Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Principais doenças que cursam com verruga genital PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) INTRODUÇÃO O HPV (Human Papiloma Virus) é um DNA vírus do grupo papovavirus, com tropismo epitelial, cuja infecção tornou-se problema de saúde pública devido à sua alta prevalência e possível relação com o câncer do colo do útero. Infecta principalmente as células epiteliais escamosas ou metaplásicas humanas. É um vírus de DNA dupla-hélice simples com um capsídeo proteico. Foram identificados aproximadamente 130 tipos de HPV geneticamente distintos. Desses tipos, 30 a 40 infectam principalmente o trato anogenital inferior. 16 e 18 → principais tipos oncogênicos 6 e 11 → relacionados com desenvolvimento de doenças de caráter mais benigna, como verrugas genitais e lesões de baixo grau. De acordo com o potencial oncogênico, o HPV pode ser classificado como: HPV de baixo risco oncogênico: 6, 11, 42, 43, 44. HPV de alto risco oncogênico: 16, 18, 26, 31, 33, 35, 45, 56 etc. OBS: O HPV 16 é o mais carcinogênico, provavelmente em razão de sua maior tendência à persistência em comparação com outros tipos. Ele é responsável pela maior porcentagem de lesões NIC 3 (45%) e de cânceres do colo uterino (55%) em todo o mundo, e por cânceres relacionados com HPV e localizados fora do trato anogenital e na orofaringe. A prevalência do HPV 18 é bem menor que a do HPV 16 na população geral. Embora se considere que a infecção pelo HPV seja indispensável à carcinogênese, há necessidade de outros cofatores, destacando-se o tabagismo e a imunodepressão. A transformação maligna exige também que o genoma do HPV se integre ao genoma da célula infectada. E a maior parte das infecções pelo HPV acabam cursando com regressão espontânea. Período de Incubação É variável de duas semanas a oito meses, embora haja relatos de períodos muito superiores (anos). As áreas de microtraumas são as mais suscetíveis de infecção, entretanto a liberação de novas partículas virais pode levar à infecção de células vizinhas, permitindo o acometimento de áreas mais ou menos extensas, que incluem o colo do útero, a vagina, a vulva, a região perianal, o ânus e o reto. Transmissão do HPV A transmissão do HPV genital ocorre por contato direto, normalmente contato sexual com pele ou mucosas genitais ou com líquidos corporais de um parceiro com verrugas ou infecção subclínica por HPV. Em geral, aceita-se que o HPV tenha acesso a camada de células basais e à membrana basal por meio de microabrasões do epitélio genital durante o contato sexual. Uma vez infectadas, as células basais tornam-se um reservatório do vírus. A infecção genital por HPV é multifocal, acometendo mais de um local do trato reprodutivo inferior na maioria dos casos. Portanto, a neoplasia em um sítio genital aumenta o risco de neoplasia em outros locais do TGI, embora o colo uterino pareça ser o local mais vulnerável. Além disso, é comum haver infecção sequencial e simultânea por diversos tipos de HPV. Formas de transmissão do HPV Em sua maioria, as infecções por HPV resultam de contato sexual. A infecção do colo uterino por HPV de alto risco em geral é limitada às mulheres que tenham tido contato sexual com penetração. Algumas mulheres sexualmente inativas ocasionalmente apresentam resultados positivos para tipos não oncogênicos em vulva ou vagina, talvez em razão de uso de tampão vaginal ou penetração com os dedos. 2 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Recentemente foi publicado que mulheres antes da primeira relação sexual foram infectadas por tipos virais de alto risco, mas esse fato é raro. A transmissão por fômites (objetos), que sabidamente ocorre com verrugas não genitais, não foi comprovada, mas provavelmente explica alguns desses casos. As transmissões oral-genital e manual-genital são possíveis, mas parecem ser bem menos comuns que a genital-genital. Mulheres que fazem sexo com outras mulheres em geral relatam experiências sexuais anteriores com homens. Esse subgrupo de mulheres apresenta taxas de positividade para HPV de alto risco, achados citológicos anormais e neoplasia cervical de alto grau semelhantes àqueles observados em mulheres heterossexuais, mas fazem exame de rastreamento de câncer de colo uterino com menor frequência. Aquelas mulheres que nunca fizeram sexo com homens parecem apresentar risco semelhante, sugerindo que o contato digital, oral e com objetos as coloca em risco de infecção por HPV. Portanto, todas as mulheres sexualmente ativas devem realizar exame de rastreamento para câncer de colo uterino de acordo com as recomendações atuais, independentemente de sua opção sexual. Infecção congênita por HPV é rara. FATORES DE RISCO A