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GESTÃO DA 
AVALIAÇÃO 
EXTERNA E 
CONSELHOS 
ESCOLARES
Nice Pastor Delacalle
Elaboração de plano 
de ação a partir de 
indicadores externos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer o plano de ação como um instrumento fundamental 
para garantir a melhoria do ensino e da aprendizagem.
  Identificar a formação dos professores como uma importante ferra-
menta do plano de ação.
  Definir as características da organização de um plano de ação dos 
resultados apontados pelos indicadores externos.
Introdução
A qualidade da educação é medida de forma institucional por meio das 
avaliações externas, que são compostas pela aplicação de testes padro-
nizados pelos sistemas de ensino e do fluxo escolar. A elaboração de 
indicadores que contemplam a proficiência, que basicamente representa 
o quanto a escola conseguiu ensinar aos estudantes, e o fluxo escolar, 
que indica em quanto tempo a escola conseguiu ensinar, são emitidos 
boletins para a sociedade e escolas, para que, diante dos resultados, 
possam ser tomadas medidas sistêmicas ou locais para a melhoria da 
qualidade da educação. 
Neste capítulo, você vai entender a importância de utilização dos 
resultados das avaliações externas como indicadores de referência para 
alavancar o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem 
que são praticados na escola, tendo como base o desenvolvimento e a 
implementação de um plano de ação factível e viável.
1 Planejamento e qualidade
O planejamento é um dos fatores do sucesso de qualquer organização. Sem a 
organização de um bom plano de execução e monitoramento contínuo, a ação 
dos profi ssionais se torna inócua, voltada somente para as situações urgentes 
do cotidiano, para os efeitos, e não as causas, gerando um descompasso entre 
o que se pretende e o que se faz. Na educação, não é diferente. Temos como 
referência primária o artigo 205 da Constituição Federal de 1988, segundo 
o qual “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualifi cação para o trabalho” (BRASIL, 1988, documento on-line).
A partir disso, em diferentes instâncias, está estabelecido o compromisso 
com a educação de qualidade e, para tanto, são elaborados planos e regras 
complementares para garantir os direitos de cada pessoa, que são igualitários, 
ou seja, todo cidadão, independentemente de etnia ou classe social, tem os 
mesmos direitos. No entanto, garantir os direitos de cada cidadão depende de 
suas condições originais e do contexto social em que ele está inserido. Assim, 
podemos afirmar que, para prover a garantia de um direito individual, é preciso 
identificar as peculiaridades desses indivíduos e supri-las; caso contrário, não 
se efetiva a justiça da garantia dos direitos. 
Considerando que todas as pessoas precisam ter a garantia de seu pleno 
desenvolvimento, em uma visão simplista ou simplificada, em situação de 
“acesso à educação”, bastaria ao poder público fazer a correlação de capa-
cidade de atendimento das escolas à população compreendida na faixa de 
escolarização. Em tese, cada pessoa em idade escolar teria seu direito garantido, 
mas as condições sociais, geográficas, climáticas e densidade demográfica, 
por exemplo, são variáveis que interferem diretamente no acesso à educação.
Os estudantes de um centro urbano se deslocam caminhando para a escola ou, em 
alguns casos, necessitam de transporte terrestre. Já os estudantes de regiões ribeirinhas 
somente terão efetivo acesso à escola se lhes for garantido o transporte pluvial, ou 
seja, para que a garantia de acesso seja efetivada, é preciso identificar as condições 
reais de cada contexto, o que denominamos equidade. 
Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos2
As políticas públicas de educação são consubstanciadas em planos que 
direcionam recursos e outras formas de incentivo e fomento para os pontos 
em que o desenvolvimento é prioritário, tendo, como premissa a equidade. 
O contexto social brasileiro é bastante desigual. Quando pensamos em políticas 
públicas, especialmente em educação, precisamos entender que o ponto de chegada 
de cada pessoa é comum, ou seja, pretende-se que cada indivíduo atinja o previsto 
no artigo 205 da Constituição federal (BRASIL, 1988). Entretanto, as oportunidades são 
diferentes; nesse sentido, o direcionamento de programas, projetos, planos e recursos 
precisa considerar as peculiaridades e os indicadores regionais, visando criar mais 
oportunidades e condições para quem mais precisa.
