Prévia do material em texto
METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS Gessiane Ceola Alfabetização científica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer termos científicos relacionados ao estudo e à pesquisa em ciências. Identificar exemplos da linguagem e conceitos do cotidiano que se referem à linguagem e ao pensamento científico. Elaborar questionamentos e hipóteses formatados de acordo com o método e o pensamento científico. Introdução Quando se pode considerar um indivíduo alfabetizado cientificamente? Essa pergunta envolve vários pontos importantes, por exemplo, os con- ceitos ligados ao tema e como ele foi construído ao longo da história, bem como a necessidade de a sociedade reconhecer a importância e os méritos da ciência. Está relacionada a essa questão, ainda, a capacidade do indivíduo de identificar a linguagem e os conceitos do cotidiano que envolvem a ciência e a pesquisa, bem como de elaborar hipóteses e questionamentos que envolvam o método e o pensamento científico. Compreender a alfabetização científica é o primeiro passo para que ela seja uma realidade ativa dentro do currículo escolar e contribua para uma educação de qualidade, crítica e transformadora. A ciência vive em constante mudança e aprimoramentos, e por isso a alfabetização científica torna o indivíduo apto a acompanhar todos esses processos, mesmo após concluir o ensino básico, levando essa capacidade por toda a sua vida. Neste capítulo, você vai estudar sobre os conceitos e as aplicações da alfabetização científica no ensino de ciências. Vai aprender ainda sobre a linguagem típica da ciência e sobre a elaboração de questionamentos e hipóteses dentro do campo das ciências. O estudo e a pesquisa em ciências A alfabetização científi ca é uma alternativa que possibilita a formação da cultura científi ca, a ressignifi cação da ciência e o desenvolvimento do espírito crítico. Essas habilidades vão fornecer ao estudante conhecimento para com- preender e avaliar os conteúdos, ampliando a sua cultura, além de reconhecê- -los e aplicá-los no seu cotidiano (CHASSOT, 2011). Para compreender como surgiu esse conceito e a necessidade de a sociedade aplicar e reconhecer as ciências e a pesquisa e inseri-las no currículo escolar, você verá a seguir uma breve revisão histórica sobre o tema. Em 1620, o filósofo inglês Francis Bacon já chamava atenção para a ne- cessidade de a sociedade estar preparada intelectualmente, incluindo nos seus argumentos o conhecimento sobre as ciências. Em 1798, o então vice- -presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, apoiava que a disciplina de ciências fosse ensinada nas escolas em todos os níveis. Herbert Spencer, biólogo e antropólogo inglês, também enfatizava que as escolas deveriam ensinar conteúdos relacionados ao cotidiano do aluno e que a sociedade era totalmente dependente dos conhecimentos que eram adquiridos pela ciência. Nesse contexto, James Wilkinson, membro do Royal College of Surgeons of London, lançou em 1847 um trabalho com o título Science for All, no qual ele explorava como a motivação para a ciência é diferente para os cientistas e para aqueles que buscam a sua aplicação. O texto também mostrava como eram desconexas as descobertas da ciência feitas pela academia e a ciência ensinada nas escolas, em função da sua aplicabilidade no cotidiano do aluno. Com base nesses trabalhos publicados, o pesquisador norte-americano Hurd foi quem utilizou pela primeira vez, em 1958, o termo scientific literacy (em português, “alfabetização científica”), no seu livro Science Literacy: Its Meaning for American Schools e, mais tarde, no seu livro Scientific Literacy: New Minds for a Changing World, publicado em 1998. No ano 2000, o conceito de alfabetização científica ganhou mais visibili- dade com a publicação da obra Scientific Literacy: A Conceptual Overview, por Laugksch (2000). O livro explanava os diversos significados que esse conceito recebia, bem como as suas aplicações e interpretações, a partir da visão de diferentes autores. Pella, O’Hearn e Gale (1966) considerava um alfabetizado científico quem tinha conhecimento das relações entre ciência/sociedade, ética, natureza da ciência; sabia diferenciar ciência de tecnologia; tinha conhecimento sobre conceitos das ciências e entendia as relações entre as ciências e as humanida- des. Já os autores Hazen e Trefil (2009) fizeram a diferenciação entre “fazer Alfabetização científica2 ciência” e “usar ciência”. Para eles, a sociedade não precisa realizar pesquisa científica, mas deve compreender como esses conhecimentos são gerados e como os cientistas trabalham para produzir os dados e interpretá-los. Dessa forma, o cidadão é capaz de entender os resultados divulgados