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Direito Internacional Publico

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Prévia do material em texto

Prof. Ms. Vanessa Toqueiro Ripari de Oliveira 
Arneiro

 Dentro da regra estatutária de avaliação discente, a nossa única
prova valerá de zero a sete pontos e os seminários valerão até 3
pontos compondo a nota da prova.
 4 dias para seminários (meio de Abril – turma da manhã início dia 
19/04. Turma da noite início dia 15/04)
 Turma da manhã – grupo de 4 alunos, dois grupos por aula.
 Turma da noite – grupo de 6 alunos, três grupo por aula.
Avaliações

 Caso Ximenes Lopes vs. Brasil (Corte Interamericana de 
Direitos Humanos).
 Caso Plain packaging. Ucrânia e outros vs. Austrália (OMC).
 Caso Cláudia Sobral, perda da nacionalidade brasileira (Ext 
1462, Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 
28/03/2017
Avaliações

1) Conceitos gerais
2) Sujeitos do Direito Internacional Público
3) Princípios do DIP
4) Fontes do DIP
Plano da aula

O que iremos estudar no Direito Internacional 
Público?
O que iremos estudar no Direito Internacional 
Privado?
DIP x DIPr

1. Conceitos gerais
Direito Internacional x Direito Nacional
Falta de autoridade central monopólio da coerção (o PR é o 
chefe das Forças Armadas – art. 
84, XIII, CF)
Descentralização das funções 
legais (nenhum Estado até o 
momento é capaz de exercer sua 
força sobre toda a comunidade 
internacional, pois o poder é 
fragmentado e disperso)
tripartição do Poder (Legislativo, 
Executivo, Judiciário – art. 2º, CF)
Não há um órgão jurisdicional 
centralizado com competência 
universal para dirimir conflitos 
de interesses entre Estados. Ex. 
Corte Internacional de Justiça, 
Órgão de Apelação, Tribunal do 
Direito do Mar)
Poder Judiciário orgânico (art. 92, 
CF)
Falta de autoridade central monopólio da coerção (o PR é o 
chefe das Forças Armadas – art. 
84, XIII, CF)
Descentralização das funções 
legais (nenhum Estado até o 
momento é capaz de exercer sua 
força sobre toda a comunidade 
internacional, pois o poder é 
fragmentado e disperso)
tripartição do Poder (Legislativo, 
Executivo, Judiciário – art. 2º, CF)
Não há um órgão jurisdicional 
centralizado com competência 
universal para dirimir conflitos 
de interesses entre Estados. Ex. 
Corte Internacional de Justiça, 
Órgão de Apelação, Tribunal do 
Direito do Mar)
Poder Judiciário orgânico (art. 92, 
CF)

 . No plano internacional não é assim. Para que o 
Estado se submeta à jurisdição internacional é 
preciso que ele tenha concordado, aceito 
previamente essa jurisdição, seja ela judiciária ou 
arbitral. Do contrário, essa jurisdição internacional 
não será obrigatória, e o descumprimento não 
implica num ilícito. Por quê? Porque o Estado não 
teria consentido previamente a se submeter, então 
não assumiu a responsabilidade.
Art 5 § 4º CF. O Brasil se submete à jurisdição de 
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão.

 (i) Os Estados soberanos (até o século XIX)
 (ii) Estados + Organizações Internacionais (ONU,
OMC, OEA, etc.): séculos XIX e XX. ( Francisco
Rezek )
 (iii) Estados + Organizações Internacionais + Santa
Sé: a partir do fim do século XX.+ Homem como
sujeito de Direito Internacional (Celso de Alburque
Melo e Jonatás)
2. SUJEITOS DO DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO

3. Princípios do DIP
 Conjunto de princípios e normas geradas por Estados, nas suas
relações internacionais
 Soberania: princípio da não-intervenção
 Igualdade (ex. Um Estado, um voto, na Assembleia Geral da
ONU)
 Boa-fé
 Pacta sunt servanda – Os tratados são motivo de segurança
jurídica, e por isso devem ser cumpridos.
 Convenção de Viena (1969) sobre o Direito dos Tratados. O artigo
26 dispõe que “todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser
cumprido por elas de boa-fé” (pacta sunt servanda). Promulgada
pelo Brasil, por intermédio do DECRETO Nº 7.030, DE 14 DE
DEZEMBRO DE 2009.

 Primeiro, o que significa Fontes?
 Fonte do direito é um conceito diferente de competência.
Enquanto esta se refere ao âmbito de exercício da
jurisdição por um determinado órgão, fonte do direito se
refere aos “processos ou meios em virtude dos quais as
regras jurídicas se positivam com legítima força
obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de
uma estrutura normativa” . Fonte do direito é o que o
órgão jurisdicional pode aplicar para fazer valer uma
determinada regra. (REALE, Miguel. Lições preliminares
de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 140.)
4. Fontes do DIP

4. Fontes do DIP
 Quais as normas aplicáveis no âmbito internacional?
 Em 1920 foi escrito o estatuto do primeiro tribunal para resolver 
litígios entre Estados sem qualquer limitação de ordem 
geográfica, Estatuto da Corte de Haia, também conhecida como 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça.(CIJ)
 Foi feito um rol das fontes onde se poderiam buscar, normas 
internacionais.
 O art. 38 do Estatuto da CIJ previu o rol clássico das fontes do 
direito internacional público (foi promulgado pelo Brasil por 
meio do Decreto n. 19.841/45) 

 Artigo 38
 A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
 a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados
litigantes;
 b. o costume internacional, como prova de uma prática geral
aceita como sendo o direito;
 c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações
civilizadas;
 d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias
e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações,
como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
4. Fontes do DIP

Hierarquia entre Costume e Tratado Internacional?
- não há hierarquia entre normas costumeiras e normas 
escritas.
Um tratado é idôneo para derrogar, entre as partes 
celebrantes, certa norma costumeira. De igual modo, pode 
o costume derrogar a norma expressa em tratado: em 
alguns casos desse gênero é comum dizer que o tratado 
quedou extinto por desuso. 
*O DIP até pouco mais de cem anos atrás, foi um direito 
costumeiro. 
NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE AS FONTES!!
4. Fontes do DIP

 Princípios Gerais do Direito
- Alguns princípios gerais basilares da ordem 
internacional: (i) autodeterminação dos povos; (ii) 
solução pacífica dos litígios entre Estados; (iii) não-
agressão; (iv) proibição da propaganda de guerra; (v) 
coexistência pacífica e desarmamento. Tais princípios 
não excluem outros princípios como aqueles comuns 
à ordem internacional e interna dos Estados (pacta
sunt servanda, lei posterior revoga lei anterior,etc.)
4. Fontes do DIP
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

 - Jurisprudência Internacional – a jurisprudência que 
poderá ser utilizada nos termos do artigo 38 do Estatuto 
da Corte é composta:
 Decisões Arbitrais proferidas nas lides entre os Estados;
 Decisões Judiciárias proferidas no âmbito internacional;
 Pareceres proferidos pela Corte de Haia no exercício de sua 
competência consultiva;
- A jurisprudência doméstica dos Estados não integra o rol 
das decisões que podem ser utilizadas no âmbito 
internacional.
4. Fontes do DIP

Decisões das Organizações Internacionais
- Também não integram o rol das fontes de Direito
Internacional, especificados no artigo 38 do Estatuto
da Corte de Haia.
-Controvérsias  Há atores queentendem que as
decisões das OI´s não fazem parte do rol,
simplesmente porque foi escrito em 1920 e a
proliferação das OI´s de seu a partir da segunda
guerra mundial (1945)
4. Fontes do DIP

- Denominações habitualmente aplicadas a tais
decisões: resoluções, recomendações, declarações e
diretrizes – independe da terminologia.
- Tais decisões, quando de caráter procedimental,
obrigam a totalidade dos membros integrantes da
organização.
- Possui natureza jurídica diversa dos Tratados
Internacionais.
4. Fontes do DIP

A ordem jurídica internacional e a 
ordem jurídica interna são distintas?
Direito Interno
Direito Internacional Hei, quem 
é esse 
cara?

