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Andressa – P3B – 2021.1 Tutoria 1 - Assustada com minha indisposição H1) Sexo feminino, etnia branca, etilismo e consumo de enlatados e embutidos, além de comida japonesa e soja, histórico familiar são fatores de risco para a tireoidite de Hashimoto. P1- O que é tireoidite de Hashimoto? *Endocrinologia Clínica – Lucio Vilar Tireoidite de Hashimoto (TH) é uma inflamação da tireoide causada por uma reação autoimune. → é a causa mais comum de hipotireoidismo em adultos. É uma doença autoimune, caracterizada por títulos elevados de anticorpos antiperoxidase (anti-TPO). Esses anticorpos inibem o simportador de Na+ /I-, impedindo a captação de iodeto e, consequentemente, a síntese dos hormônios tireoidianos. P2- Quais são os fatores etiológicos? Etiologia multifatorial: questões genéticas e ambientais (consumo excessivo de iodo), estresse... Ingesta de Iodo: A prevalência de tireoidite crônica autoimune correlaciona-se com a ingesta de iodo. Em áreas com insuficiência de iodo uma suplementação extra pode induzir ao hipotireoidismo reversível. A suplementação de iodo em áreas onde há carência aumenta a prevalência de infiltração linfocítica da tireoide em três vezes e a incidência de anticorpos antitireoidianos séricos positivos em tais áreas ultrapassa os 40% em meio a cinco anos. Estudos familiares demonstram a presença de anticorpos anti-tireoidianos em grande número de familiares de pacientes com TH, sendo alta a prevalência entre gêmeos. Uma relação entre anormalidades cromossômicas e TH tem sido relatada: em pacientes com Síndrome de Turner, onde 50% têm anticorpo anti-peroxidase (Anti-TPO) positivo e aproximadamente 30% destes pacientes desenvolvem hipotireoidismo clínico ou subclínico; ou no caso de Síndrome de Down na qual o hipotireoidismo ocorre em até 50% dos pacientes com mais de 40 anos. Há também alta prevalência de TH em pacientes com doença familiar de Alzheimer o que chama a atenção para o cromossoma *A TH é causada por uma reação autoimune que leva a uma infiltração dos linfócitos e aumento da tireoide. Branca, mulher fatores de risco *etilismo entra??* H2) Sonolência excessiva, ciclos menstruais irregulares, indisposição, constipação, cãibras frequentes, cabelo fraco, ganho de peso, pescoço inchado e frequência cardíaca diminuída são sinais e sintomas do hipotireoidismo. P1- Quais os sinais e sintomas do hipotireoidismo? Dynamed ► hipotireoidismo - letargia, constipação, ganho de peso, intolerância ao frio, inchaço facial, pele seca, queda de cabelo, rouquidão, menstruação irregular P2- Porque no hipotireoidismo os ciclos menstruais ficam irregulares? No hipotireoidismo há uma deficiência de hormônios tireoidianos. No entanto, a principal função da tireoide é produzir quantidades adequadas de HT (hormônios tireoidianos) para atender às demandas periféricas. Logo, para que a tireoide possa cumprir seu papel, o eixo hipotálamo-hipófise irá aumentar a produção de TSH (hormônio que estimula a tireoide a produzir T3 e T4) https://www.dynamed.com/condition/hypothyroidism-in-adults Andressa – P3B – 2021.1 Esse aumento de TSH gera um aumento da prolactina (hormônio que estimula o aumento das mamas e a produção de leite um dos hormônios presentes durante a lactação e que impede a ovulação) Destruição das células foliculares da tireoide desregula funcionamento da hipófise P3- Como se dar os sintomas no hipotireoidismo? *Fisiologia Endócrina, Patricia Molina Hormônios da tireoide atuam em diversas funções, o hipotireoidismo afeta o equilíbrio homeostático gerando os sintomas • Regulação do equilíbrio do sódio e da água, além de controle do volume sanguíneo e da pressão arterial. Retenção de liquido == aumento do peso • Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato para preservar as concentrações no líquido extracelular necessárias à integridade da membrana celular e à sinalização intracelular. • Regulação do balanço energético