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APOSTILA ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA

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ATUALIDADES EM 
FONOAUDIOLOGIA
PROFA. LUCIANA GENI QUAGLIA MARTIN
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Adão barbosa 
Camila Cristiane Moreschi
Fernando Sachetti Bomfim
Patrícia Garcia Costa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4
1. CONCEITO DA GERONTOLOGIA .............................................................................................................................5
1.1 ESPECIALIDADES DA FONOAUDIOLOGIA NAS ALTERAÇÕES GERIÁTRICAS ....................................................5
1.2 ALTERAÇÕES DA DEGLUTIÇÃO NA GERIATRIA ...................................................................................................6
1.3 ALTERAÇÕES DA FALA NA GERIATRIA ................................................................................................................. 7
 1.4 ALTERAÇÕES DA AUDIÇÃO NA GERIATRIA ......................................................................................................... 7
1.4.1 O CANDIDATO AO USO DE PRÓTESES AUDITIVAS (AASI) ...............................................................................8
1.5 ALTERAÇÕES GERIÁTRICAS DO EQUILÍBRIO ......................................................................................................9
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 13
GERONTOLOGIA NA FONOAUDIOLOGIA
 PROFA. LUCIANA GENI QUAGLIA MARTIN
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
 Sejam bem-vindos à disciplina de: ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA! 
Procuraremos oferecer aos alunos as resenhas e os autores mais renomados para tal, visando 
integrá-los aos estudos clínicos e todas as reflexões, conceitos e definições.
Como ponto primordial para o nosso enlace, referente às reflexões da gerontologia 
propostas pela disciplina, é necessário que saibamos quais as principais alterações que englobam 
as dificuldades recorrentes ao termo utilizado “presbi”, de origem grega (presby- idoso-velho).
O propósito do conteúdo é que possa contribuir para os próximos profissionais da 
saúde terem informações sobre os transtornos da fala, audição, voz e equilíbrio e, desta forma, 
realizarem encaminhamentos, avaliações, testes e reabilitação mais apropriados a esse tipo de 
problema, favorecendo, assim, que esses indivíduos possam ser atendidos em suas necessidades, 
quer no plano clínico, hospitalar ou extra. 
Dessa forma, devemos levar em consideração que diversas são as causas que podem 
prejudicar e que todas elas precisam ser devidamente consideradas. Não encontraremos soluções 
para um problema se não o compreendermos adequadamente.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. CONCEITO DA GERONTOLOGIA 
A Gerontologia é a ciência que estuda, analisa e vincula o termo ‘presbi’, ‘velhice’, 
ao processo de envelhecimento em suas extensões biológica, social e psicológica. 
O campo da Gerontologia como campo disciplinar e profissional abriga temas 
e questões relacionadas ao idoso, à velhice e ao envelhecimento (CRFa, 2016).
A Geriatria refere-se à assistência médica ao idoso representado por um grupo 
etário que não é fácil de definir precisamente. O termo ‘idoso’ é preferível a 
‘velho’, ou ‘melhor idade’, ou ‘terceira idade’, > 65 anos é a idade utilizada para 
esses termos, porém, na maioria da população, os cuidados são requeridos após 
completar 70 a 75 anos, ou mesmo 80 anos. (SAUDE.GOV).
Nas últimas décadas, tem-se observado, na população mundial, aumento 
significativo do número de pessoas adultas acima de 60 anos, o mesmo pode 
ser visto no Brasil, o que torna a compreensão do processo do envelhecimento o 
desafio atual das ciências. Os dados do iBGE da PnAD, de 2007, demonstraram 
a tendência de crescimento da população idosa brasileira, visto que esta alcançou 
19 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade, correspondendo a 10,2% e 
superando os 13 milhões no grupo etário de 65 anos ou mais, correspondente a 
7,1% do total da populac ̧ão (SAUDE.GOV).
No Brasil, em 2007, a população de pessoas acima de 60 anos representava 45% que 
viviam nas três Unidades da Federação, ou seja, em São Paulo, com 4,4 milhões de pessoas, em 
minas Gerais e no Rio de Janeiro, cada qual com 2,1 milhões de pessoas, ressaltando-se que, 
no Rio de Janeiro, a proporção de idosos na população superava os 14%2. Todo esse processo 
do envelhecimento no ser humano se dá por alterações funcionais de forma progressiva e 
degenerativa, pelo enfraquecimento dos mecanismos de defesa frente às variações ambientais e 
à perda das reservas funcionais. Esse processo é influenciado por fatores ambientais e é variável 
quanto ao ritmo em que atinge cada um de nossos órgãos.
O período é denominado senescência, na qual são considerados alguns fatores sobre o 
organismo humano e predeterminado como um padrão de normalidade. Quanto à ocorrência 
de doenças prevalentes na população de idosos, tem-se como resultado o desencadeamento de 
alterações, denominadas senilidade.
Munhoz (2000) fundamenta esse mesmo termo para a resultante do que ocorre no 
organismo, que, afetando, a princípio, sua vitalidade e funções, aumenta a taxa de mortalidade 
em função do tempo.
Ainda para Munhoz (2000), o envelhecimento é o resultado de uma série de processos 
complexos nos níveis molecular, celular e orgânico dos indivíduos.
1.1 Especialidades da Fonoaudiologia nas Alterações Geriátricas
 Segundo Teixeira (2018), a Fonoaudiologia ganha destaque na Gerontologia em função 
das crescentes pesquisas científicas e do reconhecimento do título de especialista em Gerontologia 
pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (2014), em parceria com a Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia. A Fonoaudiologia atua e assume um papel significativo na população 
idosa, pois o envelhecimento acarreta distúrbios limitantes na comunicação e nos processos de 
alimentação/deglutição, associados ou não às doenças.
 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
 O Fonoaudiólogo Especialista em Gerontologia deve estar apto a traçar linhas de atuação 
fonoaudiológica, que possam melhorar as condições de qualidade de vida do idoso, realizando 
promoção da saúde do idoso, prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação/reabilitação dos 
distúrbios relacionados à audição, ao equilíbrio, à fala, à linguagem, à deglutição, à motricidade 
orofacial e à voz. O Fonoaudiólogo Especialista em GERONTOLOGIA FONOAUDIOLÓGICO 
atua nas sequelas resultantes de danos ao sistema nervoso central ou periférico.
Danos ao sistema nervoso central seriam as sequelas de tumores, AVCs, doenças 
neurológicas (Parkinson, Esclerose Múltipla), TCE e envelhecimento (geriátrico).
O sistema nervoso central inclui o cerebelo, o tronco cerebral e os gânglios da base, 
que desempenham um importante papel no controle neurológico da fala/ deglutição/audição /
equilíbrio.
1.2 Alterações da Deglutição na Geriatria
A disfagia seria um desses danos, sendo um distúrbio que envolve alterações na dinâmica 
da deglutição. Existem dois tipos básicos de disfagia, que se diferem quanto à localização e quanto 
aos mecanismos fisiopatológicos. São elas: disfagia orofaríngea, também chamada de disfagia de 
transferência ou disfagia alta; a disfagia esofagiana, também intitulada disfagia de transporte; e a 
disartria, que corresponde a um grupo de desordens de fala adquiridos por uma lesão neurológica, 
resultante de distúrbios no controle muscular dos mecanismos da fala, com maior frequência em 
pacientes com tumores localizados no SNC OU AVC’s.
A manifestação da disfagia se dá por dificuldade de mastigação, escape oral de alimentos, 
ausência de deglutição, comida parada na boca ou na faringe, regurgitação nasal, tosses e engasgos 
(antes, durante ou depois da deglutição), recusa alimentar, perda de peso e outros fatores.
Figura 1 - Disfagia. Fonte: Vector Ilustration (2021).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.3 Alterações da Fala na Geriatria
“A disartria: Perda da capacidade de articular palavras de maneira normal. A fala pode ser 
espasmódica, com respiração interrompida, irregular, imprecisa ou monótona, sem interrupção e 
compreensão da linguagem” (VIVIANE; MARQUES, 2015). 
 – A Disartria é causada por lesão no SNC ou no SNP, refere-se a um grupo de desordens 
da fala com alterações das funções motoras da respiração, fonação, ressonância, articulação e 
prosódia.
– Apraxia é uma desordem da articulação da fala que resulta em perda da capacidade de 
posicionamento da musculatura da fala (alteração no planejamento motor), a apraxia de fala é 
uma desordem única, que afeta a fala sem relação a outras modalidades linguísticas.
– “A Afasia é definida como alteração da comunicação adquirida por lesão neurológica, 
envolvendo as modalidades de produção e compreensão das linguagens oral e escrita” (FERREIRA, 
2015).
 1.4 Alterações da Audição na Geriatria
Figura 2 - Sistema auditivo. Fonte: Isotck (2014).
O transtorno da audic ̧ão mais identificado no envelhecimento é a presbiacusia, 
cuja causa é a deficie ̂ncia na irrigac ̧ão sanguínea da orelha interna, decorrente da 
idade, o que pode acarretar lesões degenerativas no órgão de corti, no gânglio 
espiral, nas vias nervosas e nos centros bulbares e suprabulbares, afetando, 
portanto, os componentes sensorial e neural (MUNHOZ, 2005).