pela ciência. Os debates sobre o termo “alfabetização científica” ganharam espaço, nos Estados Unidos, no final da década de 1950, com a Guerra Fria e a Corrida Espacial. No período entre as décadas de 1970 e 1980, com a emergência do Japão e de outros países como potências econômicas, o cenário da ciência e da tecnologia passou a ser considerado essencial para o crescimento da economia no mundo (LAUGKSCH, 2000). Discussões sobre o conceito de alfabetização científica Os diferentes conceitos de “alfabetização científi ca”, apesar de divergirem de acordo com autores e épocas, têm muito em comum. O autor norte-americano Miller (1983) abrange três eixos: o entendimento da natureza da ciência; a compreensão dos conceitos-chave das ciências; e a consciência do impacto da ciência e tecnologia. Fourez (1994) reforça que o ensino de ciências deve englobar conhecimentos relacionados com a economia política, o social e o humanista. Bybee (1995) classifica a alfabetização científica como funcional, concei- tual/procedimental e multidimensional. Esse autor, diferentemente dos demais, apresenta esses conceitos voltados para o ensino de ciências com foco na sala de aula. Assim, a alfabetização científica funcional abrange o vocabulário de ciências; a conceitual/procedimental é como os educandos interpretam as informações adquiridas e constroem o conhecimento para o seu cotidiano; e a multidimensional envolve compreender e analisar todas as relações da construção da ciência e a sua aplicabilidade na sociedade. Shamos (1995) divide a alfabetização científica em cultural (construções da ciência relacionadas à sociedade), funcional (utilização de conceitos para comunicação, leitura e senso crítico) e a verdadeira (investigação científica). Chassot (2003) conceitua alfabetização científica como o “conjunto de conhe- cimentos que facilitariam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem”, e enfatiza sobre a importância de o cidadão não se limitar a fazer essa leitura, mas que seja também capaz de compreender e perceber a necessidade de transformar o mundo positivamente. O reconhecimento desse conceito como parte da educação voltada para todos os cidadãos visando à participação nas decisões sociais é sugerido por Cachapuz et al. (2011). Já os autores Sasseron e Carvalho (2011) realizaram 3Alfabetização científica uma revisão bibliográfica sobre o tema e, reunindo todas as informações, caracterizam o que é uma pessoa alfabetizada científica/tecnologicamente, de acordo com as seguintes capacidades: utilizar conceitos científicos; integrar valores e tomar decisões responsáveis no cotidiano; entender que a sociedade exerce controle sobre as ciências e as tecno- logias e estas refletem na própria sociedade; reconhecer os limites da utilidade das ciências e das tecnologias para o progresso do bem-estar humano; conhecer os principais conceitos, hipóteses e teorias científicas e ser capaz de aplicá-los; entender que a produção da ciência depende de pesquisas e conceitos teóricos; fazer distinção entre resultados científicos e opinião pessoal; compreender que o saber científico é provisório e sujeito a mudanças,além de depender do acúmulo de resultados; considerar a ciência uma visão de mundo mais rica e curiosa. Para que todos esses objetivos sejam alcançados, é preciso investir na for- mação do aluno desde as séries iniciais. A formação dos professores também deve ser constante e atualizada, uma vez que a sociedade, ciência e tecnologia estão sempre em mudança. É preciso compreender que não é o suficiente somente ensinar conceitos para que essa mudança de comportamento aconteça; os valores se fazem importantes, pois se a ciência e a tecnologia nos ajudam a compreender o mundo, os valores possibilitam a sua melhoria. A melhoria e a eficiência do ensino de ciências estão, em grande parte, nas mãos do professor, que deve aproveitar o desejo de conhecimento dos educandos de agir, de dialogar, de interagir, de experimentar e teorizar (CHASSOT, 2003; PAVÃO, 2011). Mais tarde, os autores Viecheneski, Lorenzetti e Carletto (2015) concluem que o sujeito alfabetizado cientificamente é aquele que pode compreender quando o ensino da ciência contribui para a compreensão de conhecimentos e valores. Assim, permitem-se aos estudantes as aplicações da ciência para a melhoria da qualidade de vida, oportunizando escolhas responsáveis. Ferreira (2013), por sua vez, usa a expressão “alfabetização científica” relacionada à escrita e à leitura do texto científico e aquilo que envolve essas habilidades, promovendo a construção do entendimento e a análise das informa- ções. Com isso, pode-se afirmar que a alfabetização científica está relacionada Alfabetização científica4 diretamente com a alfabetização