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O epitélio colunar da porção interior o colo do útero (endocérvice) é muito mais frágil que o tecido escamoso da ectocérvice, que precisa ser mais resistente, pois fica em contato direte com o canal da vagina. Até a puberdade, a fronteira entre o epitélio colunar e o epitélio escamoso fica bem na entrada do óstio, exatamente onde termina a endocérvice e inicia-se a ectocérvice. O ponto que divide ambos os tecidos é chamado de JEC (junção escamo-colunar). Após a puberdade, a anatomia do colo do útero muda. Parte do endocérvice se exterioriza, empurrando a JEC para fora do óstio uterino. Elaborado por Giovanna Nery Sanches RESULTADOS DO EXAME PAPANICOLAURESULTADOS DO EXAME PAPANICOLAU PARA QUE SERVE O PAPANICOLAU O material colhido no exame de Papanicolau pode ser utilizado para pesquisar não só a existência de alterações celular malignas ou pré-malignas, mas também para pesquisar a presença do vírus HPV e várias outras infecções ginecológicas, tais como a garnerella, candidíase, sífilis, tricomoníase, gonorreia e clamídia. Mais uma vez, é importante lembrar que o Papanicolau é um exame de rastreio, ele não faz diagnóstico de câncer. O Papanicolau apenas orienta os médicos sobre quais são as pacientes que precisam ser investigadas com mais cuidado, geralmente através de uma colposcopia e biópsia do colo uterino. METAPLASIA ESCAMOSA Essas alterações anatômicas fazem com que uma parte do frágil epitélio colunar, que antes ficava protegido dentro do endocérvice, fique agora exposto ao meio hostil da cavidade vaginal. Como forma de defesa, o tecido colunar sofre uma alteração chamada "metaplasia escamosa", que consiste na transformação do epitélio colunar em epitélio escamoso. Toda a região exteriorizada que sofre metaplasia é chamada de zona de transformação. ZONA DE TRANSFORMAÇÃO Tem grande importância na realização do exame, pois é este o sítio onde o vírus HPV costuma se fixar, tornando-se, portanto, uma área extremamente susceptível ao aparecimento de tumores malignos. Logo, com o o teste de papanicolau é um exame de rastreio do câncer do colo uterino, é essencial que durante esse procedimento o médico consiga obter o material vindo da JEC e da zona de transformação (ZT). RESULTADOS DO PAPANICOLAU Dizer que a amostra enviada foi satisfatória para a avaliação pelo patologista. Se o resultado vier apontando uma amostra insatisfatória, a coleta de material deve ser refeita pelo ginecologista. Indicar que tipos de tecido deram origem às células captadas, como, por exemplo, células da JEC, células da zona de transformação (ZT), ectocérvice ou endocérvice. Se não houver na amostra, pelo menos, células da JEC ou da ZT, a qualidade do exame fica muito comprometida, já que são essas as regiões mais atacadas pelo vírus HPV. QUALIDADE DA AMOSTRA Indicar o tipo de célula presente: células escamosas (ectocérvice), células colunares (endocérvice), metaplasia escamosa, células do epitélio glandular (endocérvice), etc. Descrever a flora microbiológica: a flora bacteriana natural da vagina é composta com lactobacilos, portanto, é perfeitamente normal que o exame identifique essas bactérias. Se houver alguma infecção ginecológica em curso, o laudo pode indicar a presença de leucócitos (células de defesa) e o nome do germe invasor, como, por exemplo, Gardnerella ou Candida albicans. Após as descrições referentes à qualidade, se o laudo não indicar a presença de células malignas ou pré- malignas, ele virá com uma descrição do tipo: ausência de atipia, ausência de células neoplásicas, negativo para lesão intraepitelial ou negativo para malignidade. PAPANICOLAU NORMAL O acrônimo ASCUS significa "Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado". De todos os resultados os resultados anormais encontrados no Papanicolau, o ASCUS é o mais comum. Ele ocorre em cerca de 2 a 3% dos exames. O ASCUS indica uma atipia, ou seja, uma alteração nas características normais das células escamosas, mas sem apresentar qualquer sinal claro de que possam haver alterações pré-malignas. O ASCUS pode ser provocado, por exemplo, por inflamações, infecções ou atrofia vaginal durante a menopausa. Estudos mostram que cerca de 7% das mulheres com HPV e ASCUS desenvolvem o câncer