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1 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS problema 1 - não quero parar Sr. Miguel, 84 anos, entra no consultório do geriatra para sua primeira avaliação acompanhado ela esposa e filha. A consulta foi agendada pelos familiares que estão preocupados com a saúde do paciente, pois acham que ele não deve mais realizar algumas atividades (?). O paciente tem uma barraca de queijos e castanhas no mercado municipal de Aracaju há 50 anos, carrega caixas de mercadoria, realiza transações financeiras, embala os produtos, fecha sozinho o quiosque a noite e o horário de funcionamento é praticamente de domingo a domingo. Os filhos e a esposa não querem que ele trabalhe mais, devido exclusivamente a idade do paciente, pois argumentam que com a velhice há uma redução da reserva de energia e o idoso deve se poupar para não gerar doenças. Há alguns meses, começaram a intervir na rotina do Sr Miguel, mesmo sem saber os princípios do Estatuto do Idoso, toraram-se “babás”, isso o incomodou muito pois ele está se sentindo infantilizado. Em alguns minutos de conversa, o geriatra percebeu que o envelhecimento biológico do paciente não era compatível com o envelhecimento psicológico, era visível que era um controle social em relação ao processo de senescência do paciente. Em relação a longevidade, várias teorias tentam explicar a origem e as diferenças entre as espécies, nesse fenômeno progressivo e universal que é o envelhecimento. Ao exame físico e história clínica, paciente estava bem, queixava-se apenas de leve astenia ao final do dia. Nota-se atrofia da mucosa oral, redução do paladar, xerostomia, canície, leve cifose torácica, redução da complacência da parede torácica, redução dos reflexos ortostáticos, ao deambular passos curtos, ausência de sarcopenia, redução da força muscular, diminuição da motilidade intestinal, tempo de sono reduzido, redução das cartilagens e da massa óssea e leve déficits sensoriais. Sr Miguel era hipertenso leve compensado, sempre praticou atividade física, manteve peso estável ao longo dos anos, evitava alimentos gordurosos, consumia uma taça de vinho diariamente, namorava com certa regularidade com a esposa. Sempre realizou check up anual, nunca se descuidou da saúde, talvez esses fatores tenham contribuído para o quadro atual do paciente. Os exames complementares recentes não demonstravam nenhuma alteração patológica. O geriatra após esclarecer ao familiares sobre as alterações fisiológicas encontradas e estilo de vida do paciente, lembra que o Estatuto do Idoso responsabiliza os filhos nos cuidados com os pais, relata também que se ele visse alguma coisa teria a obrigação, enquanto profissional da saúde, de comunicar as autoridade competentes. Entretanto, ele não encontrou motivos para o paciente descontinuar suas atividades, apenas fez algumas sugestões a família para a manutenção de um envelhecimento ativo. : Conhecer os princípios do Estatuto do Idoso Entender as alterações fisiológicas do envelhecimento por sistema Explicar os aspectos biopsicossociais do envelhecimento (senescência, senilidade, infantilização, idoso, velhice, sexualidade, baixa adaptação ao meio, autoestima, cuidado do idoso/dependência, autonomia e lutos) Estudar as teorias do envelhecimento. teorias estocásticas e sistêmicas (mecanismos bioquímicos e celulares) 2 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS princípios O Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação brasileira iniciado com a promulgação da Constituição de 1988. Elaborado com intensa participação das entidades de defesa dos interesses das pessoas idosas, ampliou em muito a resposta do Estado e da sociedade às suas necessidades. Trata dos mais variados aspectos, abrangendo desde direitos fundamentais até o estabelecimento de penas para os crimes mais comuns cometidos contra essas pessoas Princípios fundamentais Garantia de prioridade: atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. (ART 4°) Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. (ART 6°) Como vislumbrado, o caput do art. 3º do Estatuto do Idoso apresenta uma série de direitos que devem ser assegurados, prioritariamente, às pessoas com mais de 60 anos. Seu parágrafo 1º, então, apresenta o conteúdo dessa garantia. Deve ser prioritário ao idoso, portanto: 1. o atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; 2. a preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; 3. a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; 4. a viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; 5. a priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; 6. a capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos; 7. o estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (ART 3°) 3 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 8. a garantia de acesso à rede de serviços de saúde, como o SUS, por exemplo e de assistência social locais; 9. a prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. Incluído na classe dos direitos fundamentais, o direito à diz respeito ao princípio de dignidade humana: Art. 8° O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9° É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Art. 10° É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. § 3° É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquertratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. ALTERAÇOES O envelhecimento é caracterizado por alterações previsíveis, progressivas, associadas ao aumento da suscetibilidade para muitas doenças. Esse processo não é uniforme entre as pessoas. Além disso, no mesmo indivíduo um órgão pode sofrer mais comprometimento do que o outro. Concorrem para a variação da longevidade fatores genéticos, estilo de vida escolhido e exposições ambientais. Nos mais longevos já podemos demonstrar que a influência genética é dominante. Alterações celulares Alterações teciduais Composição corporal Núcleo: inclusões, aumento de nucléolos, encurtamento e fragmentação dos cromossomos Citoplasma: grânulos pigmentares castanhos (lipofuscina) Organelas: distorcidas Membrana: elementos tóxicos (peroxidação lipídica) Aumento de colágeno e mais resistente à colagenase Diminuição e perda da qualidade das elastinas Maior rigidez na maioria dos sistemas Estatura: -1 cm/ década a partir dos 40 anos. Maior perda depois dos 70 anos Diminuição da massa renal, pancreática, hepática, cerebral e muscular Aumento do diâmetro craniano e torácico Aumento da gordura corporal Diminuição da agua corporal (intracelular) e K+: diminuição celular global https://blog.sajadv.com.br/imposto-de-renda-direito-de-imagem/ https://blog.sajadv.com.br/imposto-de-renda-direito-de-imagem/ https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10994049/art-8-do-estatuto-do-idoso-lei-10741-03 4 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Pele e Anexos Pêlos e outros anexos Diminuição da água, massa muscular, massa mineral Aumento de gordura (proporcionalmente mais nas mulheres), especialmente centripeta Efeito sobre drogas: hidro ou lipofílicas Risco de desidratação Rugas: < espessura e elasticidade Seca e áspera: diminuição das glândulas sudoríparas e sebáceas - > risco de infecção, mas sensível à temperatura Diminuição de corpúsculos de pressão e temperatura Palidez: diminuição da capilaridade e dos melanócitos Pálpebras: flacidez, menos lagrima mas mais lacrimejamento. Edema inferior variável por retenção e gordura. Melanose senil: manchas hiperpigmentadas planas Equimoses e purpuras: fragilidade capilar Queratose seborreica: manchas hiperpigmentadas salientes Lesões neoplásicas: regiões expostas Diminuem no corpo Aumentam nas narinas, orelhas e sobrancelhas. Na mulher: buço e mento Cabelo: diminuem número de bulbos ativos Perda de melanócitos nos bulbos capilares: canície Fragilidade de unhas 5 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Sistema osteoarticular Sistema cardiovascular Sistema respiratório Perda de trabeculado ósseo e massa (reabsorção X formação) – principalmente na mulher Perda de colágeno Calcificação suturas cranianas Perda da qualidade das cartilagens articulares Achatamento das vertebras, cifose dorsal Discos intervertebrais: perda de água e proteoglicanas, calcificação dos anéis fibrosos. Arqueamento de pernas, achatamento plantar Menor volume e espessura cardíaca Menos miocárdio, mais tecido fibroso Mais gordura, substancia amiloide e lipofuscina Valvas: fibrocalcificação Tecido de condução: mais colágeno e adipócitos. Perda de 90% das células do NSA Artérias: calcificação, deposição de colágeno e perda de elastina Maior teor adrenérgico, menor resposta a estímulos, < complacência Maior tempo da fase de ejeção da sístole e de diástole Maior dependência do enchimento ventricular ativo (sístole atrial) Maior risco de IC diastólica Mais ESSV, ESV e FA assintomática Menor VS, DC e FE em situações de sobrecarga B4 (< enchimento