e controle da mobilização, da utilização e do armazenamento da energia para assegurar o suprimento das demandas metabólicas celulares. Desregulação do balanço energético == cansaço • Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro ao estresse. Bradicardia? • Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de envelhecimento H3) Na avaliação física do exame da tireoide, deve-se observar a consistência, tamanho, presença de nódulos e a deglutição do paciente. P1- Quais são as etapas do exame físico da tireoide? *Semiologia Médica, Porto O exame físico da tireoide tem como base a inspeção, a palpação e a ausculta. Por meio da inspeção e da palpação, é possível definir a forma e o tamanho da glândula. Se houver aumento, deve-se esclarecer se é global ou localizado. Para a palpação da tireoide, usam-se três manobras: ■ Paciente sentado e o examinador de pé atrás dele (abordagem posterior). As mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os polegares fixos na nuca e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos da mão esquerda, enquanto os dedos da outra mão afastam o esternocleidomatóideo. Para o lobo esquerdo, as coisas se invertem Andressa – P3B – 2021.1 ■ Paciente sentado ou de pé e o examinador sentado ou de pé, postado à sua frente (abordagem anterior). São os polegares que palpam a glândula, enquanto os outros dedos apoiam-se nas regiões supraclaviculares ■ Paciente e examinador nas mesmas posições da abordagem anterior, fazendo-se a palpação com uma das mãos, que percorre toda a área correspondente à tireoide. A flexão do pescoço, ou a rotação discreta do pescoço para um lado ou para o outro, provoca relaxamento do músculo esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireoide ‼ Ao inspecionar e palpar a tireoide, solicita-se ao paciente que realize deglutições “em seco”, o que permite caracterizar melhor o contorno e os limites da tireoide, a qual se eleva durante o ato de deglutir. Movimente os dedos em vários sentidos, procurando definir a forma e os limites da tireoide. Por meio da palpação, determinam-se o volume ou as dimensões da glândula, seus limites, a consistência e as características da sua superfície (temperatura da pele, presença de frêmito e sopro). Além disso, é importante dar atenção especial à hipersensibilidade, à consistência e à presença de nódulos. P2- O que fazer quando encontrar alguma anormalidade? Solicitar exames complementares, tanto de imagem (cintilografia, USG de tireoide) quanto laboratoriais (dosagens hormonais) H4) A USG, juntamente com o PAAF, é a melhor forma de avaliar a glândula e sua citologia, através da categoria de Bethesda. P1- Como é realizado o PAAF? * Punção aspirativa com agulha fina guiada pelo ultrassom em nódulos de tireoide: avaliação do número ideal de punções. ARTIGO ORIGINAL CBR. Disponível em: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2299&idioma=Portugues. 2012 Protocolo Nódulos de Tireoide. Secretária de Saúde do Estado da Bahia. http://telessaude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/Nodulos_tireoide.pdf Punção aspirativa com agulha fina (PAAF), que é o método mais preciso e com melhor custo- benefício para avaliar nódulos de tireoide e distinguir nódulos benignos dos malignos. A PAAF guiada pelo ultrassom é um procedimento simples que requer poucos equipamentos e pode ser realizada ambulatorialmente. O paciente é colocado em posição supina com hiperextensão do pescoço. Realiza-se antissepsia da pele da região cervical com álcool 70º e em geral não é necessária anestesia local. O aspirado é coletado usando agulha calibre 30 × 7 conectada a uma seringa de 10 ml. A agulha é inserida rapidamente para dentro e para fora do nódulo até que uma pequena quantidade de fluido ou sangue apareça na base da agulha. Recomenda-se fazer duas a três punçõesem diferentes áreas do nódulo, se possível. O aspirado é dividido em duas a seis lâminas e cada lâmina é coberta para fazer 4 a 