 Nesse estágio, pode-se não aparecer queixas auditivas, porém, em virtude do caráter 
progressivo da perda auditiva, o idoso provavelmente apresentará dificuldades na compreensão 
iPRF, com dados clínicos de “escuto, mas não entendo”, zumbido de pitch agudo, intolerância a 
sons fortes, principalmente em ambientes ruidosos, pode ser indicativo de recrutamento, definido 
como a alteração do nível em que o indivíduo percebe a intensidade sonora.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ainda segundo Munhoz (2005), a audiometria tonal e vocal é o exame realizado para 
a detecção da investigativa da perda auditiva, grau e configuração. O objetivo seria detectar 
alterações auditivas, classificá-las como periféricas, centrais ou mista, identificar o lado lesado, 
determinar o tipo e a intensidade da lesão auditiva, contribuir para a identificação do agente 
etiológico, definir o prognóstico da doença e acompanhar a evolução do paciente e da doença sob 
tratamento. No caso das presbiacusia, é indicado como forma de tratamento o uso de Aparelho 
de Amplificação sonora individual (AASI).
1.4.1 O candidato ao uso de próteses auditivas (AASI)
Frequentemente, os pacientes são considerados bons, regulares ou maus 
candidatos ao uso de AASI, baseado nos seus achados audiológicos. Do ponto 
de vista audiométrico, todo indivíduo portador de uma perda auditiva pode 
ser considerado como candidato em potencial ao uso. A decisão em usar 
não é necessariamente feita com base no grau de sofrimento experimentado. 
Apenas quando é muito grande o sofrimento, seja social, econômico, financeiro 
ou psicológico, é que o indivíduo se torna realmente um candidato ao uso do 
amplificador (ALMEIDA, 2005).
Figura 3 - Aparelho auditivo no idoso. Fonte: Auremar (2018).
Devemos ter sempre em mente que qualquer melhora na habilidade de 
comunicação será sempre bem-vinda. Um aspecto importante, que não pode ser 
menosprezado na adaptação, é o estético. Muitos idosos negam-se até mesmo 
a experimentar o aparelho por achar que irá causar uma imagem negativa aos 
outros, mexendo com sua vaidade e sua autoimagem (ALMEIDA, 2005).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.5 Alterações Geriátricas do Equilíbrio
Figura 4- Equilíbrio. Fonte: Lightifieldstudios (2019).
As tonturas são originadas por conflitos na integração e processamento das informações 
simultâneas proveniente de sistemas vestibulares, visuais e somatossensoriais. Compreendem 
uma grande variedade de sensações de alterações do estado de equilíbrio corporal, que podem 
ser intermitentes ou constantes. Entre os principais tipos de tontura, estão incluídas diversas 
sensações diferentes: impressão de estar girando no meio ambiente (vertigem), atordoamento, 
vacilação, titubeio ou pulsão à marcha, instabilidade ao andar, desorientação espacial, flutuação, 
afundamento ou ascensão em relação ao solo, sensação de estado de embriaguez sem ingestão 
de bebidas alcoólicas, impressão de desmaio iminente(pré-síncope), perda fugaz da consciência 
(síncopes) ou prostração e perda de domínio sobre o corpo. 
 A vertigem e outros tipos de tontura são, na maioria dos casos, de origem vestibular, 
podem ser de intensidade leve, moderada ou severa.
A vertigem espontânea e/ou súbita é a que ocorre em episódios geralmente 
intenso e com duração de minutos, horas ou dias, com náuseas, vômitos, 
sudorese e outras manifestações neurovegetativas. Vertigem recorrente é a que 
surge em crises recidivantes. Vertigem de posicionamento, posicional ou de 
posição é a que aparece em certas posições da cabeça e/ou corpo ou mudanças 
da posição cefálica, a vertigem de posicionamento é o tipo mais comum de 
vertigem (GANAÇA, 2005).
A reabilitação vestibular é uma terapia importante no tratamento do paciente 
com desordens do equilíbrio corporal, proporcionando acentuada melhora 
em sua qualidade de vida. Seu fundamento baseia-se na plasticidade neural do 
sistema nervoso central, com a utilização de mecanismos para o restabelecimento 
e manutenção do equilíbrio (GANAÇA, 2001). 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Os principais mecanismos reflexos envolvidos são:
Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO) de origem nos canais semicirculares: é responsável pela 
estabilização da imagem retiniana sobre a fóvea durante a movimentação cefálica.Reflexo vestíbulo-espinhal (RVE) e vestíbulo-cervical (RVC) são responsáveis por manter 
a postura do corpo e estabilização da cabeça com movimentos musculares compensatórios em 
resposta à atividade sensorial.
A TRV deve ter início o mais precoce possível, visando estabelecer mecanismos 
de compensação vestibular central, que é a capacidade do SNC de compensar a assimetria 
(DISFUNÇÃO DEFICITÁRIA) das atividades aferentes do sistema vestibular periférico. A 
compensação se dá através de alterações da atividade neural do cerebelo e tronco encefálico, 
apresentando resposta ao conflito sensorial produzido pela alteração na atividade vestibular 
tanto periférica como central. O paciente será orientado a se exercitar com exercícios vestibulares 
específicos, sob orientação de um profissional habilitado.
O equilíbrio corporal será estimulado através de três mecanismos:
Adaptação - restabelecer o equilíbrio e a orientação espacial por movimentos 
desencadeados no deslocamento da imagem na retina durante a movimentação 
cefálica, adaptando-se aos estímulos sensoriais apresentados.
Habituação - seria a recuperação da atividade da função vestibular, decorrente de 
exercícios repetitivos, em que o labirinto reage simultaneamente aos estímulos.
Substituição - é a capacidade de substituir a função vestibular prejudicada por 
mecanismos sensório-motores com o intuito de estabilizar o campo visual.
A TRV deverá ser personalizada para cada paciente na dependência da 
etiologia da vertigem, fatores concomitantes como comorbidades existentes, 
capacidade física para a realização dos exercícios, disposição do paciente de 
realizar o protocolo indicado, estado psicológico. A realização de uma avaliação 
otoneurológica completa (anamnese, testes vestibulares, provas do equilíbrio 
estático e dinâmico, avaliação auditiva) é fundamental para um diagnóstico 
preciso da atividade vestíbulo-coclear e direcionamento da terapia a ser realizada 
(GANAÇA, 2001).
Um dos testes vestibulares é a vectoeletronistagmografia digital: é o exame mais utilizado 
para a realização de topodiagnóstico de vertigens.
É um conjunto de procedimentos que avaliam a função vestibular. Consta das 
seguintes provas: calibração, nistagmo espontâneo, semiespontâneo, nistagmo posicional e 
de posicionamento, rastreio pendular e provas optocinética, rotatória e calórica, é realizado 
colocando-se eletrodos perto dos olhos, formando três derivações que permitem o registro 
dos movimentos oculares horizontais, verticais e oblíquos. Os eletrodos captam a variação do 
potencial corneorretiniano.
É útil para identificar, localizar e caracterizar a intensidade e o prognóstico das alterações 
funcionais vestibulares periféricas e centrais. Faculta a localização de lesões vestibulares periféricas 
(labirinto VIII nervo) ou centrais (núcleos, vias e inter-relações no sistema nervoso central), 
o reconhecimento do comprometimento do nervo vestibular inferior e/ou canal semicircular 
posterior a prova rotatória e o acompanhamento da evolução das doenças otoneurológicas com 
o tratamento.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As pessoas com o avanço da idade vão ficando surdas. Sabe por quê?
Para chegar ao cérebro, as vibrações sonoras primeiro tem que 
passar pela orelha externa, passar pelo conduto auditivo, depois vibrar 
a membrana timpânica, passar pela orelha média (onde estão os 
ossículos martelo, bigorna e estribo), atingir a orelha interna, quando, 
na cóclea, são transformadas em energia acústica, que é transmitida 
ao cérebro, através do nervo auditivo; o cérebro é o órgão responsável 
pela decodificação dos impulsos recebidos. Com o envelhecimento as 
membranas vão perdendo a elasticidade, os ossículos vão perdendo 
a mobilidade, a cóclea vai perdendo a capacidade de transformar as 
vibrações sonoras em energia acústica, resultando em perda auditiva 
gradativa (MORAES, 2006, p.13).
Reflitam sobre esta frase: podemos dizer que a incapacidade da sociedade de se 
ajustar à diversidade contribui para exclusão de muitos. O que você, aluno, pode 
subentender sobre essa frase?
Para mais informações sobre gerontologia na fonoaudiologia 
visite o site do conselho federal de fonoaudiologia. Disponível em:
[https://sbgg.org.br/reconhecimento-do-titulo-de-especialista-
em-gerontologia-pelo-conselho-federal-de-fonoaudiologia/.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O filme indicado a seguir foi lançado em 1985. Cocoon 
entrou na lista mais como um voto afetivo, e nem tanto 
pelas qualidades cinematográficas. O filme de Ron 
Howard trata da fonte da eterna juventude: extraterrestres 
vêm à Terra recuperar casulos com seres da sua espécie 
que foram deixados para trás numa viagem anterior. Os 
casulos (os tais cocoons) são armazenados na piscina 
de uma casa alugada pelos ETs. Três idosos de um 
asilo começam a frequentar a piscina às escondidas e 
se beneficiam de seus poderes, mas terão que optar 
sobre o que fazer com suas vidas: vale a pena deter o 
envelhecimento, mas assistir à decrepitude dos entes 
queridos?