VE, > sístole atrial) Menor reserva, menor capacidade de adaptação às sobrecargas Menor reserva, menor capacidade de adaptação às sobrecargas Maior risco de descompensação Vias respiratórias: calcificação das cartilagens Menor atividade ciliar, muco, IgA e reflexo de tosse: menor proteção contra agentes estranhos Pulmões: menor numero de septos alveolares (menor superfície), aumento das fibras colágenas (menor elasticidade), mais colabamento Caixa torácica: ossificação das cartilagens articulares – menor complacência Músculos acessórios respiratórios: menor massa Diafragma: assume papel mais importante Dificuldade para respiração em decúbito dorsal por maior pressão intra-abdominal Alteração de quimiorreceptores 6 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Sistema digestório Sistema endócrino Sistema urinário Menor resposta a variação da pO2 e da pCO2 Maior risco sob ação de drogas depressoras no SNC Menor volume de reserva inspiratória e expiratória, maior volume residual Volume corrente se mantém Perda dos dentes Atrofia glândulas salivares e alteração da composição da saliva Pode haver disfagia leve por dissicronia (presbiesôfago) Menor atividade ciliar, muco, IgA e reflexo de tosse: menor proteção contra agentes estranhos Estomago: < produção de hormônios e acido Intestino: menos microvilosidade e fluxo sanguíneo Cólon: atrofia das túnicas da parede, alterações peristálticas Tendência à constipação Maior chance de divertículos Menor número de neurônios do plexo mioenterico Fígado: perda de massa, < capacidade de metabolização, talvez sem grande perda de hepatocitos Maior sensibilidade a drogas Suco pancreático: mantem qualidade Hipofise: < vascularização e mais tecido conjuntivo Aumentam microadenomas (produtores ou não) Diminuição de IGF-1, da pulsatilidade da PRL Aumento relativo do ADH (tendência a hiponatremia) Suprarrenais: menos células e mais tecido conjuntivo. Aumentam nódulos. Aumento do ACTH e cortisol No estresse: a resposta de catecolaminas e glicocorticoides é prolongada Maior catabolismo, menor imunidade, altera metabolismo de hidratos de carbono Ilhotas pancreáticas: menor atividade Menor tolerância à glicose: maior resistência à insulina, menor sensibilidade dos tecidos À insulina e ao glucagon, maior liberação de ácidos graxos e proinsulina Maior glicemia de jejum (discreto) e > glicemia pós- prandial – aumento da A1C mas < em relação ao jovem Menor secreção de insulina mas maior nível plasmático por menor Clearance Tireoide: menor massa, mais tecido conjuntivo – mais nódulos em mulheres Paratireoides: não há atrofia, talvez discreto aumento. Mais tecido adiposo Aumento de PTH especialmente em mulheres, diminuição de 1,25 (OH)D3 Rins: < massa e nefrons totais Fibrose e espessamento da membrana basal. Esclerose glomerular Aterosclerose das artérias e arteríolas intra-renais 7 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Sistema genital Sistema hematopoiéticoSistema imunológico aspectos Senescência A senescência abrange todas as alterações produzidas no organismo de um ser vivo – seja do reino animal ou vegetal – e que são diretamente relacionadas a sua evolução no tempo, sem nenhum mecanismo de doença reconhecido São, portanto, as alterações pelas quais o corpo passa e que são decorrentes de processos fisiológicos, que não caracterizam doenças e são comuns a todos os elementos da mesma espécie, com variações biológicas. São exemplos de senescência a queda ou o embranquecimento dos cabelos, a perda de flexibilidade da pele e o aparecimento de rugas. Senilidade Condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida baseadas em mecanismos fisiopatológicos São, dessa forma, doenças que comprometem a qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma mesma faixa etária Assim são a perda hormonal no homem que impede a fertilidade, a osteoartrose, a depressão e o diabetes, entre outros comprometimentos Queda progressiva da filtração glomerular e das funções tubulares Menor resposta a alterações hidroeletrolíticas e acido- base Menor função endócrina-renal: renina, 1,25 (OH)2D3 e eritropoietina Bexiga: < elasticidade e perda de musculatura - < complacência, < eficiência e > resíduo Uretra: menor musculatura Urgência miccional e incontinência Atrofia ovários, útero e vagina Diminuição estrógenos, aumentam de FSH (principalmente 5 anos do inicio da menopausa) Vagina: menos elástica e úmida – infecções e dispareunia Atrofia dos ligamentos uterinos, vesicais e retais – queda dos órgãos Mamas: atrofia das glândulas e mais tecido adiposo – menos firmes Menos pelos púbicos Processo menos evidente Diminuição da produção de testosterona mas mantém normalidade (Tt normal, Tl cai) Aumento discreto de LH e FSH Menor numero de espermatozoides Próstata: menos musculo, mais fibrose, maior peso Pênis: tecido erétil menos elástico Aumento do tecido gorduroso intramedular Hb 12,0 g/dl: normal Ferritina tende a aumentar VHS aumenta: 12-50 mm/h Alterações do sistema humoral e celular Involução do timo Aumento de doenças neoplásicas, infecciosas e autoimunes 8 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Infantilização A infantilização traz para esse público a ‘estigmatização’ de um grupo homogêneo e que segue um padrão de gostos, hábitos, atividades e que possuem as mesmas características, tão enfatizadas e divulgadas que os tornam sempre os ‘bons velhinhos’, ‘frágeis’, ‘bonzinhos’, ‘pobrezinhos’. Até o uso das palavras no diminutivo enfatizam ainda mais o poder da infantilização. O idoso não é um adulto de cabelos brancos, tampouco uma criança mais velha, o idoso é alguém que passou pelas primeiras etapas de desenvolvimento da vida e que continua a caminhar como qualquer outra pessoa. Ao infantilizar uma pessoa idosa estamos ocultamente praticando uma violência contra ela, que vai de desencontro ao Estatuto do Idoso quando diz “é obrigação da sociedade, família e Instituição assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na constituição e nas leis É importante quebrar esse estigma de que todo idoso é alguém dependente, sem autonomia e que não tem direitos e deveres. Deve-se cada vez mais mostrar que a pessoa idosa tem um lugar e que o ocupa da melhor forma possível e que não está ali apenas esperando o fim, mas que ainda tem muito que viver, aprender e compartilhar com novas gerações. Idoso A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994, e o estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 2003, define Idoso pessoas com 60 anos ou mais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) define o idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é aquela pessoa com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos. É importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade Na sociedade atual, diversos estudos sobre representações sociais revelam que a idéia de idoso está geralmente associada a aspectos negativos, como figura decadente, necessitada e dependente. Enquanto fenômeno psicossocial, essas concepções contribuíram para os processos de formação de condutas, orientação das comunicações sociais e estruturação da identidade do idoso, assim como para as práticas sociais a ele dirigidas. Velhice O termo velhice é considerado para uns como o último ciclo da vida, que independe de condições de saúde e hábitos de vida, é individual, e que pode vir acompanhado de perdas psicomotoras, sociais, culturais e etc; Já outros acreditam que a velhice é uma experiência subjetiva e cronológica. Acredita-se que a velhice seja como uma construção social que cria diversas formas diferentes de se entender o mesmo fenômeno, dependendo de cada cultura. A velhice deve ser compreendida em sua totalidade porque é, simultaneamente, um fenômeno biológico com consequências psicológicas, considerando que certos comportamentos são apontados como características da velhice. Como todas as situações humanas, a velhice tem uma dimensão existencial, que modifica a relação da pessoa com o tempo, gerando mudanças em suas relações com o mundo e com sua própria história. Assim, a velhice não poderia ser compreendida senão em sua totalidade; também como um fato cultural. Neste sentido, acredita-se que a velhice é difícil de ser definida, principalmente quando se almeja uma velhice saudável, desejada para todos e por todos, nos dias atuais. Portanto, deve ser compreendida em sua totalidade, e em suas múltiplas dimensões, visto que se constitui em um momento do processo biológico, mas não deixa de ser um fato social e cultural. Deve, ainda, ser entendida como uma etapa do curso da vida na qual, em decorrência da avançada idade cronológica, ocorrem modificações de ordem 9 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS biopsicossocial que afetam as relações do indivíduo com o seu contexto social Sexualidade Envelhecer não significa tornar-se assexuado, porém mitos e tabus socioculturais acerca da sexualidade na terceira idade inibem os idosos de