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APOSTILA - FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA PSICOPEDAGOGIA

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Prévia do material em texto

Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
GUIMARÃES, Fabiane Fantacholi.
Fundamentos Epistemológicos da Psicopedagogia.
Fabiane. Fantacholi Guimarães.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 96 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
AUTORA
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães
Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias
(Universidade Pitágoras Unopar).
● Licenciatura e Bacharel em Pedagogia (CESUMAR).
● Especialista em Psicopedagogia Institucional (Faculdade Maringá)
● Especialista em Educação Especial (Faculdade de Tecnologia América do Sul)
● Especialista em EAD e as Tecnologias Educacionais (UNICESUMAR).
● Especialista em Docência no Ensino Superior (UNICESUMAR).
● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da pós-graduação
(UNIFCV).
● Professora mediadora na área da Educação (UNIFCV).
● Coordenadora de cursos EAD (UNIFCV)
● Tutora Pedagógica (UNIFCV).
Experiência na Educação Básica: +- 8 anos.
Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância): desde 2012 até os dias atuais.
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 
http://lattes.cnpq.br/7315666246327967
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, caro (a) estudante! 
Seja bem-vindo(a) aos estudos sobre Fundamentos Epistemológicos da Psi-
copedagogia, no qual você estudará aspectos históricos e tendências contemporâneas 
da Psicopedagogia; os objetivos e âmbito de atuação da Psicopedagogia; a formação e o 
trabalho do psicopedagogo; o contato com as diferentes áreas do conhecimento; objeto de 
estudo da psicopedagogia e o trabalho do psicopedagogo.
Este livro é composto por uma introdução seguida de quatro unidades criteriosa-
mente analisadas, selecionadas para dar sustentação a presente discussão e conclusão. 
Na Unidade I, você irá trabalhar com o tema FUNDAMENTOS DA PSICOPEDA-
GOGIA, no qual será abordado os aspectos históricos da Psicopedagogia; a evolução da 
Psicopedagogia, bem como o papel da Psicopedagogia no contexto atual.
Na Unidade II, com o tema ASPECTOS DA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICO-
PEDAGOGO cujos conteúdos de destaque serão os aspectos da formação e atuação do 
psicopedagogo; a formação do psicopedagogo; a ética do trabalho psicopedagógico e por 
fim o psicopedagogo e os novos desafios.
Na Unidade III, o tema OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, versará 
sobre a dificuldade de aprendizagem e suas nomenclaturas trabalhadas ao longo dos anos 
anos, bem como conhecer algumas dificuldades, sendo elas: dislexia, disgrafia, disortogra-
fia e discalculia, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do 
espectro do autismo (TEA). 
Na Unidade IV, nosso último tópico, você estudante estudará sobre TRABALHO 
PSICOPEDAGÓGICO, com enfoque qual é o trabalho do psicopedagogo, bem como a 
Psicopedagogia como estratégia de prevenção; ainda os aspectos do trabalho psicopeda-
gógico na avaliação, diagnóstico e intervenção e por fim a interdisciplinaridade e a Psico-
pedagogia. 
Lembre-se caro (a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as 
possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, 
mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análise realiza-
das acerca das temáticas propostas. 
Assim, vamos dar início ao nosso trabalho. Tenha uma ótima leitura! Bom estudo 
e espero que o material que preparei para você estudante contribua de forma significativa 
para sua formação.
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Fundamentos da Psicopedagogia
UNIDADE II ................................................................................................... 24
Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
UNIDADE III .................................................................................................. 45
Objeto de Estudo da Psicopedagogia
UNIDADE IV .................................................................................................. 67
Trabalho do Psicopedagogo
6
Plano de Estudo:
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Aspectos históricos da Psicopedagogia.
• Evolução da Psicopedagogia.
• O papel da Psicopedagogia no contexto atual.
Objetivos de Aprendizagem:
• Analisar os aspectos históricos da Psicopedagogia.
• Conhecer os teóricos que influenciaram na evolução da Psicopedagogia no Brasil.
• Identificar o papel da Psicopedagogia no contexto atual.
UNIDADE I
Fundamentos da Psicopedagogia
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães
7UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
INTRODUÇÃO
Caro (a) estudante.
Seja bem-vindo (a) à Unidade I da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia.
Nesta Unidade “Fundamentos da Psicopedagogia”, você estudante poderá fazer 
uma análise dos aspectos históricos da Psicopedagogia, seu surgimento entre a fronteira das 
áreas da Educação e Saúde, bem como a preocupação com o processo de aprendizagem 
do sujeito, além de conhecer alguns dos teóricos que influenciaram na evolução da 
Psicopedagogia no Brasil como Jean Piaget, Lev Vygotsky, Sigmund Freud e Enrique 
Pichon-Rivière. E ainda esta aula vamos poder identificar o papel da Psicopedagogia no 
contexto atual, em relação a sua formação e o objeto de estudo. 
A compreensão desta Unidade I contribuirá para a sua formação neste curso 
superior.
Boa leitura e bons estudos!
8UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tem o seu início, na Europa, ainda no século XIX, quando 
surgiram as preocupações com os “problemas de aprendizagem”. Não obstante, a Argentina 
tem um valor e relevância na difusão do pensamento psicopedagógico, principalmente na 
epistemologia convergente, nos quais seus principais representantes são: Jorge Visca, 
Alicia Fernandez e Sara Paín.
Também na Argentina, a Psicopedagogia tem o seu eixo teórico em três áreas 
da Psicologia, sendo elas: a Psicologia Genética (Jean Piaget), a Psicanálise (Freud) e a 
Psicologia Social (Pichon-Rivière).
Mediante a isto, diversas outras teorias contribuíram e enriqueceram a teoria 
psicopedagógica, partindo disso, as autoras Ana Teberosky e Emília Ferreiro conceitual de 
maneira clara e objetiva a psicogênese da língua, teoria de Vygotsky. 
Bossa (2011) nos acrescenta que a origem do pensamento argentino acerca da 
Psicopedagogia está centrada na literatura francesa e se baseia em autores como Jacques-
Marie Émile Lacan, Maud Ferreira Mannoni, Françoise Dolto, Julian de Ajuriaguerra, Enrique 
Pichon-Rivière, entre outros.
Já no Brasil, os representantes importantes que contribuíram para o desenvolvimento 
da Psicopedagogia, são Maria Lúcia Weiss, Aglael Borges, Nadia Aparecida Bossa, Beatriz 
Judith Lima Scoz, Heloísa Maria Fortuna Padilha, entre outros.
A psicopedagogia surgiu na fronteira entre as áreas da Educação e Saúde, sendo 
assim, Bossa (2011, p. 19) afirma que, como produçãodo conhecimento, a psicopedagogia 
“[...] nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem 
9UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
[...], onde a preocupação encontra-se na maneira como o aluno lida com as facilidades e as 
dificuldades no aprendizado e como desenvolve o seu conhecimento” . 
Barbosa (2007, p.91, grifo do autor) explica que a psicopedagogia
[...] nasceu como uma área que possuía a missão de superar a “comparti-
mentalização” do aprendiz, da sua forma de lidar com as facilidades e difi-
culdades para aprender e do conhecimento a ser aprendido. No seu trajeto, 
no entanto, não conseguiu evitar a contaminação pelo que já estava posto, 
pelas ciências que já possuíam seu estatuto estabelecido como tal, como a 
medicina, por exemplo. Como um irmão menor, chegando em uma família, 
a Psicopedagogia passou a fazer suas inserções usando instrumentos cons-
truídos por outras áreas do conhecimento, mas regidos pelo paradigma da 
disjunção, aquele que deveria ser superado na história humana, no momento 
de seu surgimento.
Desde seu surgimento, a psicopedagogia buscou um campo de atuação próprio, 
bem como tentou construir seus instrumentos com foco no objeto de estudo.
Claro (2018) expõe que a Europa é o berço da psicopedagogia, pois lá surgiram os 
primeiros centros de orientação educacional infantil, cujas equipes de atendimento eram 
compostas de médicos, psicólogos, educadores e assistentes sociais.
Pöttker e Leonardo (2014, p. 87, grifo do autor) acrescentam que:
[...] os primeiros passos da Psicopedagogia foram dados nos séculos XIX 
e XX na França, denominando-se “Pedagogia Curativa”, por influência de 
Janine Mery e George Mauco. Surgiu com o intuito de curar os problemas da 
educação advindos das transformações decorrentes da Revolução Industrial 
e da Revolução Francesa.
Nos Estados Unidos, a preocupação com crianças que apresentam dificuldades de 
aprendizagem se manifestou por volta da década de 1930, com o surgimento dos primeiros 
centros de reeducação para atendimento a delinquentes juvenis. (CLARO, 2018).
Ainda os autores Pöttker e Leonardo (2014, p. 87) relatam que:
No ano de 1956, foi fundada, em Buenos Aires, a primeira faculdade de Psi-
copedagogia. Por volta de 1970, foram criados, em Buenos Aires, os Centros 
de Saúde Mental, onde equipes de psicopedagogos atuavam, fazendo diag-
nóstico e tratamento. Isso acarretou uma mudança na abordagem da psico-
pedagogia argentina, que de reeducação passou para ter um carácter clínico.
