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REVISAO GERIATRIA

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1 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
problema 1 - não quero parar 
Sr. Miguel, 84 anos, entra no consultório do geriatra para sua primeira avaliação acompanhado ela esposa e filha. A consulta foi 
agendada pelos familiares que estão preocupados com a saúde do paciente, pois acham que ele não deve mais realizar algumas 
atividades (?). O paciente tem uma barraca de queijos e castanhas no mercado municipal de Aracaju há 50 anos, carrega caixas de 
mercadoria, realiza transações financeiras, embala os produtos, fecha sozinho o quiosque a noite e o horário de funcionamento é 
praticamente de domingo a domingo. 
Os filhos e a esposa não querem que ele trabalhe mais, devido exclusivamente a idade do paciente, pois argumentam que com a 
velhice há uma redução da reserva de energia e o idoso deve se poupar para não gerar doenças. Há alguns meses, começaram a 
intervir na rotina do Sr Miguel, mesmo sem saber os princípios do Estatuto do Idoso, toraram-se “babás”, isso o incomodou muito 
pois ele está se sentindo infantilizado. 
Em alguns minutos de conversa, o geriatra percebeu que o envelhecimento biológico do paciente não era compatível com o 
envelhecimento psicológico, era visível que era um controle social em relação ao processo de senescência do paciente. Em relação 
a longevidade, várias teorias tentam explicar a origem e as diferenças entre as espécies, nesse fenômeno progressivo e universal 
que é o envelhecimento. 
Ao exame físico e história clínica, paciente estava bem, queixava-se apenas de leve astenia ao final do dia. Nota-se atrofia da 
mucosa oral, redução do paladar, xerostomia, canície, leve cifose torácica, redução da complacência da parede torácica, redução 
dos reflexos ortostáticos, ao deambular passos curtos, ausência de sarcopenia, redução da força muscular, diminuição da motilidade 
intestinal, tempo de sono reduzido, redução das cartilagens e da massa óssea e leve déficits sensoriais. 
Sr Miguel era hipertenso leve compensado, sempre praticou atividade física, manteve peso estável ao longo dos anos, evitava 
alimentos gordurosos, consumia uma taça de vinho diariamente, namorava com certa regularidade com a esposa. Sempre realizou 
check up anual, nunca se descuidou da saúde, talvez esses fatores tenham contribuído para o quadro atual do paciente. Os exames 
complementares recentes não demonstravam nenhuma alteração patológica. 
O geriatra após esclarecer ao familiares sobre as alterações fisiológicas encontradas e estilo de vida do paciente, lembra que o 
Estatuto do Idoso responsabiliza os filhos nos cuidados com os pais, relata também que se ele visse alguma coisa teria a obrigação, 
enquanto profissional da saúde, de comunicar as autoridade competentes. Entretanto, ele não encontrou motivos para o paciente 
descontinuar suas atividades, apenas fez algumas sugestões a família para a manutenção de um envelhecimento ativo. 
:
 Conhecer os princípios do Estatuto do Idoso 
 Entender as alterações fisiológicas do envelhecimento por sistema 
 Explicar os aspectos biopsicossociais do envelhecimento (senescência, senilidade, infantilização, idoso, velhice, 
sexualidade, baixa adaptação ao meio, autoestima, cuidado do idoso/dependência, autonomia e lutos) 
 Estudar as teorias do envelhecimento. teorias estocásticas e sistêmicas (mecanismos bioquímicos e celulares) 
 
 
2 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
princípios 
 O Estatuto do Idoso representa um grande avanço da 
legislação brasileira iniciado com a promulgação da 
Constituição de 1988. 
 Elaborado com intensa participação das entidades de defesa 
dos interesses das pessoas idosas, ampliou em muito a 
resposta do Estado e da sociedade às suas necessidades. 
 Trata dos mais variados aspectos, abrangendo desde 
direitos fundamentais até o estabelecimento de penas para 
os crimes mais comuns cometidos contra essas pessoas 
 Princípios fundamentais 
 
 
 
 
 
 Garantia de prioridade: 
 atendimento preferencial imediato e individualizado 
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de 
serviços à população; 
 preferência na formulação e na execução de políticas 
sociais públicas específicas; 
 destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas 
relacionadas com a proteção ao idoso; 
 viabilização de formas alternativas de participação, 
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; 
 priorização do atendimento do idoso por sua própria 
família, em detrimento do atendimento asilar, exceto 
dos que não a possuam ou careçam de condições de 
manutenção da própria sobrevivência; 
 capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas 
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de 
serviços aos idosos; 
 estabelecimento de mecanismos que favoreçam a 
divulgação de informações de caráter educativo sobre 
os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
 garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de 
assistência social locais 
 Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de 
negligência, discriminação, violência, crueldade ou 
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por 
ação ou omissão, será punido na forma da lei. (ART 4°) 
 Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade 
competente qualquer forma de violação a esta Lei 
que tenha testemunhado ou de que tenha 
conhecimento. (ART 6°) 
 
Como vislumbrado, o caput do art. 3º do Estatuto do Idoso 
apresenta uma série de direitos que devem ser assegurados, 
prioritariamente, às pessoas com mais de 60 anos. Seu parágrafo 
1º, então, apresenta o conteúdo dessa garantia. Deve ser 
prioritário ao idoso, portanto: 
1. o atendimento preferencial imediato e individualizado 
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de 
serviços à população; 
2. a preferência na formulação e na execução de políticas 
sociais públicas específicas; 
3. a destinação privilegiada de recursos públicos nas 
áreas relacionadas com a proteção ao idoso; 
4. a viabilização de formas alternativas de participação, 
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; 
5. a priorização do atendimento do idoso por sua própria 
família, em detrimento do atendimento asilar, exceto 
dos que não a possuam ou careçam de condições de 
manutenção da própria sobrevivência; 
6. a capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas 
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de 
serviços aos idosos; 
7. o estabelecimento de mecanismos que favoreçam a 
divulgação de informações de caráter educativo sobre 
os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
 
 
É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do 
Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta 
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, 
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao 
respeito e à convivência familiar e comunitária. (ART 3°) 
 
 
3 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
8. a garantia de acesso à rede de serviços de saúde, como 
o SUS, por exemplo e de assistência social locais; 
9. a prioridade no recebimento da restituição do Imposto 
de Renda. 
 
Incluído na classe dos direitos fundamentais, o direito à diz 
respeito ao princípio de dignidade humana: 
 Art. 8° O envelhecimento é um direito personalíssimo e 
a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei 
e da legislação vigente. 
 Art. 9° É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a 
proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam um 
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. 
 
 
 Art. 10° É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar 
à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como 
pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, 
individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. 
 § 3° É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, 
colocando-o a salvo de qualquertratamento desumano, 
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
 
 
 Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, 
por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, 
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para 
a prevenção, promoção, proteção e recuperação da 
saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam preferencialmente os idosos. 
 
 
 Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade 
profissional, respeitadas suas condições físicas, 
intelectuais e psíquicas. 
ALTERAÇOES 
 
 O envelhecimento é caracterizado por alterações 
previsíveis, progressivas, associadas ao aumento da 
suscetibilidade para muitas doenças. Esse processo 
não é uniforme entre as pessoas. Além disso, no 
mesmo indivíduo um órgão pode sofrer mais 
comprometimento do que o outro. 
 Concorrem para a variação da longevidade fatores 
genéticos, estilo de vida escolhido e exposições 
ambientais. Nos mais longevos já podemos 
demonstrar que a influência genética é dominante. 
 Alterações celulares 
 
 
 
 
 
 
 
 Alterações teciduais 
 
 
 
 
 Composição corporal 
 
 
 
Núcleo: inclusões, aumento de nucléolos, encurtamento 
e fragmentação dos cromossomos 
Citoplasma: grânulos pigmentares castanhos 
(lipofuscina) 
Organelas: distorcidas 
Membrana: elementos tóxicos (peroxidação lipídica) 
Aumento de colágeno e mais resistente à colagenase 
Diminuição e perda da qualidade das elastinas 
Maior rigidez na maioria dos sistemas 
Estatura: -1 cm/ década a partir dos 40 anos. Maior 
perda depois dos 70 anos 
Diminuição da massa renal, pancreática, hepática, 
cerebral e muscular 
Aumento do diâmetro craniano e torácico 
Aumento da gordura corporal 
Diminuição da agua corporal (intracelular) e K+: 
diminuição celular global 
https://blog.sajadv.com.br/imposto-de-renda-direito-de-imagem/
https://blog.sajadv.com.br/imposto-de-renda-direito-de-imagem/
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10994049/art-8-do-estatuto-do-idoso-lei-10741-03
 
4 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 Pele e Anexos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pêlos e outros anexos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diminuição da água, massa muscular, massa mineral 
Aumento de gordura (proporcionalmente mais nas 
mulheres), especialmente centripeta 
Efeito sobre drogas: hidro ou lipofílicas 
Risco de desidratação 
Rugas: < espessura e elasticidade 
Seca e áspera: diminuição das glândulas sudoríparas e 
sebáceas - > risco de infecção, mas sensível à 
temperatura 
Diminuição de corpúsculos de pressão e temperatura 
Palidez: diminuição da capilaridade e dos melanócitos 
Pálpebras: flacidez, menos lagrima mas mais 
lacrimejamento. Edema inferior variável por retenção e 
gordura. 
Melanose senil: manchas hiperpigmentadas planas 
Equimoses e purpuras: fragilidade capilar 
Queratose seborreica: manchas hiperpigmentadas 
salientes 
Lesões neoplásicas: regiões expostas 
Diminuem no corpo 
Aumentam nas narinas, orelhas e sobrancelhas. Na 
mulher: buço e mento 
Cabelo: diminuem número de bulbos ativos 
Perda de melanócitos nos bulbos capilares: canície 
Fragilidade de unhas 
 