exercer a sua vida de forma integral, uma vez que as alterações fisiológicas do envelhecimento, preceitos religiosos, opressões familiares e aspectos individuais fortalecem esse estigma social Dentre outras alterações corporais, a flacidez tegumentar, o embranquecer dos pelos, a perda da dentição e as doenças crônicas associadas podem interferir negativamente na expressão da sexualidade Além disso, os filhos interpretam a sexualidade na terceira idade como algo depreciativo, sendo sinal de segunda infância ou sinal de demência Diante dos mitos e tabus expostos acerca da sexualidade, ignora-se que idosos ainda possuem interesses sexuais, um exemplo disso é que campanhas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) são precárias para esse público, assim como educação e promoção em saúde. Consequências dessa negligência são demonstradas a partir do aumento de DST nessa população, como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), mostrando a fragilidade da compreensão da multidimensionalidade da sexualidade humana. Baixa adaptação ao meio O ambiente familiar pode determinar as características e o comportamento do idoso. Assim, na família suficientemente sadia, onde se predomina uma atmosfera saudável e harmoniosa entreas pessoas, possibilita o crescimento de todos, incluindo o idoso, pois todos possuem funções, papéis, lugares e posições e as diferenças de cada um são respeitadas e levadas em consideração. Em famílias onde há desarmonia, falta de respeito e não reconhecimento de limites, o relacionamento é carregado de frustrações, com indivíduos deprimidos e agressivos. Essas características promovem retrocesso na vida das pessoas. O idoso torna-se isolado socialmente e com medo de cometer erros e ser punido Autoestima Pesquisa conduzida com idosos da comunidade de Montreal, no Canadá, verificou que o declínio nos níveis de autoestima pode contribuir para a desregulação do funcionamento do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, podendo predizer desfechos adversos à saúde do idoso, como isolamento social e escore negativo na QV. Assim, o conhecimento sobre essa temática pode subsidiar a sistematização do cuidado ao idoso com baixo nível de autoestima. Autoestima pode ser caracterizada como o sentimento, o apreço e a consideração que uma pessoa sente por si própria, ou seja, o quanto ela gosta de si própria, como ela se vê e o que pensa sobre si mesma. Assim como no conceito de autoestima, a QV também é considerada subjetiva e multidimensional, compreendendo aspectos positivos e negativos da vida. É definida como a “percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores, nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” Cuidado do idoso/dependência O indivíduo idoso perde a posição de comando e decisão que estava acostumado a exercer e as relações entre pais e filhos modificam-se. Conseqüentemente as pessoas idosas tornam-se cada vez mais dependentes e uma reversão de papéis estabelece-se. Os filhos geralmente passam a ter responsabilidade pelos pais, mas muitas vezes esquece- se de uma das mais importantes necessidades: a de serem ouvidos. Os pais, muitas vezes, quando manifestam a vontade de conversar, percebem que os filhos não têm tempo de escutar as suas preocupações Nas famílias onde existe o excesso de zelo, o idoso torna- se progressivamente dependente, sobrecarregando a própria família, com tarefas executadas para o idoso, onde na maioria das vezes ele mesmo poderia estar realizando. 10 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Esse processo gera um ciclo vicioso e o idoso torna-se mais dependente. Autonomia Entende-se que promover o envelhecimento ativo e saudável significa prevenir a perda da capacidade funcional da população idosa, através da preservação da sua independência física e psíquica, promovendo o bem- estar físico, mental e social, bem como garantir o acesso a instrumentos diagnósticos adequados, medicação e reabilitação funcional A autonomia é uma vertente central do envelhecimento saudável, e promover a autonomia das pessoas idosas, o direito à sua autodeterminação, mantendo a sua dignidade, integridade e liberdade de escolha é fundamental para a promoção da sua qualidade de vida O respeito ao princípio da autonomia na assistência ao idoso deve levar o profissional de saúde, em particular o da enfermagem, a considerar a capacidade de escolha, crenças e valores morais do paciente. Isso possibilita que o idoso exerça a sua autonomia e decida entre as alternativas de cuidado que lhe são apresentadas, a partir da compreensão clara das consequências de cada uma delas. Lutos Luto pode ser definido como um conjunto de reações diante de uma perda, portanto algo a não ser desprezado, e sim, devidamente valorizado e acompanhado, como parte da saúde emocional. O luto é “afinal o acontecimento vital mais grave que a maior parte de nós pode experienciar” O luto pode representar um processo de grande impacto no idoso, pois este traz consigo perdas O luto no idoso 219 pessoais e sociais decorrentes de a velhice ser estigmatizada como fase da invalidez ou da condescendência. Por isso, devemos considerar que trabalhar emocionalmente as perdas decorrentes de alterações físicas e isolamento social é complicado, e pior se associadas à morte do cônjuge e, principalmente, de um filho. O idoso deve ser acompanhado e deve-lhe ser permitido tempo para reorganizar-se emocionalmente. Na fase inicial do luto ele pode ter necessidade de ajuda para atividades básicas da vida diária, pois “a máscara usada no funeral não pode mais ser mantida e é necessário que algum parente ou amigo próximo assuma muitos dos papéis e responsabilidades do enlutado, deixando-o livre para vivenciar o luto” teorias O envelhecimento biológico normal ocorre em resultado de um processo gradual, relacionado com o tempo, que se desenvolve a medida que os eventos fisiológicos degenerativos superam os efeitos regenerativos Teorias Evolutivas (porque envelhecemos?) Teoria do acumulo de mutações ao longo do tempo, os indivíduos que sofriam mutações boas eram selecionados apenas a genética das mutações nos jovens eram selecionados, na velhice isso não ocorreria genes para adaptação ao ambiente – apenas para os jovens Pleiotropia negativa alguns genes são benéficos na juventude e esses mesmos genes podem ser maléficos no envelhecimento isso ocorre por diferenças nas interações genéticas com o envelhecimento comportamento dualístico e antagonista ex: gene p53, fibroblastos Teoria do soma descartável envolve energia e fases da vida os seres vivos se adaptaram para focar na reprodução e não para a sobrevivência com a velhice, essa energia não atua 11 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Teorias Estocásticas (como envelhecemos?) Teoria dos telômeros os telômeros são mantidos pela telomerase são importantes porque impedem o desgaste do DNA em células adultas, os cromossomos se encurtam e a célula para de se dividir Teoria do dano oxidativo radicais livres que levam ao envelhecimento processo de respiração aeróbico provoca a produção de espécies reativas ao oxigênio (EROs) EROs causam estresse oxidativo e as células acabam morrendo Teorias Sistêmicas Teoria neuroendócrina-imunológica correlacional os sistemas neural, imunológico e endócrino a IL-1 estimula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal os hormônios também estimulam o sistema imunológico 3 sistemas se desgastam/erros levaria ao envelhecimento 12 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS problema 2 – avaliando os riscos Maria de Lourdes, 90 anos, casada, mãe de 7 filhos, sem alteração cognitiva, independente funcionalmente, vem apresentando restrição da mobilidade devido a osteoartrite avançada de joelho direito, em uso recente de bengala devido a três quedas nos últimos 6 meses por conta da instabilidade. Muito ativa, adorava passear, fazia pilates desde os 60 anos, participava do grupo de senhoras da Igreja (tanto costurando como no coral), era muito querida no bairro, sempre ajudou a todos os vizinhos e ia para todas as festinhas. Nos últimos meses, mesmo com tratamento medicamentosos e fisioterapia motora, não apresentou melhor clínica do joelho. Acompanhada pelo geriatra desde 50 anos, possui hipertensão arterial estágio I compensada sem lesão de órgão alvo e vem envelhecendo de forma saudável, mas devido a piora da funcionalidade, desenvolvimento de comorbidades e risco de morte, foi sugerida realização da cirurgia para implantação de prótese no joelho. O ortopedista entrou em contato com a geriatra, pediu informações sobre a Avaliação Geriatrica Ampla (AGA) da paciente, e posteriormente encaminhou ao cardiologista, anestesiologista e cirurgião vascular para avaliação pré-operatória. A cirurgia foi um sucesso sem intercorrências no intra e pós-operatório pois todos os fatores derisco pré-operatório foram avaliados e as possíveis complicações pós-operatórias em idoso foram prevenidas. Após 1 mês de prótese, Maria de Lourdes está ótima, fazendo fisioterapia, sem uso da bengala, já reiniciou várias das suas atividades. FISIOPATOLOGIA Doença reumatológica Não tem nenhuma intervenção efetiva Efeito placebo efetivo Doença que leva a alterações na funcionalidade É considerada como insuficiência da articulação, com o comprometimento de todas as estruturas que a formam Prevalencia aumenta com a idade Impacto socioeconômico significativo OA radiográfica 60 anos até 80% Cerca de 85% da população geral apresenta evidencias radiográficas de osteoartrite As mulheres são mais afetadas e parecem desenvolver uma doença mais grave predisposição genética para manifestações nodais da OA Alterações bioquímicas ocorrem com a idade podem predispor a ocorrência de osteoartrite Obesidade – provoca um estado inflamatório que pode desencadear a osteoartrite Desvios na curvaturas de membros inferiores Articulações com trauma prévio podem conferir uma causa secundaria de osteoartrite Entender a fisiopatologia da osteoartrite (conceito, epidemiologia, etiologia, fator de risco e consequência); Conhecer a Avaliação Geriátrica Ampla e a sua importância na avaliação pré-operatória; Compreender os fatores de risco do pré-operatório e as complicações do pós-operatório no idoso. 