Bossa (2011) menciona que, na Argentina, a atuação psicopedagógica é efetivada 
nas áreas da Educação e da Saúde. 
Na área da Educação, o psicopedagogo coopera para a diminuição do fracasso 
escolar, em relação tanto ao sujeito quanto à instituição. Assim, presta assessoria aos 
pais, aos professores e aos gestores educacionais e auxilia na elaboração dos planos 
de recreação, propondo atividades que desenvolvam a criatividade, o juízo crítico e a 
cooperação entre os alunos. Nas instituições educativas, o psicopedagogo atua ainda com 
orientação vocacional.
10UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Na área da Saúde, segundo Claro (2018, p. 62) “[...] o psicopedagogo atende em 
consultórios particulares e instituições de saúde, hospitais públicos e particulares”.
Sua função é reconhecer e atuar sobre as alterações da aprendizagem sis-
temática e/ou assistemática. Procura-se reconhecer as alterações da apren-
dizagem sistemática, utilizando-se diagnóstico na identificação dos múltiplos 
geradores desse problema e, fundamentalmente, busca-se descobrir como o 
sujeito aprende. (BOSSA, 2011, p. 42).
No Brasil, assim como na Europa e na Argentina, segundo Silva (2012) o problema de 
aprendizagem foi entendido, por muito tempo, como sendo originado por fatores orgânicos.
Silva (2012, p.22) descreve que “[...] ainda nos dias atuais, a primeira atitude dos 
educadores e dos familiares de crianças com problemas de aprendizagem é recorrer 
ao médico. Logo, essa figura continua tendo uma grande importância nas decisões das 
famílias”.
No Brasil, a psicopedagogia foi fortemente tomada tanto pelas experiências 
argentinas como pelas francesas. Pöttker e Leonardo (2014, p. 87) retratam que “[...] no 
contexto educacional que originou o surgimento da Psicopedagogia foi semelhante ao 
desses países, ou seja, as situações de fracasso escolar”. 
Claro (2018, p. 64) apresenta que: 
[...] o aspecto que motivou o surgimento da psicopedagogia no país, tal qual 
em outros lugares, foi o fracasso escolar. Nas décadas de 1970 e 1980, o ín-
dice de crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem era muito 
alto e não havia profissionais capacitados nas escolas para atender a essa 
demanda, porque o pedagogo não dava conta de resolver essa carência.
Bossa (2011) acrescenta descrevendo que neste período começa a se configurar 
uma nova teoria sobre o entendimento do fracasso escolar. O enfoque passou, então, a ser 
a visão sociopolítica, na qual o problema de aprendizagem passa a ser entendido enquanto 
problema de ensino.
Sendo assim, do ponto de vista de Scoz (1991), a psicopedagogia preocupa-se 
com o processo de aprendizagem com as suas dificuldades, e em uma ação profissional 
deve sintetizar, de forma integrada, conhecimentos de diferentes áreas do conhecimento. 
Para tanto, a autora enfatiza a importância de o profissional da educação ter acesso às 
informações de diferentes ciências (pedagogia, psicologia, sociologia, psicolinguística), 
de forma a aprofundar os conhecimentos, vinculando-os à realidade educacional, de 
forma a ter uma visão global do aluno. E o maior desafio das escolas, na concepção da 
psicopedagogia, é buscar caminhos que possibilitem ao educador rever a própria prática e 
descobrir alternativas possíveis para melhorar sua ação.
11UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
1.2 EVOLUÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA
Entre os teóricos que influenciam na evolução da Psicopedagogia no Brasil, além 
de Jorge Visca, podemos citar Jean Piaget, Lev Vygotsky, Sigmund Freud e Pichon-Rivière.
Neste momento caro(a) estudante será apresentado, no quadro 1, o quadro 
comparativo das correntes teóricas da Psicopedagogia.
Quadro 1: Quadro Comparativo das Correntes Teóricas da Psicopedagogia.
DADOS PESSOAIS TEORIA DESCRIÇÃO
Jorge Pedro Luis Visca
Buenos Aires - Argentina
(14 de maio de 1935 - 23 
de julho de 2000)
Epistemologia Convergente
O processo de aprendizagem con-
siste na produção e estabilização 
de condutas, tanto no âmbito fa-
miliar, escolar e social, sem perder 
de vista a rede de vínculos que o 
sujeito pode estabelecer nos três 
grandes domínios: familiar, escolar 
e consigo mesmo. (VISCA, 1997). 
Jean William Fritz Piaget
Neuchâtel - Suíça
(9 de agosto de 1896 - 17
de setembro de 1980)
Epistemologia Genética
O sujeito constrói o conhecimento 
por meio da interação de uma 
carga genética com o meio em que 
está inserida. O sujeito aprende 
com base em sua estrutura cog-
nitiva. As relações entre a lógica e 
a aprendizagem permitem a com-
preensão e o uso de estratégias 
diante de objetos e novas formas 
de conhecimento, mas isso tudo 
depende do nível da atividade 
lógica de quem aprende. (PIAGET, 
1977).
12UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Sigmund Schlomo Freud
Genebra - Suíça
(25 de junho de 1907 - 
16de julho de 1977)
Teoria psicanalítica freudiana
Dois conceitos na relação de 
aprender e educar merecem 
destaque na teoria psicanalítica 
freudiana: a transferência e a subli-
mação. Sendo que, a transferência 
emerge como uma exigência 
intensa de amor, de atenção e de 
reconhecimento. Já a sublimação 
“[...] é o processo através do qual a 
energia dirigida originalmente para 
propósitos sexuais ou agressivos 
é direcionada para outras finalida-
des, em geral para o trabalho, os 
esportes, lazer, enfim situações 
consideradas socialmente úteis”. 
(FADIMAN; FRAFER, citado por 
QUADROS, 2017, p. 80). 
Enrique Pichon-Rivière
Genebra - Suíça(25 de junho de 1907 - 16
de julho de 1977)
Teoria do Vínculo
Na teoria pichoniana, segundo 
Claro (2018, p. 41) “[...] o grupo é 
caracterizado como um conjunto 
limitado de pessoas articuladas 
que, durante um período de tempo 
e espaço, se propõem à elabora-
ção de uma tarefa”. Nesse pro-
cesso, o sujeito é concebido como 
resultado de interações que se es-
tabelecem entre indivíduos, grupos 
e classes. Essa interação dialética 
é denominada por Pichon-Rivière 
de vínculo.
Lev Semyonovich
Vygotsky
Orsha - Bielorrússia
(17 de novembro de 1986
- 11 de junho de 1934)
Teoria Sociocultural
Na teoria vygotskyana, a lingua-
gem é um instrumento social entre 
o eu e o outro. É o ponto de partida 
para o aprendizado e o desenvol-
vimento. A respeito da educação, 
Vygotsky (2007, p. 70) elucida que 
“[...] não existe nada de passivo, 
de inativo. Até as coisas mortas, 
quando se incorporam ao círculo 
da educação, quando se lhes 
atribui papel educativo, adquirem 
caráter ativo e se tornam partici-
pantes ativos desse processo”. 
Deste modo, a aprendizagem dos 
alunos vai sendo construída me-
diante a relação do indivíduo com 
seu ambiente sociocultural e com o 
suporte de outros indivíduos mais 
experientes.
Fonte: Elaborado pela autora 2019.
Antes de iniciarmos a conversa sobre os teóricos mencionados acima, vamos 
conhecer um pouco o Jorge Luis Visca, nascido na cidade de Buenos Aires, na Argentina, 
em 14 de maio de 1935 e faleceu em 23 de julho de 2000.
13UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Visca foi o divulgador da Psicopedagogia no Brasil, Argentina e Portugal e, ainda 
foi o criador da Epistemologia Convergente uma teoria elaborada exclusivamente para 
o desenvolvimento do trabalho psicopedagógico clínico e reúne importantes correntes 
teóricas e práticas de três frentes de estudo da psicologia, sendo elas: 
● Psicogenética (Piaget);
● Psicanalítica (Freud);
● Psicologia Social (Pichon-Rivière). 
A linha de pensamento da teoria piagetiana expõe que o desenvolvimento cognitivo 
pode ocorrer em quatro estágios evolutivos e sequenciais do crescimento humano, que 
iniciam no nascimento e vão até a idade adulta. Esses estágios se desenvolvem gradualmente 
e variam de um sujeito para outro.
Vamos conhecer um pouco sobre os estágios da teoria piagetiana? Piaget dividiu o 
desenvolvimento cognitivo nos quatro estágios principais resumidos no quadro 2 .
Quadro 2: Estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget
ESTÁGIOS
Sensório-motor
(do nascimento a um 
ano e meio ou dois 
anos)
Pré-operatório
(um ano e meio aos 
sete anos)
Operatório concreto
(dos sete aos 11 anos)
Operatório formal
(aos 11 ou 12 anos 
aproximadamente)
A criança reage ao 
mundo de acordo com 
o estágio sensório-
motor.
Suas ações e 
movimentos são 
realizadas em razão 
de suas sensações. 
Pelas sensações, 
a criança constrói 
a compreensão do 
mundo à sua volta.
A criança já apresenta 
algum domínio 
das formas de 
representação e 
começa a desenvolver 
a função simbólica, 
ou seja, passa a 
substituir um objeto 
ou um evento pela 
representação dele.