na própria língua. Nesse contexto, Chassot (2011) defende que alfabetização científica é o conjunto de conhecimentos que facilitariam uma leitura do mundo com vistas à sua transformação. Quando uma área do conhecimento não é fundada no Brasil, normalmente as refe- rências são em língua estrangeira. Por isso, na língua espanhola, o termo utilizado é alfabetización científica; na língua inglesa, scientific literacy; na francesa, alpha- bétisation scientifique; e em português de Portugal, literacia científica. Nos estudos e publicações brasileiros, diferentes autores utilizam expressões como “letramento científico”, “alfabetização científica” e “enculturação científica”. Alguns autores têm preferência pelo termo “letramento científico”, definindo-o como o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever. Aqueles que adotam o termo “alfabetização científica” defendem que qualquer pessoa deve ter a capacidade de organizar o seu pensamento de maneira lógica e contribuir para a construção de uma consciência mais crítica em relação ao mundo que a cerca. Os autores que utilizam a “enculturação científica” entendem a ciência como uma cultura com regras, valores e linguagem própria, e que, paralelamente, o ensino e a aprendizagem das ciências devem ser planejados, permitindo que os alunos vivam nesse universo cultural (CUNHA, 2017). O ensino de ciências e a alfabetização científica no Brasil A alfabetização científi ca ganhou importância no Brasil a partir da década de 1990. Porém, é preciso considerar que o ensino de ciências no país passou por muitas mudanças até os dias atuais. Até 1960, o cenário escolar era do- minado pelo ensino tradicional, o qual se baseava na transmissão e recepção de conteúdo, e o docente era responsável pela transmissão de conceitos e dos conhecimentos acumulados. Com a Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 — a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) —, houve a ampliação do ensino de ciências no currículo escolar, que antes estava presente apenas nos dois últimos anos do ginasial (atualmente o 8º e o 9º ano do ensino fundamental II). Assim, após essa Lei, essa disciplina passou a ser obrigatória desde os primeiros anos do ginasial (atualmente 6º ao 9º ano). 5Alfabetização científica Nesse sentido, o ensino de ciências passou a desenvolver, junto aos dis- centes, a sua criticidade, por meio de métodos científicos para a construção do conhecimento. Ele incluía a observação sistematizada, a investigação científica e a valorização da participação do aluno, preparando o estudante para se posicionar frente a decisões, utilizando o pensamento lógico e crítico, com base nos conhecimentos adquiridos na escola (AZEVEDO, 2008). A versão da LDB de 1971, na forma da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, tornou o ensino de ciências obrigatório para os primeiros oito anos do ensino fundamental (BRASIL, 1998). No entanto, o processo de ensino ainda se pautava na transmissão de conteúdo, em que o aluno era receptor e o professor era detentor do conhecimento. Na década de 1980, as questões que envolviam o movimento “Ciência, tecnologia e sociedade” ganharam mais espaço na educação. Já na década de 1990, havia a busca por um ensino de ciências transformador, participativo e reflexivo, de maneira a contribuir com a formação do educando. A próxima LDB, sancionada como Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, consolidava uma profunda ressignificação do processo de ensinar e aprender. Nela os conteúdos deixaram de ter importância em si, e passaram a ser compreendidos como meio para produzir aprendizagem dos estudantes (AZEVEDO, 2008). Em 1997, o Ministério da Educação implementou um novo modelo curricular, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, recomendados para todos os sistemas de ensino. Assim, as ciências passaram a contribuir para que os educandos compreendam o mundo, bem como as suas transformações, de modo que reconheçam o homem como parte do universo e como indivíduo, favorecendo “[...] o desenvolvimento de postura reflexiva, crítica, questionadora e investigativa [...]” (BRASIL, 1997, documento on-line). Atualmente, os avanços científicos e tecnológicos têm experimentado um crescimento acelerado, e a sociedade está em constante transformação — o que influencia diretamente o ambiente escolar. A escola não é mais vista como um dos únicos lugares de transmissão de conhecimento: hoje os alunos têm diversos meios de obter informações (internet, jornais, publicações científicas, aplicativos, museus de ciências, oficinas de conhecimento, zoológicos, jardins botânicos e a própria convivência e comunicação com a família, colegas de trabalho, etc.), levando esses conhecimentos para a