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1 RESUMO DA UNIDADE Ao conjunto das funções administrativas, consideradas como um todo integrado, o nome de processo administrativo serve de base para a literatura neoclássica da administração, que busca explicar como as funções administrativas são desenvolvidas pelas organizações. O PPP (projeto político pedagógico) é uma ferramenta de planejamento e avaliação que deve ser usado como uma espécie de guia, cada vez que uma decisão precisa ser tomada. Embora ele também deva ser elaborado com o auxílio de toda a comunidade escolar, ele é mais complexo do que o planejamento. As especificidades sobre o que se espera de cada área são descritas dentro do Regime Escolar, incluídas no Projeto Pedagógico e apresentadas aos integrantes da instituição, a fim de que todos tomem conhecimento de suas atribuições nesse ambiente e durante um ano de convívio. É esperado que nessa unidade o aluno consiga aprender, compreender e desenvolver os conhecimentos sobre a funções administrativas e os elementos que são necessários para que estas sejam elaboradas no ambiente educacional. Palavras-Chave: Planejamento, Direção, Controle, Organização. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 2 SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 SUMÁRIO .................................................................................................................................2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 CAPÍTULO 1 - PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO .............................4 1.1 Planejamento .............................................................................................................4 1.2 Organização ............................................................................................................ 10 1.3 Direção ..................................................................................................................... 15 RECAPITULANDO............................................................................................................... 20 CAPÍTULO 2 - FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO ........................................................ 28 2.1 Administração Japonesa ....................................................................................... 28 2.2 Benchmarking ......................................................................................................... 32 2.3 Administração Empreendedora ........................................................................... 35 2.4 O Emprego .............................................................................................................. 37 2.5 Metodologia 5S ....................................................................................................... 41 RECAPITULANDO............................................................................................................... 44 CAPÍTULO 3 - CONTROLE DE GESTÃO .................................................................... 48 3.1 Controle ................................................................................................................... 48 3.2 Analise SWOT ........................................................................................................ 55 3.3 Gestão Escolar ....................................................................................................... 58 RECAPITULANDO............................................................................................................... 63 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 67 FECHANDO A UNIDADE ................................................................................................... 68 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 71 3 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Este material abordará as razões pelas quais o sistema de gestão escolar é importante. No momento, existem inúmeras escolas que implementaram esse sistema. Em geral, esse sistema conseguiu facilitar a tarefa de administradores, professores, equipes e outros por meio de uma plataforma multifuncional. Não apenas limitado à gerência interna, a gerência do sistema escolar também gerencia a interação da escola com os alunos e os pais. Esse recurso realmente torna eficaz a comunicação entre as três partes. A liderança tem um papel vital a desempenhar na criação de condições para o sucesso em todos os níveis dos sistemas de educação e treinamento. Os líderes escolares são os principais atores no estabelecimento de vínculos efetivos entre os diferentes níveis de educação e treinamento, famílias, mundo do trabalho e comunidade local, com o objetivo comum de aumentar a conquista de alunos. Gestão educacional é um campo que se preocupa com o funcionamento de organizações educacionais. É o processo de planejamento, organização e direção de atividades em uma escola, utilizando efetivamente recursos humanos e materiais, a fim de alcançar os objetivos da escola. Não é um campo limitado aos diretores da escola. Todas as partes envolvidas na educação devem ter uma visão da Gestão Educacional, pois é vital ajudar as escolas a funcionarem com sucesso e efetivamente atingirem seus objetivos. Já o instrumento benchmarking possui um diferencial frente ao planejamento estratégico, por procurar, além de suas próprias operações ou indústrias, fatores- chave que influenciem produtividade e resultados. Portanto, trata-se de um recurso que pode auxiliar na melhoria do desempenho escolar. 4 CAPÍTULO 1 - PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO 1.1 Planejamento Planejamento, organização, direção e controle (PODC) são as ações que compõem o ciclo do processo administrativo. De maneira ampla, essas são as quatro grandes funções administrativas de uma empresa. Ao conjunto das funções administrativas, consideradas como um todo integrado dá-se o nome de processo administrativo. Ele serve de base para a literatura neoclássica da administração, que busca explicar como as funções administrativas são desenvolvidas pelas organizações. A figura 01 traz um esquema sobre o processo administrativo: Figura 1 Processo administrativo Fonte: Elaborada pela autora (2019) Planejar é decidir com antecedência o que fazer, como fazer, quando fazer, e quem deve fazer. O planejamento cobre o espaço entre onde estamos e para onde queremos ir. Torna possível a ocorrência de eventos que, em caso contrário, não aconteceriam. Embora o futuro exato não possa ser predito, e fatores incontroláveis podem interferir com os planos mais bem formulados, a menos que haja planejamento, os eventos serão deixados totalmente ao sabor do acaso. Planejamento é um processo intelectual exigente; requer determinação consciente Planejamento Organização Controle Direção 5 das alternativas de ação e a fundamentação de decisões em finalidades, conhecimentos e estimativas cuidadosas. O planejamento consiste em analisar os cenários que impactam na organização e delinear as estratégias futuras diante deles. É o momento de definir os objetivos e os meios para alcançá-los, com a intenção de reduzir as incertezas e orientar a tomada de decisões no processo administrativo. A partir do momento em que definimos que precisamos ou queremos conquistar alguma coisa, é essencial, fazer um planejamento pessoal ou profissional que nos permita alcançar efetivamente este objetivo. Por exemplo, se uma pessoa deseja fazer uma viagem internacional, um MBA numa boa escola, comprar um carro ou casa própria, ou ainda investir num procedimento estéticocirúrgico, ela precisa planejar: onde, quando e como realizará esta meta. Antes de começar um projeto ou atribuição, você deverá ter uma ideia geral de como isso afetará os outros, será necessária uma reavaliação quando houver uma alteração no ambiente de trabalho, uma reavaliação sempre será necessária. Estabeleça padrões altos para obter qualidades no desempenho dos seus projetos, assim você estará mais próximo de alcançar o topo da qualidade e um desempenho superior em outros projetos. FIQUE ATENTO O planejamento consiste em analisar os cenários que impactam na organização e delinear as estratégias futuras diante deles. É o momento de definir os objetivos e os meios para alcançá-los, com a intenção de reduzir as incertezas e orientar a tomada de decisões no processo administrativo. O planejamento estratégico é um importante componente do planejamento empresarial, que facilita de forma substancial a gestão de uma empresa. Planejar estrategicamente significa usar os recursos disponíveis de forma eficiente, aumentando a produtividade de um indivíduo ou empresa. A gestão do tempo é crucial para qualquer empresa, pois é um dos recursos mais valiosos à 6 nossa disposição. A gestão estratégica dos riscos também é uma área importante para qualquer empresa. A gestão administrativa além da técnica de administrar, ainda se utiliza de outros ramos como o direito, a contabilidade, economia, psicologia, matemática e estatística, a sociologia, a informática, entre outras. A gestão de pessoas é uma parte essencial da gestão administrativa ou de empresas. Em uma empresa, o ato de administrar significa planejar, organizar, coordenar e controlar tarefas, visando alcançar produtividade, bem-estar dos trabalhadores e lucratividade, além de outros objetivos definidos pela organização. Um dos ramos da administração de empresas é a administração financeira, que consiste na administração das finanças da organização. O empreendedorismo é essencial nas sociedades, pois é através dele que as empresas buscam a inovação, preocupam-se em transformar conhecimentos em novos produtos. Existem, inclusive, cursos de nível superior com ênfase em empreendedorismo, para formar indivíduos qualificados para inovar e modificar as organizações, modificando assim o cenário econômico. Atualmente, a inovação pode ser considerada um sinônimo de adaptação e, para que as empresas possam obter resultados e continuar na "batalha" no mercado empresarial, as inovações são essenciais para que possam se moldar às mudanças que acontecem nas estruturas sociais e econômicas. O planejamento deve ser uma constante na rotina das empresas, de tal forma que as empresas tenham no planejamento uma ferramenta útil, para que o grau de incertezas seja minimizado, incertezas quanto aos vários sistemas que compõem uma empresa: sistema financeiro, de comunicação, de Recursos Humanos, estratégia e outros sistemas. O planejamento formal é de grande relevância para o desenvolvimento das soluções mais importantes para a empresa, e torna a empresa integrada e com uma cultura voltada ao planejamento sistêmico em todas as situações e enfoque nos objetivos e metas o que direciona a empresa em um único objetivo. 