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GERENCIAMENTO DE RISCOS Simone Fraporti Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147 F838g Fraporti, Simone. Gerenciamento de riscos / Simone Fraporti, Jeanine Barreto ; [revisão técnica: Gisele Lozada]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. 166 p. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-334-5 1. Administração. 2. Gestão de riscos. I. Barreto, Jeanine. II. Título. CDU 658.88 Revisão técnica: Gisele Lozada Graduada em Administração de Empresas Especialista em Controladoria e Finanças Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as origens da metodologia COSO. � Descrever o controle interno segundo o modelo do COSO. � Interpretar o gerenciamento de riscos corporativos segundo a estrutura integrada do COSO. Introdução O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) é uma organização sem fins lucrativos, constituída por conceituadas entidades profissionais da área contábil e de auditoria norte- -americanas. Foi criada em 1985, visando à melhoria contínua dos relatórios financeiros, sempre pautados em ética, efetividade dos controles internos e governança corporativa. As recomendações do COSO são tidas como referência para controles internos e gestão de riscos corporativos, visando ao desenvolvimento e à implementação de metodologias para seu ge- renciamento, sempre pensando na melhoria contínua dos processos com a melhor alocação dos recursos da organização. O gerenciamento de riscos corporativos, segundo o COSO 2007, possibilita aos administradores tratar com eficácia as incertezas, os riscos e as oportunidades, a fim de melhorar a capacidade de gerar valor. Neste capítulo, você vai estudar a origem do COSO, os controles in- ternos e o gerenciamento de riscos corporativos com estrutura integrada na organização. U N I D A D E 4 Origens do COSO A história do COSO iniciou em 1985, nos Estados Unidos, substituindo a Natio- nal Commission on Fraudulent Financial Reporting (Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros), iniciativa independente de conceituadas entidades profissionais da área contábil e de auditoria norte-americanas, que visava estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros e contábeis e desenvolver recomendações para empresas e auditores. Suas publicações acompanharam as modificações e a evolução do cenário no qual as organizações e suas diversas partes interessadas estão inseridas, e sua metodologia foi sendo ajustada conforme as necessidades exigidas. Isso fica evidenciado na missão declarada pelo COSO, que consiste em fornecer pensamento de liderança por meio do desenvolvimento de quadros e orientações sobre gerenciamento de riscos corporativos, controles internos e frau- des. Em complemento, sua visão declara a intenção de ser líder no mercado global em desenvolvimento de orientação nas áreas de risco e controle, que permitem uma boa governança organizacional e a redução de fraudes (PEREIRA, 2015). No início dos anos 2000, quando grandes escândalos corporativos vieram à tona, mostrando ao mundo que o sucesso de muitas organizações era funda- mentado em fraudes, muitos casos de manipulação de informações contábeis e financeiras abalaram a confiança de investidores, além de reforçarem a necessidade de haver maior transparência e confiabilidade na preparação e divulgação dessas informações. Nos links a seguir, você encontra noticiários sobre alguns escândalos corporativos nos Estados Unidos (AGENCIA ESTADO, 2002; MELLO, 2014): https://goo.gl/Q1Yo5R https://goo.gl/8s6yiH Foi então que, em 2002, foi aprovada a Lei Sarbanes-Oxley, que reformulou e regulamentou o mercado de capitais, como forma de acabar com a manipu- lação das informações financeiras. As principais mudanças foram nas regras de governança corporativa, que aumentou a responsabilidade dos executivos Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO102 https://goo.gl/Q1Yo5R https://goo.gl/8s6yiH das organizações, bem como dos responsáveis perante a emissão e divulgação de relatórios financeiros. Também foi dada mais ênfase ao uso de controles internos mais rígidos. Em resposta aos fatos apontados, vários estudos foram realizados, buscando identificar as principais falhas nos controles dessas instituições (GRUPO PORTAL DE AUDITORIA, 2017). Para acessar mais informações sobre o surgimento da Lei Sox, leia o texto disponível no Grupo Portal de Auditoria (2017): https://goo.gl/zxBgNX Estes eventos impulsionaram a percepção da importância dos controles internos, e os estudos do COSO identificaram os objetivos essenciais do negócio da organização e definiram os controles internos, fornecendo critérios a partir dos quais os sistemas de controle podem ser avaliados, gerando subsídios para que administração, auditoria e demais interessados possam utilizar, avaliar e validar os controles. Dentre as publicações feitas pelo COSO, dois pronunciamentos se notabilizaram: � COSO Report ou COSO I, em 1992, Internal Control – Integrated Framework (Controle Interno – Um Modelo Integrado), que se