atividade sexual, incluindo apenas o contato pele a pele, é o principal fator de risco para infecção anogenital pelo papilomavírus humano (HPV). Ser mulher jovem sexualmente ativa, grupo este que apresenta as taxas mais altas de prevalência da infecção viral, entre 50 e 80% após dois a três anos do início da atividade sexual; Número de parceiros sexuais durante a vida; Início de atividade sexual em uma idade precoce (16 anos ou menos); Idade do parceiro masculino em relação à da mulher, quanto maior essa diferença, maior o risco; Nas gestantes, estudos demonstram haver maior frequência de infecção por HPV quando comparadas às não gestantes. Durante a gestação ocorre imunomodulação característica deste período, aumentando os casos de HPV; Mulheres infectadas pelo HIV-1 são particularmente suscetíveis à infecção pelo HPV, com prevalências elevadas comparadas às gestantes HIV-1 negativas; Tabagismo: É um importante fator na gênese do câncer de colo. Está diretamente relacionado com a carga tabágica (tempo de consumo e número de cigarros). O mecanismo de ação está relacionado com o efeito carcinogênico direto da nicotina e cotinina no muco cervical e com a redução da resposta imune a partir da menor atividade das células natural killer e da redução de IgG e IgA; Baixo Nível Socioeconômico: Todos os fatores de risco são mais prevalentes em mulheres de nível socioeconômico mais baixo, o que, somado às dificuldades de acesso aos meios de diagnóstico e tratamento precoce, confere a esta população uma alta incidência da doença; Imunidade: Pacientes HIV positivas, lúpicas, diabéticas, transplantadas em uso de corticoterapia ou quimioterapia e/ou radioterapia apresentam comprometimento da sua imunidade e estão sob maior risco; Ter um parceiro que não tenha sido circuncidado (homens que não são circuncidados têm mais probabilidade de serem infectadas com HPV e transmiti-lo a seus parceiros). As razões para isso não estão claras. Fatores de risco para câncer cervical N° de gestações (multiparidade); Tabagismo; Resposta imune; Infecções múltiplas; Infecção por C. trachomatis e pelo vírus herpes simples tipo 2; Exposição à Radiação Ionizante; Uso de contraceptivos orais: São necessários estudos adicionais para desvendar qual é a real participação destes medicamentos na etiopatogenia do câncer de colo uterino. Provavelmente, a relação com o câncer de colo uterino não se deve só aos efeitos da pílula, mas possivelmente ao comportamento sexual deste grupo de mulheres, que se 3 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP expõem mais a doenças sexualmente transmissíveis ao não utilizarem preservativos rotineiramente. QUADRO CLÍNICO Após a exposição, o vírus coloniza todo o epitélio do trato genital inferior. Pode, então, existir uma ampla variação individual de manifestações clínicas, que, provavelmente, são reguladas pela resposta imunológica local ou sistêmica do hospedeiro, além da presença ou ausência de cofatores. A infecção pode ter as seguintes formas: Subclínica: é a mais frequente e só pode serdiagnosticada pelo exame citológico (Papanicolau), magnificação (lente de aumento, colposcópio), associada à aplicação de ácido acético de 2% a 5 % ou exame histopatológico. O exame armado da área afetada revela epitélio espessado, esbranquiçado e micropapilas. Clínica: é aquela possível de ser diagnosticada a olho nu, pela presença de lesões representadas pelos condilomas acuminados ou verrugas genitais, em qualquer das regiões anteriormente mencionadas. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, localizadas ou difusas e de tamanho variável. Podem manifestar-se como tumorações moles, sésseis e esbranquiçadas ou sob a forma de pequenas pápulas lisas, pigmentadas ou não; podem ser dolorosas, friáveis e pruriginosas. A lesão típica é exofítica ou condilomatosa. Latente: nesta forma de infecção, o DNA viral está presente no núcleo da célula, porém, não integrado ao genoma. Não há alteração tecidual e, assim, esta forma só pode ser diagnosticada com técnicas de biologia molecular que detectam o DNA viral (PCR — Polimerase Chain Reaction e captura híbrida). A infecção pelo HPV pode ter diferentes evoluções: Cura espontânea, com eliminação natural do vírus em cerca de 18 meses, sem que ocorra nenhuma manifestação clínica; Persistência do vírus no organismo por vários anos, sem causar nenhuma manifestação clínica e/ou subclínica. A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões clínicas e/ou subclínicas; O vírus pode se multiplicar em um pequeno número de casos e, então, provocar o aparecimento de lesões, como os condilomas genitais (visíveis a olho nu) ou “lesões microscópicas” que só são visíveis através da colposcopia ou, ainda, alterações