Diante desse quadro, a avaliação da educação é essencial para identificação 
de sua evolução, assim como para o direcionamento de políticas públicas 
como instâncias reguladoras para a consecução dos objetivos educacionais 
em nível de sistema. 
A avaliação externa é um dos principais meios de obtenção de indicadores 
para tal e é realizada, geralmente, por meio de testes padronizados, funda-
mentados em uma matriz de referência e uma escala de proficiência na qual a 
indicação da proficiência da turma avaliada remeterá aos processos de ensino 
pelos quais ela trilhou. 
Nesse sentido, as avaliações de sistema são voltadas para identificar as 
habilidades desenvolvidas pelos estudantes, medindo, assim, a eficácia do 
trabalho pedagógico escolar, refletido no desenvolvimento da aprendizagem 
do estudante, para que esse garanta sua formação cidadã, plena, integral além 
de estar preparado para viver o mundo do trabalho. 
Avaliar a proficiência dos estudantes e apresentar o resultado para a ins-
tituição de ensino é algo muito simplista e que acaba não correspondendo 
efetivamente à qualidade educação desenvolvida por cada escola. 
A qualidade da educação de cada escola tem como referência a garantia 
de acesso, de permanência e o sucesso, ou seja, não basta matricularmos 
os estudantes, é preciso que eles frequentem a escola e aprendam o que foi 
previamente programado no tempo que foi estimado.
3Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos
Assim, além da proficiência, os testes também avaliam o fluxo escolar: 
uma escola em que o estudante não conclui o ciclo de ensino por abandono 
ou retenção não está efetivamente cumprindo sua missão junto à sociedade. 
O desafio posto é inclusivo e agregador, ou seja, a escola tem o desafio de 
ensinar a todos e a cada um, independentemente de condições econômicas, 
sociais ou de saúde, o que demanda ações inovadoras, estudo, pesquisa e 
formação continuada de todos os profissionais da educação. 
Os indicadores de qualidade da educação são de interesse não somente dos 
sistemas de ensino, mas também de toda a sociedade civil. Muito mais do que 
saber o resultado apresentado em forma de indicador de qualidade, é urgente e 
necessário desdobrá-lo e transformá-lo em alavanca para a melhoria necessária. 
Quando a equipe escolar define seu projeto pedagógico, define a identidade 
da instituição, sua missão, valores, objetivos e traça caminhos pelos quais 
os objetivos serão atingidos. Para que a missão seja efetivada, é necessário 
um plano que contemple os caminhos e as estratégias que serão utilizadas 
para a formação dos estudantes que dali fazem parte. Assim, os indicadores 
construídos a partir das avaliações externas estão se tornando cada vem mais 
relevantes para que as equipes escolares se debrucem na sua interpretação, 
buscando corrigir os rumos das atividades pedagógicas escolares. 
Os resultados das avaliações externas se tornaram importante recurso para 
que a gestão da escola incentive e engaje professores, estudantes e comunidade 
escolar para reflexão, diálogo e organização de percursos que alcancem de 
forma efetiva dos objetivos educacionais.
O Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universi-
dade Federal de Minas Gerais oferece em sua páginaum glossário com termos de 
alfabetização, leitura e escrita para educadores.
Para que fazer planos de ação?
Planejar é estabelecer objetivos, pontos de chegada, prever intercorrências 
internas e externas ao contexto, ou seja, estabelecer o caminho que será 
trilhado; exige refl exão e tempo, mas não se trata de tempo perdido, pois 
enveredamos nossos esforços para o que realmente é necessário, otimizando 
Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos4
a utilização de recursos em diferentes níveis, inclusive os recursos humanos. 