sala de aula. Nos dias atuais, o mundo exterior adentra a escola, e o ensino de ciências deve alcançar níveis intelectuais mais altos junto aos educandos. O ensino deve superar a mera apropriação de conceitos e tornar-se questionador e capaz de estimular os alunos a relacionarem o conhecimento adquirido com o cotidiano, alcançando a alfabetização científica. Alfabetização científica6 Veja no link a seguir o vídeo “Alfabetização Científica”, do cientista Neil de Grasse Tyson. https://qrgo.page.link/XfihA Linguagem e conceitos do cotidiano no pensamento científico Importância da linguagem e do pensamento científico A alfabetização científi ca pode potencializar a leitura do mundo. Porém, a prática escolar é complexa, e para isso os educadores precisam de esforço para a sua integração no contexto cultural, histórico e político. O conhecimento científi co é essencial para a sociedade moderna, por possibilitar ao indivíduo uma mudança na qualidade de interação com o mundo, que é infl uenciado pelos conhecimentos e produtos da ciência. A ciência e a tecnologia estão inseridas em um contexto global (não local ou regional). Exercer a democracia nos dias atuais, para um analfabeto científico, pode ser comparado a andar com os olhos vendados, sendo conduzido por um estranho. Seria muito mais difícil para o cidadão, sozinho, discutir, defender ou condenar algo que não domina e nem compreende, perdendo nesse processo a sua autonomia de tomar decisões (OLIVEIRA, 2017). O estudante em processo de alfabetização científica deve ser capaz de saber muito mais do que reproduzir os conceitos científicos: ele deveestar preparado para interagir social, tecnológica e culturalmente com o mundo em que vive. A alfabetização científica oferece a capacidade de compreender como se constrói o conhecimento científico e entender que ele nunca é definitivo ou acabado. Assim, o aluno passa a enxergar o sentido da ciência e sentir-se parte do mundo em que vive (CHASSOT, 2003). Nesse cenário, o papel do professor é crucial, pois ele é o facilitador do processo, o qual é eficaz se o docente partir da realidade e do interesse do aluno, promovendo a construção dos novos conhecimentos e conferindo significado a eles. Porém, esse processo não é espontâneo; é necessário que o professor tenha oportunidades e condições de orientar o aluno, criando alternativas interessantes e significativas (BRASIL, 1997). 7Alfabetização científica O conhecimento pode ser construído quando os conhecimentos prévios forem confrontados, levando ao questionamento, com a mediação do professor, dando sentido à construção de novos aprendizados. O interesse do aluno pelas ciências continuará se o tema proposto em sala de aula tiver relação com a vivência do aluno na sua casa, rua, país e mundo. É necessário que o professor preste atenção à curiosidade do aluno, pois tanto essa busca constante por respostas e soluções quanto o desejo de conhecer devem ser aproveitados e incentivados em sala de aula. O aluno já apresenta a vontade de entender o mundo, de saber os seus fenômenos, de questionar o que está vendo e se inserir em uma realidade que é cada vez mais científica e tecnológica — o que promove a sua alfabetização científica. Logo, o papel da escola e do professor é estruturar essas informações e oferecer um ensino de ciências que vai resultar nesse entendimento, independentemente da faixa etária. O cotidiano do aluno inserido na ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente As mudanças climáticas e os problemas ambientais na atualidade têm gerado muitas discussões relacionadas com o conhecimento científi co e a sua infl uência nesses temas. Com isso, as refl exões e relações entre ciência, tecnologia e socie- dade têm sido intensifi cadas e são cada vez mais necessárias no ambiente escolar. No ano de 1970, os currículos no ensino de ciências apresentavam os temas ciência–tecnologia–sociedade. Angotti e Auth (2001) discutem a importância de reconhecer também as consequências ambientais e, assim, os temas passam a ser conhecidos como ciência–tecnologia–sociedade–ambiente, que nada mais é que as inter-relações de ciência, tecnologia e sociedade com as implicações ambientais. O objetivo central desse ensino na educação é promover a educa- ção científica e tecnológica para que o aluno possa construir conhecimentos, habilidades e valores necessários sobre questões de ciência e tecnologia na sociedade, e atuar na solução e na tomada de decisões (TEIXEIRA, 2003). Essa abordagem temática pode ser feita a partir da perspectiva de Freire (1970), pela mediação dos saberes por uma educação com caráter reflexivo e de arguição da realidade, em que o diálogo inicia a partir da reflexão sobre contradições básicas de situações