Para entendermos as dificuldades relacionadas à terceira 
idade, assista: 
Figura 5 - Cocoon. 
Fonte: 20th Century fox (1985).
Acredito que depois de assistir a esse filme, você, aluno, deverá ter compreendido 
a importância de desenvolver as habilidades e que elas possuem uma relação 
muito próxima com o sucesso ou com o fracasso no processo de envelhecimento.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das tendências mundiais e sobre o âmbito do avanço no crescente número de 
idosos na população, compete ao profissional ser um instrumento facilitador, na prevenção, 
reabilitação e readaptação da família, e da sociedade em si.
Vimos como é crescente o desempenho do fonoaudiólogo e primordial, na relação com 
a geriatria, devido às várias alterações decorrentes da idade e de possíveis doenças adquiridas.
Nesse estudo, vimos que, quando o assunto envolve aspectos de idade, o progresso é ainda 
mais lento, sendo assim de suma importância interação entre o paciente, a terapeuta e a família 
com todo o suporte para tal sucesso.
Ressaltamos que, no processo de envelhecimento, o paciente volta a se infantilizar e o 
sentimento de incapacidade ressurge, sofrendo uma maior dificuldade na sua reabilitação. Sendo 
assim, enfatizada a importância de investimentos contínuos em pesquisas, a fim de construir, para 
esse público, reais condições para suprir as suas necessidades. Podemos dizer que a incapacidade 
da sociedade de se ajustar à diversidade contribui para exclusão de muitos.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 15
1. CONCEITUAÇÃO DA NEUROAPRENDIZAGEM ...................................................................................................... 16
1.1 NEUROPSICOLOGIA ............................................................................................................................................... 16
1.2 DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM ......................................................................................................................... 17
1.3 TRANSTORNO ESPECÍFICO DO DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 19
2. OUTROS TRANSTORNOS ....................................................................................................................................... 19
2.1 TRANSTORNO ESPECTROS AUTÍSTICO ..............................................................................................................20
2.2 TRATAMENTO ........................................................................................................................................................21
3. PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL ..............................................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................25
A NEUROPSICOLOGIA NA FONOAUDIOLOGIA
 PROFA. LUCIANA GENI QUAGLIA MARTIN
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Olá! Sejam bem-vindos à unidade de: A NEUROPSICOLOGIA NA FONOAUDIOLOGIA, 
neste momento você inicia mais um material de estudo, que tem como objetivo enriquecer seu 
aprendizado.
Nossa disciplina é muito importante para sua formação, diante de todas as atualizações e 
mudanças que vêm ocorrendo.
Nesse momento vocês serão direcionados à alguns tópicos abordados dentro do contexto 
da neuropsicologia.
O primeiro tópico será conceituar, fundamentar e fazer um breve resgate, a fim de levá-lo 
compreender a concepção de neuroaprendizagem no processo da fonoaudiologia.
Buscamos situar sobre a avaliação, diagnóstico, prognóstico, orientação, planejamento e 
tratamento.
Ressaltamos os estudos dos Transtornos do déficit de Atenção (TDAH), Distúrbio de 
Aprendizagem (DA), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Processamento Auditivo Central 
(PAC), mostrando aspectos legais e a importância de se saber os conceitos desses transtornos, 
causas e saber avaliar, para assim prevenir e reabilitar.
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1. CONCEITUAÇÃO DA NEUROAPRENDIZAGEM
 
Considerando a Resolução nº 466, de 22 de janeiro de 2015, que dispõe sobre as atribuições 
e competências relativas ao profissional Fonoaudiólogo Especialista em Neuropsicologia; - 
entendem-se como funções cognitivas, relacionadas à comunicação humana, as habilidades de 
atenção, memória, orientação, processamento auditivo, linguagem oral e escrita, cognição social, 
percepção e gnosias, funções executivas e resolução de problemas, habilidades aritméticas e 
praxias, entre outros processos cognitivos.
 
1.1 Neuropsicologia
O trabalho do fonoaudiólogo, nessa área, busca avaliar, tratar e gerenciar os 
distúrbios de indivíduos com queixas relacionadas à comunicação e cognição. O 
profissional desenvolve ações voltadas à assessoria Fonoaudiólogicas, participa 
de projetos e programas que envolvam a comunicação e cognição bem como 
promove e participa de ações educativas voltadas a prevenção de distúrbios da 
comunicação e cognição (CREAFONO, 2011).
 A avaliação neuropsicológica tem se revelado de valor fundamental no auxílio ao trabalho 
do fonoaudiólogo, tendo em vista que propicia um amplo leque de aplicações em diferentes 
contextos da intervenção fonoaudiológica. De maneira geral, entretanto, seja no contexto prático 
do consultório ou outro, é importante rever o que norteia os pedidos de exame neuropsicológico:
1. Auxílio diagnóstico: seja o que for que motiva o pedido, quando o exame é solicitado 
para fornecer subsídios para identificação e a delimitação do quadro, a avaliação 
visa responder uma pergunta que tem a ver com a origem, a natureza ou a dinâmica 
da condição em estudo. Isso implica que seja feito um diagnóstico diferencial entre 
quadros que têm manifestações muito semelhantes ou passíveis de serem confundidas, 
como às vezes pode ocorrer, por exemplo, entre retardo mental leve e transtornos de 
aprendizagem.
2. Prognóstico: o diagnóstico está feito, mas se deseja estabelecer o curso da evolução e 
o impacto que a patologia em questão terá em longo prazo. Certamente esse tipo de 
previsão tem a ver com a própria doença ou condição de base da doença ou transtorno, 
e, quando há lesão, com o lugar, o tamanho e lado no qual se encontra, devendo, nesse 
caso, serem considerados os efeitos a distância que ela provoca.
3. Orientação para o tratamento: entre os empregos e objetivos da investigação 
neuropsicológica, esse é um dos mais importantes. Ao estabelecer a relação entre o 
comportamento e o substrato cerebral ou a patologia, a avaliação neuropsicológica 
não só delimita áreas de disfunção, mas também estabelece as hierarquias e a dinâmica 
dos transtornos em estudo. Tal delineamento pode contribuir para a escolha ou para 
mudanças no tratamento fonoaudiológico.
4. Auxílio para planejamento da reabilitação: a avaliação neuropsicológica estabelece 
quais são as forças e as fraquezas cognitivas, provendo, assim, um “mapa” para orientar 
quais funções devem ser reformadas ou substituídas por outras.
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Esses são os principais motivos de demanda para a avaliação neuropsicológica, mas as 
possibilidades são múltiplas. Conforme ela se processa com testes quantificáveis específicos e que 
investigam amplamente o funcionamento, permite estabelecer se há distúrbio ou déficit, se eles 
têm relação com a doença e se esta é sugestiva de um tratamento não diagnosticado no presente. 
Ela estabelece quais funções, áreas ou sistemas cerebrais podem estar envolvidos e quais hipóteses 
diagnósticas podem ser feitas a partir da avaliação.
1.2 Distúrbio de Aprendizagem
Figura 1 - Distúrbio de aprendizagem. Fonte: Freepik (2020).
Os alunos com Distúrbios de Aprendizagem e TDAH se enquadram no grupo dos 
transtornos e orienta-se para atender as necessidades específicas dessas crianças.
Desse modo, em relação aos alunos com Distúrbios de Aprendizagem, Smith (2001) diz 
que esses apresentam “problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, 
recordar ou comunicar informações”.
Logo,
o Distúrbio de Aprendizagem (DA) está relacionado a uma falha na aquisição ou 
no processamento, ou ainda, no armazenamento, envolvendo áreas e circuitos 
neuronais específicos do sistema nervoso central em determinado momento do 
desenvolvimento (Smith, 2001).
Quanto às causas, a autora revela que os fatores podem ser hereditários, desequilíbrios 
neuroquímicos, lesão cerebral e erros do desenvolvimento cerebral.
Entre os distúrbios está a Dislexia, que seria um comprometimento específico e 
significativo no desenvolvimento das habilidades de leitura, a qual, caracteriza-se por uma 
dificuldade na decodificação de palavras isoladas, causada por uma ineficiência no processamento 
da informação fonológica. 
 
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Outro distúrbio de aprendizagem que compromete o desempenho acadêmico é a 
Disgrafia, dificuldade de se comunicar por meio da escrita.
Figura 2 - Dislexia. Fonte: Godruma (2018).
A mesma autora ainda revela três tipos de disgrafia:
Disgrafia disléxica/Disgrafia motora/ Disgrafia espacial
Para Santos (2002), precisamos entender três níveis: o biológico, o cognitivo e o 
comportamental. Nas biológicas, a interação com o meio ambiente pode gerar efeitos adversos 
no desenvolvimento cerebral, levando ao distúrbio de leitura e escrita. Em relação ao fator 
cognitivo, ele mostra um padrão característico de sinais e sintomas comportamentais, que alteram 
dependendo da idade, habilidade e motivação.