13 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Na OA primária, sua causa ou é desconhecida (idiopática) ou individuo manifesta essa patologia por conta de uma alteração genética que justifica o quadro, como, por exemplo, a alteração do gene para o Col-2A1 (da cadeia alfa-1 do colágeno tipo 2). Tal mutação provoca um desbalanço no metabolismo do colágeno, manifestando o quadro de OA. Já na OA secundária, ela envolve grupos de etiologias mecânicas e inflamatórias reunidas nas seguintes divisões: OA secundária a desorganização da estrutura cartilaginosa: Pode envolver alterações estruturais do colágeno (condrodisplasia); acúmulo de produtos bioquímico ou sanguíneos (hemocromatose, doença de Wilson); distúrbios endócrinos (diabetes e acromegalia); ação enzimática pela presença de cristais (gota); invasão por sinovte hiperplásica (artrite reumatoide); ação mecânica aguda ou crônica (trauma agudo com ou sem fratura, trauma postural); OA secundária a desorganização da estrutura óssea ou desalinhamento articular: Como remodelagem acelerada ou aumento da densidade óssea subcondra (doença de Paget, osteoporose) e necrose óssea. Idade – degradação da cartilagem predispõe a ocorrência da doença Obesidade – para todas as articulações devido ao estado inflamatório provocado Mulheres são mais afetadas Mau alinhamento Trauma/lesão previa Alteração biomecânica Doenças de deposito Doenças genéticas Hipermobilidade Condições fisiológicas da cartilagem articular A matriz extracelular confere as propriedades mecânicas Componentes principais da MEC: Colageno tipo II Proteoglicanos Os condrócitos são responsáveis pela regeneração e atividade metabólica baixa 14 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Alterações fisiopatológicas da OA Visão antiga: degradação mecânica da cartilagem Na verdade, é decorrente de um processo inflamatório Atinge a sinovia e o osso subcondral Ativação dos osteoclastos e dos osteoblastos Formação de osteófitos para espalhar a carga Ocorre sinovite crônica - infiltrado de macrófagos Citocinas – IL-1 e TNF Degradação da cartilagem devido a liberação das metaloproteases (enzimas degradantes) Cartilagens se torna insuficiente – esclerose subcondral Primária AO nodal de mãos Joelhos Coluna cervical/lombar Rizartrose Joanete Secundaria Jovem e sítio atípico Quadro clínico Artralgia mecânica rigidez matinal fugaz crepitação limitação da amplitude de movimento nódulos de Heberden e Bouchard – OA de mãos Sinais mais importantes Sensibilidade exagerada na articulações Tumefação celular Derrame intra-articular Movimentos restritos e dolorosos Atrofia muscular periarticular Instabilidade articular Dessa forma, os sintomas e sinais da OA são de caráter articular, acometendo tipicamente as “juntas” periféricas do esqueleto, como dedo, joelho ou quadril. Os locais mais incidentes são as articulações do hálux (primeiro metatarsofalangeana), interapofisárias (na coluna vertebral), interfalangianas distais e proximais, carpometacarpianas do primeiro quirodáctilo (polegar), os joelhos e quadril. 15 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS A dor articular ocorre de forma multifatorial na osteoartrite, tendo como mecanismos principais: Estiramento dos ligamentos e da cápsula articular Por conta da instabilidade apendicular, que estão próximo de terminações nervosas da articulação; Aumento da pressão intra-óssea nos ossos subcondrais acometidos Como já vimos, por conta do aumento da densidade óssea na inflamação; Sinovite Liberando mediadores inflamatórios que simulam as dores nas terminações nervosas OU própria compressão destas por conta do edema. Também pode ser por conta de outros sítios inflamatórios, como na bursite e tenossinovite; Rigidez articular: Ocorre quando o paciente se encontra em repouso, principalmente durante a manhã, após longo períodos de imobilidade. Ela difere da rigidez das demais inflamações articulares por persistir até 30 minutos; Instabilidade articular Marcada principalmente por uma sensação de apreensão e falta de confiança/segurança em suportar o peso sustentado pela articulação. No entanto, ocasionalmente essa instabilidade pode levar a quedas. Limitação do movimento: Há redução da amplitude dos movimentos, tanto passivos (pode existir dor ao movimento passivo da articulação) como ativos. Ocorre, principalmente, por conta da presença de osteófitos e do espessamento da cápsula articular, embora a sinovite também contribua por conta da hiperplasia sinovial. aga Conceitos gerais enfoque global e multiprofissional influencia de fatores na saúde do paciente culturais sociais espirituais econômicos psicológicos biológicos reconhecimento e diferenciar o envelhecimento normal do patologico reconhecimento a multiplicidade de deficiências e perdas 16 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS valorizar as queixas mesmo que mal caracterizadas envelhecimento é um processo heterogêneo efeito cumulativo de doença e deficiências quadro clinico e respostas atípicas diagnostico não unicista detecção precoce instrumentos: escalas e testes padronizados central: capacidade funcional Síndromes geriátricas são contempladas na AGA múltiplos processos ocorrendo simultaneamente maior mortalidade comprometimento da qualidade de vida risco de manifestações atípicas desfechos comuns perda funcional incapacidade dependência internação em ILPI ou hospital Função da AGA: reconhecer incapacidade e riscos planejar assistência e reabilitação controlar a progressão das doenças crônico- degenerativas evitar agravos e complicações gerenciar melhor os recursos promover qualidade de vida 17 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS • Analfabetos – 18 ponto • 1-3 anos de escolaridade – 21 pontos • 4-7 anos de escolaridade – 24 pontos • > 8 anos de escolaridade – 26 pontos Capacidade cognitiva cognição é a capacidade do cérebro de adquirir conhecimento para se obter conhecimento deve-se conter alguns elementos essenciais: Atenção – sustentada, seletivae dividida Função executiva – planejamento, decisão, memoria de trabalho, correção de erros, flexibilidade Aprendizagem e memória – imediata, recente, longo prazo semântica e autobiográfica Linguagem – nomeação, fluência, gramatica e sintaxe, compreensão Perceptomotricidade – visuoespacial, praxia e gnosia Percepção sensorial – reconhecimento de emoções e estado mental as alterações cognitivas podem levar a perda da autonomia e independência Avaliação Cognitiva umas das mais importantes em idosos anamnese: paciente e acompanhante testes mais utilizados na avaliação cognitiva: MEEM ou MoCA test Bateria breve de figuras Fluência verbal Teste do relógio 18 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Deficiência secundária a depressão? Depressão associada a demência? Escalas e questionários Pode ser aplicada em 7 min Identificação e nomeação de 10 figuras – e depois retira-as e pede pra evocar – memoria incidental memoria imediata – 2ª vez aprendizado - 3º vez fluência verbal teste do relógio memoria de 5 minutos – lembrar das figuras apresentadas anteriormente reconhecimento – folha com 20 figuras para identificar as 10 figuras anteriores ✓ Escala de depressão Geriatrica de Yesavage (GDS) ✓ DSM 5 ou CID 10 Peculiaridades de depressão no idoso diminuição da resposta emocional diminuição do sono 19 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Escala de Katz ou índice de Barthel Escala de Lawton ou questionário de Pfefferr perda de prazer em atividades habituais ruminações sobre o passado perda de energia mais perda de peso que ganho de peso sintomas psicóticos anedonia e apatia tendência a mascarar sintomas sintomas