celulares só identificadas na citologia. Sabe-se que o condiloma genital é altamente contagioso e que a infecção subclínica tem menor poder de transmissão, porém esta particularidade ainda continua em estudo. Verrugas anogenitais (condiloma acuminado) As verrugas anogenitais externas são normalmente encontradas na vulva, pênis, virilha, períneo, pele anal, pele perianal e / ou pele suprapúbica. O condiloma acuminado pode ser: Único ou múltiplo, plano, em forma de cúpula, em forma de couve- flor, filiforme, fungante, pedunculado, cerebriforme, em forma de placa, liso (especialmente na haste peniana), verrucoso ou lobulado. A cor varia; as verrugas podem ser brancas, da cor da pele, eritematosas (rosa ou vermelhas), violáceas, marrons ou hiperpigmentadas. As verrugas anogenitais são geralmente macias à palpação e podem variar de 1 mm a mais de vários centímetros de diâmetro. As verrugas são geralmente assintomáticas, mas às vezes podem ser pruriginosas. O CA extensivo pode causar desfiguração acentuada da área anogenital e pode interferir na defecação. As verrugas uretrais podem resultar em sangramento uretral (incluindo sangramento durante o coito) e, em casos raros, obstrução urinária. Os efeitos psicológicos do condiloma acuminado não devem ser desconsiderados. Pacientes com CA frequentemente experimentam estigmatização, isolamento social, ansiedade, depressão, angústia e culpa, bem como preocupações sobre fertilidade futura e risco de câncer. O impacto emocional nos parceiros sexuais também é substancial e pode levar ao conflito e ao término do relacionamento. 4 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP RASTREAMENTO De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de indivíduos com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um teste ou exame em uma população assintomática, aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões precursoras ou sugestivas de câncer e encaminhá-las para investigação e tratamento). COLPOCITOLOGIA (PAPANICOLAOU) O exame citopatológico é conhecido popularmente como exame preventivo. Ele é o método de rastreamento do câncer do colo uterino e de suas lesões precursoras. OBS: O que é rastreamento? É o processo de identificação de pessoas aparentemente saudáveis que podem estar sob maior risco de doença. OBS: O que é citologia? É a ciência que estuda células esfoliadas, natural ou artificialmente. Ela fornece informações sobre a higidez ou estado patológico de um órgão ou tecido, que no caso é o colo uterino. Periodicidade recomendada para rastreamento do colo do útero O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e podem ser interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. Não há indicação para rastreamento do câncer de colo do útero e seus precursores em pacientes que ainda não iniciaram a atividade sexual, pois a infecção viral ocorre por transmissão sexual, o risco de uma mulher que não tenha iniciado atividade sexual desenvolver essa neoplasia é desprezível. Técnica realizada No Brasil, o método usado é o convencional, que emprega a espátula de Ayre e a escova endocervical ou cito-brush. A técnica de coloração para citopatologia mais utilizada é a de Papanicolaou. Existe ainda outra técnica, em base líquida, mas não utilizada nos serviços brasileiros. 5 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Coleta: É feita por meio do exame especular. A amostra citológica consiste na rotação em 360° da espátula de Ayre e/ou do cytobrush. Os Manuais do Ministério da Saúde recomendam apenas a coleta de amostra da ectocérvice e endocérvice. Alguns serviços ainda realizam a coleta tríplice (fundo de saco vaginal, ectocérvice e endocérvice). Cuidados na solicitação do exame Constar a idade da paciente Dados clínicos e epidemiológicos de importância Data da última menstruação Número de gestações Uso de DIU Presença de sangramento na pós-menopausa História de cirurgias ginecológicas. Alguns cuidados devem ser tomados para se efetuar uma coleta adequada e confiável: Não utilizar duchas vaginais aproximadamente 48 horas antes do exame; Abstinência sexual nas 48 a 72h que precedem a coleta; Não utilizar cremes vaginais nos sete dias precedentes ao exame; Não utilizar nenhuma espécie de lubrificante no espéculo. Casos específicos Não há contraindicação para coleta do exame em pacientes gestantes. Mulheres imunossuprimidas (portadoras de HIV, em tratamento de câncer, usuárias crônicas de corticosteroides) devem ser submetidas a coleta logo após o início da atividade sexual. E recomenda-se a coleta a cada 6 meses por um ano. Se todos os exames normais, manter as coletas anuais. COLPOSCOPIA Consiste na visualização do colo uterino através do colposcópio, após a aplicação de ácido acético a 5% (entre 3 e 5% de acordo com o Manual do Ministério da Saúde) e lugol. Ação do ácido acético: coagula as proteínas citoplasmáticas do epitélio alterado. Portanto, quanto mais proteínas, mais esbranquiçada fica a lesão. Este processo esconde a congestão do tecido conjuntivo. Por esta razão, é importante observar antes do ácido acético se há áreas avermelhadas que denotam neovascularização e se as mesmas tornam-se brancas após a ação do ácido acético (30-40 segundos após). 