5 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Sistema osteoarticular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema cardiovascular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perda de trabeculado ósseo e massa (reabsorção X 
formação) – principalmente na mulher 
Perda de colágeno 
Calcificação suturas cranianas 
Perda da qualidade das cartilagens articulares 
Achatamento das vertebras, cifose dorsal 
Discos intervertebrais: perda de água e proteoglicanas, 
calcificação dos anéis fibrosos. 
Arqueamento de pernas, achatamento plantar 
Menor volume e espessura cardíaca 
Menos miocárdio, mais tecido fibroso 
Mais gordura, substancia amiloide e lipofuscina 
Valvas: fibrocalcificação 
Tecido de condução: mais colágeno e adipócitos. Perda 
de 90% das células do NSA 
Artérias: calcificação, deposição de colágeno e perda de 
elastina 
Maior teor adrenérgico, menor resposta a estímulos, < 
complacência 
Maior tempo da fase de ejeção da sístole e de diástole 
Maior dependência do enchimento ventricular ativo 
(sístole atrial) 
Maior risco de IC diastólica 
Mais ESSV, ESV e FA assintomática 
Menor VS, DC e FE em situações de sobrecarga 
B4 (< enchimento VE, > sístole atrial) 
Menor reserva, menor capacidade de adaptação às 
sobrecargas 
Menor reserva, menor capacidade de adaptação às 
sobrecargas 
Maior risco de descompensação 
Vias respiratórias: calcificação das cartilagens 
Menor atividade ciliar, muco, IgA e reflexo de tosse: 
menor proteção contra agentes estranhos 
Pulmões: menor numero de septos alveolares (menor 
superfície), aumento das fibras colágenas (menor 
elasticidade), mais colabamento 
Caixa torácica: ossificação das cartilagens articulares – 
menor complacência 
 
Músculos acessórios respiratórios: menor massa 
Diafragma: assume papel mais importante 
Dificuldade para respiração em decúbito dorsal por 
maior pressão intra-abdominal 
Alteração de quimiorreceptores 
 
6 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 Sistema digestório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema endócrino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema urinário 
 
 
 
 
 
Menor resposta a variação da pO2 e da pCO2 
Maior risco sob ação de drogas depressoras no SNC 
Menor volume de reserva inspiratória e expiratória, 
maior volume residual 
Volume corrente se mantém 
Perda dos dentes 
Atrofia glândulas salivares e alteração da composição 
da saliva 
Pode haver disfagia leve por dissicronia (presbiesôfago) 
Menor atividade ciliar, muco, IgA e reflexo de tosse: 
menor proteção contra agentes estranhos 
Estomago: < produção de hormônios e acido 
Intestino: menos microvilosidade e fluxo sanguíneo 
Cólon: atrofia das túnicas da parede, alterações 
peristálticas 
Tendência à constipação 
Maior chance de divertículos 
Menor número de neurônios do plexo mioenterico 
Fígado: perda de massa, < capacidade de metabolização, 
talvez sem grande perda de hepatocitos 
Maior sensibilidade a drogas 
Suco pancreático: mantem qualidade 
Hipofise: < vascularização e mais tecido conjuntivo 
Aumentam microadenomas (produtores ou não) 
Diminuição de IGF-1, da pulsatilidade da PRL 
Aumento relativo do ADH (tendência a hiponatremia) 
Suprarrenais: menos células e mais tecido conjuntivo. 
Aumentam nódulos. 
Aumento do ACTH e cortisol 
No estresse: a resposta de catecolaminas e 
glicocorticoides é prolongada 
Maior catabolismo, menor imunidade, altera 
metabolismo de hidratos de carbono 
Ilhotas pancreáticas: menor atividade 
Menor tolerância à glicose: maior resistência à insulina, 
menor sensibilidade dos tecidos À insulina e ao 
glucagon, maior liberação de ácidos graxos e 
proinsulina 
Maior glicemia de jejum (discreto) e > glicemia pós-
prandial – aumento da A1C mas < em relação ao jovem 
Menor secreção de insulina mas maior nível plasmático 
por menor Clearance 
Tireoide: menor massa, mais tecido conjuntivo – mais 
nódulos em mulheres 
Paratireoides: não há atrofia, talvez discreto aumento. 
Mais tecido adiposo 
Aumento de PTH especialmente em mulheres, 
diminuição de 1,25 (OH)D3 
Rins: < massa e nefrons totais 
Fibrose e espessamento da membrana basal. Esclerose 
glomerular 
Aterosclerose das artérias e arteríolas intra-renais 
 
7 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema genital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sistema hematopoiéticoSistema imunológico 
 
 
 
 
 
aspectos 
 Senescência 
 A senescência abrange todas as alterações produzidas 
no organismo de um ser vivo – seja do reino animal ou 
vegetal – e que são diretamente relacionadas a sua 
evolução no tempo, sem nenhum mecanismo de doença 
reconhecido 
 São, portanto, as alterações pelas quais o corpo passa e 
que são decorrentes de processos fisiológicos, que não 
caracterizam doenças e são comuns a todos os 
elementos da mesma espécie, com variações biológicas. 
 São exemplos de senescência a queda ou o 
embranquecimento dos cabelos, a perda de flexibilidade 
da pele e o aparecimento de rugas. 
 Senilidade 
 Condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida 
baseadas em mecanismos fisiopatológicos 
 São, dessa forma, doenças que comprometem a 
qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a 
todas elas em uma mesma faixa etária 
 Assim são a perda hormonal no homem que impede a 
fertilidade, a osteoartrose, a depressão e o diabetes, 
entre outros comprometimentos 
Queda progressiva da filtração glomerular e das 
funções tubulares 
Menor resposta a alterações hidroeletrolíticas e acido-
base 
Menor função endócrina-renal: renina, 1,25 (OH)2D3 e 
eritropoietina 
Bexiga: < elasticidade e perda de musculatura - < 
complacência, < eficiência e > resíduo 
Uretra: menor musculatura 
Urgência miccional e incontinência 
Atrofia ovários, útero e vagina 
Diminuição estrógenos, aumentam de FSH 
(principalmente 5 anos do inicio da menopausa) 
Vagina: menos elástica e úmida – infecções e 
dispareunia 
Atrofia dos ligamentos uterinos, vesicais e retais – 
queda dos órgãos 
Mamas: atrofia das glândulas e mais tecido adiposo – 
menos firmes 
Menos pelos púbicos 
Processo menos evidente 
Diminuição da produção de testosterona mas mantém 
normalidade (Tt normal, Tl cai) 
Aumento discreto de LH e FSH 
Menor numero de espermatozoides 
Próstata: menos musculo, mais fibrose, maior peso 
Pênis: tecido erétil menos elástico 
Aumento do tecido gorduroso intramedular 
Hb 12,0 g/dl: normal 
Ferritina tende a aumentar 
VHS aumenta: 12-50 mm/h 
Alterações do sistema humoral e celular 
Involução do timo 
Aumento de doenças neoplásicas, infecciosas e 
autoimunes 
 
8 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Infantilização 
 A infantilização traz para esse público a 
‘estigmatização’ de um grupo homogêneo e que segue 
um padrão de gostos, hábitos, atividades e que possuem 
as mesmas características, tão enfatizadas e 
divulgadas que os tornam sempre os ‘bons velhinhos’, 
‘frágeis’, ‘bonzinhos’, ‘pobrezinhos’. 
 Até o uso das palavras no diminutivo enfatizam ainda 
mais o poder da infantilização. 
 O idoso não é um adulto de cabelos brancos, tampouco 
uma criança mais velha, o idoso é alguém que passou 
pelas primeiras etapas de desenvolvimento da vida e que 
continua a caminhar como qualquer outra pessoa. 
 Ao infantilizar uma pessoa idosa estamos ocultamente 
praticando uma violência contra ela, que vai de 
desencontro ao Estatuto do Idoso quando diz “é 
obrigação da sociedade, família e Instituição assegurar à 
pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como 
pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, 
individuais e sociais, garantidos na constituição e nas leis 
 É importante quebrar esse estigma de que todo idoso é 
alguém dependente, sem autonomia e que não tem 
direitos e deveres. Deve-se cada vez mais mostrar que a 
pessoa idosa tem um lugar e que o ocupa da melhor 
forma possível e que não está ali apenas esperando o fim, 
mas que ainda tem muito que viver, aprender e 
compartilhar com novas gerações. 
 Idoso 
 A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de 
janeiro de 1994, e o estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de 
outubro de 2003, define Idoso pessoas com 60 anos ou 
mais. 
 Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) define o 
idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é 
aquela pessoa com 60 anos ou mais, em países em 
desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países 
desenvolvidos. 
 É importante reconhecer que a idade cronológica não é 
um marcador preciso para as mudanças que 
acompanham o envelhecimento. 
 Existem diferenças significativas relacionadas ao estado 
de saúde, participação e níveis de independência entre 
pessoas que possuem a mesma idade 
 Na sociedade atual, diversos estudos sobre 
representações sociais revelam que a idéia de idoso está 
geralmente associada a aspectos negativos, como 
figura decadente, necessitada e dependente. Enquanto 
fenômeno psicossocial, essas concepções contribuíram 
para os processos de formação de condutas, orientação 
das comunicações sociais e estruturação da identidade 
do idoso, assim como para as práticas sociais a ele 
dirigidas. 
 Velhice 
 O termo velhice é considerado para uns como o último 
ciclo da vida, que independe de condições de saúde e 
hábitos de vida, é individual, e que pode vir acompanhado 
de perdas psicomotoras, sociais, culturais e etc; 
 Já outros acreditam que a velhice é uma experiência 
subjetiva e cronológica. 
 Acredita-se que a velhice seja como uma construção 
social que cria diversas formas diferentes de se 
entender o mesmo fenômeno, dependendo de cada 
cultura. 
 A velhice deve ser compreendida em sua totalidade 
porque é, simultaneamente, um fenômeno biológico com 
consequências psicológicas, considerando que certos 
comportamentos são apontados como características 
da velhice. 
 Como todas as situações humanas, a velhice tem uma 
dimensão existencial, que modifica a relação da pessoa 
com o tempo, gerando mudanças em suas relações com 
o mundo e com sua própria história. 
 Assim, a velhice não poderia ser compreendida senão em 
sua totalidade; também como um fato cultural. 
 Neste sentido, acredita-se que a velhice é difícil de ser 
definida, principalmente quando se almeja uma velhice 
saudável, desejada para todos e por todos, nos dias 
atuais. 
 Portanto, deve ser compreendida em sua totalidade, e 
em suas múltiplas dimensões, visto que se constitui em 
um momento do processo biológico, mas não deixa de 
ser um fato social e cultural. 
 Deve, ainda, ser entendida como uma etapa do curso da 
vida na qual, em decorrência da avançada idade 
cronológica, ocorrem modificações de ordem 
 
