Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/30 CONTEÚDO 9 - TOXICOLOGIA DOS ALIMENTOS Refere-se ao estudo dos efeitos nocivos decorrentes da exposição do agente tóxico presente no alimento, sendo que o alimento é toda e qualquer substância ou mistura de substâncias capazes de fornecer nutrientes energéticos, biorreguladores ou plásticos, para que haja a manutenção da vida. Aos alimentos são considerados misturas extremamente complexas de substâncias não-nutrientes e nutrientes que podem ser consumidas nas formas in natura ou processadas. Segundo a Anvisa, alimento é toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinada a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento. Os nutrientes podem apresentar valor calórico (lipídios e carboidratos) denominados de macronutrientes. Os minerais e vitaminas são os micronutrientes. A quantidade que substâncias que predominam no alimento são os não nutrientes, sendo preponderantemente de origem natural. Já foram identificados, apenas no café, cerca de 600 compostos diferentes, sem valor nutricional, mas vital para o crescimento e desenvolvimento da planta produtora de alimento. São esses não-nutrientes que conferem a qualidade cacatacterística de cada alimentos. São essas substâncias que conferem as qualidades apreciadas na ingestão da bebida, bem como de suas característcas organolépticas. Há substâncias presentes nos alimentos que são considerados antinutrientes. Os inibidores de tripsina e/ou quimiotripsina, por exemplo, encontrados na soja e feijões e a anti-tiamina presente em peixes. Além deste perfil de substâncias químicas naturalmente presente nos alimentos, há aquelas que podem ser consideradas efetivamente tóxicas ao organismo humano, como os glicosinolatos ou substâncias bociogênicas (glicosinolatos), os glicoalcalóides e os glicosídeos cianogênicos. Carboidratos, aminoácidos e principalmente micronutrientes (vitaminas e minerais) são, freqüentemente, incorporados aos alimentos (aditivos intencionais nutricionais), para melhoras suas propriedades nutricionais. A utilização de aditivos intencionais em alimentos tem sido muito frequente, ultimamente, apesar de, em algumas situações, suas propriedades toxicológicas não ser, totalmente definida. Desde os primórdios da humanidade, busca-se adicionar substâncias químicas aos alimentos, com o objetivo de conservação, realçar suas propriedades organolépticas ou até mesmo, majorar suas características nutricionais. O cloreto de sódio, por 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/30 exemplo, era o único agente utilizado como conservante de alimento, sobretudo produtos cárneos, até o século XIX. À medida que desidratava o alimento, minimizava a possibilidade de proliferação de microrganismos patogênicos. À medida que, intencionalmente, adicionam-se substâncias químicas nos alimentos, torna-se necessária uma classificação dos agentes. A primeira delas, contempladas pela absoluta maioria de conhecidos aditivos diretos são os aditivos GRAS (Generally Recognized as Safe) – geralmente reconhecidos como seguros. Condimentos, açúcar, cloreto de sódio, vitaminas, ferro, iodeto de potássio, por exemplo. A estes, não há tolerâncias estabelecidas, haja vista que suas respectivas concentrações no alimento são auto-limitadas pelo próprio processo industrial (p. ex., quem se exporia a uma feijoada extremante salgada, onde sua ingestão levaria à náusea e ao vômito). Quando um animal ou o homem se alimenta, há o objetivo precípuo da manutenção do estado de higidez. Entretanto, caso os não nutrientes estejam presentes em altas concentrações nos alimentos, ou ainda que esteja em pequena quantidade, haja grande exposição do homem, passa-se a haver um aumento de risco de intoxicação, com consequentes sinais e sintomas de intoxicação, caso o organismo não consiga responder a esta variação externa. Dentro deste contexto, estabelecer as condições de exposição do organismo vivo, é uma condição sine que non para a prevenção da intoxicação. Uma das formas de prevenir a intoxicação, dentro da ótica da exposição alimentar, é observar a tolerância estabelecida para cada substância química, em função de sua presença nos alimentos. Um dos parâmetros utilizados, para minimizar estes riscos é o Limite Máximo Permitido (LMP) para um não nutriente. Respeitando-se o LMP, pode-se determinar se é o alimento pode ser ingerido pelo homem e em qual condição de exposição isso poderá ocorrer. Quando se estudam riscos toxicológicos alimentares, a Tolerância ou Limite Máximo Permitido (LMP) é um dos principais parâmetros utilizados para mensurar a probabilidade de danos em organismos humanos. O LMP refere-se à quantidade de um não nutriente presente no alimento, que pode ser ingerido por um organismo, durante toda sua vida, sem que esta substância possa causar danos ao referencial biológico. Este parâmetro de segurança é expresso em termos de massa/massa do alimento ou massa/volume do alimento. Como exemplo, citam-se praguicidas, metais, que estão naturalmente presentes nos alimentos, e que se demanda LMP. Outro parâmetro que pode ser utilizado, dentro deste contexto, é o Índice Provisório ou Tolerância Provisória, quando ainda não há ensaios ou dados necessários para estabelecer a máxima segurança possível, da substância presente no alimento. Em função da ampla gama de substâncias químicas presentes nos alimentos sem a IDA estabelecida por conta do desprovimento de informações toxicológicas, determinam-se valores provisórios. Para alimentos que não são ingeridos diariamente, determina-se a ISA – Ingestão Semanal Aceitável, respeitando-se as mesmas observações referentes à IDA. Outro parâmetro toxicológico utilizado no universo de alimentos associa-se, à máxima quantidade de um resíduo (praguicida, p. ex.) tolerada em um produto 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/30 agrícola ou alimento de seu emprego adequado, quando é consumido pelo homem, desde sua produção. Limite de carência ou intervalo de segurança são termos relacionados ao intervalo de tempo entre a colheita ou comercialização do alimento (vegetal), carne ou leite de animais que foram tratados e a última aplicação. Quando o aditivo alimentar não apresenta risco de intoxicação, nas condições habituais de utilização, convencionou-se de chamarmos de aditivos geralmente reconhecidos como seguros (GRAS). A