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VIAS RECEPTORAS
VIAS SENSORIAIS PARA A TRANSMISSÃO DOS SINAIS SOMÁTICOS ATÉ O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Quase todas as informações sensoriais dos segmentos somáticos do corpo entram na medula espinal pelas raízes dorsais dos nervos espinais. Entretanto, do ponto de entrada na medula até o encéfalo, os sinais sensoriais são conduzidos por uma de duas vias sensoriais alternativas: 
(1) o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial;
(2) o sistema anterolateral. 
Esses dois sistemas se juntam de novo, parcialmente, no tálamo.
O sistema da coluna dorsal–lemnisco medial, como seu nome indica, transmite os sinais ascendentes até o bulbo, principalmente pelas colunas dorsais da medula espinal. Em seguida, depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto no bulbo, seguem pelo tronco cerebral até o tálamo, pelo lemnisco medial.
Por sua vez, as vias componentes do sistema anterolateral, imediatamente após entrarem na medula pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse nos cornos dorsais da substância cinzenta medular, cruzando, em seguida, para o lado oposto da medula e ascendendo pelas colunas anterior e lateral da medula espinal. Elas terminam em todos os níveis do tronco cerebral e no
tálamo.
O sistema da coluna dorsal–lemnisco medial é composto por fibras nervosas grossas e mielinizadas que transmitem os sinais para o encéfalo com velocidades de 30 a 110 m/s, enquanto o sistema anterolateral é composto por fibras mielinizadas mais finas, que transmitem sinais com velocidades variando de alguns metros por segundo até 40 m/s.
Outra diferença entre os dois sistemas é que o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial apresenta alto grau de organização espacial das fibras nervosas, em relação à sua origem, enquanto o sistema anterolateral tem a organização espacial muito menor. Essas diferenças caracterizam imediatamente os tipos de informações sensoriais que podem ser transmitidas pelos dois sistemas. Isto é, a informação sensorial que tem de ser transmitida rapidamente e com fidelidade temporal e espacial é transmitida, sobretudo, pelo sistema da coluna dorsal–lemnisco medial; a que não precisa ser transmitida com rapidez ou com grande fidelidade espacial é transmitida principalmente pelo sistema anterolateral.
O sistema anterolateral apresenta capacidade especial que o sistema dorsal não tem, que é a capacidade de transmitir amplo espectro de modalidades sensoriais como dor, calor, frio e as sensações táteis não discriminativas grosseiras. O sistema dorsal está limitado aos tipos discriminativos das modalidades sensoriais mecanorreceptivas.
Com essa diferença em mente, podemos agora listar os tipos de sensações transmitidas pelos dois sistemas.
Sistema da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial
1. Sensações táteis que requerem alto grau de localização do estímulo
2. Sensações táteis que requerem a transmissão de graduações finas da intensidade
3. Sensações fásicas, como as sensibilidades vibratórias
4. Sensações que sinalizam movimento contra a pele
5. Sensações de posição das articulações
6. Sensações de pressão relacionadas à grande discriminação das intensidades da pressão
Sistema Anterolateral
1. Dor
2. Sensações térmicas, incluindo tanto a sensação de calor quanto a de frio
3. Sensações de tato e pressão grosseiras, não discriminativas, capazes apenas da localização grosseira na superfície do corpo
4. Sensações de cócegas e prurido
5. Sensações sexuais
TRANSMISSÃO NO SISTEMA DA COLUNA DORSAL — LEMNISCO MEDIAL
ANATOMIA DO SISTEMA DA COLUNA DORSAL — LEMNISCO MEDIAL
Ao entrar na medula espinal, pelas raízes dorsais dos nervos espinais, as fibras mielinizadas grossas, trazendo informações de mecanorreceptores especializados, se dividem quase imediatamente para formar o ramo medial e o ramo lateral. O ramo medial se dirige, em primeiro lugar, medialmente e, em seguida, para cima pela coluna dorsal por todo o trajeto até o encéfalo.
O ramo lateral entra no corno dorsal da substância cinzenta da medula espinal e, após, se divide muitas vezes, dando origem aos terminais que fazem sinapse com neurônios locais nas porções intermediária e anterior da substância cinzenta da medula espinal. Esses neurônios locais, por sua vez, apresentam três funções:
1. A maior parte deles origina fibras que penetram nas colunas dorsais da medula espinal para ascender até o encéfalo.
2. Muitas dessas fibras são bem curtas e terminam localmente na substância cinzenta da medula espinal, e são responsáveis por desencadear os reflexos medulares locais.
3. Outras dão origem aos tratos espinocerebelares em relação à função do cerebelo.
Via da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial
As fibras nervosas que entram nas colunas dorsais seguem sem interrupção até a porção dorsal do bulbo, onde fazem sinapse com os núcleos da coluna dorsal (os núcleos grácil e cuneiforme). Esses núcleos originam os neurônios de segunda ordem, que cruzam imediatamente para o lado oposto do tronco cerebral e ascendem pelos lemniscos mediais até o tálamo. Nesse trajeto, pelo tronco cerebral, os lemniscos mediais recebem fibras adicionais, provenientes dos núcleos sensoriais do nervo trigêmeo; essas fibras conduzem as mesmas informações sensoriais que as fibras da coluna dorsal, as primeiras, provenientes da cabeça, e as últimas, provenientes do corpo.