 Teorias (Dualismo x Monismo)
O Direito interno de cada Estado e o Direito
Internacional são dois sistemas rigorosamente
independentes e distintos que não se interceptam,
embora igualmente válidos.
 Seguidores: Carl Heinrich Triepel (Alemanha),
Dionísio Anzilotti (Itália).
Quando há um conflito entre direito 
nacional e direito internacional?

 Para os dualistas, existem duas ordens jurídicas
diferentes. A ordem jurídica internacional e a ordem
jurídica interna. A justificativa é que as duas
disciplinam relações sociais distintas. A interna
disciplina os indivíduos, e a internacional rege a
relação entre o Estado com os demais Estados
soberanos.


 Para os monistas, existe uma única ordem jurídica,
e, dentro dela, estariam abrigadas a norma
internacional e a norma interna. Então, para o
monista, no momento em que o Estado ratifica um
tratado internacional, ele se compromete no plano
internacional, e essa norma já passa a integrar a
ordem jurídica interna. Feito isso, a norma jurídica
internacional, que acaba de ser recepcionada, e o
conjunto de normas internas passam a estar na
mesma estrutura. Não existem duas ordens jurídicas
internacionais para os monistas.

Monismo internacional :
 Supremacia do Direito Internacional
 * Seguidores: Hans Kelsen (Áustria), Alfred Verdross
(Áustria).
 * Voltam-se a perspectiva ideal de que se instaure 
um dia a ordem única.
 * Direito Internacional é considerado superior ao 
Direito Interno.
 * Norma fundamental (no vértice da pirâmide 
kelseniana) seria uma regra de Direito Internacional.
Quando há um conflito entre direito 
nacional e direito internacional?

 Monismo nacionalista
 Supremacia do Direito Interno (Brasil)
 * Seguidores: Georg Jellinek (Alemanha), Georges
Burdeau (França) e doutrinadores soviéticos.
 * Dão especial atenção à soberania de cada Estado e à
descentralização da sociedade internacional.
 * Culto à Constituição (somente se sujeita a um sistema
jurídico que emane de si próprio).
 * O Direito Internacional seria a continuação do Direito
Interno, aplicado às relações exteriores do Estado
Quando há um conflito entre direito 
nacional e direito internacional?

 Afinal, e o Brasil...?
 Rezek aponta o monismo nacionalista como
preponderante no Brasil (REZEK, Francisco. Direito
Internacional Público: curso elementar. 13. ed. São
Paulo: Saraiva, 2011. p. 29).
Quando há um conflito entre direito 
nacional e direito internacional?
http://image.slidesharecdn.com/aulas-dip-130320002259-phpapp01/95/aulas-de-direito-internacional-pblico-61-638.jpg?cb=1410993101

 Accioly afirma que em razão da necessidade de incorporação,
independentemente da posição que assumirá posteriormente a
norma, o Brasil adota certa forma de dualismo, na modalidade
moderada (ACCIOLY, Hildebrando; NASCIMENTO E SILVA,
Geraldo Eulálio do; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito
Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 239).
 Mazzuoli defende que no Brasil há o primado do direito
internacional sobre o direito interno, adotando a teoria
monista internacionalista (MAZZUOLI, Valerio de Oliveira.
Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. São Paulo: RT,
2012, p. 93).
 Husek afirma que o conjunto de normas brasileiras
(constitucionais e infraconstitucionais) demonstra ainda
dubiedade em relação ao tema, mas aponta que a análise desse
conjunto aponta que o Brasil tende a adotar a teoria monista
internacionalista (Husek, Carlos Roberto. Curso de Direito
Internacional Público. 11. ed. São Paulo: LTR, 2012, p. 62-65).

 Lucas Fraga. Teoria Monista e Teoria Dualista. Aspectos das
Teorias Acerca da Interpretação do Direito Internacional Face
ao Direito Nacional e Concepção Adotada no Ordenamento
Jurídico Brasileiro
https://drlucasfcs.jusbrasil.com.br/artigos/504743248/teoria-
monista-e-teoria-dualista

Posicionamento do STF - Pré CRFB 1988 – RE 
80.004
Conflito entre tratado x lei posterior
• CONVENÇÃO DE GENEBRA, LEI UNIFORME SOBRE LETRAS DE CÂMBIO E NOTAS PROMISSÓRIAS - AVAL
APOSTO A NOTA PROMISSÓRIA NÃO REGISTRADA NO PRAZO LEGAL - IMPOSSIBILIDADE DE SER O AVALISTA
ACIONADO, MESMO PELAS VIAS ORDINÁRIAS. VALIDADE DO DECRETO-LEI Nº 427, DE 22.01.1969. EMBORA A
CONVENÇÃO DE GENEBRA QUE PREVIU UMA LEI UNIFORME SOBRE LETRAS DE CÂMBIO E NOTAS
PROMISSÓRIAS (DECRETO Nº 57.663, DE 24 DE JANEIRO DE 1966) TENHA APLICABILIDADE NO DIREITO INTERNO
BRASILEIRO, NÃO SE SOBREPÕE ELA ÀS LEIS DO PAÍS, DISSO DECORRENDO A CONSTITUCIONALIDADE E
CONSEQUENTE VALIDADE DO DEC-LEI Nº 427/69, QUE INSTITUI O REGISTRO OBRIGATÓRIO DA NOTA
PROMISSÓRIA EM REPARTIÇÃO FAZENDÁRIA, SOB PENA DE NULIDADE DO TÍTULO. SENDO O AVAL UM
INSTITUTO DO DIREITO CAMBIÁRIO, INEXISTENTE SERÁ ELE SE RECONHECIDA A NULIDADE DO TÍTULO CAMBIAL
A QUE FOI APOSTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
• RE 80004, Relator(a): Min. XAVIER DE ALBUQUERQUE, Tribunal Pleno, julgado em 01/06/1977, DJ 29-12-1977 PP-
09433 DJ 19-05-1978 PP-03468 EMENT VOL-01083-02 PP-00915 RTJ VOL-00083-03 PP-00809
28
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/dec 57.663-1966?OpenDocument

 Logo após a promulgação da Constituição, em 1988, o Brasil
ratificou diversos tratados internacionais de direitos
humanos, dentre os quais se destaca a Convenção Americana
de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de São José
da Costa Rica (tratado que foi internalizado no ordenamento
jurídico brasileiro pelo Decreto nº 678/1992), sendo certo que
sua aprovação não observou o quorum qualificado atualmente
previsto pelo artigo 5º, § 3º, da Constituição Federal, incluído
pela EC 45/2004.
 Prevalência? L.O? E.C?