ingestão diária aceitável (IDA) é a quantidade de uma substância química, presente no alimento como contaminante inevitável ou aditivo, que pode ser ingerido por meio da dieta, diariamente, por toda a vida do organismo, sem risco, para a maioria das pessoas. Expressa-se, normalmente, em mg (substância) / Kg de peso corpóreo. O nível de efeito não observado (NOEL) de uma substância química é de fundamental importância, uma vez que, à partir deste nível, calcula-se a IDA. O NOEL, portanto, é a quantidade de uma substância química pela qual o organismo se expõe, pelo alimento, por um extenso período de tempo e que não produza danos aparentes. O cálculo da IDA envolve fatores de segurança. O Limite de tolerância ou Limite Máximo de Exposição refere-se à maxima concentração permitida de uma substância química que possa ser adicionada ao alimento. É expressa em ppm. AGENTES TÓXICOS NATURALMENTE PRESENTES EM ALIMENTO Exposição complexa: quantidade de compostos químicos eventualmente presentes ou constituintes do próprio alimento. Quando o organismo humano se expõe a alimentos, há a interação com substâncias nutrientes e não nutrientes e alguns destes, podem causar danos ao homem. A exposição humana aos toxicantesé bastante complexa. A diversidade e quantidade de diferentes substâncias químicas pela qual o organismo se expõe, é muito grande, podendo apresentar riscos toxicológicos. Os glicosídeos cianogênicos são compostos orgânicos constituídos por um açúcar e uma porção "não-açúcar", denominada aglicona. Os glicosídeos têm como característica a facilidade com que se hidrolisam. Através desse tipo de reação libera-se o açúcar e a cianidrina (hidroxinitrilas). Esta, por sua vez, degrada-se originando o ácido cianídrico, responsável pela toxicidade do composto. Há a estimativa de que cerca de 2000 diferentes espécies de vegetais, das quais 110 famílias, sejam cianogênicas. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/30 Quando a planta ou alimento contenha mais que 20 mg CN- /100 g de peso, pode haver alto risco de provocar intoxicação. Podem estar presentes em toda a planta: folhas, raízes, sementes. Tecido jovens (brotos) apresentam concentrações mais elevadas destes compostos. Ex.: mandioca "brava". GLICOSINOLATOS São encontrados em inúmeras plantas de cultivo e chamadas de glicosídeos tiocianogênicos ou tioglicosídeos. São os glicosinolatos que respondem pelo sabor característico (picante) de condimento: mostarda, repolho, couve, couve-flor, brócolis. Os tioglicosídeos podem estar presentes em todas as estruturas das plantas que as contenham: raízes, caules, folhas e sementes. Os teores de glicosinolatos no alimento podem ser influendciados pelos fertilizantes como sulfatos e nitratos. GLICOALCALÓIDES Também chamados de alcalóides glicosídicos, são metabólitos secundários encontrados em batatas. Os glicoalcalódes de importância toxicológica são: alfa- solanina e alfa-chaconia - derivados sintéticos do colesterol = aglicona solanidina + 3 resíduos de açúcares. Concentram-se imediatamente abaixo da casca e em local de elevada atividade metabólica. Acima de 11 mg/100g: gosto amargo e sensação de ardor na garganta. Quando a concentração de solanina variar entre 38-45 mg / por 100 g de tubérculo, é causa provável de intoxicação fatal em humanos. A alfa-chaconia é teratogênica para camundongos e hamsters. OXALATOS Estão presentes no espinafre, beterraba, cenoura, feijão, amendoim, alface, cacau e chá. São membros dos ácidos dicarboxílicos. O cozimento reduz oxalatos solúveis, porém, os insolúveis praticamente permanecem no vegetal. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/30 A intoxicação aguda ocorre pela exposição acima de 1 g de oxalato, com irritação gástrica, caracterizado por ardor, dores, náuseas e vômitos. Oxalato de cálcio pode levar à hipocalcemia, caracterizado pela: irritabilidade do SNC, músculos esqueléticos, com convulsões crônicas e fibrilação. A exposição crônica pode levar a obstrução dos túbulos renais com supressão da urina; hematúria e dor. NITRATOS Os nitratos podem formar forma sais hidrossolúveis com Na+, K+ e Ca++. O nitrito e o nitrato se interconvertem no ambiente por meio da oxidação biológica, a partir do íon amônio: 2NH4+ + 2 OH- + 3O2- ⇔ 2NO2- + 2H+ + 4H2O (oxidação) 2NO2- + O2 ⇔ 2NO3- (nitrobactérias) Nitratos estão presentes: solo, água e vegetais, ou seja, alimentos de origem animal e vegetal e são considerados aditivos intencionais de alimentos, à medida que são adicionados intencionalmente nas formas de sais de sódio e potássio, em conservas, produtos cárneos e queijos. Um dos objetivos de acrescentar estes aditivos no alimento é inibir o crescimento do Clostridium botulinum, produtor da toxina botulínica, além de realçar as propriedades organolépticas ao alimento, como a conferência de cor, sabor às carnes e peixes curados e previne estufamento tardio do queijo. Como riscos toxicológicos, destacam-se: metemoglobina (principalmente em crianças) formação de compostos N-nitrosos (carcinogênicos) principalmente nitrosaminas. COMPOSTOS N-NITROSOS A descoberta dos compostos N-nitrosos foi acidental: em 1937 (Freund) constatou a exposição de dois trabalhadores a DMN (dimetilnitrosamina) - solvente industrial, com consequente aparecimento de neoplasia. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/30 Na Noruega, em meados da década de 50 do século passado, animais domésticos alimentados com ração conservada com nitrito (peixe) morreram com severas hepatopatias. Há mais de 300 diferentes nitrosaminas, e cerca de 90% destas, leva à carcinogênese em animais de experimentação. Os compostos N-nitrosos são grupo de substâncias encontradas: ambiente alimentos formadas no organismo Nos alimentos e os formados no organismo são originados pela reação química de grupamentos aminas (secundárias e terciárias), amidas ou aminoácidos, em meio ácido, sob condições de temperatura. O agente nitrosante pode estar presente normalmente, em: ar atmosférico (NOx) organismo humano: nitritos endógenos aditivo intencional C. botulinum e oxidação do alimento defumação nitritos originados de nitrato, reduzidos por bactérias processos de secagem de alimentos, nos quais o ar é aquecido em chama aberta, gerando NO. Ex.: malte utilizado na produção de bebidas. Os nitratos estão naturalmente presentes nos alimentos de origem vegetal, água e