- A Discalculia: Segundo Sampaio (2010),
a discalculia é um distúrbio que envolve um comprometimento específico em 
habilidades aritméticas básicas: reconhecimento dos algarismos, formação de 
números em dezenas, centenas, milhares, operações básicas de soma. A pessoa 
que sofre do distúrbio discalculia comete erros diversos na solução de problemas 
verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na 
compreensão dos números. Ao realizar a terapia é importante cautela na conduta 
(SAMPAIO, 2011 p.5). 
Orientação aos professores, sugerindo que o aluno deve ter um atendimento 
individualizado e evitar:
ressaltar a dificuldade do aluno,diferenciar dos demais, mostrar impaciência 
com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou 
mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala, corrigir 
frequentemente diante da turma, para não expor, ignorar a criança em sua 
dificuldade. (SAMPAIO, 2011 p.5).
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1.3 Transtorno Específico do Desenvolvimento
Segundo respaldado pelo código internacional de doenças (CID10), TDAHI/ 
Hiperatividade infantil/ Transtorno Hipercinético/Distúrbio de déficit de Atenção/DDA, são 
sinônimos da nomenclatura.
O TDAH transtorno déficit de atenção hiperatividade: é caracterizado por um transtorno 
mental crônico, multifatorial, neurobiológico, uma vez que, para muitos pesquisadores do tema, 
há uma leve disfunção do metabolismo neuroquímico ou neuroelétrico na produção de algum 
tipo de neurotransmissores, levando estes a se desenvolverem num período mais tardio.
Gruspun (1999) diz que nos sintomas do TDAH ocorrem alterações genéticas 
(neurotransmissores: dopamina, serotonina, noradrenalina) do cérebro, provocando um mau 
funcionamento das áreas cerebrais no córtex pré-frontal, responsáveis pelo comportamento e 
atenção, provocando o déficit de atenção, a hiperatividade e impulsividade, como também podem 
comprometer outras funções dessa região cerebral, como a percepção, planejamento futuro, 
flexibilidade cognitiva e capacidade de organização e a equipe multiprofissional é indispensável.
 
2. OUTROS TRANSTORNOS
“Apesar de, talvez, o autismo sempre ter feito parte da condição humana, sua identificação 
é discreta e relativamente recente” (SMITH, 2011).
A OMS (2013) inclui um agrupamento, no qual se destaca 3 transtornos globais 
do desenvolvimento (TGD)/1. autismo/2. síndrome de asperger/3. transtorno global do 
desenvolvimento sem outra especificação. Tendo como nomenclatura o termo de transtorno do 
espectro autista (TEA), não incluindo síndrome de Rett e Transtorno desintegrativo da Infância.
O autismo se destaca entre os transtornos dos espectros autístico (TEA), 
pois toda essa condição inicia-se de forma precoce com atrasos e desvios no 
desenvolvimento das habilidades sociais e principalmente comunicativa, na 
qual, a fonoaudiologia, realiza todo o alicerce de atendimento. A interrupção 
precoce dos processos de desenvolvimento cognitivo, social e da comunicação, 
desencadeia um transtorno no neurodesenvolvimento dos mecanismos cerebrais 
da sociabilidade básica (ORRU, 2009).
Os transtornos apresentam traços comportamentais similares, com problema 
na comunicação, habilidades sociais, padrões de comportamentos ou 
grupos interesses. A palavra-chave no termo TEA é espectro, que implica em 
características similares, mas que, ao mesmo tempo, grandes diferenças de 
habilidades atuais (SMITH, 2001).
 Os transtornos terão critérios de diagnóstico específicos. Assim o TEA é representado 
por um grupo de comportamentos e traços em comum.
 
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2.1 Transtorno Espectros Autístico
Figura 3 - Autismo. Fonte: Freepik (2021).
O diagnóstico do autismo é difícil e complexo, feito por meio de investigação e 
da observação clínica do comportamento. Os estudos sobre a caracterização das 
manifestações comportamentais do autismo buscam definir seu perfil clínico e, 
assim, facilitar seu diagnóstico. (GUEDES, 2012).
Tecnicamente o termo autismo é, em geral, utilizado ao se referir a todos os transtornos e 
síndromes que compreendem o TEA, no qual, podemos definir o autismo como: 
todas as crianças com autismo apresentam prejuízos na comunicação, nas 
habilidades sociais, nos comportamentos restritos e repetitivos ou no grupo 
de interesses. Elas não se comunicam com os outros de maneira comum, ou 
se conseguem se comunicar fazem o uso da ecolalia, que seria a repetição do 
que acabara de ouvir, algumas até geram a linguagem verbal, mas não consegue 
empregá-los, não apresentam semântica, pronomes (SMITH, 2011).
Smith (2011) ainda nos dá um exemplo com a palavra “cão”, as crianças com autismo 
apresentam dificuldade em entender que a palavra “cão” se refere a uma categoria de cachorros, 
ou a um tipo específico, enfim independente da capacidade de verbalizar ou não, todas as 
crianças com autismo têm problemas com o pragmatismo da linguagem, com o lúdico, com o 
abstrato, com as pistas não verbais e opiniões que são importantes no sucesso da comunicação. 
As estereotipias também fazem parte desses comportamentos dos autistas, que são movimentos 
anormais ou repetitivos de comportamento, interesses incomuns ou reações estranhas ao 
ambiente, são atraídas por somente um aspecto específico dos brinquedos, por exemplo: pode se 
interessar somente pela roda do carrinho, ou o girar da corda. 
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Outras repetem o movimento repetitivamente como: balançar para frente e para trás 
constantemente, ou sacudir as mãos nas frentes do rosto incansavelmente. Como comportamento 
muito característico dos autistas é o problema com as interações sociais. Apresentam-se no seu 
próprio mundo e não procuram companhias de outras crianças ou de adultos ou familiares, têm 
dificuldade em manter contato visual, afetividade, abraços e carinhos.
Os autistas apresentam muitas dificuldades na linguagem ao se expressar ou ainda para 
compreender o que lhe é emitido, observamos muitas alterações na pragmática, na qual precisa 
saber realmente qual o significado do objeto falado para poder compreender a sua função: 
exemplo: uma criança deve saber o que é uma xícara- um objeto que mantém um líquido, de 
onde o líquido é retirado, usada para beber- antes que possa desenvolver um conceito de xícara, 
ou use- o na conversação. Precisa imaginar o símbolo xícara, para poder usá-la na expressão, 
ou conversação. Ainda apresentam alterações na semântica, como por exemplo: precisa estar 
relacionado ao assunto ou ao pensamento, para compreender uma frase “solta”, deixei na escola, 
pode não ficar claro o que a criança deixou na escola, a menos que ela esteja respondendo uma 
pergunta direta como: “onde está sua jaqueta?”.
 
2.2 Tratamento
 
Um trabalho multidisciplinar/interdisciplinar, de forma integrada, se faz sempre 
necessário. Os profissionais devem usar procedimentos e técnicas em comum, discutindo com os 
pais sobre as necessidades da criança e sobre o que ela consegue entender e executar. Para isso, 
sugere-se um profissional de apoio, com o objetivo de organizar e orientar o tratamento, assim 
como analisar a evolução do quadro do paciente. Vários tipos de medicamentos já comprovaram 
alguns benefícios recompensadores, ajudando a melhorar a convivência familiar, diminuir a 
hiperatividade, assim como os comportamentos autoagressivos, as obsessões etc. Esse tratamento 
poderá servir de complemento, beneficiando as terapias diversas. O ponto primordial para o 
tratamento do autismo é a sua independência, interdisciplinar a sua rotina, uma função nada 
fácil. É necessário adaptar as formas de mostrar a criança com autismo como ela pode realizar as 
tarefas, sem seu auxílio.
Não é o déficit em si que traça o destino da criança. Esse “destino” é construído 
pelo modo como a deficiência é significada, pelas formas de cuidado e educação 
recebidas pela criança, enfim, pelas experiências que lhe são propiciadas (GÓES, 
2002, p. 99).
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As equipes multidisciplinares que auxiliam:
· Neurologia: função diagnóstica, terapia medicamentosa e acompanhamento de exames;
· Psicologia: atendimento a familiares, estimulação e psicoterapia;
· Fonoaudiologia: fonoterapias;
· Fisioterapias: correções e estimulações;
· T.O e oficinas pedagógicas;· Musicoterapia.
Os instrumentos de avaliação para diagnósticos são aplicados por psicólogos treinados, 
sendo uma das ferramentas usadas o (CHAT), outra é o (CARS), além de monitoramento que 
descreve a gravidade dos problemas apresentados.
 
3. PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Figura 4 - Cérebro humano com orelhas grandes e pernas. Fonte: Fberti (2017).
Entre as dificuldades auditivas, o PAC se encaixa nas funções neuropsicológicas como 
sendo uma habilidade muito estudada, que seria a dificuldade da compreensão: o que é transtorno 
do processamento auditivo?