6 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Ação do lugol: A finalidade do lugol é corar o epitélio. O lugol cora o glicogênio das células, tornando-as mais escuras quanto maior o teor dessa substância. As células normais do colo são ricas em glicogênio e tornam-se mais escuras, enquanto as células alteradas, que possuem baixo teor de glicogênio, são as que não se coram pelo lugol. Indicações Resultado citológico de LIE-AG. Duas citologias consecutivas com resultado citológico de ASC-US. Duas citologias consecutivas com resultado citológico de LIE-BG. Resultado citológico ASC-H. Resultado citológico de AGC (antigo AGUS) → o canal cervical tem que ser obrigatoriamente avaliado. Colposcopia insatisfatória (JEC não visualizada) → o canal cervical tem que ser obrigatoriamente avaliado. Pacientes imunossuprimidas (HIV positivas, usuárias crônicas de corticoides) com lesões intraepiteliais de baixo grau na citologia. Alteração à inspeção visual do colo uterino à especuloscopia ou à colposcopia com ácido acético e lugol → visualização de um colo uterino de aspecto sugestivo de malignidade é uma indicação de encaminhamento direto à colposcopia com biópsia, mesmo na vigência de um estudo citopatológico negativo para malignidade, pois a coleta pode ter sido realizada em área necrótica que justificaria um resultado falso-negativo. Três aspectos são relevantes durante a realização deste procedimento: 1) Especificar se o exame é adequado ou inadequado. Caso seja inadequado, descrever sua causa (inflamação, sangramento, cicatriz); 2) Descrever a visão da junção escamocolunar: completamente visível, parcialmente visível ou não visível; 3) Classificar a Zona de Transformação (ZT) em: Tipo 1: é completamente ectocervical e visível; Tipo 2: tem componentes ectocervical e endocervical, mas o endocervical não é completamente visível. Teste de Schiller Este teste consiste na embrocação do colo uterino com uma solução iodo- iodetada (lugol). A finalidade deste teste é identificar áreas de epitélio escamoso desprovidas de glicogênio, que assumiram tonalidade suave de amarelo, denominado “amarelo-mostarda” com limites nítidos e contornos caprichosamente recortados à semelhança de mapa geográfico. Em contraposição, o restante do epitélio escamoso, rico em glicogênio, apresentará coloração marrom-escuro. O teste é positivo quando o iodo é negativo (coloração amarelo- mostarda). O teste é negativo quando o iodo é positivo (coloração marrom-escuro). OBS: Um teste positivo não significa necessariamente a presença de lesão suspeita. O fator determinante é saber que tipo de imagem colposcópica está presente na área não corada. Quando uma colposcopia é considerada satisfatória? A colposcopia é considerada satisfatória quando a JEC é visualizada. Quando isso não acontece, o exame é considerado indeterminado e o canal endocervical deve ser formalmente investigado. Inicialmente, pode ser empregado o uso de um afastador, instrumento para melhor avaliação da JEC. Se esta não é visualizada, o canal cervical deve ser avaliado pelo escovado endocervical ou pela curetagem do canal cervical ou através da histeroscopia. BIÓPSIA Quando há indicação de biópsia dirigida? Os achados colposcópicos normais são o epitélio escamoso original, o epitélio colunar e a zona de transformação. As variações de espessura, contorno, relevo, cor do epitélio e alterações vasculares, constituem os elementos de avaliação colposcópica que as definem como alterações maiores e menores. 7 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Assim, a necessidade de realização de biópsia dirigida será direcionada pelos achados colposcópicos, ou seja, pela imagem colposcópica encontrada. Em geral, ela estará indicada nos seguintes achados: Alterações colposcópicas maiores, como epitélio acetobranco denso, mosaico grosseiro, pontilhado grosseiro, iodo negativo, vasos atípicos; Achados colposcópicos sugestivos de câncer invasor, como superfície irregular, erosão ou ulceração; epitélio acetobranco denso, pontilhado e mosaico amplos e irregulares, vasos atípicos. HISTOPATOLÓGICO O estudo histopatológico permanece como método diagnóstico padrão-ouro no diagnóstico das afecções cervicais. É ele que vai definir a conduta terapêutica. O material para este estudo pode ser obtido por meio de biópsia incisional dirigida, biópsia em cone, curetagem endocervical ou biópsia excisional através de cirurgia de alta frequência. Imediatamente após sua exérese, as amostras devem ser submersas em solução fixadora (formol a 10%). 