alimentos de origem animal. AGENTES PRODUTORES DE FLATULÊNCIA As leguminosas são abundantes fontes de aminoáciso: interessante fonte nutricional. Todavia provocam gases no TGI, principalmente em sua porção terminal. Ao se expor a feijão, por exemplo, mesmo com seus diferentes tipos, pode haver a produção de gases: CO2, H2 e CH4. Os responsáveis são os oligossacarídeoas rafinose e estaquiose. CARCINÓGENOS QUÍMICOS DE OCORRÊNCIA NATURAL Foi provado que inúmeras substâncias químicas de ocorrência natural podem produzir câncer, experimentalmente: substâncias alcaloídicas (alcalóides pirrolizidínicos): confrei glicosídicas (cicasina) fenólicas (safrol) pimenta preta 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/30 AGENTES TÓXICOS CONTAMINANTES DIRETOS DE ALIMENTOS Um contaminantes químicos no alimento associa-se a toda substância que não seja um dos seus componentes naturais, que possa se tornar parte do alimento durante sua produção, processamento e/ou armazenamento devido a fatores naturais ou artificiais e que apresente risco de provocar dano à saúde de quem o consome. A contaminação pode ser: 1. química direta (incontrolável ou de difícil controle) São aquelas que, durante a produção, processamento ou armazenamento possam podem se tornar parte do alimento, em função de processos naturais (ambientais). Ex.: micotoxinas, compostos N-nitrosos, metais, aditivos de alimentos não-GRAS presentes em concentrações que ultrapassem limites máximos permitidos. 2. Contaminação indireta: antibióticos e hormônios a. não são permitidas mas são utilizadas durante o armazenamento, produção ou processamento, quer de origem animal ou vegetal. Ex.: antibióticos e promotores do crescimento animal, como hormônios. b. substâncias químicas que, ainda que permitidas para emprego em qualquer fase da obtenção do alimento, estão presentes em níveis acima dos parâmetros permitidos, uma vez que não tenham sido aplicadas dentro das boas práticas de produção. Ex.: praguicidas. c. migrantes de componentes do material de embalagem que contém o alimento. MICOTOXINAS Desde a Idade Média, sabia-se poderia haver a geração de doenças, como o ergotismos, por meio do consumo de alimentos contaminados por fungos (Claviceps purpurea). Casos esporádicos de intoxicação com animais de criação, taiscomo bovinos, suínos, equinos e outros são relatados. À partir da década de 60 do século passado, observou-se a presença de fungos nas rações e Concon, em1988, observou a presença de substâncias geradas do metabolismo secundário destes fungos: as micotoxinas. As micotoxinas são substâncias químicas produzidas durante o metabolismo secundário de fungos filamentosos, que contaminam alimentos e rações animais, produzindo danos agudos (micotoxicoses) ou crônicos. Em grande parte das vezes estes danos são a carcinogênese. Muitos autores preferem o termo metabolismo secundário, ao invés de toxina. São reações bioquímicas cujos produtos da síntese terminal não desempenham papel 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/30 algum na própria biologia do fungo produtor, mas atuam sobre uma segunda espécie, causando danos. O metabolismo secundário leva uma gama considerável de moléculas de estrutura e funções químicas semelhantes, quase sempre tóxicas a outros organismos. Condições climáticas de países tropicais (temperatura e umidade elevadas) favorecem a proliferação de fungos nos produtos agrícolas, principalmente grãos. Segundo o substrato fornecido e o habitat, pode-se classificar os fungos da seguinte forma: 1. fungos de campo: contaminam plantas antes da colheita 2. fungos de armazenamento: desenvolvem durante o armazenamento do alimento 3. fungos de decomposição: levam o alimento a um estado de decomposição, tornando-o impróprio para o consumo. Em 1977 a agência internacional que regula a qualidade dos alimentos, nos Estados Unidos, associado à Organização Mundial da Saúde (FAO/WHO/UNEP) comprovou que: sete micotoxinas (ou grupo de micotoxinas) contaminavam alimentos: patulina, aflatoxinas, zearalenona, tricotecenos, ocratoxinas, citrinina e ácido penicílico. Atualmente acrescenta-se: esterigmatocistina, rubratoxinas A e B, citroveridina e fumonisinas. A primeira micotoxina foi caracterizada na década de 60, a aflatoxina, produzida por Aspergillus flavus ou Aspergillus parasiticus. AFLATOXINAS CARACTERISTICAS GERAIS E PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS Como exposto anteriormente, as micotoxinas são produzidas por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e são obíquas, ou seja, estão presentes em todo o lugar. Caracterizam uma contaminação direta. A relação nexo causal dentre todos os contaminantes de alimentos, as aflatoxinas (B1), são as que apresentam o binômio causa/efeito (ingestão de alimentos contaminados/efeitos tóxicos) bem determinados. Quando há uma exposição na ordem de grandeza de ppb, por tempo prolongado, pode levar ao carcinoma hepático. Uma exposição a curto prazo na ordem de grandeza de ppm, no alimento, caracteriza uma aflatoxicose com degeneração gordurosa e necrose como consequência. Na década de 60, na Inglaterra, observou-se, em uma semana, a morte de perus, anorexia, apatia e adinamia nas asas como sinais e sintomas de intoxicação. Em um primeiro momento, foi chamado de Doença X dos perus. No Brasil e em mais 13 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/30 países, isolaram ofator tóxico da ração e esta substância tinha como característica físico-química um alto grau de fluorescência. Quando submetidos à luz ultravioleta apresentaram fluorescência azul e verde (abreviados por B e G, respectivamente). A Aflatoxina G tem como fórmula química C17H12O7 e a Aflatoxina B, C17H12O6. Em 1962, De Iongh e cols verificaram mais algumas características físico-químicas das Aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. São apolares e estáveis acima de 100°C. a decomposição de aflatoxina é nula ou pequena, quando sob condições normais de pasteurização, cozimento e torrefação. OCORRÊNCIA DE AFLATOXINA EM ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL Se dá quando existe elevado teor de umidade e calor. Com exemplo, alimentos ricos em amido (arroz, trigo, cevada, aveia, soja e milho) possuem 18,3 a 18,5% de teor de H2O + umidade relativa de 85%. Os alimentos gordurosos (amendoim, castanha-da-ìndia) teor de H2O 9-10% + umidade relativa