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Planejamento e organização de eventos esportivos Autor Raul Fonseca Silva Introdução> Prezado aluno, bem-vindo a este conteúdo. Esta disciplina tem a finalidade de abordar o planejamento e a gestão de eventos esportivos em todas as suas dimensões, partindo inicialmente da definição de evento e da estruturação dessa prática, até aprofundar os conceitos específicos da gestão de eventos no campo das práticas esportivas. Trata-se de um conteúdo essencial para aqueles que buscam se especializar na gestão de eventos, uma vez que os esportes se transformaram em uma das mais lucrativas indústrias modernas, de alcance planetário e do interesse de alguns bilhões de pessoas em nível mundial. A matéria avança pelas origens dos eventos esportivos modernos, que podem ser claramente identificadas nos modelos criados em culturas antigas. De práticas como os Jogos Gregos antigos, surgiram eventos esportivos, como as Olimpíadas e as Copas do Mundo, que passaram a desempenhar papéis significativos no desenvolvimento das sociedades desde então. Nos dias atuais, mostramos que o esporte se transformou em uma indústria de escala global, de importância social, econômica, política e tecnológica, que exige alta especialização para o planejamento e organização dos eventos realizados na área. Após determinar a escala da indústria de eventos esportivos, veremos as várias dimensões conceituais, as estruturas de planejamento, a concorrência entre os participantes dos eventos esportivos e as partes interessadas envolvidas. Essas partes interessadas incluem a análise dos organizadores, concorrentes, fornecedores e espectadores de eventos esportivos que podem ser locais, nacionais ou internacionais. É feita a identificação das várias funções que as partes interessadas desempenham, mostrando como elas se articulam e se desenvolvem, e como são importantes para entender os relacionamentos que os gerentes de eventos têm com cada grupo de partes interessadas, aprofundando, na sequência, a análise dessa relação. Para finalizar, abordaremos a gestão de eventos esportivos de forma específica e apresentaremos um modelo contemporâneo de planejamento, desenvolvido passo a passo, para possibilitar a organização, a gestão e o controle dos eventos esportivos, visando à especialização do acadêmico na gestão de eventos na área dos esportes. Ao final deste conteúdo, apresentamos um modelo essencial de checklist para acompanhar, analisar e controlar todas as fases do planejamento e da execução de um evento esportivo, da ideia ao dia final de encerramento. À medida que se desenvolve, o conteúdo fornece conhecimentos e conteúdo relevantes e oferece foco essencial para maior compreensão da organização de eventos específicos na área dos desportos, portanto, colaborando para a especialização e desempenho eficiente dos participantes dentro da indústria dessa categoria de eventos. A realização de eventos Videoaula - Eventos definições e origem Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/352703329] . UNIDADE 1 Objetivos: O objetivo desta primeira unidade é apresentar os princípios e conceitos de evento, bem como a sua origem histórica e divisão em eventos públicos e privados, iniciando por uma análise inicial do conceito eventos e de seus processos de organização, sua tipologia específica, visão dos principais tipos de eventos nas mais diferentes áreas, finalizando com ênfase na importância em planejar eficientemente os eventos para alcançar seus objetivos com êxito. https://player.vimeo.com/video/352703329 A realização de eventos1 Andrade (2005) mestre, doutor e livre docente da Universidade de São Paulo (USP), e um dos maiores especialistas em relações públicas do país, define evento como qualquer reunião previamente organizada que agrupa um determinado número de pessoas em um local e tempo pré-estabelecidos, que desenvolverão e compartilharão uma série de atividades relacionadas, com um mesmo objetivo, que pode ser de estimular o comércio, a indústria, o intercâmbio social, a competição esportiva e a cultura em geral. Já para Massena (2012, p. 34): A autora afirma ainda que é preciso levar em conta que os eventos não incluem apenas elementos tangíveis, mas também existem outros fatores envolvidos, como a expectativa e as emoções. Portanto, os principais elementos que definem os eventos são irrepetíveis, únicos, intangíveis, com um alto nível de contato pessoal e interação, o que requer uma intensidade de trabalho de planejamento, em um espaço de tempo limitado. No setor empresarial, a realização de eventos tem alto impacto favorável. Um evento atende a diferentes questões. Para uma empresa, pode ser o meio perfeito para tornar sua marca e imagem institucional conhecida por um público mais vasto, ao mesmo tempo em que mostra as novidades que pretende trazer ao mercado. Nesse sentido, pode ser num evento próprio ou dedicado ao setor da indústria específica. Para o visitante, o evento é a maneira perfeita de conhecer uma nova marca ou se manter atualizado com as novidades daquela que acompanha regularmente. Em geral, o evento é muito útil para a marca visando estabelecer com o consumidor um contato inicial e uma certa conexão ideal para converter um público potencial em cliente e até para retê-lo. O evento, na área empresarial e em quase todas as áreas, é uma Eventos: definição e origem1.1 [...] eventos são aquelas atividades que surgem em ocasiões não rotineiras e que têm objetivos de lazer, culturais, pessoais ou organizacionais, estabelecidos separadamente da atividade cotidiana normal, cuja finalidade é ilustrar, celebrar, entreter ou gerar experiências em um grupo de pessoas. Figura 1 - Detalhe de uma sala de eventos previamente organizada Fonte: sandryriveraa/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.jpg ferramenta indispensável para o marketing de atração e, em geral, para qualquer empresa que queira se aproximar ainda mais de seu público. De certa forma, todos nós sabemos o que é um evento, ou pensamos que sabemos, já que temos a familiaridade de participar de alguns eventos em determinadas ocasiões. “Quem nunca foi a um show musical vibrar com uma alta descarga de decibéis”(ZITTA, 2018, p. 14), a uma festa para comemorar alguma data, a uma conferência para retuitar a nossa participação cultural, a uma convenção de profissionais (como de representantes ou vendedores) em um hotel com piscina e farto café da manhã, a um festival com queima de fogos, ou a um casamento a céu aberto, ou mesmo em uma igreja? Mas quantos de nós se interessaram pela origem dessas participações? Os eventos são reuniões específicas de pessoas para tratar de um assunto de interesse comum e constituem uma das atividades humanas mais antigas. No blog Athletiks, há um interessante infográfico que mostra a trajetória dessa prática. Disponível em: tronsmone.blogspot.com [http://tronsmone.blogspot.com/2010/08/origem-dos-eventos.html] . Andrade (2005) afirma que a origem das reuniões com características específicas de eventos remonta à Grécia Clássica, até por se tratar de uma sociedade moderadamente organizada, onde a vida social era governada pelo lazer, tempo livre para desfrutar da cultura, da religião, para agradar ao Olimpo, tendo o esporte como canal em que se incluíam todos esses aspectos. O evento na Grécia Clássica, segundo Andrade (2005), funcionava de modo semelhante ao que conhecemos hoje, em que o lazer alivia o estresse comum da vida, a cultura nos nutre intelectualmente, a religião celebra nossas crenças e o esporte nos dá entretenimento e/ou participação para uma vida mais saudável. Para o autor, a origem do conceito de evento deve ser localizada mais precisamente em Tiro, cidade fenícia do Mediterrâneo, que, já nos tempos romanos, foi utilizada como trampolim para que o mundo conhecesse a força do Império, destacando seu potencial comercial e sua conquista denovos mercados. Por isso, era tradicional nessa cidade a recepção de visitantes em eventos dos mais variados tipos. http://tronsmone.blogspot.com/2010/08/origem-dos-eventos.html Desde a Grécia Clássica, e posteriormente Roma, para a realização de um evento é necessário que algo aconteça, seja um casamento ou um encontro comercial, para que as pessoas se encontrem e usufruam de serviços empresas que não conheceriam de outra forma, para conhecer outros setores profissionais que possam complementar e acrescentar conhecimento, ou para conhecer qualquer novo dispositivo vendido a preço de lançamento. Além disso, os eventos culturais e sociais assumiram grande importância no dia a dia como fator de sobrevivência da sociedade, e podem ser considerados a espinha dorsal do verdadeiro sentido de ser social (MENDONÇA; PEROZIN, 2018). Ao longo da história, como observa Andrade (2005), os eventos foram acoplados a modas e modos. Das Olimpíadas Gregas às Bacanais Romanas, passando pelas romarias ou festas das pequenas cidades e chegando a eventos planetários, com a UEFA Champions League. Desde a Antiguidade, assistimos a uma evolução de todos aqueles acontecimentos que hoje chamamos “eventos”. Embora o objetivo final da maioria deles não tenha mudado muito, eles são concebidos de forma diferente, e hoje são planejados e organizados com o uso das tecnologias mais avançadas. Figura 2 – Partenon: templo para eventos religiosos da Grécia Antiga Fonte: timeflies1955/pixabay.com Os gregos se destacaram pela construção arquitetônica racional e exuberante e criaram grandes espaços de reunião onde os eventos públicos eram realizados. Saiba mais sobre a arquitetura da Grécia Antiga, acessando o artigo do site Arch Daily, disponível em: www.archdaily.com.br [https://www.archdaily.com.br/br/943316/a-historia-da-arquitetura-grecia-antiga] . https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg https://www.archdaily.com.br/br/943316/a-historia-da-arquitetura-grecia-antiga