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Bioenergética no Exercício Físico Professora Dra Lavoisiana Lacerda (Mediadora) Disciplina: Nutrição na Prática Esportiva Notável Mestre Estudo dos vários processos químicos que tornam possível a vida celular do ponto de vista energético. Procura, entre outras coisas, explicar os principais processos químicos que decorrem na célula e analisar as suas implicações fisiológicas, principalmente em relação ao modo como esses processos se enquadram no conceito global de homeostasia. Conceito de bioenergética O sucesso de qualquer tarefa motora pressupõe que a conversão de energia seja feita de forma eficaz, na razão direta das necessidades energéticas dos músculos esqueléticos envolvidos nessa atividade. Dispêndio energético depende de: tipologia do exercício, a frequência, a duração e intensidade, os aspectos de caráter dietético, as condições ambientais (altitude, temperatura e umidade), a condição física do atleta e a sua composição muscular em termos de fibras (tipo I e II). PRINCIPAIS VIAS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA NO ESPORTE Sistema ATP – CP – Anaeróbio álático METABOLISMO ANAERÓBIO LÁTICO - GLICOLÍTICO METABOLISMO AERÓBIO – SISTEMA OXIDATIVO Trabalho para a performance Potência → os fosfatos de alta energia → sistemas anaeróbios Ex: lançamento de peso velocidade → a glicólise anaeróbia → sistemas anaeróbios Ex: corrida de 400m resistência (endurance) → sistema oxidativo → sistemas aeróbio Ex: maratona Sistemas fosfagênios – anaeróbios aláticos Se caracteriza por esforços de intensidade máxima com uma duração inferior a 10-15 segundos, o músculo recorre a fontes energéticas imediatas, habitualmente designadas por fosfagénios, como a adenosinatrifosfato (ATP) e a fosfocreatina (CP). Os produtos finais da digestão dos alimentos são transportados até às células via sangue e aí oxidados, sendo a energia liberada utilizada para formar ATP, mantendo assim um permanente suprimento dessa substância. 7 Sistemas fosfagênios – anaeróbios aláticos Tipos de atividades: sprints de intensidade máxima de até 15 segundos, devido a redução drástica da quantidade de CP; Estudos sugerem que essa magnitude pode durar até 30 segundos ou mais – indivíduos treinados GLICÓLISE (sistema anaeróbio lático) a produção de energia no músculo resulta do desdobramento rápido dos hidratos de carbono (HC) armazenados, sob a forma de glicogênio (muscular e hepático), em ácido láctico, um processo anaeróbio que decorre no citosol das fibras esqueléticas e que se designa por glicólise. Os esforços de intensidade elevada com uma duração entre 30s e 2min – por ex: exercícios de resistência e de velocidade, tais como uma corrida de 400m, ou uma prova de nado de 100m livres; Intensidade acima de 70-75% do vo2 máx.; os músculos dos velocistas apresentam uma grande atividade glicolítica, pelo fato de possuírem uma elevada percentagem de fibras tipo II (fibras de contração rápida) com elevadas concentrações das enzimas GLICOSE 6-FOSTATO e FOSFRUTOQUINASE CARACTERÍSTICAS DOS ESFORÇOS ANAERÓBIO GLICOLÍTICOS 10 GLICOGÊNIO: polímero de cadeia ramificada de α-D-glicose, armazenador de carboidrato. É similar a fração ramificada da amilopectina do amido. unidades de glicose unidas por ligações α(1 → 4) na estrutura principal e α(1 → 6) nos pontos de ramificação; A diferença entre o glicogênio e a amilopectina é que o glicogênio é mais ramificado. Os pontos de ramificação ocorrem, mais ou menos, a cada 10 resíduos de glicose. É encontrado, nas células animais, em grânulos no citoplasma das células hepáticas e musculares “bem alimentadas” O GLUT4 modifica sua conformação espacial quando há a ligação da insulina com o receptor, permitindo a entrada de glicose na célula. Entretanto, esta entrada não é contínua, devido a um processo de endocitose do GLUT4 que torna indisponível a entrada de novas moléculas de glicose até que haja a regeneração do GLUT4. Este processo regula a entrada de glicose na célula, possibilitando que todas as células tenham um aporte de glicose suficiente, não havendo um consumo exagerado por parte de nenhum tecido 14 um conjunto de 12 reações enzimáticas para degradar o glicogênio a ácido láctico. Fator limitante: enzima fosfofrutocinase (PFK) Saldo: é possível converter