7 SE LIGA Atualmente, a inovação pode ser considerada um sinônimo de adaptação e, para que as empresas possam obter resultados e continuar na "batalha" no mercado empresarial, as inovações são essenciais para que possam se moldar às mudanças que acontecem nas estruturas sociais e econômicas. Planejamento é precisamente um processo que identifica as metas e os objetivos que se quer alcançar. O planejamento produz estratégias para conseguir o que se propõe; organizar os meios pelos quais se quer conseguir um objetivo; planejamento dirige e controla todos os passos na sequência apropriada. O planejamento é um processo de tomada antecipada de decisões. Por meio do planejamento, o gestor já sabe o que precisará fazer antes que uma ação seja necessária. Isso porque, ao criar a estrutura e desenhar o plano de aplicação de suas ideias, ele já terá estudado e selecionado caminhos alternativos com base em simulações de futuro, estando preparado para contornar adversidades e para aproveitar oportunidades. Os objetivos estratégicos são aqueles mais amplos, que dialogam diretamente com a missão da empresa. Por exemplo, no caso de uma empresa que tenha entre suas missões proporcionar o bem-estar de seus colaboradores, um de seus objetivos estratégicos poderia ser, por exemplo, diminuir a rotatividade dos seus recursos humanos até um determinado patamar. Segundo Fayol, é uma função gerencial que busca especificar os recursos que devem estar disponíveis para cada produto e fornece cronogramas. Para planejar a estratégia de maneira coerente com o negócio e com a realidade do mercado, é muito importante que se tenham determinados os segmentos de clientes que podem ser atingidos, seus recursos disponíveis e os benefícios, características e diferenciais do produto ou serviço ofertado. Lembre-se que o mercado está em constante mudança. Contínuas e imprevisíveis alterações nas características dos consumidores, surgimento de novos produtos, concorrentes e fornecedores e a mudança no posicionamento estratégico da organização implicam na necessidade de ininterrupta revisão dos objetivos e ações. 8 SAIBA MAIS O planejamento formal é de grande relevância para o desenvolvimento das soluções mais importantes para a empresa, e torna a empresa integrada e com uma cultura voltada ao planejamento sistêmico em todas as situações e enfoque nos objetivos e metas, o que direciona a empresa em um único objetivo. Esse replanejamento constante garante que o negócio esteja sempre atualizado e progredindo. O planejamento não se restringe ao programa de conteúdo a ser ministrado em cada disciplina. Ele vai muito além. Está inserido dentro do plano global da escola, que inclui o papel social, as metas e seus objetivos. A escola, por sua vez, faz parte do sistema educacional e é ligada às secretarias de Educação, nos diversos níveis, que também determinam expectativas de aprendizagem para as diferentes áreas de conhecimento. O planejamento escolar costuma ser realizado antes do início das aulas, durante a semana pedagógica. Neste período, diversos membros da comunidade escolar se reúnem para compartilhar suas experiências do ano anterior e definir o que se espera do ano que está por vir. É importante lembrar que nem todas as discussões necessitam da presença de todos. A definição dos currículos de cada disciplina, por exemplo, não faz necessária a mobilização de toda a equipe escolar, mas tão somente dos professores especialistas e da equipe pedagógica. O PPP é uma ferramenta de planejamento e avaliação que deve ser usada como uma espécie de guia cada vez que uma decisão precisa ser tomada. Embora ele também deva ser elaborado com o auxílio de toda a comunidade escolar, ele é mais complexo do que o planejamento. Nele, constam aspectos como: A missão, visão e valores da escola — juntos, eles formam a identidade da escola: determinam qual é o propósito da instituição e quais são suas aspirações e suas crenças; A clientela — qual o público-alvo a quem são dirigidos os seus serviços; Os recursos — de onde virão os recursos financeiros necessários para a escola e como eles serão empregados; 9 As diretrizes pedagógicas — qual será o currículo escolar a ser lecionado, os materiais didáticos a serem usados, a metodologia utilizada, as metas de aprendizagem a serem alcançadas, etc; Planos de ação — neles contêm os objetivos, as ações a serem feitas, os responsáveis por cada uma das ações e os seus prazos de execução; Ao longo dos meses, é importante acompanhar se as ações previstas no planejamento têm sido implantadase se as estratégias estão dando certo. Essa avaliação pode ocorrer a cada bimestre ou trimestre ou, ainda, semestralmente. Nessa altura, algumas perguntas são essenciais: Tudo o que estava programado deu certo? Por que tal atividade deu errado? Como podemos melhorar para os próximos meses? Com as respostas dessas perguntas em mãos, inicia-se o replanejamento. Não há uma fórmula pronta para a administração de uma escola. Isso depende de suas características, de seus gestores e de seus relacionamentos, invariavelmente. Porém, novas formas de administração devem ser consideradas, já que não se pode levar em conta apenas o que foi aplicado no passado. Ao mesmo tempo em que indicadores mostram necessidades de melhorias, a participação dos envolvidos neste processo, sendo eles professores, diretores alunos ou seus pais, é fundamental para que se alcance bons resultados. Planejar o processo educativo significa, portanto, organizar, racionalizar e coordenar a ação docente visando à articulação entre os programas curriculares (oficiais ou de redes privadas), a prática da sala de aula e as problemáticas inerentes ao contexto social e cultural onde cada instituição está inserida. Nesse sentido, quanto maior a clareza do docente no que diz respeito ao conceito de planejamento e ao ato de planejar propriamente dito, maior liberdade e autonomia serão aplicadas no processo de ensino e aprendizagem. A organização do planejamento escolar é um dos pontos essenciais para que a escola obtenha bons resultados de ensino. Sem planejamento, a equipe docente se dispersa: cada um realiza suas próprias atividades sem uma coordenação que integre esse trabalho aos objetivos pedagógicos da escola. A figura 02 traz um esquema sobre o processo administrativo escolar: 10 Figura 2- Processo administrativo escolar Fonte: Elaborada pela autora (2019) Considerando todo o contexto de atuação da instituição de ensino (isto é, relações internas entre discentes, docentes e funcionários; assim como externas, com os pais, o governo e toda a comunidade, o planejamento articula todos os interesses diversos com o papel da própria escola, a fim de atingir seu objetivo final — educar seus alunos — da melhor forma possível. Um bom planejamento escolar é construído com base não apenas no contexto e na realidade da escola do presente, mas também nos resultados e documentos de anos anteriores, mesmo que tenham sido elaborados por processos distintos. Nesse contexto, é muito importante analisar os resultados por meio de dados, que oferecem uma perspectiva objetiva e precisa do que aconteceu. Assim será possível identificar de maneira assertiva as estratégias e atitudes que não têm sido positivas e substituí-las por novas soluções. Além disso, a análise de dados também vai ajudar a escola a levantar dificuldades e desafios para que sejam trabalhados e superados com a ajuda do novo planejamento. 