Videoaula - Eventos públicos e privados Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/353439318] . Os tipos de eventos podem ser divididos em corporativos, privados ou de caridade. Os eventos corporativos concentram-se em empresas e clientes, enquanto os eventos privados são mais recreativos e os eventos de caridade são para filantropia. Os melhores eventos corporativos, aqueles mais bem organizados, têm objetivos concretos e alcançáveis associados a eles, e isso se justifica considerando o custo e a quantidade de planejamento que envolve cada um. Cada vez mais a importância dos eventos nessa área tem se tornado mais evidente, uma vez que os eventos são também ferramentas eficientes para promover a imagem de marca das organizações. De acordo com Franzolim (2008, p. 7): Eventos públicos e privados1.2 https://player.vimeo.com/video/353439318 As características dos eventos vão depender de muitas variáveis, como o objetivo, o espaço, o público ou os convidados, entre outros. Eles podem ser realizados levando-se em consideração diversos aspectos, como o público-alvo ao qual o evento é direcionado, a área de ocorrência, o porte ou a duração e programação estabelecidas. Eventos servem para comunicar informações, buscar soluções, apresentar desafios ou promover inovações. Eles também são úteis para encontrar a melhor maneira de lidar com uma situação empresarial, discutir opções e decidir sobre comportamentos adequados em diversas situações. A área ou o profissional responsável pela identificação da oportunidade de eventos é variável; da mesma forma, sua organização e execução, que devem ser planejadas assegurando o alinhamento com as estratégias de comunicação da organização e os objetivos das áreas ligadas a elas, como relações públicas, marketing, gerência de produtos, comunicação corporativa, comunicação de marketing e gerência de vendas. Essa função – ou atividade – não é própria ou exclusiva de determinada profissão, todavia parece haver maior familiaridade com relação às áreas citadas. No terceiro setor, há pessoas com outras formações fazendo um bom trabalho no planejamento de eventos, em razão do grande interesse, dedicação e vontade de alcançar resultados sempre melhores. Genericamente falando, um evento é qualquer acontecimento especialmente criado para um público determinado. Esse acontecimento se refere a uma reunião de pessoas que participam ou desenvolvem algumas atividades, segundo regras específicas, visando atingir objetivos de interesse dos próprios participantes e das instituições organizadoras. Os eventos também são considerados acontecimentos nos quais pessoas se encontram em ambiente organizado para trocar experiências e realizar algo motivado pela união de interesses. Quanto mais planejado e organizado, melhores os resultados obtidos e a satisfação de todos os envolvidos. Atualmente, os eventos ultrapassam a simples necessidade de comunicação, constituindo-se em uma estratégia de comunicação de marketing cada vez mais atuante no mundo empresarial. De acordo com Martins (2018), os planejadores de eventos corporativos devem conectar os pontos entre os objetivos de negócios específicos e os tipos de eventos a realizar. Assim, tentar determinar quais tipos de eventos são melhores para atingir os objetivos exclusivos de uma organização pode ser um desafio, uma vez que existem muitas opções para escolher. Nesse sentido, para quem quer se especializar na organização e planejamento de eventos a primeira coisa a saber é que existem, em uma tipologia mais ampla e geral, dois tipos principais de eventos: públicos e privados; e cada um deles é orientado para finalidades diferentes, com objetivos próprios. Evento público: a natureza de um evento público, independentemente de quem ou de qual tipo de organização o realiza, centra-se no público em geral, uma vez que tem como objetivo proporcionar algo à sociedade como um todo. Ou seja, qualquer pessoa interessada pode participar desse tipo de evento, dependendo das condições do evento e de sua própria motivação. Ao contrário de eventos corporativos ou privados, nos quais os participantes precisam portar um convite, os eventos públicos são abertos a todos que desejam entrar. Como observa Zitta (2018), os eventos públicos geralmente são de grande porte e o participante tem que comprar ingressos ou pagar taxas de admissão para fazer parte. Esses eventos também não são planejados por uma ou duas pessoas, mas por organizações maiores ou por um grupo de empresas trabalhando em conjunto devido ao grande escopo. Há uma diversidade de tarefas que envolvem os eventos públicos, que inclui, por exemplo, desde cerimônias de abertura de eventos esportivos até convenções para uma base de fãs. Planejar qualquer tipo de evento público pode ser um desafio, pois há muitas variáveis a serem consideradas. Zitta (2018) indica que os eventos públicos podem ser divididos ainda em: a. Eventos públicos fechados: embora sejam organizados para um público em geral, as pessoas só podem comparecer e participar mediante compra de bilhete ou apresentação de convite. É o caso de shows, seminários, stand up comedy, congressos, feiras e exposições, eventos esportivos, entre outros. b. Eventos públicos abertos: também organizados para o público em geral, mas as pessoas podem comparecer sem restrições, pois a chamada é aberta (como o próprio nome indica), ou seja, o interessado pode participar sem ter que comprar ingresso. Porém, pode ser que, em algumas ocasiões, o único limite de participação seja a quantidade de público que o espaço físico do evento comporta. Esse é o caso dos shows e espetáculos gratuitos, feiras, exposições e comícios, entre outros, em que o acesso é fechado quando o limite de público é alcançado. c. Evento privado: por outro lado, o evento privado é aquele organizado exclusivamente para um determinado mercado-alvo ou público específico, que é cuidadosamentepesquisado e selecionado para o alcance de um determinado objetivo de uma empresa, instituição ou pessoa. De acordo com Zitta (2018), os eventos privados são catalogados em: Figura 3 - Os shows e concertos são considerados eventos públicos fechados Fonte: Pexels/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg a. Eventos corporativos: são eventos organizados por empresas ou instituições para seus colaboradores ou aliados, como festas corporativas, seminários, simpósios, coletivas de imprensa, coquetéis, conferências de negócios, lançamentos de produtos, inaugurações, datas comemorativas, entre outros. b. Eventos familiares e/ou para amigos: são organizados por pessoas com o objetivo de compartilhar momentos especiais de suas vidas com seus entes queridos, como casamentos, batizados, aniversários, festas de formatura, chás de bebê, entre outros. Como vimos, cada tipo de evento tem uma finalidade bem estabelecida, portanto é importante definir desde o início os objetivos que se deseja atingir e, a partir disso, escolher o tipo de evento que se encaixa corretamente nesses objetivos. Nesse sentido, se o que se quer é massificar uma mensagem para a sociedade, um evento para o público aberto poderia funcionar bem; mas, se o que se quer é aumentar o lucro de um produto, em busca de aliados comerciais, o mais adequado é realizar um evento privado corporativo. Figura 4 - O casamento é considerado um evento público privado familiar Fonte: Toanmda/pixabay.com Os shows e concertos das bandas de rock e música pop são exemplos característicos de eventos públicos fechados e geralmente envolvidos em fatos curiosos. Leia sobre isso em: super.abril.com.br [https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-foram-os-dez-maiores- shows-de-rock-de-todos-os-tempos/] https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.jpg https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-foram-os-dez-maiores-shows-de-rock-de-todos-os-tempos/ Videoaula - Os principais tipos de eventos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/473085288] . Existem dezenas de diferentes tipos e categorias de eventos, e existem muitos especialistas em eventos diferentes. De festivais de música a eventos corporativos e festas privadas, a indústria de planejamento de eventos é rica e diversificada. Segundo Cunha (2010, p. 281), Do ponto de vista da comunicação, implica um encontro entre várias pessoas que requer o planejamento de um conjunto de ações e coordenação delas. Mendonça e Perozin (2018) explicam que os eventos podem ser classificados de acordo com o tipo de atividade em: Culturais: atividades formativas, de divulgação, artísticas, recreativas, educacionais. Os principais tipos de eventos1.3 (...) a palavra evento vem do latim “eventus” e significa fenômeno ou coisa que acontece, e pode ter diversos significados dependendo do contexto em que o termo é usado, mas de maneira geral se refere a um acontecimento (festa, espetáculo, comemoração, solenidade etc.) organizado por especialistas, com objetivos institucionais, comunitários ou promocionais. Portanto, de acordo com a etimologia da palavra, antes da sua realização, um evento é a possibilidade de algo acontecer, tendo como objetivo fundamental estabelecer elos de comunicação entre pessoas de diferentes setores. https://player.vimeo.com/video/473085288 Socioeducativos: festas; encontro de organizações; ações de mobilização; assistência social; informação à sociedade civil. Esportes: eventos esportivos e de entretenimento; competições; esportes ao ar livre; atividades esportivas na natureza e meio ambiente. Corporativos e de negócios:reuniões; palestras; apresentações de produtos; seminário; conferências; reuniões; congressos e feiras. Os eventos podem ser classificados também de acordo com a abrangência geográfica do evento, em conformidade com aquilo que é estipulado pelo ICCA (International Congress and Convention