de colo uterino no prazo de 5 anos. Entre as mulheres que não tem o HPV, a taxa é de apenas 05%. Pode-se tomar duas condutas frente a um resultado de papanicolau com ASCUS: PAPANICOLAU ANORMAL - ASCUS Faz-se a pesquisa do vírus HPV. Se o HPV for negativo, não é preciso fazer nada, apenas manter a rotina habitual de fazer o papanicolau a cada ano/três anos. Se a paciente tiver o vírus HPV, principalmente os subtipos 16 e 18, que são os mais perigosos, o médico costuma pedir uma colposcopia e biópsia para investigar melhor o colo do útero. Repetir o exame após 6 - 12 meses (a maioria dos casos de ASCUS desaparecem nesse intervalo). Quando o patologista descreve no laudo a presença de ASCH, significa que ele viu células escamosas atípicas, com características mistas, não sendo possível descartar a presença de atipias malignas. É um resultado indeterminado, mas com elevado risco de existirem lesão epiteliais de alto grau (NIC 2 ou NIC 3). A presença de ASCH indica a realização de colposcopia e biopsia do colo do útero. PAPANICOLAU ANORMAL - ASCH A LSIL significa "Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau". Indica uma displasia branda, uma lesão pré- maligna com baixo risco de ser câncer. A LSIL pode ser causada por qualquer tipo de HPV, seja ele agressivo ou não, e tende a desaparecer após 1 ou 2 anos, conforme o organismo da mulher consegue eliminar o HPV do corpo. LESÕES PRÉ-MALIGNAS NO PAPANICOLAU - LSIL E HSIL O HSIL significa "Lesão intraepitelial escamosa de alto grau". Indica que as células anormais têm grande alteração no seu tamanho e formato. É um achado que indica grande risco de existirem lesões pré-malignas moderadas/avançadas ou mesmo câncer já estabelecido. O risco de um resulto HSIL ser NIC 3 na biópsia é de 50%. O risco de um resultado HSIL ser câncer é de 7%. `Portanto, toda a paciente com resultado HSIL no Papanicolau precisa ser investigada com colposcopia e biópsia. O termo NIC deixou de ser indicado nos laudos de Papanicolau em 2001, pois, nem todo LSIL corresponde a uma lesão NIC 1 na biópsia Portanto, NIC 1, NIC 2 e NIC 3 atualmente só devem ser usados para descrever resultadas da biópsia feita por colposcopia. No Papanicolau, o correto é usar os acrômios LSIL ou HSIL. NIC 1 (lesão pré-maligna de baixo risco). NIC 3 (lesão pré-maligna avançada). NIC 2 (lesão pré-maligna moderada). Elaborado por Giovanna Nery Sanches EXERCÍCIOS 1) Faça a análise do resultado e a sua interpretação. Resposta: Observa-se que as células foram coletadas corretamente e, por isso a amostra é satisfatória. Presença de alterações celulares benignas causadas por um processo inflamatório. 2) Faça a análise do quadro a seguir que contém os resultados, encaminhamentos e intervenções em um rol de mulheres de Goiânia e detecte algum problema apontando soluções. Elaborado por Giovanna Nery Sanches S1 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de baixo grau Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado anormal e biópsia, onde o resultado foi neoplasia intraepitelial cervical grau II. Na unidade de alta complexidade a paciente foi submetida a uma EXCISÃO. S2 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com CANCER INVASOR Não passou por tratamento na unidade de média complexidade Na unidade de alta complexidade a paciente foi submetida a uma HISTERECTOMIA. S3 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Não foi possível dar continuidade ao tratamento por informações pessoais desatualizadas ***** S4 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Não fez confirmação do diagnostico na unidade de média complexidade Na unidade de alta complexidade,fez colposcopia com resultado anormal e biópsia onde o resultado foi neoplasia intraepitelial cervical grau II. Tratamento: EXCISÃO. S5 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com atipia de significado indeterminado não podendo excluir lesão de alto grau. Não fez confirmação do diagnostico na unidade de média complexidade Na unidade de alta complexidade, fez colposcopia com resultado anormal e biópsia. Resultado: neoplasia intraepitelial cervical grau II. Tratamento: EXCISÃO. S6 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado anormal e biópsia, onde o resultado foi Câncer Invasor Na unidade