Pode ser descrito como uma dificuldade que o sujeito tem em lidar com as informações 
que chegam através da audição. É um transtorno funcional da audição, no qual o indivíduo 
detecta os sons normalmente, mas tem dificuldade em processar a informação auditiva da forma 
correta, devido a uma dificuldade em um ou mais níveis da habilidade auditiva. Devemos sempre 
lembrar que escutamos com os nossos ouvidos, no entanto, é o nosso cérebro que faz o uso da 
informação que escutamos. Se o cérebro for incapaz de processar corretamente o que foi dito 
ou se houver algum problema na transmissão do som, a mensagem é perdida ou, então, mal 
entendida, ocorrendo o Transtorno do processamento auditivo. 
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Cabe salientar que dependendo da habilidade auditiva que esteja em déficit, os sintomas 
comportamentais do transtorno do processamento auditivo serão diferenciados entre os 
indivíduos.
Segundo Silva et al. (2005), a bateria de teste é composta por:
Teste de localização sonora: exame complementar na indicação de comprometimento de 
tronco encefálico, com o objetivo de verificar se o paciente é capaz de localizar a fonte sonora.
Teste monoaurais de baixa redundância: avaliam a habilidade do sistema auditivo central 
de compreender o sinal de fala com redundância reduzida por meio de competição ou distorção 
(fechamento auditivo), teste de fala filtrada com filtro passa-baixo (F/F), com mensagem 
competitiva ipsilateral (PSI? MCI) e teste de identificação de sentenças sintéticas com mensagem 
competitiva ipsilateral (SSI/MCI).
Testes de Padrões Temporais: Avaliam a habilidade do sistema nervoso auditivo central 
(SNAC) para o reconhecimento do contorno acústico, do traço de memória da transferência 
inter-hemisférica, da nomeação e organização sequencial dos estímulos acústicos. São eles: pitch 
pattern sequence (PPS), pitch pattern sequence infantile (PPS-infantil) e duration pattern sequence 
(DPS).
Testes de escuta dicótica avaliam a habilidade do SNAC para processar estímulos diferentes 
apresentados a ambos os ouvidos simultaneamente (integração binaural) ou para ignorar o 
estímulo acústico apresentado a um dos ouvidos, respondendo somente ao estímulo apresentado 
ao outro ouvido (separação binaural). São eles: dicóticos de dígitos (DD), dicóticos de consoante 
vogal (DCV), testes de dissílabos alternados (SSW), logoaudiometria com mensagem competitiva 
contralateral (PSI) e teste de identificação de sentenças sintéticas com mensagem competitiva 
contralateral (SSI).
Como lidar com o aluno hiperativo em sala de aula?
(lista adaptada por Razera, 2008)
-Listar os sintomas da criança hiperativa;
Dar feedback imediato.
Dar feedback frequente.
Trabalhar com recompensas, como prêmios simbólicos.
Elogiar cada acerto, reforçar a autoestima dá bons resultados;
Dar incentivo antes das punições;
Dar exemplo, ações falar mais alto que palavras.
Ser sempre previsível, avisando sempre com antecedência, as atividades a serem 
realizadas.
Nunca deixar sentar próximo à janela ou porta e sempre na primeira fila da turma, 
longe de grupos de crianças durante as aulas e estudos.
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Rain Man: Sinopse: Um jovem, YUPPIE (Tom Cruise), fica 
sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram bem 
e não se viam há vários anos, mas ele vai ao enterro e 
quando vai cuidar do testamento fica sabendo que herdou 
um buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, sendo 
que um beneficiário tinha herdado três milhões de dólares. 
Fica curioso em saber quem herdou aquela fortuna e 
descobre que foi seu irmão (Dustin Hoffman), que ele 
desconhecia a existência. O irmão dele é um autista, 
mas pode calcular problemas matemáticos complicados 
com grande velocidade e precisão. O Yuppie sequestra 
seu irmão autista da instituição onde ele está internado, 
pois planeja levá-lo para Los Angeles e exigir metade do 
dinheiro, nem que para isto tenha que ir aos tribunais. É 
durante uma viagem cheia de pequenos imprevistos que 
os dois se compreenderão mutuamente e entenderão o 
significado de serem irmãos.
 
Figura 5 - Rain Man.
Fonte: Autismodiario
(2013).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos esse estudo reafirmando o quanto é importante estudar, se aprimorar e 
contribuir com as diversas propostas que vêm surgindo para alcançar a efetiva movimentação da 
neuropsicologia. Sugerimos sempre o trabalho preventivo junto às famílias e a comunidade, que 
possam ser desenvolvidos em clínicas e dentro das escolas.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................27
1. COMPETÊNCIA DA FONOAUDIOLOGIA NO MEIO JURÍDICO ..............................................................................28
1.1 TIPOS DE PERÍCIAS E A FONOAUDIOLOGIA .......................................................................................................28
2. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, ESCUTA E GRAVAÇÃO ......................................................................................29
2.1 INTERCEPÇÃO TELEFÔNICA .................................................................................................................................29
2.2 ESCUTA TELEFÔNICA ...........................................................................................................................................30
2.3 GRAVAÇÃO TELEFÔNICA E AMBIENTAL .............................................................................................................30
3. TRANSCRIÇÃO E TEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 31
3.1 AMOSTRA PADRÃO E QUESTIONADA PARA COMPARAÇÃO FORENSE ..........................................................32
4. ANÁLISE ACÚSTICA ................................................................................................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................35
FONOAUDIOLOGIA FORENSE
 PROFA. LUCIANA GENI QUAGLIA MARTIN
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA
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INTRODUÇÃO 
Muito mais que uma simples comparação, identificar falantes consiste no emprego de 
apurada técnica de análise e concluir se duas amostras de áudios pertencem ou não a mesma 
pessoa. Para a realização desta tarefa, é necessária uma série de procedimentos que inclui o 
manuseio dos dados e análises perceptivo-auditiva, acústica, linguística e estatística, culminando 
na elaboração de laudos, pareceres e relatórios técnicos, conforme a finalidade do procedimento. 
Embora recente no Brasil, essa prática, há décadas, é comum no cenário internacional e 
muito tem contribuído como prova, nos casos em que existe dúvida razoável acerca da autoria 
ou responsabilidade dos envolvidos em uma demandajudicial. Neste contexto, será apresentada 
uma interface entre fonoaudiologia e direito, discorrendo sobre as múltiplas possibilidades de 
atuação no mundo forense, com destaque para as etapas que envolvem a identificação forense do 
falante e introduzindo o fonoaudiólogo como um dos profissionais que podem realizá-la.
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1. COMPETÊNCIA DA FONOAUDIOLOGIA NO MEIO JURÍDICO
Uma das áreas de maior atuação de fonoaudiólogos em perícias está relacionada com a 
ocupação laboral do sujeito, ou seja, exames admissionais e demissionais e processos indenizatórios 
relacionados com a sua atividade profissional, envolvendo a audição e a voz do trabalhador.
No entanto, o avanço tecnológico e o acesso aos meios de comunicação proporcionam ao 
sujeito a comunicação a distância, o contato com outras pessoas em diversos locais. 
Diante desse cenário, a possibilidade de gravação dessas conversas, sejam elas 
entre supostos autores de crimes, entre familiares que disputam bens ou à 
guarda dos filhos, tornou-se de fácil realização. Assim, com a tecnologia a favor 
da sociedade surgiram novos meios de provas e o fonoaudiólogo viu, nesse 
contexto, nova oportunidade de atuação (CAZUMBÁ, 2015).
Atualmente, no Brasil, na prática pericial, utiliza-se a análise perceptivo-
auditiva (qualitativa) e a análise acústica (quantitativa) no confronto entre a voz 
padrão (coletada do suspeito/réu) e a voz questionada (interceptada). A análise 
perceptiva da comunicação tem sido utilizada na identificação de integrantes de 
organizações criminosas, pois permite caracterizar a qualidade vocal (BEHLAU 
e PONTES, 1995).
Nesse tipo de perícia, considerando que a linguagem é uma função altamente especializada 
dentro da espécie humana e que fatores genéticos, sociais, biológicos e ambientais, dentre outros, 
imprimem características únicas que resultam no caos organizado da comunicação.
“As análises de voz, fala e linguagem são as únicas dimensões que fornecem informações 
importantes sobre o gênero, idade, dialeto/linguagem, emoção, identidade, intoxicação, estresse 
psicológico e tentativa de iludir, enganar e disfarçar (BEHLAU, 2013).”