Association) (MENDONÇA; PEROZIN, 2018, p. 37), como se pode ver a seguir. Internacional: quando pelo menos 40% dos participantes são de pelo menos três países diferentes. No caso de 90% serem estrangeiros, podem vir de menos de três países (de acordo com o ICCA). Nacional: pelo menos 40% dos participantes são procedentes de três comunidades autônomas ou Estados diferentes do mesmo país. Regional: Não possui o nível mínimo de registros de outras comunidades autônomas ou de outros Estados da mesma nação para ser considerado nacional. Podemos encontrar os mais diversos tipos de eventos, de desportivos a empresariais, passando por acadêmicos, religiosos ou mesmo políticos. A área empresarial costuma ser mais constante e apresenta uma grande variedade desse tipo de atividade, já que os eventos podem cumprir uma série de objetivos de marketing, desde lançar novos produtos até promover a marca da organização. Há centenas de amostras de eventos disponíveis. Ao longo do ano são realizadas inúmeras convenções, feiras e todo tipo de eventos em diferentes setores que servem para ilustrar perfeitamente esse conceito, como se pode verificar em inúmeros cases válidos disponíveis na Web. Figura 5 - As Olimpíadas são exemplos clássicos de eventos internacionais Fonte: blende12/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg Os eventos apresentam uma grande variedade de formatos e são elaborados, criteriosamente, com utilização de diversas estratégias, entre elas as estratégias de marketing. Saiba mais sobre isso consultando o estudo de caso apresentado em: www.ucs.br [https://www.ucs.br/ucs/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_7/arquivos/08/01_17_56_Barb osa.pdf] . Porém, para o êxito de qualquer tipo de evento, é necessário planejamento e organização competentes. Muitas dúvidas podem surgir no planejamento de um evento. Portanto, além de conhecer os fatores importantes para a sua realização, é necessário conhecer os vários tipos existentes e suas diferenças, pois é essencial saber o contexto e as implicações de cada um deles para aproveitar suas vantagens particulares, conseguir um bom planejamento e para realizar uma execução eficiente que, por sua vez, conduz à conquista de resultados amplamente satisfatórios. Nesse sentido, os principais tipos de eventos, de acordo como Massena (2012), são: Eventos corporativos: correspondem a uma jornada de estudos ou atualizações que reúne os colaboradores de uma empresa com o objetivo de formar, informar, motivar e convencer sobre um assunto específico, em torno de um tema que pode ser útil no dia a dia profissional, mas, diferentemente do estudo realizado tradicionalmente nos bancos escolares, há aqui uma análise aprofundada da situação prática de uma profissão ou setor comercial. A jornada de estudos corporativos está estruturada em torno de uma apresentação, com diversos palestrantes e especialistas da área, que definirão o ritmo das atividades ao longo do dia. As diferentes opiniões e pontos de vista serão apresentados de forma a desencadear o debate entre os participantes. Portanto, a participação do público presente é o principal objetivo do evento corporativo, porque é essa participação que vai garantir o sucesso do empreendimento, gerando assimilação e lembrança dos assuntos apresentados. Além disso, o evento corporativo também é uma boa forma de permitir que as diferentes personalidades expressem seus pontos de vista sobre uma temática pré-definida. Seminário: o seminário, bem conhecido das empresas e da área acadêmica, tem como objetivo aproximar os colaboradores e criar um vínculo. Ele se concentra em um campo de conhecimentos mais especializados. É também uma excelente forma de agradecer aos colaboradores pelo trabalho que realizam ao longo do ano. É uma ferramenta de gestão eficiente https://www.ucs.br/ucs/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_7/arquivos/08/01_17_56_Barbosa.pdf que pode ser organizada para estimular o intercâmbiodentro de uma equipe, mas também para rever um período decorrido. Também é a ocasião ideal para discutir o futuro e definir novos objetivos. Os organizadores geralmente decidem realizar o seminário fora do local de trabalho, ou do âmbito interno da academia, mas tudo depende do tipo de seminário que será realizado. Os seminários de integração, que promovem a chegada de novos funcionários, costumam acontecer no local. Ao contrário, os seminários de motivação, que visam estimular os funcionários, costumam ocorrer em espaços externos. Por isso, é recomendável fazê-los fora do dia a dia de trabalho, propondo atividades criativas e originais. Às vezes, atividades de formação de equipe são adicionadas a um seminário de empresa para ampliar seus objetivos. Conferência e congresso: as conferências costumam atrair grandes multidões, pelo menos 100 pessoas, interessadas no tema. O objetivo da conferência é debater um determinado assunto e/ou sensibilizar para uma determinada temática. No decorrer desse tipo de evento, inclui-se uma fase de debate em torno de um tema relacionado, com o objetivo de estimular mudanças ou apresentar novas propostas. Frequentemente, um ou mais palestrantes são especialistas em um assunto e falam para um público que pode ser formado por profissionais, acadêmicos ou pessoas interessadas em um tópico comum. Ao contrário de uma conferência, um congresso atrai pessoas de todo o mundo. Nesse tipo de evento, palestrantes internacionais dividem o palco com palestrantes locais. Conferências ou congressos podem durar, geralmente, o período de meio dia, um dia ou vários dias de participação. Tudo depende do tamanho do evento e dos objetivos traçados. Lançamento de produto: evento puramente comercial e profissional, a reunião para o lançamento de produto (ou reunião kick-off, em língua inglesa) destina-se a apresentar para uma plateia selecionada os parâmetros finais para o lançamento de um novo produto no mercado. Muitas vezes, depois de meses ou até anos de trabalho, o momento da decisão de lançamento finalmente é marcado para a apresentação inicial do produto, antes de sua colocação nos pontos de venda. Geralmente, desse tipo de evento participam: Uma parcela selecionada dos melhores clientes: aqueles que facilmente promoverão o produto nas redes sociais para seus amigos e familiares, porque se identificam fortemente com a marca. Alguns clientes potenciais, com o objetivo de demonstrar que o produto é exatamente aquilo de que precisam. Empresários intermediários, como atacadistas e varejistas, que serão responsáveis pela revenda do produto ao consumidor final. Jornalistas: para escrever artigos e publicações na mídia sobre o novo produto, a fim de divulgar e informar os consumidores. Geralmente, é necessário um trabalho bem organizado em equipe para criar um evento de lançamento bem-sucedido de produto. Como esse tipo de evento geralmente conta com a presença da imprensa, que se caracteriza pela participação de profissionais particularmente exigentes, críticos e difíceis de seduzir, a organização precisa apresentar um produto realmente novo e impactante para conquistar a atenção da mídia. Segundo Mendonça e Perozin (2018), foi Steve Jobs, fundador da Apple, quem revolucionou o lançamento de produtos no período contemporâneo, organizando eventos grandiosos que atraíam profissionais e entusiastas, bem como líderes de opinião, jornalistas e curiosos. Festivais: os festivais costumam ser culturalmente dominantes. Entre eles estão os festivais de música ou cinema, que são os mais difundidos. Às vezes, com o objetivo de realizar caridade, o festival pretende ser alegre e festivo. A organização de um festival exige muita preparação prévia, com uma fase de comunicação fundamental para atrair o máximo de público. Por isso, é também essencial ter um programa de alto nível, com artistas, músicos e cantores de grande qualidade. Outro ponto importante a se destacar é que a organização de um festival é um projeto bastante arriscado por se tratar de um evento que exige um orçamento elevado. A única forma de equilibrar as finanças é planejar uma boa estratégia, envolvendo considerações de A a Z, para garantir um alto retorno (ZITTA, 2018). Portanto, os organizadores não devem hesitar em contatar parceiros locais e regionais que possam ajudá-lo a se comunicar de forma mais ampla. Feiras ou exposições: geralmente caracterizam um evento maior, envolvendo uma feira comercial ou exposição, que frequentemente ocorre ao longo de vários dias, em períodos regulares (anual ou bienal, por exemplo). O objetivo desse tipo de evento é a promoção de um setor de atividade como um todo. As feiras comerciais são o tipo de evento ideal para empresas, revendedores e consultores, mas podem, em muitos casos, ser abertas ao público em geral, inclusive com a venda de artigos. Esse tipo de evento é muito popular e tende a atrair vários milhares de pessoas. Além disso, as feiras de negócios são um local ideal de networking para empreendedores, pois apresentam uma ótima maneira de preencher a agenda profissional, agregar conhecimentos e encontrar novos clientes. Para o expositor, também é uma boa estratégia para melhorar sua reputação e visibilidade. Eventos esportivos: esse é outro evento que requer planejamento sério, excelente organização e uma série de regulamentos a serem seguidos. Esse tipo de evento pode ser local, no âmbito de uma cidade, por exemplo, mas também pode ter dimensão nacional ou mesmo internacional. O melhor exemplo envolve os Jogos Olímpicos. Os eventos esportivos são bastante frequentes e envolvem milhares a milhões de pessoas interessadas. A principal dificuldade reside na obtenção de todas as autorizações necessárias para a sua instalação. A particularidade de um evento esportivo é que pode durar de algumas horas a alguns dias, ou envolver todo um calendário anual, dependendo do seu