, o menino ficava inquieto e agitado, tendo menor atenção. 
 
Resultados das testagens. 
Nas tabelas a seguir, são apresentados os resumos dos resultados 
obtidos na avaliação de aspectos comportamentais, afetivos e de personalidade. 
 
 
 
De acordo com a Resolução nº 09/2018, parágrafo 1, o R-PAS, foi 
utilizado como parte de um estudo de evidências de validade e fidedignidade 
para adolescentes de 11 a 14 anos. Embora o R-PAS conte com normas 
internacionais e esses dados estejam disponíveis a qualquer psicólogo que 
utilize o sistema on-line para levantamento e interpretação, conforme orientação 
do manual do teste, na atual lista do Satepsi o instrumento encontra-se com 
parecer favorável apenas para amostra de normatização de 17 até 69 anos. 
 
 
 
Na avaliação geral da inteligência (WASI), Vicente apresentou 
desempenho um pouco abaixo do que é esperado para a sua faixa etária, 
classificado como médio inferior (Quociente de Inteligência Total = 84 pontos). 
Quando analisadas separadamente, tanto as tarefas verbais quanto as de 
execução ficaram abaixo da média esperada para a idade. 
Na avaliação da atenção concentrada, Vicente obteve um resultado de 
nível médio inferior, sendo este inferior a 90% das pessoas de sua idade. Em 
relação às funções executivas, os resultados obtidos por Vicente indicaram 
prejuízos discretos, tanto na parte de flexibilidade cognitiva quanto na inibição, 
assim como na velocidade de processamento da informação. 
Na análise qualitativa da tarefa de escrita, foi possível perceber que 
Vicente apresenta dificuldades significativas. O menino não separava as 
palavras e escrevia utilizando letras de forma, o que não era mais esperado para 
sua idade. Além disso, possuía dificuldade de organização da escrita no espaço 
da filha. Também não fazia uso correto da pontuação, cometendo alguns erros 
gramaticais e omitindo acentos. Em relação à leitura, o menino apresentava uma 
leve dificuldade. Lia com muitas pausas, sem uma fluidez, não respeitando a 
pontuação. Demonstrou, contudo, compreender o conteúdo do texto. 
A funcionalidade do paciente (capacidade de realizar tarefas adaptativas 
no dia a dia e necessárias à autonomia) foi avaliada a partir de respostas da avó. 
Foi possível identificar que Vicente não realizava, por iniciativa própria, tarefas 
de cuidado pessoal e de vida doméstica, precisando de incentivo externo para 
desempenhá-las. Precisava de ajuda para fazer atividades como preparar 
alimentos, servir a própria comida, cortar alimentos em pedaços pequenos. 
Vicente também apresentava dificuldades no domínio social, ou seja, na 
percepção de pensamentos, sentimentos e experiências dos outros, habilidades 
e comunicação interpessoal e julgamento social. 
O paciente possuía características de retraimento. Ele demonstrou maior 
dificuldade em entrar em contato com emoções, aparentemente ser menos 
espontâneo ao demonstrar o que sentia e mais contido nas suas reações 
emocionais. Foram identificados indícios de que Vicente apresentava 
comportamentos desafiadores, principalmente com as figuras de cuidado. 
Identificou-se, na avaliação, menor propensão a relacionamentos sociais.

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