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Sangramentos de 1 Trimestre da gestação

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Ginecologia Habilidade 
Daniela Rocha Fonseca – 2022-1 
Sangramentos de 1° Trimestre 
• Entre 10 a 15% das gestações apresentam 
hemorragias. 
• É responsável por elevada morbimortalidade 
perinatal e é a principal causa de mortalidade 
materna no mundo. 
• Classificação: 
a) Primeira metade da gestação 
- Abortamento; 
- Gravidez ectópica; 
- Neoplasia trofoblástica gestacional benigna 
(mola hidatiforme); 
- Descolamento corioamniótico. 
• Outras causas menos frequentes são: Cervicites, 
pólipo endocervical, câncer de colo uterino, 
trauma vaginal e o sangramento do colo durante 
o trabalho de parto na segunda metade da 
gestação. 
• Toda gestante com sangramento vaginal no 1º 
trimestre deve ser submetida a exame abdominal, 
exame especular e toque. 
- Quando o colo estiver fechado ou houver dúvida 
do diagnóstico, está indicada uma USG. 
 
• Conceitua-se como abortamento a interrupção da 
gravidez ocorrida antes da 20-22ª semana de 
gestação ou feto menor que 500 gramas (OMS) 
• Incidência: 10-15%; 
 
Classificação 
• Abortamento precoce: Quando ocorre até a 13ª 
semana; 
• Tardio: Quando entre 13ª e 22ª semanas. 
• Abortamento espontâneo: É a perda involuntária 
da gestação. 
- Aquele que ocorre sem nenhuma 
intervenção externa e pode ser causado por 
doenças da mãe ou por anormalidades do 
embrião ou feto. 
• Abortamento provocado: Permitido pela 
Legislação Brasileiro em 3 casos: Estupro, risco de 
morte materna e anencefalia. 
• Esporádico: 
- Anormalidades cromossômicas (50-80%), sendo 
as aneuploidias as mais comuns. 
• Habitual: 
- ≥ 3 abortos em gestante. 
 
Tipos Clínicos 
1. Ameaça de abortamento: 
• É a ocorrência de sangramento uterino com a 
cérvix fechada sem eliminação de tecidos 
ovulares. 
• O sangramento é de pequena a moderada monta, 
podendo existir dores, tipo cólicas, geralmente 
pouco intensas. 
• O colo uterino encontra-se fechado, o volume 
uterino é compatível com o esperado para a idade 
gestacional e não existem sinais de infecção. 
• Para diagnóstico é necessário uma USG, que pode 
ou não evidenciar descolamento ovular, porém 
com vitalidade embrionária. 
• Não existe indicação de internação hospitalar, 
devendo a gestante ser orientada sobre repouso, 
uso de analgésicos e abstinência sexual durante 
toda a perda sanguínea. 
• Nos casos em que não ocorre a regressão das 
alterações ou se surgir febre, dor pélvica 
localizada ou sangramento com odor fétido, a 
mulher deve retornar ao serviço de saúde. 
 
2. Abortamento completo: 
• Quando a totalidade do conteúdo uterino foi 
eliminada. Geralmente ocorre em gestações com 
menos de 8 semanas. 
• A perda sanguínea e as dores diminuem ou 
cessam após a expulsão do material ovular. O colo 
uterino pode estar aberto e o tamanho uterino 
mostra-se menor que o esperado. 
• Diagnóstico é clínico, mas pode ser ratificado pela 
ecografia pélvica. 
• Na USG, encontra-se cavidade uterina vazia ou 
com imagens sugestivas de coágulos. 
• A conduta nesse caso é de observação, com 
atenção ao sangramento e/ou à infecção uterina. 
 