tamanho. Figura 6 - Os estádios de futebol costumam reunir uma grande multidão Fonte: Pexels/pixabay.com Videoaula - A importância de planejar e organizar os eventos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/473083258] . O planejamento é a primeira das funções gerenciais essenciais. Ele é importante porque, por natureza, fundamenta as metas organizacionais e envolve a tomada de decisões sobre as formas A importância em planejar e organizar os eventos1.4 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/06.jpg https://player.vimeo.com/video/473083258 e meios desejados de atingir essas metas. Para Chiavenato (2016, p. 5): Drucker (2018, p. 77) assim definiu: “Planejar é decidir com antecedência o que deve ser feito; isto é, um plano é um curso de ação projetado”.Portanto, o planejamento pode ser pensado como uma decisão sobre um curso de ação futuro e pode ser tratado como um processo de pensamento antes de o fazer (CHIAVENATO, 2016). A administração deve planejar a direção futura de longo e curto prazo, olhando para o futuro, estimando e avaliando o comportamento futuro do ambiente em que a organização está inserida e determinando o papel desejado para a própria empresa. O planejamento envolve a determinação de vários tipos e volumes de recursos físicos e outros a serem adquiridos de fora, para alocar esses recursos de maneira eficiente entre diversas reivindicações internas e fazer arranjos para a conversão sistemática desses recursos em saídas úteis, em busca de realizar os objetivos traçados. Segundo Chiavenato (2016), os planos são compostos de dois componentes básicos: metas e declarações de ação. Planejar é conhecer e entender o contexto; é saber o que se quer e como atingir objetivos; é saber como se prevenir e evitar as ameaças; é calcular os riscos e buscar minimizá-los evitando a vulnerabilidade; é preparar-se taticamente no sentido de rearranjar-se internamente; é ousar em relação às metas propostas e superar-se de maneira continuada e constantepara oferecer resultados cada vez melhores. Planejar não é somente vislumbrar o futuro, mas é acima de tudo uma forma de assegurar a sobrevivência e a continuidade dos negócios na medida em que se formalizam planos, programas e procedimentos capazes de atuarem de modo consciente e consequente diante das eventualidades e contingências que se apresentam no cotidiano das organizações. As metas representam um estado final – os objetivos completos e os resultados que os gerentes esperam alcançar. As declarações de ação representam os meios pelos quais uma organização avança para atingir seus objetivos. O planejamento é um ato deliberado e consciente por meio do qual os gerentes determinam um curso de ação para alcançar um objetivo específico. Planejar para um gerente significa pensar sobre o que deve ser feito, quem fará e como e quando o fará. Segundo Drucker (2018), planejar também envolve pensar sobre eventos passados (retrospectivamente) e sobre oportunidades futuras e ameaças iminentes (prospectivamente). O planejamento questiona os pontos fortes e fracos da organização e envolve a tomada de decisões sobre as formas e meios desejados para os alcançar. Drucker (2018) observa que existem diferenças entre a tomada de decisão e o planejamento. As decisões podem ser feitas sem planejamento, mas o planejamento não pode ser feito sem a tomada de decisões. Figura 7 - Os planos têm dois componentes: metas e declaração das ações Fonte: elaborada pelo autor (2020).. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/07.png Todo planejamento é estratégico, porque envolve decisões, determinação de objetivos e escolha de caminhos para atingi-los. Saiba mais sobre o planejamento estratégico e suas implicações em: liderjr.com [https://liderjr.com/blog/cultura-e-estrategia-organizacional/?gclid=Cj0KCQiA- rj9BRCAARIsANB_4ABllyk2G37wjBjxRrPOXgITCrE82nHCifozyJl_jcPYTPI4J6TbAKoaAt- QEALw_wcB] . Uma vez que os planos são feitos para atingir metas ou objetivos, todo plano e todo o seu suporte devem contribuir para a realização do propósito e dos objetivos da organização. Uma empresa organizada existe para atingir os objetivos do grupo por meio de cooperação voluntária e proposital. Por isso, os planos devem ser não apenas eficazes, mas também eficientes. A eficácia de um plano está relacionada à extensão em que ele atinge os objetivos. A eficiência do plano, no entanto, significa a sua contribuição para a finalidade e objetivos, compensada pelos custos e demais fatores necessários à sua formulação e operacionalização (CRUZ, 2017). Podemos concluir, portanto, que os planos são eficientes quando alcançam seu objetivo a um custo razoável e quando tal custo é a medida não apenas em termos de tempo, dinheiro ou produção, mas também em termos de satisfação do indivíduo ou da organização. O evento deve ser considerado uma atividade que exige gerenciamento e planificação. O planejamento adequado e o gerenciamento de eventos são vitais para qualquer evento esportivo de sucesso. O planejamento detalhado do evento é o documento que estabelece como todas as partes móveis distintas e elementos díspares do evento funcionarão e resultarão em um evento seguro e exitoso em relação às metas a serem alcançadas. Isso é inerente a qualquer tipo de evento a ser realizado, do mais simples, como um evento familiar, ao mais complexo, como um campeonato mundial de futebol. https://liderjr.com/blog/cultura-e-estrategia-organizacional/?gclid=Cj0KCQiA-rj9BRCAARIsANB_4ABllyk2G37wjBjxRrPOXgITCrE82nHCifozyJl_jcPYTPI4J6TbAKoaAt-QEALw_wcB Ao realizar um evento de qualquer tipo, o planejamento adequado é fundamental para garantir o seu sucesso. Um evento mal organizado pode causar mais danos à reputação de uma empresa ou organização do que não ter nenhum evento. O planejamento abrange todos os aspectos do evento, desde a concepção inicial e a fase de geração de ideias até o cronograma do dia (ou período) de realização. Todos querem que seus eventos ocorram sem problemas, por isso desenvolver um plano de organização e de gerenciamento de eventos vai ajudar a reduzir o estresse e permitir que os organizadores aproveitem ao máximo a atividade programada. Mendonça e Perozin (2018) lembram que, em seu estágio de planejamento, há várias questões- chave para considerar sobre a direção do evento e dos respectivos arranjos necessários para o dia do acontecimento. Em primeiro lugar, é necessário considerar por que o evento está sendo realizado: é para atrair novos clientes, promover vínculos com empresas da comunidade local, comemorar algum tipo de sucesso, arrecadar fundos ou gerar interesse de recrutamento? É claro que há vários outros motivos para se realizar um evento, exclusivos para a área ou interesses de Figura 8 - Características dos eventos Fonte: elaborada pelo autor (2020). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/08.png cada pessoa ou organização. De qualquer forma, o objetivo geral determinará que tipo de evento será realizado e orientará os fatores restantes; além disso, o objetivo do evento regerá o público e a lista de convidados (ZITTA, 2018). Todos os eventos, do mais simples (mesmo não planejado profissionalmente) até um mega evento internacional, precisam ter seus objetivos muito bem definidos. Essa é uma tarefa delicada, que envolve uma série de ponderações. Conheça mais sobre os objetivos de um evento: www.eventbrite.com.br [https://www.eventbrite.com.br/blog/planejamento/definindo-objetivos- de-um-evento-o-que-quando-aonde-para-que-e-como-ds00/] . Compilar a lista de convidados para o dia, ou período, deve refletir o tom do evento, bem como criar o melhor benefício possível. Um evento de networking para empresas locais não será um sucesso sem uma boa participação das empresas da comunidade. Da mesma forma, um evento baseado em recrutamento ou uma arrecadação de fundos precisa de boa publicidade em toda a área local para gerar interesse e garantir um nível viável de participação (KUNSCH, 2016). Uma vez que a lista de convidados é criada e os objetivos determinados, o planejamento do evento pode ficar um pouco mais criativo. Escolher o tipo de evento e seu tema ou estilo pode ser emocionante, mas precisa ser coordenado com o local escolhido com bastante antecedência para garantir que todas as ideias sejam possíveis de serem colocadas em prática. Até mesmo garantir que haja um sistema adequado de microfones e alto-falantes é um estágio crucial: a fala do palestrante principal ou uma apresentação do convidado de honra não pode ser realizada sem a amplificação adequada, Figura 9 - Ambientação adequada do local do evento Fonte: teamuglywolves/pixabay.com https://www.eventbrite.com.br/blog/planejamento/definindo-objetivos-de-um-evento-o-que-quando-aonde-para-que-e-como-ds00/ https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.jpg mas isso pode ser facilmente esquecido, especialmente por um planejador de eventos inexperiente. Da mesma forma, os arranjos de assentos e acomodação, quando necessários, precisam ser providenciados, pelo menos, três meses antes do evento (ZITTA, 2018). Esta autora enfatiza que é necessária a conexão com o local para fazer os planos. Locais com instalações de hotel costumam oferecer uma taxa reduzida para os participantes de um evento, mas eles precisarão fazer arranjos para isso, portanto o planejamento é essencial. Os especialistas em gerenciamento de eventos podem aconselhar sobre o processo de planejamento do evento e assumir a responsabilidade pelas atividades chave, se não por todas elas (MENDONÇA; PEROZIN, 2018). O planejamento de eventos é uma das tarefas mais complexas na área estratégica e exige um nível de detalhamento muito grande, desde a criação da ideia até o último dia de realização. Para conhecer um manual completo sobre a realização de eventos, de maneira geral, acesse a publicação “Organização de Eventos”, de