tornou referência mundial para o estudo e aplicação dos controles internos. � COSO-ERM ou COSO II, em 2004, Enterprise Risk Management – Integrated Framework (Gestão de Riscos Organizacionais – Estrutura Integrada), modelo de referência que estendeu o COSO I, tendo como foco principal a gestão de riscos corporativos. Essas publicações ressaltam a importância do foco contábil e da gestão empresarial nos controles internos da organização. O COSO Report, com o foco sobre o controle interno, é uma metodo- logia para estruturar e avaliar sistemas de controles internos integrados, com uma postura de identificar, detectar e reagir aos riscos de um negócio, 103Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO https://goo.gl/zxBgNX visando ressaltar a relevância dos aspectos financeiros e a importância da transparência e adequação das demonstrações contábeis. Por esse motivo, foi também denominado COSO Contábil, pois é adequado à prestação de contas da administração da entidade, indispensável para a transparência bem maior dos acionistas e da sociedade. O modelo COSO I (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZA- TIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013) tornou-se referência mundial, por: � uniformizar definições de controle interno; � definir componentes, objetivos e objetos do controle interno em um modelo integrado; � delinear papéis e responsabilidades da administração; � estabelecer padrões para implementação e validação; � criar um meio para monitorar, avaliar e reportar controles internos. O COSO ERM (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) aproveitou o sucesso da meto- dologia do COSO Report e ampliou o alcance dos controles internos, dando mais enfoque ao tema e tendo como principal objetivo: prever ou prevenir os riscos inerentes ao conjunto de processos da organização que possam impedir ou dificultar o alcance de seus objetivos. Ele foi inicialmente divulgado pela Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Imobi- liários (CVM) norte-americana, comprovando o interesse da autoridade de supervisão do mercado de capitais dos Estados Unidos. A nova publicação adotou uma postura proativa, focando o controle interno como um sistema, sempre de forma integrada e com melhor visão de gestão no gerenciamento dos riscos, prevendo, inclusive, a sua realização como processo, por um comitê diretivo no âmbito da entidade. Não eliminou nada do que havia sido abordado no COSO Report, mas sim aprimorou e ampliou o estudo, trazendo novos termos e conceitos importantes para o gerenciamento de riscos, como você pode observado no Quadro 1, que faz um comparativo dos componentes das duas versões do COSO. Gerenciamento de riscoscorporativos – estrutura integrada do COSO104 COSO I COSO II Controle interno Gerenciamento de riscos Ambiente de controle Ambiente (de controle) interno Fixação de objetivos Identificação de eventos Avaliação de riscos Avaliação de riscos Resposta ao risco Atividades de controle Atividades de controle Informação e comunicação Informação e comunicação Monitoramento Monitoramento Quadro 1. Comparativo entre os componentes dos modelos COSO. Controle interno O controle interno é definido da seguinte forma pelo COSO (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013): “[...] é um processo conduzido pela estrutura de governança, adminis- tração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos relacionados a operações, divulgação e conformidade”. Dessa definição, sobressaem alguns conceitos fundamentais, demonstrando que o controle interno é: Conduzido para atingir os objetivos: Operacional: está relacionado aos objetivos e as metas de desempenho, rentabilidade, segurança e qualidade dos ativos. Comunicação: confiabilidade das informações e das demonstrações contábeis. Conformidade (compliance): harmonia com leis e normativos aplicáveis à entidade e a área em que atua. � Um processo de tarefas e atividades contínuas – um meio para um fim, não um fim em si mesmo. 105Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO � Realizado por pessoas – diz respeito às pessoas e às ações que elas tomam em cada nível da organização para realizar o controle interno. � Capaz de proporcionar segurança razoável – ainda que não absoluta, para a estrutura de governança e alta administração de uma entidade. � Adaptável à estrutura da organização – podendo ser aplicado em toda organização, ou para uma subsidiária, divisão, unidade operacional ou processo de negócio em particular. O controle interno compõe o processo de gestão e seu objetivo principal é auxiliar as entidades a alcançar objetivos importantes e sustentar e melhorar o seu desempenho (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013). Com foco nos controles internos, o COSO I (COMMITTEE OF SPON- SORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013) propõe cinco componentes para a condução dos controles internos, que são os elementos necessários para que eles sejam efetivos. � Ambiente de controle: é a cultura de controle interno da entidade, na qual o controle