9 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
biopsicossocial que afetam as relações do indivíduo com 
o seu contexto social 
 Sexualidade 
 Envelhecer não significa tornar-se assexuado, porém 
mitos e tabus socioculturais acerca da sexualidade na 
terceira idade inibem os idosos de exercer a sua vida de 
forma integral, uma vez que as alterações fisiológicas do 
envelhecimento, preceitos religiosos, opressões 
familiares e aspectos individuais fortalecem esse 
estigma social 
 Dentre outras alterações corporais, a flacidez 
tegumentar, o embranquecer dos pelos, a perda da 
dentição e as doenças crônicas associadas podem 
interferir negativamente na expressão da sexualidade 
 Além disso, os filhos interpretam a sexualidade na 
terceira idade como algo depreciativo, sendo sinal de 
segunda infância ou sinal de demência 
 Diante dos mitos e tabus expostos acerca da 
sexualidade, ignora-se que idosos ainda possuem 
interesses sexuais, um exemplo disso é que campanhas 
de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis 
(DST) são precárias para esse público, assim como 
educação e promoção em saúde. 
 Consequências dessa negligência são demonstradas a 
partir do aumento de DST nessa população, como a 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), 
mostrando a fragilidade da compreensão da 
multidimensionalidade da sexualidade humana. 
 Baixa adaptação ao meio 
 O ambiente familiar pode determinar as características 
e o comportamento do idoso. 
 Assim, na família suficientemente sadia, onde se 
predomina uma atmosfera saudável e harmoniosa entreas pessoas, possibilita o crescimento de todos, incluindo 
o idoso, pois todos possuem funções, papéis, lugares e 
posições e as diferenças de cada um são respeitadas e 
levadas em consideração. 
 Em famílias onde há desarmonia, falta de respeito e não 
reconhecimento de limites, o relacionamento é 
carregado de frustrações, com indivíduos deprimidos e 
agressivos. 
 Essas características promovem retrocesso na vida das 
pessoas. O idoso torna-se isolado socialmente e com 
medo de cometer erros e ser punido 
 Autoestima 
 Pesquisa conduzida com idosos da comunidade de 
Montreal, no Canadá, verificou que o declínio nos níveis de 
autoestima pode contribuir para a desregulação do 
funcionamento do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, 
podendo predizer desfechos adversos à saúde do idoso, 
como isolamento social e escore negativo na QV. Assim, o 
conhecimento sobre essa temática pode subsidiar a 
sistematização do cuidado ao idoso com baixo nível de 
autoestima. 
 Autoestima pode ser caracterizada como o sentimento, 
o apreço e a consideração que uma pessoa sente por si 
própria, ou seja, o quanto ela gosta de si própria, como ela 
se vê e o que pensa sobre si mesma. 
 Assim como no conceito de autoestima, a QV também é 
considerada subjetiva e multidimensional, 
compreendendo aspectos positivos e negativos da vida. 
 É definida como a “percepção do indivíduo de sua posição 
na vida, no contexto da cultura e sistema de valores, nos 
quais ele vive e em relação aos seus objetivos, 
expectativas, padrões e preocupações” 
 Cuidado do idoso/dependência 
 O indivíduo idoso perde a posição de comando e decisão 
que estava acostumado a exercer e as relações entre 
pais e filhos modificam-se. 
 Conseqüentemente as pessoas idosas tornam-se cada 
vez mais dependentes e uma reversão de papéis 
estabelece-se. Os filhos geralmente passam a ter 
responsabilidade pelos pais, mas muitas vezes esquece-
se de uma das mais importantes necessidades: a de 
serem ouvidos. 
 Os pais, muitas vezes, quando manifestam a vontade de 
conversar, percebem que os filhos não têm tempo de 
escutar as suas preocupações 
 Nas famílias onde existe o excesso de zelo, o idoso torna-
se progressivamente dependente, sobrecarregando a 
própria família, com tarefas executadas para o idoso, 
onde na maioria das vezes ele mesmo poderia estar 
realizando. 
 
10 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Esse processo gera um ciclo vicioso e o idoso torna-se 
mais dependente. 
 Autonomia 
 Entende-se que promover o envelhecimento ativo e 
saudável significa prevenir a perda da capacidade 
funcional da população idosa, através da preservação da 
sua independência física e psíquica, promovendo o bem-
estar físico, mental e social, bem como garantir o acesso 
a instrumentos diagnósticos adequados, medicação e 
reabilitação funcional 
 A autonomia é uma vertente central do envelhecimento 
saudável, e promover a autonomia das pessoas idosas, o 
direito à sua autodeterminação, mantendo a sua 
dignidade, integridade e liberdade de escolha é 
fundamental para a promoção da sua qualidade de vida 
 O respeito ao princípio da autonomia na assistência ao 
idoso deve levar o profissional de saúde, em particular o 
da enfermagem, a considerar a capacidade de escolha, 
crenças e valores morais do paciente. Isso possibilita que 
o idoso exerça a sua autonomia e decida entre as 
alternativas de cuidado que lhe são apresentadas, a 
partir da compreensão clara das consequências de cada 
uma delas. 
 Lutos 
 Luto pode ser definido como um conjunto de reações 
diante de uma perda, portanto algo a não ser desprezado, 
e sim, devidamente valorizado e acompanhado, como 
parte da saúde emocional. O luto é “afinal o 
acontecimento vital mais grave que a maior parte de nós 
pode experienciar” 
 O luto pode representar um processo de grande impacto 
no idoso, pois este traz consigo perdas O luto no idoso 219 
pessoais e sociais decorrentes de a velhice ser 
estigmatizada como fase da invalidez ou da 
condescendência. 
 Por isso, devemos considerar que trabalhar 
emocionalmente as perdas decorrentes de alterações 
físicas e isolamento social é complicado, e pior se 
associadas à morte do cônjuge e, principalmente, de um 
filho. 
 O idoso deve ser acompanhado e deve-lhe ser permitido 
tempo para reorganizar-se emocionalmente. Na fase 
inicial do luto ele pode ter necessidade de ajuda para 
atividades básicas da vida diária, pois “a máscara usada 
no funeral não pode mais ser mantida e é necessário que 
algum parente ou amigo próximo assuma muitos dos 
papéis e responsabilidades do enlutado, deixando-o livre 
para vivenciar o luto” 
teorias 
 
 O envelhecimento biológico normal ocorre em 
resultado de um processo gradual, relacionado com o 
tempo, que se desenvolve a medida que os eventos 
fisiológicos degenerativos superam os efeitos 
regenerativos 
 
 Teorias Evolutivas (porque envelhecemos?) 
 Teoria do acumulo de mutações 
 ao longo do tempo, os indivíduos que sofriam mutações 
boas eram selecionados 
 apenas a genética das mutações nos jovens eram 
selecionados, na velhice isso não ocorreria 
 genes para adaptação ao ambiente – apenas para os 
jovens 
 Pleiotropia negativa 
 alguns genes são benéficos na juventude e esses 
mesmos genes podem ser maléficos no envelhecimento 
 isso ocorre por diferenças nas interações genéticas 
com o envelhecimento 
 comportamento dualístico e antagonista 
 ex: gene p53, fibroblastos 
 Teoria do soma descartável 
 envolve energia e fases da vida 
 os seres vivos se adaptaram para focar na reprodução e 
não para a sobrevivência 
 com a velhice, essa energia não atua 
 
11 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Teorias Estocásticas (como envelhecemos?) 
 Teoria dos telômeros 
 os telômeros são mantidos pela telomerase 
 são importantes porque impedem o desgaste do DNA 
 em células adultas, os cromossomos se encurtam e a 
célula para de se dividir 
 Teoria do dano oxidativo 
 radicais livres que levam ao envelhecimento 
 processo de respiração aeróbico provoca a produção de 
espécies reativas ao oxigênio (EROs) 
 EROs causam estresse oxidativo e as células acabam 
morrendo 
 Teorias Sistêmicas 
 Teoria neuroendócrina-imunológica 
 correlacional os sistemas neural, imunológico e 
endócrino 
 a IL-1 estimula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
 os hormônios também estimulam o sistema imunológico 
 3 sistemas se desgastam/erros levaria ao 
envelhecimento 
 