12 amostras. P2- O que é a categoria de Bethesda e quais são suas classificações? http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp-content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-N%C3%93DULO- TIREOIDIANO-NO-ADULTO-07-de-agosto2.pdf 2015 Bethesda é um sistema padronizado internacionalmente para classificar avaliações histopatológicas. http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2299&idioma=Portugues http://telessaude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/Nodulos_tireoide.pdf http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp-content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-N%C3%93DULO-TIREOIDIANO-NO-ADULTO-07-de-agosto2.pdf http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp-content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-N%C3%93DULO-TIREOIDIANO-NO-ADULTO-07-de-agosto2.pdf Andressa – P3B – 2021.1 P3 - Quando devemos indicar a USG para tireoide? Indicações de USG cervical no contexto de doenças da tireoide. Biblioteca Virtual em Saúde. 2014. Disponível: https://aps.bvs.br/aps/quais-sao-as-indicacoes-de-ultrassonografia-cervical-no-contexto-de-doencas-da-tireoide/ O exame ultrassonográfico de pescoço para avaliação de tireoide deve ser solicitado na presença de suspeita clínica de doença nodular da tireoide, na avaliação de nódulo de tireoide diagnosticado por outro método de imagem, tais como: cintilografia, tomografia computadorizada de pescoço, ressonância magnética de pescoço¹ (Nível A). É também utilizado para procedimentos diagnósticos (como dirigir a punção aspirativa por agulha fina), terapêuticos (como aspiração de cistos, escleroterapia com álcool) e monitoramento do crescimento do nódulo¹ ‼Solicitar USG para pacientes com alterações dos hormônios tireoidianos e/ou anticorpos (AAT, anti-TPO, TRAb positivos). H5) O TSH, T4 livre, T3, Hb e Ht são marcadores essenciais para avaliar o funcionamento da glândula tireoide. *Hemoglobina e hematócrito: avaliar anemia paciente sonolenta P1- Qual a função da tireoide? A principal função da tireoide é produzir quantidades adequadas de HT (hormônios tireoidianos) para atender às demandas periféricas. Os dois principais HT são a tri-iodotironina ou T3 e a tetraiodotironina (tiroxina ou T4). A síntese desses hormônios envolve as seguintes etapas: • Transporte ativo de iodeto (I–) para o interior da célula tireoidiana • Oxidação do I– e ligação a resíduos tirosil da tireoglobulina (Tg), formando a monoiodotirosina (MIT) e a di- iodotirosina (DIT) • Acoplamento de duas moléculas de DIT para formar o T4, e MIT + DIT para gerar o T3 • Proteólise da Tg, com liberação dos hormônios livres na circulação. A oxidação do iodo e a reação de acoplamento são catalisadas pela peroxidase tireoidiana (TPO). A tireoide normal produz todo o T4 circulante e cerca de 20% do T3 circulante. Os 80% restantes do T3 circulante provêm da deiodinação periférica do T4, por meio da ação das deiodinases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2). P2-Quais os marcadores utilizados para avaliar a tireoide? CARVALHO, Gisah Amaral de; PEREZ, Camila Luhm Silva; WARD, Laura Sterian. Utilização dos testes de função tireoidiana na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 57, n. 3, p. 193-204, Apr 2013. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302013000300005&lng=en&nrm=iso>. access on 13 Feb. 2021. https://doi.org/10.1590/S0004-27302013000300005. TSH (hormônio estimulador da tireoide), T4 (tiroxina) e T3 (tri-iodotironina). A dosagem do TSH é o melhor método para triagem de disfunções tireoidianas e para monitoramento dos pacientes em tratamento do hipotireoidismo, sendo bom indicador da dose de reposição de levotiroxina P3- Qual o principal exame para avaliar a função da tireoide? A dosagem do hormônio tireoestimulante (TSH) é o teste mais confiável para diagnosticar as formas primárias de hipotireoidismo e hipertireodismo, principalmente em regime ambulatorial. A