RE 466.343-1/SP
Relatório
O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - (Relator): Trata-se de recurso
extraordinário interposto pelo Banco Bradesco S/ A, contra acórdão do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que, no julgamento de
apelação, confirmou sentença de procedência de ação de depósito,
fundada em alienação fiduciária em garantia, deixando de impor
cominação de prisão civil ao devedor fíduciante, em caso de
descumprimento da obrigação de entrega do bem, tal como o postulara o
autor fiduciário, por entendê-la inconstitucional, como deixou expresso
em embargos declaratórios.
Sustenta o recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição
Federal, que o acórdão impugnado teria infringido o art. 5º, inc. LXVII, da
Constituição da República, nos termos em que o aplicava a casos idênticos
a jurisprudência dominante desta Corte (fls. 79-89).
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595
444
30

RE 466.343-1/SP
Normativa pertinente
 CRFB, 1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
31

RE 466.343-1/SP - Normativa 
pertinente
CADH ou Pacto de São José da Costa Rica
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este
princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competenteexpedidos
em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
32

RE 466.343-1/SP
Min. Gilmar Mendes (voto secundado)
“Em conclusão, entendo que, desde a adesão do Brasil, sem
qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos
Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ambos
no ano de 1992, não há mais base legal para prisão civil do
depositário infiel, pois o caráter especial desses diplomas
internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar
específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da
Constituição, porém acima da legislação interna. O status
normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos
humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável
a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela
anterior ou posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o
art. 1.287 do Código Civil de 1916 e com o Decreto-Lei n°
911/69, assim como em relação ao art. 652 do Novo Código
Civil”
33

RE 466.343-1/SP
Min. Gilmar Mendes (voto secundado)
Defesa da evolução jurisprudencial 
“Deixo acentuado, também, que a evolução jurisprudencial sempre foi 
uma marca de qualquer jurisdição de perfil constitucional. A 
afirmação da mutação constitucional não implica o reconhecimento, por 
parte da Corte, de erro ou equívoco interpretativo do texto constitucional 
em julgados pretéritos. Ela reconhece e reafirma, ao contrário, a 
necessidade da contínua e paulatina adaptação dos sentidos possíveis da 
letra da Constituição aos câmbios observados numa sociedade que, como a 
atual, está marcada pela complexidade e pelo pluralismo.
A prisão civil do depositário infiel não mais se compatibiliza com os 
valores supremos assegurados pelo Estado Constitucional, que 
não está mais voltado apenas para si mesmo, mas compartilha 
com as demais entidades soberanas (...).”
34

• SÚMULA VINCULANTE Nº 25
É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO 
INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE 
DO DEPÓSITO.
35

36
Antes da CF 88 Vigência da CF/88 após a promulgação 
da EC 45/04
Tratado internacional tem hierarquia de 
lei doméstica, lei posterior prevalece.
(ex. Convenção do Cheque)
Tratado internacional tem hierarquia de 
lei doméstica
Se de DD.HH., ratificado pelo CN segundo 
o rito de lei ordinária, a hierarquia é supra 
legal (ex. CADH, que foi promulgada em 
1992)
- -Se de DD.HH., ratificado pelo CN segundo 
o rito de EC, a hierarquia é constitucional 
(ex. Convenção da ONU sobre as pessoas 
com deficiência, promulgada em 2009)

Na relação entre o direito internacional e nacional,
a teoria que entende que são sistemas
independentes e distintos é a:
 a) dualista.
 b) independentista.
 c) unidade normativa.
 d) monista.
Questões

 Em razão de sua natureza descentralizada, o direito 
internacional público desenvolveu-se no sentido de 
admitir fontes de direito diferentes daquelas admitidas no 
direito interno. Que fonte, entre as listadas a seguir, não 
pode ser considerada fonte de direito internacional:
 A) Tratado.
 B) Decisões de tribunais constitucionais dos estados.
 C) Costume.
 D) Princípios gerais do direito.
Questões
Prof. Ms. Vanessa Toqueiro Ripari de Oliveira 
Arneiro

1) Base convencional dos Tratados Internacionais
2) Conceito
3) Classificação dos Tratados Internacionais
4) Formação dos tratados/ Expressão do 
Consentimento
5) Sujeitos/Competência negocial
6) Formas de Extinção dos Tratados
Plano da aula

1. Base convencional
Processo evolutivo
•Costume
Codificação (contexto das 
Américas)
•Convenção 
de Havana 
1928
Ampliação da codificação no 
contexto global
•Convenção 
de Viena 
1969
Reconhecimento das 
organizações internacionais 
como sujeitos de DIP
•Convenção 
de Viena 
1986
Ainda não em vigor 
internacional, mas em plena 
aceitação pelos Estados.

 Primeira fase - Até o Século XX: consistência costumeira,
assentada em princícios gerais (pacta sunt servanda e boa-fé).
 Segunda fase - Convenção de Havana (1928). Assinada por
membros da antiga União Panamericana (Brasil, Equador,
Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru e República
Dominicana). Em vigor internamente com o Decreto n. 18.956,
de 22 de outubro de 1929.
http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?nu
mero=18956&tipo_norma=DEC&data=19291022&link=s
1. Base convencional
Processo evolutivo
http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=18956&tipo_norma=DEC&data=19291022&link=s

 Terceira fase - Convenção de Viena (1969): Negociação entre 110
países com 32 assinando o documento em 23/05/1969. Entrou em
vigor em 27/01/1980 depois que 35 países ratificaram, conforme art
84. O Brasil ratificou apenas em 2009, mais de 40 anos após de havê-
la assinado. DECRETO Nº 7.030, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2009.
Obs: Veremos adiante a diferença entre assinatura e ratificação.
 Mas já era aplicada pelo caráter costumeiro das normas, lembrando
que norma pode ser fruto de costume como também de dispositivo de
tratado.
 Nas Américas, já havia convenção própria (Convenção de Havana
1928).
 Não significa que nesse lapso o Brasil não observava as normas
previstas em seu texto, eis que a CVDT 1969 representou a codificação
e positivação de difundida prática internacional, consistente no animus
dos estados em seguir o mesmo modo operandi na prática
convencional.
1. Base convencional
Processo evolutivo
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.030-2009?OpenDocument

Quarta fase. Convenção de Viena (1986): celebrou-se
outra convenção sobre tratados internacionais,
porém relativa aos tratados internacionais entre
Estados e OIs e entre OIs.
 É um complemento à CVDT de 1969:
Deixou claro que a faculdade de celebrar tratados
internacionais não era mais exclusividade dos
Estados. Reconheceu a importância das organizações
internacionais na codificação do Direito
Internacional.
1. Base convencional
Processo evolutivo

 O artigo 85 da CVDT 1986 estabelece que ela entrará em vigor depois que
seja ratificada por 35 Estados, mas até Fevereiro de 2020 não havia
atingido o número mínimo de ratificações.
Link:
https://treaties.un.org/Pages/ViewDetails.aspx?src=TREATY&mtdsg_n
o=XXIII-3&chapter=23&lang=en#1
 O Brasil assinou a Convenção em 1986, mas ainda não foi
RATIFICADO no Congresso Nacional.
 Mas o Brasil observa essa convenção, da mesma forma que outros
Estados e organizações internacionais, que celebram tratados, como a
União Europeia (que não é parte da Convenção de Viena de 1986, mas
celebra tratados!).
 https://www.camara.leg.br/noticias/551456-camara-vai-analisar-
convencao-internacional-que-rege-tratados-assinados-pelo-brasil/
 PDC 1160/2018 -
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProp
osicao=2189820
1. Base convencional
Processo evolutivo

