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Zelia oo2

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1. A manutenção constante do meio interno ou homeostasia, é essencial para garantir o 
equilíbrio das funções vitais do organismo e a sobrevivência das células. Permite que as 
células funcionem correctamente garantindo um ambiente ideal para as reacções bioquímicas 
e processos fisiológicos. 
Exemplo de 3 órgãos que desempenham um papel fundamental na manutenção da 
homeostasia, são: 
 Rins: responsáveis pela regulação do volume de líquidos, níveis de electrólitos, e 
eliminação de resíduos metabólicos do corpo. 
 Pele: regula a temperatura corporal através da transpiração e protege o corpo contra 
agentes externos. 
 Glândulas endócrinas: liberam hormônios que regulam diversas funções do corpo, 
como metabolismo, crescimento e desenvolvimento, e resposta ao estresse. 
 
2. A hiperpolarização é um fenómeno em que a diferença de potencial eléctrico através da 
membrana de uma célula se torna mais negativa do que o potencial de repouso. Isso ocorre 
devido à saída de iões positivos da célula ou à entrada de iões negativos, causando um 
aumento na polarização da membrana. 
 Um exemplo de células que passam por hiperpolarização inclui os neurónios, 
especialmente durante o processo de transmissão de sinais eléctricos. Quando um 
impulso nervoso é transmitido ao longo de um neurónio, ocorre uma despolarização 
inicial, em que a membrana se torna mais positiva devido à entrada de iões de sódio. 
Após a despolarização, ocorre a repolarização, em que a membrana retorna ao seu 
potencial de repouso negativo devido à saída de iões de potássio 
3. A polarização da membrana celular é fundamental para uma ampla gama de processos 
celulares, incluindo o transporte de iões e moléculas, a transmissão de sinais eléctricos, e a 
comunicação celular. Ainda a sua importância observa-se nos processos como: 
 Transporte Activo e Passivo: A polarização da membrana desempenha um papel 
crítico no transporte de iões e moléculas através da membrana celular. O potencial de 
membrana fornece a energia necessária para o transporte activo, como a bomba de 
sódio-potássio, que é essencial para manter a homeostasia iónica da célula. Além 
disso, a polarização influencia o transporte passivo, como a difusão facilitada e os 
canais iónicos controlados por voltagem. 
 
 Potencial de Acção: Durante a transmissão de sinais em células excitáveis, como os 
neurónios, a polarização da membrana é crucial para gerar e propagar o potencial de 
acção. A despolarização e repolarização da membrana são essenciais para a 
propagação eficiente dos sinais eléctricos ao longo do neurónio. 
 
 
 Comunicação Celular: A polarização da membrana também desempenha um papel 
na comunicação intercelular. Mudanças na polarização da membrana podem afectar a 
liberação de neurotransmissores, hormônios e outras moléculas sinalizadoras que 
coordenam a comunicação entre células adjacentes. 
 
4. As sinapses são as estruturas responsáveis pela transmissão de sinais entre os neurónios e 
entre neurónios e outras células. 
Sinapse Química 
Nessas, a comunicação entre os neurónios ocorre por meio de neurotransmissores, que são 
substâncias químicas liberadas por um neurónio pré-sináptico e que activam receptores 
específicos no neurónio pós-sináptico. 
O mecanismo de acção da sinapse química envolve as seguintes etapas: 
a. Liberação do Neurotransmissor: Quando um impulso nervoso atinge o terminal do 
neurónio pré-sináptico, ocorre a liberação de neurotransmissores armazenados em 
vesículas sinápticas na fenda sináptica. 
b. Difusão do Neurotransmissor: Os neurotransmissores difundem-se pela fenda 
sináptica e se ligam aos receptores específicos na membrana do neurónio pós-
sináptico. 
c. Activação do Neurónio Pós-Sináptico: A ligação do neurotransmissor ao receptor 
desencadeia mudanças na permeabilidade da membrana do neurónio pós-sináptico, 
gerando potenciais pós-sinápticos excitatórios ou inibitórios, que podem levar à 
geração de um potencial de acção ou à modulação da actividade do neurónio. 
Sinapse Eléctrica 
Nessas, os neurónios estão conectados por junções comunicantes, que são canais iónicos que 
permitem a passagem directa de corrente eléctrica entre os neurónios. 
O seu mecanismo envolve uma transferência directa de iões de um neurónio para outro 
através das junções comunicantes, permitindo a propagação rápida e eficiente do impulso 
eléctrico sem a necessidade de neurotransmissores. A transmissão do sinal é mais rápida do 
que nas sinapses químicas, porém é menos flexível em termos de modulação. 
Ressaltar que as sinapses químicas dependem da liberação e ligação de neurotransmissores 
para transmitir sinais entre os neurónios, enquanto as sinapses eléctricas permitem a passagem 
directa de corrente eléctrica entre os neurónios através de junções comunicantes. Ambos os 
tipos de sinapses desempenham papéis importantes na comunicação neuronal e na 
coordenação das funções do sistema nervoso. 
 