secreção hipofisária de TSH regula a secreção de T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), que, por sua vez, exercem feedback negativo no tireotrofo hipofisário com uma relação log-linear. Dessa forma, pequenas https://doi.org/10.1590/S0004-27302013000300005 Andressa – P3B – 2021.1 alterações nas concentrações dos hormônios tireoidianos (HTs) livres resultam em grandes alterações nas concentrações séricas de TSH, tornando o TSH o melhor indicador de alterações discretas da produção tireoidiana. P4- Como interpretar os resultados do exame laboratorial? Hipotireoidismo é a síndrome clínica caracterizada pela deficiência de hormônios tireoidianos. Pode ser primário (HTP), quando resulta de condições que interfiram diretamente sobre a tireoide, ou central (por deficiência de TSH). O HTP (hipotireoidismo primário) responde por pelo menos 90% dos casos de hipotireoidismo. ‼ No HTP há falta do feedback dos HT sobre os tireotrofos e, assim, sempre se observa elevação do TSH, associada à redução dos níveis de T4 livre, e o T3 pode estar baixo ou normal. ♦ Níveis altos de TSH, sem alteração dos HT, caracterizam o hipotireoidismo subclínico (HSC). Um cenário comum no qual se encontra essa associação é a baixa adesão ao tratamento com levotiroxina (L-T4). Nesses casos, enquanto a mensuração do TSH reflete um set point de 6 a 8 semanas de uso da L-T4, a dosagem de T4 reflete o uso recente do medicamento. Assim, se o paciente vinha em uso intermitente de L-T4, mas fez uso no dia da coleta do exame, podemos encontrar TSH alto, apesar de T4 livre normal. ‼ O hipotireoidismo central (HC) caracteriza-se por deficiente produção de TSH e pode resultar de qualquer patologia da região hipotalâmico-hipofisária, bem como de seu tratamento com cirurgia ou radioterapia. Laboratorialmente, manifesta-se por níveis séricos baixos de T4 livre, enquanto os do TSH em geral estão baixos ou normais. No entanto, eventualmente podem estar discretamente elevados (em geral < 10 mUI/ℓ). Nessa situação, o TSH tem atividade biológica diminuída, não tem ritmo circadiano, mas mantém a sua imunoatividade. Dessa maneira, o TSH tem pouca utilidade no diagnóstico e monitoramento do HC. O melhor parâmetro é, portanto, o T4 livre. H6) O anti-TPO é um anticorpo que atua na síntese dos hormônios tireoidianos que possui alta especificidade e alta sensibilidade para a tireoidite de Hashimoto. P1- O que é o anti-TPO e para o que serve? O Anti-TPO (anti-tireoperoxidase) é um dos principais anticorpos tireoidianos presentes em doenças autoimunes da tireoide. Os TPOAb (Anti-TPO) estão presentes no soro de 90% a 95% dos pacientes com Tireoidites Autoimunes. ► A tireoperoxidase é a principal enzima envolvida na síntese dos HT (hormônios tireoidianos) Os TAb (anticorpos tireoidianos) são autoanticorpos gerados pelo sistema imunológico do paciente contra antígenos tireoidianos. Os principais TAb são os antitireoperoxidase (anti-TPO), antitireoglobulina (anti-Tg) e os contra o receptor do TSH (TRAb). P2- Quando indicar o exame de anti-TPO? É possível realizar a dosagem de TgAb e TPOAb quando há suspeita de TA, com base na história familiar, na presença de hipotireiodismo primário e/ou de bócio difuso. ‼ a ausência não exclui uma tireoidite, pois em uma minoria dos pacientes os anticorpos podem ser indetectáveis. ‼ a presença dos anticorpos por si só não é suficiente para fazer o diagnóstico de DAT, uma vez que uma minoria de indivíduos normais e de pacientes com doença não autoimune da tireoide pode ter níveis detectáveis de anticorpos. ‼ outros testes clínicos são necessários para confirmar o diagnóstico de TA, como a ultrassonografia de tireoide. ♦ Independente da doença tireoidiana subjacente, os TPOAb são mais frequentemente observados do que os TgAb e são o teste mais sensível para detectar DAT. P3- Quais são os hormônios tireoidianose quais suas funções? Fisiologia Endocrina A principal função da tireoide é produzir