2. Conceito
Nome Conteúdo relacionado Exemplo
Tratado Um acordo internacional concluído por 
escrito entre Estados e regido pelo Direito 
Internacional, quer conste de um instrumento 
único, quer de dois ou mais instrumentos 
conexos, qualquer que seja sua denominação 
específica; (art. 2 º (a) CVDT 1969)
Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas 
Nucleares (TNP), assinado em Londres, 
Moscou e Washington, em 1º de julho de 
1968.
Convenção Tratado-norma/para designar atos 
multilaterais, oriundos de conferências 
internacionais e que versem assunto de 
interesse geral, como por exemplo, as 
convenções de Viena sobre direito dos 
tratados; 
Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados (CVDT) de 1969
Acordo Tratado contrato/ usado geralmente em 
negociações bilaterais de natureza política, 
econômica, comercial, cultural, científica e 
técnica
Acordo TRIPs (do inglês Agreement on Trade-
Related Aspects of Intellectual Property Rights, 
Acordo sobre Aspectos dos Direitos de 
Propriedade Intelectual Relacionados ao 
Comércio) GATT - Acordo Geral de Tarifas e 
Comércio 
Protocolo Tratado/convençãoadicional Protocolo de Kyoto, complemento à 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
a Mudança do Clima (Rio/Eco 92); 
Carta Tratado constitutivo; declaração de direitos Carta da ONU de 1945; Carta dos Direitos 
Fundamentais da União Europeia de 1969
Pacto Declaração de direitos Pacto de San José da Costa Rica (ou 
Convenção Americana de Direitos Humanos) 
de 1969

 Todos possuem o mesmo efeito jurídico, de acordo
com o art. 2.parágrafo 2 .
As disposições do parágrafo 1 relativas às expressões
empregadas na presente Convenção não prejudicam o
emprego dessas expressões, nem os significados que lhes
possam ser dados na legislação interna de qualquer Estado.
Ver mais sobre conceitos: http://dai-
mre.serpro.gov.br/apresentacao/tipos-de-atos-
internacionais/
2. Conceito

Número de Partes: bilateral ou multilateral
 Estado x Estado
 Estado x OI
OI x OI 
3. Classificação dos 
Tratados

 Quanto à Execução no Tempo
 (i) Transitórios – perduram no tempo, mas sua
execução é feita de forma instantânea (cessão de
territórios, limites de fronteiras, etc.)
 (ii) Permanentes – Aqueles cuja execução se postrai
no tempo (cooperação no comércio, proteção dos
direitos humanos).
3. Classificação dos 
Tratados

4. Formação do Tratado
Negociação
Assinatura 
/ adesão
Aprovação 
interna
Depós
ito
Publicação 
em decreto 
executivo
Ratificação
Presidente
Discutem-se os termos do 
tratado. Pode se dar por 
meio de cartas, 
documentos de trabalho, 
rodadas de negociação. 
Assinatura (= adoção): o 
representante do Estado 
(art. 7º, CVDT 1969) 
expressa o consentimento do 
Estado, após a conclusão 
da conferência.
Adesão: Estado não 
participante da 
negociação quer obrigar-
se a um tratado. (art. 15 
CVDT 1969)
Congresso Nacional 
(Câmara dos Deputados +
Senado Federal) realizado 
o referendo sobre o 
tratado e o aprova 
definitivamente.
Art. 49, I. CF
Aert. 84, VIII
Entrega do instrumento 
de ratificação 
(confirmação pelo PR)
junto ao órgão/Estado 
previsto no tratado. Arts. 
14 e 16 CVDT 1969.
Promulgados por Decreto 
do Presidente da 
República
Art. 84, IV, CF
Forma livre. Chefe de Estado, Chefe de 
Governo, Ministro das 
Relações Exteriores, 
Embaixador, 
Plenipotenciário.
Na CF, a competência é 
exclusiva do PR (art. 84, 
VIII)
apresenta projeto de 
decreto legislativo (PDL). 
Ex. Brasil foi depositário
dos instrumentos de 
ratificação da União 
Panamericana de 1929. 
Secretária-Geral da OEA é 
depositária do Pacto de 
São José da Costa Rica.
https://www.cidh.oas.or
g/basicos/portugues/d.C
onvencao_Americana_Rat
Torna-se público o tratado 
no Brasil. Início da 
vigência interna.

 Quem está habilitado a agir em nome do Estado? Art. 7 da
CVDT
 Capacidade Originária: Chefes de Estado e de Governo, MRE
e os Chefes das missões diplomáticas
 Chefes de Estado: Rei; Rainha (forma de governo Monarquia);
Presidente da República (forma de governo República).
 Chefe de Governo: Presidente da Republica (sistema de
governo presidencialismo; que é caso do Brasil) art. 84, VIII
Inglaterra: Primeiro Ministro
Competência Negocial

 Plenipotenciário artigo 2° § 1°, alínea “c” da
Convenção de Viena: um terceiro que possui essa
qualidade representativa nas negociações e
assinatura de tratados.
Apresentação da carta de plenos poderes.
à exceção daqueles que sejam dispensados de tal 
autorização em razão de já as possuírem de forma 
inata em virtude do cargo que ocupam.
Competência Negocial

Os Ministros das Relações Exteriores e os Chefes de
Missões Diplomáticas são os sujeitos que possuem a
chamada capacidade derivada para a celebração de
tratados, equivalente aos poderes dos Chefes de
Estado ou dos Chefes de Governo (a depender do
caso), investidos em seus respectivos cargos.
Eles são plenipotenciários ou mandatários que, em
virtude de suas funções, estão dispensados da
apresentação da carta de plenos poderes
Competência Negocial

Delegado a uma conferência internacional . Exemplo: 
OMPI, mandar um advogado expert em PI para as 
negociações, carta de plenos poderes. 
O expedidor formal da carta de plenos poderes é o 
chefe de Estado (REZEK)
Competência Negocial

 Assinatura – ato exclusivo do Poder Executivo como forma de
expressar o interesse da nação em fazer parte do Tratado. Mas é
um ato precário, ou seja, ainda há que se consultar a nação, por
meio dos seus representantes no Congresso Nacional antes do
aceite final (ratificação).
- Como regra geral, a assinatura não vincula/obriga as partes – a
obrigação definitiva advém da ratificação .
Irretrabilidade da assinatura? Art. 18 CVDT
 ratificação: ato jurídico unilateral e solene do PR no qual o
sujeito participe do tratado internacional confirma em
definitivo a sua vontade, já autenticada pela assinatura, de
vincular-se ao tratado, obrigando-se internacionalmente. (Art.
2º, §1º, ‘b’ da Convenção de Viena).
4. Formação do Tratado

Aprovação Interna: (há que ser aprovada nas 2
Casas, senão põe fim ao tratado internacional).
• A votação em plenário requer a maioria absoluta
(exceção: tratados de direitos humanos com a
Emenda Constitucional n° 45/2004), que exige
quorum qualificado.
• Aprovado e ratificado do texto do tratado
internacional, formaliza-se a decisão por meio de
decreto legislativo que o faz publicar no Diário
Oficial da União.
4. Formação do Tratado

Referendo – o sentido de referendo está ligado a
consulta popular, ou seja, é quando a nação, por
meio dos seus representantes no Congresso
Nacional, vão analisar se o Brasil vai ou não se
engajar no Tratado.
 Depósito: consiste na entrega do instrumento
convencional a um depositário, a quem cabe o
dever de conservar o instrumento original e todos
os documentos a ele respeitantes. Artigo 76 CVDT.
4. Formação do Tratado

O intervalo entre a assinatura e a ratificação era
tempo de meditar sobre a qualidade do
desempenho negocial do plenipotenciário e sobre a
conveniência de confirmar o tratado internacional.
Características da ratificação: ato unilateral,
discricionário e irretratável.
* Irretratabilidade: no âmbito internacional, a ratificação
impõe o cumprimento do tratado internacional em
sua plenitude. Sua inexecução, após a ratificação, só
poderá se dar por meio da denúncia.
4. Formação do Tratado

- Reservas: declaração unilateral do Estado visando
excluir ou modificar o efeito jurídico de certas
disposições do tratado internacional em relação a
esse Estado (artigo 2°, § 1°, “d” da e artigo 19 da
Convenção de Viena).
- Brasil fez reserva no Pacto de São José da Costa Rica.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.
htm
4. Formação do Tratado