A criança desenvolve 
a capacidade de 
concentração, passa 
a realizar trabalhos 
individuais e a 
colaborar em trabalhos 
em grupo, uma vez 
que são capazes 
de aceitar ideias de 
outras pessoas.
A criança abandona 
o raciocínio mais 
concreto dos estágios 
anteriores e passa a 
refletir e a criar teorias 
próprias sobre tudo. 
Fonte: Adapato de Silva; Mocelin (2019, p. 38 -122).
14UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
REFLITA 
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas no-
vas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam 
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes 
que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” 
(Jean Piaget)
Já a linha de pensamento freudiana estuda a respeito à sexualidade infantil. Para 
Freud, as primeiras investigações realizadas pela criança são sexuais e servem para situá-
la no mundo, colocá-la em seu lugar - o lugar sexual. Para ele, um momento importante na 
vida do sujeito é o da descoberta anatômica da diferença sexual. 
Para Freud, segundo Claro (2018, p. 38, grifo do autor)
[...] a mente tem uma estrutura tripartite, que ele denomina id, ego e supe-
rego. O id - regido pelo princípio do prazer - tem o papel de descarregar as 
funções biológicas. Nesta perspectiva, busca a satisfação imediata, não to-
lera a frustração e evita a dor. O ego - regido pelo princípio da realidade - é 
o responsável pela estimulação que pode vir tanto da própria mente quanto 
do mundo exterior. Ele exerce o papel de controlador do comportamento do 
sujeito, bem como protege-o dos perigos. Já o superego - conduzido por 
normas sociais e regras - exerce um papel de vigilante das ações ou pensa-
mentos contrários aos princípios morais.
As fases da sexualidade humana são ligadas ao desenvolvimento do id; diferenciam-
se pelos órgãos que sentem prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer e manifestam-
se dos primeiros meses de vida aos 5 ou 6 anos. São elas: oral, anal, fálica, de latência e 
genital.
E a linha de pensamento da teoria pichoniana (teoria do vínculo) em um caráter 
social na medida em que compreende que sempre há figuras internalizadas presentes na 
relação, quando duas pessoas se relacionam, ou seja, uma estrutura triangular. O vínculo 
é bi-corporal e tripessoal, isto é, em todo vínculo há uma presença sensorial corpórea dos 
dois, mas há um personagem que está interferindo sempre em toda relação humana, que é 
o terceiro. Neste sentido, vínculo é uma estrutura psíquica complexa. (PICHON-RIVIÈRE, 
1988).
Por fim, a linha de pensamento da teoria vygotskyana, a linguagem é um instrumento 
social entre o eu e o outro. É o ponto de partida para o aprendizado e o desenvolvimento. A 
respeito da educação, Vygotsky (2007, p.70) elucida que “[...] não existe nada de passivo, 
15UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
de inativo. Até as coisas mortas, quando se incorporam ao círculo da educação, quando se 
lhes atribui papel educativo, adquirem caráter ativo e se tornam participantes ativos desse 
processo”. Assim, a aprendizagem dos alunos segue sendo construída mediante a relação 
do indivíduo com seu ambiente sociocultural e com o suporte de outros indivíduos mais 
experientes.
16UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
1.3 O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ATUAL
Caro(a) graduando(a), para iniciar a nossa discussão deste tópico, precisamos refletir 
sobre a definição da palavra “psicopedagogia”. O Dicionário Michaelis (2019) registra que, 
etimologicamente, este é um vocábulo composto do grego psykhē+o+pedagogia “aplicação 
de conhecimentos da psicologia às práticas educativas”.
O conceito remete a duas grandes áreas do conhecimento, sendo elas: psicologia 
e pedagogia as quais têm como foco de estudo o sujeito. Conforme o Projeto de Lei da 
Câmara nº 31, de 2010, no qual dispões sobre a regulamentação do exercício da atividade 
de Psicopedagogia, deixa claro que poderão exercer a atividade os portadores de diploma 
em curso de graduação em Psicopedagogia e/ou Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura, 
bem como o curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínimo de 600 
(seiscentas) horas. Ainda no referido projeto em seu Art. 4º explicita quais são as atividades 
e atribuições do psicopedagogo.
SAIBA MAIS 
Caro(a) estudante, leia atentamente o Projeto de Lei nº 31, de 2010 na íntegra dispo-
nível no link https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&-
ts=1559268396250&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline17UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) foi criada em 12 de novembro 
de 1980 e, com ela, a psicopedagogia começou a se estruturar como uma profissão à 
parte, agregando, além da psicologia e da pedagogia, outras áreas do conhecimento. Para 
isso, era necessário que os interessados realizassem uma pós-graduação lato sensu. 
Aos poucos, as ofertas dos cursos de especialização se proliferaram em todo o território 
nacional, e atualmente o curso como graduação vem ganhando forças.
De acordo com Lemos (2007, p.73),
[...] a psicopedagogia se ocupa do estudo do processo de aprendizagem hu-
mana, de forma preventiva e terapêutica. Entretanto, ainda que o enfoque 
da psicopedagogia seja os problemas de aprendizagem, é necessário que 
se ocupe do processo de aprendizagem como um todo, a fim de descobrir 
as barreiras que impedem ou atrapalham o aprendiz de se autorizar a saber.
Segundo a ABPp (2011, s/p.), a psicopedagogia atua no campo da “[...] Educação 
e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, 
a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando, procedimentos próprios, 
fundamentados em diferentes referenciais teóricos”.
É importante enfatizar que se trata de uma área do conhecimento que possibilita 
ao profissional atuar tanto na clínica quando na instituição. Dessa forma, propõe integrar, 
de forma coerente, conhecimentos e princípios de diferentes áreas das ciências humanas.
Complementamos nossa reflexão sobre o conceito de psicopedagogia com a 
explanação de Barbosa (2007, p.91), que assim a define:
[...] a área do conhecimento que se propõe estudar o ser cognoscente e seu 
processo de aprender, compreendendo-o como um ser constituído de três 
grandes dimensões: a Racional, a Relacional e a Desiderativa e do funciona-
mento decorrente das relações dessas três dimensões, que acontecem num 
corpo físico e biológico, bem como num contexto cultural próprio.
Assim, no processo de construção do conhecimento é preciso compreender que o 
sujeito é dotado de razão, que expressa seus desejos, suas ânsias e suas vontades, mas 
é na troca com o outro e com o meio cultural que se “faz” humano.
Segundo a autora Claro (2018, p.20) “A psicopedagogia estuda as formas como o 
sujeito aprende e de que maneiras essa aprendizagem ocorre, bem como os fatores que 
provocam alterações no ato de aprender, a fim de preveni-las e tratá-las”.
Nesse sentido, a psicopedagogia para Weiss (2012, p.6) “[...] busca a melhoria das 
relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria 
aprendizagem de alunos e educadores”.
18UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Logo, o foco de estudo da psicopedagogia segundo Claro (2018, p.21) é “a 
aprendizagem”, no qual “[...] é um processo contínuo de construção de conhecimentos e 
está presente na vida do sujeito desde a mais tenra idade”.
Para tanto, devemos falar sobre a aprendizagem, na concepção de Diaz (2011, 
p.83), a aprendizagem é:
[...] um processo mediante o qual o indivíduo adquire informações, conheci-
mentos, habilidades, atitudes, valores, para construir de modo progressivo 
e interminável suas representações do interno (o que pertence a ele) e do 
externo (o que está “fora” dele) numa constante inter-relação biopsicossocial 
com seu meio e fundamentalmente, através da ajuda proporcionada pelos 
outros.
Para o referido autor supracitado, no processo de aprendizagem, sempre há uma 
autoconstrução de informações, de habilidades, de atitudes, a qual modificou o que foi 
anteriormente aprendido. Dessa forma, “[...] o ato de aprender é constituído pela integração 
de dados oferecidos pelo meio e de dados construídos pelo sujeito aprendiz. Aprender 
significa transformar. Toda aprendizagem provoca mudança no comportamento do sujeito”. 
(CLARO, 2018, p. 21).
SAIBA MAIS
Caro(a) estudante como exemplo sobre a interação do interno e do externo, segundo o 
autor Díaz (2011), podemos citar a criança que aprende a ler por ter alcançado determi-
nado nível de desenvolvimento nervoso ou maturidade (funcionamento interno de tipo 
biológico), condição que a faz sensível ao ensino da leitura. Mediado pelo adulto (condi-
ção externa), ela se apropria da leitura (aprendizagem) e, a seguir, por meio da continui-
dade, esta aprendizagem influi nas suas causas (no interno e no externo); deste modo, 
o aprendizado se converte em base para a realizar outros aprendizados (conhecimento 
através da leitura), o que lhe permite ampliar sua esfera psicológica (funcionamento psi-
cológico interno), assim como desenvolver funcionalmente seu cérebro (funcionamento 
interno biológico); isto porque nossas capacidades nervosas se desenvolvem na própria 
atividade em que participam, o que permite transformar o meio e suas influências (esti-
mulações externas) em proveito individual (dele) e social (dos outros).