Segundo o educador Paulo Freire (2012, p. 12), “A melhor maneira que a gente 
tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje 
é fazendo hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fi zer hoje aquilo 
que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje aquilo que hoje não pode ser feito, 
difi cilmente eu faço amanhã aquilo que hoje não pude fazer”.
É importante destacar, nesse sentido, que um bom plano educacional não 
é o documento perfeito aprovado pelas secretarias de educação e arquivado 
na sala do diretor, mas aquele que possibilita que todos os envolvidos no 
processo educativo realizem suas atribuições conforme planejado e dentro 
do tempo previsto. 
Periodicamente, o plano precisa ser revisto para que se identifique se o que 
está sendo realizado caminha dentro das perspectivas de consecução e o que 
precisa ser revisto, ajustado, alinhado. Os tempos escolares são organizados 
com a previsibilidade de “espaços mínimos” para as retomadas e reflexões, 
destinados ao planejamento e replanejamento e às reuniões de conselho de 
classe, de série e/ou de ano, tendo como enfoque principal os processos de 
ensino e de aprendizagem. 
As situações de fracasso escolar não ocorrem ao final de um período letivo, 
como uma situação surpresa para docentes, estudantes e responsáveis. O 
fracasso escolar ocorre diariamente, quando os estudantes têm suas trajetórias 
escolares negligenciadas ou quando a avaliação se reduz a aplicação de uma 
média aritmética, e não a apreensão efetiva do que foi ensinado; assim, vai 
ocorrendo diariamente e pode ser ampliado em progressão geométrica ou 
corrigido, quando a equipe é comprometida com a aprendizagem dos estudantes 
e busca corrigir os rumos ao longo do processo.
Nesse contexto, com o desafio de ensinar bem a todos, a escola precisa 
reorganizar seu plano de trabalho considerando os indicadores internos ou 
externos, que dão pistas de que as ações planejadas estão ou não sendo sufi-
cientes e satisfatórias para o cumprimento do expresso no projeto pedagógico 
e no plano de gestão.
O planejamento estratégico, que expressa uma visão de futuro sustentada 
em uma avaliação, é a referência para a elaboração do plano de ação, ou seja, 
é preciso ter clareza quanto à missão, visão, objetivos e metas da unidade 
escolar. Um dos principais elementos de sucesso de um plano de ação está 
relacionado à forma pela qual é elaborado; assim, é altamente recomendável 
que o plano de ação seja construído de forma participativa, pois, além de 
tornar a discussão mais aprofundada e ampla, ainda confere legitimidade ao 
processo, pois envolve e mobiliza os vários segmentos. 
5Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos
Nesse sentido, foco é a palavra-chave de um bom plano de ação e per-
mite a superação das causas dos problemas, assim como a identificação de 
prioridades ou pontos de melhoria elencadas pela equipe. Para tanto, faz-se 
necessária análise completa do que é interno e do que é externo à ação da 
equipe, identificando, dentro do contexto escolar, as forças e oportunidades, 
assim como as ameaças e desafios. Considerando o panorama educacional, é 
necessário estruturar o plano de ação com foco no contexto interno, ou seja, 
delimitar ações factíveis e plausíveis que possam ser executadas pelas pessoas 
da escola e na escola, pois não será frutífero planejar ações cuja capacidade 
de execução extrapola os sujeitos do contexto escolar. 
Um plano de ação precisa contemplar o que de fato precisa ser feito, por 
quem precisa ser realizado, em quanto tempo, com quais recursos, quais 
estratégias, qual o resultado esperado, quais indicadores e registros serão 
utilizados como evidência, como será realizado o monitoramento ao longo da 
realização, como será feita a avaliação da eficácia e sua retroalimentação; ou 
seja, considerando os resultados obtidos, como a equipe escolar irá proceder, 
quais novos desafios irá focar, considerando que a melhoria da qualidade é 
ação contínua da equipe escolar. 