Helen Rita Menezes Coutinho, disponível em: redeetec.mec.gov.br[http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_hosp_lazer/061112_org_eventos.pdf] . http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_hosp_lazer/061112_org_eventos.pdf Prática profissional - Organização de eventos [projeto de patrocínio Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://www.youtube.com/embed/Uv2-xQ97eH8] . https://www.youtube.com/embed/Uv2-xQ97eH8 Recapitulando a Unidade 1 No desenvolvimento desta unidade, foram apresentados os princípios e conceitos básicos de eventos, partindo de uma análise inicial e histórica de sua estrutura e organização, das características básicas dos eventos públicos e privados, até uma visão ampla dos principais tipos de eventos que podem ser realizados em função dos objetivos que se pretende alcançar. Ao final, destacamos a importância de se planejar os eventos eficientemente para minimizar os riscos e aumentar as chances de sucesso. Exercícios de fixação Segundo Massena (2012), é preciso levar em conta que os eventos não incluem apenas elementos tangíveis, mas existem outros fatores envolvidos. Quais seriam outros elementos que definem os eventos, de acordo com essa autora? Elementos únicos e intangíveis com alto nível de contato pessoal e interação, além de expectativas e emoções. Elementos econômicos, culturais e regionais. Elementos de mercado, sociais e culturais. Elementos comerciais, psicossociais e tecnológicos. De acordo com Franzolim (2008, p. 7): “Atualmente, os eventos ultrapassam a simples necessidade de comunicação, constituindo-se em uma estratégia de comunicação de marketing cada vez mais atuante no mundo esportivo”. Julgue se verdadeira ou falsa a afirmação. Verdadeiro Falso Os eventos esportivos Videoaula - O esporte como evento Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/369601489] . UNIDADE 2 Objetivos: O intuito desta unidade é apresentar as características dos eventos esportivos, mostrando como eles se enquadram na categoria de eventos públicos e como são importantes para o alcance dos objetivos dos organizadores. No decorrer deste conteúdo, abordaremos a evolução dos eventos esportivos, o interesse da mídia por eles e apresentaremos os fundamentos e características que estruturam esse tipo de evento. https://player.vimeo.com/video/369601489 Os eventos esportivos2 Evento esportivo significa uma competição na qual as pessoas usando o próprio corpo, animais ou máquinas competem, individualmente ou como equipes, com o propósito de vencer uma corrida, um jogo, uma disputa ou outro tipo de prática que envolva qualquer atividade atlética, e que geralmente é planejado, organizado, gerenciado ou patrocinado por uma organização ou entidade (MARTINS, 2018). Geralmente, os eventos desportivos são atividades que se realizam sistematicamente e que têm uma repercussão positiva no local onde são organizados, impactando o turismo e a infraestrutura econômica, social, esportiva e política do país onde são realizados. De origem milenar, que remonta especialmente ao período clássico da Grécia e Roma antigas, e inicialmente de exclusividade europeia, o evento esportivo foi progressivamente polido e aperfeiçoado em todo o mundo, especialmente nas últimas cinco décadas do século XX. Os grandes eventos desportivos, especialmente pelos seus impactos e legados, são hoje um dos fenômenos festivos e comerciais mais característicos do capitalismo moderno e da sociedade contemporânea de hiperconsumo. Mallen e Adams (2015, p. 47) observam que: O esporte como evento2.1 Figura 10 - O ciclismo como evento esportivo Fonte: Donations_are_appreciated/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/10.jpg As reuniões esportivas são eventos espetaculares programados e padronizados pelos quais, cada vez mais, cidades e países competem com o objetivo de melhorar sua infraestrutura, ganhar visibilidade, atrair turistas e projetar sua marca internacionalmente. São eventos massivos, cujo desempenho custoso, muitas vezes, leva os políticos e organizadores envolvidos a exagerar e prometer, à direita e à esquerda, impactos positivos e lucros suculentos (MARTINS, 2018). Caracterizam-se como eventos festivos e hipermidiáticos, geridos e planejados ao longo de anos, que se executam num curto (ou médio) espaço de tempo, e que, pela sua dinâmica, reúnem muitos atores sociais, envolvendo atletas, treinadores, equipes técnicas, juízes e dirigentes de diversos países, bem como um número considerável de jornalistas, fotógrafos, videógrafos e profissionais de marketing, um número imenso de públicos participantes e interessados. Como observam Malle e Adams (2015), são eventos cuja realização envolve grandes projetos urbanos, com múltiplas consequências para as cidades e países-sede e que, pela dimensão, complexidade e pelo enorme e crescente investimento que consome a sua organização, desencadeiam expectativas, monopolizam boa parte da atenção midiática e despertam o interesse de muitos cidadãos, ao mesmo tempo em que suscitam vários problemas colaterais e críticas variadas de diferentes setores da sociedade civil, especialmente em relação às altas verbas públicas destinadas à sua organização e realização. No horizonte de nossa era turbulenta e globalizada, uma das atividades comerciais e culturais com a qual hoje mais frequentemente se busca entreter, impactar, quebrar o cotidiano, despertar o fervor coletivo e estimular o consumo em diversos setores da população são os grandes eventos desportivos – realizados em escala internacional – e criados instrumentalmente para satisfazer, viver e dirigir diferentes tipos de necessidades psíquico-emocionais, socioculturais, económicas e políticas. Em 2014, o Brasil novamente sediou a Copa do Mundo de Futebol FIFA (Federação Internacional de Futebol), depois de 60 anos. Entretanto, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não se renovou, não teve o apoio integral do Governo Federal; os gastos da Copa-2014 foram custeados pelos governos federal, estaduais e municipais, atingindo volumes impressionantes. Consulte os gastos e as realizações para a Copa 2014 no Portal da Transparência, disponível em: www.portaltransparencia.gov.br [http://www.portaltransparencia.gov.br/programas-de- governo/20-copa-----?ano=2014] . Martins (2018) afirma não haver dúvida de que, para tornar o mundo social contemporâneo um pouco mais inteligível e compreender muito melhor o que nos acontece, o estudo sistemático, rigoroso, contextualizado, holístico e comparativo dos eventos esportivos, a partir de uma abordagem multidisciplinar e crítica, é mais necessário do que nunca. Podemos afirmar, então, que os eventos esportivos são eventos especiais, que vão além dos eventos no campo da cultura e da arte, e são planejados e programados dentro de condições especiais, que estabelecem marcos na vida dos países, das cidades, das pessoas, e geram diversos tipos de impactos simbólicos, econômicos e políticos com diversas consequências sociais, oferecendo suportes importantes para o marketing, a comunicação e o negócio. Nuere (2010) observa que os eventos esportivos podem ser classificados e categorizados de acordo com os seguintes critérios: http://www.portaltransparencia.gov.br/programas-de-governo/20-copa-----?ano=2014 Por fim, vale observar que, na medida em que são atos de comunicação motivados pela necessidade de transmitir uma mensagem específica a um determinado público, os eventos esportivos também têm em comum, em um primeiro nível, a interação ao vivo – face a face – entre as pessoas que participam dos eventos localmente, nas praças e arenas esportivas e, consequentemente, em um segundo nível e especialmente se forem grandes eventos, tendem a envolver a transmissão mediada, ou a experiência indireta à distância, por meio de tecnologias diferentes, que englobam televisão, rádio e internet, e envolvem números expressivosde espectadores. Classificação geográfica: de acordo com o nível territorial em que ocorrem, ou por mercado ou público a que se destinam, os eventos esportivos podem ser classificados como eventos locais ou supralocais que, por sua vez, podem ser regionais, nacionais, internacionais ou globais como as Olimpíadas. Classificação pelas entidades que os convocam: podem ser classificados como eventos governamentais, não governamentais sem fins lucrativos ou corporativos com fins lucrativos ou, ainda, pelas entidades que os regem como FIFA, COI (Comitê Olímpico Internacional), NBA (National Basketball Association) etc. Pelo tipo de setor que os gera: podem ser classificados em campeonatos de futebol, de vôlei, de basquete, de automobilismo, náuticos, de golfe etc. Classificação pelo seu tamanho: podem ser classificados como mini eventos locais, pequenos eventos, médios eventos, grandes eventos como os campeonatos nacionais de futebol, basquete, vôlei etc. e megaeventos esportivos como o Campeonato Mundial de Futebol da FIFA e as Olimpíadas. Pelos seus objetivos: podem ser classificados como eventos recreativos, de entretenimento, promocionais, acadêmico-didáticos, de relações sociais, ou de competição esportiva local, nacional ou internacional. Pelo tipo de espaços em que decorrem:os eventos esportivos podem ser classificados como eventos em espaços fechados, em espaços abertos, ao ar livre ou no campo. (NUERE, 2010, p. 25, tradução nossa) Por outro lado, do ponto de vista estritamente comercial, o evento esportivo é quase sempre usado para se referir a um acontecimento especial que serve para uma pessoa, grupo ou empresa apresentar ou promover um determinado produto/serviço ou fortalecer uma determinada marca; ou seja, nessas áreas, o evento esportivo é concebido como um ato de marketing que visa dar aos clientes ou consumidores a oportunidade de uma aproximação direta com a marca (o que supostamente facilita os objetivos de fidelização