Fonte: DÍAZ, Félix. O processo de aprendizagem e seus transtornos. Salvador: EDUFBA, 2011. Dis-
ponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-re-
positorio2.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
19UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Com relação à ação psicopedagógica, teoricamente, ela deve ser pautada pela 
prevenção do fracasso escolar e das dificuldades que envolvem tanto educandos como 
educadores.
No entanto, as autoras Barone; Martins e Castanho (2011), alertam que a 
psicopedagogia historicamente vem se consolidando como área interdisciplinar voltada 
prioritariamente para a compreensão e a intervenção nos processos de aprendizagem 
de indivíduos e grupos, nos vários contextos sociais, culturais e institucionais em que a 
aprendizagem ocorre.
Assim, é importante que o fazer psicopedagógico leve em consideração a 
autora do pensamento por parte do sujeito, observe a maneira como ele 
constrói seu conhecimento, de que maneira ele analisa, organiza e identifica 
as fontes de informação e, ainda, de que forma ele constitui sua identidade 
como sujeito de aprendizagem. (CLARO, 2018, p.22).
Nesse sentido, caro(a) estudante o objetivo de estudo da psicopedagogia deve 
ser compreendido sob dois enfoques: o preventivo e o terapêutico. O enfoque preventivo 
consiste em saber como se dá o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do sujeito. Já 
o terapêutico se concentra em identificar, analisar e construir procedimentos metodológicos 
que possibilitem diagnosticar e tratar as dificuldades de aprendizagem.
Para tanto, status interdisciplinar da psicopedagogia exige do profissional um 
aprofundamento em áreas de estudo que antes pareciam distantes das explicações que 
se buscavam para as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem, bem como 
demanda uma transformação que vai além da configuração do papel profissional do 
psicopedagogo, atingindo níveis de sua estrutura afetiva cognitiva e social. (OLIVEIRA, 
2014).
O Psicopedagogia para poder melhor exercer o seu ofício, passou a estudar as 
características da aprendizagem humana, tentando, segundo Bossa (2011) entender as 
seguintes questões: como se aprende; como está aprendizagem varia evolutivamente; 
como a aprendizagem está condicionada; que fatores condicionam a aprendizagem; como 
se produzem as alterações na aprendizagem e por fim como reconhecer as alterações 
verificadas na aprendizagem. 
A autora Oliveira (2014, p. 12) descreve que:
O alicerce da prática psicopedagógica não é formado apenas pelo conheci-
mento teórico sobre psicologia da aprendizagem, psicologia genética, teorias 
da personalidade, pedagogia, fundamentos da biologia, linguística, psicologia 
social, filosofia, ciências neurocognitivas,mas principalmente pela capacida-
de de articular esses conhecimentos e manter o compromisso ético e social 
na prática e na investigação científica do processo de aprendizagem.
20UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
Portanto, o psicopedagogo no contexto atual exerce função essencial neste 
processo, pois cabe ao mesmo diferenciar as situações sejam elas facilitadoras ou as que 
dificultam para que as pessoas possam estar resgatando seu processo de aprendizagem, 
incluindo sua história de vida, parte esta de grande importância para o psicopedagogo, por 
ser algo fundamental quando este lida diretamente com a pessoa.
21UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos nossa Unidade I, no primeiro momento analisamos alguns aspectos 
históricos da Psicopedagogia, e que partir de 1980, a Psicopedagogia começou a se estruturar 
como profissão no Brasil, como área de estudo que se preocupa em investigar a maneira 
como o sujeito constrói seu conhecimento. Conhecemos a história de alguns teóricos que 
influenciaram na Psicopedagogia no Brasil como Jorge Visca (epistemologia convergente), 
Jean Piaget (epistemologia genética), Lev Vygotsky (socioconstrutivismo), Sigmund Freud 
(psicanálise) e Enrique Pichon-Rivière (pedagogia social). E por fim identificamos o papel 
da Psicopedagogia no contexto atual, em relação a sua formação e o objeto de estudo, 
uma vez que cabe ao psicopedagogo diferenciar as situações que dificultam o processo de 
aprendizagem do sujeito. 
Convido você estudante interessado a consultar as Referências, de modo a 
aprofundar seu conhecimento sobre a temática abordada em nossa Unidade I.
22UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
LEITURA COMPLEMENTAR
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a história da psicopedagogia, sugiro a 
leitura do seguinte texto:
COSTA, A. A.; PINTO, T.M.G.; ANDRADE, M.S. de. Análise histórica do surgimento 
da psicopedagogia no Brasil. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, n. 20, 
ano 7, p.10-21, jul. 2013. 
Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/0 
Boa leitura!
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/0
23UNIDADE I Fundamentos da Psicopedagogia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Psicopedagogia: um olhar, uma escuta [livro eletrônico]
• Autora: Tânia Mara Grassi. 
• Editora: InterSaberes.
• Ano: 2013. 
• Sinopse: A importância da psicopedagogia para evolução da 
educação e a melhoria das condições de ensino são alguns dos 
enfoques da obra Psicopedagogia: um olhar, uma escuta, de Tânia 
Mara Grassi. Para tanto, a autora recorre à reconstituição histórica 
da área, sugerindo soluções para afastar o fracasso escolar de 
nossas salas de aula.
FILME/VÍDEO
Mãos Talentosas - A História de Ben Carson
Esse filme conta uma história de superação de dificuldades a partir 
do apoio de uma devolta mãe. Ben Carson era um menino pobre de 
Detroit, desmotivado, que tirava más notas na escola. Entretanto 
aos 33 anos, se tornou o diretor de Neurologia Pediátrica do 
Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1r3WsYZFD84 
WEB (OPCIONAL)
A Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp é uma 
associação de direito privado, de âmbito nacional, sem fins 
lucrativos e econômicos, de caráter técnico, científico e social, com 
atividade preponderante no exercício da psicopedagogia. Fundada 
em 12 de novembro de 1980, a ABPp agrega psicopedagogos 
brasileiros com a finalidade de propiciar-lhes o desenvolvimento, a 
divulgação e o aprimoramento desta área do conhecimento. 
Para saber mais, acesse o site da ABPp!
• Link do site: https://www.abpp.com.br/psicopedagogo.html
https://www.youtube.com/watch?v=1r3WsYZFD84
https://www.abpp.com.br/psicopedagogo.html
24
Plano de Estudo:
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• A formação do Psicopedagogo.
• Ética do trabalho psicopedagógico.
• Psicopedagogo e os novos desafios.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conversar sobre a formação do Psicopedagogo.
• Analisar a ética do trabalho psicopedagógico. 
• Conhecer alguns pontos do Psicopedagogo e os novos desafios. 
UNIDADE II
Aspectos da Formação e Atuação do 
Psicopedagogo
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães
25UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
INTRODUÇÃO
Caro (a) estudante.
Seja bem-vindo (a) à Unidade II da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia.
Nesta Unidade intitulada “Aspectos da formação e atuação do psicopedagogo”, 
vamos conversar sobre a formação do Psicopedagogo, bem como analisar a ética do 
trabalho psicopedagógico. E ainda nesta aula, você estudante irá conhecer alguns pontos 
do Psicopedagogo e os novos desafios. 
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema 
de nossa segunda unidade. 
Boa leitura!
26UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
2.1 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
“Formação” é um vocábulo abrangente. Nesse contexto caro(a) estudante, a palavra 
vai além de crescimento físico. Para tanto, vamos recorrer ao Dicionário Houaiss (2018, 
s/p): vocábulo de origem latina formatione que corresponde ao “ato, efeito ou modo de 
formar, constituir (algo); criação, construção, constituição”, ao “conjunto de conhecimentos 
e habilidades específicos a um determinado campo de atividade prática ou intelectual” e, 
ainda, ao “conjunto de cursos concluídos e graus obtidos por uma pessoa”. 
No Brasil, por muitos anos, a formação do psicopedagogo foi propiciada somente 
por meio de cursos de pós-graduação em nível de especialização (lato sensu), os quais 
foram regulamentados pela Resolução nº. 12, de 6 de outubro de 1983, do então Conselho 
Federal de Educação. 
Conforme dados extraídos do Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de 
Educação Superior - Cadastro e-MEC, em 2019 até o presente momento da elaboração do 
material, estavam cadastrados mais de 2.800 cursos de especialização em Psicopedagogia, 
ofertados nas modalidades presencial e/ou a distância por diversas instituições públicas e 
privadas de norte a sul do Brasil. (BRASIL, 2019a). 
No que diz respeito ao curso de graduação, temos um total de 21 cursos, sendo 4 
em licenciatura e os demais em bacharelado, temos um total de 8 instituições ofertado a 
graduação em Psicopedagogia a distância. (BRASIL, 2019a). 
27UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
Sobre a formação do Psicopedagogo no Brasil segue, as determinações da atual 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº. 9394, de 20 de dezembro de 
1996 (BRASIL, 1996), sobre a formação de profissionais da educação. 
Ainda no Brasil, a regulamentação da profissão psicopedagogo foi aprovada pelo 
Senado Federal em 05 de fevereiro de 2014, após muitas lutas, por meio do Projeto de Lei 
da Câmara (PLC) nº. 31/2010. No texto, destaca-se que poderão exercer a atividade de 
psicopedagogia:
● graduados em psicopedagogia;
● portadores de diploma em psicologia, pedagogia ou licenciatura que cursaram 
especialização em psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% 
da carga horária dedicada a essa área; e
● portadores de diplomas de curso superior que exercem ou já exerceram 
atividades profissionais de psicopedagogia, em instituição pública ou privada.