 Adesão: 
- Artigo 15 da Convenção de Viena: manifestação de vontade do
Estado, após a conclusão das negociações.
 A publicidade é condição para a regular vigência do tratado no 
âmbito interno.
4. Formação do Tratado

Há algum tratado que pode entrar no ordenamento
jurídico sem precisar ser ratificado?
 Sim, acordo executivo, conhecido também como
Tratado de forma simplificada.
Acordo executivo é expressão criada nos EUA para
designar aquele tratado que se conclui sob a
autoridade do chefe do Executivo,
independentemente do parecer e consentimento do
Congresso Nacional.
Tratados executivos
"self-executing treaties"

 Acordos Executivos: acordos simplificados não gravosos ao 
patrimônio nacional, que independem de interferência do Congresso 
Nacional. Basta a ratificação do Chefe do Poder Executivo. Art 49, I. 
 Parte significativa da doutrina brasileira só considera possível a
concretização de acordos executivos, no sistema jurídico brasileiro,
em 2 situações:
(a) acordos que complementam tratado internacional já existente;
(b) acordos que têm como finalidade interpretar cláusula de tratado
internacional já vigente;
Tratados executivos
"self-executing treaties"

 MEMORANDO DE ENTENDIMENTO 
ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO 
DA REPÚBLICA DA ÍNDIA SOBRE 
COOPERAÇÃONA ÁREA DE MEIO 
AMBIENTE
 Assinado em Brasília, em 16 de julho de 2014 
 http://dai-mre.serpro.gov.br/atos-
internacionais/bilaterais/2014-
3/memorando-de-entendimento-
entre-o-governo-da-republica-
federativa-do-brasil-e-o-governo-
da-republica-da-india-sobre-
cooperacao-na-area-de-meio-
ambiente
Tratados executivos
"self-executing treaties"
 ACORDO ENTRE O GOVERNO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E 
O GOVERNO DA REPÚBLICA POPULAR 
DA CHINA SOBRE A FACILITAÇÃO DA 
CONCESSÃO DE VISTOS PARA HOMENS 
DE NEGÓCIOS
 Feito em Brasília, no dia 16 do mês de julho 
de 2014
 http://dai-mre.serpro.gov.br/atos-
internacionais/bilaterais/2014-
3/atointernacional.2014-08-
05.6636004919

Subjetividade: um mesmo tratado pode ter caráter
executivo para algumas das partes e não para outras.
Exemplo: Acordo militar Brasil-Estados Unidos de
1952.
Um acordo militar com os Estados Unidos, no qual o
Brasil receberia equipamentos militares e serviços
comprometendo-se a fornecer materiais básicos e
estratégicos (urânios) aos americanos.
 Para os EUA foi um acordo executivo, havendo
motivado no Brasil a necessária ratificação.
Tratados executivos
"self-executing treaties"
1. Vontade Comum
 ab-rogação: verifica-se o fenômeno sempre que aparece a intenção 
comum às partes obrigadas por dado tratado de extingui-lo. Pode vir 
expresso no próprio tratado (original) a possibilidade de ab-rogação. 
Ressalte-se que tal possibilidade persiste ainda que o tratado nada 
disponha sobre sua extinção.
 2. Vontade Unilateral
 - Denúncia – ocorre quando uma parte manifesta unilateralmente sua 
vontade de não ser mais parte signatária de um dado tratado, não 
afetando a vigência dos tratados multilaterais. Art 42 e 43 CVDT
 - retratabilidade da denúncia - a denúncia pode ser retratável, desde que 
no curso do prazo de acomodação. Se já teve seus efeitos consumados, 
extinguiu o pacto bilateral ou, no caso do tratado coletivo, já está o 
Estado denunciante fora do domínio jurídico do tratado – não é 
Extinção do Tratado

Treaty making process
66
Falamos de três categorias de tratados, em função da matéria
Tratados internacionais sobre matéria geral
Tratados internacionais executivos (ou acordos executivos)
Tratados internacionais sobre direitos humanos

Questões
A declaração unilateral do Estado visando excluir ou 
modificar o efeito jurídico de certas disposições de 
um tratado internacional é denominada:
 a) denúncia.
 b) exceção de executividade.
 c) renúncia.
 d) reserva.