em relação à concorrência). Figura 11 - Eventos esportivos e exibição de marcas (merchandising) Fonte: jp26jp/pixabay.com Videoaula - Importância e evolução dos eventos esportivos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/369601326] . A história revela que os eventos esportivos têm desempenhado um papel significativo no desenvolvimento das sociedades, e que indivíduos conseguiram, às vezes contra todas as probabilidades, começar uma carreira e ascender socialmente, dentro de uma indústria de Importância e evolução dos eventos esportivos2.2 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/11.jpg https://player.vimeo.com/video/369601326 eventos que, cada vez mais, amplia seu alcance, atingindo na atualidade níveis globais impressionantes. Nuere (2010) observa que a eventual transformação das lutas ilegais de rua – que envolviam prêmios muitas vezes em mercadorias e alimentos –, em uma prática esportiva legal e significativa, a partir do momento em que o Marquês de Queensberry, em 1867, criou as regras para o Boxe, é um exemplo do desenvolvimento histórico de um esporte que se perpetuou. Outros e variados exemplos incluem a criação de um esporte destinado à recreação indoor na New England School, na época, uma pequena escola da Inglaterra. New England mudou para se transformar em um dos esportes de maior interesse global quando James Naismith, em 1891, desenvolveu as originais 13 regras do basquete, um jogo que, hoje, é disputado em eventos e campeonatos especiais em todo o mundo, por milhões de pessoas (NURE, 2010). Figura 12 - Boxe: de luta de rua a esporte Olímpico Fonte: 12019/pixabay.com Um dos fatos mais inusitados da história dos eventos esportivos é a famosa partida de futebol realizada entre trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial, e que promoveu uma trégua espontânea entre os inimigos em combate. Leia sobre este fato esportivo curioso em: trivela.com.br [https://trivela.com.br/tregua-natalina-na-primeira-guerra-mundial-um-marco- forca-transformadora-futebol/] . Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em 1948, Ludwig Guttmann organizou uma competição para veteranos de guerra com lesões da medula espinhal, em Stoke Mandeville, no Reino Unido, iniciando a inclusão de portadores de necessidades especiais nos esportes. Em 1960, foi fundada a Paraolimpíada, com os primeiros jogos em Roma. E, em 2003, os Jogos https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/12.jpg https://trivela.com.br/tregua-natalina-na-primeira-guerra-mundial-um-marco-forca-transformadora-futebol/ Parapan-Olímpicos, em Mar Del Plata, na Argentina, foram consagrados como o maior evento esportivo do mundo para pessoas portadoras de necessidades especiais (FARIAS, 2019). Mais recentemente, também em 2003, o futebol tornou-se o esporte número um para mulheres no Reino Unido, um jogo que tradicionalmente tem sido desenvolvido e jogado por homens, e que, atualmente tem sido disputado por equipes femininas do mundo inteiro, com grande destaque para o futebol feminino do Brasil. Nuere (2010) indica que, em 1991, a equipe feminina dos EUA venceu o primeiro campeonato feminino de futebol organizado pela FIFA – a Primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino – diante de uma multidão de 90.125 espectadores, na sede da Província de Guangdong, na China. Esses são apenas alguns exemplos ao longo do tempo, que vão, de alguma forma, mostrando a variedade e a importância dos eventos esportivos. A criação desses eventos ajudou claramente a abrir caminho para questões mais amplas e de maior significado para a sociedade do que apenas a realização de um evento esportivo. A amplitude da indústria desportiva atual é tão grande que estabelecer os dados de mercado é uma tarefa de longo alcance. Além disso, é difícil decidir quais setores devem ser incluídos. Martins (2018) recomenda considerar duas perspectivas diferentes. Economicamente, deve-se primeiramente considerar a receita do local, o dinheiro obtido na alavancagem de patrocínios esportivos, bem como as receitas dos eventos em si; em segundo lugar, de uma perspectiva de desenvolvimento esportivo, existe a vasta gama de números de participação, desde os esportes escolares até os grandes e importantes eventos internacionais. Os números de participação esportiva estão disponíveis para certos esportes e podem ser complementados por porcentagem de crescimento ano após ano. Infelizmente, a disponibilidade de dados é esparsa em qualquer perspectiva, maior do que uma escala nacional, e mesmo os números locais são selecionados e abrangem apenas os eventos consagrados nos diversos países, como o futebol no Brasil; já os dados relativos à prática do boxe brasileiro, por exemplo, são minimamente fornecidos. No entanto, esses dados são muito úteis quando acessíveis. Usando o futebol americano como exemplo, Nuere (2010) relata que, naquele país, 5,5 milhões de mulheres, a partir dos 7 anos de idade, praticaram esse tipo de jogo pelo menos uma vez em 2009. Isso representou um aumento de 37,8 por cento em relação ao ano anterior, enquanto os números correspondentes para o jogo masculino registravam 14,5 milhões de participantes, com 4,7 por cento de aumento. Outro fator preponderante é manter a política fora do esporte, que constitui uma questão recorrente. No primeiro momento, há o argumento de que o esporte deve ser considerado acima de toda política, prática governamental e partidária. Essa é uma área discutível, obviamente, e, quando se trata de certos eventos, pode simplesmente não ser possível. Todas as escalas de eventos desportivos são influenciadas politicamente de várias maneiras, pois não há como escapar das exigências de conformidade com vários conjuntos de regulamentos e regras, tais como os relativos à saúde e segurança, políticas públicas de emprego, relatórios fiscais e de licenciamento. Por outro lado, a intervenção política é bastante diferente, nos diferentes paísese regimes, e há políticos que consideram adequado desempenhar um papel na gestão de eventos esportivos e do seu uso para fins de promoção política. De acordo com Nuere (2010), na Inglaterra, os primeiros-ministros historicamente buscam aumentar sua avaliação junto à opinião pública e nos resultados positivos de pesquisas, associando suas imagens ao esporte. O papel da tecnologia no esporte também é relevante e está intrinsecamente envolvido no desenvolvimento e aprimoramento dos eventos. As expectativas do cliente/consumidor e as demandas da mídia novamente levaram a todos os tipos de inovação e seu uso no avanço da apresentação e controle de eventos esportivos. O desenvolvimento de uma bola reflexiva na década de 1980 pretendia levar a um aumento, bastante necessário, da cobertura televisiva do esporte de squash, assim como o uso de vidros transparentes de mão única. Os serviços de call center tornaram a compra de ingressos uma atividade menos frustrante para o cliente, a partir dos anos 2000 – prática revolucionada contemporaneamente pela internet – e as telas de plasma gigantes tornaram possível o replay da ação em um evento, possibilitando aos espectadores rever lances importantes e decisivos (MARTINS, 2018). A cronometragem de tempo digital claramente melhorou os indicadores de desempenho dos atletas e a introdução de equipamentos para julgar lances capitais através do VAR teoricamente Figura 13 - Esporte e manifestação política Fonte: Pexels/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/13.jpg possibilitaria uma arbitragem com menor número de erros. Como observam Mallen e Adam (2015), com a tecnologia o desenvolvimento de equipamentos de transmissão melhorou a visualização dos eventos. Pode-se ver também o quanto essa tecnologia adicionou ao potencial de comunicação dos eventos, aumentando as oportunidades para os espectadores acessarem as transmissões dos jogos em qualquer parte do planeta e, ao mesmo tempo, para que os promotores aumentem a receita com vários tipos de patrocínio e veiculação de publicidade. A partir da Copa do Mundo FIFA 2002, as bolas de futebol passaram a ser fornecidas pela marca Adidas – com nomes estranhos como Fernova, Final, Jabulani, Cafusa, entre outros. A cronometragem digital, com alteração da pontuação durante a partida e as telas de plasma não atraem apenas o olho dos espectadores para replays, mas elas também mostram anúncios publicitários que atingem a plateia em momentos de alta concentração. Por último, embora provavelmente não o ponto final desse desenvolvimento, a Internet claramente teve um efeito revolucionário tornando-se um importante veículo para comunicações de marketing, não apenas para venda de ingressos, criação de programas do sócio torcedor, mas para webcast (transmissão de áudio e vídeo com tecnologia streaming) de eventos e venda de mercadorias licenciadas através do e-marketplace. Como observa Massena (2012), o desenvolvimento do esporte em si depende de uma única vitrine que os eventos fornecem. Quanto mais pessoas assistirem a um evento esportivo, maior é a probabilidade de que os números de participação nos esportes aumentem, o interesse dos patrocinadores se estenda e as práticas esportivas profissionais beneficiem-se de maiores Figura 14 - Produtos licenciados Fonte: albertoadan/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/14.jpg verbas para aplicar em seu desenvolvimento e no aprimoramento dos atletas, que são os verdadeiros protagonistas dos eventos esportivos. No entanto, isso não é necessariamente bem desenvolvido e sustentado no Brasil, onde existe uma clara diferença de interesses, tanto do público quanto das marcas patrocinadoras em relação ao futebol e algumas outras poucas modalidades, em detrimento de outras práticas importantes, mas menos favorecidas. Por outro lado, a tarefa dos órgãos de governo claramente não é apenas fazer uso de eventos esportivos, como