As ações planejadas precisam ser consistentes, coerentes, pontuais e iden-
tificar nominalmente os responsáveis e suas atribuições no desenvolvimento 
das ações e um cronograma de execução e de avaliação. O monitoramento e o 
acompanhamento precisam ser sistemáticos, sistematizados e periódicos, e os 
registros são essenciais, pois é a partir deles que são produzidas as informações 
necessárias para avaliar sua eficácia.
Longe de ser um documento burocrático, o plano de ação é um instru-
mento vivo e dinâmico, direcionador de boas e efetivas ações no combate do 
fracasso escolar.
2 O desafio da formação continuada do docente
Segundo Murici e Chaves (2016, p. 35), com base na pesquisa desenvolvida 
pela equipe do movimento Todos pela Educação e o Instituto Ayrton Senna, 
as características de um professor bem preparado são: “domínio de conte-
údo, compreensão do processo de aprendizagem dos alunos; habilidade no 
gerenciamento da sua rotina profi ssional, exemplifi cando: saber administrar o 
tempo, defi nir claramente os objetivos, elaborar e executar os planos de aula 
e avaliar e intervir sobre os resultados”.
Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos6
Há, entre as notas técnicas do Índice de Desenvolvimento da Educação 
Básica (IDEB), indicadores relativos ao trabalho docente que evidenciam como 
está a formação docente em cada sistema de ensino, ou seja, se a formação 
inicial do professor corresponde minimamente à graduação em cursos de 
licenciatura dedicados à área que lecionam. Os indicadores obtidos por meio 
dessas informações precisam direcionar as políticas públicas nacionais e 
regionais de formação docente.
A formação do professor é tão relevante para o desenvolvimento da qua-
lidade e da educação que, no Plano Nacional de Educação (PNE), há quatro 
metas específicas (15, 16, 17 e 18) de formação docente.
Saiba mais sobre as metas do PDE relacionadas à formação do professor acessando a 
página do PNE no site do Ministério da Educação.
A formação docente consta entre os pilares normativos da área da educação 
e é uma preocupação em função de diferentes fatores, como a existência de 
professores leigos em diferentes áreas do país, a formação de professores da 
educação infantil e do ensino fundamental nos anos iniciais por meio de for-
mação em nível médio, a precária formação inicial em cursos de licenciatura 
ofertados, a dificuldade de acesso e ingresso nos cursos do ensino superior, 
o reduzido número de profissionais com especializações, pós-graduações, 
mestrado e doutorado atuando na educação, entre outros. 
Além disso, a formação docente está estritamente ligada ao desenvolvimento 
da educação, pois o desenvolvimento da educação escolar se baseia no princípio 
de que os processos de aprendizagem e de ensino são interdependentes. É 
importante destacar que o conceito de ensino que está presente nessa afirma-
ção não é o processo passivo e tradicional, mas, muito pelo contrário, é um 
conceito dinâmico, desafiador e estimulante com o qual o professor planeja 
situações de aprendizagem desafiadoras e estimulantes para os estudantes. 
Assim, o conhecimento vai sendo construído por meio da interação do “sujeito 
estudante” com o “objeto do conhecimento”, o que requer do professor muito 
mais conhecimento sobre a disciplina de sua formação, vasto conhecimento 
sobre o currículo, as demais disciplinas, suas articulações e interdependência,7Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos
além de conhecimento sobre as teorias de conhecimento, didática, metodologias 
e estratégias de ensino, que devem ser centradas em metodologias ativas. 
Assim, fica evidente que, para melhorar a qualidade da educação, a forma-
ção do professor é prioritária no contexto educacional e não pode ocorrer de 
forma estanque ou episódica, mas deve ser um processo contínuo, considerando 
a importância do exercício da docência para a formação dos estudantes em 
uma sociedade. Lück (2012, p. 82), nesse sentido, afirma:
A complexidade do processo de ensino depende, para seu desenvolvimento e 
aperfeiçoamento, de ações coletivas, de espírito de equipe, devendo ser este 
o grande desafio da gestão educacional. E é nesse sentido que se caracteriza 
essa gestão: na mobilização do talento humano, coletivamente organizado 
para a promoção de experiências significativas de aprendizagem.
