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APG 13 - Pólipos e câncer de colón 1. Morfofisiologia do intestino grosso ● Possui 1,5m de comprimento e 6,5 cm de diâmetro, sendo ligado a parede posterior do abdome pelo mesocolo (duplo peritônio) ● Se inicia no óstio ileal, subdividindo-se em ceco (bolsa de 6cm que possui como anexo um tubo espiralado - apêndice vermiforme), cólon (ascendente, transverso, descendente, sigmóide - finaliza na crista ilíaca esquerda) possuindo 2 flexuras, reto (15cm, anterior ao sacro e cóccix), canal anal (mucosa com pregas longitudinais) e ânus (esfíncter interno e externo) ● Possui uma túnica mucosa (epitélio colunar simples), submucosa (conjuntivo areolar), muscular (três bandas que formam as tênias do colo com divisória para as saculações do colo). Já na lâmina própria encontra-se os nódulos linfáticos ● A túnica mucosa possui as células absortivas com microvilosidades para absorver água, caliciformes para secreção de muco, ambas formando as glândulas intestinais tubulares longas e retas ● O intestino inicia a digestão através do reflexo gastroduodenal que ativa o peristaltismo e agita as saculações do colón. Já o peristaltismo em massa reflete em um reflexo gastrocólico ● O intestino grosso possuem bactérias que digerem parte do quimo e convertem em vitaminas B e K ● A distensão na parede retal reflete no reflexo da defecação. Assim, as fezes são formadas por água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica mucosa, bactérias e o produto da decomposição feito por elas 2. Epidemiologia ● De 12000 entrevistados, 48% acharam pólipos ● ⅔ dos pólipos colônicos são adenomas ● Pólipos possuem aumento da prevalência com a idade e raça caucasiana, enquanto é menor entre negros e hispânicos ● O tamanho dos pólipos reflete ao potencial de adenoma, enquanto com o avanço da idade aumenta-se a possibilidade dos pólipos serem sésseis e de localização proximal ● Os pólipos serrilhados e sésseis possuem prevalência de 10-25% ● São necessários 10 anos até o pólipo crescer como câncer ● No Ocidente existe 5% de chance de risco de vida no câncer colorretal (CCR) ● 85% do CCR ocorre em pessoas sem fatores de risco, 75% apresenta a evolução adenoma-carcinoma ● A prevalência do CCR é entre 55-64 anos, baixa na África e Ásia e aumentada entre homens (2x maior do que nas mulheres). Todavia, tem diminuído nos últimos 25 anos 3. Etiofisiopatologia dos pólipos ● Pólipos são protusões visíveis (encapsuladas) da superfície da mucosa ● São subdivididos em neoplásicos (adenomatoso) e não-neoplásicos (hamartoma, hiperplásico e inflamatórios) ● Inflamatórios (sésseis ou pedunculadas) - Pseudopólipos: irregulares, com origem em ulcerações e regeneração (Doença de Crohn), presentes da lâmina própria ao epitélio - Tipo proliferativo: trauma induzido por peristalse, levando a isquemia e fibrose na lâmina própria (hiperplasia) ● Hamartoma não neoplásico: possui agregado linfóide - Jovens: lesão da lâmina própria e glândulas císticas dilatadas - Peutz-Jeghers: músculo liso continuado com a camada mucosa, de aparência ressecada, pigmentação melânica. Origem autossômica dominante - Cronkhite-Canadá: “é caracterizada pela associação de polipose gastrointestinal não-hereditária com a tríade cutânea de alopécia, alterações das unhas e hiperpigmentação.” expansão mista da lâmina própria, com aumento do infiltrado eosinofílico. ● Proliferação hiperplásica da mucosa: pequenos nódulos (<5mm), localização no retossigmóide, apresenta na aparência serrote e criptas em estrela. Microvesículas, células de goblet (caliciformes), esgotamento de mucina ● Pólipo adenomatoso: - Tubulares: geralmente pediculares, criptas tubuliformes intercomunicantes em mais de 75% da estrutura - Vilosos: são maiores, sésseis, aveludados com projeção digitiforme e maior potencial de malignidade (pensa-se em quantidade e tamanho) Obs.: pequenos <1cm, grandes >1cm - Tubuvilares: mescla característica dos dois Adenomatoso séssil serrilhado: cólon proximal, superfície lisa podendo ser coberto com muco Obs.: No processo displásico, o núcleo celular fica alongado e com hipercromasia, estratificação celular 4. Fatores de risco do câncer ● Genético ● Tabagismo (aumenta em até 2x) - aparecimento de pólipos serrilhados, maiores e numerosos, favorece a mutação do CRC ● Álcool ● IMC, obesidade - hiperinsulinemia no favorecimento de mitoses (insulina favorece crescimento celular e síntese de DNA) sucessivas e antiapoptose ● Dieta - alimentação rica em gorduras saturadas, carne vermelha são prejudiciais, folato diminui o risco assim como dieta rica em fibras ● Atividade física - atua sobre imunidade e inflamação ● AINES - diminuição de plaquetas atua como antitumorogênico e regressão de adenomas 5. Manifestações clínicas dos pólipos e complicações ● Majoritariamente assintomático ● Presença de sangue oculto nas fezes ● Cólica ● Dor abdominal ● Anemia ferropriva ● Mudança de hábitos intestinais ● Diarreia é possível quando há grande obstrução ● Pólipos pediculados podem formar prolapsos ● Como principal complicação dentre os pólipos há o câncer, para formação desse existem fatores carcinogênicos 1. Mutações pontuais no proto-oncogene K-ras (responsável pelo controle da divisão celular) 2. Hipometilação do DNA em regiões não promotoras, com ativação dos genes em áreas promotoras por hipermetilação, favorecendo instabilidade genética 3. Perda de DNA de um supressor tumoral, tal como APC (gene responsável pela proteína APC que mantém a célula crescendo e dividindo de forma controlada) 4. Supressão tardia do gene p53 que leva a resistência das células cancerosas a apoptose ● Logo, com alteração do padrão proliferativo surgem cânceres, como: carcinoma in situ ou focal, intramucosa carcinoma ● Bem diferenciado (grau I), - não acomete a lâmina própria- moderadamente diferenciado (grau II), mal diferenciado (grau III) 6. Exames utilizados no diagnóstico ● Anamnese com foco na história clínica do paciente ● O exame físico voltado para o toque retal ● Enema baritado com duplo contraste - Fazer a cada 5 anos 1. Realização de um raio-x simples do abdômen para verificar se o intestino está corretamente limpo; 2. A pessoa é colocada deitada sobre o lado esquerdo, com o corpo inclinado para frente e perna direita mais à frente da perna esquerda; 3. Introdução de uma sonda retal e do contraste, que é o sulfato de bário; 4. A pessoa é reposicionada para que o contraste consiga ser espalhado; 5. Remoção do excesso de contraste e injeção de ar; 6. Remoção da sonda; 7. Realização de vários raios x para avaliar o intestino. ● Colonoscopia - Fazer a cada 10 anos ● Sigmoidoscopia - Fazer a cada 5 anos ● Biópsia do pólipos
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