8 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP O tripé citologia-colposcopia-histologia é que vai definir a localização das lesões, seu grau histológico, sua extensão em profundidade e sua ocupação glandular. A conduta terapêutica depende totalmente dos resultados desta avaliação. Os métodos que permitem o estudo histopatológico são preferidos. CLASSIFICAÇÃO Evolução da neoplasia intraepitelial cervical até a forma III e laminas coradas com Papanicolaou. NIC I Atinge a camada profunda Caracteriza pela substituição de menos de 1 terço da espessura do epitélio por células imaturas e atípicas. Alterações observadas na citologia: Grau leve de discariose; Presença de células superficiais com núcleos atípicos acompanhados de coilocitose – lesão sugestiva da infecção pelo HPV. Quando coradas pela técnica de Papanicolaou, essas lesões apresentam células escamosas de núcleos grandes, hipercromasia e/ou halo citoplasmático de reforço. NIC II Camada intermediaria Caracteriza-se por alterações celulares que ocupam até 2 terços da espessura do epitélio escamoso. Alterações mais comuns: Diferenciação celular incompleta nas camadas superiores; Células intermediarias encontradas na camada superficial com núcleos atípicos. Ao exame de papanicolaou, observa-se células escamosas atípicas menores do que as superficiais, com características tintoriais de célula intermediaria. NIC III Camada superficial O distúrbio de maturação é mais extenso e caracterizado pela substituição total ou de pelo menos mais 2 terços da espessura epitelial por células escamosas do tipo basal ou parabasal. Alterações: Alta relação núcleo-citoplasmatica; Hipercromasia. Mitoses atípicas e contornos celulares atípicos. As células basais e parabasais, com essas alterações dispõem-se ao longo do epitélio sem qualquer organização, verticalizadas, mimetizando a disposição que assumem na camada basal de epitélios normais (aspecto basaloide). Laminas de biópsia de colo uterino para avaliação de neoplasias intraepiteliais cervicais 9 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP É importante lembrar que as NICs são neoplasias intraepiteliais. Portanto, a lesão neoplásica está restrita ao epitélio, não há invasão da lâmina basal. Dessa forma, não existe a possibilidade de metástase. DIAGNÓSTICO Baseia-se no tripé composto por: Colpocitologia ou Papanicolaou Colposcopia Biópsia (padrão ouro – diagnóstico histológico) Relação de diversas nomenclaturas (classificações) A classificação das NICs é dividida em baixo e alto grau: 1. Lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau: NIC I; 2. Lesões intraepiteliais escamosas de alto grau: NICs II e III. Lesão intraepitelial de baixo grau – LSIL (NIC I) Quando existe diagnóstico histopatológico de NIC I, a conduta é conservadora, pois a maioria das lesões tem resolução espontânea. Dessa forma, não recomenda colposcopia. A conduta será repetir o exame em 6 meses. Se a lesão persistir na próxima citologia, a conduta será indicar a colposcopia com biópsia. Todavia, se o segundo exame apresentar resultado negativo, a paciente deverá ser novamente submetida a uma coleta em 6 meses. Se o novo exame for negativo, as coletas poderão passar a ser trienais, conforme rotina. Se a coleta for realizada antes dos 25 anos e apresentar LSIL, a conduta será repetir o exame em 3 anos. Lesão intraepitelial de alto grau – HSIL (NIC II e NIC III) A conduta recomendada é a colposcopia com biópsia dirigida imediatamente. Se uma paciente com menos de 25 anos apresentar umexame com resultado de HSIL, a conduta será encaminha-la para colposcopia com biópsia dirigida. Os outros achados anormais deste consistem nas células escamosas e glandulares atípicas. As células escamosas atípicas de significado indeterminado são divididas em duas categorias: 1. Atipias em células escamosas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas: ASC-US; 2. Atipias em células escamosas de significado indeterminado, não se podendo afastar lesão de alto grau: ASC-H. 10 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP 3. O termo AGUS, antigo Bethesda, foi substituído por AGC e indica a presença de células glandulares atípicas. Desenvolvimento de papilomavírus humano Legenda: A) normal; B) inflamatório; C) achados anormais; D) ASC-US e AGUS; E) lesões intraepiteliais de baixo grau; F) lesões intraepiteliais de alto grau; G) lesões intraepiteliais compatíveis com carcinoma epidermoide, adenocarcinoma e carcinoma de células claras. Atipias em células escamosas de significado indeterminado, possivelmente, não neoplásico – ASC-US ASC-US consiste em achados citológicos não malignos, possivelmente associados a micro-organismos agressores, como os causadores de vulvovaginites e o próprio HPV. OBS: É importante lembrar que se por alguma razão o exame citopatológico for realizado antes dos 25 anos e o resultado apresentar ASC-US, a conduta será repetir o exame em 3 anos. Não há recomendação de repeti-lo em um intervalo menor de tempo, nem de realizar a colposcopia. 