de alta complexidade a paciente foi submetida a uma EXCISÃO. S7 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com células escamosas atípicas de significado indeterminado Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado anormal e biópsia, onde o resultado foi neoplasia intraepitelial cervical grau II. Paciente passou por Excisão na própria unidade S8 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de baixo grau. Não foi possível dar continuidade ao tratamento por informações pessoais desatualizadas S9 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Não foi possível dar continuidade ao tratamento por informações pessoais desatualizadas S10 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado anormal e biópsia, onde o resultado foi neoplasia intraepitelial cervical grau II. Paciente passou por Excisão na própria unidade S11 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com atipia de células glandulares Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado normal e a paciente foi orientada a retornar à Unidade de origem. S12 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado normal e a paciente foi orientada a retornar à Unidade de origem. S13 Paciente diagnosticada na unidade de baixa complexidade com lesão intraepitelial de alto grau Na unidade de média complexidade fez colposcopia com resultado normal e a paciente foi orientada a retornar à Unidade de origem. Resposta: Abaixo o resumo Elaborado por Giovanna Nery Sanches 3) Qual seria a microbiota normal e anormal do trato genital feminino e o que o exame de Papanicolau detecta? Resposta: A microbiota normal é composta pela cândida albicans e bacilos de doderlein. Já a microbiota anormal conta com a presença de leucócitos na presença de infecções. O exame de Papanicolau detecta a existência de alterações celulares malignas ou pré-malignas, além de pesquisar a presença do vírus HPV e várias outras infecções ginecológicas, como sífilis, clamídia, gonorreia, tricomoníase e gardnerella. 4) O que é lesão precursora? Resposta: Lesão que indica inicio da anormalidade, antecedendo o aparecimento de doenças. 5) O que é câncer de colo de útero? Resposta: Tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do útero. Essas alterações são chamadas de lesões precursoras. 6) Como é possível prevenir o câncer de colo de útero? Resposta: Diagnóstico precoce de anomalias, uso de preservativo, vacinação contra HPV. 7) Quem deve se vacinar contra o HPV? Resposta: A vacinação deve, preferencialmente, acontecer antes da primeira relação sexual. Crianças e adolescentes (meninas): de 9 a 14 anos. Crianças e adolescentes (meninos): de 11 a 14 anos. Pessoas transplantadas: de 9 a 26 anos. 8) Quem deve se submeter ao rastreamento? Resposta: Todas as mulheres que são sexualmente ativas. 9) Quais serviços de prevenção estão disponíveis localmente? Resposta: Vacinação, distribuição gratuita de camisinha e papanicolau na unidade básica de saúde. 10) Onde e quando é possível ter acesso a esses serviços locais? Resposta: A vacinação está disponível nas UBS de segunda a sexta (dias uteis). E o exame de papanicolau, dependendo da unidade, está disponível com ou sem agendamento e de acordo com a funcionalidade da UBS. 11) Qual o significado e importância do JEC? Resposta: JEC significa Junção escamo-colunar. E sua importância é por se tratar da área de transição entre a ectocervice e endocervice, área de coleta das células e é a região de identificação de anomalias celulares. 12) Qual o preparo que a mulher deve fazer antes do exame? Resposta: Não realizar ducha vaginal no dia do exame; Não manter relação sexual 24h antes do exame; Não utilizar cremes vaginais durantes 2 dias que antecedem o exame e não estar no período menstrual. 13) Quais os materiais utilizados para a realização do Papanicolau? Resposta: Espéculo, escova endocérvica, espátula de Ayre, luvas de procedimentos, fixador, lâmina, avental descartável. 14) Grávidas podem fazer o exame Papanicolau? Porque? Resposta: A gestante ela pode realizar o exame, sem a utilização da escova endocérvica, ou seja, sem esfregaço da regão endocervical. Isso para evitar a perfuração da placenta. Elaborado por Giovanna Nery Sanches
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