somáticos importantes Funcionalidade Capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma Atividades básicas da vida diária: autocuidado Atividades instrumentais de vida diária Capacidade funcional: ESCALAS E TESTES ABVD AIVD Insônia SAHOS (apneia do sono) Síndrome das pernas inquietas Distúrbio do sono REM Distúrbios do ritmo circadiano Anamnese Exames complementares Transtorno Depressivo Maior – DSM 5 5 dos seguintes sintomas presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer 20 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Deficiências sensoriais isolamento social quadros confusionais 21 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS quedas e outros acidentes morbimortalidade Mudanças na acuidade visual e auditiva seguem invariavelmente o envelhecimento. A baixa acuidade visual é um fator de risco para quedas e, em alguns estudos, está associada a aumento da mortalidade. O impacto na perda visual em qualidade de vida é significativo, e muitas de suas causas são potencialmente tratáveis. É importante que o idoso faça uma avaliação oftalmológica a cada um ou dois anos, para se identificarem lesões que exijam tratamentos específicos. A perda auditiva é a terceira condição crônica que mais interfere na qualidade de vida do idoso, atrás apenas da hipertensão e da osteoartrose. São consequências da presbiacusia, depressão, isolamento social, aumento do risco de hospitalização, declínio cognitivo e perda funcional. A audiometria tonal é o teste de escolha para avaliação de perdas auditivas, mas testes simples como o de sussurro são sensíveis e específicos na detecção de perdas auditivas relevantes. A identificação pode, assim, direcionar para os tratamentos adequados. O teste do sussurro avalia a compreensão de sons de baixa intensidade (30 dB) e alta frequência. É um teste simples, rápido e não exige nenhum instrumental especí-co. O examinador deve permanecer de pé, fora do alcance do campo visual dos pacientes, para evitar a leitura labial, a uma distância equivalente ao comprimento do braço do paciente estendido (60 cm). O examinador sussura, enquanto gentilmente comprime e massageia o trágus da orelha contralateral. A obstrução do conduto auditivo, isoladamente, é incapaz de mascarar a audição do ouvido não testado. Após uma expiração completa, o examinador sussura um conjunto de três letras/ números (“5, B, 6”), selecionados aleatoriamente. Antes do teste, o paciente deverá ter compreendido o comando, utilizando-se a voz alta e um número simples como “99”. Cada ouvido é testado individualmente e com combinações diferentes. O teste é considerado positivo caso o paciente não consiga repetir corretamente o conjunto de três letras/números. Caso positivo, o paciente deverá ser submetido à audiometria, exceto se não concordar com o uso de prótese auditiva. A fala e a voz devem ser avaliadas rotineiramente, observando-se a respiração (capacidade, controle e coordenação da produção sonora), a fonação (intensidade e qualidade vocal), a ressonância (grau de nasalidade), a articulação (precisão articulatória e fonatória e coordenação motora) e a prosódia (ritmo e velocidade da fala espontânea). 22 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS • Acesso diminuído aos alimentos; • Baixa localização; • Incapacidade funcional; • Doenças orgânicas variadas Difícil padrão para > 70 anos Desnutrição é frequente Causas de desnutrição A Miniavaliação Nutricional (MAN), de Guigoz et al. (1994), foi o primeiro e é ainda o único instrumento validado para avaliação nutricional especificamente do idoso. O objetivo da MAN é avaliar o risco de desnutrição para poder intervir quando necessário. Inclui 18 itens, atingindo um escore máximo de 30 pontos, sendo que entre 17 e 23,5 há risco de desnutrição; abaixo de 17, caracteriza desnutrição; e, acima de 24, considera-se bom o estado nutricional. As perguntas são sobre medidas antropométricas, como peso, altura, perda de peso, informações dietéticas, referentes à alimentação, informações sobre estilo de vida, medicação, além da autopercepção sobre o estado de saúde (Quadro 15.11). 23 REVISÃO GERAL | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Teste Timed Get up and Go: 3m Anamnese: quedas no ultimo ano equilíbrio estático e dinâmico functional reach test sentar e levantar 5x sem apoio velocidade da marcha em 4 m (risco apartir de 0,7 m/s) circunferência da panturrilha variação da PA e FC – verificar risco de hipotensão postural força de preensão palmar – testado com dinamômetro – – ≥ – • 0-10’: independente; • 11-20’: independente em transferências básicas (baixo risco de quedas); • > 20’: dependente em varias atividades de vida (alto risco de quedas); 24 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS PROBLEMA 3 - Socorro! Preciso voltar a viver D. Lourdes, 68 anos, professora aposentada, hipertensa recém diagnosticada, iniciou há pouco tempo tratamento com anti- hipertensivo com seu clínico geral. Ela é uma pessoa muito querida na comunidade em que vive. A vida social é intensa junto com a família e a igreja e pratica regularmente pilates e hidroginástica. Há mais ou menos 2 meses, D. Lourdes, começou a se queixar de perda involuntária de urina, o que tem a impedido de levar a vida como de costume: é difícil sair de casa, pois necessita ir ao banheiro com frequência, não consegue ir ao pilates nem as outras atividadescom a mesma assiduidade. Tem receio de ficar constrangida e preferiu o isolamento social. Ficava se questionando: “será normal essa incontinência? será que tenho que usar fralda?”. Marcou consulta com o clínico geral devido a queixa urinária, mas ele explicou que fazia parte do envelhecimento (?) e que seria necessário reduzir a ingesta de líquidos. Questionada sobre outros sintomas, referiu tosse seca persistente, desde que iniciou medicação para pressão alta. Por conta do quadro, foi substituído Captopril (quais os efeitos?) (droga que inibe a enzima conversora da angiotensina) por medicação diurética e a tomada permaneceu as 17hs. Depois disso os sintomas urinários pioraram e agora a paciente está com noctúria, interferindo agora no seu sono. Em uma certa madrugada, apresentou quadro de dor em baixo ventre e calafrios com evolução há 48hs, foi levada por familiares para a urgência. Na sua história pregressa, D. Lourdes relata: 4 gestações a termo, todos partos normais e hospitalares, sem intercorrências; menopausa aos 54 anos. Cirurgia para colecistectomia. Temperatura axilar = 37,5°C, leve desidratação e taquicardia e certa confusão mental. Foram solicitados exames: Eritrograma – normal; Leucograma – 12.500 leucócitos, com desvia à esquerda. Ultrassom abdome: distensão e espessamento de parede vesical. Glicemia (casual) – 190 mg/dl. Função hepática e renal – normais; Sumário de urina: com nitrito positivo, bactérias numerosas e piócitos frequentes. A médica plantonista explicou o planejamento terapêutico: antibióticos por sete dias e mudança das medicações anti-hipertensivas por conta da iatrogenia medicamentosa. Disse-lhe também que se preparasse para voltar à vida de antes em pouco tempo! FISIOPATOLOGIA Incontinência urinária (IU) é definida como qualquer perda de urina. A incontinência urinária é mais frequente no sexo feminino e também aumenta com o decorrer da idade. Embora não leve a uma diminuição da sobrevida, a incontinência urinária compromete de forma significativa a qualidade de vida resultando em isolamento social, restrição ao trabalho e alteração do humor. Antes de falarmos sobre a IU e suas etiologias, é importante termos em mente a fisiologia da micção. A prevalência de incontinência urinária em idosos é variável dentro da literatura. Esse fato é parcialmente explicado pela heterogeneidade dessa população, pelas diferentes definições e questionários utilizados nos diferentes estudos, além da ausência de seguimento a longo prazo da população estudada. Entretanto, sabe-se que o sexo feminino é o mais acometido (para todas as faixas etárias estudadas) devido a causas anatômicas e que o envelhecimento aumenta tanto a prevalência quanto a gravidade dos casos. Trinta a 60% das mulheres idosas e 10 a 35% dos homens idosos na comunidade e até 80% dos institucionalizados têm incontinência urinária. 