11 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Atipias em células escamosas de significado indeterminado, não se podendo excluir lesão de alto grau – ASC-H Nesse caso é mandatório a colposcopia com biópsia imediatamente. OBS: Se resultado de ASC-H antes dos 25 anos, a conduta é a mesma das outras pacientes, ou seja, ser encaminhada para colposcopia com biópsia dirigida. Atipia em células glandulares – AGC São consideradas bem mais graves que as ASC-US, com maior risco de associarem-se a lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC II e NIC III). Possibilidade de doenças no canal endocervical (adenocarcinoma). Por esses motivos requerem colposcopia imediata DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL CONDILOMA PLANO O condiloma plano é uma lesão dermatológica relativamente rara da sífilis secundária (bactéria Treponema pallidum), apresentando-se como uma erupção cutânea grande, elevada, cinza esbranquiçada, que pode se desenvolver em áreas como boca, períneo e regiões de dobras. Sífilis secundária: a bactéria, depois de um período de inatividade, volta a estar ativa e leva ao aparecimento de sintomas mais generalizados. 12 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP É comum que no caso da infecção pelo HPV existam várias verrugas juntas, diferentemente do condiloma plano na sífilis, em que as lesões aparecem não só na região genital, mas também nas dobras do corpo. Além disso, quando o condiloma plano está presente na região anal, é possível também que existam sinais de irritação e inflamação no local. O tratamento é feito com antibióticos para eliminar a bactéria responsável pela sífilis e que leva ao surgimento deste tipo de lesões na pele. 2 injeções de penicilina benzatina de 1200000 UI por semana durante três semanas, no entanto a dose e duração do tratamento podem variar de acordo com a gravidade. Quando o tratamento não é feito, o condiloma pode desaparecer, mas irá reaparecer novamente e pode até aumentar de tamanho e ser acompanhado de sintomas mais graves, como perda de apetite, anemia ou sintomas neurológicos, que caracterizam a sífilis terciária, que é a forma mais avançada da doença. MOLUSCO CONTAGIOSO Molusco contagioso é caracterizado por conglomerados de pápulas rosadas, em forma de cúpula, lisas, cerosos ou peroladas e umbilicadas com 2 a 5 mm de diâmetro causadas pelo vírus do molusco contagioso, um poxvírus. Causa comumente uma infecção crônica localizada. Transmissão: ocorre por contato direto; a disseminação ocorre por autoinoculação e fomitos (p. ex., toalhas, esponjas de banho) e água de banho. É comum em crianças. Adultos adquirem a infecção por contato próximo pele-com-pele com uma pessoa infectada (p. ex., contato sexual, luta livre). Sinais e sintomas Pode surgir em qualquer região da pele, exceto nas palmas e plantas. As lesões consistem em agrupamentos de pápulas rosadas, abobadadas, moles, oleosas ou perláceas e umbilicadas, geralmente com 2 a 5 mm de diâmetro, que são mais observadas na face, no tronco e nas extremidades em crianças e no púbis, pênis ou vulva nos adultos. Diagnóstico → avaliação clinica Tratamento Remoção física: curetagem, criocirurgia, laserterapia ou eletrocauterização Irritantes tópicos (p. ex., ácido tricloroacético, cantaridina, tretinoína, tazaroteno, podofilotoxina) Algumas vezes, terapias combinadas 13 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP CERATOSE SEBORREICA São lesões epiteliais superficiais frequentemente pigmentadas, geralmente verrucosas, mas que podem ocorrer como pápulas lisas. Causa: é desconhecida, mas foram identificadas mutações genéticas em alguns tipos. As lesões ocorrem comumente na meia idade e mais tarde e na maioria das vezes aparecem no tronco ou têmporas. Variam de tamanho e crescem lentamente. Podem ser arredondadas ou ovais, cor da pele, marrom ou negra. Em geral, surgem como se fossem colocadas sobre a pele (estucoqueratose) e sua superfície algumas vezes é verrucosa, aveludada, descamativa, crostosa, aveludada, graxenta ou descamativa. Diagnóstico → é clinico Tratamento → Remoção somente se incômodo. Não são pré-malignas