Noffs (2016, p.116) expõe que após a Lei nº. 9394/96, com a prerrogativa de que 
poderia se formar profissionais da Educação a nível de pós-graduação, “somada à informação 
de que 80% dos alunos que cursava, a Psicopedagogia eram da Educação”, então “a ABPp 
frente às demandas da sociedade foi impulsionada a desencadear formalmente o projeto 
de lei n.3124/97 sobre a regulamentação do exercício da atividade psicopedagógica”, pelo 
então Deputado Federal Barbosa Neto apoiado na premissa que esta atividade viria reduzir 
“o fracasso escolar mediante a revisão do Projeto Educacional Brasileiro com a inserção de 
um profissionaldenominado de psicopedagogo”. 
Caro (a) estudante um questionamento recorrente quando se discute a formação do 
psicopedagogo diz respeito à categorização da Psicopedagogia como profissão ou como 
ocupação. 
Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO do Ministério do Trabalho 
são os códigos cadastrados de todas as profissões e ocupações brasileiras. A atividade de 
Psicopedagogo é uma das atividades classificada sob o número 2394-25: “Programadores, 
Avaliadores e Orientadores de Ensino, da qual fazem parte além do psicopedagogo 
os coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, supervisores de ensino, 
pedagogos e professores de recursos audiovisuais”. (BRASIL, 2019b).
28UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
SAIBA MAIS
Caro (a) graduando (a) você sabia que o número 2394-25 é o que deve conter no seu 
carimbo de psicopedagogo, pois ele é o do Ministério do Trabalho?. Enquanto a lei 
3512/10 é sancionada e os psicopedagogos tiverem seu conselho de representação fe-
deral, a psicopedagogia não é profissão, mas sim ocupação, ou seja, a CBO apenas tem 
por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classifi-
catórios juntos aos registros administrativos e domiciliares, somente depois da criação 
dos conselhos federais é que teremos um CRPp com número de registro da profissão.
De acordo com a ABPp a formação do profissional da Psicopedagogia deve 
orientar-se pelos seguintes princípios norteadores: 
a) conscientização da diversidade, respeitando as diferenças de natureza cultural 
e ambiental, de gêneros, de faixas geracionais, de classes sociais, de religiões, de 
necessidades especiais, de orientação sexual, entre outras;
b) priorização de ações que envolvam os direitos humanos visando uma sociedade 
inclusiva e equânime, com ênfase nas potencialidades do sujeito da aprendizagem;
c) valorização do pensamento reflexivo, crítico e transformador;
d) conscientização do trabalho coletivo pautado pela ética e sigilo profissional;
e) respeito aos saberes específicos das áreas afins e dos profissionais.
Ainda segundo ABPp “o Psicopedagogo é o profissional habilitado para atuar 
com os processos de aprendizagem junto aos indivíduos, aos grupos, às instituições e às 
comunidades”. 
Sendo assim, como já estamos estudando ao longo da disciplina, constatamos que 
a formação do profissional é multidisciplinar e, assim, se assenta sobre diversas ciências: 
 = Sob o ponto de vista filosófico, seu embasamento deve lhe permitir encontrar 
as ideias de homem, de sociedade e educação implícitas em cada teoria 
psicopedagógica;
 = Sua formação sociológica deve facilitar a compreensão do tempo e do espaço 
sociocultural e econômico que influenciam o fenômeno educacional dos 
indivíduos pertencentes às classes socioeconômicas mais baixas;
29UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
 = O conhecimento de técnicas e métodos, relativos ao desenvolvimento das 
operações lógicas do pensamento e à aquisição das habilidades básicas 
psicomotoras e linguísticas é indispensável a este profissional da área 
psicopedagógica. Daí a importância de conhecimentos psicolinguísticos, 
neurológicos e outros. Deve-se, contudo, frisar que a integração destes 
conhecimentos não lhe é dada a priori, mas gração destes conhecimentos 
não lhe é dada a priori, mas sim construída através de sua sensibilidade e 
experiência. (PORTAL EDUCACIONAL, 2019). 
Assim, independentemente de a formação do psicopedagogo ocorrer na pós-
graduação ou na graduação, o profissional precisa articular a teoria com a prática, bem 
como sua formação propicie ao futuro profissional subsídios que lhe possibilitem entender 
como se desenvolve o processo de aprendizagem em sua totalidade.
SAIBA MAIS
No dia 14 de Fevereiro de 2014 a psicopedagogia sofreu um “grande golpe”, segundo 
o Sindicato dos Psicopedagogos no Brasil. O projeto de lei 3512/10 que propõe a re-
gulamentação da psicopedagogia como profissão foi aprovada no Senado Federal mas 
antes de ser enviado para a presidência da república sofreu vários golpes de mudanças 
com emendas que sugerem a retirada de quatro artigos importantes para os psicopeda-
gogos brasileiro, sendo eles “o direito de realizar diagnóstico psicopedagógico e a retira-
da da criação do conselho federal de psicopedagogia (órgão fiscalizador da profissão)”. 
ATENÇÃO! sindicato dos psicopedagogos do Brasil é independente, livre onde a única 
regra para participação é SER PSICOPEDAGOGO(A).
Fonte: http://www.sindpsicoppbr.com.br/p/quem-somos.html
http://www.sindpsicoppbr.com.br/p/quem-somos.html
30UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
2.2 ÉTICA DO TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO
A palavra ética, etimologicamente, é derivada do grego ethike e pode ser entendida 
como o “conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou 
de um grupo social ou de uma sociedade” (MICHAELIS, 2019). 
A Ética é a parte da filosofia que busca refletir sobre o comportamento humano, 
tendo como objeto de estudo “o bem e o mal”; “o certo e o errado”. 
Segundo Cortella (2010, p. 106), “A ética é o conjunto de princípios e valores da 
nossa conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza 
manda e o que nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, 
julgar, avaliar”. Considera-se, então, que ética é um conjunto de princípios que conduzem 
e orientam o homem à ação moralmente correta. 
Como disciplina teórica, Claro (2018) descreve que 
[...] a ética tem por intuito investigar o comportamento do sujeito e suas rela-
ções consigo e com o outro com base nos seguintes princípios: justiça, moral, 
dever, liberdade, responsabilidade, virtude e valor, ou seja, entende-se que, 
por meio da ética, o ser humano procura maneiras mais apropriadas de agir, 
de viver e de conviver. 
As profissões também são regidas por normas e regras específicas. Há, por exemplo, 
a ética médica, a ética jurídica, a ética do psicopedagogo. Assim, a ética profissional 
“abrange todos os setores profissionais da sociedade” e tem como objetivo “interrogar mais 
31UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
amplamente o papel social da profissão, sua responsabilidade, sua função, e sua atitude 
frente a riscos e ao meio” (MICHAELIS, 2019). 
Sá (2013) destaca que ter ética profissional e cumprir com todas as atividades 
e obrigações estabelecidas à profissão são princípios indispensáveis para manter uma 
sociedade organizada, ou seja, é necessário que cada sujeito cumpra com seu papel na 
sociedade. 
SAIBA MAIS
Leia o artigo “Ética profissional e empresarial” (REIS et al, 2017) para compreender e 
conhecer as diferenças existentes entre ética empresarial e ética profissional. O artigo 
destaca as virtudes necessárias ao profissional para o exercício ético e consciente da 
profissão. 
Fonte: Artigo em pdf acesse o link: https://bit.ly/2mIC4Xw 
Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é código de ética profissional, 
vamos conhecer um pouco mais sobre o código de ética do profissional de psicopedagogia.
No que diz respeito ao psicopedagogo, sua ética é baseada em um conjunto de regras 
de conduta moral e deontológica que norteiam os profissionais da área psicopedagógica e 
estão descritas no Código de Ética do Psicopedagogo, aprovado pela Associação Brasileira 
de Psicopedagogia (ABPp) em 1996, sendo reformulado e aprovado em assembleia geral 
em 5 de novembro de 2011. 
Segundo ABPp o código de ética tem o propósito de estabelecer e orientar parâmetros 
que norteiam a profissão. Dessa forma, busca manter a boa conduta do profissional, 
estabelecendo diretrizes para o exercício da função. Atualmente, com a evolução que vem 
ocorrendo em meio à sociedade, o código de ética também passou por mudanças. 
Código de Ética do Psicopedagogo regulamenta as seguintes situações: 
● Princípios dapsicopedagogia;
● Formação do psicopedagogo;
● Exercício das atividades psicopedagógicas;
● Responsabilidades;
https://bit.ly/2mIC4Xw
32UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
● Instrumentos;
● Publicações científicas;
● Publicidade profissional;
● Honrários; e
● Disposições gerais. 
No artigo 16º, indica que cabe ao psicopedagogo cumprir o código, pois conforme 
consta no mesmo artigo, em seu parágrafo único: 
Parágrafo único - Constitui infração ética:
a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas;
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática psicopeda-
gógica;
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si;
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços psico-
pedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou 
solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.
Logo, no exercício da profissão, o psicopedagogo, investido de adequada formação, 
não pode cobrar honorários de serviços não realizados nem assinar procedimentos 
psicopedagógicos que não tenha pessoalmente executado. 