 
 
 
3. Abortamento incompleto 
• Quando apenas parte do conteúdo uterino foi 
eliminado (Expulsão do concepto e permanece a 
placenta ou restos placentários) 
• O sangramento é maior que na ameaça de 
abortamento, que diminui com a saída de 
coágulos ou de restos ovulares, as dores 
costumam ser de maior intensidade e o orifício 
cervical encontra-se aberto. 
• Caracterizado clinicamente por sangramento e 
comprometimento do estado geral, útero menor 
do que o esperado para a idade gestacional, 
cérvice dilatada e dores em forma de cólica 
(expulsar o conteúdo refratário). 
• Conduta: Abortamento farmacológico 
(Misoprostol VO ou sublingual 400 a 600 μg ou via 
vaginal 400 a 800 μg em dose única) ou 
esvaziamento mecânico; 
• < 12 semanas: Esvaziamento uterino mecânico 
(aspiração manual intrauterina, vácuo-aspiração 
elétrica ou curetagem); 
• > 12 semanas: Curetagem uterina após a 
eliminação do feto; 
 
4. Abortamento inevitável: 
• Abortamento incompatível com o prosseguimento 
da gestação 
• Caracterizado por dilatação cervical, sangramento 
profuso que compromete a hemodinâmica da 
paciente e útero de tamanho compatível com a 
idade gestacional (Ainda não ocorreu eliminação 
do conteúdo uterino). 
• A USG confirma a hipótese diagnóstica. 
• Gestações com menos de 12 semanas = 
Recomenda-se a aspiração manual intrauterina, 
por ser mais segura e permitir o esvaziamento 
mais rápido. 
- Quando não for possível realizar essa técnica, 
faz-se a curetagem uterina. 
• O tratamento alternativo, estando o colo pérvio, 
ou quando a gestação é superior a 12 semanas, 
é o Misoprostol ( VO ou sublingual 400 a 600 μg 
ou via vaginal 400 a 800 μg em dose única ). 
- Também é importante avaliar se é necessário 
realizar transfusão sanguínea, caso a perda de 
sangue tenha sido muito intensa. 
 
5. Abortamento retido 
• Quando ocorre a morte do embrião ou feto e o 
mesmo permanece na cavidade uterina, sem ser 
eliminado. 
• De uma forma geral, o colo se encontra fechado, 
podendo ocorrer leve sangramento. 
• Em geral, cursa com regressão dos sintomas e 
sinais da gestação, o colo se encontra fechado e 
não há perda sanguínea. 
• A USG revela ausência de sinais de vitalidade ou a 
presença de saco gestacional sem embrião. 
• Em gestações com menos de 12 semanas, usa-se 
o Misoprostol de 200ug, 1 comprimido, via 
vaginal, dose única para o preparo do colo, e, 
após 4h, realiza-se o esvaziamento por AMIU ou 
curetagem (também pode ser usado o 
misoprostol 4 comprimidos de 200ug a cada 12h). 
- Entre 13 e 17 semanas sugere-se o emprego de 
200ug de misoprostol via vaginal, de 6 em 6 horas, 
4 doses. 
- Entre 18 e 22 semanas, a dose recomendada é 
de 100ug de misoprostol, via vaginal, de 6 em 6h, 
4 doses, e se necessário repetir após 24h da 
última dose. 
• Após a expulsão, havendo suspeita de restos 
ovulares ou placentários, realiza-se a curetagem 
uterina ou AMIU (em úteros pequenos, menor 
que 12 semanas). 
 
