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Sumário 1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 .................................................................. 3 2. PONTO 6 ...................................................................................................................................................... 4 Dominio Público Internacional .................................................................................................... 5 Domínio Público Internacional .................................................................................................... 8 Direito do Mar, dos Rios e das Águas Interiores ................................................... 9 Exercício da Soberania ................................................................................................................. 15 Tratado da Antártida .................................................................................................................... 33 Nacionalidade dos Navios.......................................................................................................... 36 Direito de Acesso ao Mar........................................................................................................... 37 ESPAÇO AÉREO ............................................................................................................................... 40 Convenção de Chicago ................................................................................................... 41 Jurisdição Penal Brasileira .............................................................................................. 42 ICAO – International Civil Aviation Organization ................................................ 44 Uniformidade nos Sistemas Interno e Internacional .......................................... 45 Anexos à Convenção de Chicago ............................................................................... 46 Segurança da Aviação ..................................................................................................... 47 Convenção de Varsóvia e Convenção de Montreal ........................................... 47 Indenização por Morte e Lesões dos Passageiros .............................................. 48 Indenização por atraso, extravio ou perda ............................................................ 49 ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO ............................................................................................... 52 Questões Objetivas do Ponto 6 do Edital ........................................................................... 56 Resumo Ponto 6 ......................................................................................................................... 57 3 1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 PONTO N. QUESTÕES % 1 2 2,44 2 10 12,20 3 8 9,76 4 16 19,51 5 6 7,32 6 4 4,88 7 6 7,32 8 3 3,66 9 17 20,73 10 10 12,20 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO – ponto 6 4 2. PONTO 6 RESOLUÇÃO Nº 067, DE 03/07/09 RESOLUÇÃO No 407, DE 10/06/16 12. Domínio público internacional. Mar. Águas interiores. Mar territorial. Zona contígua. Zona econômica. Plataforma continental. Alto-mar. Rios internacionais. 6. Domínio público internacional. Mar. Águas interiores. Mar territorial. Zona contígua. Zona econômica. Plataforma continental. Alto-mar. Rios internacionais. Domínio público internacional. Espaço aéreo. Princípios elementares. Normas convencionais. Nacionalidade das aeronaves. Espaço extra-atmosférico. 13. Domínio público internacional. Espaço aéreo. Princípios elementares. Normas convencionais. Nacionalidade das aeronaves. Espaço extra-atmosférico. 5 Dominio Público Internacional Fonte: http://www.navepegos.com/pt-pt/trafego-maritimo-em-tempo-real/ http://www.navepegos.com/pt-pt/trafego-maritimo-em-tempo-real/ 6 → Na ordem do dia: Oceanos A questão dos oceanos foi um dos principais temas debatidos na Conferência Rio+20, em 2012, culminando na aprovação de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – parte da Agenda 2030 da ONU – inteiramente voltado à questão, o ODS 14. https://sustainabledevelopment.un.org/rio20 https://sustainabledevelopment.un.org/rio20 https://nacoesunidas.org/pos2015/ https://nacoesunidas.org/pos2015/ods14/ 7 Em junho de 2017, representantes de organizações do mundo todo e os principais chefes de Estado e de Governo se reuniram na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para realizar a Conferência sobre os Oceanos. O objetivo do encontro inédito global foi de apoiar a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14: conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. O documento final em português da Conferência pode ser acessado em: https://nacoesunidas.org/acao/direito-maritimo-e- oceanos/ → “Guerra da Anchova” A “guerra” da anchova entre o Peru e o Chile terminou com um veredicto salomónico do TPI em 2014. O tribunal de Haia “dividiu o mal pelas aldeias” e os dois países ficam com direitos sobre a área rica em peixe que disputavam há mais de 130 anos. O Peru reclamava cerca de 38 mil km2 do Oceano Pacífico administrados pelo Chile. A Justiça internacional concedeu a Lima mais de metade do triângulo que exigia, deixando o quadrilátero restante nas mãos de Santiago do Chile. https://oceanconference.un.org/ https://nacoesunidas.org/onu-divulga-versao-em-portugues-do-documento-final-da-conferencia-oceanos/ https://nacoesunidas.org/acao/direito-maritimo-e-oceanos/ https://nacoesunidas.org/acao/direito-maritimo-e-oceanos/ 8 Termina assim uma quezília centenária, que remonta aos anos 80 do século XIX, durante a Guerra do Pacífico, que opôs o Chile às forças conjuntas do Peru e da Bolívia, também conhecida como a Guerra do Guano e Salitre. Domínio Público Internacional Espaços cuja utilização suscita o interesse de mais de um Estado soberano – às vezes de toda a comunidade internacional – ainda quando sujeitos à incidência de determinada soberania. (Rezek, pg. 299) Áreas e recursos que não pertencem a nenhum Estado específico (alto-mar, espaço aéreo internacional, espaço extra-atmosférico e zonas polares) ou que se Haia obrigou os litigantes a assinar um pré-acordo em como respeitariam a decisão, mas mesmo assim ambas as partes ficaram insatisfeitas com a solução encontrada para uma área que vale cerca de 200 milhões de dólares anuais em recursos marinhos. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=dkgksiB2fDM https://www.youtube.com/watch?v=dkgksiB2fDM https://www.youtube.com/watch?v=dkgksiB2fDM 9 revestem de amplo interesse internacional, embora esteja sob a soberania de um Estado. (Paulo Portela, pg. 643) Direito do Mar, dos Rios e das Águas Interiores • Principais Normativos ჻ Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Convenção de Montego Bay), de 1982 (Decreto 1.530, de 22/06/1995) ჻ Lei 8617/93 - Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências. 10 I. Linha de Base: é a linha de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas marítimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro (art. 5). II. Mar Territorial: (até 12 milhas) compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (art. 1 da Lei 8.617/93). III. Zona Contígua: (das 12 até 24 milhas) compreende uma faixa que se estende das doze às vintee quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial (art. 4º da Lei 8.617/93). IV. ZEE (ou Plataforma Continental Mínima – das 12 até 200 milhas) compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial (ar. 6 da Lei 8.617/93). V. Plataforma Continental (até 350 milhas): compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar 11 territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância (art. 76 da Convenção). VI. Bordo externo da Plataforma Continental ou Fundos Marinhos (a partir de 200 a 350 milhas): patrimônio da humanidade (arts. 133 a 155 da Convenção). 12 Podem ser instituídas pelo Estado CNUDM disciplinam extensão máxima 13 VII. Águas interiores: as águas situadas no interior da linha de base do mar territorial fazem parte das águas interiores do Estado (art. 8º). Também denominadas de águas marítimas territoriais ou não continentais, compreendem a camada aérea sobrejacente, a sua própria superfície, a coluna d´água, leito e subsolo. Ex: Baía de Guanabara é uma baía oceânica localizada no estado do Rio de Janeiro, com área de cerca de 380 km2. Regime jurídico: SOBERANIA ABSOLUTA, diante de equivaler a águas interiores do Estado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ba%C3%ADa https://pt.wikipedia.org/wiki/Unidades_federativas_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado) 14 → CASO ARA LIBERTAD A fragata "Libertad", navio-escola da Marinha de guerra argentina, fazia sua viagem anual de instrução quando foi embargada no porto de Tema pela Justiça ganense, por causa de uma ação do fundo especulativo NML Capital, que reivindica da Argentina o pagamento de uma dívida de US$ 370 milhões, fruto de condenação pela corte federal distrital de Nova Iorque. Baia de Todos os Santos / Bahia Art. 1º par único da Lei 8.617/1993. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial. Regime jurídico: 1) Poder dominial (soberania); 2) Poder exclusivo (pesca, sobrevoo e navegação exclusiva de navios de sua bandeira); 3) Navios de pavilhão estrangeiro não possuem direito de passagem inofensiva, nem o direito de passagem em trânsito, devendo pedir autorização para navegação nessa área. 15 A Justiça ganense reivindicava uma fiança de US$ 20 milhões (R$ 41,7 milhões) para liberar o navio, mas a Argentina se recusou a pagá-la e apresentou uma medida cautelar ante o TIDM, alegando que Gana "violou as normas do direito internacional que consagram a imunidade dos navios de guerra“. O TIDM determinou a imediata liberação da embarcação. Exercício da Soberania 1. Mar Territorial: estende-se a soberania sobre o mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo (art. 1 da Lei 8.617/93). Pode alcançar até 12 milhas náuticas (art. 3º da CNUDM). O A Argentina havia expressamente renunciado à imunidade de execução quando do retirada do empréstimo de 1 bilhão de dólares. O TIDM declarou jurisdição sob o caso, mesmo estando a Fragata atracada em porto nacional ganense. 16 direito interno deve harmonizar-se com regramento da CNUDM = SOBERANIA LIMITADA. • Costas adjacentes: Art. 15 CNUDM - Quando as costas de dois Estados são adjacentes ou se encontram situadas frente a frente, nenhum desses Estados tem o direito, salvo acordo de ambos em contrário, de estender o seu mar territorial além da linha mediana cujos pontos são equidistantes dos pontos mais próximos das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial de cada um desses Estados. Contudo, este artigo não se aplica quando, por motivo da existência de títulos históricos ou de outras circunstâncias especiais, for necessário delimitar o mar territorial dos dois Estados de forma diferente. 1.1. Limitações à soberania no mar territorial I. Direito de Passagem Inocente Art. 17 da Convenção Montego Bay - Salvo disposição em contrário da presente Convenção, os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, gozarão do direito de passagem inocente pelo mar territorial. Art. 18 - Significado de passagem 17 1) ‘Passagem’ significa a navegação pelo mar territorial com o fim de: a) atravessar esse mar sem penetrar nas águas interiores nem fazer escala num ancoradouro ou instalação portuária situada fora das águas interiores; b) dirigir-se para as águas interiores ou delas sair ou fazer escala num desses ancoradouros ou instalações portuárias. 2) A passagem deverá ser contínua e rápida. No entanto, a passagem compreende o parar e o fundear, mas apenas na medida em que os mesmos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força maior ou por dificuldade grave ou tenham por fim prestar, auxílio a pessoas, navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. Art. 19 - 2. A passagem de um navio estrangeiro será considerada prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, se esse navio realizar, no mar territorial, alguma das seguintes atividades: a) qualquer ameaça ou uso da força contra a soberania, a integridade territorial ou a independência política do Estado costeiro ou qualquer outra ação em violação dos princípios de direito internacional enunciados na Carta das Nações Unidas; b) qualquer exercício ou manobra com armas de qualquer tipo; c) qualquer ato destinado a obter informações em prejuízo da defesa ou da segurança do Estado costeiro; 18 d) qualquer ato de propaganda destinado a atentar contra a defesa ou a segurança do Estado costeiro; e) lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer aeronave; f) lançamento, pouso ou recebimento a bordo de qualquer dispositivo militar; g) embarque ou desembarque de qualquer produto, moeda ou pessoa com violação das leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários do Estado costeiro; h) qualquer ato intencional e grave de poluição contrário à presente Convenção; i) qualquer atividade de pesca; j) a realização de atividades de investigação ou de levantamentos hidrográficos; k) qualquer ato destinado a perturbar quaisquer sistemas de comunicação ou quaisquer outros serviços ou instalações do Estado costeiro; l) qualquer outra atividade que não esteja diretamente relacionada com a passagem. 