1.2 Organização Depois de planejar suas estratégias e ações, a empresa passa para a organização. Nessa etapa, ela deve olhar para os seus recursos (financeiros, Acompanhar Avaliar Divulgar Reestruturar ou manter as propostas de ação 11 humanos e materiais) e definir a estrutura administrativa e a divisão de trabalho que irão gerenciá-los. Ao definir a gestão como elemento prioritário em seu escopo de ações, a escola adquire a capacidade de se concentrar na promoção do crescimento, da coordenação e da organização das condições básicas para afiançar um progresso sustentável. Na gestão da escola, a preocupação é lidar com todos os aspectos pertinentes às rotinas educacionais. Seu foco primordial é a obtenção de resultados, de empenho na execução de uma liderança exemplar, de relevância do currículo e da participação ativa dos pais. ATENÇÃO Nesse contexto, é muito importante analisar os resultados por meio de dados, que oferecem uma perspectiva objetiva e precisa do que aconteceu. Assim será possível identificar de maneira assertiva as estratégias e atitudes que não têm sido positivas e substituí-las por novas soluções. Apesar de não ser uma empresa, colégios transcendem o perfil de instituição e, assim como outros segmentos da economia, precisam de regras administrativas para o seu desenvolvimento e para o seu controle. Organização e planejamento escolar são imprescindíveis para a sua sobrevivência no mercado — no caso das privadas — e para evitar crises, como algumas das públicas enfrentam. O planejamento e a organização escolar das tarefas e das metas de um colégio não devem ser levados a ferro e a fogo. Portanto, deve existir certa flexibilidade para se adaptar às mudanças ao longo do percurso. Assim, a avaliação periódica das metas e dos planos de ação devem ser feitas periodicamente para se ter uma visão estratégica clara do seu planejamento e da sua organização escolar. A cultura dá sentidos e fornece direção aos humanos, enquanto estes interagem com o mundo social (a sociedade, o Estado, o sistema educacional ou ainda uma gestão escolar e sua cultura política) constituindo normas. Assim, essas normas são convertidas em regras de comportamento dos atores sociais envolvidos 12 em processos da organização escolar que refletem ou incorporam os valores de uma cultura (GIDDENS, 2010). A escola para realizar esses objetivos necessita de uma gestão para a tomada de decisões e a direção e controle dessas decisões. Sendo assim, para Libâneo, a organização e gestão visão: prover as condições, os meios e todos os recursos necessários ao ótimo funcionamento das escolas e do trabalho e sala de aula; promover o envolvimento das pessoas no trabalho por meio da participação e fazer o acompanhamento e a avaliação dessa participação, tendo como referência os objetivos de aprendizagem; e c) garantir a realização da aprendizagem de todos os alunos. (LIBÂNEO, p.88, 2013). Durante um tempo, a organização e gestão escolar eram concebidas tendo como referência as teorias utilizadas pela Ciência Administrativa. Assim, as organizações produtivas em uma lógica capitalista visavam alcançar a eficiência e eficácia na obtenção do aumento do consumo e, consequentemente, do lucro. (LAKATOS, 1997; MORGAN, 1996). A profissionalização e a modernização de procedimentos administrativos, referentes à nova concepção de gestão escolar, o realinhamento de funções e relações de trabalho e a integração de todos os participantes da escola na definição e encaminhamento das decisões quanto ao seu gerenciamento técnico-pedagógico, tornam-se fatores decisivos para a concretização de uma gestão democrática. A gestão educacional está associada ao compartilhamento de responsabilidades e fixação de relações de confiança, exigidas pela crescente complexidade dos processos sócios educacionais que surgem no cotidiano escolar, impondo desafios aos modelos de gestão das instituições de ensino, onde o desenvolvimento de relações de interdependência e reciprocidade entre todos os segmentos da escola e a capacidade para a tomada de decisões, elaboração de projetos, administração coerente dos recursos humanos, materiais e financeiros, são ações que propiciam o alcance dos resultados desejados. As concepções de gestão escolar refletem, portanto, posições políticas e concepções de homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza e se 13 estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou a transformação social. A concepção funcionalista, por exemplo, valoriza o poder e a autoridade, exercidos unilateralmente. Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas experiências levadas a efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma esquemática, três das concepções deorganização e gestão: a técnico- científica (ou funcionalista), a autogestionária e a democrático-participativa. Alguns autores destacam a importância de o gestor coordenar o trabalho da escola a partir de duas instâncias ou dimensões fundamentais para as quais se dirige o seu trabalho – uma interna e outra externa. Nesse sentido, os processos de planejamento e de avaliação deverão contemplar a escola em seu contexto. Ou seja, é preciso considerar a escola como instituição que desenvolve uma cultura própria, que influencia e é influenciada pela cultura geral. Assim, as duas dimensões mencionadas deverão ser cuidadosamente analisadas no momento de realização do planejamento e da avaliação escolar. Existe uma distinção entre estudos que trabalham com enfoques bem diferentes a respeito da organização e da gestão da escola. Na realidade existem duas concepções. Um enfoque científico-racional e um enfoque crítico, de cunho sócio-político. A primeira concepção vê a organização da escola como sendo tomada uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona racionalmente, ou seja, pode ser planejada, organizada, controlada, de modo a alcançar maiores indicadores de eficácia e eficiência. A maioria das escolas atua nesse modelo de organização. Tem organogramas de cargos e funções, normas e regulamentos. Este é o modelo mais comum de funcionamento da organização escolar. FIQUE ATENTO Alguns autores destacam a importância de o gestor coordenar o trabalho da escola a partir de duas instâncias ou dimensões fundamentais para as quais se dirige o seu trabalho – uma interna e outra externa. 14 A segunda vê a organização da escola como um sistema de agregação de pessoas, onde existe uma intencionalidade de trabalhar com as interações sociais que acontecem dentro e fora da escola. A organização seria uma construção social atribuída aos professores, alunos, pais e integrantes da comunidade mais próxima. (LIBÂNEO, 2001). Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica que compreende a organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente objetiva, mensurável, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados socialmente produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a organização é uma cultura significa que ela é construída pelos seus próprios membros. Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que asseguram o funcionamento de um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente representada graficamente num organograma um tipo de gráfico que mostra a interrelações entre os vários setores e funções de uma organização ou serviço. Evidentemente a forma do organograma reflete a concepção de organização e gestão. A estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e Municípios e, obviamente, conforme as concepções de organização e gestão adotada, mas podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades e funções típicas de uma escola. A educação intercultural perpassa a organização escolar, o tipo de relações humanas que existe entre os profissionais e os usuários da escola, o respeito a todas as pessoas que nela trabalham. Ou seja, trata-se de uma mudança de mentalidade, de transformação das formas de pensar, de sentir, de comportar-se em relação aos outros. É preciso considerar, além disso, que os alunos trazem para a escola e para as salas de aula um conjunto de significados, valores, crenças, modos de agir, resultante de aprendizagens informais, que muitos autores chamam de cultura paralela ou currículo extraescolar. Fazem parte dessa cultura paralela o 15 cinema, a TV, os vídeos, as conversas entre adultos e entre amigos, as revistas populares, o rádio, de onde os alunos extraem sua forma de ver o mundo, as pessoas, as diferentes culturas, povos etc. De fato, a organização e a gestão, referem-se aos meios de realização do trabalho escolar, isto é, à racionalização do trabalho e à coordenação do esforço coletivo do pessoal que atua na escola, envolvendo os aspectos, físicos e materiais, os conhecimentos e qualificações práticas do educador, as relações humano- interacionais, o planejamento, a administração, a formação continuada, a avaliação do trabalho escolar. Tudo em função de atingir os objetivos. Ou seja, como toda instituição as escolas buscam resultados, o que implica uma ação racional, estruturada e coordenada. Ao mesmo tempo, sendo uma atividade coletiva, não depende apenas das capacidades e responsabilidades individuais, mas de objetivos comuns e compartilhados e de ações coordenadas e controladas dos agentes do processo. Assumir o objetivo da educação intercultural não significa reduzir o currículo aos interesses dos vários grupos culturais que frequentam a escola. O que se propõe é que, com base em uma atitude coletiva definida pela escola no sentido de um pluralismo cultural - uma visão aberta e plural em relação às culturas existentes na sociedade e na comunidade -, seja formulada uma proposta curricular que incorpore essa visão intercultural. Não basta, todavia, pensar apenas no currículo formal. A organização escolar e os professores precisam saber como articular essas culturas, ajudar os alunos a fazerem as ligações entre a cultura elaborada e a sua cultura cotidiana, de modo que adquiram instrumentos conceituais, formas do pensar e de sentir, para interpretar a realidade e intervir nela. 1.3 Direção O bom funcionamento de uma escola depende de uma série de fatores. Entre eles, tem-se a estrutura física: ela é composta por carteiras, computadores, bibliotecas, salas de aula, cantinas e até o pátio onde as crianças e os adolescentes podem conviver nos intervalos. 