 
12 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
problema 2 – avaliando os riscos 
Maria de Lourdes, 90 anos, casada, mãe de 7 filhos, sem alteração cognitiva, independente funcionalmente, vem apresentando 
restrição da mobilidade devido a osteoartrite avançada de joelho direito, em uso recente de bengala devido a três quedas nos últimos 
6 meses por conta da instabilidade. 
Muito ativa, adorava passear, fazia pilates desde os 60 anos, participava do grupo de senhoras da Igreja (tanto costurando como no 
coral), era muito querida no bairro, sempre ajudou a todos os vizinhos e ia para todas as festinhas. Nos últimos meses, mesmo com 
tratamento medicamentosos e fisioterapia motora, não apresentou melhor clínica do joelho. 
Acompanhada pelo geriatra desde 50 anos, possui hipertensão arterial estágio I compensada sem lesão de órgão alvo e vem 
envelhecendo de forma saudável, mas devido a piora da funcionalidade, desenvolvimento de comorbidades e risco de morte, foi 
sugerida realização da cirurgia para implantação de prótese no joelho. O ortopedista entrou em contato com a geriatra, pediu 
informações sobre a Avaliação Geriatrica Ampla (AGA) da paciente, e posteriormente encaminhou ao cardiologista, anestesiologista 
e cirurgião vascular para avaliação pré-operatória. 
A cirurgia foi um sucesso sem intercorrências no intra e pós-operatório pois todos os fatores derisco pré-operatório foram avaliados 
e as possíveis complicações pós-operatórias em idoso foram prevenidas. Após 1 mês de prótese, Maria de Lourdes está ótima, 
fazendo fisioterapia, sem uso da bengala, já reiniciou várias das suas atividades. 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA
 Doença reumatológica 
 Não tem nenhuma intervenção efetiva 
 Efeito placebo efetivo 
 Doença que leva a alterações na funcionalidade 
 É considerada como insuficiência da articulação, com 
o comprometimento de todas as estruturas que a 
formam 
 Prevalencia aumenta com a idade 
 Impacto socioeconômico significativo 
 OA radiográfica  60 anos  até 80% 
 Cerca de 85% da população geral apresenta evidencias 
radiográficas de osteoartrite 
 As mulheres são mais afetadas e parecem 
desenvolver uma doença mais grave 
 predisposição genética para manifestações nodais da 
OA 
 Alterações bioquímicas ocorrem com a idade podem 
predispor a ocorrência de osteoartrite 
 Obesidade – provoca um estado inflamatório que pode 
desencadear a osteoartrite 
 Desvios na curvaturas de membros inferiores 
 Articulações com trauma prévio podem conferir uma 
causa secundaria de osteoartrite 
 
 
 Entender a fisiopatologia da osteoartrite (conceito, epidemiologia, etiologia, fator de risco e consequência); 
 Conhecer a Avaliação Geriátrica Ampla e a sua importância na avaliação pré-operatória; 
 Compreender os fatores de risco do pré-operatório e as complicações do pós-operatório no idoso. 
 
13 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Na OA primária, sua causa ou é desconhecida (idiopática) ou 
individuo manifesta essa patologia por conta de uma alteração 
genética que justifica o quadro, como, por exemplo, a alteração 
do gene para o Col-2A1 (da cadeia alfa-1 do colágeno tipo 2). Tal 
mutação provoca um desbalanço no metabolismo do colágeno, 
manifestando o quadro de OA. 
Já na OA secundária, ela envolve grupos de etiologias mecânicas 
e inflamatórias reunidas nas seguintes divisões: 
 OA secundária a desorganização da estrutura 
cartilaginosa: 
Pode envolver alterações estruturais do colágeno 
(condrodisplasia); acúmulo de produtos bioquímico ou 
sanguíneos (hemocromatose, doença de Wilson); distúrbios 
endócrinos (diabetes e acromegalia); ação enzimática pela 
presença de cristais (gota); invasão por sinovte hiperplásica 
(artrite reumatoide); ação mecânica aguda ou crônica (trauma 
agudo com ou sem fratura, trauma postural); 
 OA secundária a desorganização da estrutura óssea ou 
desalinhamento articular: 
Como remodelagem acelerada ou aumento da densidade óssea 
subcondra (doença de Paget, osteoporose) e necrose óssea.
 Idade – degradação da cartilagem predispõe a 
ocorrência da doença 
 Obesidade – para todas as articulações devido ao 
estado inflamatório provocado 
 Mulheres são mais afetadas 
 Mau alinhamento 
 Trauma/lesão previa 
 Alteração biomecânica 
 Doenças de deposito 
 Doenças genéticas 
 Hipermobilidade 
 
 
 Condições fisiológicas da cartilagem articular 
 A matriz extracelular confere as propriedades mecânicas 
 Componentes principais da MEC: 
 Colageno tipo II 
 Proteoglicanos 
 Os condrócitos são responsáveis pela regeneração e 
atividade metabólica baixa 
 
14 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 Alterações fisiopatológicas da OA 
 Visão antiga: degradação mecânica da cartilagem 
 Na verdade, é decorrente de um processo 
inflamatório 
 Atinge a sinovia e o osso subcondral 
 
 Ativação dos osteoclastos e dos osteoblastos 
 Formação de osteófitos para espalhar a carga 
 Ocorre sinovite crônica - infiltrado de macrófagos 
 Citocinas – IL-1 e TNF 
 Degradação da cartilagem devido a liberação das 
metaloproteases (enzimas degradantes) 
 Cartilagens se torna insuficiente – esclerose 
subcondral 
 Primária 
 AO nodal de mãos 
 Joelhos 
 Coluna cervical/lombar 
 Rizartrose 
 Joanete 
 Secundaria 
 Jovem e sítio atípico 
 Quadro clínico 
 Artralgia mecânica 
 rigidez matinal fugaz 
 crepitação 
 limitação da amplitude de movimento 
 nódulos de Heberden e Bouchard – OA de mãos 
 Sinais mais importantes 
 Sensibilidade exagerada na articulações 
 Tumefação celular 
 Derrame intra-articular 
 Movimentos restritos e dolorosos 
 Atrofia muscular periarticular 
 Instabilidade articular 
Dessa forma, os sintomas e sinais da OA são de caráter articular, 
acometendo tipicamente as “juntas” periféricas do esqueleto, 
como dedo, joelho ou quadril. Os locais mais incidentes são as 
articulações do hálux (primeiro metatarsofalangeana), 
interapofisárias (na coluna vertebral), interfalangianas distais e 
proximais, carpometacarpianas do primeiro quirodáctilo 
(polegar), os joelhos e quadril. 
 
15 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
A dor articular ocorre de forma multifatorial na osteoartrite, 
tendo como mecanismos principais: 
 Estiramento dos ligamentos e da cápsula articular 
Por conta da instabilidade apendicular, que estão próximo de 
terminações nervosas da articulação; 
 Aumento da pressão intra-óssea nos ossos 
subcondrais acometidos 
Como já vimos, por conta do aumento da densidade óssea na 
inflamação; 
 Sinovite 
Liberando mediadores inflamatórios que simulam as dores nas 
terminações nervosas OU própria compressão destas por conta 
do edema. Também pode ser por conta de outros sítios 
inflamatórios, como na bursite e tenossinovite; 
 Rigidez articular: 
Ocorre quando o paciente se encontra em repouso, 
principalmente durante a manhã, após longo períodos de 
imobilidade. Ela difere da rigidez das demais inflamações 
articulares por persistir até 30 minutos; 
 Instabilidade articular 
Marcada principalmente por uma sensação de apreensão e falta 
de confiança/segurança em suportar o peso sustentado pela 
articulação. No entanto, ocasionalmente essa instabilidade pode 
levar a quedas. 
 Limitação do movimento: 
Há redução da amplitude dos movimentos, tanto passivos (pode 
existir dor ao movimento passivo da articulação) como ativos. 
Ocorre, principalmente, por conta da presença de osteófitos e do 
espessamento da cápsula articular, embora a sinovite também 
contribua por conta da hiperplasia sinovial. 
 
 
aga 
 Conceitos gerais 
 enfoque global e multiprofissional 
 influencia de fatores na saúde do paciente 
 culturais 
 sociais 
 espirituais 
 econômicos psicológicos 
 biológicos 
 reconhecimento e diferenciar o envelhecimento normal do 
patologico 
 reconhecimento a multiplicidade de deficiências e perdas 
 
16 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 valorizar as queixas mesmo que mal caracterizadas 
 envelhecimento é um processo heterogêneo 
 efeito cumulativo de doença e deficiências 
 quadro clinico e respostas atípicas 
 diagnostico não unicista 
 detecção precoce 
 instrumentos: escalas e testes padronizados 
 central: capacidade funcional 
 Síndromes geriátricas 
 
 são contempladas na AGA 
 múltiplos processos ocorrendo simultaneamente 
 
 maior mortalidade 
 comprometimento da qualidade de vida 
 risco de manifestações atípicas 
 desfechos comuns 
 perda funcional 
 incapacidade 
 dependência 
 internação em ILPI ou hospital 
 Função da AGA: 
 reconhecer incapacidade e riscos 
 planejar assistência e reabilitação 
 controlar a progressão das doenças crônico-
degenerativas 
 evitar agravos e complicações 
 gerenciar melhor os recursos 
 promover qualidade de vida 
 
 
17 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
• Analfabetos – 18 ponto 
• 1-3 anos de escolaridade – 21 pontos 
• 4-7 anos de escolaridade – 24 pontos 
• > 8 anos de escolaridade – 26 pontos 
 
 Capacidade cognitiva 
 cognição é a capacidade do cérebro de adquirir 
conhecimento 
 para se obter conhecimento deve-se conter alguns 
elementos essenciais: 
 Atenção – sustentada, seletivae dividida 
 Função executiva – planejamento, decisão, memoria 
de trabalho, correção de erros, flexibilidade 
 Aprendizagem e memória – imediata, recente, longo 
prazo semântica e autobiográfica 
 Linguagem – nomeação, fluência, gramatica e 
sintaxe, compreensão 
 Perceptomotricidade – visuoespacial, praxia e gnosia 
 Percepção sensorial – reconhecimento de emoções 
e estado mental 
 as alterações cognitivas podem levar a perda da 
autonomia e independência 
 Avaliação Cognitiva 
 umas das mais importantes em idosos 
 anamnese: paciente e acompanhante 
 testes mais utilizados na avaliação cognitiva: 
 MEEM ou MoCA test 
 Bateria breve de figuras 
 Fluência verbal 
 Teste do relógio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Deficiência secundária a depressão? 
Depressão associada a demência? 
Escalas e questionários 
 Pode ser aplicada em 7 min 
 Identificação e nomeação de 10 figuras – e 
depois retira-as e pede pra evocar – 
memoria incidental 
 memoria imediata – 2ª vez 
 aprendizado - 3º vez 
 fluência verbal 
 teste do relógio 
 memoria de 5 minutos – lembrar das figuras 
apresentadas anteriormente 
 reconhecimento – folha com 20 figuras para 
identificar as 10 figuras anteriores 
 