1.2. Vedada cobrança de taxas 19 1.3. Exercício da jurisdição penal mitigada 1.3.1. Imunidade de jurisdição: • Navios de Guerra: Os navios de guerra no alto mar gozam de completa imunidade de jurisdição relativamente a qualquer outro Estado que não seja o da sua bandeira (art. 95). • Navios em Serviço Oficial não comercial: Os navios pertencentes a um Estado ou por ele operados e utilizados unicamente em serviço oficial não comercial gozam, no alto mar, de completa imunidade de jurisdição relativamente a qualquer Estado que não seja o da sua bandeira (art. 96). 1.3.2. Jurisdiçãopenal mitigada pelo art. 27 da CNUDM: Art. 5º §2º do CP - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Art. 27, 1 da Convenção. A jurisdição penal do Estado costeiro não será exercida a bordo de navio estrangeiro que passe pelo mar territorial com o fim de deter qualquer pessoa ou de realizar qualquer investigação, com relação à infração criminal cometida a bordo desse navio durante a sua passagem, salvo nos seguintes casos: 20 a) se a infração criminal tiver consequências para o Estado costeiro; b) se a infração criminal for de tal natureza que possa perturbar a paz do país ou a ordem no mar territorial; c) se a assistência das autoridades locais tiver sido solicitada pelo capitão do navio ou pelo representante diplomático ou funcionário consular do Estado de bandeira; ou d) se essas medidas forem necessárias para a repressão do tráfico ilícito de estupefacientes ou de substâncias psicotrópicas. 2- As disposições precedentes não afetam o direito do Estado costeiro de tomar as medidas autorizadas pelo seu direito interno, a fim de proceder a apresamento e investigações a bordo de navio estrangeiro que passe pelo seu mar territorial procedente de águas interiores. 1.4. Exercício da jurisdição civil limitada Art. 28 da Convenção 1. O Estado costeiro não deve parar nem desviar da sua rota um navio estrangeiro que passe pelo mar territorial, a fim de exercer a sua jurisdição civil em relação a uma pessoa que se encontre a bordo. 2. O Estado costeiro não pode tomar contra esse navio medidas executórias ou medidas cautelares em matéria civil, a não ser que essas medidas sejam tomadas por força de obrigações assumidas pelo navio ou de 21 responsabilidades em que o mesmo haja incorrido, durante a navegação ou devido a esta quando da sua passagem pelas águas do Estado costeiro. 3. O parágrafo precedente não prejudica o direito do Estado costeiro de tomar, em relação a navio estrangeiro que se detenha no mar territorial ou por ele passe procedente das águas interiores, medidas executórias ou medidas cautelares em matéria civil conforme o seu direito interno. 2. Zona Contígua: espaço marítimo facultativo das 12 até 24 milhas náutica. Art. 5º da Lei 8.617/1993 - Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: I. evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial; II. reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. Finalidade: fiscalizatória, segurança e fitossanitária. 94 (XV TRF4). Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. II. Na zona contígua brasileira, que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial, o Brasil poderá adotar as medidas de fiscalização necessárias para reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. Correto. 22 → DIREITO DE PERSEGUIÇÃO Art. 111 - A perseguição de um navio estrangeiro pode ser empreendida quando as autoridades competentes do Estado costeiro tiverem motivos fundados para acreditar que o navio infringiu as suas leis e regulamentos. Deve ser iniciada até o limite do fim da zona contígua, independentemente da ordem de parada ser em zona posterior. Cessa se o navio perseguido adentrar o seu mar territorial ou de outro Estado. 4. Zona Econômica Exclusiva: art. 7º da Lei 8.617/1993 Na ZEE, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se Argentina metralha e afunda barco de pesca chinês em suas águas territoriais. 15/03/2016 23 refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Sobreposição à Zona Contígua: opcional. Se o Estado estabeleceu o mar territorial, corresponde a até 188 milhas a partir dela. Art. 8º da Lei 8.617/1993 - Na ZEE, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. • A investigação científica marinha e o exercício ou manobra militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, na ZEE só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro. 5. Plataforma continental (art. 77 da Convenção e 12 da Lei 8.617/93) I. O Estado costeiro exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental para efeitos de exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais. II. Os direitos a que se refere o parágrafo 1º, são exclusivos no sentido de que, se o Estado costeiro não explora a plataforma continental ou não aproveita os recursos naturais da mesma, ninguém pode empreender estas atividades sem o expresso consentimento desse Estado. 