6. Abortamento infectado: 
• É o processo de abortamento incompleto 
acompanhado de infecção genital, tais como 
endometrite, parametrite e peritonite. 
• Na maioria das vezes está associado com 
manipulações da cavidade uterina pelo uso de 
técnicas inadequadas e inseguras de abortamento 
provocado. 
• São infecções polimicrobianas e provocadas, 
geralmente, por bactérias da flora vaginal, gram 
negativos e anaeróbicos. 
• São casos graves e devem ser tratados, 
independentemente da vitalidade do feto. 
• Na manipulação dos órgãos pélvicos pelo toque 
vaginal, a mulher pode referir bastante dor, e 
deve-se sempre pensar na possibilidade de 
perfuração uterina. 
• A clínica depende do grau de evolução da 
infecção: 
→Comprometimento do endométrio e 
miométrio: Sintomas de abortamento incompleto 
+ Sintomas de infecção (Febre baixa, dor tipo 
cólica e sensibilidade à mobilização do colo 
uterino e à palpação abdominal). 
→Comprometimento do peritônio pélvico: Febre 
alta, dor mais intensa, comprometimento 
do estado geral com taquicardia, desidratação e 
pele e mucosas hipocoradas. 
- Dificuldade na palpação uterina e pélvica 
(contratura dos retos abdominais); colo 
uterino aberto e pode haver secreção purulenta. 
 
→Sepse: Estado geral fortemente deteriorado 
com sinais tóxicos evidentes, altas 
temperaturas refratárias à medicação, calafrios, 
cianose, desidratação, hipotensão, 
taquicardia, pulso filiforme com distensão 
abdominal e vômitos. 
- Pode evoluir com insuficiência renal aguda, 
formação de abscesso intraperitoneal e 
morte. 
Diagnóstico: clínica + leucograma infeccioso + 
ecografia pélvica com coleções 
purulentas. 
 
• Os seguintes exames são necessários: 
- Hemograma com contagem de plaquetas; 
- Urina tipo I; 
- Coagulograma; 
- Hemocultura; 
- Cultura da secreção vaginal e do materialendometrial; 
- Raios-x do abdome; 
- USG pélvica transvaginal ou de abdome total e 
tomografia (definir coleções intracavitárias). 
 
• No tratamento, é fundamental o 
restabelecimento das condições vitais com 
soluções parenterais ou com sangue, 
principalmente se a hemoglobina for inferior a 
8g%. 
• Iniciar antibioticoterapia de largo espectro, junto 
com as medidas de suporte. 
- Pode ser usado um Metronidazol 500mg-1g, IV, 
a cada 6h, ou Clindamicina 600-900mg, IV, a cada 
6-8h), + Aminoglicosídeo (Gentamicina 1,5mg/kg, 
dose IV ou IM, a cada 8h ou 5mg/kg em dose 
única diária). 
• O esquema intravenoso será mantido até que se 
completem 48h sem febre ou sintomatologia 
clínica, quando será introduzida medicação oral 
por 10 a 14 dias (Cefalexina 500mg de 6/6h e 
metronidazol 400mg de 12/12h). 
 
• O esvaziamento uterino até 12 semanas pode ser 
feito com AMIU, por apresentar menos 
complicações, reduzir a necessidade de dilatação 
cervical e promover a aspiração do material 
infectado. 
• Na impossibilidade da realização da AMIU pode 
ser feita a curetagem; Em ambas, o esvaziamento 
uterino deve ser feito sob infusão de ocitocina 
20U diluídas em 500ml de SF ou RL. 
 
• Em casos mais graves, acompanhados de 
peritonite e que demoram a dar resposta 
satisfatória, deve-se proceder a laparotomia 
exploradora e, se necessário, realizar a retirada de 
órgãos pélvicos. 
• A persistência de febre após 48h dos cuidados 
iniciais pode traduzir abscessos pélvicos ou 
tromboflebite. 
 