 
 
✓ Escala de depressão Geriatrica de 
Yesavage (GDS) 
✓ DSM 5 ou CID 10 
 
 Peculiaridades de depressão no idoso 
 diminuição da resposta emocional 
 diminuição do sono 
 
19 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Escala de Katz ou 
índice de Barthel 
Escala de Lawton ou 
questionário de 
Pfefferr 
 perda de prazer em atividades habituais 
 ruminações sobre o passado 
 perda de energia 
 mais perda de peso que ganho de peso 
 sintomas psicóticos 
 anedonia e apatia 
 tendência a mascarar sintomas 
 sintomas somáticos importantes 
 
 
 
 Funcionalidade 
 Capacidade de manter as habilidades físicas e mentais 
necessárias para uma vida independente e autônoma 
 Atividades básicas da vida diária: autocuidado 
 Atividades instrumentais de vida diária 
 Capacidade funcional: 
 
ESCALAS E TESTES 
 ABVD AIVD
 
 Insônia 
SAHOS (apneia do sono) 
Síndrome das pernas inquietas 
Distúrbio do sono REM 
Distúrbios do ritmo circadiano 
 
 
 
Anamnese 
Exames complementares 
 
 
 
 
 
Transtorno Depressivo Maior – DSM 5 
5 dos seguintes sintomas presentes durante o 
mesmo período de 2 semanas e representam 
uma mudança em relação ao funcionamento 
anterior; pelo menos um dos sintomas é humor 
deprimido ou perda de interesse ou prazer 
 
20 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 Deficiências sensoriais 
 isolamento social 
 quadros confusionais 
 
21 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 quedas e outros acidentes morbimortalidade 
Mudanças na acuidade visual e auditiva seguem invariavelmente o 
envelhecimento. A baixa acuidade visual é um fator de risco para 
quedas e, em alguns estudos, está associada a aumento da 
mortalidade. O impacto na perda visual em qualidade de vida é 
significativo, e muitas de suas causas são potencialmente 
tratáveis. É importante que o idoso faça uma avaliação 
oftalmológica a cada um ou dois anos, para se identificarem lesões 
que exijam tratamentos específicos. 
A perda auditiva é a terceira condição crônica que mais interfere na 
qualidade de vida do idoso, atrás apenas da hipertensão e da 
osteoartrose. São consequências da presbiacusia, depressão, 
isolamento social, aumento do risco de hospitalização, declínio 
cognitivo e perda funcional. 
A audiometria tonal é o teste de escolha para avaliação de perdas 
auditivas, mas testes simples como o de sussurro são sensíveis e 
específicos na detecção de perdas auditivas relevantes. A 
identificação pode, assim, direcionar para os tratamentos 
adequados. 
O teste do sussurro avalia a compreensão de sons de baixa 
intensidade (30 dB) e alta frequência. É um teste simples, rápido e 
não exige nenhum instrumental especí-co. O examinador deve 
permanecer de pé, fora do alcance do campo visual dos pacientes, 
para evitar a leitura labial, a uma distância equivalente ao 
comprimento do braço do paciente estendido (60 cm). O 
examinador sussura, enquanto gentilmente comprime e 
massageia o trágus da orelha contralateral. A obstrução do 
conduto auditivo, isoladamente, é incapaz de mascarar a audição do 
ouvido não testado. Após uma expiração completa, o examinador 
sussura um conjunto de três letras/ números (“5, B, 6”), 
selecionados aleatoriamente. 
Antes do teste, o paciente deverá ter compreendido o comando, 
utilizando-se a voz alta e um número simples como “99”. Cada 
ouvido é testado individualmente e com combinações diferentes. O 
teste é considerado positivo caso o paciente não consiga repetir 
corretamente o conjunto de três letras/números. Caso positivo, o 
paciente deverá ser submetido à audiometria, exceto se não 
concordar com o uso de prótese auditiva. 
A fala e a voz devem ser avaliadas rotineiramente, observando-se a 
respiração (capacidade, controle e coordenação da produção 
sonora), a fonação (intensidade e qualidade vocal), a ressonância 
(grau de nasalidade), a articulação (precisão articulatória e 
fonatória e coordenação motora) e a prosódia (ritmo e velocidade 
da fala espontânea). 
 
 
 
 
22 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
• Acesso diminuído aos alimentos; 
• Baixa localização; 
• Incapacidade funcional; 
• Doenças orgânicas variadas 
 
 
 
 Difícil padrão para > 70 anos 
Desnutrição é frequente 
Causas de desnutrição 
 
 
 
 
A Miniavaliação Nutricional (MAN), de Guigoz et al. (1994), foi o primeiro 
e é ainda o único instrumento validado para avaliação nutricional 
especificamente do idoso. O objetivo da MAN é avaliar o risco de 
desnutrição para poder intervir quando necessário. Inclui 18 itens, 
atingindo um escore máximo de 30 pontos, sendo que entre 17 e 23,5 
há risco de desnutrição; abaixo de 17, caracteriza desnutrição; e, 
acima de 24, considera-se bom o estado nutricional. As perguntas 
são sobre medidas antropométricas, como peso, altura, perda de 
peso, informações dietéticas, referentes à alimentação, 
informações sobre estilo de vida, medicação, além da 
autopercepção sobre o estado de saúde (Quadro 15.11). 
 
 
23 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste Timed Get up and Go: 3m 
 
 
 
 
 
 Anamnese: 
 quedas no ultimo ano 
 equilíbrio estático e dinâmico 
 functional reach test 
 sentar e levantar 5x sem apoio 
 velocidade da marcha em 4 m (risco apartir de 0,7 m/s) 
 circunferência da panturrilha 
 variação da PA e FC – verificar risco de hipotensão 
postural 
 força de preensão palmar – testado com 
dinamômetro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
–
–
≥ –
• 0-10’: independente; 
• 11-20’: independente em transferências básicas 
(baixo risco de quedas); 
• > 20’: dependente em varias atividades de vida 
(alto risco de quedas); 
 
24 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
PROBLEMA 3 - Socorro! Preciso voltar a viver 
D. Lourdes, 68 anos, professora aposentada, hipertensa recém diagnosticada, iniciou há pouco tempo tratamento com anti-
hipertensivo com seu clínico geral. Ela é uma pessoa muito querida na comunidade em que vive. A vida social é intensa junto com a 
família e a igreja e pratica regularmente pilates e hidroginástica. 
Há mais ou menos 2 meses, D. Lourdes, começou a se queixar de perda involuntária de urina, o que tem a impedido de levar a vida 
como de costume: é difícil sair de casa, pois necessita ir ao banheiro com frequência, não consegue ir ao pilates nem as outras 
atividadescom a mesma assiduidade. Tem receio de ficar constrangida e preferiu o isolamento social. Ficava se questionando: “será 
normal essa incontinência? será que tenho que usar fralda?”. 
Marcou consulta com o clínico geral devido a queixa urinária, mas ele explicou que fazia parte do envelhecimento (?) e que seria 
necessário reduzir a ingesta de líquidos. Questionada sobre outros sintomas, referiu tosse seca persistente, desde que iniciou 
medicação para pressão alta. Por conta do quadro, foi substituído Captopril (quais os efeitos?) (droga que inibe a enzima conversora 
da angiotensina) por medicação diurética e a tomada permaneceu as 17hs. Depois disso os sintomas urinários pioraram e agora a 
paciente está com noctúria, interferindo agora no seu sono. 
Em uma certa madrugada, apresentou quadro de dor em baixo ventre e calafrios com evolução há 48hs, foi levada por familiares 
para a urgência. Na sua história pregressa, D. Lourdes relata: 4 gestações a termo, todos partos normais e hospitalares, sem 
intercorrências; menopausa aos 54 anos. Cirurgia para colecistectomia. Temperatura axilar = 37,5°C, leve desidratação e taquicardia 
e certa confusão mental. 
Foram solicitados exames: Eritrograma – normal; Leucograma – 12.500 leucócitos, com desvia à esquerda. Ultrassom abdome: 
distensão e espessamento de parede vesical. Glicemia (casual) – 190 mg/dl. Função hepática e renal – normais; Sumário de urina: 
com nitrito positivo, bactérias numerosas e piócitos frequentes. 
A médica plantonista explicou o planejamento terapêutico: antibióticos por sete dias e mudança das medicações anti-hipertensivas 
por conta da iatrogenia medicamentosa. Disse-lhe também que se preparasse para voltar à vida de antes em pouco tempo! 
FISIOPATOLOGIA
Incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda de 
urina. A incontinência urinária é mais frequente no sexo feminino 
e também aumenta com o decorrer da idade. Embora não leve a 
uma diminuição da sobrevida, a incontinência urinária 
compromete de forma significativa a qualidade de vida 
resultando em isolamento social, restrição ao trabalho e 
alteração do humor. Antes de falarmos sobre a IU e suas 
etiologias, é importante termos em mente a fisiologia da micção. 
A prevalência de incontinência urinária em idosos é variável 
dentro da literatura. Esse fato é parcialmente explicado pela 
heterogeneidade dessa população, pelas diferentes definições e 
questionários utilizados nos diferentes estudos, além da 
ausência de seguimento a longo prazo da população estudada. 
Entretanto, sabe-se que o sexo feminino é o mais acometido 
(para todas as faixas etárias estudadas) devido a causas 
anatômicas e que o envelhecimento aumenta tanto a 
prevalência quanto a gravidade dos casos. Trinta a 60% das 
mulheres idosas e 10 a 35% dos homens idosos na comunidade e 
até 80% dos institucionalizados têm incontinência urinária. 
 