existenciais, constituindo uma educação para a prática da liberdade. Portanto, a contextualização no currículo poderá ser feita por meio de temas sociais e situações reais articulados de forma dinâmica, que possibilitem a discussão, transversalmente aos conteúdos e aos conceitos científicos, de aspectos sociocientíficos ligados a problemática ambiental, econômica, social, política, cultural e ética. Essa discussão também Alfabetização científica8 deve envolver valores comprometidos com o planeta, em busca da preservação ambiental e da diminuição das desigualdades econômicas, sociais, culturais e étnicas. Utilizar a investigação e a experimentação no ensino para estimular o debate e resolver problemas é uma metodologia que auxilia na alfabetização científica. Primeiramente, é necessário que os educandos saibam e tenham consciência do que estão aprendendo e que sejam estimulados a pensar, questionar, deba- ter, organizar e sistematizar os conhecimentos construídos. O estímulo pode ter origem em debates, leituras, atividades escritas e artísticas, registros de observações, etc. Todas essas sugestões dependem da atenção do professor em promover troca de conhecimentos por meio da participação colaborativa de todos os envolvidos no processo de ensino–aprendizagem (ABREU, 2008). O ensino por investigação deve ser utilizado pelo professor, fazendo com que os alunos sejam estimulados da seguinte forma (SASSERON, 2015): com as informações e os dados disponíveis, seja por meio da organi- zação, da seriação ou da classificação de informações; ao levantamento e ao teste de hipóteses construídas, que são realizados pelos estudantes; ao estabelecimento de explicações sobre fenômenos em estudo, buscando justificativas para torná-las mais robustas e estabelecendo previsões advindas delas; ao uso de raciocínio lógico e proporcional durante a investigação, e a comunicação de ideias em situações de ensino e aprendizagem. Esse método em sala de aula distancia o aluno de um ensino mecânico e promove participação ativa dos educandos. Os experimentos podem ser de- senvolvidos em laboratórios e oficinas, mas também podem ser entrevistas e observações de elementos naturais, comparação de paisagens e muitos outros. As atividades com base em experimentos não são a única alternativa para o desenvolvimento de uma tarefa investigativa, nem a realização de atividades não práticas, mas que tenham características investigativas. A alfabetização científica também pode ser implementada por meio de leitura e escrita, refor- çando a construção do conhecimento científico, pois aprender a ler e escrever com textos científicos aumenta a curiosidade e gera questionamentos, argu- mentos e reflexões. Os textos devem ser desafiadores, e o professor deve se certificar de que o aluno tenha conhecimentos prévios (assim como no método de experimentação). Para o ensino de ciências, é imprescindível a leitura e a interpretação textual, uma vez que os textos científicos trazem explicações, 9Alfabetização científica esclarecimentos e contribuições de ciência, tecnologia, sociedade e ambiente para o mundo. Assim, o educador tem benefícios quando utiliza esse método (SILVA; SCHWANTES, 2014). A alfabetização científica primária é necessária para que o aluno seja capaz de pensar cientificamente desde os anos iniciais, e para que, ao longo do seu desenvolvimento cognitivo, os seus questionamentos ocorram de maneira mais clara. Assim, a alfabetização científica nas primeiras séries do ensino básico deve ser objeto da formação de professores, para que estes sejam capazes de abordar os temas nas suas aulas e, assim, iniciar esse processo de alfabetizar cientificamente os seus alunos (CRIADO; GARCÍA-CARMONA; CAÑAL, 2014). Por meio da sua didática, o professor deve apresentar os conteúdos cien- tíficos com criatividade, inserindo-os no cotidiano do aluno. Por isso, outro ponto importante é a formação continuada de professores do ensino de ciências. A ciência, a tecnologia, a sociedade e o meio ambiente estão em constante processo de mudança, principalmente nos dias atuais, dentro de uma conjuntura de globalização e rápida disseminação de informações. Todo esse contexto deve ser inserido na formação docente, e o educador deve se empenhar para compreender que a ciência não é somente um conjunto de conhecimentos científicos teóricos, e sim uma forma de ver e viver o mundo. Veja no link a seguir o vídeo “Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente”, que discute as possibilidades de trabalho com essa abordagem. https://qrgo.page.link/ZLeKv Questionamentos e hipóteses no pensamento científico A hipótese tem um importante papel na construção e no desenvolvimento do conhecimento científi co. Trata-se de um processo