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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 1 1. Introdução Röentgen descobriu os raios X em 1895 e, de imediato, surgiram diversas aplicações, dentre elas, a obtenção de imagens médicas do corpo humano. Paralelamente, começaram a aparecer evidências das consequências do excesso de exposição. A euforia decorrente da descoberta dos raios X e de outras radiações foi acompanhada de um uso intenso, o que vitimou muitos cientistas, levando vários deles à morte, já que alguns efeitos da exposição à radiação aparecem tardiamente, anos após a irradiação. Atualmente, há severas restrições quanto ao uso das radiações ionizantes. 2. TC Primeiro tomógrafo → 1979 em Hounsfield e Cormark recebem o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia Mesmo princípio da imagem tomográfica O tubo de raios x gira em torno do paciente (dentro do gantry), emitindo radiação constantemente por um feixe precisamente colimado. Após atravessar o paciente esse feixe de radiação atinge uma camada de detectores localizada no lado oposto do tubo. Durante a realização do exame a mesa em que está deitado o paciente é deslocada gradualmente através do gantry. Detecção dos Raios X por detectores digitais, que transformam cada valor de densidade em informação a ser processada por um computador para formar a imagem *Godfrey Hounsfield é que desenvolveu esta técnica de obtenção de imagens em 1972. Na verdade, os princípios físicos da tomografia computadorizada são os mesmos da radiografia convencional. Para a obtenção de imagens são utilizados os raios-x. Enquanto na radiografia convencional ou simples o feixe de raio-x é piramidal e a imagem obtida é uma imagem de projeção, na tomografia computadorizada o feixe é emitido por uma pequena fenda e tem a forma de leque. Na tomografia computadorizada o tubo de raio-x gira 360o em torno da região do corpo a ser estudada e a imagem obtida é tomográfica, ou seja, “fatias” da região do corpo estudada são obtidas. Em oposição ao feixe de raios-x emitidos temos um detector de fótons que gira concomitantemente ao feixe de raios-x. Como na radiografia convencional as características das imagens vão depender dos fótons absorvidos pelo objeto em estudo. Dessa forma, os fótons emitidos dependem da espessura do objeto e da capacidade deste de absorver os raios-x. Os detectores de fótons da tomografia computadorizada transformam os fótons emitidos em sinal analógico (quanto mais Rx chega, maior é a diferença de potencial, ou voltagem que cada detector fornece ao computador) e depois digital (o computador converte os valores de voltagem, contínuos, em unidades digitais, vistas abaixo). Como dito anteriormente, para a formação da imagem de tomografia computadorizada a emissão do feixe de raio-x é feita em diversas posições, posteriormente as informações obtidas são processadas utilizando uma técnica matemática chamada de projeção retrógrada, ou outras, como a transformada de Fourier. Um tomógrafo é formado por um tubo no interior do qual há um anel no qual estão localizados em posições opostas o Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 2 emissor do feixe de raio-x e os detectores, sendo que este conjunto gira 360 graus para a obtenção da imagem. Atualmente há vários tipos de tomógrafo: convencional ou simplesmente tomografia computadorizada, tomografia computadorizada helicoidal, tomografia computadorizada “multi-slice” e tomógrafos mais sofisticados, como “ultra-fast” e “cone-beam”. Na tomografia helicoidal além do tubo de raio-x e os detectores girarem, a mesa também é deslocada e a trajetória do feixe de Rx ao redor do corpo é uma hélice (ou espiral, senso lato). Entre as características das imagens tomográficas destacamse os pixels, a matriz, o campo de visão (ou fov, “field of view”), a escala de cinza e as janelas. ala de cinza e as janelas. O pixel é o menor ponto da imagem que pode ser obtido. Assim uma imagem é formada por inúmeros pixels. O conjunto de pixels está distribuído em colunas e linhas que formam a matriz. Quanto maior o número de pixels numa matriz melhor é a sua resolução espacial, o que permite uma melhor diferenciação espacial entre as estruturas. O campo de visão (FOV) representa o tamanho máximo do objeto em estudo que ocupa a matriz, por exemplo, uma matriz pode ter 512 pixels em colunas e 512 pixels em linhas, e se o campo de visão for de 12 cm, cada pixel vai representar cerca de 0,023 cm (12 cm/512). Assim para o estudo