 
 
 
25 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
A continência é controlada por três níveis neurológicos: o 
espinhal, o pontino e cerebral. À proporção que a bexiga enche, as 
fibras aferentes parassimpáticas levam impulsos por vias dos 
nervos pélvicos até as raízes sacrais S2-S4, chegando ao centro 
da micção sacral. Aqui, os impulsos sobem pelos tratos 
espinotalâmicos laterais e são enviados até a ponte, onde 
existem áreas capazes de inibir ou excitar o centro da micção 
sacral. 
Durante as primeiras fases do enchimento da bexiga, a 
contração do detrusor é inibida pela descida de impulsos 
inibitórios até o centro sacral. À medida que ocorre o aumento do 
volume, a descarga dos receptores da parede da bexiga 
aumenta transmitindo seus impulsos ao córtex cerebral, de 
modo que o desejo seja percebido conscientemente. Assim, o 
córtex é também incluído na inibição do detrusor e, se a micção 
for adiada mais uma vez, é possível suprimir essa urgência 
novamente a um nível subconsciente e adiar o esvaziamento. 
Além disso, a eferência simpática através dos nervos 
hipogástricos, T10-L2, reduz contratilidade da bexiga e aumenta 
a pressão uretral. Ademais, a contração voluntária dos músculos 
do assoalho pélvico, associa-se a esse mecanismo retentor. 
Quando a decisão de urinar é tomada, impulsos eferentes 
descendentes são liberados, causando inibição do nervo 
pudendo, de modo que o assoalho pélvico e o esfíncter externo 
relaxam (a primeira ação para desencadear a micção é o 
relaxamento do esfíncter estriado da uretra). O relaxamento do 
esfíncter estriado da uretra provoca a inibição dos impulsos 
simpáticos permitindo a contração do detrusor (di- minui o 
estímulo beta-adrenérgico) e diminuindo a pressão de 
fechamento do colo da bexiga e da uretra (encerra o estímulo 
alfa-adrenérgico). 
Imediatamente, o córtex e o centro pontino estimulam o centro 
sacral, e através da ação dos nervos parassimpáticos eferentes 
(S2 a S4) provocam a contração do detrusor. A pressão vesical 
supera a uretral e a micção é realizada. 
 
 
Em qualquer idade, continência urinária depende da integridade 
anatômica e fisiológica do aparato vesicoesfincteriano, assim 
como da existência de estado mental normal, mobilidade, 
destreza e motivação. Esses últimos atributos são comuns na 
população jovem, mas raros entre idosos. Além disso, em alguns 
casos são os únicos responsáveis pela incontinência. 
Classicamente, atribui-se a IUE a alterações da pressão de 
fechamento uretral, que podem ocorrer por disfunção 
 
26 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
esfincteriana ou por alterações da posição e da mobilidade do 
colo vesical e da uretra proximal. 
Essas duas causas podem coexistir e atualmente há uma 
tendência em se acreditar que na maioria das mulheres 
incontinentes haja algum grau de disfunção esfincteriana, 
independentemente da presença ou não de hipermobilidade do 
colo vesical. 
As causas exatas que provocam hipermobilidade e disfunção 
esfincteriana não são claramente estabelecidas, mas é fato que 
essas alterações ocorrem com mais frequência em mulheres 
com antecedentes obstétricos, especialmente naquelas que 
tiveram partos vaginais. Uma série de outros fatores pode 
interferir com a integridade do assoalho pélvico e do esfíncter 
urinário e incluem alterações teciduais (qualidade de colágeno), 
idade, peso corpóreo, características familiares e/ou genéticas 
e aumento crônico da pressão intra-abdominal (comuns nas 
portadoras de DPOC e obesas), entre outros. 
Fatores esfincterianos e alterações da estática e da dinâmica do 
assoalho pélvico tendem a agravar-se após a menopausa e com 
o envelhecimento, fase em que se observa nítido aumento na 
incidência de prolapsos dos órgãos pélvicos e na incontinência 
urinária e fecal. 
Há ainda doenças que, com as alterações descritas 
anteriormente, também podem contribuir para a incontinência 
por alterações neurológicas,como diabetes, hérnias discais, 
doença de Parkinson, acidentes vasculares encefálicos, 
demências senis etc. Os fatores envolvidos na gênese da IUE são 
múltiplos e podem ter origem no aparelho urinário, assoalho 
pélvico e no sistema neurológico, além de influências hormonais 
e psicológicas e, algumas vezes, origem iatrogênica. 
 
Caracteriza-se pela perda de urina precipitada por insulto 
psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora 
após o controle do fator desencadeante. 
As causas de incontinência urinária transitória encontram-se no 
Quadro 68.1 e podem ser resumidas pelo mnemônico DIURAMID 
 
Delirium 
Infecções do trato urinário 
Uretrite e vaginites atróficas 
Restrição de mobilidade 
Aumento do débito urinário 
Medicamentos 
Impactação fecal 
Distúrbios psíquicos 
 
 
 
medicamento efeito sobre a continência 
Agonistas alfa-adrenérgicos Obstrução uretral (em homens) 
AINE Edema de membros inferiores, 
noctúria 
Álcool Frequência, urgência, sedação 
Anticolinérgicos Retenção urinária, sedação,impactação fecal 
Antidepressivos tricíclicos Efeitos anticolinérgicos, sedação 
Antipsicóticos Efeitos anticolinérgicos, rigidez, 
imobilidade 
Bloqueadores dos canais de 
cálcio 
Retenção urinária, edema de 
membros inferiores, noctúria, 
constipação intestinal 
Bloqueadores alfa-
adrenérgicos 
Diminuição da resistência uretral 
Diuréticos de alça Poliúria, urgência miccional 
Hipnóticos Sedação, delirium, imobilidade 
IECA Tosse 
GABAérgicos (pregabalina, 
gabapentina) 
Edema de membros inferiores, 
noctúria 
Antagonistas H2 Confusão mental 
Antiparkinsonianos Confusão mental, hipotensão 
postural 
Opioides Confusão mental, constipação 
intestinal 
Anestésicos, raquianestesia, 
peridural 
Paralisia detrusora 
 
27 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
1. Incontinência urinária de estresse 
Perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da 
pressão intra-abdominal (tosse, espirro, atividade física) na 
ausência de contrações vesicais. É a principal causa em 
mulheres jovens 
2. Incontinência urinária de urgência 
É o tipo mais comum de incontinência estabelecida em idosos na 
comunidade. Caracteriza-se pela perda de urina precedida ou 
acompanhada de um desejo imperioso de urinar (urgência). A 
perda urinária é variável e depende da função do esfíncter 
uretral e da capacidade do paciente em suprimir a urgência. 
Acredita-se que resulte da hiperatividade do detrusor levando a 
contrações involuntárias deste durante a fase de enchimento 
vesical. Entre as causas destacam-se os transtornos 
neurológicos, anormalidades vesicais e idiopática. 
3. Incontinência urinária por hiperfluxo 
Incontinência que decorre de inabilidade de esvaziamento vesical 
devido a hipocontratilidade do músculo detrusor, a obstruções 
uretrais ou ambos. 
Dentre os principais fatores de riscos associados à IU 
destacam-se: idade, trauma do assoalho pélvico, fatores 
hereditários, raça, menopausa, uso de alguns 
simpaticomiméticos e parasimpaticolíticos, constipação 
intestinal, tabagismo, consumo de cafeína, exercícios intensos 
na região abdominal, e algumas morbidades como hipertensão 
arterial, obesidade, diabetes mellitus e doença de Parkinson. 
Contudo, a maioria desses achados se refere ao sexo feminino, 
uma vez que os estudos sobre a temática se concentram nesta 
população. 
 Anamnese 
 Caracterizar o tipo de perda 
 Diferenciação de queixas 
 urgência x esforço 
 História clinica pregressa 
 Exame físico 
 Teste do cotonete – analisar a hipermobilidade do 
colo 
 Diario miccional 
 Sumario de urina e urocultura 
 Mnemonico - DIAPPERS 
demência 
infecção
atrofia
psiquiatrico
phamacológico
endócrino
restrição
“shit” (fezes impactadas)
 Diagnóstico diferencial 
 
 Exames de urodinâmica 
 fluxometria – diferenciar deficiência 
esfincteriana de hipermobilidade do colo 
 cistometria 
 estudo miccional 
Dependendo do tipo de incontinência, determinadas 
complicações podem ser mais comuns em idosos. Uma revisão 
sistemática demonstrou que a incontinência urinária está 
associada com um aumento no número de quedas nos adultos 
com urge-incontinência, mas não na incontinência de esforço. 
Podem ocorrer alterações do sono como resultado da noctúria 
com transbordamento e urgência, especialmente nos casos 
com diurese noturna excessiva. A incontinência por 
 
28 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
transbordamento, se for causada por obstrução urinária severa, 
pode resultar em hidronefrose e disfunção renal. A retenção 
urinária também é um fator de risco para o desenvolvimento de 
delirium em idosos. 
A IU pode causar constrangimento e isolamento social. Os idosos 
podem evitar sair de casa ou limitar as atividades sociais por 
medo da incontinência. Se medicações como diuréticos 
exacerbarem a IU, pode haver redução da adesão ao tratamento 
e do controle de comorbidades. Muitos adultos reduzirão a 
ingesta de água para evitar encher a bexiga em momentos 
inoportunos. Isso aumenta o risco de infecção do trato urinário e 
desidratação. 
 