 
5. O músculo estriado cardíaco é responsável por gerar contracções rítmicas e coordenadas no 
coração, impulsionando o sangue para todo o corpo. O mecanismo de contracção e 
relaxamento do músculo estriado cardíaco é altamente coordenado e controlado por estímulos 
eléctricos e químicos. 
Contracção Muscular 
a. Estímulo Eléctrico: O processo de contracção cardíaca começa com o potencial de 
acção gerado pelo nó sinusal (marca-passo do coração) se propagando ao longo das 
fibras musculares cardíacas. Esse potencial de acção é conduzido ao longo do sistema 
de condução cardíaco e chega às fibras musculares cardíacas. 
b. Liberação de Cálcio: Quando o potencial de acção atinge as fibras musculares, ele 
desencadeia a liberação de iões de cálcio a partir do retículo sarcoplasmático - um 
reservatório intracelular de cálcio. O cálcio se liga à troponina, desencadeando a 
exposição dos locais de ligação da miosina nos filamentos de actina. 
c. Formação da Ponte Cruzada: Com a exposição dos locais de ligação da miosina na 
actina, a miosina se liga à actina formando pontes cruzadas. O deslizamento dos 
filamentos de actina sobre os filamentos de miosina resulta na contracção das fibras 
musculares. 
d. Contracção: As pontes cruzadas se formam, a miosina se encurta, traccionando os 
filamentos de actina e encurtando a fibra muscular. Esse processo é repetido em todas 
as fibras musculares cardíacas, resultando na contracção coordenada do coração. 
Relaxamento Muscular 
a. Reabsorção de Cálcio: Após a despolarização, o cálcio é bombeado de volta para o 
retículo sarcoplasmático pelos canais de cálcio específicos. A remoção de cálcio da 
troponina faz com que os locais de ligação na actina sejam mascarados novamente, 
interrompendo a formação das pontes cruzadas. 
b. Relaxamento Passivo: Com a remoção do cálcio, as fibras musculares cardíacas 
retornam ao seu estado relaxado. A pressão intracardíaca diminui, permitindo que o 
coração se encha de sangue para o próximo ciclo de contracção. 
c. Ciclo de Contracção e Relaxamento: O processo de contracção e relaxamento do 
músculo estriado cardíaco ocorre repetidamente, impulsionando o sangue através do 
coração e garantindo o bombeamento eficiente do sangue para o corpo. 
 
 
 
 
 
6. O sistema nervoso é um sistema complexo e crucial que coordena as funções do organismo 
e permite a comunicação entre as diferentes partes do corpo. Ele é dividido em duas principais 
subdivisões: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). 
Sistema Nervoso Central (SNC) 
O SNC é composto pelo cérebro e pela medula espinhal, sendo responsável pelo 
processamento de informações e pela coordenação das funções do corpo. 
 O cérebro é responsável pelo pensamento, pela memória, pelas emoções, pela 
coordenação motora e pelo controle da maioria das funções corporais. 
 A medula espinhal atua como um centro de controle para reflexos rápidos e 
comunicações entre o cérebro e o resto docorpo. 
Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
O SNP é composto pelos nervos periféricos que se estendem a partir do SNC para transmitir 
informações entre o corpo e o cérebro. 
O SNP é subdividido em sistema nervoso somático (voluntário) e sistema nervoso autónomo 
(involuntário), que controla funções como a respiração, a frequência cardíaca e a digestão. 
O mecanismo de controle no sistema nervoso envolve a transmissão eficiente de sinais 
eléctricos e químicos entre os neurónios e células-alvo. Aqui estão algumas etapas do 
mecanismo de controle no sistema nervoso: 
a. Recepção de Estímulos: O sistema nervoso detecta estímulos do ambiente e do corpo 
por meio dos neurónios sensoriais, que convertem sinais físicos, químicos e térmicos 
em impulsos eléctricos. 
b. Processamento de Informações: Os neurônios transmitem os impulsos elétricos ao 
longo das vias neurais até o cérebro ou medula espinhal, onde as informações são 
processadas e interpretadas. 
c. Tomada de Decisão: Com base nas informações recebidas, o cérebro toma decisões e 
envia sinais motores para os neurônios motores, que transmitem sinais para os 
músculos e glândulas. 
d. Resposta: Os músculos e glândulas respondem aos sinais motores, executando ações 
como contração muscular, secreção de hormônios ou outras respostas fisiológicas. 
O mecanismo de controle do sistema nervoso é altamente regulado e coordenado para garantir 
a homeostase e o funcionamento adequado do organismo. Essa organização complexa e 
interconectada permite ao sistema nervoso responder de forma eficaz e adaptativa às 
demandas do ambiente e do corpo. 
 