O psicopedagogo não pode perder de vista que o objetivo de seu trabalho é a 
aprendizagem em todas as suas nuances. 
O Código de Ética do Psicopedagogo, no Capítulo I, composto de quatro artigos, 
dispõe sobre os princípios que regem a profissão. Averiguemos, cada um deles: 
Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se 
ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a es-
cola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos pró-
prios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos.
 
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, rela-
cionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os 
processos de aprendizagem e as suas dificuldades.
 
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes 
âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o insti-
tucional e o clínico.
 
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, ins-
trumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendiza-
gem, cabíveis na intervenção.
33UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
Desta forma, o psicopedagogo pode atuar tanto na área da saúde quanto na área 
da educação, desde que em ambas o objeto de estudo seja a aprendizagem e os fatores 
que interferem nesse processo. 
O artigo 3ª do Código de Ética do Psicopedagogo estabelece os objetivos do 
trabalho do psicopedagogo: 
a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão 
escolar e social;
b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Como é possível perceber caro(a) estudante, a aprendizagem é o objeto de estudo 
da psicopedagogia, no qual é um fator a ser considerado nas atividades psicopedagógicas, 
no que se refere à proposição de ações e à mediação de conflitos correlacionados. Um 
objetivo que também merece atenção concerne ao fato de o psicopedagogo também atuar 
como pesquisador. 
O artigo 4º do Código de Ética do Psicopedagogo ressalta o envolvimento do 
psicopedagogo, juntamente com outros profissionais, em projetos nas áreas da educação 
e saúde: “O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar 
a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que 
concerne às questões psicopedagógicas”.
O Capítulo II do Código de Ética do Psicopedagogo diz respeito à formação 
profissional, que deve ocorrer “em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação 
– especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em estabelecimentos de 
ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos competentes, de acordo com 
a legislação em vigor”.
Assim, somente podem exercer a profissão de psicopedagogo os profissionais 
com graduação na área ou portadores de certificados de pós-graduação expedidos por 
instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação. 
O Capítulo IV do Código de Ética do Psicopedagogo, em seu artigo 11º, estabelece 
as responsabilidades a serem assumidas pelo profissional da psicopedagogia: 
Artigo 11º
São deveres do psicopedagogo:
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que 
tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela 
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâ-
metros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
34UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do 
seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento 
pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de 
exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da 
classe e a manutenção do conceito público.
São várias as responsabilidades atribuídas ao psicopedagogo, no qual envolvem 
formação continuada, relações interpessoais, ética com o paciente, necessidade de só 
prestar atendimento quando se sentir apto, de zelar pelo nome da profissão, entre outros.
O Capítulo III do Código de Ética do Psicopedagogo, em seu artigo 6º ao 10º, cuida 
do exercício das atividade do psicopedagogo:
Artigo 6º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais gra-
duados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sen-
su” - e os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de 
titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicope-
dagogo submeter-se à supervisão psicopedagógica e recomendável proces-
so terapêutico pessoal.
Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, 
deverá fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios 
deste Código de Ética.
 
Parágrafo 2º
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus res-
ponsáveis legais e o profissional, a fim de que:
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando 
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e 
tempo despendido;
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.
Esse artigo, mais uma vez, reafirma que, para exercer a profissão de psicopedagogo, 
é necessário ser graduado na área ou ter curso de pós-graduação (lato sensu) em cursos 
reconhecidos pelo Ministério da Educação. E recomenda-se ainda que o psicopedagogo faça 
terapia. Determina também que a divulgação dos trabalhos deve ser elaborada conforme 
as normas difundidas pela ABPp, assim como os honorários devem ser combinados 
previamente a fim de que ninguém se sinta lesado. 
Um dos pontos definidos no Código de Ética diz respeito ao sigilo profissional, ou 
seja, o profissional não deve revelar fatos que comprometam a intimidade dos sujeitos. 
Entretanto, ressalta em seu artigo 7º que o psicopedagogo está imposto a respeitar o 
sigilo profissional, “protegendo a confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do 
exercício de sua atividade e não revelando fatos que possam comprometer a intimidade 
das pessoas, grupos e instituições sob seu atendimento”.
35UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
Dessa forma, destaca-se a importância de conhecer o código de ética, e suas 
regulamentações, pois elas apresentam com propósito os parâmetros que os profissionais 
devem seguir. Vale lembrarque existem vários códigos de ética em meio a tantas profissões 
e todos possuem o mesmo propósito, o de conduzirem uma boa conduta do profissional e 
do cidadão.
REFLEXÃO
Ser ético é se manter dentro das normas e regras que fundamentam sua profissão den-
tro e fora do ambiente de trabalho, por isso fique atento nas mudanças que ocorrem nas 
normativas do código de ética de sua profissão, para que não ocorra infrações.
36UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
2.3 PSICOPEDAGOGO E OS NOVOS DESAFIOS
Neste último tópico caro (a) estudante vamos estudar alguns pontos sobre o 
“psicopedagogo e os novos desafios” que precisamos conhecer para finalizar esta 
Unidade com sucesso.
Primeiramente vamos conhecer sobre o perfil profissional do psicopedagogo. 
Dando início com a seguinte pergunta: Você já pensou como é caracterizado esse 
profissional? 
Historicamente demarcado pelos estudos médicos e pedagógicos (BASTOS, 
2015), os problemas de aprendizagem, atualmente, são observados pela ótica da 
psicopedagogia e constitui-se de estruturas interdisciplinares contribuídas de outros 
campos do conhecimento.
Quando se trata do perfil profissional que corresponde ao conjunto de habilidades 
e características que o profissional deve possuir para desempenhar sua profissão, o 
psicopedagogo é o profissional que se preocupa com os processos de aprendizagem 
nos múltiplos espaços educativos.
O psicopedagogo faz parte do grupo de profissionais que estão habilitados para 
o trabalho no processo de ensino e aprendizagem, no espaço escolar ou não, cujo foco 
corresponde a investigar os problemas de aprendizagem e assegurar a qualidade de 
educação e da aprendizagem humana.
37UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
Sendo assim, a seguinte pergunta é: Você sabe a função do psicopedagogo? O 
profissional psicopedagogo é indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito 
de diversos aspectos do processo de ensino e aprendizagem e tem atuação preventiva 
e terapêutica/clínica. Vários autores consideram não existir distinção espacial para a 
ocorrência de ambas, pois há momentos em que se utilizam, no mesmo espaço, tanto uma 
ação preventiva quanto uma ação terapêutica. (BOSSA, 2011; BASTOS, 2015).
Para tanto, o trabalho do psicopedagogo se caracteriza como prática clínica 
e prática institucional. Enquanto prática clínica, pode ser entendida como uma atuação 
pautada na investigação de problemas de aprendizagem e entraves no processo de 
ensino- aprendizagem de modo terapêutico. Já como prática institucional, cria mecanismos 
para facilitar a construção da aprendizagem evitando entraves no ato de aprender junto 
a instituições diversas, como escolas, empresas, ONGs, serviços públicos, entre outros. 
(BOSSA, 2011). 
No processo de trabalho do psicopedagogo, ele deverá desenvolver atividades 
relacionadas ao estudo da aprendizagem humana, refletindo como os indivíduos aprendem, 
quais fatores podem condicionar a sua aprendizagem, reconhecendo esse processo e 
buscando meios para prevenção e tratamento. Ou seja, seu foco está nas dificuldades de 
aprendizagem, e para o alcance dos objetivos, é necessário se envolver com a concepção 
de aprendizagem de modo amplo.
Sendo assim, sua função e contribuição está estritamente ligada a auxiliar o sujeito 
no desenvolvimento de uma aprendizagem fluída e significativa, despertando o desejo de 
aprender e realçando as potencialidades do sujeito, utilizando as mais diversas técnicas, 
estratégias e metodologias educativas em uma relação integrativa entre a comunidade, 
família e instituição escolar ou acadêmica.
ATENÇÃO! O psicopedagogo é o profissional que se ocupa de compreender as pes-
soas em situação de aprendizagem e intervém para favorecê-la, a fim de que ela ocorra 
da melhor maneira possível. Ele prevê problemas e aperfeiçoa as capacidades de cada 
pessoa em particular, propiciando o seu acesso ao conhecimento.
Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades 
de aprendizagem, não se remete apenas a deficiência do aluno, mas sim em relação a 
problemas escolares, tais como: método de ensino; relação professor e aluno; dentre outros. 
38UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
Frente ao cenário do século XXI, a autora Masini (2006, p. 257) informa que é 
indispensável a Psicopedagogia caracterizar-se como a área que:
● estuda as relações envolvidas em situações do aprender, para nelas resgatar 
o que emerge da vida de crianças, jovens e adultos - de suas impressões, 
sentimentos, dúvidas valores, elaborações;
● cuida para não perder o que sucede, ao buscar os significados de situações 
do aprender para os que dela participam e assim contribuir para que cada um 
amplie e aprofunde seus próprios significados;
● Esforça se para não enfeitar nem mascarar os encontros e desencontros do 
sujeito consigo mesmo, com o outro e com o próprio contexto social, dissimulando 
fealdades e tornando inexpressivas as situações.