Assim, podemos entender que o trabalho individualista precisa ser superado 
e ampliar o espaço para a ação colaborativa, coletiva. Essa forma de pensar 
no coletivo amplia a formação e personaliza o atendimento aos estudantes, 
pois o sucesso ou fracasso é compartilhado por todos. Se houver melhoria no 
processo de aprendizagem, todos são responsáveis, mas, ao mesmo tempo, 
se um aluno abandonar a escola ou não aprender o que foi planejado para 
seu desenvolvimento, a responsabilidade pelo “fracasso” também é de todos.
Enfatizando que a escola precisa desenvolver-se como organização, a ins-
tituição precisa trazer para si a responsabilidade de identificar seus problemas, 
entendê-los e superá-los em um movimento dialógico horizontal que não busca 
heróis ou culpados, mas que se constitua e se construa tendo como premissa 
os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a conviver, 
aprender a fazer e aprender a ser. Assim, a própria formação docente pode ser 
desenvolvida dentro do universo escolar, em um movimento de autoformação, 
de reflexão e diálogo, tendo como ponto de partida a realidade escolar, o ponto 
de chegada e os objetivos definidos na proposta pedagógica.
Sem nenhuma pretensão de isentar a formação profissional inicial obtida 
os cursos de licenciatura, tampouco os sistemas de ensino na oferta de pro-
gramas de formação em serviço e a motivação individual dos profissionais 
que buscam pessoalmente sua formação continuada, é urgente que a equipe 
escolar introduza em seu plano de ação percursos de formação docente, que 
podem ser realizados nos tempos previstos em calendário escolar, e outros 
que serão criados e estimulados pela própria equipe. É relevante, assim, que 
os profissionais que atuam na equipe gestora participem desses processos 
Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos8
formativos, evidenciando sua relevância, modelizando o envolvimento e o 
engajamento com o sucesso da equipe.
O objeto de conhecimento da formação dos professores está relacionado 
ao desafio de desenvolver o currículo escolar, motivando e estimulando o 
protagonismo dos estudantes, fomentando o uso da tecnologia, agregando 
o pensamento crítico e solidário e mobilizando-o para corresponsabilização 
de sua própria formação acadêmica. Um programa de formação organizado 
pela e para a equipe escolar pode vir a transformar a escola de reprodutora do 
conhecimento para polo de construção de conhecimento e cultura.
A forma como o cotidiano escolar é organizado pode fortalecer o ambiente 
pedagógico, de modo que os professores são os profissionais que dão o tom 
do comprometimento com cada estudante e com a equipe de trabalho. Nesse 
sentido, a viabilidade da execução de um plano de ação está pautada em sua 
aderência junto ao corpo docente e, para tal, o melhor enfoque é a construção 
conjunta, desde a análise dos indicadores até a sua execução, monitoramento 
e avaliação.
3 Como elaborar um bom plano de ação a partir 
de indicadores externos
As ações planejadas na e para a escola devem estar de acordo com as normas 
e defi nições prévias do sistema de ensino ao qual faz parte. Um cuidado muito 
especial que se deve ter é com a relevância e o uso dos planos, pois há certa 
tendência em se burocratizar demais por meio da busca pelo perfeccionismo 
do registro, que acaba por se tornar impraticável. Assim, podemos afi rmar que 
o melhor plano é aquele que de fato apresenta ações factíveis que combatam 
a situação inadequada ou indesejada para o estágio de alcance dos objetivos 
e das metas propostas.
Nesse sentido, os gestores escolares precisam fazer uso de ferramentas ou 
métodos de gestão. No processo de gestão escolar, o Ciclo PDCA, conhecido 
como Ciclo de Deming, é um dos mais utilizados, pois estimula a organização 
e a retroalimentação, de fácil implementação. 