1.1 Tipos de Perícias e a Fonoaudiologia
Algumas análises podem ser realizadas pelo fonoaudiólogo, estão relacionadas a seguir:
 
análise de conteúdo de áudio e vídeo: análise e descrição detalhada de todo o 
conteúdo do arquivo (vídeo com ou sem som e áudio), reproduzindo fielmente a 
intenção dos falantes, gestos, ruídos de fundo e a mensagem contida no diálogo;
textualização de áudio e vídeo: narrativa clara e coerente das intenções 
comunicativas do falante que vão além da própria oralidade. Consiste na 
apresentação das partes mais relevantes do conteúdo, reproduzindo discursos, 
intenções, situações relações e correlatos encadeados cronologicamente;
transcrição de Áudios: procedimentos onde a fala é transposta integralmente 
para a escrita, como o falante pronuncia incluindo sons ambientais ou emitidos 
por outro locutor. Essa análise é importante para esclarecer determinadas 
palavras e/ou trechos duvidosos;
decodificação de mensagens: por meio da sociolinguística, busca-se decifrar 
mensagens escritas e/ou orais traçando evidências entre os códigos da língua e a 
sociedade, ou seja, por intermédio da análise origem ou de traços linguísticos, há 
possibilidade de se conhecer o ambiente (país, cidade, bairro, comunidade) que 
o falante tem origem ou inserção;
análise de imagens: exame com o intuito de esclarecer detalhes sobre as pessoas 
e objetos, como por exemplo, vestimentas, marcas, sinais que possam ajudar a 
identificá-los;
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análise de perfil comunicativo do falante: exposição de informações 
como características anátomo fisiológicas particulares e de condições 
psicossociológicas, aliadas a fatores determinantes que se referem às condições 
dentro das quais esta fala é produzida; 
banco de voz e de imagem: caracterização de vozes já analisadas em função 
do armazenamento das mesmas a partir das perícias realizadas, sejam vozes de 
suspeitos de um delito ou de suas redes de relacionamentos. A classificação de 
vozes, linguagem e comunicação, bem como a descrição de imagens em todas 
as suas vertentes na ocasião de cada investigação já deverão ter ocorrido. Isso, 
portanto, facilitará uma busca futura, caso haja emparelhamento de evidências 
vocais, linguísticas e/ou comunicativas;
leitura labial ou orofacial: técnica aplicada para a identificação de palavras 
emitidas pelo falante por intermédio da compreensão dos movimentos dos 
órgãos articulatórios, condizentes com o contexto da análise.
identificação facial/prosopografia: realizar a constituição da face por meio 
de processo técnico que visa estabelecer e identificar pontos característicos 
semelhantes e divergentes de uma face humana em relação a outra; 
exame grafotécnico: procedimentos que visam verificar a autenticidade, 
falsidade/ou autoria de um texto manuscrito ou assinatura, que pode estar em 
um documento, bilhete ou em qualquer objeto que contenha uma escrita de 
punho; 
estabelecimento de nexo causal entre alteração vocal: a atuação da perícia em 
transtornos vocais relacionados com o trabalho se baseia na determinação da 
capacidade ou incapacidade laborativa e na fixação do nexo de causalidade entre 
a doença e o trabalho;
Estabelecimento de nexo causal entre alteração auditiva: verificar se há nexo 
causal entre a perda auditiva induzida por ruído e o ambiente de trabalho, 
buscando relações entre a exposição, os sinais e sintomas, além do conhecimento 
sobre o ambiente de trabalho (CAZUMBÁ, 2015).
2. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, ESCUTA E GRAVAÇÃO
2.1 Intercepção Telefônica
A partir do código brasileiro de telecomunicações foi inserida a primeira forma de 
regulamentar a possibilidade de interceptação telefônica.
Desta forma é possível afirmar que no âmbito jurídico, o objetivo da interceptação é a 
obtenção do conhecimento de situações, que de outra forma seriam desconhecidas ou de difícil 
obtenção. 
A interceptação telefônica em termos mais restritos, é sempre caracterizada pela 
presença de um terceiro, sem o conhecimento e autorização dos falantes quanto 
à captação da conversa. Em razão do caráter sigiloso do procedimento é natural, 
e até imprescindível, que se realize sem o conhecimento do réu. Mesmo porque, 
do contrário, seria inútil qualquer tentativa nesse sentido, já que o procedimento 
perderia sua maior qualidade, deixando de registrar a verdade. Ressalta-se 
que a intercepção é empregada, em princípio, apenas para fins criminais, não 
comerciais sendo admitida, geralmente, para fins cíveis, administrativos ou 
comerciais (MARTINS, 2010).
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Figura 1 - Interceptação telefônica. Fonte: Adobe stock (2019).
 
2.2 Escuta Telefônica
Na escuta telefônica, a retenção do áudio (gravação) é efetuada por terceiros, 
porém nesse caso, existe o consentimento de pelo menos um dos comunicadores. 
Em termos de ilicitudes desse procedimento, no qual ocorre a gravação de 
conversa entre sequestradores e os parentes da vítima pela polícia, o supremo 
tribunal federal, também conhecido como ‘guardião da constituição’ e ‘corte 
constitucional’, já se manifestou a respeito e concluiu pela pertinência e validade 
da prova (CAZUMBÁ, 2015). 
2.3 Gravação Telefônica e Ambiental
A gravação, mais conhecida como gravação clandestina, acontece quando um 
ou dois interlocutores efetua a gravação da conversa, sem o conhecimento do 
outro. Esse tipo de gravação é muito comum nos casos de solicitação de alguma 
vantagem indevida, interesses familiares, ameaças, assédios entre outros. Não 
se desconhece que o tema, no meio doutrinário e jurisprudencial, ainda conta 
com inegável controvérsiae nesse aspecto, alvo de discussões infindáveis, com 
argumentos prós e contras. Todavia, a partir da manifestação do supremo, a 
gravação clandestina de conversa feita por um dos interlocutores, desde que 
não haja causa legal específica de sigilo nem reserva de conversação, pode ser 
utilizada como meio de prova no âmbito judicial, escapando tal prática da 
mácula de prova ilícita, já que não está em causa a proibição (CARNELUTTI, 
2000).
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3. TRANSCRIÇÃO E TEXTUALIZAÇÃO
A transcrição consiste, em passar para o papel o que se ouve, mantendo o conteúdo 
fonêmico e os traços de prosódia. É um procedimento onde a fala é transportada de maneira 
exata como o falante pronunciou, apontando, inclusive, voz e sons ambientais e sobreposição de 
fala de outro locutor, caso ocorram. Deve reproduzir, literalmente o áudio, empregando as letras 
do alfabeto, os sinais de acentuação e os auxiliares.
transcrição de áudio: 
interlocutores: vf1 x vm 1 
vf1: oi pai, deixa eu perguntar uma coisa. M/ saiu do senado né?
vm1: hum
vf1: aí cê acha que ::: da pro mateus entra na vaga dele?
vm1: podemo pensar nisso.
Quadro 1 - Transcrição de um áudio. Fonte: Cazumbá (2015).
: dois pontos prolongamento do som 
flecha para cima som mais agudo do que os do entorno 
flecha para baixo som mais grave do que os do entorno
- hífen cobre abrupto na produção vocal 
fala Sublinha ênfase em som 
FAla Maiúscula
ºfalaº sinais de graus som em volume mais alto do que o entorno
ºº falaºº sinais de grau duplo
som em volume 
destacadamente mais baixo 
do que o entorno
> fala< sinais de maior do que e de menor do que fala acelerada
<fala> sinais de menor do que é do maior do que fala desacelerada
[ ] colchetes fala sobreposta 
inspirações/ expirações/risos
.hh
série de h precedida de ponto inspiração audível 
Hh (série de hh) expirações ou risos
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(.) ponto entre parênteses silêncio de menos de 2 décimos de segundos.
(fala) segmento de fala entre parênteses transcrição duvidosa 
((levanta da cadeira)) parênteses duplos descrição de atividade não vocal
Quadro 2 - Convenções de transcrição Jefferson: aspectos de produção de fala. Fonte: Cazumbá (2015).
3.1 Amostra Padrão e Questionada para Comparação Forense 
Nas amostras serão realizadas algumas etapas: 
• recebimento e armazenamento do material questionado; 
• preparação do material questionado;
• local para realização da coleta do padrão: sala de coleta;
• metodologia da coleta.
Após essas etapas torna-se evidente como a “construção” de cada um reflete diretamente 
na realização da perícia e a necessidade de se buscar os melhores instrumentos e os conhecimentos 
da área para que a justiça seja feita no seu verdadeiro sentido.
4. ANÁLISE ACÚSTICA
A análise acústica permite, maior compreensão do sinal vocal, associações a 
análise perceptivo-auditiva, padronização de dados normativos de diferentes 
realidades, documentação visual dos parâmetros da voz de fala e assimilação e 
identificação de semelhanças e diferenças de cada som tanto inter quanto intra 
falantes (PINTO, 1999).
 - Sinal digital do processamento de fala: 
a espectrograma nos fornece dados de fontes glótica e dos ressonadores de intensidade 
do trato vocal, além de gerar dados das características temporais: como regularidade do traçado, 
definição da frequência e intensidade, formantes das vogais e regiões de incrementos das energias 
das consoantes. É utilizada também as análises em banda, sendo em banda larga ou estreita, há 
possibilidades de análise espectrográfica nos dois tipos de filtros. 
- Espectrograma de Banda Estreita:
“este se utiliza de filtros de 45 ou 60 Hz, que evidenciam especialmente as harmônicas do 
som, é observado ao analisar a frequência, a intensidade, dos harmônicos, quebra de frequência, 
instabilidade da frequência fundamental e tremor. (PONTES, 2002)”.