de 85%. EXPOSIÇÃO HUMANA A AFLATOXINAS E ESPECTRO DOS EFEITOS TÓXICOS OBSEVADOS Concentrações de aflatoxinas na ordem de ppb = ng/g não alteram propriedades organolépticas. Em 1988 - Taiwan (China) 26 pessoas sofreram intoxicações agudas, durante 3 semanas. Uganda (África): jovem de 15 anos com sintomas semelhantes ao caso de Taiwan. A aflatoxicose em humanos apresenta similaridade com a Síndrome de Reye: vômitos, hipoglecemia, convulsões, hiperamonemia, coma. Carcinogenicidade - exposição crônica, da ordem de ng/g. Onde reside o maior risco para a população exposta. ESTERIGMATOCISTINA São substâncias semelhantes às aflatoxinas B1: formam epóxidos que se ligam ao N da guanina no DNA. ZEARALENONA 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/30 Gênero Fusarium é o maior produtor da toxina. Maior substrato é o milho. PATULINA Metabólito secundário produzido por Penicillium, Aspergillus. Necessário dano para sintetizar metabólitos secundários na maçã e uvas. AGENTES TÓXICOS CONTAMINATES DIRETOS DE ALIMENTOS Contaminante químico: toda substância que não seja um de seus componentes naturais, que possa tornar parto do alimento durante sua produção ou processamento e/ou armazenamento devido a fatores naturais ou artificiais, devido a fatores naturais ou artificiais e que apresente risco de provocar dano à saúde de quem o consome ou qualquer substância química associada ao alimento em concentração que ultrapasse o limite máximo permitido (LMP). A contaminação pode ser dividida em: 1. contaminação química direta (incontrolável ou de difícil controle) 2. podem tornar parte do alimento durante a produção, processamento e armazenamento devido a processos naturais (ambientais). ADITIVOS INTENCIONAIS Aditivo de alimento é qualquer substância ou mistura de substâncias dotadas ou não de poder alimentício, adicionadas ao alimento com a finalidade de conferir ou intensificar suas propriedades organolépticas, modificar seu aspecto geral ou prevenir alterações indesejáveis. Podem ser divididos de acordo com o propósito com que são adicionados aos alimentos: - nutricionais - sensoriais - conservantes - auxiliares no processamento do alimento. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/30 De acordo com o risco que podem provocar pela ingestão do alimento em que foram adicionados podem ser considerados GRAS (sem limite de utilização) ou não-GRAS, onde são estabelecidos limites máximos permitidos (LMP) e ingestão diária aceitável. Para esses últimos, todas as vezes que o LMP for ultrapassado, configura-se uma contaminação direta do alimento por aditivos intencionais não-GRAS. ADITIVOS INTENCIONAIS NUTRICIONAIS Nesse grupo estão incluídas as vitaminas, os sais minerais, os aminoácidos, as fibras. Razões fundamentais para a utilização desses aditivos nos alimentos: 1. Corrigir as deficiências de um ou mais nutrientes na dieta de um número significativo de pessoas. 2. Manter a qualidade nutricional do suprimento alimentar em níveis preconizados pela moderna ciência da Nutrição. A fortificação nutricional teve início em 1924 quando o iodo foi adicionado ao sal de cozinha a fim de prevenir o bócio. A adição de vitamina D ao leite teve início em 1930, nos EUA, permanecendo até hoje para prevenir o raquitismo. A necessidade de se recompor os teores de nutrientes perdidos durante o processamento de certos alimentos. Posteriormente houve a prática da adição de ferro, vitaminas do complexo B (niacina, tiamina e riboflavina) à farinha e cereais para sanar os problemas de saúdepública representados pela anemia, pelagra e beri-beri. Os carotenos podem ser usados como corantes de alimentos enquanto as vitaminas C e E são antioxidantes. Substâncias utilizadas como aditivos nutricionais não estão isentas de toxicidade. Vitaminas e sais minerais são consideradas como GRAS, quando adicionadas aos alimentos com finalidade nutricional e nas quantidades preconizadas pelas boas práticas na produção de alimentos. OUTROS PROPÓSITOS: propriedades específicas, não-nutritivas. ADITIVOS INTENCIONAIS SENSORIAIS A aceitação dos componentes da alimentação humana está intimamente ligada à aparência e principalmente à palatabilidade (aroma e sabor) onde a estimulação do apetite é facilmente conseguida com produtos alimentícios que exalem aromas. Assim, agentes químicos que sejam intencionalmente incorporados a alimentação a fim de promover ou realçar sua propriedades organolépticas são denominados de aditivos sensoriais e podem ser divididos em naturais e sintéticos. AGENTES AROMATIZANTES E SAPORÍFICOS 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/30 Aromatizantes são substâncias que apresenta, predominantemente, propriedades que produzem odor (aroma) e que possivelmente afeta o paladar (sabor). Até o final do séc. XIX 90% de todos os agentes aromatizantes/saporíficos conhecidos eram de origem natural, ou seja, óleos essenciais extraídos principalmente de especiarias e constituídos por misturas de dezenas de substâncias. Nos anos 50, essa porcentagem passou a ser representada por compostos sintéticos, em virtude da grande disponibilidade de substâncias utilizadas nas sínteses. Surpreendentemente, na década de 80, 70% voltaram a ser representados por compostos naturais. Em 1964, a FDA apresentou uma lista de 1.124 compostos e misturas de compostos (naturais e sintéticos) que poderiam ser utilizados como aromatizantes/saporíferos. Entretanto, houve dúvida em relação a segurança do ciclamato, adoçante artificial suspeito de carcinogenicidade, colocaram todos os aditivos sintéticos sob intensa avaliação toxicológica. Apenas os aromatizantes/saporíferos considerados GRAS são permitidos de serem adicionados aos alimentos e informações expressas ao consumidor devem ser dadas, a fim de que o mesmo se inteire se a substância é natural, idêntica à natural, artificial ou mistura das três. Têm sido estabelecido valores de IDA para vários aromatizantes, o que tem resultado em pouco valor prático. São regulados pelas boas práticas de produção de alimento (BPPA) onde concentrações acima do recomendado no processo industrial coloca em risco a aceitabilidade do produto pelo consumidor, pelo sabor e aroma exagerados. Portanto, são substâncias auto-reguláveis. REALÇADORES DO AROMA E SABOR DOS ALIMENTOS São substâncias utilizadas para suplementar ou realçar o aroma e sabor originais do alimento. A substância mais comumente utilizada é o L-glutamato monossódico (LGM) virtualmente presente naturalmente em todos os alimentos, inclusive carne, peixes, leite e inúmeros vegetais, ligados a outros aminoácidos, formando proteínas e também na forma livre. Utilizado para potencializar o sabor de caldos, sopas e molhos, além de carnes enlatadas e congeladas, bem como vegetais. Durante muito tempo, considerou-se o LGM como hipersensibilizante, sendo o possível responsável pela denominada “Síndrome do Restaurante Chinês”, porque é muito utilizado na culinária japonesa e chinesa. Em estudo de duplo-cego, o resultado foi negativo. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/30 No Japão, não restrição quantitativa de uso, sendo considerado GRAS. ADOÇANTES O adoçante mais comum que se conhece é o açúcar (sacarose). Dois tipos de edulcorantes podem ser considerados: adoçantes nutritivos (mais que 2% do valor calórico da sacarose por unidade equivalente de capacidade adoçante) e adoçantes não-nutritivos, as que apresentam menos que 2% da mesma característica. ADOÇANTES NUTRITIVOS Frutose: monosacarídeo (hexose) - é o açúcar natural mais abundante na natureza. É denominado açúcar de frutas ou levulose. Seu uso como aditivo vem aumentando principalmente em alimentos dietéticos. Xilitol e Sorbitol, além do manitol. ADOÇANTES NÃO-NUTRITIVOS SACARINA É uma amina aromática descoberta em 1879, por Fehlberg & Remsen, EUA. Introduzida como aditivo de alimento nos EUA em 1900, com segurança questionada, logo após. Após a II Guerra, com a escassez da sacarose, aumentou-se enormemente o uso da sacarina. Carcinogenicidade questionada em 1990. Vantagens da adição da sacarina em alimentos dietéticos (Diet)e Light (baixas calorias): baixo custo, substância não calórica, boa estabilidade química em todas as condições do processamento do alimento, além de capacidade adoçante 300 vezes maior que a sacarose quando em solução aquosa de igual concentração em massa/volume. Desvantagem: sabor residual desagradável (amargo, metálico ou adstringente) e a necessidade de ser usada em teores que não ultrapassem 0,1%, associado ao fato de ainda apresentar seus aspectos toxicológicos conflitantes. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/30 A maior utilização ocorre em refrigerantes, como adoçantes de mesa (pó ou tabletes) e em alimentos dietéticos. No Brasil, o sacarato de cálcio é utilizado em associação com o ciclamato de sódio. A JECFA estabeleceu um valor de IDA de 2,5 mg/Kg de peso corpóreo para sacarina na forma de seus sais sódico e cálcico. Aspectos toxicológicos Sacaratos são absorvidos eficientemente pelo TGI, embora com baixa velocidade, sofrendo efeito de primeira passagem. Entretanto, não sofrem reações de biotransformação, sendo removido do organismo pela urina na sua forma inalterada, em até 48 horas. Apresenta testes negativos para mutagenicidade. Carcinogenicidade suspeita, pela exposição crônica. A suspeita de pouca segurança fez com que fosse banida nos EUA em 1912. Pesquisas com altas concentrações de sacarina (5 – 7,5%)e incidência de câncer de bexiga urinária em ratos submetidos, mostraram um aumento na formação de tumores, tendo-se observado até mesmo uma relação dose/resposta. Em 1985, Carlborg mostrou haver a possibilidade de se estabelecer uma concentração de não efeito carcinogênico e tais doses convertidas para a ingestão diária aceitável representariam quantidades absurdas. O NOEL equivaleria a 500 mg/Kg. CICLAMATOS São sais de cálcio, sódio e potássio do cicloexilsulfamato. Não apresentam sabor residual. Em soluções diluídas de até 0,15% são cerca de 30 vezes mais doces que a sacarose e 10 vezes menos doce que a sacarina. Em concentrações mais elevadas, percebe-se ligeiro sabor amargo. É usado na forma de ciclamato de sódio, associado a sacarina. Introduzido comercialmente em 1950, foi considerado aditivo GRAS até 1969, quando então passou a ser proibido em alimentos, refrigerantes e tabletes adoçantes em diversos países. Atualmente encontra-se no Brasil apenas a forma sódica, em mistura sinérgica de ciclamato-sacarina. São instáveis tanto a altas como baixas temperaturas, bastante solúveis em água, podendo ser utilizados em numerosos alimentos, principalmente em refrigerantes, confeitos, sobremesas e frutas processadas. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/30 Biotransformação: no intestino a cicloexilamina, derivado que pode apresentar efeitos adversos graves. Cerca de 37% do composto ingerido são absorvidos sem sofrer biotransformação hepática, graças a sua hidrossolubilidade. A fração não absorvida fica disponível na luz intestinal e sob ação da flora bacteriana, local em quetransforma-se em ciclohexilamina em uma razão de conversão que é de 30%. Sua excreção na forma inalterada ocorre principalmente na urina. Tanto o ciclamato quanto a ciclohexilamina cruzam a barreira placentária, podendo afetar o embrião ou feto. Aspectos toxicológicos: Não há efeitos importantes a curto prazo. Tem sido relatado a carcinogenicidade do composto desde a década de 60. Potencial teratogênico: para ratos, com resultados conflitantes relatados. Para efeito in vitro, foi observado em cultura de linfócitos de sangue periférico de pessoas saudáveis, com produção de mitoses e aberrações cromossômicas. Alguns trabalhos têm relatado a incidência significativa de dano cromossômico (abertura e quebra) em linfócitos de animais tratados com o adoçante. Outros estudos semelhantes mostraram resultados negativos e as altas doses usadas pelos resultados positivos trazem incertezas sobre o seu significado. Em outro estudo, observou-se que, injetando ciclamato e ciclohexilamina em ovos férteis, observou-se teratogênese para uma concetração de 1 ppm nos embriões de ave. IDA: 11 mg/de ciclamato ácido/kg. No Brasil, o valor aceitável é de 4 mg/kg. A FAO-WHO não permite a utilização de ciclamatos isoladamente, nem como aditivo de alimentos ou em formulações líquidas ou sólidas de adoçantes. No Brasil, o ciclamato está associado à sacarina ou ao aspartame e acessulfamo K em alguns tipos de refrigerantes. ASPARTAME É um dipeptídeo. É inodoro, hidrossolúvel, que na presença da umidade, decompõe- se lentamente em aspartilfenilalanina e metanol, perdendo totalmente seu poder 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 16/30 adoçante. É cerca de 150 a 200 vezes mais doce