24 III. Os direitos do Estado costeiro sobre a plataforma continental são independentes da sua ocupação, real ou fictícia, ou de qualquer declaração expressa. IV. Os recursos naturais a que se referem as disposições da presente Parte, são os recursos minerais e outros recursos não vivos do leito do mar e subsolo bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, aquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo ou só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo. 25 Plataforma continental estendida: Brasil deu entrada em 2004, com base no art. 82 da CNUDM, em procedimento para estender sua plataforma continental. As Nações Unidas acolheram 80% do pedido brasileiro. A Comissão de Limites de Plataforma Continental das Nações Unidas (CLPC) aprovou em 08/03/2019 recomendação em que legitima o Brasil a incorporar 170.000 km2 de área de Plataforma Continental, além da ZEE. 26 → INSTITUIÇÕES DO DIREITO DO MAR Criadas pela CNUDM (1982) e não integram a ONU. a) Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA/ISA) - Sede em Kingston, Jamaica. Regula e protege os fundos marinhos internacionais. Convenção determina que os fundos marinhos são patrimônio comum da humanidade (portanto, royalties decorrentes da exploração devem ser divididos entre os Estados, mesmo àqueles que não possuem acesso ao mar). Visa: 1) conceder licenças de exploração dos fundos marinhos; 2) emitir os regulamentos necessários à exploração. Vigem atualmente 27 contratos de exploração no mundo. b) Comissão dos Limites da Plataforma Continental (CLPC) - Sede em Nova York, EUA. Analisa a situação geográfica dos Estados e emite parecer (recomendação/autorização) acerca da possibilidade de extensão da plataforma continental, a qual posteriormente tem que ser normatizada pelo direito interno daquele Estado. https://epbr.com.br/a-plataforma-continental-estendida-externa-juridica- ou-legal-do-brasil-a-luz-da-convencao-das-nacoes-unidas-sobre-o-direito- do-mar/ c) Assembleia-Geral dos Estados-membros da CNUDM – Responsável mais trabalhos de natureza burocrática e administrativa para os Estados que são parte da convenção. https://epbr.com.br/a-plataforma-continental-estendida-externa-juridica-ou-legal-do-brasil-a-luz-da-convencao-das-nacoes-unidas-sobre-o-direito-do-marhttps://epbr.com.br/a-plataforma-continental-estendida-externa-juridica-ou-legal-do-brasil-a-luz-da-convencao-das-nacoes-unidas-sobre-o-direito-do-mar https://epbr.com.br/a-plataforma-continental-estendida-externa-juridica-ou-legal-do-brasil-a-luz-da-convencao-das-nacoes-unidas-sobre-o-direito-do-mar https://epbr.com.br/a-plataforma-continental-estendida-externa-juridica-ou-legal-do-brasil-a-luz-da-convencao-das-nacoes-unidas-sobre-o-direito-do-mar/ 27 d) Tribunal Internacional do Direito do Mar ჻ Criado em 1982 e iniciou atividades em 1996 ჻ Estatuto do Tribunal Internacional do Direito do Mar (Anexo VI da Convenção Montego Bay) ჻ Sede Hamburgo – Alemanha ჻ 168 Estados partes ჻ Competência: examinar todas as controvérsias e pedidos relativos às normas do tratado em apreço ou de qualquer outro ato internacional que se refira a matéria de Direito do Mar (arts. 21 e 22 do Anexo VI da Convenção) ჻ Composto por 21 juízes eleitos pela Assembleia dos Estados, mandato de 9 anos, eleições a cada 3 anos ჻ Escolha do procedimento (art. 287): TIDM, CIJ ou tribunal arbitral. ჻ Decisões definitivas e obrigatórias. ჻ https://www.itlos.org/en/top/home → A prisão da ativista brasileira A bióloga Ana Paula Maciel, integrante do Greenpeace, participou em 2013 de uma ação de ambientalistas que tentaram escalar uma plataforma https://www.itlos.org/en/top/home 28 de petróleo da Gazprom, maior empresa de energia da Rússia. O barco em que estava foi parado pela guarda costeira daquele país e rebocado. Ao todo, 30 pessoas, entre as quais Maciel, foram presas sob acusação de “pirataria em grupo organizado”, crime com pena de até 15 anos de prisão. Como o navio usado pelos ativistas era de bandeira holandesa, a Holanda decidiu recorrer ao tribunal internacional pedindo a liberação dos presos, de 16 nacionalidades diferentes. Alegando que a detenção dos tripulantes deveria ser submetida à sua autorização, o país considerou a decisão da Rússia ilegal. Já os russos resolveram boicotar as audiências conduzidas durante o julgamento do caso. A brasileira foi libertada após quase cem dias de prisão, mediante fiança, como decidido no tribunal. → Nigéria x Suíça A Nigéria obteve uma importante vitória perante o Tribunal Internacional do Direito do Mar (ITLOS, International Tribunal for the Law of the Sea), em uma decisão proferida em 6 de julho de 2019, em um processo movido contra o estado africano pela Suíça. O despacho do Tribunal sobre Medidas Provisórias, no caso M/T "San Padre Pio" (Suíça contra Nigéria), confirmou o direito da Nigéria de prender e 29 deter um petroleiro de bandeira suíça, sua tripulação e carga por violar as leis da Nigéria ao participar em transferências de óleo combustível de navio a navio para o uso em atividades de produção de hidrocarbonetos em águas nigerianas (Golfo da Guiné), sem as autorizações e permissões necessárias. Em seu despacho, o tribunal rejeitou o pedido da Suíça para que os processos fossem suspensos. O tribunal também condicionou a liberação do navio e dos réus ao pagamento de uma fiança no valor de US$ 14 milhões e às garantias inequívocas da Suíça, na forma de um compromisso obrigatório nos termos do direito internacional, de que retornariam à Nigéria para enfrentar um processo criminal, caso a Nigéria prevalecesse no processo arbitral. 30 6. Alto-mar: todas as partes do mar não incluídas na zona econômica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado, nem nas águas arquipelágicas de um Estado arquipélago (art. 86 a 115). ჻ Inicia a partir da ZEE e compreende a superfície, a coluna d´água e o espaço aéreo sobrejacente (CUIDADO: não incluído leito e subsolo). ჻ Natureza jurídica: res communis = zona pertencente a todos os Estados de forma conjunta e simultânea, mesmos direitos, sem apropriações individuais. ჻ Art. 87, I – 1. O alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral. A liberdade do alto mar é exercida nas condições estabelecidas na presente Convenção e nas demais normas de direito internacional. ჻ Art. 89 – Nenhum Estado pode legitimamente pretender submeter qualquer parte do alto mar à sua soberania. OBS: Estados só tem jurisdição nas embarcações que ostentam seu pavilhão. → Princípios que regem o alto-mar Liberdade de uso (art. 87): a) liberdade de navegação: destinada a qualquer Estado soberano, reconhecido internacionalmente, com ou sem litoral + Navios sem nacionalidade de OI. 31 b) liberdade de sobrevoo: navegação aérea livre, sem restrições, assim como para a ZEE e Zona Contígua. Convenção sobre a Aviação Civil Internacional - Chicago (1944). Pirataria também pode ser cometida por ou contra aeronaves (art. 101). c) liberdade de colocar cabos ou dutos submarinos: traçado dos cabos ou dutos sob consentimento do Estado costeiro + restrição dos Estados costeiros para prevenção da poluição e interferência na exploração de recursos naturais. d) liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações: Estado que instala não tem soberania, mas direitos exclusivos de jurisdição (direito interno) sobre tais ilhas ou estruturas. e) liberdade de investigação científica marinha: na coluna d’água, com base em 3 princípios: a) utilização pacífica do meio marinho; b) liberdade da investigação científica (qualquer Estado ou OI); c) cooperação e difusão dos resultados. Igualdade de uso: livre uso conforme interesses e possibilidades dos Estados – Ex: art. 90: Todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral, tem o direito de fazer navegar no alto mar navios que arvorem a sua bandeira. Uso pacífico (art. 88: O alto mar será utilizado para fins pacíficos – Exceção: tráfego de navios de guerra). 