vitrines e como oportunidades de promover ideologias e posições político partidárias, mas sim de garantir a existência de mecanismos que convertam as práticas esportivas de interesse dos cidadãos em experiências de participação de longo prazo, visando também aspectos de saúde pública que a prática de esportes favorece. Produtos esportivos licenciados referem-se a vários produtos que são endossados por um clube ou esportista e representam uma fonte adicional de faturamento para as agremiações. Saiba mais em: www.portaldofranchising.com.br [https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/licenciamento-de-produtos-setor-esportivo/] . https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/licenciamento-de-produtos-setor-esportivo/ Videoaula - O interesse da mídia pelos eventos esportivos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/508418510] . Podemos constatar que os eventos esportivos ocupam um lugar de destaque na história moderna dos grandes eventos de entretenimento. As perguntas incontornáveis que Messena (2012, p. 39) formula são: “[...] qual o motivo desse destaque? O que oferecem os grandes eventos esportivos que não oferecem ou proporcionam aos cidadãos outros tipos de espetáculos e eventos?” Podemos também indagar: de onde vêm os eventos esportivos com seu enorme poder de convocação e sua capacidade de atrair o interesse de massas tão heterogêneas entre si? Considerando que o futebol, por exemplo, é uma paixão que atinge indiferentemente todas as classes sociais? Nuere (2010) explica que, para compreender essas questões, devemos considerar primeiramente o contexto histórico-cultural em que esse protagonismo foi se configurando aos poucos e perceber como a atividade física como espetáculo de mídia de massa, como mercadoria de consumo e como um elemento cada vez mais substancial nos estilos de vida contemporâneos. Nesse sentido, os eventos esportivos foram se transformando em “[...]um arsenal simbólico e perceptivo, em um espaço emocional de configuração de identidades e fonte de narrativas intrépidas e épicas” (NUERE, 2010, p. 45) abrangendo todo o campo geral dos esportes (e não apenas dos eventos esportivos que representam uma pequena parte deste amplo e diversificado setor) até se tornar uma das mais dinâmicas, produtivas e desafiadoras esferas de significação e representação que coexistem dentro da cena cultural contemporânea. O interesse da mídia pelos eventos esportivos2.3 https://player.vimeo.com/video/508418510 O protagonismo dos atuais eventos desportivos deve-se, em grande medida, ao fato de que hoje vivemos num amplo contexto cultural desportivo, ou seja, numa sociedade em que os cidadãos amam os desafios, a paixão pela vitória e a optimização das faculdades e aptidões do corpo. Ou seja, vivemos em uma sociedade na qual muitos consumidores focados na diversão estão em busca de atividades e eventos que os estimulem e lhes proporcionem referências de diversão e identidade (MALLEN; ADAMS, 2015). O surgimento de novas formas de mídias e espaços de consumo e, sobretudo, o surgimento de novas necessidades, expectativas e estilos de vida, além do surgimento de um novo tipo de consumidor conectado aos meios digitais, que sabe muito bem que não é preciso ser atleta para desfrutar daquilo que a indústria do esporte oferece, são razões porque (apesar das suas promessas consumistas e das suas ambiguidades ostentosas) o desporto como espetáculo, com competições planetárias de alto nível, tem permitido conquistar elevados índices de audiência televisiva, e também de outros meios de comunicação massiva. A indústria do esporte consegue proporcionar uma “boa imagem” para marcas, organizações esportivas e para as próprias empresas de mídia, que alimentam efetivamente o orgulho local e/ou nacional e conseguem despertar, através da exibição de espetáculos desportivos, o entusiasmo, ou até mesmo “um fervor coletivo inigualável”, que não é encontrado em qualqueroutra esfera da vida social (NUERE, 2010, p. 124). A esse respeito, o historiador Erick Hobsbawm (apud FARIAS, 2019, p. 186) comentou que uma das coisas que possibilitou que eventos esportivos se tornassem espetáculos aceitáveis para as elites (as que realmente inventaram a maioria dos esportes) foi que esses eventos transformaram-se em um meio de identificação nacional e em um espaço para a coesão dos grupos que vivem juntos em uma comunidade, uma vez que “se as classes superiores não poderiam estar em pessoa nos espetáculos, pelo menos em eventos esportivos as bandeiras e hinos que simbolizavam a suposta harmonia entre diferentes classes sociais estariam presentes”.De acordo com Nuere (2010, p. 47), [...] esses eventos esportivos englobam elementos de coesão sociocultural que, junto com a força paradoxal e beleza dos corpos em disputa, a natureza incerta das competições atléticas e o copioso e insistente discurso da mídia através da propaganda – processo de comunicação onde "paixão" é o significante central –, constituem sem dúvida, o coração da indústria do entretenimento esportivo contemporâneo: aquela indústria onde produtos e serviços especializados são produzidos para consumidores com alta expectativa, ávidos, segmentados, interconectados e cada vez mais informados aguardam para consumir. (tradução nossa) Essa indústria de eventos e seus consumidores ocupam o ponto central que possibilitou a emergência da indústria específica dos eventos esportivos, com sua estética alinhada com a indústria cultural, que propicia sensações hipermidiáticas construídas graças aos impressionantes avanços da tecnologia da informação. Esse desenvolvimento inicia, de fato, depois da Primeira Guerra Mundial, e vai se ampliando rapidamente a partir do fim da Segunda Guerra, quando os meios de comunicação massiva vão se desenvolvendo cada vez mais, e os seus discursos vão gradualmente construindo uma “simbiose” com o esporte espetáculo que, sem dúvida, deve aos meios de comunicação e aos seus patrocinadores a ampliação e a popularização, em escala global, das façanhas atléticas que ocorrem nos grandes eventos esportivos, que são, na realidade, a matéria-prima para construção da indústria do entretenimento de massa mais acessível que existe. Como nos mostra Lipovetsky (2015), a comunicação de massa vai se desenvolvendo a partir da radiodifusão até a emergência da televisão, nos anos 1950, transformando-se na verdadeira responsável pelo fato de que hoje o esporte espetáculo se tornou o maior ativo econômico, cultural e informacional do mundo contemporâneo. Para Lipovetsky (2015), é imprescindível levar isso em consideração, não apenas porque uma série de imagens esportivas padronizadas passaram a ser produzidas, disseminadas e globalizadas pelas novas tecnologias midiáticas, incluindo agora a internet, mas também porque a mídia e a indústria da publicidade representam uma fonte alternativa inestimável de renda para ligas, times e organizadores de grandes eventos esportivos. Lipovetsky (2015, p. 112) explica: Figura 15 - Arena esportiva completamente lotada Fonte: red__koral__ph/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/15.jpg Dessa forma, além de converter ações esportivas em signos, times em símbolos-marcas e atletas em heróis do esporte e ícones-mercadorias, nas últimas décadas, a mídia (principalmente a televisão com suas múltiplas câmeras e montagens para reescrever o tempo e o espaço) fez dos grandes eventos esportivos um entretenimento que, além de romper a hegemonia do cinema como espetáculo máximo das massas, estimulou como nunca a paixão pelas imagens esportivas e sua estética televisiva, gerando uma verdadeira iconografia, quase religiosa, moderna. Segundo o próprio Lipovetsky (2015), é uma estética da transmissão esportiva de imagens que, a partir da lógica da espetacularização, dramatização e protagonismo, busca atingir o maior público possível com o intuito de despertar emoções, conquistar adeptos e fidelizar espectadores. Em sua condição de espetáculo cinético que circula pelas múltiplas interfaces da megatela global (TV com difusão planetária), o esporte-espetáculo tem sido percorrido tanto pelos paradigmas da estética cinematográfica, da conquista da representação icônica do máximo detalhe que a tecnologia torna visível, pela busca do encanto sensorial, da inclusão de realidades virtuais e da orientação para o colorido e o impactante, que a saturação de informação e o excesso de imagens (verdadeiros sintomas da sociedade hipermoderna do entretenimento) propiciam, além da permanente busca dos produtores do show através da aplicação de recursos tecnológicos para gerar o máximo efeito dramático, a imagem, o movimento e a estética do corpo se transformaram nas marcas registradas dos eventos esportivos, cada vez mais consumidos. Para verificar isso, basta examinar o Super Bowl ou qualquer uma das cerimônias de abertura ou encerramento mais recentes dos Jogos Olímpicos ou das Copas do Mundo. A mídia é um dos fatores mais importantes para o sucesso dos esportes como produto de consumo de massa, e através dela os atletas exercem grande influência social. Saiba mais em: www.efdeportes.com [https://www.efdeportes.com/efd209/esporte-influencias-do-atleta-na- sociedade.htm] . https://www.efdeportes.com/efd209/esporte-influencias-do-atleta-na-sociedade.htm Videoaula - Fundamentos e características dos eventos esportivos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/360850544] . Os eventos desportivos são, acima de tudo, eventos sociais privados que se distinguem tanto pelo forte capital de marca, como por serem planejados e promovidos (de diferentes formas) com o intuito de atrair a atenção de diferentes grupos sociais. De maneira geral, como explica Martins (2018), esses eventos se diferenciam porque são dotados de uma imagem específica poderosa, são competentes para gerar emoções compartilhadas, e porque seu resultado é incerto, provocando interesse e fortes emoções. São eventos desenvolvidos como produtos de consumo, sempre organizados e promovidos por uma ou mais instituições, mas todos elaborados e oferecidos para gerar expectativas, chamar atenção e despertar experiências de consumo e prazer em públicos previamente selecionados. Podemos observar também, nessa categoria de acontecimentos, da mesma maneira que observamos em outros fenômenos sociais intangíveis, que os eventos esportivos não são eventos que ocorrem isoladamente, uma vez que todos eles acontecem dentro da estrutura de um sistema social maior, composto de pelo menos três grandes sistemas interdependentes que, segundo Mallen e Adam (2015) dão vida a esse fenômeno. São eles: 1. O sistema de eventos (composto por todos os especialistas que produzem o espetáculo e transmitem sua energia a ele). Fundamentos e características dos eventos esportivos2.4 https://player.vimeo.com/video/360850544 2. O sistema de esporte (composto pelos atores do sistema desportivo associativo e por membros de federações internacionais, federações nacionais, ligas e clubes). 