É o ato jurídico unilateral e solene no qual o sujeito 
partícipe do tratado internacional confirma em 
definitivo a sua vontade, de vincular-se ao tratado, 
obrigando-se internacionalmente:
 a) ab-rogação.
 b) assinatura.
 c) reserva.
 d) ratificação.
Questões
Prof. Ms. Vanessa Toqueiro Ripari
Introdução
A expressão “domínio público internacional” é usada pela doutrina para
denominar os territórios (em sentido lato) que são utilizados por mais de
um Estado soberano, chegando, em alguns casos, até despertar o
interesse de toda a comunidade internacional.
É o que ocorre, por exemplo, com o mar, os rios internacionais, o espaço
aéreo, o continente antártico.
Espaço extra-atmosférico- Chamado também de espaço cósmico, espaço exterior ou
espaço extra-atmosférico, o espaço sideral é singular do ponto de vista jurídico, já que faz
pouco tempo que as atividades humanas naquele ambiente se tornaram realidade, exigindo
da sociedade internacional o estabelecimento de regras de direito internacional que
norteassem este tipo de relações internacionais.
O uso do espaço sideral é disciplinado em direito internacional primordialmente pelos:
-Tratado sobre o espaço exterior de 1967;
- Acordo sobre recolhimento de Astrounatas celebrado em 1968 (devolução dos
astrounautas e objetos lançados no espaço exterior)
-Convenção sobre a reponsabilidade pelos danos causados por engenhos espaciais de
1972;
-Tratado da Lua de 1979
Dispõe os tratados entre outros, que os corpos celestes e o espaço sideral são patrimônio
comum da humanidade e, portanto, de livre acesso e insuscetíveis de apropriação por
qualquer Estado. Estabelece, ademais, o uso pacífico do espaço e corpos celestes e a
proibição expressa de instalação de armas nucleares naquele ambiente.
.
Polo norte - O único interesse é como corredor marítimo e aéreo. Mas, como são águas
de alto mar, o sobrevoo é livre, então não precisa de um tratado, uma disciplina jurídica
particular, pois é só mar.
Antártica – aqui o interesse econômico e estratégico pareceu desde logo mais acentuado.
Três teorias:
1. Teoria dos setores: dividir o continente em inúmeras fatias triangulares, resultantes da
projeção de litorais relativamente próximos – Chile, África do Sul e Austrália – mas
também de alguns outros situados a enorme distância: o do México, o do Paquistão e
Islândia.
2. Teoria da descoberta: Grã-Bretanha e Noruega.
3. Teoria do controle – Estados Unidos
Tratado da Antártica de 1959, firmado em Washington. O Brasil ingressou mediante adesão
em 1975.
Não militarização da Antártica – só deve ser usada para fins pacíficos, como a pesquisa
cientifica e a preservação de recursos biológicos.
.
No âmbito do direito internacional, cada vez mais são debatidos temas 
ligados ao domínio público internacional, conjunto de espaços cujo uso 
interessa a mais de um Estado ou à sociedade internacional como um todo. 
Nesse sentido, não é tema de domínio público internacional:
a) o espaço aéreo
b) o espaço sideral
c) o continente antártico
d) a Sibéria
Julgue os itens que seguem com C (Correta) ou E (Errada) 
03. ( ) O Tratado da Antártida de 1959 expressa que a Antártida é domínio 
público internacional e que será utilizada somente para fins pacíficos. Serão 
proibidas, quaisquer medidas de natureza militar, tais como o 
estabelecimento de bases e fortificações, a realização de manobras militares, 
assim como as experiências com quaisquer tipos de armas.
( ) Existe um tratado que dispõe que a exploração e o uso do espaço 
cósmico, inclusive da Lua e demais corpos celestes, só deverão ter em mira o 
bem e interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu 
desenvolvimento econômico e científico, reconhecendo que a Lua é domínio 
público internacional. 
Direito do Mar
Antes da ONU: Regras costumeiras.
Convenção da ONU sobre Direito do Mar: concluída em 1982, em
Montego Bay (Jamaica), entrando em vigor em 1994. O Brasil ratificou por
intermédio da Lei Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993.
((Vide Decreto nº 4.810, de 2003) - Estabelece normas para operação de
embarcações pesqueiras nas zonas brasileiras de pesca, alto mar e por meio
de acordos internacionais, e dá outras providências.
(Vide Decreto nº 8.400, de 2015) - Estabelece os pontos apropriados para o
traçado da Linha de Base do Brasil ao longo da costa brasileira continental e
insular e dá outras providências.
- o mar territorial,
- - a zona contígua,
- - a zona econômica exclusiva e a
- - plataforma continental brasileiros
- 02. ( ) O domínio marítimo de um país, abrange as águas internas, o mar
territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma
continental.
Do Mar Territorial
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como
indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo
sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo.
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de
passagem inocente no mar territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa
ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenasna
medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou
sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim
prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
§ 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos
regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro.
LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993
Navios de guerra x Navios Mercantes (Comerciais)
Os navios de guerra gozam de imunidade de jurisdição, ou seja, estão
sujeitos a jurisdição do Estado de origem. Gozam de imunidade mesmo
quando em trânsito por mares territoriais alheios ou ancorados em portos
estrangeiros.
Já os navios mercantes, públicos ou privados, estão sujeitos a jurisdição do
espaço onde se encontrem.
ARTIGO 29 (Convenção de Montegobay 1982) Para efeitos da presente
Convenção, ‘navio de guerra’ significa qualquer navio pertencente às forças
armadas de um Estado, que ostente sinais exteriores próprios de navios de
guerra da sua nacionalidade, sob o comando de um oficial devidamente
designado pelo Estado cujo nome figure na correspondente lista de oficiais ou
seu equivalente e cuja tripulação esteja submetida às regras da disciplina
militar.
Mar Territorial
Além do seu território e das águas interiores há uma zona de mar adjacente
que é denominado de Mar Territorial.
Abrange as águas, subsolo e espaço aéreo (art. 2). Aqui a soberania não é
absoluta e ilimitada.
•Há o DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE = O direito de passagem inocente
nada mais é do que o simples ato de uma embarcação, mercantil ou militar,
utilizar-se das águas de um determinado Estado para deslocar-se a um
determinado local (porto). Qualquer abuso a esse direito constitui ato ilícito
internacional. Ressalte-se, que o Estado costeiro pode regulamentar as regras
da passagem inocente, inclusive podendo estabelecer rotas marítimas, mas
nunca negá-la impondo dificuldades ou obrigações exageradas ou não
razoáveis.
•no mar territorial só se pode passar inocentemente; nem o sobrevôo é
permitido.
Deve ser contínua e rápida. Ato simples de passar.
Proibi-se:
- ato de pesca
- atos de propaganda
- entre outros
Aos submarinos manda que naveguem na superfície.
Pode o Estado discriminar navios em função da nacionalidade? Não !!
Aqui, o Estado abstém-se de exercer a jurisdição civil e penal. Exceto
se a infração produz consequenciais sobre a ordem territorial daquele
Estado ou tem a ver com o tráfico de tóxico ainda a pedido do capitão ou
cônsul do Estado de nacionalidade do navio.
CAPÍTULO II
Da Zona Contígua
Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das
doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base
que servem para medir a largura do mar territorial.
Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização
necessárias para:
I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de
imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial;
II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu
mar territorial.
LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993
Zona contígua
Com o objetivo de fiscalizar e proteger seu território e suas águas, a zona
contígua pode ser considerada uma segunda faixa adjacente ao mar
territorial, não podendo ir além de 24 milhas marítimas contadas da mesma
linha de base do mar territorial.
Aqui o Estado pode tomar medidas de fiscalização em defesa do seu
território e de seu mar territorial, no que concerne à alfândega, à imigração,
contrabando, à saúde.
Zona Econômica Exclusiva (“ZEE”)
A ZEE foi regulamentada na Convenção da ONU de 1982, sendo uma faixa adjacente ao mar
territorial que se sobrepõe à zona contígua e possui tamanho devidamente predefinido.
Geralmente, fixa-se o mar territorial em 12 milhas marítimas e a ZEE em 188 milhas marítimas.
Mas pode-se estabelecer um mar territorial maior ou menor, porém quanto menor for o mar
territorial maior será a ZEE e vice-versa. Logicamente, respeitando o limite máximo de 200
milhas marítimas contadas da linha de base. (artigo 57 da Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar)
Sobre a ZEE, o Estado é limitada e especificamente soberano: Exerce direitos de soberania
para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais
existentes na água, no leito e no subsolo. Exerce jurisdição sobre a ZEE em matéria de
preservação do meio ambiente, investigação científica e instalação de ilhas artificiais.
Todos os Estados gozam certas liberdades: (a) navegação (prerrogativa mais ampla que a
passagem inocente); (b) sobrevoo (que acima das águas territoriais – águas interiores +mar
territorial - não é permitido por norma geral alguma); e (c) colocação de cabos ou dutos
submarinos. Não podem explorar economicamente a área, salvo acordos bilaterais ou