de estruturas delicadas como o ouvido interno o campo de visão é pequeno, como visto acima enquanto para o estudo do abdômen o campo de visão é maior, 50 cm (se tiver uma matriz de 512 x 512, então o tamanho da região que cada pixel representa vai ser cerca de 4 vezes maior, ou próximo de 1 mm). Em relação às imagens, existe uma convenção para traduzir os valores de voltagem detectados em unidades digitais. Dessa forma, temos valores que variam de –1000, onde nenhuma voltagem é detectada: o objeto não absorveu praticamente nenhum dos fótons de Rx, e se comporta como o ar; ou um valor muito alto, algo como +1000 ou mais, caso poucos fótons cheguem ao detector: o objeto absorveu quase todos os fótons de Rx. Essa escala onde –1000 é mais escuro, 0 é um cinza médio e +1000 (ou mais) é bem claro. Dessa forma quanto mais Rx o objeto absorver, mais claro ele é na imagem. Outra vantagem é que esses valores são ajustados de acordo com os tecidos biológicos. A escala de cinza é formada por um grande espectro de representações de tonalidades entre branco, cinza e o preto. A escala de cinzas é que é responsável pelo brilho de imagem. Uma escala de cinzas foi criada especialmente para a tomografia computadorizada e sua unidade foi chamada de unidade Hounsfield (HU), em homenagem ao cientista que desenvolveu a tomografia computadorizada. Janelas são recursos computacionais que permitem que após a obtenção das imagens a escala de cinzas possa ser estreitada facilitando a diferenciação entre certas estruturas conforme a necessidade. Isto porque o olho humano tem a capacidade de diferenciar uma escala de cinzas de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 diferentes tons), enquanto na tomografia no mínimo, como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser obtidos até 65536 tons – o que seria inútil se tivessemos que apresentá-los ao mesmo tempo na imagem, já que não poderíamos distingui-los. A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas uma faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma a adaptar a nossa capacidade de visão aos dados obtidos pelo tomógrafo. Numa janela define-se a abertura da mesma, ou seja, qual será o número máximo de tons de cinza entre o valor númerico em HU do branco e qual será o do preto. O nível é definido como o valor (em HU) da média da janela. O uso de diferentes janelas em tomografia permite por exemplo o estudo dos ossos com distinção entre a cortical e a Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 3 medular óssea ou o estudo de partes moles com a distinção, por exemplo, no cérebro entre a substância branca e a cinzenta. A mesma imagem pode ser mostrada com diferentes ajustes da janela, de modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não é possível usar um só ajuste da janela para ver, por exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo tempo. As imagens tomográficas podem ser obtidas em 2 planos básicos: o plano axial (perpendicular ao maior eixo do corpo) e o plano coronal (paralelo a sutura coronal do crânio, ou seja, é uma visão frontal). Após obtidas as imagens, recursos computacionais podem permitir reconstruções no plano sagital (paralelo a sutura sagital do crânio) ou reconstruções tridimensionais. Como na radiografia convencional o que está sendo analisado são diferenças de densidade,que podem ser medidas em unidades Hounsfield. Para descrever diferenças de densidades entre dois tecidos é utilizada uma nomeclatura semelhante à utilizada na ultrassonografia: isoatenuante, hipoatenuante ou hiperatenuante. Isoatenuante é utilizada para atenuações tomográficas semelhantes. Hipoatenuantes para atenuações menores do que o tecido considerado padrão e hiperatenuante para atenuações maiores que o tecido padrão (geralmente o órgão que contém a lesão é considerado o tecido padrão, ou quando isto não se aplica, o centro da janela é considerado isoatenuante). A tomografia tem a densidade a mais, que é a densidade de músculo de +50UH Hipertransparente no Raio-X é igual a hipoatenuante na Tc Utilização prática: ❖ Amplamente utilizado ❖ Não há sobreposição de estruturas, diferente do Raio-X ❖ Cautela na radiação Termos: ❖ Hiperdenso ❖ Isodenso ❖ Hipodenso Densidade: ❖ Ar (1000 UH) ❖ Metal/contraste ( > +1000 UH) ❖ Osso (+1000 UH) ❖ Água (0 UH) ❖ Músculo de +50UH ❖ Gordura (100 UH) 3. Evolução das imagens por Tc 1971: Primeiro exame de TC crânio 15 horas. 1974: 60 instalações de equipamentos de TC crânio. 1975: Hounsfield constrói o primeiro tomógrafo de corpo inteiro. 