é efetivo, quando as pessoas conhecem as suas res- ponsabilidades, os limites de autoridade e consciência, competência e comprometimento de fazerem o que é certo e de maneira correta. Envolve competência técnica e compromisso ético, em que a postura da alta administração, pelo exemplo, é fator determinante da criação desse valor (em Código de Ética e Conduta Profissional). � Avaliação de risco: os riscos devem ser avaliados com base na proba- bilidade e no impacto, e os resultados dessa avaliação devem orientar o seu gerenciamento. Esses riscos devem ser avaliados como inerentes e residuais. � Atividades de controle: são os procedimentos de controle interno destinados à redução ou administração dos riscos. Podem ser de caráter preventivo, detecção ou ambos, sendo os mais conhecidos: ■ de prevenção – segregação de funções, normatização interna, alçadas de autoridade ou de responsabilidade; ■ de detecção – conciliações, revisões de desempenho; ■ de prevenção e detecção – segurança física e por sistemas informatizados. � Informação e comunicação: comunicação é o fluxo de informações dentro de uma entidade, e a informação é o combustível que move as organizações e a sociedade. Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO106 � Monitoramento: é a avaliação dos controles internos ao longo do tempo, se efetivos ou não. Podem ser contínuos ou pontuais, envolvendo autoavaliações, revisões e auditoria (interna, independente, integral). Na Figura 1, você pode observar um esquema da estrutura do COSO I. Figura 1. Estrutura COSO I (COSO Report). Fonte: Soft Expert (c2018). A organização deve utilizar avaliações contínuas e independentes, ou uma combinação das duas, para se certificar da presença, funcionamento e eficácia de cada um dos cinco componentes de controle interno. Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO A publicação do COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANI- ZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) colaborou para a percepção da necessidade de se desenvolver uma estratégia sólida, capaz de identificar, avaliar e administrar riscos para ser adotada por qualquer orga- nização corporativa. Nessa versão, o controle interno é apresentado como 107Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO parte do gerenciamento de riscos corporativos e as atividades de gestão de riscos são expandidas para todas as áreas da organização, não só para aquelas responsáveis pelas demonstrações contábeis. O COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) foca o controle interno como um sistema integrado e diretamente ligado à gestão dos riscos e com a abrangência dos elementos a serem considerados. O controle interno pas- sou a ser considerado como um processo destinado a identificar riscos corporativos, a fim de monitora-los e assegurar que estejam compatíveis com a capacidade ao risco estabelecida, fornecendo segurança razoável ao alcance dos objetivos. Risco é a possibilidade de ocorrência de um evento adverso para uma determinada situação esperada. As diversas formas de se fazer a mensuração de risco resultaram no que hoje é denominado gestão de risco. O risco corporativo pode ter origem interna ou externamente à entidade ou grupo de entidades e ser dividido em várias espécies, como risco de liquidez, de mercado, operacional, entre outros. Os grandes fóruns mundiais de mercados financeiros e de capitais, após os grandes escândalos corporativos no início dos anos 2000, passaram a dar muita importância a tudo que se relaciona ao risco, especialmente o que diz respeito às fraudes e à prática de lavagem de dinheiro de recursos de práticas criminosas e de riscos sistêmicos que podem contaminar mercados de forma prejudicial (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL, 2011). O gerenciamento de riscos corporativos, um processo contínuo que trata de riscos e oportunidades que afetam a geração de valor, é de responsabilidade do conselho de administração e diretoria, e as ações decorrentes dele devem ser conduzidas pelos gestores e demais empregados por todos os níveis da organização (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007). As estratégias devem ser estabelecidas para identificar, em toda a organi- zação, os eventos que possam afetá-la de forma potencial, além de administrar os riscos de modo a mantê-los compatíveis com o apetite a risco da organi- Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO108 zação e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. O COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) acrescenta os objetivos estratégicos as categorias já apresentadas no COSO I: Estratégicos – metas gerais, alinhadas de forma a suportar a sua missão na organização. O gerenciamento de riscos corporativos, segundo o COSO, possibilita aos administradores tratar com eficácia incertezas, riscos e oportunidades, a fim de melhorar a capacidade de gerar valor. Isso acontece quando a organização estabelece estratégias e objetivos visando ao equilíbrio ideal entre as metas de crescimento e de retorno de