rapidamente uma molécula de glicose em 2 de ácido láctico, formando paralelamente 2 ATP, sem necessidade de utilizar O2. Fibras musculares do tipo II possuem alta atividade da enzima fosfofrutocinase (PFK) Figura do livro de MacArdle de Fisiologia do Exercício!!! GLICÓLISE – formação de Lactato Glicólise Aeróbia: Ocorre quando o hidrogênio é oxidado a água aproximadamente com a mesma velocidade com que é formado → condição dinâmica relativamente estável → PIRUVATO como produto final; Formação de LACTATO: ocorre com o ↑ da intensidade do exercício físico onde pares de H+ não-oxidados em excesso se unem temporariamente ao piruvato para forma lactato Pode também ocorrer formçao de lactato no repouso (hemácias e fibras com alta capacidade glicolítica) LACTATO NÃO É VILÃO Produz uma valiosa fonte de energia química durante o exercício físico intenso. CICLO DE CORI: Durante o período de recuperação pós-treino ou quando a intensidade do exercício diminui → disponibilidade de O2 aumenta → remoção dos íons H+ da molécula de lactato → esqueleto de carbono livre a partir do piruvato oxidados para a formação de energia ou serão transformado em glicose (neoglicogênese) → permite a homeostase da glicose sanguínea e atende as demandas energéticas do exercício. Acontece apenas no FÍGADO e nos RINS. O pH normal da célula muscular em repouso é de aproximadamente 7,1, podendo diminuir para 6,5 ou menos que isso em exercícios intensos. Existe formas de tamponamento intra e extracelular, o que acaba removendo os íons hidrogênios. A partir de um pH de 6,5, o mecanismo contrátil começa a falhar, ocorrendo inibição da fosfofrutocinase, enzima importante que regula a glicólise. Além disso, este baixo pH também estimula as terminações nervosas livres musculares, resultando em percepção da dor → este processo descrito acima é conhecido por ACIDOSE e diz respeito a fadiga muscular propriamente dita em exercícios anaeróbios Só existe 2 opções para acabar com a fadiga muscular induzida pela acidose: parar o exercício reduzir a intensidade e assim entrar no metabolismo oxidativo (aeróbio) – GLICÓLISE AERÓBIA O piruvato nesse tipo de metabolismo é convertido a dióxido de carbono e água Este processo ocorre na mitocôndria O primeiro passo é a conversão do piruvato (3 carbonos) a um composto com 2 carbonos, a coenzima-A, por meio da descarboxilação oxidativa, formando acetil-CoA SISTEMA OXIDATIVO (aeróbio) Nos esforços de duração superior a 2min, a produção de ATP é assegurada principalmente pela MITOCÔNDRIA; a produção de energia aeróbia na célula Muscular é assegurada pela oxidação Mitocondrial de: carboidratos (piruvato - glicogênio muscular e hepático, glicose do sangue), ácidos graxos livres (lipídeos) e as proteínas do corpo, ou seja, produtos derivados dos alimentos Recuperação após exercício fadigante também é um procedimento aeróbio SISTEMA OXIDATIVO (aeróbio) Saldo: grandes quantidades de moléculas de ATP, porém não é capaz de suprir demanda em exercícios muito intensos, até no máximo 65% do vo2 max. Recentemente foi proposto a divisão em 2 sistemas: glicólise aeróbia (corridas de 5 a 10km) → potência aeróbia e lipólise aeróbia (maratonas de 42km) → capacidade aeróbia SISTEMA AERÓBIO (OXIDATIVO) GLICÓLISE AERÓBIA O piruvato nesse tipo de metabolismo é convertido a dióxido de carbono e água Este processo ocorre na mitocôndria O primeiro passo é a conversão do piruvato (3 carbonos) a um composto com 2 carbonos, a coenzima-A, por meio da descarboxilação oxidativa, formando acetil-CoA Glicólise anaeróbia + Glicólise aeróbia. Saldo final = 38 moléculas de ATP SISTEMA OXIDATIVO - Liberação de energia pelas GORDURAS Fontes: Triacilgliceróis armazenados nas fibras musculares,especialmente nas de contração lenta (Tipo I) Triacilgliceróis circundantes ligados nos complexos lipoprotéicos (colesterol) Ácidos graxos livres oriundos dos Triacilgliceróis do tecido adiposo. Os processos de utilização são ativado lentamente e ocorrem em taxas significativamente inferiores em relação ao catabolismo dos carboidratos; Poupadores da utilização de carboidratos → adaptações fisiológicas do treinamento; Insolúveis em meio aquoso – necessitam de carreadores Podem ser simples (lipídios neutros – TG), compostos e derivados OBRIGADO(A) Notável Mestre Disciplina XXXXXX Prof. xxxxxxx