regionais com países vizinhos que não possuem litoral (acordos de aproveitamento do
excedente de recursos vivos).
.
ARTIGO 58 da Convenção
Direitos e deveres de outros Estados na zona econômica exclusiva
1. Na zona econômica exclusiva, todos os Estados, quer costeiros quer
sem litoral, gozam, nos termos das disposições da presente Convenção,
das liberdades de navegação e sobrevôo e de colocação de cabos e
dutos submarinos, a que se refere o artigo 87, bem como de outros usos
do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas
liberdades, tais como os ligados à operação de navios, aeronaves,
cabos e dutos submarinos e compatíveis com as demais disposições da
presente Convenção.
ARTIGO 69
Direitos dos Estados sem litoral
1. Os Estados sem litoral terão o direito a participar, numa base equitativa, 
no aproveitamento de uma parte apropriada dos excedentes dos recursos 
vivos das zonas econômicas exclusivas dos Estado costeiros da mesma 
sub-região ou região, tendo em conta os fatores econômicos e geográficos 
pertinentes de todos os Estados interessados e de conformidade com as 
disposições do presente artigo e dos artigos 61 e 62.
2. Os termos e condições desta participação devem ser estabelecidos pelos 
Estados interessados por meio de acordos bilaterais, sub-regionais ou 
regionais.
Zona Econômica Exclusiva (“ZEE”)
Os Estados sem litoral, como Paraguai e Bolívia participam em base
equitativa do excedente dos recursos vivos (e não minerais) das ZEE de
seus vizinhos. Mediante acordos regionais ou bilaterais que traçarão
condições.
.
Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa 
que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a 
partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar 
territorial.
Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de 
soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e 
gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas 
sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no 
que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao 
aproveitamento da zona para fins econômicos.
Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua 
jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação 
científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem 
como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas 
artificiais, instalações e estruturas.
LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993
.
Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona 
econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados 
com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da 
legislação em vigor que regula a matéria.
Art. 9º A realização por outros Estados, na zona econômica 
exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que 
impliquem o uso de armas ou explosivas, somente poderá ocorrer 
com o consentimento do Governo brasileiro.
Art. 10. É reconhecidos a todos os Estadoso gozo, na zona 
econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevôo, bem 
como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados 
com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de 
navios e aeronaves.
.
Com relação à legislação pátria sobre o mar territorial e a zona econômica
exclusiva (Lei nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993), assinale a opção
CORRETA:
a) A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo
sobrejacente, mas não ao seu leito e subsolo.
b) A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se
estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas
de base.
c) Não é reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de
passagem inocente no mar territorial brasileiro.
d) O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de 200 milhas
marítimas de largura, medidas a partir da linha de base.
CAPÍTULO IV
Da Plataforma Continental
Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas
que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de
seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de
duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar
territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade com os
critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar,
celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982.
Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos
de exploração dos recursos naturais.
Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e outros
não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a espécies
sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu
subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo.
LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993
Plataforma Continental
A plataforma continental é aquela determinada parte do leito do mar adjacente à
costa, que geralmente não possui mais do que 200 metros de profundidade. A
plataforma continental termina em inclinações abruptas que conduzem ao que
se denomina fundo marinho.
O Estado costeiro exerce sua soberania no que se diz respeito à exploração
de recursos naturais das plataformas continentais e o seu respectivo
subsolo. É importante frisar que os Estados costeiros possuem direitos
econômicos exclusivos, que independem de ocupação da plataforma ou
de qualquer pronunciamento dos demais.
De acordo com a Convenção da ONU de 1982, a plataforma continental possui
como limite o mesmo da ZEE (200 milhas marítimas a partir da linha da base,
salvo exceções).
Os direitos de soberania sobre os recursos na plataforma continental são
exclusivos e independentes da sua ocupação, real ou fictícia, ou de qualquer
declaração expressa, conforme estabelecido nos artigos 77º e 81º da
Convenção.
São exclusivos, porque se o Estado costeiro não explora a plataforma
continental ou não aproveita os recursos naturais da mesma, ninguém pode
empreender esse tipo de atividades sem o expresso consentimento desse
Estado.
- Guerra da lagosta em 1963 – Brasil x França
Aconteceu em 1963 uma disputa entre França e Brasil. Naquele tempo o mar
territorial era de 6 milhas. E boa parte da plataforma ficava sobre águas de alto
mar. Um belo dia a França começou a enviar embarcações para recolher
lagostas. Até que o Brasil disse que o habitat da lagosta não é a água, mas o
leito do mar. A lagosta não nada, mas rasteja. Portanto os franceses estavam
recolhendo não das águas de alto mar, mas da plataforma continental brasileira.
Houve um incidente diplomático, e, a partir de então, França e Brasil entravam
em acordo para que a lagosta fosse colhida. A plataforma continental é o leito
do mar.
Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito 
exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio 
marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, 
instalações e estruturas.
§ 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser conduzida por 
outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da 
legislação em vigor que regula a matéria.
§ 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na 
plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins.
Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na 
plataforma continental.
§ 1º O traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental 
dependerá do consentimento do Governo brasileiro.
§ 2º O Governo brasileiro poderá estabelecer condições para a colocação dos cabos e 
dutos que penetrem seu território ou seu mar territorial.
LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993
(FGV-2012-OAB- Exame de Ordem Unificado VII) Após assaltar uma embarcação turística a 5 
milhas náuticas da costa do Maranhão, um bando de piratas consegue fugir com joias e dinheiro 
em duas embarcações leves motorizadas. Comunicadas rapidamente do ocorrido, duas lanchas 
da Marinha que patrulhavam a área perseguiram e alcançaram uma das embarcações a 10 
milhas náuticas das linhas de base a partir das quais se mede o mar territorial. A segunda 
embarcação, no entanto, só foi alcançada a 14 milhas náuticas das linhas de base. Ao final, 
todos os assaltantes foram presos e, já em terra, entregues à Polícia Federal. Com base no 
caso hipotético acima, é correto afirmar que:
a) a prisão da primeira embarcação é legal, mas não a da segunda, pois a jurisdição brasileira 
se esgota nos limites de seu mar territorial, que é de 12 milhas náuticas contadas das linhas de 
base.
b) as duas prisões são ilegais, pois a competência para reprimir crimes em águas jurisdicionais 
brasileiras pertence exclusivamente à Divisão de Polícia Aérea, Marítima e de Fronteira do 
Departamento de Polícia Federal.
c) as duas prisões são legais, pois a primeira embarcação foi interceptada dentro dos limites do 
mar territorial e a segunda dentro dos limites da zona contígua, onde os Estados podem tomar 
medidas para reprimir as infrações às leis de seu território.
d) a primeira prisão é ilegal, pois ocorreu em mar territorial, área de competência exclusiva da 
Polícia Federal, e a segunda prisão é legal, pois ocorreu em zona contígua, onde a competência 
para reprimir qualquer ato que afete a segurança nacional passa a ser da Marinha
Fundos Marinhos
Entende-se por área o leito do mar que fica embaixo da água de alto mar. Não
está dentro dos limites da jurisdição nacional. Sobre a área estão as águas de
do alto mar e o espaço aéreo correspondente. Caracteriza-se pelos recursos
minerais. Sobre essa área, a Convenção de Montego Bay instituiu
uma autoridade internacional dos fundos marinhos para administrar esses
recursos, uma organização da comunidade dos Estados que aderiram à
convenção. Comunidade internacional dos fundos marinhos
Esta área não possui jurisdição nacional, ou seja, ela fica além das
plataformas continentais.
Esta área é patrimônio comum da humanidade, apesar da existência de