complexo, que pode ter origem a partir de ideias especulativas, reflexões e até mesmo do imaginário do aluno. No entanto, é necessário enfatizar que a sua comprovação exige a persistência em testes e exames que são cruciais para a sua elaboração. Alfabetização científica10 No ensino de ciências, a prática científica é composta por três fases: a criação, a validação e a incorporação de conhecimentos. Essas fases corres- pondem à formação de hipóteses, aos testes às quais são sujeitas e ao processo social de aceitação e registro do conhecimento científico (HODSON, 1988). Para criar e validar uma hipótese científica, é preciso perceber a com- plexidade do questionamento e compreender a validação dos testes que po- dem confirmar ou não a pressuposição inicial (hipótese aceita ou rejeitada). A hipótese no ensino de ciências tem o objetivo de estabelecer um diálogo entre as teorias e os experimentos com fundamentação teórica. A formulação da hipótese exige dos alunos grande capacidade criativa, fundamentação teórica e capacidade crítica, que devem ser mediadas pelo professor. O educador deve oferecer ferramentas para instigar esse potencial nos alunos e sempre lembrar que, quando a problemática envolve o cotidiano, o processo é facilitado (PRAIA et al., 2002). A atitude de investigação está em todos e precisa ser instigada em diferentes espaços da escola. Todo estudante é capaz de formular hipóteses, mesmo que sejam ilusórias. Assim, os professores vão dialogar com essas ideias, e a intervenção docente em todo o processo será imprescindível. Vale lembrar que o papel do professor não é dar todas as respostas, mas desafiar esse estudante com boas perguntas, dentro de um movimento metodológico reflexivo. O erro (rejeitar a hipótese) é um passo importante nas aulas de ciências, sendo muitas vezes o motivo que vai levar os estudantes a outras ideias, outras hipóteses, outras construções e análises sobre o que realmente está relacionado e interferindo nos fenômenos que estão sendo estudados. É preciso estimular com perguntas, pois verdades só são verdades até a próxima descoberta. É isso que o ensino de ciências espera, é o que a sociedade espera do ensino de ciências: pessoas que compreendam o mundo, atuem nele como cidadãos, com ética, utilizando o conhecimento científico e tecnológico (PRAIA et al., 2002). Experimentos e hipóteses em sala de aula Ao aplicar o ensino de ciências em sala de aula, normalmente pensa-se em fenômenos naturais regidos por leis universais e conceitos defi nidos, mas é preciso perceber que esses fenômenos são complexos. A ciência requer a obtenção de dados com signifi cado, sendo o desenvolvimento de hipóteses e a intervenção experimental fundamentais como meio capaz de gerar conhe- cimentos relevantes e necessários. O “investigador” nunca experimenta ao acaso, ele é guiado por uma hipótese “lógica”, que submete à experimentação (CHALMERS, 1989; SANTOS; PRAIA 1992). 11Alfabetização científica A relação da ciência com o ensino por investigação utiliza estratégias de ensino como forma de promoção da alfabetização científica, aplicando instru- mentação e métodos como questionários, palestras, atividades experimentais e pesquisas descritivas (RAMOS; SÁ, 2013). A experimentação científica não deve funcionar no sentido da confirmação das hipóteses, mas no sentido da retificação dos erros contidos nessas hipóteses. Isso exige uma grande preparação teórica e técnica, precedida e integrada num projeto que a orienta. A reflexão dos resultados pode vir de outro saber ou gerar novas perguntas. Nesse contexto, a aprendizagem baseada em investigação tem estado presente em estratégias para o ensino de ciências, permitindo atividades de experimentação prática e investigação (PEDASTE et al., 2015). Nas fases da investigação, existem várias etapas e caminhos, como você pode ver na Figura 1. Pode-se seguir três estratégias: 1) orientação, questionamento, exploração, interpretação de dados (possibilidade no ciclo de voltar ao questionamento) e conclusão; 2) orientação, geração de hipóteses, experimentação, interpretação de dados (possibilidade de retornar ao ciclo das hipóteses) e conclusão; e 3) orientação, questionamento, geração de hipóteses, experimentação, interpretação de dados (possibilidade no ciclo de voltar ao questionamento ou geração de hipóteses) e conclusão. Figura 1. Estrutura de aprendizagem baseada em investigação. Fonte: Adaptação e tradução de Pedaste et al. (2015). O rie nt aç ão Discussão Comunicação Re�exão ExperimentaçãoExploração Interpretação de dados Conclusão Co nc lu sã o Questionamento Hipóteses Co nc ei tu al iz aç ão In ve st ig aç ão Orientação Alfabetização científica12 A experimentação como recurso problematizador torna a sala de