e não necessitam de tratamento, a não ser quando irritadas, pruriginosas ou esteticamente desconfortáveis. TRATAMENTO DO HPV É importante salientar que o objetivo principal do tratamento não é a erradicação do vírus, pois ainda não temos medicamentos ou métodos capazes de alcançar este objetivo, mas sim de destruição da lesão condilomatosa que está causando. Quem elimina o vírus é o sistema imunológico da paciente. É notório que a simples presença do vírus, sem ocasionar nenhuma lesão, não necessita de tratamento, além do que, boa parte das lesões, principalmente condilomas pequenos e lesões de baixo grau, tem grande potencial de regressão espontânea. A escolha do tratamento irá depender: Do número, gravidade e tamanho das lesões Disponibilidade de recursos Eficácia e efeitos adversos Estado imunológico da paciente Capacidade técnica do médico e aceitação pela paciente. Pode ser destruído por cauterização com eletrocautério, laser, substâncias químicas (podofilina ou ácido tricloroacético), imunomoduladores ou ressecção cirúrgica. Ácido Tricloroacético: substância cáustica que atua localmente, ocasionando desnaturação proteica tanto em tecidos sadios quanto nos infectados pelo HPV. Não é absorvido e não apresenta efeitos sistêmicos, mas leva à ulceração local. Pode ser usado com segurança em gestantes; 70% a 90 % na pele e 30% a 50% em mucosas. Aplicar uma vez por semana apenas no local da lesão. Preparado de Podofilina: é uma resina extraída de plantas associada a duas substâncias sabidamente carcinogênicas (quercetin e quenferol), que interfere na mitose celular e causa danos na microcirculação com lesão endotelial, que resultam em necrose celular. Seu uso foi abandonado nos últimos anos em razão da baixa eficácia e dos vários efeitos adversos (hepatotoxicidade, neurotoxicidade, supressão da medula óssea e teratogenicidade). A podofilina não deve ser usada durante a gravidez, pois é neurotóxica para o feto; Solução 25%: aplicar sobre a lesão e depois de 4 a 6 horas lavar com água e sabão neutro. Fluoracil: é um citostático potente, utilizado inclusive como quimioterápico, com efeito antimetabólico(bloqueia a síntese de DNA, que impede a divisão celular e a síntese de RNA) que resulta em necrose tissular. Atualmente, sua utilização é bem restrita. Deve ser utilizado em casos selecionados. Aplica-se uma camada fina, uma ou duas vezes por semana, por dez semanas, com controle rigoroso. As indicações são: pacientes imunossuprimidas, focos multicêntricos de neoplasia intraepitelial de alto grau e falhas terapêuticas; 14 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Imiquimod: substância química cuja ação ainda não é bem esclarecida, mas tem o poder de induzir a produção endógena de interferon alfa e outras citocinas como o fator de necrose tumoral alfa e a interleucina 6. Apresenta, então, uma atividade antiviral e antitumoral. Entretanto, sua taxa de sucesso não é tão alta, gira em torno de 55% de resolução dos condilomas, com baixa recidiva. Creme 5%: aplicar uma vez ao dia, três vezes por semana, por 16 semanas. A região deve ser lavada com sabão depois de 6 a 10 horas da aplicação. Não há estudos que autorizem o uso na gestação. Crioterapia com nitrogênio líquido, criocauterização e eletrocauterização: tratamentos físicos que podem ser utilizados em qualquer localização genital. Exérese cirúrgica: bisturi, laser e alta freqüência: podem ser utilizados em qualquer localização genital e durante a gestação. Nas lesões extensas de vulva, a fulguração com eletrocautério ou destruição com laser deve ser preferida. Nas mais localizadas pode-se usar o TCA (Ácido Tricloroacético) nas concentrações de 30, 50 ou 90%, dependendo da localização e do volume da lesão. Algumas lesões muito volumosas necessitam de ressecção cirúrgica. LESÕES INTRAEPITELIAIS CERVICAIS Como já mencionado, é o tripé citologia-colposcopia-histologia é que vai definir a localização das lesões, seu grau histológico, sua extensão em profundidade e sua ocupação glandular. Portanto, a conduta terapêutica depende totalmente dos resultados desta avaliação. Métodos Físico-Destrutivos: Crioterapia ou Criocauterização: Processo que utiliza um transdutor manual conectado a uma fonte de gás ou nitrogênio líquido que promove uma temperatura muito baixa na ponta do transdutor congelando superficialmente a ectocérvice, resultando em morte celular. Realiza-se a técnica do congelamento-descongelamento-congelamento, isto é, congela-se a superfície epitelial por cerca de três a cinco minutos; espera o descongelamento e torna-se a congelar por mais de cinco minutos. Este processo promove uma destruição tecidual de cerca de 6 mm de profundidade. Forma-se uma crosta que se desprende por volta