25 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS A continência é controlada por três níveis neurológicos: o espinhal, o pontino e cerebral. À proporção que a bexiga enche, as fibras aferentes parassimpáticas levam impulsos por vias dos nervos pélvicos até as raízes sacrais S2-S4, chegando ao centro da micção sacral. Aqui, os impulsos sobem pelos tratos espinotalâmicos laterais e são enviados até a ponte, onde existem áreas capazes de inibir ou excitar o centro da micção sacral. Durante as primeiras fases do enchimento da bexiga, a contração do detrusor é inibida pela descida de impulsos inibitórios até o centro sacral. À medida que ocorre o aumento do volume, a descarga dos receptores da parede da bexiga aumenta transmitindo seus impulsos ao córtex cerebral, de modo que o desejo seja percebido conscientemente. Assim, o córtex é também incluído na inibição do detrusor e, se a micção for adiada mais uma vez, é possível suprimir essa urgência novamente a um nível subconsciente e adiar o esvaziamento. Além disso, a eferência simpática através dos nervos hipogástricos, T10-L2, reduz contratilidade da bexiga e aumenta a pressão uretral. Ademais, a contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico, associa-se a esse mecanismo retentor. Quando a decisão de urinar é tomada, impulsos eferentes descendentes são liberados, causando inibição do nervo pudendo, de modo que o assoalho pélvico e o esfíncter externo relaxam (a primeira ação para desencadear a micção é o relaxamento do esfíncter estriado da uretra). O relaxamento do esfíncter estriado da uretra provoca a inibição dos impulsos simpáticos permitindo a contração do detrusor (di- minui o estímulo beta-adrenérgico) e diminuindo a pressão de fechamento do colo da bexiga e da uretra (encerra o estímulo alfa-adrenérgico). Imediatamente, o córtex e o centro pontino estimulam o centro sacral, e através da ação dos nervos parassimpáticos eferentes (S2 a S4) provocam a contração do detrusor. A pressão vesical supera a uretral e a micção é realizada. Em qualquer idade, continência urinária depende da integridade anatômica e fisiológica do aparato vesicoesfincteriano, assim como da existência de estado mental normal, mobilidade, destreza e motivação. Esses últimos atributos são comuns na população jovem, mas raros entre idosos. Além disso, em alguns casos são os únicos responsáveis pela incontinência. Classicamente, atribui-se a IUE a alterações da pressão de fechamento uretral, que podem ocorrer por disfunção 26 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS esfincteriana ou por alterações da posição e da mobilidade do colo vesical e da uretra proximal. Essas duas causas podem coexistir e atualmente há uma tendência em se acreditar que na maioria das mulheres incontinentes haja algum grau de disfunção esfincteriana, independentemente da presença ou não de hipermobilidade do colo vesical. As causas exatas que provocam hipermobilidade e disfunção esfincteriana não são claramente estabelecidas, mas é fato que essas alterações ocorrem com mais frequência em mulheres com antecedentes obstétricos, especialmente naquelas que tiveram partos vaginais. Uma série de outros fatores pode interferir com a integridade do assoalho pélvico e do esfíncter urinário e incluem alterações teciduais (qualidade de colágeno), idade, peso corpóreo, características familiares e/ou genéticas e aumento crônico da pressão intra-abdominal (comuns nas portadoras de DPOC e obesas), entre outros. Fatores esfincterianos e alterações da estática e da dinâmica do assoalho pélvico tendem a agravar-se após a menopausa e com o envelhecimento, fase em que se observa nítido aumento na incidência de prolapsos dos órgãos pélvicos e na incontinência urinária e fecal. Há ainda doenças que, com as alterações descritas anteriormente, também podem contribuir para a incontinência por alterações neurológicas,como diabetes, hérnias discais, doença de Parkinson, acidentes vasculares encefálicos, demências senis etc. Os fatores envolvidos na gênese da IUE são múltiplos e podem ter origem no aparelho urinário, assoalho pélvico e no sistema neurológico, além de influências hormonais e psicológicas e, algumas vezes, origem iatrogênica. Caracteriza-se pela perda de urina precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. As causas de incontinência urinária transitória encontram-se no Quadro 68.1 e podem ser resumidas pelo mnemônico DIURAMID Delirium Infecções do trato urinário Uretrite e vaginites atróficas Restrição de mobilidade Aumento do débito urinário Medicamentos Impactação fecal Distúrbios psíquicos medicamento efeito sobre a continência Agonistas alfa-adrenérgicos Obstrução uretral (em homens) AINE Edema de membros inferiores, noctúria Álcool Frequência, urgência, sedação Anticolinérgicos Retenção urinária, sedação,impactação fecal Antidepressivos tricíclicos Efeitos anticolinérgicos, sedação Antipsicóticos Efeitos anticolinérgicos, rigidez, imobilidade Bloqueadores dos canais de cálcio Retenção urinária, edema de membros inferiores, noctúria, constipação intestinal Bloqueadores alfa- adrenérgicos Diminuição da resistência uretral Diuréticos de alça Poliúria, urgência miccional Hipnóticos Sedação, delirium, imobilidade IECA Tosse GABAérgicos (pregabalina, gabapentina) Edema de membros inferiores, noctúria Antagonistas H2 Confusão mental Antiparkinsonianos Confusão mental, hipotensão postural Opioides Confusão mental, constipação intestinal Anestésicos, raquianestesia, peridural Paralisia detrusora 27 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 1. Incontinência urinária de estresse Perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, atividade física) na ausência de contrações vesicais. É a principal causa em mulheres jovens 2. Incontinência urinária de urgência É o tipo mais comum de incontinência estabelecida em idosos na comunidade. Caracteriza-se pela perda de urina precedida ou acompanhada de um desejo imperioso de urinar (urgência). A perda urinária é variável e depende da função do esfíncter uretral e da capacidade do paciente em suprimir a urgência. Acredita-se que resulte da hiperatividade do detrusor levando a contrações involuntárias deste durante a fase de enchimento vesical. Entre as causas destacam-se os transtornos neurológicos, anormalidades vesicais e idiopática. 3. Incontinência urinária por hiperfluxo Incontinência que decorre de inabilidade de esvaziamento vesical devido a hipocontratilidade do músculo detrusor, a obstruções uretrais ou ambos. Dentre os principais fatores de riscos associados à IU destacam-se: idade, trauma do assoalho pélvico, fatores hereditários, raça, menopausa, uso de alguns simpaticomiméticos e parasimpaticolíticos, constipação intestinal, tabagismo, consumo de cafeína, exercícios intensos na região abdominal, e algumas morbidades como hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus e doença de Parkinson. Contudo, a maioria desses achados se refere ao sexo feminino, uma vez que os estudos sobre a temática se concentram nesta população. Anamnese Caracterizar o tipo de perda Diferenciação de queixas urgência x esforço História clinica pregressa Exame físico Teste do cotonete – analisar a hipermobilidade do colo Diario miccional Sumario de urina e urocultura Mnemonico - DIAPPERS demência infecção atrofia psiquiatrico phamacológico endócrino restrição “shit” (fezes impactadas) Diagnóstico diferencial Exames de urodinâmica fluxometria – diferenciar deficiência esfincteriana de hipermobilidade do colo cistometria estudo miccional Dependendo do tipo de incontinência, determinadas complicações podem ser mais comuns em idosos. Uma revisão sistemática demonstrou que a incontinência urinária está associada com um aumento no número de quedas nos adultos com urge-incontinência, mas não na incontinência de esforço. Podem ocorrer alterações do sono como resultado da noctúria com transbordamento e urgência, especialmente nos casos com diurese noturna excessiva. A incontinência por 28 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS transbordamento, se for causada por obstrução urinária severa, pode resultar em hidronefrose e disfunção renal. A retenção urinária também é um fator de risco para o desenvolvimento de delirium em idosos. A IU pode causar constrangimento e isolamento social. Os idosos podem evitar sair de casa ou limitar as atividades sociais por medo da incontinência. Se medicações como diuréticos exacerbarem a IU, pode haver redução da adesão ao tratamento e do controle de comorbidades. Muitos adultos reduzirão a ingesta de água para evitar encher a bexiga em momentos inoportunos. Isso aumenta o risco de infecção do trato urinário e desidratação. iatrogenia A iatrogenia pode ser definida como um evento ou doença não- intencional causada por uma intervenção, justificada ou não, por parte da equipe multiprofissional de saúde, que resulte em dano à saúde do paciente. A iatrogenia também pode ser decorrente da omissão direta de uma intervenção bem estabelecida esperada ou de um procedimento de monitoramento(1-4). A proliferação de drogas e procedimentos diagnósticos e de monitoramento levam a um aumento na incidência de iatrogenia, especialmente entre idosos, que acabam sofrendo um maior impacto. Os fatores de risco relacionados à ocorrência de iatrogenia durante a internação são: idade(11), número de comorbidades(8,11), complexidade das patologias(6,12), uso de múltiplos medicamentos(4,8,11,13), tempo de internação(4,8,11,13- 14), gravidade da doença no momento da internação(1,4,11) e funcionalidade(1,7,11). Esses fatores foram demonstrados por poucos estudos, em sua maioria