iatrogenia 
A iatrogenia pode ser definida como um evento ou doença não-
intencional causada por uma intervenção, justificada ou não, por 
parte da equipe multiprofissional de saúde, que resulte em dano 
à saúde do paciente. A iatrogenia também pode ser decorrente 
da omissão direta de uma intervenção bem estabelecida 
esperada ou de um procedimento de monitoramento(1-4). A 
proliferação de drogas e procedimentos diagnósticos e de 
monitoramento levam a um aumento na incidência de iatrogenia, 
especialmente entre idosos, que acabam sofrendo um maior 
impacto. 
Os fatores de risco relacionados à ocorrência de iatrogenia 
durante a internação são: idade(11), número de 
comorbidades(8,11), complexidade das patologias(6,12), uso de 
múltiplos medicamentos(4,8,11,13), tempo de internação(4,8,11,13-
14), gravidade da doença no momento da internação(1,4,11) e 
funcionalidade(1,7,11). Esses fatores foram demonstrados por 
poucos estudos, em sua maioria retrospectivos, sendo que 
apenas alguns deles avaliaram especificamente a população 
idosa. Mais da metade dos eventos iatrogênicos em idosos 
hospitalizados podem ser prevenidos(1,6), o que reforça a 
necessidade de um conhecimento sólido sobre as causas de 
iatrogenia nessa população. 
Há diferentes tipos de ação médica que constituem agressões 
ao paciente, tais como: iatrogenia medicamentosa (polifarmácia 
com seus efeitos colaterais); iatrogenia pela palavra (relação 
médico/paciente); iatrogenia cirúrgica; iatrogenia por raios 
ionizantes; iatrogenia instrumental (uso da tecnologia como 
arma diagnóstica e terapêutica). 
Geralmente, os tipos de iatrogenia se resumem em dois: o 
primeiro é a iatrogenia de ação – decorrente da ação médica. 
Esta ação vai desde a relação com o paciente passando pelo 
diagnóstico, terapia e prevenção; o segundo é a iatrogenia de 
omissão, relacionada a falta de ação do medico quer no 
diagnóstico quer no tratamento, prejudicando a saúde do 
paciente que além de perder a autoestima perde a confiança no 
médico. 
TIPOS DE IATROGENIA 
Por ação 
Diagnóstico Prevenção 
Tratamento Erro médico – imperícia e 
imprudência 
Por omissão 
Diagnóstico Prevenção 
Tratamento Erro médico - negligência 
Por comunicação 
Deficiências do paciente e do profissional 
Conteúdo e modo de dar más notícias 
Grafia 
 
 
29 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
A população idosa tem maior risco de apresentar danos 
decorrentes de intervenções médicas do que a população mais 
jovem, por causa de fatores próprios do envelhecimento e 
também de fatores externos (relacionados ao cuidado). Fatores 
de risco intrínsecos são aqueles relacionados a idade avançada, 
reserva cognitiva e funcional diminuída, múltiplas doenças e 
alterações decorrentes do envelhecimento associadas a 
absorção, distribuição, metabolismo, excreção e alteração na 
sensibilidade dos receptores aos medicamentos prescritos. 
Além de alterações na farmacocinética, também ocorrem 
alterações farmacodinâmicas, como alterações na 
sensibilidade e afinidade dos receptores, além de alterações nos 
mecanismos de homeostase, como aumento da sensibilidade 
das drogas no sistema nervoso central e diminuição dos 
mecanismos termorregulatórios. 
O aparecimento de novos sinais e sintomas no paciente idoso 
deve sempre ser considerado consequência da terapêutica 
habitual, e não uma nova doença. Medicar de forma sintomática 
pode levar a um fenômeno designado “cascata iatrogênica”, 
com potenciais efeitos deletérios para o doente. 
A lista dos medicamentos inapropriados pode ser subdividida em 
três grupos: aqueles que nunca devem ser utilizados, aqueles 
que raramente são apropriados e aqueles que têm alguma 
indicação, mas que geralmente são utilizados de forma 
incorreta. Outra lista indica quais medicações devem serconsideradas inapropriadas em determinadas condições 
clínicas. 
Os pacientes idosos sofrem com o uso de subdoses de 
medicamentos para dor, porque o profissional de saúde 
encontra obstáculos na prescrição de opiáceos, por exemplo, 
como também ocorre em relação ao uso de antidepressivos. 
Deixar de prescrever fisioterapia para um paciente que 
apresenta quedas sucessivas por fraqueza muscular em 
membros inferiores ou estimular o paciente a não mais 
deambular porque poderá aumentar o risco de quedas são 
exemplos de omissão que os profissionais de saúde cometem, 
trazendo prejuízos para o paciente que podem lhes custar a vida
 
PROBLEMA 4 – era só mais uma queda! 
Hoje é turno de visita domiciliar de Dr. João nas áreas circunscritas adjacentes. A primeira visita será na casa de D.Marinete,82 anos, 
uma senhorinha que tem osteoporose grau 3 e sofreu uma queda recentemente. Ela e seu esposo Pedro, 85 anos, vivem em uma 
pequena casa na periferia de São Paulo. 
Chegando ao domicílio, Dr. João nota alguns riscos desde a entrada: escadaria com degraus irregulares e baixa luminosidade. Seu 
Pedro os recepciona e os conduz pela casa que conta com 03 cômodos (sala/cozinha, quarto e banheiro), apresenta três entradas de 
ar e luz (01 porta e 02 janelas) que ficam a maior parte do tempo fechadas. Todos os cômodos apresentam “mofo” na parede, sendo 
mais grave na sala; o banheiro, apesar de limpo e organizado, apresenta à sua entrada degraus para acesso e tapete solto no chão. 
Possui luz elétrica. A água é encanada, fazendo uso de água mineral para o consumo, mas as vezes, quando falta dinheiro, a família 
faz uso de água de torneira. O caminhão de lixo passa três vezes na semana sua rua. 
Dr. João encontra D. Marinete em sua cama, acomodada da melhor forma possível por Seu Pedro. É uma senhora, bastante 
emagrecida. Ela conta que caiu no chão do banheiro depois de tropeçar na escada de acesso e não conseguiu se levantar por uma 
dor intensa na coxa direita. Segundo a paciente, era caiadora, mas esse foi o primeiro evento com repercussão grave. Foi levada por 
vizinhos para uma UPA onde foi avaliada pelo ortopedista que diagnosticou fratura de colo de fêmur direito e indicou tratamento 
cirúrgico. Foi então transferida para o hospital de urgência e deu sorte, pois foi operada rapidamente, alocada uma haste de metal 
no membro afetado e iniciou fisioterapia. Depois de algumas semanas no hospital, recebeu alta, com a prescrição de analgésicos se 
necessário e a recomendação da manutenção da fisioterapia em domicílio, além de tratamento para osteoporose. 
 
 
 
 
30 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
fisiopatologia 
 
 É uma doença caracterizada pela diminuição da 
resistência óssea (qualidade + quantidade) 
 Predisposição a fraturas 
 Fraturas de fragilidade: trauma insuficiente para 
fraturar 
 
 Se já tiver tido fratura, o risco de uma nova fratura 
aumenta de 7 a 10 vezes 
 Morbi/mortalidade 
 1/5 homens e 1/3 mulheres: incidência de fratura 
 Grande impacto na qualidade de vida 
 
Primária 
 Predominantemente em mulheres, 
associada à menopausa 
 Perda acelerada do osso trabecular 
 Fraturas vertebrais comuns 
 Ocorre tanto em mulheres quanto em 
homens idosos Compromete os ossos 
cortical e trabecular 
 Ocorrência de fraturas vertebrais e de 
fêmur 
Secundária Endocrinopatias (tireotoxicose, 
hiperparatireoidismo e hipogonadismo) 
 Fármacos (glicocorticoides, antiácidos 
contendo alumínio, hormônio tireoidiano, 
anticonvulsivantes, ciclosporina A) 
 Doenças genéticas (osteogenesis 
imperfecta) 
 Artrite reumatoide Doenças 
gastrintestinais 
 Transplante de órgãos 
 Imobilização prolongada 
 Mieloma múltiplo 
 Fatores de risco
 Idade - > 65 anos
 Sexo feminino 
 Etnia – caucasiana e oriental
 História pessoal de fratura
 História familiar
 Baixa DMO do colo do fêmur 
 Baixo IMC
 Uso de corticoide
 Tabagismo
 Alcoolismo
 Sedentarismo
 
 
 
 
 
 Desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea 
 deficiência de esteroides sexuais 
 fatores genéticos 
 fatores bioquímicos – deficiência de vitamina 
D 
 Intervenção do crescimento e desenvolvimento no 
pico de massa óssea 
 uso de corticosteroide 
 pico de massa óssea aos 30 anos 
E Q U E D A S 
Resistência óssea = quantidade + qualidade 
Quantidade: DMO 
Qualidade: Microarquitetura, remodelamento, 
mineralização 
 
31 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 Quadro clínico 
 Assintomático 
 exceto se já houver um desfecho clinico – a fratura 
 Fratura vertebral 
 maioria assintomático 
 sem trauma 
 ATENÇÃO!: Hipercifose e perda de altura 
 Torácica e lombar: rastreio anual 
 Fratura de quadril 
 fêmur proximal: colo e intertrocanterica 
 trauma de baixo impacto 
 sintomática 
 maior morbi/mortalidade 
 Fratura de radio distal 
 pós-menopausa 
 sintomática 
 trauma de baixo impacto 
 Diagnóstico 
 se já tiver tido fratura de feagilidade – já tem 
osteoporose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Vertebral 
• Úmero proximal 
• Fêmur proximal 
• Radio distal 
Fratura de fragilidade 
Normal > 1,0 
Osteopenia: -1.1 a -2,4 
T Score: < -2,5 
Perda de osso trabecular (vertebral) 
A partir dos 30 anos 
Acelera na menopausa: aumento da reabsorção 
Rastreio DMO: QUANTIDADE 
 