 
 
 
7. Definição e Explicação de Conceitos 
Feedback Positivo 
É um mecanismo de controle em que uma alteração em uma determinada variável 
desencadeia uma resposta que amplifica ainda mais essa alteração na mesma direcção. Ou 
seja, o positivo reforça e intensifica o desvio da variável em relação ao seu valor normal. 
Um exemplo comum de feedback positivo é o processo de coagulação sanguínea. Quando 
ocorre uma lesão em um vaso sanguíneo, as plaquetas são recrutadas para o local da lesão e 
começam a liberar substâncias que activam mais plaquetas, resultando em uma cascata de 
eventos que leva à formação de um coágulo para interromper a hemorragia. 
O feedback positivo é menos comum no organismo em comparação com o feedback negativo, 
mas desempenha um papel importante em processos como o trabalho de parto e a activação de 
certos sistemas hormonais. 
Feedback Negativo 
É o tipo mais comum de regulação fisiológica e envolve um mecanismo de controle em que 
uma alteração em uma variável desencadeia uma resposta que tende a reduzir ou reverter essa 
alteração, retornando a variável ao seu valor normal ou ao intervalo desejado. 
Um exemplo clássico de feedback negativo é a regulação da temperatura corporal. Quando a 
temperatura do corpo aumenta, sensores térmicos no corpo detectam esse aumento e enviam 
sinais para o cérebro. O cérebro então desencadeia respostas como a dilatação dos vasos 
sanguíneos e a transpiração para dissipar calor e reduzir a temperatura corporal para o valor 
normal. 
O feedback negativo é fundamental para manter a homeostasia no corpo, garantindo que as 
variáveis fisiológicas permaneçam dentro de limites específicos para o funcionamento 
adequado do organismo. 
Portanto, o feedback positivo amplifica uma alteração em uma variável, enquanto o feedback 
negativo atua para reverter ou reduzir essa alteração, mantendo as condições internas do corpo 
em equilíbrio e permitindo o funcionamento adequado dos sistemas fisiológicos. 
 