7. Abortamento habitual: 
• Perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais 
gestações. 
• É necessária uma anamnese detalhada para 
identificar as causas associadas: Malformações 
uterinas, miomatose uterina, insuficiência 
istmocervical, insuficiência do corpo lúteo, 
fatores imunológicos, fatores infecciosos, 
síndrome antifosfolípede e fatores genéticos. 
• A USG junto com o exame ginecológico pode 
ajudar a detectar anomalias uterinas, a 
miomatose e a insuficiência istmo-cervical. 
• Os testes laboratoriais que podem ser úteis são 
a pesquisa de anticorpos antifosfolípedes 
(anticardiolipina e anticoagulante lúpico) e de 
anticorpos antinucleares. 
• Recomenda-se o acompanhamento quinzenal 
por meio das consultas pré-natais. 
• Em gestantes em que a etiologia ainda não está 
conhecida, o prognóstico da gestação pode ser 
bom sem nenhum tratamento, além de um 
controle atento e dedicado. 
• No caso de insuficiência lútea, usa-se 
comprimidos de Progesterona natural de 200mg, 
via vaginal por dia, ou diidrogesterona de 10mg 
via oral, um ao dia até a 14ª semana. 
• Em gestantes com síndrome antifosfolípede, o uso 
de doses baixas de aspirina associada à heparina 
pode melhorar os resultados. 
• Em gestantes com insuficiência istmocervical, com 
história de duas ou mais perdas no 2º trimestre, 
sem sangramento, com dilatação cervical e sem 
dor, recomenda-se a cerclagem eletiva entre as 12 
e 14 semanas, após a USG mostrar feto vivo e sem 
anomalias. 
 
• Condição clínica que corresponde à implantação e 
desenvolvimento do concepto fora da cavidade 
uterina, podendo ocorrer na tuba uterina, no 
ovário, na região cervical, na cicatriz da cesárea e 
na cavidade abdominal. 
• Principal causa de morte materna no primeiro 
trimestre e pode comprometer o futuro 
reprodutivo das pacientes. 
• 1-2% de todas as gestações; 
 
Fisiopatologia 
• A principal etiologia remete a deficiência da 
motilidade tubária. 
• O tipo mais frequente é a tubária (90-95%). 
• Outras localizações: 
- Ovariana; 
- Cornual; 
- Cervical; 
- Abdominal; 
 
Fatores de Risco 
• História de gravidez ectópica prévia ou DIP 
• Cirurgia tubária prévia; 
• Infecções tubárias anteriores; 
• Contracepção com progesterona ou DIU(FR 
relativo). 
• Leiomiomas uterinos; 
• Endometriose; 
• Gravidez após reprodução assistida; 
 
Apresentação clínica 
• Dependem da integridade e variam de 
assintomático ao choque hemorrágico. 
• Atraso menstrual. 
• A dor e o sangramento vaginal são os sintomas 
mais importantes. 
- Em quase todos os casos a dor está presente. 
- O sangramento pode ser de pequena monta 
e/ou irregular, às vezes após pequeno atraso 
menstrual. 
• A eliminação de tecido coriônico pelo canal 
cervical confirma gravidez intrauterina. 
• Nos casos em que ocorreu rotura, podem estar 
presentes sinais de hemiperitônio e choque, com 
dor de forte intensidade, associada a abdome 
distendido e silencioso, dor no ombro e 
abaulamento de fundo de saco vaginal. 
• Exame físico abdominal: 
- Reação peritoneal, descompressão brusca 
dolorosa e diminuição dos ruídos hidroaéreos; dor 
no ombro (sinal de Laffont); 
 
• Exame físico ginecológico: 
- Dor intensa com a palpação do fundo de saco 
posterior (grito de Douglas ou sinal de Proust); 
- Útero aumentado e amolecido e pode ter 
tumoração palpável nos anexos; 
- Presença de sangue no canal vaginal; 
- Útero menor que o esperado para a IG, 
Diagnostico 
• O diagnóstico precoce é imprescindível para 
reduzir o risco de ruptura tubária e suas 
➔ Gravidez tubária íntegra: 
• História pouco esclarecedora, associada ou não à 
tríade clássica (Dor abdominal ou pélvica, atraso 
menstrual e sangramento genital). 
• Confirmar com exames complementares (Dosagem da 
BHCG e USTV). 
 