1977: Primeiro Tomógrafo instalado no Brasil (SP) 1979: Hounsfield e Cormark - Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 4 1989: Kalender e Vock realizam o primeiro exame clínico com a TC helicoidal 1998: introdução dos sistemas de detectores multicortes (MDCT) 4. Tomógrafos convencionais sequenciais A energia elétrica tubo de raios x e as informações geradas pelos detectores são transmitidas através de fios. Isso impede o tubo e os detectores de realizarem giros contínuos ao redor do paciente. Só ocorre avanço da mesa através do gantry nos intervalos entre as aquisições (enquanto o tubo está voltando para a posição inicial). Esse processo é repetido sequencialmente até que toda área de interesse tenha sido estudada. 5. Tomógrafos helicoidais Singleslice e Multislice Desenvolveu se um sistema para fornecer eletricidade ao tubo e captar os sinais elétricos gerados pelos detectores sem a utilização de fios, o chamado sistema de escovas e anéis (slip ring). Permitiu o giro ininterrupto do gantry em torno do paciente, emitindo radiação continuamente e o movimento contínuo da mesa de exame espiral imaginária entre o tubo e o paciente. 6. Equipamentos de hemodinâmica Utilizam radiação assim como a Tc 7. Efeitos biológicos dos Raios-X Primeiro caso de câncer radioinduzido pele em 1902 Em 1911 mais de 100 casos Tempo de latência inversamente proporcional à dose. Podem ser reversíveis ou irreversíveis Os efeitos biológicos constituem uma resposta natural de um organismo ou parte dele a um agente agressor ou modificador. Não significa necessariamente uma doença. Se a quantidade de efeitos biológicos for pequena, o organismo pode recuperar-se sem que a pessoa perceba. No sangue e na pele, é normal a perda e reposição celular. Quando a radiação incide e deposita sua energia nos átomos das moléculas que compõem uma célula, pode ocorrer a retirada de elétrons destes, ou mesmo rompimento de ligações químicas, o que provoca modificações moleculares. Este efeito é causado pela ionização, mas nem sempre é nocivo ao organismo. A maior parte das alterações químicas provocadas pela radiação é superável, mas algumas podem afetar uma célula de várias maneiras, resultando em morte prematura, impedimento ou retardo de divisão celular ou modificação neoplásica que pode ser passada para as células de gerações posteriores. A exposição aos raios X ou gama pode provocar redução de leucócitos, hemácias e plaquetas no sangue, mas, depois de algumas semanas, os níveis retornam aos patamares anteriores. Isto significa que houve a irradiação que causou efeitos biológicos sob a forma Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 5 de morte celular e, posteriormente, os elementos do sangue foram repostos por mecanismos biológicos reparadores orquestrados pelo tecido hematopoiético. Entretanto, o dano celular mais importante está relacionado ao DNA. A exposição aos raios X ou gama pode levar as células à morte ou pode manter essas alterações nos seus genes. As consequências no próprio indivíduo irradiado são chamadas de efeitos somáticos ou, no caso de alteração de genes dos gametas, com consequências na descendência, de efeitos hereditários As mutações nas células somáticas ou germinativas podem ser mutações pontuais, como alterações pontuais nas bases do DNA; aberrações cromossomiais estruturais, como a fragmentação cromossomial; aberrações no número de cromossomos. A maioria das células modificadas é eliminada pelo sistema imunológico ou bloqueada. Mas, células sobreviventes que se adaptaram, mantendo sua capacidade reprodutiva com modificações neoplásicas no DNA e que superaram os mecanismos de defesa do organismo após um período de latência, podem originar um tumor cancerígeno. Quando a quantidade ou a frequência dos efeitos biológicos produzidos pela radiação começa a desequilibrar o organismo ou o funcionamento de um órgão, surgem os sintomas clínicos que acusam incapacidade do organismo de superar ou reparar os danos, propiciando o aparecimento das doenças. Assim, o aparecimento de um tumor cancerígeno radioinduzido, significa o final de uma história de danos e reparações que podem se manifestar muitos anos após a irradiação. O aparecimento dos efeitos biológicos varia de minutos, no caso de doses agudas, até dezenas de anos, em baixas doses. Por exemplo, a incidência de leucemia nas vítimas japonesas de Hiroxima e Nagasaki atingiu um pico de ocorrência cinco anos após a detonação das bombas atômicas. As