aula um espaço proveitoso para o enriquecimento das teorias sobre os processos das ciências. Além disso, as relações interpessoais entre professor e alunos são favorecidas, uma vez que o diálogo é estabelecido e o aluno deixa de ser um expectador das aulas em que o professor é o único detentor do conhecimento, passando a questionar, pensar, argumentar, agir e inferir (SOUZA; RODRI- GUES; RAMOS, 2016). Dessa forma, a escola tem um papel fundamental de proporcionar ao educando o acesso ao conhecimento, fazendo com que ele conheça e dialogue com as diversas concepções no meio em que vive. Cabe à instituição escolar abordar temáticas na perspectiva da alfabetização científica, fornecendo informações relevantes aos seus educandos, de forma que eles possam construir os seus conhecimentos e a sua identidade. Leia o artigo “Ferramenta teórico-metodológica para o estudo dos processos de Alfabetização Científica em ações de educação não formal e comunicação pública da ciência: resultados e discussões”, publicado pelo Journal of Science Communication – America Latina. https://qrgo.page.link/eXZHV ABREU, L. S. O desafio de formar professores dos anos iniciais do ensino fundamental para ensinar ciências. 2008. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) – Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual de Feira de Santana, Salvador, 2008. http://www.repositorio.ufba.br:8080/ri/handle/ri/16017 ANGOTTI, J. A. P.; AUTH, M. A. Ciência e tecnologia: implicações sociais e o papel da educação. Ciência & Educação, Bauru, v. 7, n. 1, p. 15–27, 2001. Disponível em: https:// www.researchgate.net/publication/237743317_Ciencia_e_tecnologia_implicacoes_ sociais_e_o_papel_da_educacao. Acesso em: 17 jul. 2019. AZEVEDO, R. O. M. Ensino de ciências e formação de professores: diagnóstico, análise e proposta. 2008. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Universidade do 13Alfabetização científica Estado do Amazonas, Manaus, 2008. Disponível em: http://www.pos.uea.edu.br/data/ area/titulado/download/10-16.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 17 jul. 2019. BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L5692.htm. Acesso em: 17 jul. 2019. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4024. htm. Acesso em: 17 jul. 2019. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC, 1997. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf. Acesso em: 17 jul. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. – Brasília: MEC, 1998. BYBEE, R. W. Achieving scientific literacy. The Science Teacher, [s. l.], v. 62, n. 7, p. 28–33, 1995. CACHAPUZ, A. et al. Necessária renovação do ensino das ciências. 3. ed.São Paulo: Cortez, 2011. CHALMERS, A. F. Qué es esa cosa llamada ciencia? Madrid: Siglo Veintiuno de España, 1989. CHASSOT, A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí,2003. CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 5. ed. Ijuí: Unijuí, 2011. CRIADO, A. M.; GARCÍA-CARMONA, A.; CAÑAL, P. Alfabetización científica em la etapa 3-6 años: un análisis de la regulación estatal de enseñanzas mínimas. Enseñanza de las Ciencias, v. 32, n. 2, p. 131–149, 2014. Disponível em: https://idus.us.es/xmlui/han- dle/11441/25912. Acesso em: 17 jul. 2019. CUNHA, R. B. Alfabetização científica ou letramento científico? Interesses envolvidos nas interpretações da noção de scientific literacy. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 22, n. 68, p. 169–186, 2017. FERREIRA, R. M. S. Letramento científico: conhecimentos construídos ao longo do ensino fundamental. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: http://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5558. Acesso em: 17 jul. 2019. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. FOUREZ, G. Alphabétisation scientifique et technique: essai sur les finalités de l’enseignement des sciences. Bruxelas: De Boeck-Wesmael, 1994. Alfabetização científica14 HAZEN, R. M.; TREFIL, J. Science matters: achieving scientific literacy. 2nd ed. New York: Anchor Books Doubleday, 2009. https://www.researchgate.net/publication/241283381_ Science_Matters_Achieving_Scientific_Literacy. Acesso em: 17 jul. 2019. HODSON, D. Filosofia de da ciência y educación científica. In: PORLÁN, R.; GARCIA, J. E.; CAÑAL, P. (comp.). Constructivismo y enseñanza de las ciencias. Sevilha: Diada Editoras, 1988. p. 5–21. HURD, P. D. Science literacy: its meaning for american schools, 1958. Disponível em: http:// www.ascd.org/ASCD/pdf/journals/ed_lead/el_195810_hurd.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. HURD, P. D. Scientific literacy: new minds for a changing world. Science Education, [s. l.], v. 82, n. 3, p. 407–416, 1998. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/%28SICI%291098-237X%28199806%2982%3A3%3C407%3A%3AAID- -SCE6%3E3.0.CO%3B2-G. Acesso em: 17 jul. 2019. LAUGKSCH, R. C. Scientific literacy: a conceptual overview. Science Education, [s. l.], v. 84, n. 1, p. 71–94, 2000. Disponível em: http://www.kcvs.ca/martin/EdCI/literature/ literacy/Laugksch_Scientific_Literacy.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. MILLER, J. D. Scientific literacy: a conceptual and empirical review. Daedalus, [s. l.], v. 112, n. 2, p. 29–48, 1983. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/844760/ mod_resource/content/1/MILLER_A_conceptual_overview_review.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. OLIVEIRA, S. G. S. A alfabetização científica no ensino fundamental: desafios encontrados pelos docentes em escolas municipais de Ilhéus-Bahia. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, 2017. http://www.biblioteca.uesc.br/ biblioteca/bdtd/201511586D.pdf PAVÃO, A. C. Ensinar ciências fazendo ciências. São Carlos: EdUFSCar, 2011. PEDASTE, M. et al. Phases of inquiry-based learning: Definitions and the inquiry cycle. Educational Research Review, [s. l.], v. 14, p. 47–61, Feb. 2015. Disponível em: https://www. sciencedirect.com/science/article/pii/S1747938X15000068. Acesso em: 17 jul. 2019. PELLA, M. O.; O’HEARN, G. T.; GALE, C. W. Referents to scientific literacy. Journal of Rese- arch in Science Teaching, [s. l.], v. 4, n. 3, p. 199–208, Sept. 1966. Disponível em: https:// onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/tea.3660040317. Acesso em: 17 jul. 2019. PRAIA, J.; CACHAPUZII, A.; GIL-PÉREZ, D. A hipótese e a experiência científica em educação em ciência: contributos para uma reorientação epistemológica. Ciência & Saúde, Bauru, v. 8, n. 2, p. 253–262, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132002000200009. Acesso em: 17 jul. 2019. RAMOS, L. C.; SÁ, L. P. A alfabetização científica na educação de jovens e adultos em atividades baseadas no programa “mão na massa”. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 15, n. 2, p. 123–140, maio/ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epec/ v15n2/1983-2117-epec-15-02-00123.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. 15Alfabetização científica SANTOS, M. E.; PRAIA, J. F. Percurso de mudança na didáctica das ciências: sua funda- mentação epistemológica. In: CACHAPUZ, A. (coord.). Ensino das ciências e formação de professores. [S. l.: s. n.], 1992. n. 1, p. 7–34. SASSERON, L. H. Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: re- lações entre ciências da natureza e escola. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 17, n. esp., p. 49-67, nov. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/285619464_ ALFABETIZACAO_CIENTIFICA_ENSINO_POR_INVESTIGACAO_E_ARGUMENTACAO_RE- LACOES_ENTRE_CIENCIAS_DA_NATUREZA_E_ESCOLA. Acesso em: 17 jul. 2019. SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 59–77, 2011. Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/246. Acesso em: 17 jul. 2019. SHAMOS, M. H. The myth of scientific literacy. New Brunswick: Rutgers University Press, 1985. SILVA, P. S.; SCHWANTES, L. O ensino de ciências e a leitura: algumas articulações nos anos iniciais. [S. l.: s. n.], 2014. SOUZA, V.; RODRIGUES, S. S.; RAMOS, M. A experimentação em sala de aula: con- cepções de professores de Ciências e Matemática. Indagatio Didactica, [s. l.], v. 8, n. 1, jul. 2016. https://www.researchgate.net/publication/305308922_A_experimenta- cao_em_sala_de_aula_concepcoes_de_professores_de_Ciencias_e_Matematica. Acesso em: 17 jul. 2019. TEIXEIRA, P. M. M. A educação científica sob a perspectiva da pedagogia histórico- -social e do movimento CTS no ensino de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 9, n. 2, p. 177–190, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516- -73132003000200003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 17 jul. 2019. VIECHENESKI, J. P.; LORENZETTI, L.; CARLETTO, M. R. A alfabetização científica nos anos iniciais: uma análise dos trabalhos apresentados nos ENPECs. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 10., 2015, Águas de Lindóia. Anais [...]. Águas de Lindóia: [s. n.], 2015. Disponível em: http://www.abrapecnet.org.br/enpec/x-enpec/ anais2015/resumos/R0409-1.PDF. Acesso em: 17 jun. 2019. Leitura recomendada MARANDINO, M. et al. Ferramenta teórico-metodológica para o estudo dos processos de alfabetização científica em ações de educação não formal e comunicação pública da ciência: resultados e discussões. Journal of Science Communication – América Latina, [s. l.], v. 1, n. 1, 2018. Disponível em: https://jcomal.sissa.it/sites/default/files/documents/ JCOMAL_0101_2018_A03_pt.pdf. Acesso em: 17 jul. 20109. Alfabetização científica16