32 Preservação do meio ambiente: proteção e conservação do meio marinho – regime geral de proteção ao meio ambiente, em especial, da gestão dos recursos vivos (pesca). → ALOCAÇÃO DE CABOS E DUTOS SUBMARINOS EM ALTO-MAR 7. Zonas Polares: são o Ártico (oceano coberto de gelo regulado por normas internacionais da navegação marítima) - e a Antártida (continente coberto de gelo, regulado pelo Tratado da Antártida – Dec. 75.963/75). 33 Tratado da Antártida ARTIGO I 1. A Antártida será utilizada somente para fins pacíficos. Serão proibidas, inter alia, quaisquer medidas de natureza militar, tais como o estabelecimento de bases e fortificações, a realização de manobras militares, assim como as experiências com quaisquer tipos de armas. (inter alia = entre outras coisas) 2. presente Tratado não impedirá a utilização de pessoal ou equipamento militar para pesquisa científica na Antártida e de colaboração para este fim, conforme exercida durante o Ano Geofísico Internacional. 34 ARTIGO II Persistirá, sujeita às disposições do presente Tratado, a liberdade de pesquisa científica na Antártida e de colaboração para este fim, conforme exercida durante o Ano Geofísico Internacional. ARTIGO V 1. Ficam proibidas as explosões nucleares na Antártida, bem como o lançamento ali de lixo ou resíduos radioativos. Rios Internacionais: são os que banham mais de um Estado. Podem ser sucessivos e/ou contíguos (limítrofes ou fronteiriços). O regime jurídico é “direito casuístico”, segundo Resek. Ex: Tratado da Bacia do Prata, de 1969 (Dec. 67.084/70) e Tratado de Cooperação Amazônica, de 1978 (Dec. 85.050/80). 35 → “Guerra das Papeleiras” O Tribunal Internacional de Haia emitiu o seu veredito em 2010 sobre a “guerra das papeleiras” travada entre Uruguai e Argentina, desde 2004, quando o governo uruguaioautorizou a instalação de uma fábrica de celulose e de papel da Botnia, hoje UPM, às margens do rio Uruguai, junto à cidade de Fray Bentos. O conflito começou com as manifestações dos argentinos do outro lado do rio, na cidade de Gualeguaychú. O tribunal decidiu que o Uruguai errou ao tomar a decisão unilateral de instalação da planta, pois com isto violou o tratado assinado 36 entre os dois países, em 1975, o qual estabelecia consultas recíprocas sobre qualquer projeto no rio Uruguai. Fato que não foi considerado suficiente para mandar parar a fábrica, como queriam os argentinos, tendo em vista que a mesma não está poluindo. Decidiu que a fábrica segue funcionando, porém, com suas ações sendo monitoradas pelos dois países, de acordo pelo estabelecido pelo tratado de 1975. A planta foi um investimento de 1,6 bilhão de dólares, o maior da história do Uruguai. Nesses pouco mais de dois anos de funcionamento, proporcionou um crescimento do PIB uruguaio de 11% ao ano. Caso: https://direitosp.fgv.br/casoteca/caso-papeleras Nacionalidade dos Navios Art. 91 - Todo estado deve estabelecer os requisitos necessários para a atribuição da sua nacionalidade a navios, para o registro de navios no seu território e para o direito de arvorar a sua bandeira. Os navios possuem a nacionalidade do Estado cuja bandeira estejam autorizados a arvorar. Deve existir um vínculo substancial entre o Estado e o navio. https://direitosp.fgv.br/casoteca/caso-papeleras 37 Art. 92 1. Os navios devem navegar sob a bandeira de um só Estado e, salvo nos casos excepcionais previstos expressamente em tratados internacionais ou na presente Convenção, devem submeter-se, no alto mar, à jurisdição exclusiva desse Estado. Durante uma viagem ou em porto de escala, um navio não pode mudar de bandeira, a não ser no caso de transferência efetiva da propriedade ou de mudança de registro. 2. Um navio que navegue sob a bandeira de dois ou mais Estados, utilizando- as segundo as suas conveniências, não pode reivindicar qualquer dessas nacionalidades perante um terceiro Estado e pode ser considerado como um navio sem nacionalidade. Direito de Acesso ao Mar ARTIGO 125 Direito de acesso ao mar e a partir do mar e liberdade de trânsito 1. Os Estados sem litoral têm o direito de acesso ao mar e a partir do mar para exercerem os direitos conferidos na presente Convenção, incluindo os relativos à liberdade do alto mar e ao patrimônio comum da humanidade. Para tal fim, os Estados sem litoral gozam de liberdade de trânsito através do território dos Estados de trânsito por todos os meios de transporte. 38 2. Os termos e condições para o exercício da liberdade de trânsito devem ser acordados entre os Estado sem litoral e os Estado de trânsito interessados por meio de acordos bilaterais, sub-regionais ou regionais. 