Segundo Murici e Chaves (2016, p. 95), “Plano de ação é o conjunto de 
ações organizadas no tempo e atribuídas aos responsáveis por fazê-las acon-
tecer conforma previsto. Sua efetividade depende da qualidade da análise e 
de uma liderança forte na execução e no monitoramento das ações”. Nesse 
sentido, um bom plano de ação é iniciado pela equipe gestora da escola, quando 
9Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos
essa se debruça sobre os resultados das avaliações, realiza análise criteriosa, 
estabelecendo, inclusive, a análise comparativa com resultados anteriores. 
É importante a estratificação desses resultados, ou seja, descortinar o 
véu que os indicadores trazem. A composição do IDEB, por exemplo, traz o 
desempenho dos estudantes nos testes de língua portuguesa, de matemática 
e o fluxo escolar, que corresponde a uma média entre as taxas de aprovação, 
abandono e reprovação do estudante. 
Partindo desse conhecimento, a equipe escolar identificará qual foco prio-
rizar, considerando a realidade do projeto pedagógico e das efetivas condições 
de melhoria por meio da ação engajada dos profissionais, estudantes e da 
comunidade escolar.
É importante que os resultados do trabalho escolar sejam conhecidos por 
todos, assim como os desafios de melhoria, que são postos pelos sistemas de 
ensino ou pela própria equipe escolar. Caso a meta seja estabelecida pela equipe, 
lembre-se de que ela deve ser alcançável e realista e, por isso, é essencial o 
estudo de um conjunto de resultados por um determinado período. 
Esse conhecimento construído, ao ser compartilhado com os demais mem-
bros da equipe escolar, traz inúmeros benefícios à gestão, como a visibilidade, 
a transparência, a divulgação de resultados e metas, a análise das metas e 
resultados, a mobilização da equipe docente e o estímulo ao engajamento de 
todos na busca da melhoria contínua da escola.
Concluída a fase inicial do estudo e o desdobramento dos indicadores, é 
preciso identificar qual é o problema a ser enfrentado, ou seja, o que está se 
afastando dos objetivos, o que não foi exitoso o suficiente ou até mesmo o que 
está ruim. Nesse processo, é relevante a priorização, caso sejam identificados 
muitos problemas, com a realização de análise estatística dos dados, evitando 
focar em discursos sem fundamentação, oriundos do senso comum, ou seja, 
é preciso basear-se em fatos e dados. 
O trabalho da equipe gestora nos processos anteriormente indicados (ana-
lisar e desdobrar os resultados, divulgar, compartilhar com a comunidade e 
identificar o problema) precisa ser realizado de forma rápida, principalmente a 
partir da próxima fase, pois será imprescindível a participação e o engajamento 
da comunidade escolar.
Identificado o problema, a equipe gestora precisa organizar uma reunião 
de trabalho com representantes de todos os segmentos da equipe, um grupo 
misto que contenha, no mínimo, professores, estudantes, funcionários, pais. 
Essa reunião é a constituição de um grupo de trabalho para o qual a equipe 
gestora apresentará detalhadamente os resultados dos indicadores, a análise da 
equipe gestora, a identificação do problema, de modo que, juntos, realizem as 
Elaboraçãode plano de ação a partir de indicadores externos10
etapas de identificação da causa primária ou raiz do problema, para, depois, 
partirem para a elaboração do plano de ação. 
A multiplicidade de olhares dos diferentes atores que participam da vida 
escolar é essencial para que a identificação das causas seja mais abrangente 
e completa. É importante que a equipe possa contar com uma estratégia que 
de fato identifique a causa e a vincule ao efeito (problema). Nesse sentido, o 
brainstorming não verbal é uma estratégia que pode viabilizar a participação 
dos representantes de diferentes segmentos, pois, por meio da expressão escrita, 
é possível diminuir a incidência de influência de uns sobre os outros. Nessa 
forma de trabalho, as pessoas registram seus pontos de vista em um papel e 
entregam para o gestor, que os organiza por semelhança. É uma estratégia de 
gestão que permite que o grupo se expresse, de forma a respeitar a ideia do 
outro, além de trazer à tona as causas dos problemas sob diferentes olhares. 