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- Espectrograma de Banda Larga:
a modalidade banda larga é um gráfico gerado a partir do filtro de faixa de frequência entre 
200 e 500hz. Esse é disposto por estrias verticais, mostrando as regiões de energia do sinal, sendo 
possível identificar ressonância, formantes, as zonas de concentração de ruído consoantes, zonas 
de sonorização, pausas respiratórias, início e fim de vocábulos. Ainda podem ser identificados 
os sons das consoantes como: sons plosivos, sons nasais, sons fricativos, sons líquidos: laterais e 
vibrantes, constituintes prosódicos.
VOCÊ SABE O QUE É O HASH E PARA QUE SERVE?
O Hash é como se fosse a impressão digital eletrônica. Ele é uma função que 
cria um criptograma em “uma sequência de bits geradas por um algoritmo, em 
geral representada em base hexadecimal, que permite a conversão em letras e 
números. Existem vários tipos de Hashs dentre eles: MD5, SHA1, SHA256. Para 
saber mais sobre o hash, abra o link de indicação de leitura.
Reflitam sobre essa frase: conhecer o universo jurídico e apresentar aos 
profissionais da fonoaudiologia e áreas afins, pode dar a busca e a capacitação 
incessante do conhecimento da comunicação humana, pela informação e 
utilização de novas tecnologias da informação e do direito que mudam e evoluem 
constantemente.
Para mais informações: www.linkedin.com/pulse/fun%C3%A7%-
C3%A3o-dehash-em-forense-digital-vinicius-machado-de-oli-
veira-1/
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Para entendermos um pouco mais o mundo da tecnologia. 10 
de agosto de 1969. Três cartas diferentes chegam aos jornais 
San Francisco Chronicle, San Francisco Examiner e Vallejo 
Times-Herald, enviadas pelo mesmo remetente. A carta 
enviada ao Chronicle trazia a confissão de um assassino e as 
três juntas formavam um código que supostamente revelaria 
a identidade do criminoso. O assassino exigia que as cartas 
fossem publicadas, caso contrário mais pessoas morreriam. 
Um casal de Salinas consegue decodificar a mensagem, mas 
é Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), um tímido cartunista, 
quem descobre sua intenção oculta: uma referência ao filme 
“Zaroff, o Caçador de Vidas” (1932). Os assassinatos e as 
cartas se sucedem, provocando pânico na população de San 
Francisco. 
Figura 2 - Zodíaco. 
Fonte: Adorocinema (2014).
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-59320/trai-
ler-18727826/.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente capítulo inseriu em nossa prática fonoaudiológica e abordou os tipos de 
perícias e documentos que podem ser realizados em nosso dia a dia. Também elucidou as 
denominações ao profissional que atua na área forense, conforme a posição em que se encontra, 
sendo na admissional, demissional, audição ou voz.
O conhecimento e a experiência do perito judicial e dos assistentes tem por fim permitir 
que o juiz, como destinatário final da prova e responsável pela decisão final acerca do direito 
discutido judicialmente, forme sua convicção de maneira suficiente para julgar e proclamar o 
resultado que o conjunto probatório existente nos autos indica como mais justa (verdade real).
Por fim, sendo de suma importância, destaca-se que o fonoaudiólogo forense se apresenta 
com um papel de protagonista nas decisões finais, na qual, é incisivo esclarecer de forma absoluta 
as descabidas conclusões ou afirmativas conclusões sob os atos controversos. 
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................37
1. IMPLANTE COCLEAR ..............................................................................................................................................381.1 PARTES QUE COMPÕEM O IMPLANTE COCLEAR ..............................................................................................39
1.2 PACIENTES QUE SE BENEFICIAM COM O IMPLANTE COCLEAR .................................................................... 41
1.3 ETAPAS ATÉ A REALIZAÇÃO DO IMPLANTE COCLEAR ..................................................................................... 41
1.4 EXAMES QUE GERALMENTE SÃO REALIZADOS ...............................................................................................42
1.5 NO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO ........................................................................................................................42
1.6 ATIVAÇÃO E MAPEAMENTO .................................................................................................................................44
1.7 ASPECTOS RELACIONADOS COM A AUDIÇÃO BINAURAL ...............................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................47
FONOAUDIOLOGIA NO PROCESSO 
DO IMPLANTE COCLEAR
 PROFA. LUCIANA GENI QUAGLIA MARTIN
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ATUALIDADES EM FONOAUDIOLOGIA
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INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos à unidade: FONOAUDIOLOGIA NO PROCESSO DO IMPLANTE 
COCLEAR, com extrema excelência a oferta aos alunos.
A grande diversidade de âmbitos em que o fonoaudiólogo está inserido e pode desenvolver 
suas funções, atualmente, faz com que a necessidade de sua atualização seja percebida e está cada 
vez com mais insistência. Essa demanda é apoiada pelos conselhos, pais, familiares, professores, 
médicos e pela necessidade de uma equipe multidisciplinar.
Nos últimos anos temos o Implante Coclear (IC) com um recurso altamente benéfico e 
efetivo para adultos e crianças com deficiência auditivas bilaterais severas e profundas. Sendo o IC 
um dispositivo eletrônico biomédico de alta tecnologia, desenvolvido para realizar a função das 
células ciliadas da cóclea que estão danificadas ou ausentes. O IC não cura a surdez, mas provém 
a sensação da audição a portadora de deficiência com a qualidade necessária para a percepção 
dos sons de fala. 
Como ponto primordial e pela indiscutível importância dos fonoaudiólogos nas suas 
contribuições dos protocolos entre indicação, cirurgia, mapeamento e reabilitação auditiva, este 
estudo se fez necessário. 
Teremos a abordagem de todo o funcionamento do IC, aspectos técnicos, componentes 
básicos, etapas de indicação, quais exames são necessários, cuidados obrigatórios entre outros, 
tornando-se uma ênfase na proposta atual. 
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1. IMPLANTE COCLEAR
A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento dos seres 
humanos. Trata-se do meio para aquisição de habilidades de linguagem e fala 
dos indivíduos, favorecendo a comunicação. Sem ela, o sujeito pode desenvolver 
problemas de cunho social e emocional (COUTO, 2017).
Uma perda auditiva limita a capacidade de percepção e discriminação dos sons, 
prejudicando, portanto, o convívio social, promovendo o isolamento e pondo 
em risco a integridade física dessas pessoas. Além disso, a audição desempenha 
papel fundamental na aquisição e no desenvolvimento da linguagem de crianças, 
interferindo significativamente no desenvolvimento infantil, principalmente 
relacionado à área da comunicação (COUTO, 2017).
O processo de reabilitação/habilitação tem como finalidade desenvolver habilidades 
auditivas que foram perdidas ou que ainda nem foram adquiridas e se dá principalmente por meio 
de um Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) ou de um Implante Coclear (IC). 
Ambos os aparelhos possuem diferentes funções. O IC fornece sensação de audição a pessoas 
com perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo, sem a necessidade da presença 
das células ciliadas da cóclea, órgão que costuma estar danificado nessas pessoas.
O IC, portanto, serve como uma alternativa para reabilitação da deficiência 
auditiva e é indicado para pacientes adultos ou crianças, com deficiência 
sensorioneural profunda bilateral que obtêm pouco ou nenhum benefício 
com o AASI. O implante é considerado como um recurso efetivo, que permite 
melhora significativa na maioria desses pacientes sempre que acompanhada 
de habilitação/reabilitação auditiva. O Implante Coclear é resultado de intenso 
estudo e pesquisas ao longo das últimas quatro décadas e representa um avanço 
no tratamento de pessoas com problemas auditivos, sobretudo quando realizado 
nos primeiros anos de vida. Em virtude de esse aparelho ser reconhecido 
mundialmente como uma forma de tratamento de indivíduos com perda 
auditiva, proporcionando o desenvolvimento de habilidades comunicativas, 
cognitivas e sociais e também por se tratar uma tecnologia que está em constante 
aperfeiçoamento e evolução. (BENTO, 1997).
 O IC Trata-se de um equipamento eletrônico computadorizado que substitui a função 
do ouvido interno de pessoas que têm surdez total ou quase total. Assim, o implante estimula 
diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que são colocados dentro da cóclea. 
Esses estímulos são levados via nervo auditivo para o cérebro. 
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É um aparelho muito sofisticado e é considerado uma das maiores conquistas da 
engenharia ligada à medicina do nosso século. Já existe há alguns anos e hoje mais de 200.000 
pessoas no mundo já o estão usando e 7.000 no Brasil.
Figura 1 - Funcionamento do implante coclear. Fonte: Direito de ouvir (2015).
1.1 Partes que Compõem o Implante Coclear
O implante coclear é composto por duas partes: uma interna e outra externa.
Unidade interna
É implantada cirurgicamente dentro do ouvido do paciente. Essa unidade possui um feixe 
de eletrodos que será posicionado dentro da cóclea (órgão da audição com formato de caracol). 
Esse feixe de eletrodos se conecta a um receptor (decodificador), que fica localizado na região 
atrás da orelha, implantado por baixo da pele. Junto ao receptor fica a antena e o imã que servem 
para fixar a unidade externa e captar os sinais elétricos. 