retrospectivos, sendo que apenas alguns deles avaliaram especificamente a população idosa. Mais da metade dos eventos iatrogênicos em idosos hospitalizados podem ser prevenidos(1,6), o que reforça a necessidade de um conhecimento sólido sobre as causas de iatrogenia nessa população. Há diferentes tipos de ação médica que constituem agressões ao paciente, tais como: iatrogenia medicamentosa (polifarmácia com seus efeitos colaterais); iatrogenia pela palavra (relação médico/paciente); iatrogenia cirúrgica; iatrogenia por raios ionizantes; iatrogenia instrumental (uso da tecnologia como arma diagnóstica e terapêutica). Geralmente, os tipos de iatrogenia se resumem em dois: o primeiro é a iatrogenia de ação – decorrente da ação médica. Esta ação vai desde a relação com o paciente passando pelo diagnóstico, terapia e prevenção; o segundo é a iatrogenia de omissão, relacionada a falta de ação do medico quer no diagnóstico quer no tratamento, prejudicando a saúde do paciente que além de perder a autoestima perde a confiança no médico. TIPOS DE IATROGENIA Por ação Diagnóstico Prevenção Tratamento Erro médico – imperícia e imprudência Por omissão Diagnóstico Prevenção Tratamento Erro médico - negligência Por comunicação Deficiências do paciente e do profissional Conteúdo e modo de dar más notícias Grafia 29 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS A população idosa tem maior risco de apresentar danos decorrentes de intervenções médicas do que a população mais jovem, por causa de fatores próprios do envelhecimento e também de fatores externos (relacionados ao cuidado). Fatores de risco intrínsecos são aqueles relacionados a idade avançada, reserva cognitiva e funcional diminuída, múltiplas doenças e alterações decorrentes do envelhecimento associadas a absorção, distribuição, metabolismo, excreção e alteração na sensibilidade dos receptores aos medicamentos prescritos. Além de alterações na farmacocinética, também ocorrem alterações farmacodinâmicas, como alterações na sensibilidade e afinidade dos receptores, além de alterações nos mecanismos de homeostase, como aumento da sensibilidade das drogas no sistema nervoso central e diminuição dos mecanismos termorregulatórios. O aparecimento de novos sinais e sintomas no paciente idoso deve sempre ser considerado consequência da terapêutica habitual, e não uma nova doença. Medicar de forma sintomática pode levar a um fenômeno designado “cascata iatrogênica”, com potenciais efeitos deletérios para o doente. A lista dos medicamentos inapropriados pode ser subdividida em três grupos: aqueles que nunca devem ser utilizados, aqueles que raramente são apropriados e aqueles que têm alguma indicação, mas que geralmente são utilizados de forma incorreta. Outra lista indica quais medicações devem serconsideradas inapropriadas em determinadas condições clínicas. Os pacientes idosos sofrem com o uso de subdoses de medicamentos para dor, porque o profissional de saúde encontra obstáculos na prescrição de opiáceos, por exemplo, como também ocorre em relação ao uso de antidepressivos. Deixar de prescrever fisioterapia para um paciente que apresenta quedas sucessivas por fraqueza muscular em membros inferiores ou estimular o paciente a não mais deambular porque poderá aumentar o risco de quedas são exemplos de omissão que os profissionais de saúde cometem, trazendo prejuízos para o paciente que podem lhes custar a vida PROBLEMA 4 – era só mais uma queda! Hoje é turno de visita domiciliar de Dr. João nas áreas circunscritas adjacentes. A primeira visita será na casa de D.Marinete,82 anos, uma senhorinha que tem osteoporose grau 3 e sofreu uma queda recentemente. Ela e seu esposo Pedro, 85 anos, vivem em uma pequena casa na periferia de São Paulo. Chegando ao domicílio, Dr. João nota alguns riscos desde a entrada: escadaria com degraus irregulares e baixa luminosidade. Seu Pedro os recepciona e os conduz pela casa que conta com 03 cômodos (sala/cozinha, quarto e banheiro), apresenta três entradas de ar e luz (01 porta e 02 janelas) que ficam a maior parte do tempo fechadas. Todos os cômodos apresentam “mofo” na parede, sendo mais grave na sala; o banheiro, apesar de limpo e organizado, apresenta à sua entrada degraus para acesso e tapete solto no chão. Possui luz elétrica. A água é encanada, fazendo uso de água mineral para o consumo, mas as vezes, quando falta dinheiro, a família faz uso de água de torneira. O caminhão de lixo passa três vezes na semana sua rua. Dr. João encontra D. Marinete em sua cama, acomodada da melhor forma possível por Seu Pedro. É uma senhora, bastante emagrecida. Ela conta que caiu no chão do banheiro depois de tropeçar na escada de acesso e não conseguiu se levantar por uma dor intensa na coxa direita. Segundo a paciente, era caiadora, mas esse foi o primeiro evento com repercussão grave. Foi levada por vizinhos para uma UPA onde foi avaliada pelo ortopedista que diagnosticou fratura de colo de fêmur direito e indicou tratamento cirúrgico. Foi então transferida para o hospital de urgência e deu sorte, pois foi operada rapidamente, alocada uma haste de metal no membro afetado e iniciou fisioterapia. Depois de algumas semanas no hospital, recebeu alta, com a prescrição de analgésicos se necessário e a recomendação da manutenção da fisioterapia em domicílio, além de tratamento para osteoporose. 30 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS fisiopatologia É uma doença caracterizada pela diminuição da resistência óssea (qualidade + quantidade) Predisposição a fraturas Fraturas de fragilidade: trauma insuficiente para fraturar Se já tiver tido fratura, o risco de uma nova fratura aumenta de 7 a 10 vezes Morbi/mortalidade 1/5 homens e 1/3 mulheres: incidência de fratura Grande impacto na qualidade de vida Primária Predominantemente em mulheres, associada à menopausa Perda acelerada do osso trabecular Fraturas vertebrais comuns Ocorre tanto em mulheres quanto em homens idosos Compromete os ossos cortical e trabecular Ocorrência de fraturas vertebrais e de fêmur Secundária Endocrinopatias (tireotoxicose, hiperparatireoidismo e hipogonadismo) Fármacos (glicocorticoides, antiácidos contendo alumínio, hormônio tireoidiano, anticonvulsivantes, ciclosporina A) Doenças genéticas (osteogenesis imperfecta) Artrite reumatoide Doenças gastrintestinais Transplante de órgãos Imobilização prolongada Mieloma múltiplo Fatores de risco Idade - > 65 anos Sexo feminino Etnia – caucasiana e oriental História pessoal de fratura História familiar Baixa DMO do colo do fêmur Baixo IMC Uso de corticoide Tabagismo Alcoolismo Sedentarismo Desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea deficiência de esteroides sexuais fatores genéticos fatores bioquímicos – deficiência de vitamina D Intervenção do crescimento e desenvolvimento no pico de massa óssea uso de corticosteroide pico de massa óssea aos 30 anos E Q U E D A S Resistência óssea = quantidade + qualidade Quantidade: DMO Qualidade: Microarquitetura, remodelamento, mineralização 31 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Quadro clínico Assintomático exceto se já houver um desfecho clinico – a fratura Fratura vertebral maioria assintomático sem trauma ATENÇÃO!: Hipercifose e perda de altura Torácica e lombar: rastreio anual Fratura de quadril fêmur proximal: colo e intertrocanterica trauma de baixo impacto sintomática maior morbi/mortalidade Fratura de radio distal pós-menopausa sintomática trauma de baixo impacto Diagnóstico se já tiver tido fratura de feagilidade – já tem osteoporose • Vertebral • Úmero proximal • Fêmur proximal • Radio distal Fratura de fragilidade Normal > 1,0 Osteopenia: -1.1 a -2,4 T Score: < -2,5 Perda de osso trabecular (vertebral) A partir dos 30 anos Acelera na menopausa: aumento da reabsorção Rastreio DMO: QUANTIDADE 32 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS A osteoporose resulta em gastos enormes tanto para o indivíduo como para a sociedade em decorrência das fraturas por fragilidade associadas. Uma fratura é considerada osteoporótica (fratura por fragilidade) quando resulta de um traumatismo relativamente pequeno, como uma queda da própria altura ou de uma altura ainda menor, ou da ação de uma força da qual não se espera que produza uma fratura em um adulto jovem e sadio. Os locais mais comuns das fraturas por fragilidade são o quadril, a coluna e a porção distal do antebraço. A presença de uma ou mais fraturas de baixo impacto é considerada um sinal de osteoporose grave, e a medida da DMO muitas vezes pode estar na variação normal ou osteopênica quedas queda pode ser definida como um evento descrito por vítima ou testemunha, em que a pessoa inadvertidamente vai de encontro ao solo ou a outro local em nível mais baixo que o anteriormente ocupado, consciente ou inconsciente, com lesão ou não. Tipos diferentes de quedas apresentam fatores de risco específicos, tornando necessária uma determinação cuidadosa de suas circunstâncias, tanto