16 Só que nós sabemos que isso não é o essencial. Alunos, professores e demais colaboradores são considerados o que há de mais valoroso dentro de uma escola. A administração escolar não se resume a lidar com suprimentos, folhas salariais ou reposição de livros. Há pessoas envolvidas! A partir daí, notamos como a gestão escolar é desafiadora. Buscando compreender a importância da gestão escolar, muitos pesquisadores da área realizaram trabalhos que nos permitem entender como as práticas de escolas que seguem a integração desses três agentes vêm se tornando mais eficazes para o crescimento da escola e para a satisfação de pais e alunos, que aprendem melhor e absorvem com mais facilidade todo o conteúdo que lhes é apresentado. Enquanto o diretor da escola recebe o feedback e orientações da Secretaria da Educação, orientadores e coordenadores estão mais próximos dos alunos e da gestão da instituição de ensino. Por isso, é importante que todos se comuniquem e criem uma relação de confiança que terá como maior beneficiado o estudante. Um diretor escolar é, por definição, um profissional que carrega consigo grandes responsabilidades. Além de organizar a parte pedagógica, ele também tem que dar conta de tarefas administrativas. Por isso, o diretor de uma escola precisa ser uma pessoa extremamente eficiente e qualificada para desenvolver sua função. Muitas vezes o erro de uma gestão escolar começa pela má escolha do diretor. O cargo muitas vezes é ocupado por professores sem nenhuma experiência em administração ou, pelo contrário, por alguém vindo do mundo dos negócios e sem visão pedagógica. Os 6 maiores desafios da direção escolar 1. Ser claro em relação aos objetivos. 2. Direcionar novos investimentos.3. Entender a realidade dos alunos. 4. Explorar o ambiente da escola. 5. Pensar na governança. 6. Ser empreendedor. 17 Dentro do espaço escolar, o gestor passa por muitas situações que precisam ser resolvidas na hora. Pode ser um aluno que não está se sentindo bem, um atendimento familiar que surge ou um professor que falta. Além disso, tem a rotina administrativa e pedagógica ocupa bastante espaço na agenda. Temos que apoiar o coordenador de turno e o pedagogo, participando das conversas e reuniões rotineiras com as famílias nos casos mais sérios de indisciplina, bem como nas dificuldades de aprendizagem. É importante que o diretor valorize o que cada um tem de bom, demonstrando seu nível de satisfação com os mesmos. Isso acontece quando fala aos pais dos alunos sobre as conquistas alcançadas, sobre os projetos e metas que serão atingidos. Esses objetivos devem ser traçados pelo grupo, pela equipe pedagógica e administrativa da escola. Não pense que fazer uma lista de objetivos e distribuí-la para o pessoal será elemento motivador. Pelo contrário, decisões arbitrárias são totalmente desmotivadoras, castradoras, pois limita o trabalho a ser desenvolvido na sala de aula. Os professores são os gestores das aulas, devem ter autonomia para trabalhar e seguir os caminhos que consideram mais importantes, os melhores caminhos. FIQUE ATENTO Dentro do espaço escolar, o gestor passa por muitas situações que precisam ser resolvidas na hora. O diretor deve: • Se manter informado sobre tendências educacionais e auxiliar os professores para que deem aulas interessantes e relevantes; • Acompanhar a evolução e direcionar a equipe no preparo de materiais para os alunos com baixo desempenho, alunos superdotados e os alunos portadores de necessidades especiais; • Definir junto à coordenação pedagógica e docentes que tipo de materiais e recursos são necessários para atender a todos os alunos; • Estipular quando ocorrerá a observação das aulas; 18 • Pensar junto com a equipe sobre como explorar as novas tecnologias em sala de aula, etc.; • Definir quais procedimentos podem ser adotados para evitar as reprovações; • Estimular a equipe e manter um relacionamento próximo com os responsáveis pelos alunos. Os bons relacionamentos criados por um diretor também servem para que ele seja capaz de mobilizar a família para estabelecer uma parceria de verdade. Quando esse profissional tem voz ativa e estabelece comunicação constante com os familiares, ele consegue desenvolver a percepção de que a escola é uma extensão da casa no que tange à educação, e não o contrário. E quando há esse entendimento, o acompanhamento e o suporte da vida escolar dos estudantes tornam-se maiores, o que favorece bastante a assimilação e internalização dos conteúdos apresentados em sala de aula. 1.3.1 Deveres e Responsabilidades dos Diretores da Escola Diretores de escolas eficazes se preocupam profundamente com o sucesso do aluno e reconhecem que as notas dos testes não são a única medida de uma educação de qualidade. Ao mergulhar em todos os aspectos do sistema escolar, os diretores monitoram as atividades diárias, bem como as questões emergentes. Nenhum dia é o mesmo por causa das variadas responsabilidades do trabalho. Se se é um líder visionário, com habilidades efetivas de comunicação e deseja oferecer a diversos alunos uma educação excepcional, você pode ter o que é necessário para servir com confiança no papel de diretor da escola. As funções de um diretor em uma escola de ensino fundamental, médio ou médio são semelhantes, independentemente de a configuração ser pública ou privada. O papel do diretor é fornecer orientação estratégica no sistema escolar. Os diretores desenvolvem currículos padronizados, avaliam métodos de ensino, monitoram o desempenho dos alunos, incentivam o envolvimento dos pais, revisam políticas e procedimentos, administram o orçamento, contratam e avaliam funcionários e supervisionam as instalações. Outras tarefas importantes envolvem o 19 desenvolvimento de protocolos de segurança e procedimentos de resposta a emergências. O trabalho geralmente inclui assistir a funções da escola após o expediente, como jogos de basquete, concertos, peças de teatro, conferências de pais e reuniões do conselho escolar. Ter uma presença visível mostra interesse e dedicação aos alunos. Muitas vezes surgem problemas que precisam de atenção imediata, como uma questão disciplinar do aluno ou uma ligação de um pai preocupado cujo filho está sofrendo na sala de aula. 20 RECAPITULANDO QUESTÕES DE CONCURSOS[m1][MB2] QUESTÃO 1 Ano: 2017 Banca: Nosso Rumo Órgão: SEDUC-SP Prova: Nosso Rumo - 2017 - SEDUC-SP - Diretor de Escola Um diretor de escola, ao discutir com a equipe escolar sobre o projeto político a ser desenvolvido no ano letivo, propôs que este fosse elaborado e desenvolvido a partir do eixo “Inclusão de alunos com necessidades especiais: seus limites e benefícios”. Fundamentou sua proposta nos artigos 58 e 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96), os quais asseguram o direito à educação especial, e deve, portanto, considerar o seguinte item: A - a necessidade do atendimento de crianças com necessidades especiais em idade escolar como uma das formas de assisti-las em horário de trabalho dos pais e a renovação da escola, tendo em vista a sociedade inclusiva. B - a necessidade de cumprir a legislação que trata da inclusão de crianças com necessidades especiais e, assim, atender à orientação da Secretaria da Educação e Diretoria de Ensino, às quais a escola está vinculada. C - o desenvolvimento de um projeto que contemple a inclusão de crianças com necessidades especiais em escolas e classes comuns, que, além de atender à legislação, é um dos meios de conscientizar a própria comunidade, criando vínculos pautados em valores e ideais compartilhados, tendo em vista a sociedade inclusiva. D - a inclusão social dos portadores de necessidades especiais deverá acontecer em escolas especiais, com professores especializados e mantidas pelo governo ou pela iniciativa privada. E - sendo o pessoal docente despreparado frente à inclusão, esta apenas poderá ser realizada após a superação dos limites referentes à formação de professores para atuar com diferentes tipos de necessidades especiais. 21 QUESTÃO 2 Ano: 2017 Banca: Nosso Rumo Órgão: SEDUC-SP Prova: Nosso Rumo - 2017 - SEDUC-SP - Diretor de Escola Ao matricular-se no ensino médio de uma escola pública estadual, um aluno solicitou ao diretor da escola, através de requerimento, a utilização de seu nome social não só pelos colegas, funcionários e professores, como também nos atos e procedimentos escolares (lista de chamada, histórico escolar, entre outros). O diretor da escola, ao tomar conhecimento da solicitação e no uso de suas atribuições, deve se posicionar da seguinte forma: A - levar a solicitação requerida pelo aluno à apreciação e decisão do conselho de escola que, após análise criteriosa, deliberará pelo deferimento ou não da solicitação. B - encaminhar a solicitação ao supervisor escolar, que em sua apreciação deixará lavrado ser competência do diretor o deferimento ou indeferimento da solicitação. C - indeferir a solicitação e, entre as alegações, orientar o aluno para que este encaminhe à justiça comum a mudança do seu nome civil. D - deferir o pedido, com base no Decreto n° 55.588/10, na Deliberação n° 125/14, na Resolução n° 45/14; contudo, deve solicitar ao aluno que entre com solicitação na justiça comum para mudança do nome civil. E - deferir o pedido, com base no Decreto n° 55.588/10, na Deliberação n° 125/14 e na Resolução n° 45/14 e promover, entre a equipe escolar, alunos, pais e responsáveis, orientações e esclarecimentossobre a questão. QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: Nosso Rumo Órgão: SEDUC-SP Prova: Nosso Rumo - 2017 - SEDUC-SP - Diretor de Escola Leia o fragmento abaixo. Para o exercício da cidadania democrática, a educação, como direito de todos e dever do Estado e da família, requer a formação dos(as) cidadãos(ãs) (...) a educação em direitos humanos está imbricada no conceito da educação para uma cultura democrática (...) nos valores da tolerância, da solidariedade, da justiça social e na sustentabilidade, na Inclusão e na pluralidade. 