quantidades adequadas de HT (hormônios tireoidianos) para atender às demandas periféricas. Os dois principais HT são a tri-iodotironina ou T3 e a tetraiodotironina (tiroxina ou T4). Os hormônios tireoidianos são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento Andressa – P3B – 2021.1 normais; eles controlam a intensidade do metabolismo e, portanto, a função de praticamente todos os órgãos do corpo. Seus efeitos biológicos específicos variam de um tecido para outro. ♦ Osso – O hormônio tireoidiano é essencial para o crescimento e o desenvolvimento dos ossos por meio da ativação dos osteoclastos e osteoblastos. Sua deficiência na infância afeta o crescimento. Nos adultos, a presença de níveis excessivos desses hormônios está associada a um risco aumentado de osteoporose. ♦Síntese cardiovascular – Os hormônios da tireoide exercem efeitos cardíacos inotróficos e cronotróficos, aumentam o débito cardíaco e o volume sanguíneo, bem como diminuem a resistência vascular sistêmica. Essas respostas são mediadas por alterações, produzidas pelos hormônios tireoidianos, na transcrição gênica de várias proteínas, incluindo Ca2+-ATPase, fosfolambana, miosina, receptores b-adrenérgicos, adenililciclase, proteínas de ligação de nucleotídeos de guanina, trocador Na+ /Ca2+, Na+ / K+ -ATPase e canais de potássio regulados por voltagem. ♦ Gordura – Os hormônios da tireoide induzem a diferenciação do tecido adiposo branco, as enzimas lipogênicas e o acúmulo intracelular de lipídeos; estimulam a proliferação dos adipócitos; estimulam as proteínas de desacoplamento, e desacoplam a fosforilação oxidativas. ♦Fígado – Os hormônios da tireoide regulam o metabolismo dos triglicerídeos e do colesterol, bem como a homeostasia das lipoproteínas. Eles também modulam a proliferação celular e a respiração mitocondrial. ♦Hipófise – Os hormônios da tireoide regulam a síntese dos hormônios hipofisários, estimulam a produção do hormônio do crescimento e inibem o TSH. ♦Cérebro – Os hormônios tireoidianos controlam a expressão de genes envolvidos na mielinização, na diferenciação celular, na migração e na sinalização. Esses hormônios são necessários para o crescimento e o desenvolvimento dos axônios. P4- Qual a diferença entre especificidade e sensibilidade? https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4146965/mod_resource/content/1/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20de%20teste s%20de%20diagn%C3%B3stico_HEP_141.pdf Sensibilidade está relacionado a confirmação da doença (probabilidade de confirmar casos positivos) foco nos verdadeiro positivos ‼ é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença (casos). Especificidade está relacionado a não-casos, ou seja, detectar que aquela pessoa realmente não possui a doença (probabilidade de uma pessoa saudável ter um resultado negativo) foco nos verdadeiros negativos ‼ é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença (não-casos). Sensibilidade: a / (a + c) Especificidade: d / (b + d) H7) A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que impede o funcionamento normal da tireoide devido não só o envolvimento da imunidade inata e adquirida, como também o envolvimento do SNC, atuando na regulação dos hormônios tireoidianos. P1-O que é uma doença autoimune? *Imunologia Celular e Molecular A definição mais inclusiva de resposta imune é uma reação aos microrganismos, assim como às moléculas, que são reconhecidas como estranhas, independentemente da consequência fisiológica ou patológica de tal reação. Sob certas situações, mesmo moléculas próprias podem desencadear respostas imunes (as chamadas doenças autoimunes). Sistema imune falha no reconhecimento de corpos estranhos (falha na autotolerância) P2-Como se dar a fisiopatologia da tireoidite de Hashimoto? Patologia básica, Robbins. A tireoidite de Hashimoto é provocada pela ruptura da autotolerância aos antígenos tireoidianos. Desse modo, os autoanticorpos circulantes contra os antígenos