que sacarose, com praticamente a mesma equivalência calórica, ou seja, 4 kcal/g. Contudo, como aditivo de alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos, perde seu poder adoçante especialmente em altas temperaturas e em soluções ácidas. Assim é limitado a produtos frios, não ácidos, que não necessitem de armazenamento prolongado e que não sejam levados aos cozimento a altas temperaturas. Pode sofrer ciclização no composto diceto piperazínico, que por sua vez pode ser hidrolisado a aspartilfenilalanina e, posteriormente, a fenilalanina e aspartato, dependendo da quantidade utilizada no alimento, teor de umidade, pH, temperatura, armazenamento e tempo de estocagem. Estudos em animas sugerem que a substância, no TGI, é hidrolisada a fenilalanina, ácido aspártico e metanol. É improvável que o metanol produzido venha causar danos aos organismos expostos. O consumo controlado de aspartame não produz quantidades apreciáveis de fenilalanina.. As concentrações de metanol encontradas são inferiores a 1 mg%. Aspectos toxicológicos: FDA em1976 – foi aprovado para o uso, mas contou com a objeção de alguns cientistas que se baseavam em dois fatos principais: i. a estrutura química da dicetopiperazina com dois nitrogênios de aminas secundárias sugere a formação no TGI, de compostos N-nitrosos. Estudos de longa duração com ratos fêmeas alimentadas com dicetopiperazina mostraram o aparecimento de papilomas uterinos. O nitrosopiperazina demonstrou ser o causador de tumores nasais em ratos, e dinitrosopiperazina, o agente causal de tumores no fígado e pulmão em camundongos. Contudo, esse argumento foi amplamente questionado por outros estudos de longa duração em várias espécies animais, que não encontram evidências estatisticamente significativas de carcinogenicidade para o aspartame e seu metabólito, a dicetopiperazina, quando comparado com os resultados obtidos nos animais controles. ii. Outra objeção inicial: a possível neurotoxicidade do aspartato monossódico produzido no TGI, com risco de dano cerebral em grupo populacional mais sensível, como crianças. Estudos demonstram que as doses de aspartame necessárias para a produção desses efeitos em camundongos recém-nascidos eram menores que as de outros agentes. A FDA-USA estabeleceu a necessidade de uma clara advertência no rótulo da embalagem aos fenilcetonúricos, pela possibilidade de se produzir elevadas quantidades de fenilalanina. A fenilcetonúria ou doença de Folling é uma deficiência congênita da enzima fenilalanina hidroxilase, que provoca a inadequada formação da tirosina, elevação de 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 17/30 fenilalanina sérica, excreção urinária do ácido fenilpirúvico e o acúmulo de fenilalanina e seus metabólitos, os quais podem produzir lesão cerebral, resultando em grave retardamento mental. IDA: para o aspartame – 40 mg/kg peso, com base em um NOEL de 4 g/kg obtido em estudos com animais experimentais e para a dicetopiperazina, uma IDA de 0 a 7,5 mg/kg, com base em um NOEL obtido em ratos de 750 mg/kg. Os efeitos adversos do aspartame relatados mais frequentemente são: sintomas neurológicos ou comportamentais, gastrintestinais e de hipersensibilidade imunológica. Abaixo, aspectos toxicológicos da Ocratoxina e Patulina. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. MÍDIO, AF; MARTINS, DI. Toxicologia de Alimentos. Editora Varela. São Paulo: Ed. 1. 2000. Exercício 1: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quinta-feira (22), a proibição da importação, da distribuição, da utilização e da comercialização do lote P90357A do produto Neocate Hypoallergenic. O alimento é um conteúdo líquido de 400g com data de fabricação 02/2009, data de validade 02/2011 e fabricado pela empresa SHS International Ltda., da Inglaterra. A decisão da Agência é baseada em alerta da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) da Argentina que informou sobre a presença de salmonela no referido lote. “Apesar do produto não ter sido importado pelo Brasil, conforme informado pela Support Produtos Nutricionais Ltda., importadora de alimentos desta empresa em nosso país, por precaução, proibimos a importação do lote que apresentou problemas na Argentina”, explica Denise Resende, gerente geral de Alimentos da Anvisa. O único produto da marca Neocate com registro no Brasil é o alimento para situação metabólica especial para nutrição enteral ou oral formulado para distúrbios da digestão ou absorção de nutrientes e alergias alimentares. “É importante dizer que o produto com registro autorizado em nosso país não apresentou, até o momento, nenhum desvio de qualidade”, complementa Denise. https://online.unip.br/Arquivo?id=67363.pdf https://online.unip.br/Arquivo?id=67364.pdf 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 18/30 A salmonelose é uma infecção alimentar causada pela bactéria Salmonela spp. Os sintomas comuns da doença incluem dores abdominais, diarréia, calafrios, náusea e vômito. Esse microorganismo é encontrado principalmente em alimentos de origem animal, como ovos, leite e carnes e oferece sérios riscos à saúde (anvisa.gov.br; acesso em 04/04/2010). Os alimentos podem ser veículos de contaminação microbiológica ou química, onde há agentes tóxicos naturalmente presentes nos alimentos, contaminantes diretos e indiretos de alimentos. Dos agentes incontroláveis ou inevitáveis, destacam-se as micotoxinas e os compostos N-nitrosos. Assim: I. As aflatoxinas são produzidas por fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus; a ingestão de alimentos com baixos teores (ppb) destas toxinas, por um período prolongado, pode ocorrer um carcinoma hepático II. As aflatoxinas B fluorescem de coloração verde quando expostas à radiação U.V.; as aflatoxinas G fluorescem de coloração azul, quando submetidas à mesma radiação III. Os compostos N-Nitrosos são obtidos a partir da nitrosação de carboidratosIV. O N2O3 é o agente nitrosante das aminas, amidas, aminoácidos ou proteínas que, por sua vez, é formado à partir dos nitritos (NO2-). Compostos N-nitrosos são agentes potencialmente carcinogênicos Estão corretas apenas as frases: A) I e IV B) I, II e III C) I e III D) I, III e IV 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 19/30 E) II e IV Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Zearalenona, esterigmatocistina, patulina, aflatoxinas, são substâncias químicas produzidas por fungos, de diferentes espécies e gêneros. Cada toxina apresenta uma forma de ação tóxica (toxicodinâmica) diferente. Com relação a estas toxinas, responda corretamente: A) A zearalenona é uma micotoxina com atividade estrogênica produzida apenas por espécies de fungos do gênero Aspergillus; B) A propriedade fluorescente da zearalenona impede que seja usada como uma vantagem analítica quando for irradiada com luz ultravioleta. C) A patulina é um metabólito secundário produzido por diferentes espécies de fungos dos gêneros Clostridium botulinum; D) Elevadas temperaturas, umidade e substrato. Estas condições são as mais adequadas para a proliferação de fungos. E) A patulina por ser antropogênica, é considerada uma toxina. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 20/30 Exercício 3: A população japonesa corresponde ao povo de maior incidência de câncer de estômago do mundo. com o intuíto de se verificar o possível fator causal para tal fato foi realizado um estudo multicêntiro, ou seja em diferentes locais geográficos e foi observado que a dieta corresponde ao maior fator de risco, em virtude dos altos teores de sal e principalmente de conservantes presentes nestes alimentos. O nitrato e o nitrito são substâncias naturalmente presentes, ou adicionadas intencionalmente durante o prcessamento em alimentos, na cura da carne são usados para conservar como para conferir sabor, aroma, cor avermelhada desejável ao produto. A análise destas substâncias em alimentos faz-se necessário pois: A) Correpondem a substâncias com efeito metemoglobinizantes sendo este o maior risco toxicológico propiciando a formação de carboxihemoglobina B) Podem promover a formação de nitrosaminas em pH alcalino na presença de carboidratos C) Podem promover a formação de nitrosaminas em pH ácido na presença de carboidratos D) Podem promover metemoglobinemia além da formação de nitrosaminas em pH ácido e na presença de proteínas E) Inibem a citocromo oxidase, no processo de fosforilação oxidativa. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 21/30 “Durante a estocagem de alimentos de origem vegetal com altas concentrações de nitratos (espinafre, berinjela, aipo, beterraba, brócolis, etc) pode ocorrer a conversão microbiológica a nitritos pode ocorrer à temperatura ambiente” Mídio, 2000.” Em relação aos nitritos, nitratos presentes naturalmente presentes nos alimentos e substâncias químicas adicionadas intencionalmente nos alimentos, assinale a alternativa incorreta: A) Sacarina, ciclamato e acessulfame de potássio são aditivos intencionais considerados Geralmente Considerados como Seguros (GRAS). B) Nitritos são importantes sob a óptica toxicológica na exposição aguda (crianças) e crônica (adultos). C) O tempo de aquecimento e a temperatura de aquecimento interferem na toxicidade dos nitritos e nitratos. D) Oxalatos tendem a levar à hipocalcemia. E) Oligossacarídeos – rafinose e estaquiose, por exemplo – podem levar ao aumento da produção de gases retais. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Antigamente, o termo biotransformação era considerada sinônimo de detoxificação, pois alguns toxicantes se transformavam a metabólicos ativos tóxicos quando sofriam estas reações no organismo vivo. Assinale abaixo a alternativa que melhor expressa o desuso desta máxima, ou seja, substância química que se torna tóxica quando sofre biotransformação e, consequemente, alterar a toxicodinâmica de um xenobiótico: 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 22/30 A) Aflatoxinas. B) Anfotericina B. C) Clorofórmio. D) Cocaína. E) Chumbo. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Muito raramente um alimento apresenta-se infectado por um único tipo de fungo. Assim, por exemplo, 27 espécies diferentes podem estar presentes em amendoim, levando, como conseqüência, ao possível aparecimento de múltiplas micotoxinas. Estas, podem interagir entre si provocando maior ou menor intensidade de efeitos nocivos, por potencialização, adição, sinergismo ou antagonismo. Por outro lado, uma única espécie de fungo pode produzir efeitos diferentes tipos de micotoxinas. O Aspergillus flavus, por exemplo, não produz apenas aflatoxinas, mas uma série de compostos de estruturas químicas diferentes ou semelhantes, dependendo das condições ambientais e do substrato. É o caso da esterigmatocistina (EC) e seus congêneres, micotoxinas que guardam semelhanças estruturais e tóxicas com as aflatoxinas. Mídio, 78. 15/08/2007. Analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta. I. O fungo Fusarium graminearum produz aflatoxina e ocratoxina. II. O desenvolvimento dos bolores ocorre com umidade ambiental a partir de 60%. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 23/30 III. Aflatoxinas são hepatotóxicas e cancerígenas. IV. Fusariotoxicose acomete bovinos, equinos, ovinos, frangos e homem. V. A temperatura de 120ºC inativa a fusariotoxina. A) Somente a III e a IV estão corretas. B) Somente a II e a V estão corretas. C) Somente a II e a III estão corretas. D) Somente a I e IV estão corretas. E) Somente a III e a V estão corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Uma característica química muito importante dos glicosídeos é a facilidade com que se hidrolisam, liberando-se o açúcar e a cianidrina. Esta, por sua vez degrada-se originando o ácido cianídrico, responsável pela toxicidade do composto. Os glicosídeos cianogênicos são amplamente distribuídos nas plantas superiores. Estima-se que mais de 2.000 espécies de vegetais, envolvendo 110 famílias, são cianogênicas. Plantas que apresentam mais que 20 mg de CN por 100g de peso são classificadas de alto risco de provocar intoxicações, mesmo quando ingeridas em pequenas quantidades. As mais altas concentrações são encontradas nas folhas, mas também em quantidades consideráveis nas raízes, sementes e outros tecidos, ou seja, está em toda a planta. Os tecidos jovens (brotos) apresentam concentrações mais elevadas destes compostos. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 24/30 Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica (SINITOX) do Ministério da Saúde, os efeitos tóxicos dos glicosídeos cianogênicos referentes ingestão da raiz e folhas da planta mandioca brava manifestam- se por: A) Hipotermia e alcalose metabólica. B) Cólicas abdominais e diarreia intensa. C) Bradicardia e melena. D) Bradipneia e diarreia sanguinolenta. E) Disfunção sexual e convulsões. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8:Riscos associados à exposição a substâncias químicas naturalmente presentes nos alimentos são variáveis. Uma dessas variáveis correlaciona-se ao fato de haver substâncias químicas naturalmente presentes no alimento e assim, não ser possível a estimativa do risco, quando se compra um alimento vegetal. Assim, no que se refere a toxicologia de alimentos, assinale a alternativa não correspondente: A) Oxalatos e hipercalcemia. B) Glicosinolatos e bócio. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 25/30 C) Cloreto de sódio e GRAS (Geralmente Reconhecido Como Seguros). D) Nitritos e metahemoglobina. E) Sacarina e não-GRAS Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: Segundo a legislação, lingüiça “é o produto cárneo industrializado obtido de carnes de animais de açougue, adicionado ou não de tecidos adiposos, ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial e submetido ao processo tecnológico adequado”. Este processo requer adição de sais de cura, recurso que permitirá ao alimento produzido em escala industrial atingir os parâmetros de qualidade sensorial – sabor, cor, aroma e textura, além de garantir a preservação do produto. Sais de cura, como nitrato e nitrito de sódio e de potássio, são largamente utilizados como aditivos alimentares em produtos cárneos. Estes sais, além de conservarem a carne contra a deterioração bacteriana, são fixadores de cor. Devem estar presentes nos alimentos de acordo com as concentrações estabelecidas pelos órgãos responsáveis. Seus efeitos adversos são representados, principalmente, pela metamioglobina tóxica e pela formação de nitrosaminas, de ação carcinogênica. Tais aditivos devem, portanto, ser submetidos a uma avaliação toxicológica que (ENADE - MEC): A) Possa verificar os efeitos mutagênicos, carcinogênicos teratogênicos que são de fácil previsão, uma vez que geralmente envolvem níveis de exposição muito baixos por um período de tempo curto. B) Forneça seu perfil toxicológico, particularmente com respeito à sensibilidade comparativa entre várias espécies animais, à natureza dos órgãos alvos, ao metabolismo e à capacidade de acúmulo no organismo. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 26/30 C) Se inicia, normalmente, com a determinação da toxicidade crônica da substância química, sendo obtidas informações preliminares quanto ao nível de dose que provoca um efeito no animal experimental. D) Envolve o estudo de toxicidade aguda, que é o efeito produzido pelo aditivo em doses repetidas, por um período de tempo geralmente correspondente a 2/3 da vida da espécie do animal. E) Envolve a interpretação dos dados toxicológicos gerados, identificando-se uma dose experimental na qual não tenham sido observados efeitos adversos da substância avaliada sobre a espécie animal mais sensível. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 10: Uma plantação de centeio foi contaminada com Claviceps purpurea. A(s) manifestação(ões) que pode(m) estar relacionada(s) à intoxicação após ingestão do cereal contaminado são: A) Gangrena. B) Ototoxicidade. C) Câncer. D) Nefrotoxicidade. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 27/30 E) Hematotoxicidade. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 11: Com o objetivo de prevenir a intoxicação aos alimentos, várias medidas de segurança são propostas. Uma delas refere-se à caracterização de substâncias químicas adicionadas aos alimentos, segundo seu risco de intoxicação. Assim, o termo GRAS (Geralmente Reconhecidas como Seguras) representa: A) Parâmetro de segurança dos alimentos, onde estas substâncias químicas não apresentam risco de dano ao organismo humano. B) Refere a um limite encontrado na toxicologia ocupacional. C) Todos os aditivos intencionais alimentares são considerados GRAS. D) É um parâmetro de segurança utilizado na toxicologia ambiental. E) Não há como determinar se uma substância pode causar ou não dano ao organismo. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 12: 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 28/30 Os glicosídeos cianogênicos são amplamente distribuídos nas plantas superiores. Estima-se que mais de 2.000 espécies de vegetais, envolvendo 110 famílias, são cianogênicas. As plantas que contém mais que 20 mg de cianeto por 100 g de peso são classificadas de alto risco de provocar intoxicações, mesmo quando ingeridas em pequenas quantidades. Assim, assinale a alternativa correta em relação aos glicosídeos cianogênicos: A) São hidrolisados pelo CYP-450 e liberam a cianidrina. Insuficiência renal é a principal patologia associada à cianidrina. B) São hidrolisados pela tiossulfato sulfotransferase e libera o H2SO4. C) São hidrolisados por glicosidases e libera a cianidrina. D) São biotransformados a compostos N-Nitrosos, que dão origem ao íon carbônio. E) Linamaria e amigdalina são exemplos de glicosídeos cianogênicos; elevadas concentrações de linamarina são oxidadas pelo CYP-450 e libera H2SO4. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 13: As aflatoxinas causaram a morte, no final da década de 60, na Inglaterra, quando foram identificadas como causa da morte de um grande número de aves (perus jovens). Morriam em uma semana com anorexia, apatia e adinamia das asas. Com relação aos fungos produtores de toxinas e às aflatoxinas, assinale a alternativa incorreta: A) 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 29/30 O teor de água (umidade) do substrato é um importante fator para a proliferação fúngica. B) A Aflatoxina M é excretada pelo leite. C) Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus podem produzir as aflatoxinas. D) Temperaturas de 100ºC reduzem a toxicidade das Aflatoxinas M. E) Após a biotransformação, ocorre bioativação das aflatoxinas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 14: A aflatoxina B1, ao ser biotransformada pelas enzimas microssomais hepáticas, forma: A) Álcoois, que se ligam aos sítios protéicos. B) Epóxidos, que dão origem a adutos de DNA. C) Aldeídos, que se ligam à membrana protéica. D) Cetonas, que reagem com DNA. 19/03/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 30/30 E) Ácidos, que formam aductos em receptores enzimáticos. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Compartilhar