22 SEDH/MEC. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download &alias=2191 -plano-nacional-pdf&category_slug=dezembro-2009- pdf<emid=30192 Uma escola estadual vive o recrudescimento da violência, tempos difíceis e conturbados por inúmeros conflitos; a intolerância é a sua marca central. Há um descompasso entre os conflitos e as normas do Regimento Escolar e de convívio expressas no Projeto Pedagógico da escola. O diretor da escola, de acordo com os princípios da gestão democrática, juntamente com o Conselho de Escola, questiona como intervir. Considera que a violência não pode ser entendida como natural, comum ou aceitável e nem ser vista apenas como um crime. Em consonância com os princípios da educação em direitos humanos, propõe: 1. Mapeamento e identificação dos atos que envolvem violência, para além do reconhecimento do conflito; 2. Agir na busca da resolução não violenta dos conflitos. Sendo assim, é correto afirmar que este diretor deve buscar concretizar as ações mediante o seguinte procedimento: A - identificar o líder e os grupos de alunos violentos. Aplicar as sanções previstas no Regimento Escolar. Chamar os pais isoladamente para conversar; registrar no livro de ocorrência colhendo as assinaturas; suspender o aluno por determinados dias; caso necessário, orientar os familiares sobre a solicitação da transferência para evitar a expulsão compulsória. B - encaminhar o mapeamento das ações violentas para os órgãos regionais de educação e solicitar orientações e intervenções. De fato, a escola pertence a um sistema, não é uma instituição isolada e não tem autonomia para propor intervenções nos casos de violências. C - encaminhar o mapeamento das ações violentas e dos atos infracionais para a Delegacia de Polícia e/ou da Justiça e/ou do poder Executivo Municipal e solicitara intervenção judicial. D - reconhecer que a escola, dependendo de onde se localiza, também é produtora e reprodutora das violências, em suas mais diversas manifestações, presentes na comunidade e omitir-se em casos mais graves. 23 E - desenvolver um projeto de construção coletiva para reduzir a violência e a intolerância, denominado “Vamos nos conectar”. Seu objetivo está voltado para as atitudes cotidianas e para a prática do respeito. Toda e qualquer punição, quando necessária, deve ter marcas pedagógicas. QUESTÃO 4[MB3] Leia o fragmento abaixo. (...) A simples profissão de fé democrática não divide os homens (...) as atuais controvérsias ideológicas não se concentram no significado de democracia, mas nas teorias sobre as condições de seu desenvolvimento e os meios de realização. AZANHA, José Mário Pires, 2004. Articulando as necessidades locais da Unidade Educacional com as diretrizes definidas pela Secretaria Estadual de Educação, o diretor de uma escola estadual divulga amplamente o Plano de Ação para o ano letivo. Este foi discutido e aprovado pelo Conselho de Escola, e está comprometido com os princípios da educação de qualidade para todos e todas. Sua primeira meta é garantir que 100% dos alunos estejam alfabetizados ao término do terceiro ano, com oito anos de idade. Adota como estratégias: sondagens periódicas e fortalecimento das práticas pedagógicas de recuperação contínua, turmas de recuperação no contraturno utilizando espaços alternativos e recuperação intensiva ao término de cada semestre. Diante do exposto, é correto afirmar que a maneira de compreender a democratização do ensino se expressa na seguinte alternativa: A - reduzir a alfabetização em treinamento para garantir resultados, mesmo que signifique perda de qualidade e não a oferta dos mesmos padrões de qualidade para todos, promovendo a aprendizagem realmente significativa. B - possibilitar uma intensa ocupação do espaço escolar, provocando o rebaixamento do ensino de outras áreas do conhecimento. Trata-se de concepção quantitativa. 24 C - negar a ampla autonomia didática e não visar à renovação metodológica e curricular desejada. Adotar procedimentos que obrigam o professor a se ajustar à realidade do aluno. D - não respeitar o ritmo de cada criança e negar a liberdade do aluno como base para todo projeto pedagógico e o papel do aluno como agente da própria educação. Trabalhar para atingir certa expectativa elou objetivo educacional e não para a formação da cidadania. E - não se democratiza uma instituição pública se ela não atinge a todos. A existência de alunos não alfabetizados, prováveis reprovados, anula a política de garantir vagas para todo. QUESTÃO 5 Ano: 2017 Banca: Nosso Rumo Órgão: SEDUC-SP Prova: Nosso Rumo - 2017 - SEDUC-SP - Diretor de Escola No início do ano letivo, durante os dias de planejamento, um diretor de escola estadual e sua equipe, tendo em vista os resultados do rendimento escolar obtidos pelos alunos no ano anterior, o nível de evasão escolar e a baixa participação dos pais na escola, resolveram rediscutir o Projeto Político- Pedagógico da escola, como forma de analisar e estabelecer objetivos no sentido da melhoria da qualidade de ensino, de diminuir o índice de evasão escolar e promover aumento da participação dos pais na escola. Assim sendo, devem considerar que o Projeto Político-Pedagógico seja reelaborado a partir das seguintes dimensões: A - dimensão política, que contribui com a formação social e cultural do cidadão para um determinado tipo de sociedade, e dimensão pedagógica, a qual se cumpre na medida em que se realiza enquanto prática especialmente pedagógica das diversas disciplinas curriculares. B - dimensão política, no sentido de uma ideologia, e dimensão pedagógica, a qual prioriza as metodologias e práticas a serem utilizadas nas salas de aula, em diversos anos e disciplinas escolares. 25 C - dimensão política, porque deve considerar a realidade na qual a escola está inserida, e dimensão pedagógica, porque é restrita à transmissão de conteúdos e avaliação dos resultados. D - dimensão política, que contribui para a formação social do aluno e da comunidade eficaz, e dimensão pedagógica, porque prioriza o papel das novas tecnologias aplicadas à educação. E - dimensão política, porque assegura o envolvimento da comunidade, e dimensão pedagógica, porque é embasada nos conhecimentos sistematizados, preparando o aluno para a vida prática. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Quem é responsável por fazer o planejamento escolar? TREINO INÉDITO Qual alternativa apresenta a definição de planejamento? a) É definir os objetivos, decidir como alcançar os planos, programar as atividades, alcançar as metas. Algumas empresas ainda adotam o método arcaico de administração às escuras e não planejam, desta forma, não se preparam para possíveis reveses e acabam tendo insucesso em seus objetivos. b) Compreende várias fases, como a elaboração dos níveis hierárquicos e definição das estruturas organizacionais. Pode ser definida como a ordenação dos recursos materiais e recursos humanos, visando atingir os objetivos estabelecidos. c) Tomada de decisões, de liderança e intercomunicação com os subordinados. Fazer acontecer, dinamizar, esta função administrativa exige muito da habilidade humana do profissional pela área relacionada, a direção pode ser a nível institucionalabarcando toda a empresa, nível departamental abrangendo as unidades em separado e, por fim, a nível operacional. d) Nesta função devem ser avaliados os progressos da empresa em seus objetivos e feitas as devidas correções para garantir que os resultados sejam satisfatórios. e) Qual será o currículo escolar a ser lecionado, os materiais didáticos a serem usados, a metodologia utilizada, as metas de aprendizagem a serem alcançadas, etc. 26 NA MÍDIA A era das fabricas inteligentes está começando A Secretaria de Estado de Educação (SEE) deu início ao processo de escolha dos novos diretores e vice-diretores das escolas estaduais mineiras. A Resolução SEE nº 4.127/2019, que traz as novas normas, foi divulgada nesta quarta-feira (24). Os servidores interessados em participar do processo devem criar uma chapa formada por candidatos aos cargos de diretor e vice-diretor. Serão escolhidos gestores para 3.443 escolas. As chapas concorrentes devem apresentar, no ato da inscrição, um Plano de Gestão na perspectiva democrática, participativa e transparente, voltada aos resultados de aprendizagem dos alunos. Fonte: Hoje em Dia0 Data: 24 de abril de 2014 Leia a notícia na íntegra: https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/educa%C3%A7%C3%A3o-inicia-escolha- dos-diretores-da-rede-estadual-de-ensino-1.709742 (Acesso em 23 de abril de 2020) NA PRÁTICA O equilíbrio é a tônica do diretor escolar democrático, preocupa-se com as reais necessidades de sua comunidade, procura minimizar problemas, auxiliando e interagindo com o intuito de valorizar e desenvolver talentos. A responsabilidade do diretor escolar vai além das tarefas burocráticas e da autoridade que o cargo lhe confere. É esperado que sob sua gestão a escola atinja a qualidade objetivada pelos sistemas de ensino e legislação pertinente. Para isto necessita obter o desempenho plenamente satisfatório de todos os integrantes do ambiente escolar. Além de manter-se atualizado com as diretrizes educacionais do projeto pedagógico da escola, deve ser mediador entre ela e a comunidade a que pertence, administrando conflitos, prevendo custos e despesas, além de zelar pela segurança, gerir o calendário escolar, e promover o clima democrático e participativo na escola. Muito além de todas essas tarefas o diretor precisa ser um educador e como tal envidar esforços no sentido de promover o sucesso em relação a aprendizagem dos 27 alunos. Diante de tantas responsabilidades ele pode, em sua gestão, ser autocrático ou burocrático ou do tipo que dá carta branca aos seus agregados. Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/gestao-escolar.htm PARA SABER MAIS Vídeo: Organização como função administrativa. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=eb8lHhTGHC0 (Acesso em 23 de abril de 2020) Vídeo: O desafio da Gestão Escolar. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4Ig7q29BBPA (Acesso em 23 de abril de 2020) https://www.youtube.com/watch?v=4Ig7q29BBPA 28 CAPÍTULO 2 - FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO 2.1 Administração Japonesa Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, encontramos um povo decidido a apagar as lembranças do período anterior e uma nação em busca de prosperidade. Uma nova visão de poder se instala: não mais expansão através do poderio militar, mas através do poder econômico. Nos sistemas educacionais dos países industrializados, somos obrigados a reconhecer que o japonês é o mais desenvolvido: tanto a cobertura quanto a eficiência terminal do ensino fundamental, médio e secundário estão próximas de cem por cento. Assim, o sistema japonês garante às jovens gerações uma educação escolar mínima de doze anos. Este sistema - como veremos ao longo deste trabalho - é descentralizado: as autoridades locais reservam a educação obrigatória para si (escolas primárias e secundárias) e deixam o bacharelado e, acima de tudo, o ensino superior, aberto à participação do setor privado. Embora o sistema educacional japonês garanta o nível mais alto de educação em comparação com seus pares em outros países, sua rigidez inibe o desenvolvimento da criatividade individual. Por esta razão, as autoridades educativas estão se preparando para realizar uma nova reforma, a fim de enfrentar os desafios impostos ao Japão por sua posição internacional. Desde a Restauração Meiji, uma das principais preocupações do governo era a educação da comunidade. Com o desejo de obter resultados rápidos e sólidos nesse domínio, em 1871 foi criado o Ministério da Educação (MdE) e encarregado da administração central do sistema educacional. Em 1872, a primeira "Lei da Educação" estabeleceu três níveis de educação: elementar, intermediário e universitário; Com esta reforma, o antigo sistema educacional feudal foi definitivamente substituído pelo moderno. Em 1886, quatro leis reestruturaram os três níveis existentes de educação e criaram a escola normal; escola elementar, cuja duração foi estabelecida em quatro anos, foi declarada universalmente compulsória. Em 1900, uma nova lei reforçou a obrigatoriedade do ensino fundamental e, em 1908, a duração foi ampliada para seis anos. Ao mesmo 29 tempo, leis foram aprovadas regulando os diversos setores do sistema educacional. Com isso, o governo japonês buscou incorporar os avanços educacionais alcançados pelos países ocidentais. Em 1947, a "Segunda reforma educacional" foi iniciada. Nesse ano, foi promulgada a Constituição japonesa e, no campo educacional, a "Lei Fundamental da Educação" (Lei nº 25) e a "Lei da Educação Escolar"; estes introduziram novas reformas, entre as quais se destacam a criação do "Sistema 6-3-3-4" 1 e a extensão do ensino obrigatório a nove anos (seis do ensino fundamental e três do ensino médio). Nos anos subsequentes, o caráter compulsório da educação foi ampliado até mesmo para as escolas dos deficientes e o funcionamento das escolas privadas (1949) e das escolas especializadas foi regulamentado. A Lei no. 25 de 1947 estabeleceu as diretrizes essenciais do sistema educacional japonês contemporâneo. Considerando essa lei, o Estado é concebido como o meio que permite ao Japão contribuir para a paz mundial e o bem-estar da humanidade. Além disso, o estado é definido como democrático e cultural. Portanto, a educação é considerada um dos meios fundamentais para realizar os ideais de paz e bem-estar. Os vários artigos da lei determinam as características da educação: - A educação visa desenvolver a personalidade do indivíduo. Ele deve amar a verdade e a justiça, valorizar os valores individuais, respeitar o trabalho e ter um profundo sentido de responsabilidade (Artigo 1). - A educação deve ser abrangente (desenvolvida em todos os momentos e em todos os lugares), respeitar a liberdade acadêmica, assumir a vida contemporânea e cultivar um espírito espontâneo (artigo 2). - Todos os cidadãos devem ter as mesmas oportunidades educacionais, e as autoridades estaduais e locais devem ajudar financeiramente aqueles com problemas financeiros (art. 3). - As autoridades estaduais e locais devem promover a educação dentro da família e fornecer a infraestrutura social apropriada para a educação (Artigo 7). - Todos aqueles que têm filhos sob sua responsabilidade são obrigados a garantir que recebam nove anos de educação geral. A educação obrigatória, fornecida por organizações nacionais e locais, é gratuita (Artigo 4). - A lei deixa em aberto a possibilidade de funcionamento de órgãos privados de educação - embora regulados por leis - e define a respeitabilidade do status do professor e suas 30 percepções salariais, para que este possa viver com decoro (artigo 6). - A educação visa fornecer conhecimento político, mas fora de qualquer atividade política (artigo 8). Deve também promovera tolerância religiosa e permanecer fora de qualquer órgão religioso (Artigo 9). (ENSINO NO JAPÃO, 2015) Vale destacar que a "educação relaxada" (yutori kyōiku) foi realizada para reduzir a carga de estudo das crianças e, assim, assegurar-lhes alguma tranquilidade mental e permitir que cultivassem ideias mais livres. Por exemplo, atividades complementares e atividades comunitárias foram introduzidas como parte do cronograma de aprendizagem integral, o total anual de horas de ensino foi reduzido e a semana letiva de cinco dias foi totalmente introduzida. No entanto, mais tarde, pesquisas internacionais sobre desempenho acadêmico revelaram que houve uma queda acentuada no desempenho acadêmico de crianças japonesas. A partir de abril de 2012, as novas diretrizes da escola serão aplicadas a fim de pôr fim ao "relaxamento". O número de horas de aula para cada assunto vai aumentar em 10% (nos três anos do ensino secundário e seis anos de escola primária) e habilidades de pensamento crítico, discernimento e capacidade de expressão serão reforçados, bem como os conhecimentos e habilidades básicos que devem ser adquiridos e especificados. Acho que o objetivo da filosofia da "educação relaxada", que buscava desenvolver "a capacidade de pensar por si mesmo", não era ruim. O problema é que esse ideal não penetrou suficientemente entre professores e pais, e também que nenhuma medida concreta foi tomada para tornar essa filosofia uma realidade na sala de aula. Na educação no Japão do pós-guerra, a ênfase foi colocada na "educação condensada", um sistema educacional baseado na memorização, que se concentrou em comprimir o conhecimento e não foi capaz de cultivar suficientemente o desejo de aprender por si mesmo ou peão capacidade[MB4] de julgamento independente das crianças. Por essa razão, o curso foi mudado e a "educação condensada" foi mudada para "educação relaxada". As horas de ensino foram reduzidas, cada escola foi autorizada a projetar e estabelecer, com base em sua criatividade, uma variedade de aprendizado abrangente, em que a iniciativa e a personalidade das crianças 31 foram respeitadas e lhes ofereceram aulas eletivas para desenvolver seu aprendizado. No entanto, a fim de aplicar adequadamente os cronogramas de aprendizagem integral, em que o conteúdo das classes poderia ser livremente projetado, era necessária mais energia do que o previsto. Além disso, as qualidades e capacidades pessoais dos professores exerciam uma influência muito grande, o que significava que existiam grandes diferenças entre as iniciativas de algumas escolas e outras. Em muitos casos, essas aulas acabam usando os cronogramas de aprendizagem integral de maneira improvisada, para preparar competições esportivas, viagens escolares e outros tipos de eventos escolares. Também ocorreram problemas com as aulas eletivas, por causa das preferências das crianças e das limitações nos edifícios e instalações disponíveis. As crianças nem sempre podiam escolher as opções que queriam e, em muitos casos, os funcionários não tinham capacidade didática suficiente para organizar um currículo progressivo. Havia então, uma enorme distância entre o ideal de yutori kyōiku e a realidade na sala de aula. É evidente que muitos professores e escolas sentiram que tinham sido encarregados de uma tarefa que não conseguiam enfrentar. Outro problema importante foi que o yutori kyōiku foi longe demais para reduzir as horas de aula. É necessário garantir certo número de horas de aula para que as crianças aprendam o básico. Por outro lado, a redução radical das horas de aula significou que mais classes de reforço são necessárias, o que resultou em uma carga ainda maior para os professores. Essa falha em ensinar os fundamentos adequadamente também parece explicar porque o yutori kyōiku não atingiu seu objetivo principal de desenvolver a capacidade de as crianças pensarem por si mesmas. Não há dúvida de que a educação escolar do pós-guerra desempenhou um papel vital no rápido crescimento econômico do Japão. A educação baseada no conhecimento da compressão funcionou bem durante os anos em que a economia japonesa se fortaleceu. Mas, inevitavelmente, o crescimento atingiu um patamar em que a economia amadureceu. Em uma sociedade em rápida mutação, onde diversos valores coexistem, a automotivação e o julgamento independente são absolutamente vitais. Nesse sentido, a decisão de reformar o sistema educacional 32 foi um ato digno de elogios. Eu vou dizer mais uma vez: o ideal para o qual o yutori kyiku aspirava não era ruim. As novas diretrizes educacionais que já estão em vigor nas escolas primárias do país (e que serão aplicadas às escolas secundárias desde o início do novo ano acadêmico em abril de 2012) mantêm o ideal do yutori kyōiku, incorporando medidas concretas para resolver os problemas que surgiram a partir dele. Por fim, se destaca o modelo Ohnoísmo que superou o tradicionais modelos fordista e taylostista e também se assenta em um regime de produção em massa. Atualmente, é considerado um dos paradigmas dominantes de modelo produtivo. Também chamado de Sistema de Produção Toyota (SFT), surgiu no contexto de pós segunda guerra mundial. 