tireoidianos estão presentes na imensa maioria dos pacientes, que demonstram depleção progressiva das células epiteliais tireoidianas (tireócitos) e a sua substituição por infiltrado celular mononuclear e fibrose. Os eventos desencadeadores que levam à ruptura da autotolerância não foram plenamente elucidados, mas múltiplos mecanismos imunológicos que podem contribuir para a lesão dos tireócitos foram identificados, incluindo: • Morte celular mediada por células T citotóxicas CD8+: As células T citotóxicas CD8+ podem provocar a destruição dos tireócitos. Andressa – P3B – 2021.1 • Morte celular mediada por citocinas: A ativação excessiva das células T leva à produção de citocinas inflamatórias como, por exemplo, o interferon g na glândula tireoide, com o resultante recrutamento e ativação de macrófagos e lesão dos folículos. • Ligação de autoanticorpos antitireoidianos (anticorpos antitireoglobulina e antiperoxidase tireoidiana), acompanhados por citotoxicidade anticorpo dependente mediada por células. Um significativo componente genético para a patogenia dessa doença é sustentado pela sua concordância em até 40% dos gêmeos monozigóticos, assim como a presença de anticorpos antitireoidianos circulantes em, aproximadamente, 50% dos irmãos de pacientes afetados. Suscetibilidade aumentada para a tireoidite de Hashimoto está associada a polimorfismos em múltiplos genes associados à regulação imune, sendo a mais significativa a vinculação ao gene do antígeno associado ao linfócito T citotóxico (CTLA4), que codifica um regulador negativo da função da célula T. P3- O que seria a imunidade inata e adquirida (o que as diferenciam, quais os componentes)? A defesa contra microrganismos é mediada por respostas sequenciais e coordenadas que são denominadas imunidade inata e adaptativa. ‼ A imunidade inata (também chamada de imunidade natural ou imunidade nativa) é essencial para a defesa contra microrganismos nas primeiras horas ou dias após a infecção, antes que as respostas imunes adaptativas tenham se desenvolvido. A imunidade inata é mediada por mecanismos que já existem antes da ocorrência de uma infeção (por isso inata) e que facilitam rápidas respostas contra microrganismos invasores. I m u n i d a d e I n a t a : a D e f e s a I n i c i a l O sistema imune inato responde quase imediatamente a microrganismos e células lesadas, e repetidas exposições invocam respostas imunes inatas praticamente idênticas. Os principais componentes da imunidade inata são (1) barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e os agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; (2) células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas (DCs, dendritic cells), mastócitos, células natural killer (células NK) e outras células linfoides inatas; e (3) proteínas sanguíneas, incluindo componentes do sistema complemento e outros mediadores da inflamação. ► Muitas células da imunidade inata, tais como macrófagos, DCs e mastócitos, estão sempre presentes na maioria dos tecidos, onde atuam como sentinelas em busca de microrganismos invasores. A resposta imune inata combate microrganismos por meio de duas reações principais — pelo recrutamento de fagócitos e outros leucócitos que destroem os microrganismos, no processo chamado inflamação; e pelo bloqueio da replicação viral ou pelo killing de células infectadas por vírus, sem a necessidade de uma reação inflamatória. Andressa – P3B – 2021.1 I m u n i d a d e A d a p t a t i v a A resposta imune adaptativa é mediada por células chamadas linfócitos e seus produtos. Os linfócitos expressam receptores que são capazes de reconhecer um vasto número de antígenos. Há duas populações principais de linfócitos, denominadas linfócitosB e linfócitos T, os quais medeiam diferentes tipos de respostas imunes adaptativas. ♦Características Fundamentais das Respostas Imunes Adaptativas As propriedades fundamentais do sistema imune adaptativo refletem as propriedades dos