Figura 2 - Componente interno implante coclear. Fonte: Advance bionics (2020).
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Unidade externa
A unidade externa é constituída por um processador de fala, uma antena transmissora 
e um microfone. A unidade externa é a parte do implante que fica aparente e pode ser de dois 
tipos: retroauricular ou tipo caixa. A antena transmissora possui um imã que serve para fixá-lo 
magneticamente junto a antena da unidade interna (que também possui um imã).
O microfone capta o som do meio ambiente e o transmite ao processador de fala. O 
processador de fala seleciona e analisa os elementos sonoros, principalmente os elementos da 
fala, e os codifica em impulsos elétricos que serão transmitidos através de um cabo até a antena 
transmissora. A partir da antena transmissora o sinal é transmitido através da pele por meio de 
radiofreqüência e chega até a unidade interna. Na unidade interna temos o receptor estimulador 
interno, que está sob a pele. O receptor estimulador contém um “chip” que converte os códigos 
em sinais eletrônicos e libera os impulsos elétricos para os eletrodos intracocleares, estimulando 
diretamente as fibras no nervo auditivo. Essa estimulação é percebida pelo nosso cérebro como 
som. Desse modo, o paciente recupera parte da audição e pode voltar a se comunicar com as 
pessoas.
Figura 3 - Implante coclear. Fonte: Nucleaudiologia (2020).
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1.2 Pacientes que se Beneficiam com o Implante Coclear
Os pacientes candidatos seriam aqueles que possuem perda auditiva severa à profunda, 
que fizeram o uso de AASI e não se beneficiaram do uso. 
Os pacientes seriam divididos em dois grupos que apresentavam indicações e resultados 
distintos. Pós- linguais: na qual, o indivíduo ouvia e que por algum motivo perdeu a audição. 
Estes, terão de apresentar um escore inferior a 50% em testes de reconhecimento de sentenças 
(IPRF) com o uso da melhor protetização bilateral (AASI) possível. Não existe limite de tempo 
para a realização do implante coclear nesse grupo, porém, quanto maior o tempo de surdez piores 
serão os resultados. 
Pré-linguais: na qual, nascem surdos ou perderam a audição muito antes da linguagem 
falada. Necessitam de reabilitação fonoaudiológica efetiva há pelo menos 3 meses (crianças de 
0 a 18 meses) ou desde a realização do diagnóstico (crianças maiores de 18 meses), que não se 
beneficiarem do aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Nesse a idade é de extrema 
importância, o ideal é até 2 anos de idade, quanto mais precoce o paciente é implantado, melhores 
serão os resultados. 
Entre 2 e 5 anos os resultados podem ser bons, porém inferiores aos pacientes de até 2 
anos.
A partir de 5 anos serão implantados, com resultados de outros fatores como o grau de 
desenvolvimento da linguagem já adquirida e do trabalho de estimulação auditiva prévia, como 
uso de prótese auditiva e capacidade de realização de leitura orofacial e linguagem de sinais. 
Em pacientes adolescentes e adultos com surdez congênita (de nascença) o implante terá algum 
benefício se o paciente for oralizado, aqueles que se comunicam exclusivamente por LIBRAS têm 
pouco benefício e geralmente abandonam o uso do implante.
1.3 Etapas até a Realização do Implante Coclear
O implante coclear é um processo complexo, que exige a atuação conjunta de uma equipe 
multidisciplinar (vários profissionais de especialidades diferentes) para que se alcance o sucesso 
do tratamento. A equipe é composta por um médico otorrinolaringologista, um fonoaudiólogo 
e um psicólogo (todos os membros da equipe têm que ter especialização em implante coclear).
Avaliação médica
Inicialmente será avaliado pelo otorrinolaringologista para o diagnóstico da causa, tipo e 
a gravidade da surdez. O médico avalia se a causa que levou a surdez permite que seja realizado 
o implante coclear. Também é importante que seja estudada a existência de outras doenças, pois 
o paciente deve ser avaliado como um todo e não apenas a audição.
Avaliação fonoaudiológica
Na avaliação fonoaudiológica, terá uma série de testes auditivos e de linguagem e 
exercícios que prepararão o paciente para receber o implante coclear, essa avaliação pode ser 
demorada e depende da motivação do paciente; sendo composta pelo grau de surdez, como 
ocorreu e ocorre a adaptação do AASI. E a linguagem emissiva (fala, uso de língua de sinais e 
escrita - em pacientes já alfabetizados) e receptiva (realização efetiva de leitura orofacial, uso 
de língua de sinais e escrita). Quando algum desses aspectos não é satisfatoriamente atendido o 
paciente pode ser encaminhado para reabilitação fonoaudiológica por período determinado e 
posterior retorna para avaliação. Neste período poderá ser necessário:
-treinamento em leitura orofacial para crianças maiores e adultos: Este treinamento é 
essencial na fase pré implante e muda muito o resultado final quando bem realizado;
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-treinamento auditivo (melhorando muitas vezes o desempenho do paciente com prótese 
convencional, ou o resultado final com implante);
- terapia de estimulação de linguagem.
Avaliação psicológica
É muito importante que sejam avaliados os aspectos psicológicos do paciente e das 
pessoas que convivem com ele no dia a dia. É importante que o psicólogo avalie se o paciente está 
preparado para ser submetido a uma cirurgia, se aceita o fato de viver com uma prótese implantada 
dentro da cabeça, se os familiares estão motivados e apoiam esta decisão (nós consideramos o 
apoio e a participação da família fundamentais). Devemos avaliar também o grau de expectativa 
do paciente e se ele tem consciência dos resultados que podem ser atingidos. O paciente tem 
que estar ciente de tudo o que está acontecendo e a equipe deve expor tudo de uma forma clara 
e sincera, pois nós acreditamos que uma relação de confiança mútua entre o paciente e a equipe 
seja fundamental.
No final do processo pré-cirúrgico o paciente é submetido a avaliação pré-operatória para 
que seja avaliados todos os possíveis riscos cirúrgicos e a cirurgia seja realizada da forma mais 
segura possível.
1.4 Exames que Geralmente são Realizados 
· Audiometria completa.
· Audiometria em campo com uso de AASI.
· BERA.
· Emissões otoacústicas.
· Tomografia computadorizada e Ressonância magnética. 
 
1.5 No Procedimento Cirúrgico
A colocação da unidade interna é realizada através de uma cirurgia que tem duração de 
aproximadamente 2 horas. É realizado sob anestesia geral, ou seja, o paciente estará entubado e 
inconsciente e não sentirá nada durante todo procedimento.
1) O corte (incisão): a cirurgia é realizada toda atrás da orelha e um pequeno corte na pele 
de aproximadamente 4 cm.
2) Colocação dos eletrodos: é realizado uma abertura na cóclea (órgão da audição com 
formato de caracol) e os eletrodos são inseridos dentro da cóclea, perfazendo uma volta completa 
em seu interior.
3) Fixação do processador interno: o processador interno é colocado embaixo do couro 
cabeludo atrás da orelha (o paciente sentirá uma pequena elevação no local).
4) No final da cirurgia fecha-se a pele com pontos e um curativo compressivo é colocado 
no local.
Participação da fonoaudióloga durante o procedimento no centro cirúrgico:
a participação da fonoaudióloga no centro cirúrgico, juntamente com a equipe médica 
é de fundamental importância. A fonoaudióloga realizará a otimização dos eletrodos após a 
colocação dos mesmos. Chamamos de Impedâncias dos eletrodos.
 Após a introdução cirúrgica dos eletrodos na cóclea, a fonoaudióloga irá testar se todos 
os dispositivos (eletrodos) estão íntegros, ou aptos ao funcionamento para a próxima etapa.
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Por ser uma cirurgia microscópica, podem ocorrer casos de ossificação ou fibrose na 
cóclea que podem burlar a entrada dos eletrodos, fazendo-se necessário garantir assim que os 
eletrodos não se quebrem, não se embolem, se toquem, ou não entrem em curto-circuito. 
O primeiro teste é da impedância, sendo esse teste de extrema segurança para o médico 
cirurgião, pois é nesse exato momento que será decidido se retira e reposiciona o implante ou 
faz-se necessário o backup se algo de errado for identificado (Chamamos isso de otimização dos 
eletrodos).
Com a telemetria testa-se as impedâncias dos eletrodos, verificando a presença de curto 
ou circuito aberto, detecção dos limiares do reflexo do estapédio e as respostas neurais a estímulos 
elétricos do implante, possibilitando determinar limiares mínimos e de conforto, facilitando a 
programação dos processadores de fala, principalmente em crianças.
Figura 4 - Esquema representativo do Eletrodo Med-El MAnd FLEXEAS TM (21mm). Fonte: Scielo (2011).
Estratégia de decodificação:
a Fonoaudióloga realiza escolhas de estratégias para que o processador utilize codificações 
com os sons reais.
SOM REAL REPRODUÇÃO DO SOM QUALIDADE DE 
PERCEPÇÃO AO MÁXIMO FIEL DA FREQUÊNCIA E VELOCIDADE ADEQUADA.
Figura 5 - Esquema em aumento dentro da capa de silicone com estrutura aramada. Fonte: Scielo (2011).
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