2.2 Benchmarking O benchmarking consiste em aprender com outras empresas, sendo um trabalho de grande intensidade, que requer bastante tempo e disciplina. Pode ser aplicado a qualquer processo e é relevante para qualquer organização, tendo em conta que se trata de um instrumento que vai contribuir para melhorar o desempenho da empresa ou organização. O American Productivity & Quality Center (APQC) é uma das instituições referências no mundo quando o assunto é benchmarking. A instituição criou um código de conduta do benchmarking, em que propõe oito princípios para o relacionamento entre empresas, nas práticas de benchmarking de cooperação. Benchmarking é um processo contínuo que é tomado como produtos de referência, serviços ou processos de trabalho de empresas líderes, para comparar com a sua própria empresa e, em seguida, fazer melhorias e implementá-las. Não se trata de copiar o que a concorrência está fazendo, mas de aprender o que os líderes estão fazendo, para implementar em sua empresa, adicionando melhorias. Se considerarmos aqueles que estão na área, que queremos melhorar e estudar suas estratégias, métodos e técnicas para melhorar e adaptar à nossa empresa mais longe, vai alcançar um elevado nível de competitividade. 33 Existem diferentes tipos de benchmarking: competitivo, interno e funcional. O objetivo comum dos três tipos é ajudar os gerentes a olhar para fora de seus departamentos, suas organizações, a sua autoridade ou a outros setores onde existam empresas que são as melhores da sua classe: 2.2.1 Competitivo Benchmarking competitivo procura medir produtos, serviços, processos e funções dos principais concorrentes, para comparação com sua empresa e para detectar e fazer melhorias que excedem os dos concorrentes. Talvez seja o mais complicado de realizar dos três tipos, uma vez que a análise e o estudo, como mencionei, são realizados nos principais concorrentes. Considerando sua competência direta, na grande maioria dos casos eles não estão interessados em colaborar. Isso significa que, se eles não colaborarem, não podemos realizá-lo? Claro que não, mas obviamente, na coleta dos dados necessários, devem ser usados mais recursos e, portanto, será muito mais caro. 2.2.2 Interno O benchmarking interno é realizado dentro da mesma empresa. Geralmente é realizado em grandes empresas que possuem diferentes departamentos ou também com grupos de negócios que são formados por várias empresas. No processo de um departamento ou área este é um exemplo a seguir por seus bons resultados para conduzir um benchmark a outros departamentos internos da empresa.É mais fácil de executar em empresas com estruturas com um determinado tamanho, é também normalmente o mínimo de recursos necessários para realizá-lo, porque a informação é obtida a partir da própria empresa. 2.2.3 Funcional 34 O benchmarking funcional identifica as melhores práticas de uma empresa, que é excelente na área a ser melhorada. Não é necessário que esta empresa seja concorrente ou mesmo que pertença ao mesmo setor. É geralmente muito produtivo, porque uma vez que não são organizações que são concorrentes diretos não há nenhum problema de confidencialidade e, geralmente, fornecer as informações necessárias para o estudo. Para projetar e executar corretamente um processo de benchmarking em sua empresa recomenda seguir os seguintes passos: planejamento, coleta de dados, análise, ação e monitoramento: 2.2.4 Planejamento O objetivo principal desta primeira etapa é planejar a pesquisa que será realizada. Nesta etapa, temos que responder três perguntas: • O que eu quero medir? Toda pesquisa deve ter um motivo, e isso deve estar relacionado a uma área da nossa empresa que queremos melhorar. • Quem vou medir? Para responder a esta segunda questão, temos que nos perguntar que tipo de benchmarking vamos seguir: competitivo, interno ou funcional. Depois de termos tomado a decisão, saberemos se seremos comparados com nosso próprio departamento ou com uma empresa dentro ou fora do setor. • Como vamos fazer isso? Para realizar o projeto, temos que criar uma equipe de trabalho para ser responsável pela organização e seu gerenciamento. 2.2.5 Dados A coleta de dados é fundamental para o benchmarking, o sucesso ou o fracasso de todo o processo dependerá dele em grande medida. Podemos obter dados de diferentes fontes: associações internas, profissionais ou pesquisa própria, entre outros. 2.2.6 Análise 35 Uma vez compiladas as informações necessárias, devemos analisar os elementos que causam as diferenças entre nossa empresa e as empresas estudadas, a fim de identificar oportunidades de melhoria. Uma vez que tenhamos identificado a magnitude das diferenças, é hora de propor as melhorias que vamos realizar. Devemos levar em conta que apenas selecionaremos as melhorias que por tamanho, recursos e infraestrutura que sejam viáveis para realizar por nossa empresa. 2.2.7 Ação O próximo passo, depois de analisar as informações e selecionar os aspectos de referência nas empresas selecionadas, é hora de se adaptar a nossa empresa, mas sempre implementar melhorias. Em outras palavras, depois de analisar as informações e identificar as melhores. 2.2.8 Acompanhamento e Melhoria Nesta última etapa, um relatório deve ser feito com todas as informações destacadas do processo. Isso ajudará a retomar o trabalho em projetos subsequentes. A ideia é que se torne um exercício da empresa sustentada ao longo do tempo para adotar uma melhoria contínua. 2.3 Administração Empreendedora O termo entrepreneur foi cunhado por volta de 1800 pelo economista francês Jean-Baptiste Say, para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento (empreendedor perturba e desorganiza). Para Schumpeter a tarefa do empreendedor é a destruição criativa. Ele postulava que o desequilíbrio dinâmico provocado pelo empreendedor inovador, em vez de equilíbrio e otimização, é a norma de uma economia sadia e a realidade central para a teoria econômica e a prática econômica. 36 Segundo Drucker: o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela e a explora como sendo uma oportunidade. Ele cria algo novo, algo diferente, ele muda ou transforma valores, não restringindo o seu empreendimento a instituições exclusivamente econômicas. Ele é capaz de conviver com os riscos e incertezas envolvidos nas decisões. Ele inova. Contudo, seu espírito empreendedor não é uma característica de personalidade. Qualquer indivíduo que tenha à frente uma decisão a tomar pode aprender e se comportar de forma empreendedora. A inovação é o ato que contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza, de fato podendo até criar um recurso na medida em que dote de valor econômico alguma coisa da natureza, não utilizada anteriormente para esse fim. A inovação não precisa ser técnica, não precisa ser uma coisa, não se restringe a uma invenção. Pode ser social também. Essencialmente ela consiste na concretização de ideias. A inovação atribui ao empreendedor a habilidade de edificar negócios que geram empregos e a habilidade de manter naturalmente a inovação sistemática no seu negócio diferenciando-o e mantendo-o competitivo no mercado. A inovação não precisa ser técnica, é não o precisa ser uma coisa, não se restringe. Pode ser social também. Essencialmente ela consiste na concretiza o de ideias. (DRUCKER, p. 33, 1975) A obra de Ouchi (1985) muito ajudou, senão diretamente na prática, mas inicialmente na teoria, a criar a nova visão de que as empresas americanas estavam fora da competitividade (e não sobreviveriam) devido ao seu modelo de administração tradicional. Um modelo apenas de produção em massa sem a devida preocupação com o que o cliente desejava. Assim, o esforço para mudar tal situação levou ao desenvolvimento do “modelo” de administração empreendedora, um tipo de administração mais moderna e inovadora. O gênio criativo do trabalhador comum deve ser libertado, ninguém conhece a empresa melhor do que ele. Focalize a inovação naquilo que pode mantê-lo competitivo. A única forma de assegurar que nada dê errado focalizando a inovação nos produtos e nas relações com os clientes. Inovar nos processos internos podem perder de vista os resultados a serem obtidos conforme Gifford Pinchot III, os dez mandamentos do empreendedorismo são: 1. Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido. 2. Evite quaisquer ordens que visem interromper seu sonho. 