Um dos desafios do psicopedagogo segundo as autoras Tostes; Bellan; Gurnhak; 
Silva (2016) estão na análise e no entendimento das necessidades individuais de cada 
aprendiz e suas possíveis dificuldades de desenvolvimento intelectual.
Outro desafio que as autoras Tostes; Bellan; Gurnhak; Silva (2016) é da profissão 
que ainda não é obrigatória nas escolas, já é um desafio. E quando o psicopedagogo 
consegue trabalhar em uma escola, deste momento começam os desafios e processos 
escolares.
O trabalho psicopedagógico segundo Scoz (2011, p. 150),
[...] pode contribuir muito, auxiliando os educadores a aprofundarem seus 
conhecimentos sobre as teorias de ensino/aprendizagem e as recentes con-
tribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-
-as numa ação educativa. Este trabalho levaria o educador a olhar-se como 
“aprendente” e como “ensinante”, conectando-o com as próprias inseguran-
ças, com as angústias de conhecer e desconhecer, fazendo-o redimensionar 
seus modelos de aprendizagem e o seu vínculo com os alunos. (grifo do 
autor)
Assim, para que ocorra aprendizagem no contexto educacional é necessário que 
se tenha ensino de qualidade, onde os recursos, abordagens e técnicas são primordiais e 
indispensáveis para a garantia de um ensino de excelência, a autora Scoz (2011, p. 152) 
acrescenta informando que, a “[...] psicopedagogia pode transformar-se numa área capaz 
de oferecer contribuições afetivas para entender os problemas educacionais”, auxiliando as 
instituições de ensino nos trabalhos realizados.
39UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
SAIBA MAIS
Caro (a) estudante, embora o psicopedagogo possua atividades e funções específicas, 
esse profissional não atua de modo isolado. A complexidade do ser exige uma visão 
multiprofissional para investigação, pesquisa e tratamento das dificuldades de aprendi-
zagem (psicopedagogo, neurologista, psicólogo, pedagogo, psicomotricista etc.). (BOS-
SA, 2011; BASTOS, 2015).
Agora caro (a) estudante que já conhecemos sobre o perfil profissional do 
psicopedagogo e as suas principais funções, seguiremos estudando sobre as habilidades 
e competências. Sabemos que o mercado de trabalho necessita de um conjunto de 
conhecimentos e aptidões de cada área profissional para desenvolvimento produtivo. 
Nesse sentido, a terceira pergunta é: Quais são as habilidades e competências requeridas 
do psicopedagogo? Avaliemos o quadro a seguir.
Quadro - Habilidades e Competências do Psicopedagogo
a) planejar, intervir e avaliar o processo de aprendizagem, nos variados con-
textos, mediante a utilização de instrumentos e técnicas próprios da Psico-
pedagogia;
b) utilizar métodos, técnicas e instrumentos que tenham por finalidade a pes-
quisa e a produção de conhecimento na área;
c) participar na formulação e na implantação de políticas públicas e privadas 
em educação e saúde relacionadas à aprendizageme à inclusão social;
d) articular a ação psicopedagógica com profissionais de áreas afins, para 
atuar em diferentes ambientes de aprendizagem;
e) realizar consultoria e assessoria psicopedagógicas;
f) exercer orientação, coordenação, docência e supervisão em cursos de Psi-
copedagogia;
g) atuar na coordenação e gestão de serviços de Psicopedagogia em estabe-
lecimentos públicos e privados.
Fonte: Adaptado ABPp, 2019.
Nesse contexto, Santos (2012, p. 2) apresenta sobre o psicopedagogo não basta 
ter o conhecimento e o domínio teórico, “[...] já que seu exercício é metateórico e supõe, 
por parte do profissional, uma percepção refinadamente seletiva e crítica. Mais ainda, a 
40UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
capacidade de juntar e processar saberes, na medida de cada caso, para dar conta de cada 
um. [...]”. A partir das considerações do autor, entendemos que o trabalho do psicopedagogo 
necessita, além das habilidades e competências, um sentimento transformador e o desejo 
de uma intervenção social. 
Estudiosos consideram que o trabalho psicopedagógico está pautado na 
identificação da natureza da causa que interfere na forma de atuação do psicopedagogo. 
Segundo a reflexão de Bossa (2011), a partir das autoras Fernandéz e Paín, quando o 
problema provém de causas externas, o trabalho é preventivo, enquanto na intervenção em 
problemas cujas causas estão ligadas à estrutura individual e familiar do sujeito, o trabalho 
é terapêutico.
Sendo assim, a Psicopedagogia caracteriza-se pela intencionalidade do trabalho 
do psicopedagogo em espaços estruturais de um mesmo mecanismo de ordem, função ou 
objetivo social, pautado nas concepções de valores, regras, filosofia, ideologia e cultura, 
tais como: empresas, hospitais, ONGs, escolas e indústrias.
Nesse sentido, seu trabalho com a aprendizagem e seus problemas também estão 
relacionados à concepção de grupo, à formação da personalidade e/ou da família, às 
estruturas de ensino, às expectativas de vida, às experiências vividas e demais aspectos 
que completam, constituem e formam a estrutura social e psíquica do Ser.
Na concepção de Fogali (1988, citada por BOSSA, 2011, p. 87) a psicopedagogia 
pode contribuir trabalhando vários aspectos, na natureza da instituição, sendo eles:
• Psicopedagogia familiar, ampliando a percepção sobre os processos de 
aprendizagem de seus filhos, resgatando a família no papel educacional, 
complementar à escola, diferenciando as múltiplas formas de aprender, 
respeitando as diferenças dos filhos.
• Psicopedagogia empresarial, ampliando formas de treinamento, resga-
tando a visão do todo, as múltiplas inteligências, trabalhando a criativida-
de e os diferentes caminhos para buscar saídas, desenvolvendo o imagi-
nário, a função humanística e dos sentimentos na empresa, ao construir 
projetos e dialogar sobre eles.
• Psicopedagogia hospitalar, possibilitando a aprendizagem, o lúdico e as 
oficinas psicopedagógicas com os internos.
• Psicopedagogia escolar, priorizando diferentes projetos.
• Diagnóstico da escola.
• Busca da identidade da escola.
• Definições de papéis na dinâmica relacional em busca de funções e iden-
tidades, diante do aprender.
• Instrumentalização de professores, coordenadores, orientadores e dire-
tores sobre práticas e reflexões diante de novas formas de aprender.
• Reprogramação curricular, implantação de programas e sistemas avalia-
tivos.
• Oficinas para vivência de novas formas de aprender.
• Análise de conteúdo e reconstrução conceitual.
• Releitura, ressignificando sistemas de recuperação e reintegração do 
aluno no processo.
• O papel da escola no diálogo com a família.
41UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
EXEMPLO
Mariana é pedagoga, professora, acaba de concluir a sua graduação em Psicopedago-
gia e foi convidada para um trabalho voluntário como psicopedagoga em uma instituição 
que acolhe idosos. Implicada e dedicada, logo após a semana de ambientação e conhe-
cimento do espaço e seus sujeitos, traçou, inicialmente, um plano de trabalho, a saber: 
criar projetos para conhecer o processo de aprendizagem dos idosos e sua perspectiva 
existencial, realizar dinâmicas de convivência, propiciar atividades que desenvolvam 
o raciocínio, a associação e comunicação, atuar com ludicidade e jogos aplicados à 
adultos, promover a criatividade e a apreciação da expressão artística e potencializar o 
diálogo e a troca de saberes experienciais. Vale destacar que Mariana atuará em uma 
equipe multiprofissional, construindo e contribuindo com saberes psicopedagógicos jun-
to à gerontologia.
Caro (a) estudante aprendemos que o psicopedagogo é o profissional habilitado 
para proporcionar ações relacionadas ao desenvolvimento da aprendizagem humana, e 
que sua atuação pode ser de modo institucional ou clínico.
Sendo assim, a Psicopedagogia no espaço clínico trata de compreender o motivo 
da não aprendizagem do sujeito sobre determinado aspecto, assim como investigar ações 
para que ele possa reconhecer-se como sujeito ativo da aprendizagem e ser capaz de 
desenvolvê-la. (BASTOS, 2015).
Na concepção de Bastos (2015, p. 31) na clínica psicopedagógica “cada paciente 
é singular, possui um estilo próprio de aprender ou de não aprender”, estabelecendo 
“transferência com o psicopedagogo que necessita se tornar uma referência imprescindível 
para despertar seu desejo de aprender”. Assim, quando o atendimento clínico é demandado, 
faz-se necessário que o psicopedagogo tenha um olhar e uma escuta sensível para esse 
contexto de diagnóstico, auxílio, acompanhamento e ações, que envolverá os pais, os 
responsáveis, o próprio sujeito e a instituição de ensino.
42UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos nossa Unidade II conversando sobre a formação do Psicopedagogo, 
independentemente de ser em pós-graduação ou em graduação sua formação propiciará ao 
futuro profissional subsídios que lhe possibilitem entender como se desenvolve o processo 
de aprendizagem e suas dificuldades. Ainda, foi possível analisar sobre a importância do 
código de ética, não somente na profissão do psicopedagogo, mas em todas as áreas de 
atuação. E por fim, caro (a) estudante conhecemos alguns pontos do Psicopedagogo em 
relação ao novos desafios. 