3. Os Estados de trânsito, no exercício da sua plena soberania sobre o seu território, têm o direito de tomar todas as medidas necessárias para assegurar que os direitos e facilidades conferidos na presente Parte aos Estados sem litoral não prejudiquem de forma alguma os seus legítimos interesses. → Caso Bolívia x Chile ჻ Guerra do Pacífico entre Chile, Peru e Bolívia ჻ Tratado de Paz de 1904 ჻ 24/04/2013 Reclamação à CIJ ჻ Em 2015, o tribunal aceitou o caso por considerar que a questão não estava clara nos acordos em vigor. ჻ Em março de 2018, foram apresentadas as declarações finais dos dois países. ჻ Em 1º de outubro de 2018, por 12 votos a 3, a CIJ decidiu que nenhum dos tratados entre os dois países obriga o Chile a negociar um novo acordo. "A República do Chile não está obrigada juridicamente a negociar um 39 acesso soberano ao Oceano Pacífico para o Estado Plurinacional de Bolívia", disse a sentença. A corte instou as duas partes a "continuar seu diálogo" em um "espírito de boa vizinhança", a fim de tratar do "enclausuramento da Bolívia". ANTES DEPOIS DE 1904 40 ESPAÇO AÉREO • Principais normativos do Direito Internacional da Navegação Aérea ჻ Convenção de Paris de 1919 – Estado exerce soberania plena sobre seu espaço atmosférico acima de seu território, sem prejuízo do direito de passagem inofensiva ou inocente de aeronaves de outros Estados. ჻ Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional (Convenção de Varsóvia), de 1929 (Dec. 20.704/1931) ჻ Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago), de 1944 (Dec. 21.713/1946) ჻ Assembleia-Geral da ONU (1963): Declaração de Princípios Legais Regulamentando as Atividades na Exploração e Uso do Espaço Exterior. ჻ Convenção para a Unificação de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional (Convenção de Montreal), de 1999 (Dec. 5.910/2006) ჻ Código Brasileiro de Aeronáutica endossa que “O Direito Aeronáutico é regulado pelos Tratados, Convenções e Atos Internacionais de que o Brasil seja parte, por este Código e pela legislação complementar”. 41 Convenção de Chicago 1. Limites: art. 1º Os Estados contratantes reconhecem ter cada Estado a soberania exclusiva e absoluta sobre o espaço aéreo sobre seu território (extensão terrestre e as águas territoriais adjacentes). Território + mar territorial 2. Aplicabilidade / Imunidade: a) Esta Convenção será aplicável unicamente a aeronaves civis, e não a aeronaves de propriedades do Governo (serviços militares, alfandegários ou policiais – IMUNES à jurisdição local, sujeito à juridição do Estado da nacionalidade da aeronave). b) Nenhuma aeronave governamental pertencente a um estado contratante poderá voar sobre o território de outro Estado, ou aterrisar no mesmo sem autorização outorgada por acordo especial ou de outro modo e de conformidade com as condições nele estipuladas. c) Os Estados contratantes, quando estabelecerem regulamentos para aeronaves governamentais se comprometem a tomar em devida consideração a segurança da navegação das aeronaves civis. 3. Nacionalidade de aeronaves: art. 17 - As aeronaves terão a nacionalidade do Estado em que estejam registradas (uma única nacionalidade/registro). 42 4. Liberdades: de sobrevoo, fazer escalas, embarcar, desembarcar e de embarcar passageiros. Jurisdição Penal Brasileira Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando- se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: 43 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. → CONDIÇÃO JURÍDICA DAS AERONAVES (resumo) a) Aeronaves públicas brasileiras: aplica-se a lei brasileira independente do local onde se encontrem; b) Aeronaves públicas estrangeiras: aplica-se a lei do seu Estado de origem, ainda que se encontrem no Brasil; c) Aeronaves privadas brasileiras: aplica-sea lei brasileira se estiverem em território nacional ou em sobrevoo em alto-mar ou a lei estrangeira se em sobrevoo sob o território de Estado estrangeiro ou em solo estrangeiro (território + mar territorial); d) Aeronaves privadas estrangeiras: aplica-se a lei brasileira quando em território nacional (solo, aeroportos, sobrevoo, inclusive sob o mar territorial) e a lei estrangeira quando em voo ou solo de Estado estrangeiro. 44 ICAO – International Civil Aviation Organization • Criada pela Convenção de Chicago, em 1944, com 192 países-membros Art 43 - Esta Convenção estabelece uma organização que se denominará Organização Internacional de Aviação Civil (OACI), e será composta de uma Assembleia, de um Conselho e dos demais órgãos julgados necessários. • Sediada em Montreal/Canadá • Organização com personalidade jurídica própria (art. 47) • Objetivos: art. 44 – encarregada da aplicação das normas internacionais relativas à aviação civil e uniformização das regras nacionais sobre aviação e do aprimoramento da regulamentação em matéria aeronáutica. • Decisões da Assembleia tomadas por maioria de votos (art. 48/52). • Tornou-se uma agência especializada da ONU, ligada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC). Desde então, a Convenção já foi revisada oito vezes: em 1959, 1963, 1969, 1975, 1980, 1997, 2000 e 2006. • Os Estados Unidos são depositários da Convenção. https://pt.wikipedia.org/wiki/ONU https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Econ%C3%B4mico_e_Social_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Econ%C3%B4mico_e_Social_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas https://pt.wikipedia.org/wiki/1959 https://pt.wikipedia.org/wiki/1963 https://pt.wikipedia.org/wiki/1969 https://pt.wikipedia.org/wiki/1975 https://pt.wikipedia.org/wiki/1980 https://pt.wikipedia.org/wiki/1997 https://pt.wikipedia.org/wiki/2000 https://pt.wikipedia.org/wiki/2006 45 Uniformidade nos Sistemas Interno e Internacional ARTIGO 38 - Diferenças entre as normas e processos internacionais Se um Estado se vê impossibilitado de cumprir em todos os seus detalhes certas normas ou processos internacionais, ou de fazer que seus próprios regulamentos e práticas concordem por completo com as normas e processos internacionais que tenham sido objeto de emendas, ou se o Estado considerar necessário adotar regulamentos e práticas diferentes em algum ponto dos estabelecidos por normas internacionais, informará imediatamente a Organização Internacional de Aviação Civil das diferenças existentes entre suas próprias práticas e as internacionais. Em caso de emendas estas últimas o Estado que não fizer estas alterações nos seus regulamentos ou práticas deverá informar o Conselho dentro do período de 60 dias a contar da data em que for adotada a emenda às normas internacionais, ou indicará o que fará a esse respeito. Em tal caso o Conselho notificará imediatamente a todos os demais Estados a diferença existente entre as normas internacionais e as normas correspondentes no Estado em apreço. 