3. O sistema relativo ao território onde o evento se realiza (composto pelos governos, estruturas ministeriais e entidades territoriais locais onde ele se realiza). Entretanto, como observa Farias (2019), justamente porque todos os eventos esportivos são produtos da sinergia entre esses três sistemas mencionados, também é essencial sublinhar que, mesmo que sejam semanticamente parecidos, os eventos esportivos nunca devem ser confundidos com o que se conhece simplesmente como esporte, porque esporte é um conceito que se integra centralmente ao universo das práticas e técnicas corporais, organizadas ou não, que por sua história e ancoragem sociocultural em muitas comunidades do mundo não são legalmente propriedade de ninguém, e podem, inclusive, serem desenvolvidos fora de qualquer contexto institucional. Oseventos esportivos, como produtos culturais na área do entretenimento, são propriedade de alguém, ou de alguma organização e, para serem realizados, exigem um enquadramento jurídico e institucional. Portanto, por se tratar de produtos e de marcas comerciais, que envolvem a implementação de um conjunto de estratégias de marketing e comunicação, os eventos esportivos envolvem necessariamente processos de proteção legal, direitos de imagem e direitos de propriedade que as práticas esportivas por si só não permitem. Figura 16 - Eventos esportivos como produtos de consumo de massa Fonte: tookapic/pixabay.com ACONTECEU Atualmente, as arenas têm públicos limitados e os recordes de público não são muito altos, mas a fatídica partida entre Brasil e Uruguai, na Copa do Mundo de 1950, maior público da história das copas, tem uma história particular. Conheça essa história em: globoesporte.globo.com [http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/historia/copa-de-1950-brasil.html] . https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/16.jpg http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/historia/copa-de-1950-brasil.html Do ponto de vista sociológico, econômico e de mercado, apenas as atividades organizadas, que tenham ou possam ter um forte impacto comercial, devem ser consideradas autênticos eventos esportivos. Em outras palavras, só é considerado um evento esportivo quando ele realmente tem uma finalidade comercial como objetivo final, seja para ser oferecido em uma arena de esportes com cobrança de ingressos, seja como uma atividade patrocinada por marcas, cujo acesso ao grande público se dá pela transmissão através da mídia. Considerando esses pontos diferenciais, Farias (2019) conclui que o esporte é o substrato, ou a matéria-prima, e o evento é o produto ou serviço elaborado com ele. Mallen e Adam (2015) lembram que existem três elementos fundamentais que contribuem para uma definição jurídica do que hoje se conhece como evento esportivo: sua identificação, sua diferenciação e sua organização e marca comercial. No que diz respeito à identificação, é necessário lembrar que é um elemento essencial em qualquer evento desportivo (geralmente uma marca em destaque), na medida em que é aquilo que os donos ou promotores dos eventos zelosamente protegem. Ela se refere ao conjunto de elementos únicos reunidos sob o conceito de marca (como o nome do evento, logotipo, cor de identificação, slogan etc.), a partir da qual os consumidores reconhecem imediatamente um determinado evento esportivo e garantem que ele não será confundido com outros eventos, similares ou da mesma categoria. Como afirma Massena (2012), como não existem eventos esportivos espontâneos na sociedade de consumo, a diferenciação (intimamente relacionada à identificação) é o segundo grande elemento legalmente protegido para garantir a existência de um evento. Basicamente, a identificação refere-se ao conjunto de elementos e recursos que tornam o evento esportivo singular e específico, em maior ou menor grau. Elementos são: a modalidade esportiva praticada durante o espetáculo; o tipo e a natureza da atividade esportiva que o evento envolve (seja competitiva ou não); os modelos de participação desportiva que se propõem (disputa Figura 17 - A marca esportiva como fator diferencial Fonte: networkerz/pixabay.com https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/17.jpg individual ou por equipes, masculina, feminina ou mista, por clubes, seleções nacionais, seleções regionais etc.); a repercussão ou significado do resultado esportivo do evento (campeão de, classificado para, medalha de etc.); o local onde o evento é realizado (continente, país, região, cidade, instalação esportiva convencional ou não convencional, espaço em ambiente urbano ou natural, tipo de superfície esportiva); as datas, horários e tempos de duração do evento (se for um evento que durará horas, dias, semanas ou meses); e o tipo de entidade que a dirige (se é pública, privada associativa, privada sem fins lucrativos ou privada com fins lucrativos). Em relação a esse último item, e pelo fato de os eventos esportivos serem planejados e todos realizados sob um triplo sistema e marco regulatório (que, como já vimos, é aquele que se impõe pelo próprio tipo de evento, pelo regime esportivo sob o qual ele é realizado e pela identificação do país ou da cidade onde será realizado territorialmente), o último elemento-chave que ajuda a compreender o que são esses fatos sociais particulares é justamente a organização que os concebe, projeta, estrutura e promove. Como observa Martin (2018), essas entidades são identificadas como organizações específicas que podem ser constituídas por uma pessoa física (ou um grupo delas) ou uma pessoa jurídica (ou um grupo delas); organizações que podem ser entidades de natureza pública (como um estado nacional ou um governo local), sem fins lucrativos (como uma Associação ou Federação) ou, até mesmo, com fins lucrativos (como uma Sociedade Comercial dedicada a eventos) e que são responsáveis pela identificação e diferenciação dos eventos, por serem aquelas organizações que os sustentam em termos de titularidade ou propriedade, ou aquelas que se encarregam de realizá-los, monitorá-los e explorá-los comercial e publicitariamente. Prática profissional - Evento Esportivo - Noções Básicas - Torneio - Campeonato Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://www.youtube.com/embed/yMzyCSDfTUU] . https://www.youtube.com/embed/yMzyCSDfTUU Recapitulando a Unidade 2 No desenvolvimento desta unidade, abordamos a tipologia específica dos eventos esportivos, através da análise dos diferentes tipos de eventos que caracterizam essa área, como eles evoluíram até atingir o status da indústria atual que desperta o interesse da mídia e de bilhões de espectadores espalhados pelo mundo. Analisamos também os fundamentos e características dos principais eventos esportivos, com ênfase na sua implementação. Exercícios de fixação Preencher as 5 lacunas do texto abaixo. Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em , Ludwig Guttmann organizou uma competição para veteranos de guerra com lesões da medula espinhal, no , iniciando a inclusão de pessoas com nos esportes e anos depois foi fundada a(s) . Selecione... Selecione... Selecione... Selecione... Selecione... Que comentário o historiador Erick Hobsbawm (2019) fez sobre os motivos que tornaram possível a aceitação dos eventos esportivos como espetáculos pelas elites sociais? Que esses eventos possibilitaram a obtenção de lucros para empresários. Que esses eventos se transformaram em um meio de identificação nacional e em um espaço de coesão dos grupos que vivem juntos em comunidades. Que esses eventos esportivos atraíram a grande mídia. Que através da propaganda as grandes indústrias puderam divulgar suas marcas. Preencher as 5 lacunas do texto abaixo. No que diz respeito à , é preciso lembrar que esse é um elemento essencial em qualquer evento desportivo (geralmente é um nome de que sempre fica bem claro), na medida em que é algo que os donos ou promotores dos eventos zelosamente protegem. E se refere ao conjunto de elementos únicos reunidos sob o conceito de " " (como o nome do evento, , cor de identificação, slogan etc.), a partir do qual os reconhecem imediatamente um determinado evento esportivo e garantem que ele não será confundido com outros eventos, similares ou da mesma categoria. Selecione... Selecione... Selecione... Selecione... Selecione... Estrutura e organização dos eventos esportivos Videoaula - Participantes e classificação por modalidade Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/360850232] . UNIDADE 3 Objetivos: Nesta unidade veremos os conceitos de organização dos eventos esportivos, analisando as características dos eventos esportivos por modalidade, e o comportamento
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