investimentos, considerando os riscos a elas associados (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007). O gerenciamento de riscos corporativos tem por finalidade: � Alinhar o apetite a risco com a estratégia adotada – o apetitea risco da organização é avaliado ao analisar as estratégias, definindo os objetivos a elas relacionados e desenvolvendo mecanismos para gerenciar esses riscos. � Fortalecer as decisões em resposta aos riscos – possibilita um maior rigor na identificação e na seleção de alternativas de respostas aos riscos, como evitar, reduzir, compartilhar e aceitar os riscos. � Reduzir as surpresas e prejuízos operacionais – melhor capacidade para identificar eventos em potencial e estabelecer respostas a eles, reduzindo surpresas e custos ou prejuízos associados. � Identificar e administrar riscos múltiplos e entre empreendimentos – possibilita uma resposta eficaz a impactos inter-relacionados e, também, respostas integradas aos diversos riscos. � Aproveitar oportunidades – considerando todos os eventos em potencial, a organização tem condições de identificar e aproveitar as oportunidades de forma proativa. � Otimizar o capital – com informações adequadas a respeito de riscos, a administração consegue fazer uma avaliação eficaz das necessidades de capital como um todo e aprimorar a alocação desse capital. Informação e comunicação – comunicação é o fluxo de informações dentro de uma entidade, e a informação é o combustível que move as organizações e a sociedade. 109Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO Monitoramento – é a avaliação dos controles internos ao longo do tempo, se efetivos ou não. Podem ser contínuos ou pontuais, envolvendo autoavaliações, revisões e auditoria (interna, independente, integral). A principal diferença entre os componentes do COSO I e do COSO II está na abordagem do risco, pois o componente “Avaliação de riscos” do COSO I (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013) foi detalhado em quatro componentes no COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007): fixação de objetivos; identificação de eventos; avaliação de riscos e resposta aos riscos. Existe um relacionamento direto entre os objetivos que uma organização busca alcançar, e os componentes do gerenciamento de riscos corporativos representam aquilo que é necessário para o seu alcance. Esse relacionamento é apresentado em uma matriz tridimensional em forma de cubo, que você pode observar na Figura 2. As quatro categorias de objetivos (estratégicos, operacionais, de comunicação e conformidade) estão representadas nas colunas verticais. Os oito componentes nas linhas horizontais e as unidades de uma organização na lateral. Figura 2. Estrutura COSO I e COSO II (COSO ERM). Fonte: Soft Expert (c2018). Essa representação ilustra a capacidade de manter o enfoque na totalidade do gerenciamento de riscos de uma organização, ou na categoria de objetivos, Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO110 1. Com relação ao COSO, podemos afirmar que: a) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 1995. b) é constituído por instituições financeiras. c) suas publicações trazem orientações sobre gerenciamento de riscos, controles internos e fraudes. d) teve apenas uma importante publicação. e) teve origem no Brasil. 2. O modelo COSO I, tornou-se referência mundial, por: a) uniformizar definições de controle interno. b) separar componentes, objetivos e objetos do controle interno da gestão de riscos. c) dispensar papéis e responsabilidades da administração. d) propor que cada empresa estipule seu modelo de controle próprio e distinto das demais. componentes, unidade da organização ou qualquer um dos subconjuntos, pois todas as linhas de cada uma das dimensões inter-relacionam-se entre si. Essa nova visão de controle interno, apresentada pelo COSO ERM, passou a ser aceita e utilizada por praticamente todos os foros relativos ao mundo das finanças e gestão empresarial (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL, 2011). A estrutura apresentada pelo COSO traz informações que dão condições à organização de criar um sistema de controle interno eficaz e capaz de proporcionar segurança razoável acerca da realização dos objetivos da entidade. Afinal, um sistema de controle interno eficaz reduz, a níveis aceitáveis, o risco de não alcançar os objetivos traçados no planejamento da organização, para cada uma das categorias de objetivos. A estrutura integrada do COSO mostra que existe uma relação direta entre os objetivos gerais, representando o que uma entidade está buscando alcançar; e os componentes do controle interno, os quais representam o que é necessário para se alcançar esses objetivos. É nessa linha de pensamento que as atividades de gerenciamento de riscos devem se basear para dar condições às organizações de criar sistemas de controle interno que se adaptem aos ambientes operacionais e corporativos em que estão inseridas, reduzindo os riscos para níveis aceitáveis e proporcionando um processo sólido de tomada de decisões e de governança da organização (INTERNATIONAL ORGANISATION OF SUPREME AUDIT INSTITUTIONS, 2007). 111Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO e) recusar meios para monitorar, avaliar e reportar controles internos. 3. O COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) categoriza os objetivos do controle interno, permitindo às organizações se concentrarem nos diferentes aspectos do controle interno. Quais das opções a seguir define o objetivo da conformidade? a) Representa as metas gerais, alinhadas de forma a suportar a sua missão na organização. b) Harmonia com leis e normativos aplicáveis à entidade e à área em que atua. c) Estabelece confiabilidade das informações e das demonstrações contábeis. d) Está relacionada aos objetivos e às metas de desempenho, rentabilidade, segurança e qualidade dos ativos. e) Fornecer pensamento de liderança por meio do desenvolvimento de quadros e orientações sobre gerenciamento de riscos corporativos, controles internos e fraudes. 4. A publicação do COSO II adotou uma ___________, focando o _______________ como um sistema, sempre de forma _____________, com melhor visão de gestão no gerenciamento dos riscos. Qual das opções a seguir preenche corretamente os espaços? a) Postura proativa, resultado, integrada. b) Postura reativa, controle interno, segregada. c) Postura reativa, controle interno, integrada. d) Postura proativa, controle interno, integrada. e) Postura reativa, resultado, segregada. 5. Existe um relacionamento direto entre os objetivos que uma organização busca alcançar e os componentes do gerenciamento de riscos corporativos, representando aquilo que é necessário para o alcance dos objetivos. No COSO I (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2013) foram propostos cinco componentes para a condução dos controles internos; e no COSO II (COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION, 2007) eles foram complementados e passaram a ser oito elementos considerados para um controle interno efetivo. Qual das opções abaixo apresenta os três elementos que foram acrescentados pelo COSO II? a) Avaliação de riscos, resposta ao risco, monitoramento. b) Identificação de eventos, resposta ao risco, informação e comunicação. c) Ambiente interno, atividades de controle, monitoramento. d) Fixação de objetivos, atividades de controle, informação e comunicação. e) Fixação de objetivos, identificação de eventos, resposta ao risco. Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO112 AGENCIA ESTADO. O escândalo da Enron: saiba o que está acontecendo. Estadão, 07 fev. 2002. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-escandalo- -da-enron-saiba-o-que-esta-acontecendo,20020207p24521/>. Acesso em: 01 fev. 2017. COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION. Controle interno: estrutura integrada: sumário executivo. São Paulo: IIABrasil, 2013. COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION. Gerenciamento de riscos corporativos: estrutura integrada: sumário executivo: estrutura. [S.l.]: PwC, 2007. CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. A importância dos preceitos de governança corporativa e de controle interno sobre a evolução e a in- ternacionalização das normas de contabilidade e auditoria. Porto Alegre: CRCRS, 2011. D’ANDRÉA, G. Os 5 principais riscos dos investimentos e como evitá-los. [S.l.]: InfoMoney, 2012. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/onde-investir/noticia/2533310/ principais-riscos-dos-investimentos-como-evita-los>. Acesso em: 01 fev. 2017. GRUPO PORTAL DE AUDITORIA. Introdução à Lei Sarbanes Oxley (SOX). Curitiba, 2017. Disponível em: <https://portaldeauditoria.com.br/introducao-lei-sarbanes-oxley- -sox/>. Acesso em: 01 fev. 2017. INTERNATIONAL ORGANISATION OF SUPREME AUDIT INSTITUTIONS. Diretrizes para as normas de controle interno do setor público. Salvador: TCE Bahia, 2007. (Série Tra- duções, n. 13). MELLO, P. T. Escândalos corporativos globais respigaram nas firmas de contabilidade e auditoria. O Globo, Rio de Janeiro, 14 nov. 2014. Disponível em: <https://oglobo. globo.com/economia/escandalos-corporativos-globais-respigaram-nas-firmas-de- -contabilidade-auditoria-14565408/>. Acesso em: 01 fev. 2017. PEREIRA, H. COSO 2013: visão geral. [S.l.]: LinkedIn, 2015. Disponível em: <https:// pt.linkedin.com/pulse/coso-2013-vis%C3%A3o-geral-henrique-pereira-mba>. Acesso em: 01 fev. 2017. SOFT EXPERT. COSO. Joinville, c2018. Disponível em: <https://www.softexpert.com. br/solucao/coso/>. Acesso em: 01 fev. 2017. 113Gerenciamento de riscos corporativos – estrutura integrada do COSO http://economia.estadao.com.br/noticias/geral http://www.infomoney.com.br/onde-investir/noticia/2533310/ https://portaldeauditoria.com.br/introducao-lei-sarbanes-oxley- http://globo.com/economia/escandalos-corporativos-globais-respigaram-nas-firmas-de- http://pt.linkedin.com/pulse/coso-2013-vis%C3%A3o-geral-henrique-pereira-mba https://www.softexpert.com/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Capa GR_U1_C01
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