➔ Gravidez tubária complicada (aborto ou ruptura): 
• Dor sincopal e lancinente na ruptura tubária e em 
cólica no aborto. 
• Hemoperitônio acentua e generaliza a dor em todo o 
abdome e se associa a náuseas e vômitos; 
• Estado hipovolêmico sem sangramento aparente 
(palidez, taquicardia e hipotensão arterial); 
complicações. 
• Na suspeita, proceder com acompanhamento 
rigoroso até o diagnóstico ser elucidado. 
• Avaliação da evolução dos títulos da BHCG (valor 
inferior ao esperado para a idade gestacional e 
não sofre duplicação em 1,5 dias); 
- A duplicação dos níveis séricos de BHCG em 48h 
sinaliza uma gravidez com desenvolvimento 
normal, e quando isso não ocorre trata-se de uma 
falha no desenvolvimento da gestação, podendo 
consistir em gestação ectópica ou aborto. 
• Ultrassonografia transvaginal: 
- A visualização do saco gestacional e embrião 
com BCF fora do útero confirma gravidez 
ectópica. 
- Ausência de gestação intrauterina; 
- Endométrio espessado com líquido na sua 
cavidade; 
- Anel tubário; 
- Líquido na cavidade peritoneal; 
• Culdocentese quando a ecografia não estiver 
disponível; 
• Curetagem uterina (verificar a presença da reação 
de Arias-Stella e/ou restos ovulares); 
• Laparoscopia: Forte suspeita de GE e os exames 
de imagem não forem conclusivos; 
OBS: Níveis séricos de BHCG > ou igual a 1500 
mUI/ml IRP sem visualização de saco gestacional 
intraútero fornecem alta probabilidade de 
gestação ectópica. 
Tratamento 
→ Tratamento Clínico 
❖ Conduta expectante: 
• Maior segurança em pacientes com baixos títulos 
de BHCG e com declínio desses títulos em 48 
horas. 
 
❖ Metotrexato: 
• Antagonista do ácido fólico que atua inibindo a 
síntese de DNA celular nas células trofoblásticas, 
impedido a sua multiplicação. 
• Pelo risco de persistência do tecido trofoblástico é 
mandatório um monitoramento rigoroso dos 
níveis séricos de BHCG. 
• Dose única: MTX 50 mg/m2 IM -> Dosagem de 
BHCG no 4º e 7º dia -> Dosagem semanais até o 
nível pré-gravídico. 
• Múltiplas doses: MTX 1 mg/kg IM nos dias 1, 3, 5 e 
7 , alternando com Leucovorina 0,1 mg/kg nos 
dias 2, 4, 6 e 8 -> Dosagem de BHCG antes da 
aplicação da dose de MTX. 
• Indicações: 
- Estabilidade hemodinâmica; 
- Massa anexial < 3,5 cm; 
- BHCG inicial < 5.000mUI/Ml; 
- Ausência de dor abdominal, desejo de gravidez 
futura e termo de consentimento assinado. 
• Solicitar: 
- Hemograma completo; 
- Enzimas hepáticas (TGO e TGP); 
- Creatinina; 
- Tipagem sanguínea. 
 
→ Tratamento Cirúrgico 
• Cirurgias conservadoras: Salpingostomia linear; 
expressãofimbrial; e salpingostomia. 
- Gravidez ectópica íntegra e pacientes que 
desejam manter a fertilidade; 
• Salpingectomia total (tipo Fritsch): 
- Prole constituída; 
- Lesão tubária irreparável; 
- Salpingostomia com sangramento persistente; 
- Recidiva na mesma tuba; 
- BHCG elevado; 
• Laparotomia (Ruptura tubária com instabilidade 
hemodinâmica): 
- Choque hipovolêmico; 
- Localização não tubária; 
- Massas anexiais grandes (> 5 cm); 
- Múltiplas aderências; 
 
Doença Trofoblástica gestacional (Mola 
hidatiforme) 
• Espectro de condições caracterizadas por 
proliferação anormal do tecido trofoblástico e 
diferentes potencialidades para invasão local e 
metástases, podendo variar desde mola 
hidatiforme até coriocarcinoma metastático 
(diferenciados pela análise histológica). 
• Todas as formas são caracterizadas pela presença 
de um marcador tumoral biológico e 
específico, o BHCG. 
• Fatores de risco: Idade materna > 35 anos e 
história prévia de DTG. 
 