Após a identificação das causas, é necessária a mediação dos gestores 
para que o grupo dialogue, tire dúvidas, busque pontos de convergência, 
identifique e esclareça divergências até definir quais são as causas primárias 
dos problemas. É importante que a equipe gestora, ao conduzir o diálogo, 
coloque-se em postura aberta e dialógica. Quando a causa raiz for identificada, 
o grupo poderá partir para a elaboração do plano de ação propriamente dito.
Na organização desse plano de ação, é importante que a equipe seja criativa 
e que as ações sejam realizáveis, inovadoras, pois ao serem repetidas as mesmas 
experiências, os resultados provavelmente se repetirão; assim, o engajamento do 
grupo, o capital humano, é essencial para que o plano ultrapasse as fronteiras 
do registro e ganhe vida no cotidiano escolar. 
Um bom plano de ação precisa ser registrado e tornar-se visível a todos, 
sendo um compromisso que toda a equipe assume. Para ser inteligível, um plano 
de ação deve conter, no mínimo: a causa raiz que será bloqueada; a descrição 
da ação que será realizada e sua justificativa; a identificação do responsável 
pela ação; os procedimentos que serão adotados; os prazos de realização (início, 
monitoramento e conclusão), onde será feito e o custo da ação.
O plano de ação, quando em execução, precisa ser periodicamente moni-
torado; assim, é importante que a equipe defina alguns pontos: primeiro, a 
periodicidade de atualização do plano de ação, para identificar seu andamento 
(tanto para os membros do grupo de trabalha quanto para toda a comunidade 
escolar); segundo, da execução do plano em si, para verificar se as ações 
estão produzindo ou não o efeito planejado — se sim, as ações seguem sendo 
realizadas, se não, as ações precisam ser revistas, alteradas ou substituídas. 
Veja, a seguir, as fases do ciclo do plano de ação.
11Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos
1. O resultado da avaliação externa precisa ser estudado pela equipe gestora 
e desdobrado para que se entenda sua composição e se identifique o 
problema.
2. Identificar o problema — a análise dos dados é essencial para sua 
identificação. O problema é um resultado insatisfatório ou inadequado.
3. Identificar a(s) causa(s) do problema, pois o plano de ação precisa com-
bater a causa para que o efeito (resultado inadequado) seja transformado.
4. Organizar o plano de ação — as soluções devem estar centradas no 
que é de âmbito da governabilidade da instituição (o que é possível ser 
feito em nível de escola, ou seja, pela equipe escolar).
5. Implementar o plano de ação seguindo métodos, prazos, registros e 
ações planejadas.
6. Monitorar o plano, checar seu andamento, identificar as ações que estão 
ocorrendo dentro do esperado, alinhar ou refazer as ações que não estão 
tendo o resultado parcial esperado (reiniciar o ciclo).
Esse ciclo de trabalho é contínuo, pois a qualidade em educação é algo que 
está em constante evolução. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 5 
out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 19 fev. 2020.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 11. ed. São Paulo: 
Paz e Terra, 2002.
LÜCK, H. Perspectivas da avaliação institucional da escola. Petrópolis: Vozes, 2012. (Série Ca-
dernos de Gestão, v. 6).
MURICI, I. L.; CHAVES, N. M. D. Gestão para resultados na educação. 2. ed. Nova Lima: Falconi, 2016.
Leituras recomendadas
ALMEIDA, F. J. Avaliação externa: vilã ou salvadora? Nova Escola, 01 nov. 2009. Disponível 
em: https://novaescola.org.br/conteudo/609/avaliacao-externa-vila-ou-salvadora. Acesso 
em: 11 mar. 2020.
BONAMINO, A. Matriz de Referência. Glossário Ceale, 2014. Disponível em: http://www.ceale.fae.
ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/matriz-de-referencia. Acesso em: 11 mar. 2020.
Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos12
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
CAVALCANTI, F. A. Planejamento estratégico participativo: concepção, implantação e controle 
de estratégias. 2. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2019. 
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13Elaboração de plano de ação a partir de indicadores externos

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