do décimo dia podendo ocorrer um sangramento. A grande vantagem do procedimento é ser indolor. Vaporização com Laser: Neste procedimento, o tecido é destruído por vaporização. O mais usado em ginecologia é o CO2 laser. A literatura não revela vantagens no emprego deste método em relação aos outros e a relação custo-benefício torna inviável seu uso corrente. Eletrocoagulação: Técnica que utiliza um eletrodo de esfera conectado a um eletrocautério que promove a coagulação e destruição tecidual por calor. Geralmente pode haver dor durante o procedimento, o que pode ser aliviado com anestesia subepitelial em quatro quadrantes com seringa de Carpule. Embora seja um procedimento simples e de pouco custo, tem o inconveniente dos episódios álgicos e das sequelas de cicatrização como as escleroses retráteis, que muitas vezes são responsáveis pela estenose do orifício externo. Possui ainda o inconveniente de que a profundidade da destruição não pode ser avaliada e pode não ser suficiente para destruir a lesão. 15 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP Exéreses: Permitem a retirada da lesão com a possibilidade de estudo histopatológico. Conização: Trata-se da retirada de um cone do colo uterino com bisturi. Cirurgias de Alta Frequência (Caf): Consiste no procedimento de conização com uso de uma alça de eletrocautério. A CAF é mais simples, de menor morbidade e não exige realização em centro cirúrgico. A desvantagem é que o cautério pode carbonizar as margens da peça cirúrgica, podendo impedir que o patologista informe se as margens cirúrgicas estão livres ou comprometidas. Portanto, para indicar uma CAF, é necessário que a lesão seja completamente visível na colposcopia. Se a lesão adentra o canal cervical, impossibilitando a sua visualização completa, ela deve ser contraindicada. PREVENÇÃO PRIMÁRIA A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal. Vacinação contra o HPV Duas vacinas estão aprovadas no Brasil: Vacina quadrivalente (HPV 6, 11, 16, 18); Vacina bivalente (HPV 16, 18). Ambas as vacinas se compõem de VLP (em inglês, Virus Like Particle ou VLP) ou partículas semelhantes ao vírus. Estas partículas ocas não contêm o DNA infectante do vírus, mas sim seu capsídeo viral, a proteína L1 do HPV sem poder infectante. Essas VLPs são produzidas em um fungo (Saccharomyces cerevisiae). Cada tipo viral tem uma VLP correspondente para uso como vacina. Assim, uma vacina bivalente tem duas VLP (16, 18). Já uma vacina quadrivalente tem quatro VLP (6, 11, 16, 18). Via de administração: intramuscular (0,5 ml). Atualmente, sabe-se que a proteção, após esquema vacinal completo (três doses), possui duração de mais de cinco anos. Como as vacinas não protegem contra todos os subtipos do HPV, a colpocitologia deve continuar a ser coletada mesmo em mulheres vacinadas. População alvo para vacinação: Meninas: 9 a 14 anos – 2 doses (0 e 6 meses) Meninos: 11 a 14 anos – 2 doses (0 e 6 meses) Mulheres HIV positivo: 9 a 26 anos – 3 doses (0, 2 e 6 meses) Pacientes oncológicos em QT/RT ou transplantados: 3 doses (0, 2 e 6 meses). Gestantes: NÃO devem ser vacinadas. 16 MARC 9 – Heloísa Paraíso 6ºP OBS: Vacina Nonavalente Uma nova vacina aprovada pela Anvisa, em dezembro de 2017, ampliou a proteção contra o Papilomavírus Humano (HPV). O novo medicamento é o Gardasil 9®, que inclui cinco novos subtipos contra o HPV, os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, que são responsáveis por mais de 20% dos cânceres de colo uterino. O Gardasil 9® (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58) foi aprovado com indicação para pessoas de 9 a 26 anos, do sexo masculino e feminino. O ideal é que a imunização seja feita antes do início da vida sexual. Ela está indicada para a prevenção de cânceres do colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus; lesões pré-cancerosas ou displásicas; condilomas genitais e infecções persistentes causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV). COMPLICAÇÕES CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Carcimoma escamoso, epidermoide: as células atípicas escamosas ultrapassam a membrana basal e atinge o estroma (80-90%). Adenocarcinoma: as células atípicas glandulares do canal cervical ultrapassam a membrana basal (10-20%). É importante lembrar que o carcinoma epidermoide é o tipo histológico mais frequente dos tumores epiteliais do colo uterino. Responde por 80% dos casos. REFERÊNCIAS Medcurso – Ginecologia: Doenças benignas e malignas do colo, do corpo do útero, da vulva e da vagina. Volume 5. 2018. Medcel – Ginecologia: Cap. HPV e neoplasias intraepiteliais cervicais. 2020. CONCEIÇÃO, José Carlos J. Ginecologia Fundamental. Ginecologia de Williams, 2º edição. 2014.
Compartilhar