linfócitos que medeiam essas respostas. ♦Especificidade e diversidade: Respostas imunes são específicas para antígenos distintos e, frequentemente, para diferentes porções de um único complexo proteico, polissacarídico ou de outra macromolécula. ♦Memória. A exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua capacidade de responder novamente àquele antígeno. As respostas a uma segunda exposição ou exposições subsequentes ao mesmo antígeno, chamadas respostas imunes secundárias, são normalmente mais rápidas, de maior magnitude e, com frequência, quantitativamente diferentes da primeira resposta imune (ou primária) àquele antígeno. A memória imunológica ocorre porque cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa específicas para o antígeno. ♦Não reatividade ao próprio (autotolerância). Uma das propriedades mais marcantes do sistema imune de cada indivíduo normal é sua capacidade de reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reage prejudicialmente aos antígenos do próprio indivíduo. A não responsividade imunológica é também chamada de tolerância. A tolerância aos antígenos próprios, ou autotolerância, é mantida por diversos mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou suprimindo essas células pela ação de outras células (reguladoras). ‼Anormalidades na indução ou manutenção da autotolerância levam a respostas imunes contra os autoantígenos (antígenos autólogos), as quais podem resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes. ***Linfócitos B se diferenciam em plasmócitos e os plasmócitos produzem anticorpos*** P4-Como o SNC atua na regulação dos hormônios tireoidianos? O sistema nervoso é dividido em duas partes: Central (PCSN) e periférica (PPSN). Parte central (PCSN) Está alojada em um estojo ósseo (crânio e coluna vertebral), que lhe oferece proteção adequada. Os órgãos da PCSN são o encéfalo (localizado na cavidade craniana), e a medula espinal (preenche parcialmente o canal vertebral). O encéfalo e a medula espinal formam o neuro-eixo. O encéfalo apresenta três partes: cérebro, cerebelo e o tronco encefálico. O cérebro é constituído pelo telencéfalo e diencéfalo. O tronco encefálico apresenta três constituintes: mesencéfalo, ponte e bulbo. O hipotálamo e a hipófise faz parte do diencéfalo hipotálamo regula a hipófise que regula a tireoide Andressa – P3B – 2021.1 Hipotálamo libera TRH para estimula a hipófise hipófise libera o TSH para estimular a tireoide tireoide produz T4 e T3 parte desses hormônios vai direto para a corrente sanguínea e mantêm o sistema de feedback (muito hormônio circulando == redução do estimulo e da produção != pouco hormônio circulando == aumento do estimulo e produção) Parte do T4 produzido vai para o fígado onde é convertido em T3 pela ação da D1 (desiodenase) A tireoide normal produz todo o T4 circulante e cerca de 20% do T3 circulante. Os 80% restantes do T3 circulante provêm da deiodinação periférica do T4, por meio da ação das deiodinases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2). ♦ Desiodinase tipo I (D1): catalisa a desiodação do anel externo e do anel interno da T4 e da rT3. Essa enzima é encontrada predominantemente no fígado, no rim e na tireoide e também converte a T3 em T2. A D1 é considerada a principal desiodinase responsável pela conversão periférica de T4 em T3 em pacientes hipertireoidianos. Uma vez liberados na circulação, T4 e T3 se ligam, de maneira reversível, a três proteínas plasmáticas: globulina ligadora de tiroxina (TBG), transtirretina (TTR) e albumina. ►A TBG tem a maior afinidade pelo T4 e T3 e a menor capacidade de ligação, o inverso acontecendo com a albumina (menor afinidade e maior capacidade de ligação). Aproximadamente 70% do T4 e 80% do T3 são ligados à TBG, e o restante, por sua vez, liga-se à TTR (transtirretina ou pré-albumina) e à albumina. Devido a sua alta concentração sérica, a albumina carreia aproximadamente 15% do T4 e do T3 circulantes. H8) O tratamento