46 Anexos à Convenção de Chicago • Anexo 1 – Licenças de Pessoal. • Anexo 2 – Regras do Ar. • Anexo 3 – Serviço Meteorológico para a Navegação Aérea Internacional. • Anexo 4 – Cartas Aeronáuticas. • Anexo 5 – Unidades de Medida a Serem Usadas nas Operações Aéreas e Terrestres. • Anexo 6 – Operação de Aeronaves. • Anexo 7 – Marcas de Nacionalidade e de Matrícula de Aeronaves. • Anexo 8 – Aeronavegabilidade. • Anexo 9 – Facilitação. • Anexo 10 – Telecomunicações Aeronáuticas. • Anexo 11 – Serviços de Tráfego Aéreo. • Anexo 12 – Busca e Salvamento. • Anexo 13 – Investigação de Acidentes de Aviação. • Anexo 14 – Aeródromos • Anexo 15 – Serviços de Informação Aeronáutica. • Anexo 16 – Proteção ao Meio Ambiente. • Anexo 17 – Segurança: Proteção da Aviação Civil Internacional Contra Atos de Interferência Ilícita. • Anexo 18 – Transporte de Mercadorias Perigosas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Aer%C3%B3dromo https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_de_Informa%C3%A7%C3%A3o_Aeron%C3%A1utica 47 • Anexo 19 – Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional. Segurança da Aviação • Convenção Relativa às Infrações e a Certos Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves, de 1963 (Convenção de Tóquio – Dec. 66.520/1970) • Convenção para a Repressão ao Apoderamento Ilícito de Aeronaves (Convenção de Haia – Dec. 70.201/1972) • Convenção para a Repressão de Atos Ilícitos Contra a Segurança da Aviação Civil (Convenção de Montreal –dec. 72.383/1973) • Protocolo Relativo a uma Emenda à Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Dec. 3.032/99) Convenção de Varsóvia e Convenção de Montreal • Convenção de Montreal Unifica Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional modernizando e refundando a Convenção de Varsóvia e os instrumentos conexos. • Visa assegurar a proteção dos interesses dos usuários do transporte aéreo internacional e a necessidade de uma indenização equitativa, fundada no princípio da restituição, bem como uma maior harmonização e codificação de certas regras que regulam o transporte aéreo internacional. 48 • Aplica-se a todo transporte internacional de pessoas, bagagem ou carga, efetuado em aeronaves, mediante remuneração. Aplica-se igualmente ao transporte gratuito efetuado em aeronaves, por uma empresa de transporte aéreo (art. 1º). Indenização por Morte e Lesões dos Passageiros Art. 17, 1. O transportador é responsável pelo dano causado em caso de morte ou de lesão corporal de um passageiro, desde que o acidente que causou a morte ou a lesão haja ocorrido a bordo da aeronave ou durante quaisquer operações de embarque ou desembarque. Art. 21, 1. O transportador não poderá excluir nem limitar sua responsabilidade, com relação aos danos previstos no número 1 do Artigo 17, que não exceda de 100.000 Direitos Especiais de Saque por passageiro. 2. O transportador não será responsável pelos danos previstos no número 1 do Artigo17, na medida em que exceda de 100.000 Direitos Especiais de Saque por passageiro, se prova que: a) o dano não se deveu a negligência ou a outra ação ou omissão do transportador ou de seus prepostos; ou b) o dano se deveu unicamente a negligência ou a outra ação ou omissão indevida de um terceiro. 49 Indenização por atraso, extravio ou perda Art. 17, 2. O transportador é responsável pelo dano causado em caso de destruição, perda ou avaria da bagagem registrada, no caso em que a destruição, perda ou avaria haja ocorrido a bordo da aeronave ou durante qualquer período em que a bagagem registrada se encontre sob a custódia do transportador. Não obstante, o transportador não será responsável na medida em que o dano se deva à natureza, a um defeito ou a um vício próprio da bagagem. No caso da bagagem não registrada, incluindo os objetos pessoais, o transportador é responsável, se o dano se deve a sua culpa ou a de seus prepostos. Art. 22, 1. Em caso de dano causado por atraso no transporte de pessoas, como se especifica no Artigo 19, a responsabilidade do transportador se limita a 4.150 Direitos Especiais de Saque por passageiro. 2. No transporte de bagagem, a responsabilidade do transportador em caso de destruição, perda, avaria ou atraso se limita a 1.000 Direitos Especiais de Saque por passageiro, a menos que o passageiro haja feito ao transportador, ao entregar-lhe a bagagem registrada, uma declaração especial de valor da entrega desta no lugar de destino, e tenha pago uma quantia suplementar, se for cabível. Neste caso, o transportador estará obrigado a pagar uma soma que não excederá o valor declarado, a menos que prove que este valor é superior ao valor real da entrega no lugar de destino. 50 → Convenções xCDC • Leading case: RE 636.331, Rel. Min. Gilmar Mendes • Tema 210: “Limitação de Indenizações por danos decorrentes de extravio de bagagem com fundamento na Convenção de Varsóvia”. O Tribunal, apreciando o tema 210 da repercussão geral, por maioria e nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Celso de Mello, deu provimento ao recurso extraordinário, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar estabelecido no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Em seguida, o Tribunal fixou a seguinte tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor", vencido o Ministro Marco Aurélio. Não votou o Ministro Alexandre de Moraes, por suceder o Ministro Teori Zavascki, que votara em assentada anterior. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 25.5.2017. 51 → DANOS MORAIS – CDC (...) 2. O STF, no julgamento do RE nº 636.331/RJ, com repercussão geral reconhecida, fixou a seguinte tese jurídica: Nos termos do artigo 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. 3. Referido entendimento tem aplicação apenas aos pedidos de reparação por danos materiais. 4. As indenizações por danos morais decorrentes de extravio de bagagem e de atraso de voo não estão submetidas à tarifação prevista na Convenção de Montreal, devendo-se observar, nesses casos, a efetiva reparação do consumidor preceituada pelo CDC. 5. Recurso especial não provido. (REsp 1842066/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/06/2020, DJe 15/06/2020) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO DO CONSUMIDOR. EXTRAVIO DE BAGAGEM. DANOS MORAIS. INAPLICABILIDADE DAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DE VARSÓVIA E DE MONTREAL. TEMA 210. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. (RE 1203826 AgR, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 22/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25-06-2020 PUBLIC 26-06-2020) 52 → QUESTÃO 98 – TRF5 (2014 – XII) À luz da Convenção de Aviação Civil Internacional, assinale a opção correta no que se diz respeito à navegação aérea. a) Para efeito de delimitação do espaço aéreo, considera-se território do Estado sua zona contígua. b) A convenção em apreço aplica-se a aeronaves civis e, excepcionalmente, a aeronaves de propriedade do governo usadas para fins alfandegários. c) No caso de a aeronave de um Estado sofrer acidente em território de outro Estado, ocasionando a morte de passageiros, ao Estado de registro será oferecido designar observadores para assistirem às investigações. d) Admite-se o registro duplo para aeronaves comerciais que façam rotas internacionais periódicas entre dois Estados. e) As aeronaves terão a mesma nacionalidade da pessoa física ou jurídica que as tiver registrado. ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO Regido pelo Direito Internacional do Espaço Exterior, Direito Interplanetário, Direito Cósmico, Direito Supra-Atmosférico ou Direito Aeronáutico, cuja principal norma é o Tratado sobre os Princípios Reguladores 53 das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes, de 1967 (Dec. 64.362/69) É um direito estritamente convencional e começou a forjar-se com dois acontecimentos importantes: a colocação em órbita do primeiro satélite artificial – sputinik – pela União Soviética (4/10/57) e o primeiro pouso de uma nave terrestre tripulada – por astronautas norte-americanos – na Lua (20/07/69). O espaço extra-atmosférico e os corpos celestes são de acesso livre, insuscetíveis de apropriação ou anexação por qualquer Estado, e sua investigação e exploração devem fazer-se em benefício coletivo, com acesso geral às informações que a propósito se recolham. Comprometem-se os Estados à abstenção de todo ato lesivo às iniciativas alheias nesse terreno, à ajuda mútua na proteção de astronautas em dificuldade, e à tomada de medidas cautelares contra riscos de contaminação. Fica estabelecido que incursões espaço exterior são prerrogativas dos Estados soberanos – ou de entidades não governamentais expressamente autorizadas por um Estado, e sob sua responsabilidade. A migração espacial e as casualidades do retorno não alteram a propriedade dos engenhos, que permanecem no domínio do Estado que os tenha produzido e lançado em órbita (Resek). → → 54 → QUESTÃO 96 TRF1 – 2015 (XVI CONCURSO) No que se refere à regulação internacional do espaço aéreo e do espaço extra-atmosférico, assinale a opção correta. a) Os Estados que desenvolvam atividade no espaço cósmico têm o dever de informar o secretário-geral da ONU sobre a natureza dessas atividades. Errado: art. 2º, item 1 do Dec. 5.806/06 - Convenção Relativa ao Registro de Objetos Lançados no Espaço Cósmico – 1. Quando um objeto espacial é lançado em órbita em torno da Terra ou mais além, o Estado lançador deverá inscrevê-lo num registro adequado que ele próprio manterá. Cada Estado lançador informará o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas da criação deste registro. b) Em caso de sequestro de aeronave, é autorizado ao comandante exigir a ajuda de qualquer passageiro, a fim de tomar medidas coercitivas contra o indivíduo que cometer esse ilícito. 55 Errado: art. 9º do Dec. 70.201/72 - Quando qualquer dos atos mencionados no artigo 1º, a , tiver ocorrido ou estiver para ocorrer, os Estados contratantes tomarão todas as medidas adequadas para o restabelecimento do controle da aeronave pelo seu comandante legal ou para preservar o seu controle sobre a aeronave. c) O TPI é a corte competente para exercer a jurisdição em casos de sequestro de aeronaves, salvo se o Estado de matrícula da aeronave se dispuser a processar o acusado. Errado: art. 2 e 4 do Dec. 70.201/72 – Conversão para Repressão ao Apoderamento Ilítico de Aeronaves – 2 - Cada Estado contratante obriga-se a tornar o crime punível com severas penas; art. 4 item 3. A presente Convenção não exclui qualquer jurisdição criminal exercida nos termos da lei nacional. d) A exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e dos demais corpos celestes, se fundamenta nos princípios da cooperação, da assistência mútua e da efetividade. => Errado: art. 3º do Dec. 64.362/69 - com a finalidade de manter a paz e a segurança internacional e de favorecer a cooperação e a compreensão internacionais. e) A Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais dispensa o esgotamento prévio de recursos internos em caso de pedido de indenização ao Estado lançador. => Correto: art. 11, item 1 do Dec. 71.981/73 - Para a apresentação de um pedido de indenização a um Estado lançador por dano com o amparo desta Convenção, não será 56 necessário que se esgotem previamente os recursos locais que possam estar à disposição de um Estado demandante, ou de pessoa física ou jurídica que o Estado represente. Questões Objetivas do Ponto 6 do Edital PONTO TRF / Ano da Prova / no questão 6. Domínio público internacional. Mar. Águas interiores. Mar territorial. Zona contígua. Zona econômica. Plataforma continental. Alto-mar. Rios internacionais. Domínio público internacional. Espaço aéreo. Princípios elementares. Normas convencionais. Nacionalidade das aeronaves.Espaço extra-atmosférico. TRF5 (2014): 98 TRF 1 (2015): 96, 97 TRF 3 (2016): 94 Subtotal: 4 = 4,88% TRF5 (2011): 99 TRF1 (2011): 95 TRF2 (2011): 95 TRF3 (2011): 92 TRF2 (2012):97 TRF1 (2013):98 TRF5 (2013) 98 Item II da Q94 e III da QQ97– TRF4(2012) Assertiva “b” da Q7 – TRF4 (2016) Q77 – TRF3 (2016) Assertiva “a” da Q18 – TRF3(2011) Assertiva “d” da Q24 – TRF1(2013) 57 Resumo Ponto 6 • DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL ჻ Introdução • DIREITO DO MAR, DOS RIOS E DAS ÁGUAS INTERIORES ჻ Principais normativos ჻ Conceitos: Linha de Base Mar Territorial Zona Contígua Zona Econômica Exclusiva Plataforma Continental Bordo Externo ou Fundos Marinhos Águas Interiores Rios Internacionais Alto-mar Zonas Polares ჻ Direito de Passagem Inocente ჻ Nacionalidade dos navios ჻ Jurisdição Penal, Civil e Imunidade ჻ Direito de Perseguição ჻ Direito de Acesso ao Mar 58 ჻ Tribunal Internacional do Mar • DIREITO AÉREO ჻ Principais normativos ჻ Convenção de Chicago ჻ ICAO ჻ Normas sobre Segurança da Aviação ჻ Jurisdição Penal Brasileira ჻ Convenção de Varsóvia e de Montreal ჻ Prevalência das Convenções ao CDC • ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO Cada dia de estudo, mais um degrau rumo ao sucesso! Boa sorte e bons estudos!
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