8. O processo de produção de ATP a partir de lipídios, conhecido como beta-oxidação ou 
oxidação lipídica, é uma via metabólica essencial que fornece energia ao organismo. O seu 
mecanismo envolve os seguintes processos: 
a. Mobilização dos Lipídios: Os ácidos graxos, que são os principais componentes dos 
lipídios, estão armazenados principalmente nos tecidos adiposos como triglicerídeos. 
Quando o organismo precisa de energia, os triglicéridos são quebrados em ácidos 
graxos e glicerol por um processo chamado lipólise. 
b. Entrada dos Ácidos Graxos nas Mitocôndrias: Os ácidos graxos livres são 
transportados para as mitocôndrias, onde ocorre a maior parte da produção de energia 
celular. Antes de entrar na via da beta-oxidação, os ácidos graxos são activados pela 
ligação com uma molécula de coenzima A (CoA), formando o acil-CoA. 
c. Beta-Oxidação: O acil-CoA entra na via da beta-oxidação, que ocorre no interior das 
mitocôndrias. Durante a beta-oxidação, o acil-CoA é dividido em fragmentos de duas 
carboníferas, resultando na produção de acetil-CoA, NADH e FADH2. 
d. Ciclo de Krebs (ou Ciclo do Ácido Cítrico): O acetil-CoA produzido na beta-
oxidação entra no ciclo de Krebs, uma via metabólica que ocorre no interior das 
mitocôndrias. No ciclo de Krebs, o acetil-CoA é oxidado para gerar mais NADH e 
FADH2, que transportam electrões para a cadeia de transporte de electrões. 
e. Cadeia de Transporte de Electrões: Os NADH e FADH2 gerados na beta-oxidação 
e no ciclo de Krebs transportam electrões para a cadeia de transporte de electrões, 
localizada na membrana interna das mitocôndrias. Durante a passagem de electrões 
pela cadeia de transporte, ocorre a produção de ATP por fosforilação oxidativa. 
f. Produção de ATP: A passagem dos electrões pela cadeia de transporte de electrões 
cria um gradiente de protões através da membrana interna das mitocôndrias. A energia 
liberada nesse processo é usada pela ATP para sintetizar ATP a partir de ADP e 
fosfato inorgânico. 
9. A produção de ATP a partir de lipídios e proteínas pode ter consequências negativas no 
funcionamento das células devido a razões como: 
a. Desperdício de Recursos: A produção de ATP a partir de lipídios e proteínas envolve 
processos metabólicos adicionais e mais complexos do que a produção a partir de 
carboidratos. Isso pode resultar em um desperdício de recursos energéticos e 
moleculares que poderiam ser utilizados de forma mais eficiente para outras funções 
celulares essenciais. 
b. Acúmulo de Subprodutos Tóxicos: A oxidação de lipídios e proteínas pode levar à 
formação de subprodutos tóxicos, como os corpos cetônicos no metabolismo dos 
lipídios e os radicais livres no metabolismo das proteínas. O acúmulo desses 
subprodutos pode causar estresse oxidativo, danos celulares e disfunção energética. 
c. Falta de Eficiência Energética: A produção de ATP a partir de lipídios e proteínas é 
mais lenta e menos eficiente do que a produção a partir de carboidratos. Isso pode 
resultar em uma disponibilidade reduzida de energia imediata para processos celulares 
essenciais que requerem ATP rapidamente, como a contração muscular ou a 
transmissão de sinais nervosos. 
d. Alterações no Equilíbrio Metabólico: O metabolismo de lipídios e proteínas para a 
produção de ATP pode desequilibrar os processos metabólicos dentro da célula. Um 
excesso de oxidação de lipídios, por exemplo, pode levar a uma acumulação de 
intermediários metabólicos prejudiciais, afectando a regulação dos processos 
celulares. 
e. Estresse Oxidativo e Inflamação: O metabolismo de lipídios e proteínas pode levar a 
um aumento na produção de espécies reactivas de oxigénio, causando estresse 
oxidativo e inflamação celular. Esse estado de estresse oxidativo pode danificar 
biomoléculas importantes, como proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, 
comprometendo a integridade e função celular. 
10. Ponto fixo, também conhecido como set point, é um valor ou intervalo específico ao redor 
do qual uma variável fisiológica como a temperatura corporal é mantida estável pelo 
organismo. É o objectivo ou referência para o qual o sistema biológico ajusta suas respostas 
para manter a homeostasia. 
Valor Fisiológico 
No caso da temperatura corporal, o ponto fixo fisiológico para a maioria dos seres humanos é 
em torno de 37°C (98.6°F).Este é o valor considerado normal para uma temperatura corporal 
saudável e estável. 
Regulação da Temperatura Corporal 
O corpo humano regula a temperatura corporal através de um processo chamado 
termorregulação, que envolve mecanismos complexos para manter a temperatura interna 
dentro de uma faixa estreita em torno do ponto fixo. 
Quando a temperatura interna sobe acima do ponto fixo, os sensores no corpo detectam o 
aumento da temperatura e enviam sinais para o cérebro, especialmente para o hipotálamo, a 
região do cérebro responsável pelo controle da temperatura corporal. 
O hipotálamo desencadeia respostas fisiológicas para resfriar o corpo, como a vasodilatação 
dos vasos sanguíneos na pele para dissipar o calor, o aumento da transpiração para ajudar na 
perda de calor por evaporação, e o aumento do fluxo sanguíneo para a pele. 
Da mesma forma, quando a temperatura corporal cai abaixo do ponto fixo, os mecanismos de 
termorregulação são ativados para aquecer o corpo, incluindo a vasoconstrição dos vasos 
sanguíneos na pele para conservar o calor, o tremor muscular para gerar calor adicional e a 
produção de calor metabólico através da termogênese. 
Esses mecanismos de regulação da temperatura corporal mantêm a temperatura interna 
próxima ao ponto fixo, garantindo o funcionamento adequado das enzimas, processos 
metabólicos e outras funções fisiológicas vitais que dependem da temperatura corporal ideal. 
O ponto fixo fisiológico para a temperatura corporal representa o valor de referência em torno 
do qual o corpo humano regula sua temperatura interna. A termorregulação é crucial para 
manter a homeostasia térmica e garantir que as funções do corpo ocorram de maneira 
eficiente e equilibrada.

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