Espera-se que este tópico tenha contribuído para sua formação pessoal e 
profissional.
43UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
LEITURA COMPLEMENTAR
Sugiro a leitura do livro intitulado “Docência: uma construção 
ético-profissional” dos autores Ilma Passos Alencastro Veiga; 
José Carlos Souza Araújo e Célia Kapuziniak, ano de 2015. O livro 
irá abordar o que é ética docente? A construção de um projeto 
ético-profissional tende a ser instrumento de melhoria da prática 
profissional ou pode ser um veículo de controle burocrático? O 
que significa constituir um código de ética docente que oriente 
a prática profissional vinculada à educação? O movimento de 
construção ético-profissional da docência é um processo complexo 
de mudança social no qual estão envolvidos diversos atores, 
entidades e organizações que defendem visões muitas vezes 
antagônicas. Tal discussão, carregada de equívocos que precisam 
ser esclarecidos, surge em um momento de desprestígio social da 
profissão. O desafio atual dos professores reside na construção de 
um projeto ético-profissional da docência – com ou sem conselho 
ou ordem profissional. Para isso, fazem-se necessários, por um 
lado, o compromisso com princípios que lhe são inerentes e, por 
outro, o exercício da autonomia tanto no plano dos direitos como 
no dos deveres. - Papirus Editora.
44UNIDADE II Aspectos da Formação e Atuação do Psicopedagogo
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da 
prática
• Autora: Nadia Aparecida Bossa
• Editora: Wak
• Sinopse: A Psicopedagogia constitui um conjunto de práticas 
institucionalizadasde intervenção no campo da aprendizagem, 
seja no âmbito da prevenção, seja no diagnóstico e no tratamento 
das dificuldades de aprendizagem, ou ainda, na intervenção 
específica no processo de aprendizagem escolar. Seus domínios 
específicos são: o sujeito do conhecimento, o agente de 
transmissão e as dimensões constitutivas dos mesmos, logo o 
sujeito-objeto da Psicopedagogia é o ser humano contextualizado 
em situação de aprendizagem. O enfoque de pesquisa e trabalho 
psicopedagógico é multidimensional, no qual estão contemplados 
os fatores constitucional/biológico, cognitivo, afetivo, sociocultural 
e pedagógico, em determinado momento histórico de cada pessoa 
ou grupo, afetando a busca e a compreensão dos conhecimentos. 
A Psicopedagogia deve aproximar-se dos obstáculos presentes 
na construção do conhecimento e na relação com o saber; da 
prática educativa na interseção com as particularidades subjetivas, 
sociais e culturais das pessoas e instituições; da relação entre 
pensamento meditativo e subjetividade; e das interações do 
homem com o mundo. Dessa forma, o olhar da Psicopedagogia 
sobre a aprendizagem e o processo ensino-aprendizagem se dá 
pela análise de comportamentos cognitivo-intelectual e simbólico-
afetivo na produção de conhecimento.
FILME/VÍDEO
• Título: ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia- 
Reconhecimento do Psicopedagogo
• Ano: s/ano. 
• Sinopse: Quézia Bombonatto, Presidente da ABPp, conversa sobre 
o trabalho do Psicopedagogo, a importância do reconhecimento 
desse profissional, os caminhos da Psicopedagogia na formação 
humana e as intervenções psicopedagógicas. 
• Link do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=U-IimAg86UU
https://www.youtube.com/watch?v=U-IimAg86UU
45
Plano de Estudo:
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Dificuldade de Aprendizagem X Distúrbio de Aprendizagem X Transtorno de Aprendiza-
gem X Problema de Aprendizagem
• Dislexia
• Disgrafia e Disortografia.
• Discalculia
• TDAH
• TEA
Objetivos de Aprendizagem:
• Definir o conceito de dificuldade de aprendizagem, bem como também denominado 
por alguns estudiosos como: distúrbio, transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda 
fracasso escolar. 
• Conhecer e identificar a dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia, bem como o 
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro do 
autismo (TEA).
UNIDADE III
Objeto de Estudo da Psicopedagogia
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães
46UNIDADE III Objeto de Estudo da Psicopedagogia
INTRODUÇÃO
Caro (a) estudante.
Seja bem-vindo (a) à Unidade III da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia.
Nesta Unidade “Objeto de estudo da Psicopedagogia”, você estudante terá a 
possibilidade de estudar sobre a definição do conceito de dificuldade de aprendizagem, 
bem como também algumas nomenclaturas que estudiosos nomeiam, como: distúrbio, 
transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda fracasso escolar. Ainda nesta aula irá 
conhecer o que é, dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia, bem como o transtorno de 
déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro do autismo (TEA). 
A compreensão desta Unidade I contribuirá para a sua formação neste curso 
superior.
Boa leitura e bons estudos!
47UNIDADE III Objeto de Estudo da Psicopedagogia
3.1 Dificuldade de Aprendizagem X Distúrbio de Aprendizagem X Transtorno de 
Aprendizagem X Problema de Aprendizagem
Caro (a) estudante o que são dificuldades de aprendizagem? Neste ponto, é 
necessário definir o conceito de dificuldade de aprendizagem, também denominado por 
alguns estudiosos como: distúrbio, transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda 
fracasso escolar. 
Mas será que todos esses termos são adequados? O que significa cada um deles? 
Há diferenças entre essas expressões ou são sinônimas? 
Segundo o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, Portaria nº. 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 
janeiro/2008, a terminologia adotada deve ser Transtornos Funcionais Específicos. (BRASIL, 
2008). Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, disortografia, disgrafia, 
discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros. 
O transtorno específico da aprendizagem, segundo o Manual diagnóstico e estatístico 
de transtornos mentais - DSM-V (2014) é diagnosticado diante de déficits específicos na 
capacidade individual para perceber ou processar informações com eficiência e precisão. 
Esse transtorno do neurodesenvolvimento manifesta-se, inicialmente, durante os anos 
de escolaridade formal, caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas 
habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática. 
48UNIDADE III Objeto de Estudo da Psicopedagogia
Para Smith e Strick (2012, p. 15) o termo dificuldades de aprendizagem “[...] refere-
se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar 
qualquer área do desempenho acadêmico”. Ainda as autoras expõem que as crianças com 
dificuldades de aprendizagem não conseguem se adaptar à rigidez na sala de aula. “Para 
progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar à sua própria maneira. 
Se forem colocados com um professor inflexível em relação a tarefas e testes, ou que use 
materiais e métodos inapropriados às suas necessidades, eles serão reprovados”. (SMITH; 
STRICK, 2012, p.36)
Olivier (2011) relata que as dificuldades, os problemas e os distúrbios, podem 
ocorrer basicamente de três formas, confira o quadro abaixo:
CAUDAS PSICOLÓGICAS CAUSAS ORGÂNICAS CAUSAS DO SISTEMA
Traumas, problemas familia-
res, problemas financeiros, 
entre outros.
Desnutrição, anemia ou 
distúrbios como dislexia, 
disgrafia, entre outros.
Inadequação dos métodos 
aplicados em aprendiza-
gem, despreparo dos pro-
fessores, entre outros.
Fonte: Adaptado de Oliver (2011, p. 37-38). 
O termo “distúrbio” pode ser substituído pelo vocábulo “transtorno”, por ser de 
ordem biológica. Na Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID - 10), 
Distúrbio de Aprendizagem é tido como comprometimento ou atraso no desenvolvimento de 
funções ligadas à maturação biológica da parte central do sistema nervoso, e que se inicia 
ainda na infância. (OMS, 1993). 
Distúrbio de Aprendizado (DA), segundo os autores Neves e Batigália (2011) 
tem sido considerado problema específico da leitura, escrita e de raciocínio matemático, 
identificado em geral nos primeiros anos escolares. “Persiste durante toda a vida, uma vez 
que é incurável, embora possa ser atenuado, a depender do tipo de transtorno”. (NEVES; 
BATIGÁLIA, 2011, p. 78). Associa-se a atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, 
a confusões têmporo-espaciais, de esquema corporal e de lateralidade ou a alterações do 
funcionamento cerebral normal.
Dificuldade de Aprendizagem (DE), segundo os autores Neves e Batigália (2011, 
p.78) “consiste em conjunto de fatores de ordem pedagógica, sócio-cultural, psicológica e 
econômica que proporcionam impedimento em aprender. Possui, assim, origem extrínseca, 
ou seja, depende do meio ambiente para se desenvolver nosologicamente”.
Problema de Aprendizagem, segundo a autora Paín (1989, p. 28), considera-se 
como um sintoma, no sentido de que não-aprender não configura um quadro permanente, 
49UNIDADE III Objeto de Estudo da Psicopedagogia
“mais ingressa numa constelação peculiar de comportamentos, nos quais se destaca como 
sinal descompensação”.
As autoras José e Coelho (2009) corroboram com Paín (1989) sobre o problema 
de aprendizagem acrescentando que fica difícil para o professor de sala diferenciar um 
problema de aprendizagem de um distúrbio, ficando para um especialista na área de 
diferenciar uma da outra. 
Segundo Cohen (2004, p. 264), o fracasso escolar, como sintoma da 
contemporaneidade pode caracterizar-se como
[...] algo que não funciona,

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