queimaduras e inchaços originados na manipulação de fontes de Ir192 ou em acidentes com irradiadores de gamagrafia aparecem apenas após algumas horas. Efeitos orgânicos mais dramáticos, como a redução de tecido ou perda dos dedos, podem demorar mais de 6 meses. A reação de um indivíduo à exposição de radiação depende da quantidade total de radiação recebida; da quantidade total de radiação recebida anteriormente pelo organismo; da individualidade da constituição orgânica; do dano físico recebido simultaneamente com a dose de radiação, como queimaduras, traumas; do intervalo de tempo durante o qual a quantidade total de radiação foi recebida Estocásticos: ❖ Causam transformação celular ❖ Alteração no DNA da célula ❖ Probabilidade de ocorrência é função da dose ❖ Não apresentam dose limiar ❖ Indivíduos diferentes possuem tolerâncias diferentes ❖ Pode ocorrer mesmo com baixas doses ❖ A gravidade não depende da dose ❖ Quanto maior a dose maior a probabilidade de efeito tardio ❖ Exemplos → Neoplasias e efeitos hereditários ❖ As chances de um organismo manifestá-los são proporcionais à dose de radiação recebida, sem existência de um limiar de dose seguro. Quanto mais radiação recebida, maior a probabilidade de eles ocorrerem. Entretanto, a severidade, neste caso, não depende da quantidade de dose recebida. Ou seja, um tipo de câncer que surgir não será mais (ou menos) agressivo se a dose recebida pelo indivíduo tiver sido maior (ou menor). Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 6 O tempo de aparecimento dos efeitos estocásticos, tais como os carcinomas, leucemia e outros tipos de cânceres, é grande, em geral anos após as irradiações. Determinísticos: ❖ Causam morte celular ❖ Gravidade aumenta com o aumento da dose ❖ Existe um limiar de dose ❖ Depende também do tecido irradiado ❖ Indivíduos diferentes possuem tolerâncias diferentes ❖ Efeito agudo e tardio ❖ Exemplos → Leucopenia, anemia,catarata, necrose tissular, radiodermite, queda dos pelos ❖ Um efeito determinístico certamente surgirá se o organismo absorver uma dose de radiação acima de um valor mínimo conhecido. A severidade desses efeitos é proporcional à dose, ou seja, quanto maior a dose, mais severa será a radiodermite, catarata ou esterilidade. O tempo de aparecimento dos efeitos determinísticos é curto comparado ao dos estocásticos, surgindo dias ou semanas após a irradiação do órgão ou tecidos. 8. Proteção radiológica – Diretrizes básicas Objetivos: ❖ A prevenção ou diminuição dos efeitos somáticos das radiações ❖ A redução da deterioração genética das populações A dose acumulada ao longo dos anos causa, gradativamente, mais e mais modificações nos genes, ainda que doses intermitentes recebidas durante o período tenham sido pequenas. A exposição à radiação ionizante, externa ou interna, sempre causa danos às células. Não existe um valor de dose de radiação que seja considerado seguro. Alguns dos danos somáticos causados pela exposição podem ser reversíveis, porém, os danos genéticos são cumulativos e irreversíveis. Por essa razão, deve-se procurar reduzir ao máximo a exposição dos indivíduos e da população à radiação. Regras básicas: Circunscrito por três pilares → Distância, blindagem e tempo Proteção radiológica → Barreiras mecânicas ❖ Blindagem arquitetônica → Parede baritada, vidro plumbífero, paredes móveis ❖ Blindagem do aparelho → Paredes fixas ao teto, saia de chumbo presa na mesa, campos protetores prática incomum no Brasil) ❖ Blindagem pessoal → Óculos plumbíferos, protetor de tireoide, luvas Tipos de radiação: ❖ Radiação de fugo ❖ Radiação espalhada Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 2: FORMAÇÃO DA IMAGEM 7 9. Densiadade Raio-X São estruturas que apresentam densidade de partes moles: ❖ Tecido conectivo ❖ Músculos ❖ Sangue ❖ Cartilagem ❖ Pele ❖ Cálculos de colesterol (VB) ❖ Cálculos de ácido úrico (renais) 10. Atividade Cite as densidades radiográficas encontradas ❖ Imagem 1 → Redução da densidade no pulmão direto; HD de Derrame pleural ❖ Imagem 2 → Alargamento de mediastino; HD aneurisma da aorta ❖ Imagem 3 → Aumento da transparência em terço superior de hemitórax direito; HD pneumonia lobar Fonte bibliográfica Aula de Dra. Adriana Matos (11/02/2021) Soares, Júlio César de A.C.R. - Princípios básicos de física em radiodiagnóstico / Júlio de A.C.R.Soares. – 2. ed. rev. – São Paulo: Colégio Brasileiro de Radiologia, 2008. Leite, C. C., Júnior, E. A., & Otadury, M. G. (2008). Física básica da tomografia computadorizada.