32 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
A osteoporose resulta em gastos enormes tanto para o indivíduo 
como para a sociedade em decorrência das fraturas por 
fragilidade associadas. Uma fratura é considerada 
osteoporótica (fratura por fragilidade) quando resulta de um 
traumatismo relativamente pequeno, como uma queda da 
própria altura ou de uma altura ainda menor, ou da ação de uma 
força da qual não se espera que produza uma fratura em um 
adulto jovem e sadio. Os locais mais comuns das fraturas por 
fragilidade são o quadril, a coluna e a porção distal do antebraço. 
A presença de uma ou mais fraturas de baixo impacto é 
considerada um sinal de osteoporose grave, e a medida da DMO 
muitas vezes pode estar na variação normal ou osteopênica
quedas 
 queda pode ser definida como um evento descrito por vítima 
ou testemunha, em que a pessoa inadvertidamente vai de 
encontro ao solo ou a outro local em nível mais baixo que o 
anteriormente ocupado, consciente ou inconsciente, com lesão 
ou não. Tipos diferentes de quedas apresentam fatores de risco 
específicos, tornando necessária uma determinação cuidadosa 
de suas circunstâncias, tanto para a avaliação clínica quanto 
para a pesquisa epidemiológica. Nos estudos de incidência são 
consideradas quedas quando estas são não intencionais e 
resultam em contato com o solo, e não somente cair de costas 
em um assento, por exemplo. 
 Envelhecimento 
Um dos fatores associados ao envelhecimento que pode 
predispor o indivíduo a quedas é a tendência à lentidão dos 
mecanismos de integração central, importantes para os 
reflexos posturais. O envelhecimento parece reduzir a 
capacidade de processamento e a habilidade de dividir a atenção. 
Se a concentração for distraída por outra tarefa cognitiva, há 
recuperação mais lenta de uma perturbação postural. 
 Doenças especificas 
 Epilepsia 
 Doença de Parkinson 
 Miopatias e neuropatias periféricas 
 Síncope cardiogênica 
 Espondilose vertical 
 Hidrocefalia normobarica 
 Demências 
A incidência de quedas aumenta com a idade e varia de acordo 
com a situação funcional do indivíduo. Estudos bem desenhados 
de base populacional e com grande número de indivíduos 
estimam uma incidência de 28 a 35% de quedas em indivíduos 
com mais de 65 anos, 35% naqueles com mais de 70 anos e 32 a 
42% nos indivíduos com mais de 75 anos. Algumas evidências 
apontam para uma incidência de cerca de 50% em indivíduos com 
mais de 80 anos. Em estudo transversal recente, de base 
populacional, realizado com indivíduos com 65 anos oumais 
morando em áreas de abrangência de unidades básicas de 
saúde de 41 municípios com mais de 100 mil habitantes de sete 
estados do Brasil, verificou-se prevalência de quedas de 34,8 
entre os homens e 40,1% nas mulheres. Estudos prospectivos 
indicam que entre 30 e 60% dos mais velhos vivendo na 
comunidade sofrem quedas anualmente, com 
aproximadamente metade experimentando quedas múltiplas 
A maioria das quedas resulta da interação de fatores 
relacionados com o indivíduo (intrínsecos) e de fatores do 
ambiente (extrínsecos). 
 
33 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Sociodemográficos Idade avançada, sexo feminino, ausência de cônjuge, 
antecedente de queda, medo de cair 
Condição clínica e 
funcional 
Alteração da marcha, problemas de mobilidade, alteração 
da propriocepção e do equilíbrio, fraqueza muscular, dor 
musculoesquelética, principalmente quando generalizada, 
limitação funcional (AVDs), diminuição da acuidade visual 
Estado mental Deterioração cognitiva, depressão, transtornos do sono 
Enfermidades Osteoartrose, osteoporose, doença de Parkinson, 
diabetes, doenças cardíacas, doenças pulmonares, 
incontinência urinária, vertigem, hipotensão ortostática, 
deficiência de vitamina D 
Uso de fármacos Polifarmácia, psicotrópicos 
Atividade física 
excessiva 
Desequilíbrio 
 
 
 
 
 
 Morte 
Morte é uma consequência bem menos frequente. Entretanto, os 
acidentes são a quinta causa de morte em pacientes mais 
velhos e as quedas constituem 2/3 dessas mortes acidentais. A 
maior parte das mortes decorrentes de quedas ocorre naqueles 
com mais de 65 anos de idade e as complicações de quedas são 
a causa principal de morte por trauma em indivíduos com mais 
de 65 anos. 
 Medo de quedas 
O medo de quedas parece ser ao menos tão prevalente quanto 
as próprias quedas. Em estudo recente de mais de mil mulheres 
da comunidade com idade entre 70 e 85 anos, a síndrome do 
medo de quedas, determinada por questionário, foi encontrada 
em um terço destas no início da investigação e em 46% após 3 
 
 
 
 
 
anos (Austin et al., 2007). Uma revisão sistemática recente 
encontrou 50% de indivíduos com medo de quedas após uma 
fratura de bacia (Visschedijk et al., 2010). 
Há evidências de que as quedas produzem sintomas de 
ansiedade e depressão, e sintomas depressivos são comuns em 
pacientes com fratura de colo femoral. A perda de confiança na 
capacidade de deambular com segurança pode aumentar o 
declínio funcional, depressão, sentimentos de inutilidade e 
isolamento social. 
 Lesões 
As lesões resultantes de quedas são comuns, ocorrendo em 1/3 
a 3/4, embora a maior parte seja de pequena gravidade e mais da 
metade dos pacientes não procure atendimento médico. A maior 
parte das lesões graves e fraturas nos pacientes mais velhos 
são decorrentes de quedas, embora as fraturas ocorram em 
menos de 10% desses eventos 
 
Iluminação inapropriada 
Escadas com degraus estreitos e altos, sem corrimão 
Calçados inadequado 
Tapetes dobrados ou soltos 
Móveis e órteses mal adaptadas 
Uso de medicamentos 
 
34 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Permanência prolongado no solo 
Após uma queda, até metade dos indivíduos mais velhos, mesmo 
sem lesões, pode não conseguir levantar sem auxílio (Downton, 
1998). Esses indivíduos estão mais propensos a desidratação, 
pneumonia, úlceras de decúbito e rabdomiólise e tendem a ser 
mais velhos e mais frágeis que os pacientes que se levantam 
sem ajuda. Eles correm, também, risco maior de morte, perda de 
independência e institucionalização (Downton, 1998). Evidências 
recentes encontraram 35% destes indivíduos mais propensos a 
sofrer perdas permanentes nas atividades básicas de vida 
diária, contra 25% dos controles. 
As estratégias de prevenção parecem funcionar, tanto em 
ambientes institucionais e comunitários, de acordo com 
recentes revisões sistemáticas abrangentes publicadas pela 
Cochrane Collaboration. Foram feitos ensaios controlados 
randomizados de intervenção única e multifatorial e, embora 
nem todos concordem uniformemente, a preponderância de 
evidências demonstra algum benefício positivo com declínio da 
taxa de quedas. Além disso, se as estratégias de prevenção 
puderem ser implementadas em populações de risco para 
quedas com lesões, a sociedade como um todo poderá desfrutar 
da redução de custos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Menor peso e volume encefálico (perda 
celular): principalmente giros pré-centrais 
(área pré-motora), temporais, cerebelo 
 Acumulo de pigmento celular 
(lipofuscina) 
Hipocampo: placas neuríticas (amiloide: 
extracelular) e emaranhados neurofibrilares 
(intracelulares) 
 PROBLEMA 5 – QUEM PEGOU MEU DINHEIRO? 
Maria, 72 anos, mora sozinha no interior desde que ficou viúva há 2 anos. Ficou 50 anos casada e depois da morte do esposo começou a ficar 
mais isolada, contudo, mantinha sempre contato com as filhas que moram na capital. Nos últimos meses, suas filhas notaram que a mãe parecia 
confusa durante as ligações, mas achavam inicialmente que era normal do envelhecimento, pois o idoso pode ter alterações devido ao 
envelhecimento cerebral. 
Em uma visita das filhas à casa da mãe, notaram que ela estava apática, com episódios de choro, perda de peso importante e insônia. 
Preocupadas com o quadro decidiram que a mãe não ficaria mais sozinha, vindo morar com uma delas pois poderia ser tristeza devido a viuvez. 
Maria trabalhou por 30 anos como empregada doméstica, tinha escolaridade de 4 anos, mas apresenta dificuldade para ler e escrever pois 
nunca gostou muito de leitura. Fumou por 20 anos cerca de 1 maço/dia e parou há 10 anos. A presenta rotina pobre, praticamente fica dentro de 
casa apenas realizando as atividades domesticas. Sedentária, hipertensa e obesa com história de infarto cerebral lacunar há 1 ano. 
As filhas notaram que a mãe repetia várias vezes ao dia o mesmo assunto. No início, achavam que era desatenção, mas o quadro foi 
progressivamente piorando. Descobriram que a mãe estava com várias contas em atraso e dívidas nas mercearias da região que morava. Com 
o tempo, ela começou a guardar roupa suja no guarda roupa e apresentar delírios de roubo. Era notável, que sempre ao fim do dia, Maria ficava 
agitada e gritava querendo voltar para sua casa no interior e a memória recente ficava cada vez pior, mas lembrava com detalhes da época da 
juventude. 
Decidiram então que a mãe precisava de um especialista, pois a condição de saúde dela não estava parecendo norma da idade e já estava 
afetando a todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
:
 Compreender as principais alterações fisiológicas do Sistema Nervoso Central no idoso 
 Elucidar a fisiopatologia da depressão (conceito, epidemiologia, etiologia, fatores de risco, diagnóstico, quadro clínico - 
atípico, consequências) 
 Evidenciar as principais características das síndromes demenciais mais prevalentes( vascular, mista, frontotemporal 
e LEWY) 
 Conhecer a fisiopatologia da doença do Alzheimer (conceito, epidemiologia, etiologia, fatores de risco, critérios 
diagnósticos, quadro clínico, consequências) 
N E U R O L Ó G I C O 
 
36 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 Menor atividade global do sistema de ACh 
e catecolaminas (Dopa, Nor e talvez 
serotonina) 
 Menor sensibilidade dos baro e 
quimiorreceptores e exterorreceptores 
Menor velocidade de condução das 
fibras nervosas, alteração de neuro 
transmissores simpáticos e 
parassimpáticos 
 
 
 
 
 
 
fisiopatologia 
Os transtornos depressivos são caracterizados por humor 
triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações cognitivas 
e somáticas que afetam a funcionalidade do Indivíduo, eles são 
um grupo de doenças que se diferenciam

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