Aspectos clínicos e citogenéticos 
→ Mola hidatiforme completa: 
• Fecundação de um óvulo vazio por um 
espermatozóide que se duplica ou por dois 
espermatozóides (46, XX ou XY); 
• Hiperplasia difusa do trofoblasto e não há 
desenvolvimento de feto. 
• “Cachos de uva”; 
• Diploide; 
• Diagnóstico precoce; 
• Níveis maiores de BHCG; 
 
→ Mola hidatiforme parcial: 
• Fecundação de um óvulo haplóide por um 
espermatozóide que se duplica ou por dois 
espermatozóides (69, XXX, XXY ou XYY); 
• Hiperplasia focal do trofoblasto, com edema focal 
e fibrose do estroma; 
• Maligniza menos 
• Niveis menores de BHCG 
• Único tipo em que há a presença de um feto 
(geralmente com malformações), identificado por 
USG ou presença de BCF. 
 
→ Mola hidatiforme invasora: 
• Tumor derivado de uma mola hidatiforme que 
invade o miométrio (forma persistente). 
 
→ Coriocarcinoma: 
• Forma maligna de DTG, com grande potencial 
para metástase. 
 
Manifestações clínicas: 
• Sangramento transvaginal indolor de repetição e 
intensidade variável que se inicia entre a 4ª e 
16ª semana de gestação, associado à presença do 
BHCG no sangue materno. 
• Náuseas e vômitos incoercíveis; 
• Hipertireoidismo; 
• Eliminação de secreção serosa clara, de odor 
desagradável e de vesículas hidrópicas pela vagina 
(incomum); 
• Sinais de pré-eclâmpsia antes da 20ª semana de 
gestação. 
 
→ Exame físico 
• Útero maior do que o esperado para a idade 
gestacional; 
• Avaliar a pressão arterial; 
 
Exames complementares 
• Dosagem quantitativa da BHCG: Níveis maiores do 
que o esperado para a idade gestacional; 
• Ultrassonografia: Imagens hipo-anecogênicas, 
irregulares, centrais ou margeando o miométrio, 
na ausência de embrião; 
 
• Útero aumentando para a idade gestacional; 
• Policistose de ovários; 
• Malformações fetais; 
• Exame histopatológico: Confirmação diagnóstica. 
- MHC: Vesículas em toda a placenta e ausência 
de tecido fetal e membranas ovulares; 
- MHP: Vesículas focais na placenta, associada à 
presença de concepto e/ou membranas ovulares; 
• Genética: Nos casos de difícil diferenciação entre 
MHC, MHP e aborto hidrópico. 
- Citometria de fluxo: Diferenciação entre 
diploidia e triploidia; 
- Citogenética: Análise de microssatélites = 
Determina a origem parental dos cromossomos; 
- Hibridização fluorescente in situ (FISH): Evidencia 
o cariótipo e detecta alterações cromossômicas; 
- Imunoistoquímica: Detecta a presença da 
proteína p57KIP2; 
 
A USG é o método mais preciso 
de diferenciar gestação normal 
da prenhez molar. As imagens 
são típicas de mola, anecoicas, 
no interior do útero e em “flocos 
de neve”. 
Em cerca de 40% são visualizados 
cistos tecaluteínicos (efeito LH-
like do hCG). 
Tratamento 
• Duas fases: esvaziamento uterino -> seguimento 
pós-molar. 
• Todas as gestantes com mola hidatiforme devem 
ter acompanhamento clínico e laboratorial 
visando à detecção precoce de recorrência, assim 
como a evolução para formas malignas da 
neoplasia. 
• Avaliar complicações como anemia, 
hipetireoidismo, pré-eclâmpsia e insuficiência 
respiratória (existe um risco de cerca de 2% de 
embolização trofoblástica da doença); 
• Realizar profilaxia para Isoimunização Rh nas 
pacientes Rh negativo; 
• Proceder esvaziamento uterino: AMIU, 
curetagem, histerectomia e histerotomia; 
• Envio do material para análise histopatológica. 
 