da Tireoidite de Hashimoto é feito com o uso de Levotiroxina, bem como mudança de hábitos alimentares e acompanhamento ambulatorial. P1- Qual o tratamento da tireoidite? Endocrinologia Clínica, Vilar P2- Qual o mecanismo de ação da Levotiroxina? A levotiroxina sódica é a forma sintética do principal hormônio produzido pela glândula tireoide, chamado de tiroxina, também conhecido pela sigla T4. A levotiroxina é, portanto, um medicamento indicado para o tratamento do hipotireoidismo, que é a doença provocada pela deficiente produção de hormônios pela tireoide MECANISMO DE AÇÃO Em pessoas saudáveis, a tireoide capta o iodo consumido na dieta e usa-o para criar dois hormônios: triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). O T3 e o T4 produzidos pela tireoide são lançados na corrente sanguínea, onde irão atuar diretamente nas células do nosso organismo. Andressa – P3B – 2021.1 O T4 é um precursor do T3 (forma ativa que age nas células). Grande parte do T4 produzido, ao chegar em órgãos ou tecidos, é transformado em T3 para utilização das células. O T4 é uma espécie de reserva, que é usado para gerar mais T3 sempre que necessário. ‼Quando o paciente apresenta baixa produção de hormônios tireoidianos, a reposição é feita, preferencialmente, com levotiroxina (t4 artificial) para que o organismo continue, de certo modo, com o controle de quanto T4 irá ser convertido em T3, de acordo com as suas necessidades. ‼Se a reposição fosse sempre feita diretamente com T3, o risco de superdosagem do hormônio seria muito maior. P3- Como a mudança de hábitos alimentares ajuda no tratamento da tireoidite de Hashimoto? * Medicina Interna de Harrison/ Terapia Nutricional nas Doenças da Tireoide, https://nutmed.com.br/storage/resources/5/2212/Apostila%20Atividade%20f%C3%ADsica,%20obesidade,%20desnutri%C3%A7%C3%A3o,%20tran storno%20alimentares%20e%20doen%C3%A7a%20de%20tireoide.pdf Em algumas situações, os requerimentos diários de L-tiroxina podem ser alterados para mais ou para menos. ► Alta ingestão de fibra alimentar (pão de trigo integral, granola, farelo) e o uso de suplementos de proteína de soja podem reduzir a biodisponibilidade da L-T4 e exigir maior dose da medicação. ► Pacientes com secreção ácida gástrica prejudicada (acloridria, gastrite atrófica, uso de inibidores da bomba de prótons [PPI], como omeprazol e lansoprazol) também requerem doses mais altas. REFERÊNCIAS * Endocrinologia Clinica, Vilar / Fisiologia Endócrina, Patricia Molina * Punção aspirativa com agulha fina guiada pelo ultrassom em nódulos de tireoide: avaliação do número ideal de punções. ARTIGO ORIGINAL CBR. Disponível em: http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2299&idioma=Portugues. 2012 * Protocolo Nódulos de Tireoide. Secretária de Saúde do Estado da Bahia. http://telessaude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/Nodulos_tireoide.pdf * Semiologia Médica, Porto * Patologia Básica, Robbins * Imunologia Celular e Molecular, Abbas * CARVALHO, Gisah Amaral de; PEREZ, Camila Luhm Silva; WARD, Laura Sterian. Utilização dos testes de função tireoidiana na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 57, n. 3, p. 193-204, Apr 2013. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302013000300005&lng=en&nrm=iso>. Access on 13 Feb. 2021. https://doi.org/10.1590/S0004- 27302013000300005 * Indicações de USG cervical no contexto de doenças da tireoide. Biblioteca Virtual em Saúde. 2014. Disponível: https://aps.bvs.br/aps/quais-sao-as-indicacoes-de-ultrassonografia-cervical-no-contexto-de-doencas-da-tireoide/ OBS: bócio difuso pedir exames laboratoriais Bócio nodular pedir USG http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=2299&idioma=Portugues http://telessaude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/Nodulos_tireoide.pdf https://doi.org/10.1590/S0004-27302013000300005 https://doi.org/10.1590/S0004-27302013000300005
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