3. Execute qualquer tarefa necessária a fazer seu projeto funcionar, a despeito de sua descrição de cargo. 4. Encontre pessoas para ajudá-lo. 37 5. Siga sua intuição a respeito das pessoas que escolher e trabalhe somente com as melhores. 6. Trabalhe de forma clandestina o máximo que puder; a publicidade aciona o mecanismo de imunidade da corporação. 7. Nunca aposte numa corrida, a menos que esteja correndo nela. 8. Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que pedir permissão. 9. Seja leal às suas metas, mas realista quanto às maneiras de atingi-las. 10. Honre seus patrocinadores. 2.4 O Emprego Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender. Sozinhos e sempre. Como realiza o empreendedor na vida real: fazendo, errando, aprendendo (CHAGAS, 2000). A visão do mundo real de negócios é um pouco diferente da visão do acadêmico que, ainda não teve oportunidades de atuar no mercado, daí a divergência entre a teoria e a prática. Os professores de Administração buscam permanentemente melhorar esta relação, procurando interagir com maior ênfase na aplicação da teoria voltada à realidade empresarial, mostrando os benefícios e fundamentos das teorias administrativas com toda sua amplitude e princípios, voltados a dar respostas e soluções aos problemas do dia a dia da empresa, buscando a maximização da eficiência e eficácia do produto, processos e/ou serviços objetivando diminuir déficit, insatisfações e centrando o foco na busca de resultados mais relevantes que retratem com fidelidade a estrutura e o perfil organizacional. O desemprego não é um fenômeno novo na história da civilização. No início do século Taylor foi acusado de provocar desemprego com seus princípios de administração científica. Durante a revolução industrial a saúde dos trabalhadoresdo campo foram deslocados e posteriormente absorvidos pelas indústrias nascentes. A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, repercutiu na maioria dos industrializados, causando depressão econômica e níveis de desemprego alarmantes. 38 Os níveis de emprego são fatos econômicos considerados normalmente no planejamento institucional. A preocupação com a falta de trabalho remunerado está sendo amplamente discutida, da mesma forma que em períodos anteriores à crise. Por isso, se de um lado o tema não pode ser ignorado, pois impacta em todos os cidadãos da aldeia global, por outro lado deve ser tratado com realismo, já que se trata de um problema inserido num amplo contexto e condicionado a muitas variáveis. As filas de desempregados e subempregados cresceram diariamente na América do Norte, na Europa e no Japão. Mesmo nas que estavam em desenvolvimento, enfrentando o desemprego tecnológico, na medida em que as empresas multinacionais constroem instalações de produção com tecnologia de ponta em todo o mundo, acarretando a substituição de milhões de trabalhadores de baixa remuneração, sem qualificação ou semiqualificados, tanto administrativos quanto operacionais. Vários fenômenos econômicos relacionados são resultados do equilíbrio dinâmico instável de cinco grandes formas da economia mundial atual: • O fim do comunismo; • Um deslocamento tecnológico no sentido das indústrias de alto conteúdo de massa cinzenta; • Um crescimento demográfico sem paralelo na história; • Uma economia globalizada; • Uma era sem potências econômicas, políticas e militares dominantes. O desemprego deve ser compreendido como uma das consequências do desenvolvimento tecnológico, que permeia direta ou indiretamente a maior parte dos problemas emergentes. O desenvolvimento tecnológico não pode ser detido, pois, trata-se da própria capacidade de criação do intelecto humano. E que pese todos os seus desdobramentos nefastos, o desenvolvimento tecnológico também trouxe riqueza para as nações que nele investiram. Por isso ele não deve ser detido, mas direcionado para o bem-estar de toda a humanidade. As empresas, individualmente, estão fazendo o que consideram necessário para sobreviver no mercado, estão criando um impacto mais amplo, que pode significar uma ameaça política ao capitalismo liberal. 39 Os trabalhadores ficam inseguros e sensíveis a políticos nacionalistas, que prometem proteger e preservar seus empregos. O desafio para este século será criar o capitalismo sustentável, um sistema que, embora baseado em princípios de mercado encorajador da competição, leva em consideração o respeito pelo meio ambiente, e dever evitar que se crie uma situação, na qual apenas uma pequena elite, altamente educada, tenha bons empregos e todos os demais vivam inseguros em relação ao trabalho. Ainda que seja impactante, não causa surpresa que o principal executivo de uma empresa anuncie a demissão de centenas de pessoas. Trata-se de uma questão de sobrevivência: ou a empresa se mantém competitiva, ou não pode servir aos interesses de seus empregados e da sociedade. Não obstante as divergências entre os economistas parecem que todos concordam. É com um pressuposto básico da teoria econômica: sem renda não há demanda. Partindo desse pressuposto que novas propostas estão sendo formuladas. Uma proposta para minimizar o desemprego foi formulada por Jeremy Rifkin, considerando basicamente uma combinação entre redução da jornada de trabalho e investimento no terceiro setor, o social. Esta proposta assume implicitamente que a manutenção do trabalho remunerado é essencial para sustentar esta demanda. Como os seres humanos não são capazes de produzir todos os bens e serviços que desejam para satisfazer suas necessidades, uma parte das atividades por eles desempenhadas dever se classificar como trabalho remunerado. Ainda sob um ponto de vista psicossocial, Rifkin pressupõe a necessidade intrínseca. O segundo aspecto na formulação de Rifkin se refere à reformulação do contrato social. Anteriormente media-se o valor humano quase exclusivamente em termos comerciais. Com a reformulação, dosa padrões de referência, o valor humano passa a ser medido pelas relações comunitárias, nas quais doar o próprio tempo a outros toma o lugar de relações de mercado. O novo enfoque é: o trabalho que precisa ser feito. As pessoas não deverão ser contratadas para um determinado cargo ou função, elas serão contratadas para desempenhar determinado trabalho, condicionado a determinados resultados. 40 Terminado o trabalho, apresentados os resultados e não havendo momentaneamente outra tarefa a ser executada, fim do contrato. O segundo desafio está relacionado às pessoas que estão formalmente empregadas e que tendem a constituir duas classes de trabalhadores: os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores de serviços, pois, subentende-se a automação dos processos industriais. Drucker defende a necessidade de se buscar o aumento da produtividade dos trabalhadores de serviços para evitar o perigo de um conflito de classes entre os dois grupos, devido ao reflexo das diferenças de produtividade na remuneração e nos benefícios recebidos pelo trabalhador. A este conflito esperamos que não se acrescente uma terceira classe, a dos desempregados. A organização vende seu produto por um valor maior do que a soma dos custos dos diversos trabalhos envolvidos, gerando um lucro que o resultado da soma das energias individuais despendidas na execução do trabalho são e não contabilizadas pelos modos tradicionais. Ou seja, economicamente, o trabalho que suporta a lei básica de mercado, a lei da oferta e da procura. Das ciências básicas sabe-se que trabalho é essencialmente uma forma de energia e que o metabolismo da atividade interna integra-se a todo o ser. Conforme Drucker, é consistente a análise das atividades dos complexos seres humanos através de várias dimensões. Apesar de dimensões distintas que apresentam diferentes exigências e podem ser analisadas independentemente, estas precisam ser administradas juntas, pois de sua harmonia depende a integridade do metabolismo do ser. Indicadores de insustentabilidade, juntamente com poluição intermitentes e ameaças biodiversidade, escasseamento nas fontes de recursos e deteriorar o persistente. Todos esses fatores poderiam resultar em declínio econômico, ruptura política, desintegra o social e deteriora o ambiental. Eles devem ser considerados de forma relacionada, e entendidos numa amplitude global, merecendo ação um tratamento é adequado num foro internacional com poder efetivo de decisão e ação, muito além de medidas isoladas nas fronteiras nacionais. A discussão de alternativas para minimizar grau de desemprego crescente deve ocorrer em todos os níveis de organização da sociedade, haja vista que os 41 impactos relacionados se farão sentir no destino de todos os indivíduos, sem qualquer distinção. 2.5 Metodologia 5S Esse metodologia é a etapa inicial e a base para implantação da qualidade total, a metodologia 5S é assim chamada devido à primeira letra de 5 palavras japonesas: Seiri (Classificação), Seiton (Ordem), Seiso (limpeza), Seiketsu (padronização), Shitsuke (Disciplina). O Programa “5S” é uma filosofia de trabalho que busca promover a organização, limpeza e disciplina no ambiente em que nos encontramos, através da consciência e responsabilidade de todos, de forma a tornar o local de estudos, nossa casa ou trabalho mais agradável, seguro e produtivo. Esse pequeno programa/sistema japonês facilita a prática da Gestão pela Qualidade Total por todos dentro de uma organização, onde os processos simples, do dia a dia são trabalhados. Considerado a porta de entrada de um Programa de Qualidade Total, apresenta resultados rápidos e visíveis, tendo, portanto, um
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