OBS: O esvaziamento do útero, preferencialmente 
por meio de dilatação e AMIU é o método mais 
apropriado para o tratamento inicial da mola 
hidatiforme. 
• Durante o esvaziamento, recomenda-se o uso de 
ocitocina 20U em 500ml de SG a 5% após a 
cervicodilatação, para diminuir o sangramento e o 
risco de perfuração uterina. 
• As náuseas, vômitos e a mastalgia tentem a 
desaparecer progressivamente. A involução 
uterina e a suspensão do sangramento ocorrem 
em cerca de cinco semanas 
 
❖ Avaliação pré-esvaziamento uterino: 
• Avaliação clínica com anamnese, exame físico 
completo e exame ginecológico; 
• Investigação laboratorial: Hemograma; Tipagem 
sanguínea e fator rH; Detecção quantitativa do 
BHCG plasmático; Avaliação da função tireoidiana; 
(TSH e T4 livre); Sorologia para sífilis e anti-HIV; 
Radiografia de tórax; 
• Exames adicionais conforme as complicações 
clínicas observadas; 
 
→ Aspiração intrauterina (v-a) 
• Vácuo-aspiração elétrica, complementada pela 
curetagem uterina é o método de escolha pelo 
menor risco de perfuração uterina, infecção e 
permanência de restos molares na cavidade 
uterina. 
• Em mulheres com 40 anos ou mais, a 
histerectomia pode ser considerada. 
• Evitar o uso de ocitocina pelo risco de doença 
persistente e embolização trofoblástica para 
vasos pulmonares; 
→ Preparo do colo uterino 
• Melhor indicado para pacientes com idade 
avançada, antecedentes de dilatação do colo 
uterino e/ou partos vaginais prévios e o 
esvaziamento tem que ser feito em até 6 horas. 
• Prostaglandina (misoprostol) e aplicação de velas 
de Hegar. 
 
Seguimento pós-molar com remissão espontânea 
da MH 
→ BHCG 
• A dosagem de BHCG deve ser realizada 
semanalmente após o esvaziamento uterino até 
que seus valores se mostrem declinantes e os 
resultados sejam negativos por três dosagens 
consecutivas. 
• Posteriormente, dosado mensalmente por 6 
meses. 
• Durante todo esse processo, a paciente realizará 
anticoncepção. 
• O DIU não pode ser utilizado. 
• A anticoncepção deve ser iniciada no mínimo 
quinze dias após o esvaziamento uterino. 
- Recomenda-se a prescrição de ACO de baixa 
dosagem hormonal, com menos de 35ug de 
etinilestradiol. 
- Deve-se evitar nova gestação por pelo menos 
um ano após o esvaziamento uterino. 
• Orientações para as pacientes que ainda desejam 
engravidar: 
- Uso do ácido fólico (400 mcg/dia) 60 a 90 dias 
antes da concepção e mantê-lo até a 12ª semana 
de gestação; 
- Realização de USG entre a 8ª e a 10ª semana de 
gestação; 
- Exame de BHCG quantitativo 6 semanas após o 
término de qualquer tipo de gravidez, 
ectópica ou intrauterina, para identificar a 
ocorrência de neoplasia trofoblástica 
gestacional; 
 
Seguimento pós-molar com evolução para ntg 
• Curva anormal do BHCG (em platô ou em 
elevação) -> Seguir com exame clínico e 
ginecológico, USTV com dopplerfluxometria e 
radiografia de tórax.

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