No tálamo, as fibras do lemnisco medial terminam na área de retransmissão sensorial talâmica, chamada complexo ventrobasal. Do complexo ventrobasal, fibras nervosas de terceira ordem se projetam em sua maior parte, para o giro pós-central do córtex cerebral, que é referido como área somatossensorial primária (essas fibras também se projetam para uma área menor, no córtex parietal lateral, chamada área somatossensorial secundária).
Orientação Espacial das Fibras Nervosas no Sistema da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial
Um dos aspectos característicos do sistema da coluna dorsal–lemnisco medial é o de apresentar a organização espacial precisa das fibras nervosas, originárias de diferentes partes do corpo, que é mantida em todo o sistema. Por exemplo, nas colunas dorsais da medula espinal, as fibras provenientes das partes inferiores do corpo têm posição mais central na medula espinal, enquanto as fibras provenientes de níveis segmentares progressivamente superiores formam camadas que se sucedem lateralmente.
No tálamo, essa orientação espacial distinta é mantida, estando a extremidade inferior do corpo representada pelas porções mais laterais do complexo ventrobasal e a cabeça e a face representadas pelas áreas mediais do complexo. Devido ao cruzamento dos lemniscos mediais no bulbo, o lado esquerdo do corpo é representado no lado direito do tálamo, e o lado direito do corpo no lado esquerdo do tálamo.
TRANSMISSÃO DOS SINAIS SENSORIAIS MENOS CRÍTICOS NA VIA ANTEROLATERAL
A via anterolateral para a transmissão de sinais sensoriais da medula espinal para o encéfalo, ao contrário da via da coluna dorsal, transmite sinais sensoriais que não necessitam de localização muito precisa da fonte do sinal e que não requerem a discriminação de graduações finas da intensidade. Esses tipos de sinais incluem os de dor, calor, frio, tato grosseiro, cócegas, prurido e sensações sexuais. 
Anatomia da Via Anterolateral
As fibras anterolaterais da medula espinal se originam principalmente nas lâminas I, IV, V e VI do corno dorsal. Essas lâminas são o local em que muitas das fibras nervosas sensoriais da raiz dorsal terminam depois de entrar na medula espinal.
As fibras anterolaterais cruzam imediatamente na comissura anterior da medula espinal, para as colunas brancas anteriores e laterais do lado oposto, por onde ascendem em direção ao encéfalo, por intermédio dos tratos espinotalâmicos anterior e lateral.
A terminação superior dos dois tratos espinotalâmicos ocorre principalmente em dois locais: (1) difusamente, nos núcleos reticulares do tronco cerebral; e (2) em dois complexos nucleares diferentes do tálamo, o complexo ventrobasal e os núcleos intralaminares. Em geral, os sinais táteis são transmitidos principalmente para ocomplexo ventrobasal, terminando em algum dos mesmos núcleos talâmicos, onde os sinais táteis da coluna dorsal terminam. Daí, os sinais são transmitidos para o córtex somatossensorial com os sinais das colunas dorsais.
Ao contrário, apenas pequena fração dos sinais de dor se projeta diretamente para o complexo ventrobasal do tálamo. Em vez disso, a maioria desses sinais termina nos núcleos reticulares do tronco cerebral, de onde partem projeções para os núcleos intralaminares do tálamo, onde os sinais de dor são processados adicionalmente.
CARACTERÍSTICAS DA TRANSMISSÃO NA VIA ANTEROLATERAL
Em geral, os mesmos princípios do sistema da coluna dorsal–lemnisco medial se aplicam à transmissão na via anterolateral, exceto pelas seguintes diferenças: 
(1) as velocidades de transmissão são apenas de um terço a metade daquelas do sistema da coluna dorsal–lemnisco medial, variando entre 8 e 40 m/s; 
(2) o grau de localização espacial dos sinais é pequeno; 
(3) as gradações de intensidades são também menos precisas, sendo a maioria das sensibilidades detectada em 10 a 20 graduações de força, em vez de tantas quantas 100 graduações no sistema da coluna dorsal; e 
(4) a capacidade de transmitir sinais que se alteram e se repetem rapidamente é pequena.
Assim, é evidente que o sistema anterolateral é um tipo de sistema de transmissão mais grosseiro (bem menos discriminativo) que o sistema da coluna dorsal–lemnisco medial. Ainda assim, certas modalidades de sensações são transmitidas apenas por esse sistema e não pelo sistema da coluna dorsal–lemnisco medial. Essas são as sensações de dor, temperatura, cócegas, coceira e sexuais, além do tato e da pressão não discriminativos.

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