para a avaliação clínica quanto para a pesquisa epidemiológica. Nos estudos de incidência são consideradas quedas quando estas são não intencionais e resultam em contato com o solo, e não somente cair de costas em um assento, por exemplo. Envelhecimento Um dos fatores associados ao envelhecimento que pode predispor o indivíduo a quedas é a tendência à lentidão dos mecanismos de integração central, importantes para os reflexos posturais. O envelhecimento parece reduzir a capacidade de processamento e a habilidade de dividir a atenção. Se a concentração for distraída por outra tarefa cognitiva, há recuperação mais lenta de uma perturbação postural. Doenças especificas Epilepsia Doença de Parkinson Miopatias e neuropatias periféricas Síncope cardiogênica Espondilose vertical Hidrocefalia normobarica Demências A incidência de quedas aumenta com a idade e varia de acordo com a situação funcional do indivíduo. Estudos bem desenhados de base populacional e com grande número de indivíduos estimam uma incidência de 28 a 35% de quedas em indivíduos com mais de 65 anos, 35% naqueles com mais de 70 anos e 32 a 42% nos indivíduos com mais de 75 anos. Algumas evidências apontam para uma incidência de cerca de 50% em indivíduos com mais de 80 anos. Em estudo transversal recente, de base populacional, realizado com indivíduos com 65 anos oumais morando em áreas de abrangência de unidades básicas de saúde de 41 municípios com mais de 100 mil habitantes de sete estados do Brasil, verificou-se prevalência de quedas de 34,8 entre os homens e 40,1% nas mulheres. Estudos prospectivos indicam que entre 30 e 60% dos mais velhos vivendo na comunidade sofrem quedas anualmente, com aproximadamente metade experimentando quedas múltiplas A maioria das quedas resulta da interação de fatores relacionados com o indivíduo (intrínsecos) e de fatores do ambiente (extrínsecos). 33 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Sociodemográficos Idade avançada, sexo feminino, ausência de cônjuge, antecedente de queda, medo de cair Condição clínica e funcional Alteração da marcha, problemas de mobilidade, alteração da propriocepção e do equilíbrio, fraqueza muscular, dor musculoesquelética, principalmente quando generalizada, limitação funcional (AVDs), diminuição da acuidade visual Estado mental Deterioração cognitiva, depressão, transtornos do sono Enfermidades Osteoartrose, osteoporose, doença de Parkinson, diabetes, doenças cardíacas, doenças pulmonares, incontinência urinária, vertigem, hipotensão ortostática, deficiência de vitamina D Uso de fármacos Polifarmácia, psicotrópicos Atividade física excessiva Desequilíbrio Morte Morte é uma consequência bem menos frequente. Entretanto, os acidentes são a quinta causa de morte em pacientes mais velhos e as quedas constituem 2/3 dessas mortes acidentais. A maior parte das mortes decorrentes de quedas ocorre naqueles com mais de 65 anos de idade e as complicações de quedas são a causa principal de morte por trauma em indivíduos com mais de 65 anos. Medo de quedas O medo de quedas parece ser ao menos tão prevalente quanto as próprias quedas. Em estudo recente de mais de mil mulheres da comunidade com idade entre 70 e 85 anos, a síndrome do medo de quedas, determinada por questionário, foi encontrada em um terço destas no início da investigação e em 46% após 3 anos (Austin et al., 2007). Uma revisão sistemática recente encontrou 50% de indivíduos com medo de quedas após uma fratura de bacia (Visschedijk et al., 2010). Há evidências de que as quedas produzem sintomas de ansiedade e depressão, e sintomas depressivos são comuns em pacientes com fratura de colo femoral. A perda de confiança na capacidade de deambular com segurança pode aumentar o declínio funcional, depressão, sentimentos de inutilidade e isolamento social. Lesões As lesões resultantes de quedas são comuns, ocorrendo em 1/3 a 3/4, embora a maior parte seja de pequena gravidade e mais da metade dos pacientes não procure atendimento médico. A maior parte das lesões graves e fraturas nos pacientes mais velhos são decorrentes de quedas, embora as fraturas ocorram em menos de 10% desses eventos Iluminação inapropriada Escadas com degraus estreitos e altos, sem corrimão Calçados inadequado Tapetes dobrados ou soltos Móveis e órteses mal adaptadas Uso de medicamentos 34 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Permanência prolongado no solo Após uma queda, até metade dos indivíduos mais velhos, mesmo sem lesões, pode não conseguir levantar sem auxílio (Downton, 1998). Esses indivíduos estão mais propensos a desidratação, pneumonia, úlceras de decúbito e rabdomiólise e tendem a ser mais velhos e mais frágeis que os pacientes que se levantam sem ajuda. Eles correm, também, risco maior de morte, perda de independência e institucionalização (Downton, 1998). Evidências recentes encontraram 35% destes indivíduos mais propensos a sofrer perdas permanentes nas atividades básicas de vida diária, contra 25% dos controles. As estratégias de prevenção parecem funcionar, tanto em ambientes institucionais e comunitários, de acordo com recentes revisões sistemáticas abrangentes publicadas pela Cochrane Collaboration. Foram feitos ensaios controlados randomizados de intervenção única e multifatorial e, embora nem todos concordem uniformemente, a preponderância de evidências demonstra algum benefício positivo com declínio da taxa de quedas. Além disso, se as estratégias de prevenção puderem ser implementadas em populações de risco para quedas com lesões, a sociedade como um todo poderá desfrutar da redução de custos. 35 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Menor peso e volume encefálico (perda celular): principalmente giros pré-centrais (área pré-motora), temporais, cerebelo Acumulo de pigmento celular (lipofuscina) Hipocampo: placas neuríticas (amiloide: extracelular) e emaranhados neurofibrilares (intracelulares) PROBLEMA 5 – QUEM PEGOU MEU DINHEIRO? Maria, 72 anos, mora sozinha no interior desde que ficou viúva há 2 anos. Ficou 50 anos casada e depois da morte do esposo começou a ficar mais isolada, contudo, mantinha sempre contato com as filhas que moram na capital. Nos últimos meses, suas filhas notaram que a mãe parecia confusa durante as ligações, mas achavam inicialmente que era normal do envelhecimento, pois o idoso pode ter alterações devido ao envelhecimento cerebral. Em uma visita das filhas à casa da mãe, notaram que ela estava apática, com episódios de choro, perda de peso importante e insônia. Preocupadas com o quadro decidiram que a mãe não ficaria mais sozinha, vindo morar com uma delas pois poderia ser tristeza devido a viuvez. Maria trabalhou por 30 anos como empregada doméstica, tinha escolaridade de 4 anos, mas apresenta dificuldade para ler e escrever pois nunca gostou muito de leitura. Fumou por 20 anos cerca de 1 maço/dia e parou há 10 anos. A presenta rotina pobre, praticamente fica dentro de casa apenas realizando as atividades domesticas. Sedentária, hipertensa e obesa com história de infarto cerebral lacunar há 1 ano. As filhas notaram que a mãe repetia várias vezes ao dia o mesmo assunto. No início, achavam que era desatenção, mas o quadro foi progressivamente piorando. Descobriram que a mãe estava com várias contas em atraso e dívidas nas mercearias da região que morava. Com o tempo, ela começou a guardar roupa suja no guarda roupa e apresentar delírios de roubo. Era notável, que sempre ao fim do dia, Maria ficava agitada e gritava querendo voltar para sua casa no interior e a memória recente ficava cada vez pior, mas lembrava com detalhes da época da juventude. Decidiram então que a mãe precisava de um especialista, pois a condição de saúde dela não estava parecendo norma da idade e já estava afetando a todos. ALTERAÇÕES : Compreender as principais alterações fisiológicas do Sistema Nervoso Central no idoso Elucidar a fisiopatologia da depressão (conceito, epidemiologia, etiologia, fatores de risco, diagnóstico, quadro clínico - atípico, consequências) Evidenciar as principais características das síndromes demenciais mais prevalentes( vascular, mista, frontotemporal e LEWY) Conhecer a fisiopatologia da doença do Alzheimer (conceito, epidemiologia, etiologia, fatores de risco, critérios diagnósticos, quadro clínico, consequências) N E U R O L Ó G I C O 36 GERIATRIA | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS Menor atividade global do sistema de ACh e catecolaminas (Dopa, Nor e talvez serotonina) Menor sensibilidade dos baro e quimiorreceptores e exterorreceptores Menor velocidade de condução das fibras nervosas, alteração de neuro transmissores simpáticos e parassimpáticos fisiopatologia Os transtornos depressivos são caracterizados por humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações cognitivas e somáticas que afetam a funcionalidade do Indivíduo, eles são um grupo de doenças que se diferenciam
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