pretensões diversas, como a dos Estados Unidos, que defendiam que este
território deveria constituir-se como res nullius – ou seja, quem tivesse condição
(tecnológica, econômica, etc.) poderia explorá-la individualmente.
Fundos Marinhos
Assim, foi instituída uma AUTORIDADE INTERNACIONAL DOS FUNDOS
MARINHOS (ISA), sede na Jamaica, que é formada por todos os Estados-
membros da Convenção da ONU de 1982, responsável por administrara
área. Desse modo, a exploração é feita pelos Estados sob o controle de uma OI
por intermédio da empresa – seu órgão operacional.
Alto Mar
Alto mar corresponde a todas as partes do mar, excluídos a zona econômica
exclusiva, o mar territorial, as águas interiores e as águas arquipelágicas de um
Estado arquipélago, sobre os quais não incide o poder soberano de qualquer
Estado.
O principio da liberdade determina o pleno acesso,
para fins pacíficos, de todos os Estados, costeiros ou sem litoral, ao alto-mar,
nos termos da Convenção de 1982:
a-) liberdade de navegação
b-) liberdade de sobrevoo
c-) liberdade de colocar cabos e dutos submarinos
d-) liberdade de construir ilhas artificiais e outras
instalações
e-) liberdade de pesca
f-) liberdade de investigação científica
Alto-Mar
O alto-mar deve ser utilizado para fins pacíficos. Todos os Estados mutualmente se
responsabilizam pela conservação dos recursos vivos do mar, total repressão ao tráfico de
drogas, do trânsito e comércio ilícito de drogas, da pirataria (fins privados), de impedir e
punir o transporte de escravos, entre outras condutas estabelecidas como ilegais.
A Convenção de 1982, no que diz respeito à nacionalidade, estipulou que há sempre um
vínculo substancial entre o Estado e o navio que carrega sua bandeira.
Desta maneira, sempre que um navio estiver em alto mar, presume-se que este se encontra
sob a jurisdição de seu Estado.
Canais
Também são corredores que facilitam o transito entre 2 espaços marítimos. Contudo, não
constituem obra da natureza e, portanto, seu regime jurídico está sujeito ao Estado que
efetivamente o construiu.
Desta maneira, é comum que sejam construídos canais em regiões de Estados que
não possuem condições de arcar com tais despesas de construção. Nesses casos,
nada impede que outros Estados que possuem maiores condições financeiras de arcar
com a construção dos canais, o façam, exercendo considerável influência no âmbito do
regime jurídico a ser adotado pelos usuários do canal.
Exemplo: O canal do Panamá foi construído pelos EUA em 1914.
Posteriormente, Estados Unidos e Panamá reviram o tratado, por intermédio de um
segundo tratado sobre o canal (1977), o qual deveria ter restituído o exercício da soberania
sobre o canal ao Panamá.
O canal de Suez, no Egito.
Rios Internacionais
Francisco Rezek: “Todo curso d’água que banha mais de um Estado soberano”.
O interesse despertado pelos rios internacionais resumiu-se na comodidade do
transporte fluvial.
Os mais importantes rios internacionais da América do Sul – o Amazonas e
O rio da Prata ( rio Paraná, rio Paraguai e o rio Uruguai) – encontram-se abertos à
navegação comercial, em bases não discriminatórias, por força de tratados
bilaterais e, no caso do Amazona, pelo ato unilateral de 1866. (decreto imperial que
abriu aos navios mercantes de todas as bandeiras as águas brasileiras do
Amazonas)
Outro regime jurídico é do rio Danúbio, que banha Alemanha, a Áustria, a
Eslováquia, a Hungria, a Croácia, a Sérvia, a Romênia, a Bulgária, a Moldávia e a
Ucrânia. A navegação é livre, mas a administração cabe aos Estados ribeirinhos.
Comissão Europeia do Danúbio.
(CESPE – 2011- TRF 5 REGIÃO – JUIZ - Adaptada) O domínio público 
internacional refere-se a espaços de interesse geral pertencentes a todas as 
nações. A respeito desse assunto, assinale a opção correta com base nos 
tratados e convenções pertinentes:
a) O espaço aéreo não é considerado domínio público internacional.
b) A Antártica é considerada domínio público internacional cujo uso deve 
destinar-se a fins científicos e militares.
c) É juridicamente possível o domínio privado dos corpos celestes.
d) Os rios internacionais, como, por exemplo, o Danúbio, na Europa, 
podem ser considerados de domínio público internacional.
( CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal) No que se refere ao 
domínio público marítimo internacional, assinale a opção correta.
a) Nos termos da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, os 
Estados sem litoral devem ter direito reconhecido de participar do 
aproveitamento do excedente dos recursos vivos das zonas econômicas 
exclusivas dos Estados costeiros da mesma região, independentemente de 
acordos.
b) Conforme a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a 
soberania do Estado costeiro sobre o mar territorial estende-se ao espaço 
aéreo sobrejacente a este, bem como ao leito e ao subsolo desse mar.
c) Os Estados exercem soberania sobre suas águas interiores, ainda que 
estejam obrigados a assegurar o direito de passagem inocente em favor 
dos navios mercantes, mas não dos navios de guerra.
d) Na plataforma continental, os Estados possuem direitos de soberania 
no tocante à exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais, mas 
a falta de utilização e exploração desses direitos em qualquer de suas 
formas autoriza outros Estados ao seu exercício, ainda que sem 
consentimento expresso.
Domínio Aéreo
Definição de aeronave: engenho que se mantém na atmosfera graças à
resistência do ar. Balão também é considerado aeronave.
A primeira tentativa de codificação veio com a Convenção de Paris de 1919.
Ela criava parâmetros e limitava a liberdade dos Estados de celebrar tratados
sobre o assunto. O regime do espaço aéreo é regido por regras gerais, mas a
dinâmica é ditada pelos entendimentos bilaterais entre os Estados.
Após veio a Convenção de Varsóvia de 1929 regula tudo aquilo que seja
responsabilidade do transportador: desvio de bagagem, acidentes aéreos,
atrasos de voo, etc. Está em vigor até hoje. Fixa montantes de indenização
quando se perde a bagagem. É interpretada junto com outros dispositivos legais
como o Código de Defesa do Consumidor
.
Depois veio a Convenção de Chicago de 1944 sobre Aviação Civil Internacional.
Assume o mesmo modelo da Convenção de Paris: regras gerais que limitam
liberdades dos Estados para celebrar tratados sobre aviação civil internacional.
Convenção sobre o Direito do Mar criam regras para a aviação internacional na
medida em que proíbem o sobrevoo sobre o mar territorial dos Estados.
Como se delimita o espaço aéreo do Estado? Sobre o mar territorial, o Estado
exerce soberania exclusiva. Mas até que altura? Não existe. Por que existe
essa regra? Em função da segurança territorial, que independe da altura.
Também não existem fronteiras aéreas, que são determinadas de acordo com
as fronteiras terrestres e marítimas. Tudo é tomado por aproximação. Por isso
que muitas vezes os Estados adentram no espaço aéreo de outro sem
permissão.
.
No espaço aéreo internacional, os Estados têm direito de soberania sobre seu
território e sobre seu mar territorial. O Estado não tem direito de soberania sobre
nenhum outro espaço afeto à sua soberania, como a plataforma continental, a zona
econômica exclusiva ou a zona contígua.
Os direitos de soberania terminam no mar territorial. O restante é espaço aéreo
internacional. Senhor absoluto do território e mar territorial, não há um direito de
passagem inocente, só libera à aviação de outros países mediante a celebração de
tratados ou permissões avulsas.
Os Estados podem sobrevoar livremente o alto mar. A Convenção diz que sobre o alto
mar as aeronaves estão sujeitas às regras da OACI*. Ainda que haja o princípio da
liberdade, um Estado, na prática, está sujeito às orientações do Estado de aproximação.
* A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) é uma organização internacional
com sede em Montreal. Não tem competência executória, não pode fiscalizar o
cumprimento das regras das convenções de Chicago de supervisão aérea. São os
Estados que fiscalizam se suas aeronaves estão cumprindo as regras de aviação
internacional. A OACI busca uniformizar regras, dando assistência técnica, tem um
órgão de solução de conflitos internacionais, que é um fórum de solução de conflitos
aberto aos Estados. Se não houver entendimento, os Estados vão à Corte Internacional
de Justiça.
São instituídaspelas Convenções de Chicago.
1. Primeira liberdade: liberdade de sobrevoo do território;
2. Segunda liberdade: liberdade de escala técnica, quando for necessário o pouso;
3. Terceira liberdade: liberdade de desembarcar passageiros e mercadorias provenientes do 
Estado de nacionalidade da aeronave;
4. Quarta liberdade: liberdade de embarque de passageiros e mercadorias com destino ao 
Estado de nacionalidade da aeronave;
5. Quinta liberdade: liberdade de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias 
com destino a ou provenientes de outros países membros da OACI.
Só pelo fato de ser membro da Convenção de Chicago, o Estado já tem o direito de sobrevoo e 
de escala técnica, que são as duas primeiras liberdades. 
Essas duas liberdades são as únicas que decorrem diretamente das Convenções. As outras 
decorrem de entendimentos bilaterais.
.
A terceira, então, é a liberdade de desembarcar passageiros e mercadorias que provenham
do Estado de nacionalidade da aeronave.
A quarta liberdade é a de embarque de passageiros e mercadorias com destino ao Estado
de nacionalidade da aeronave. Exemplo: é direito da TAM de embarcar, no aeroporto de
Paris, pessoas com destino ao Estado de nacionalidade da aeronave, que é o Brasil.
A quinta liberdade é a mais ampla. É a liberdade de embarque e desembarque de
passageiros e mercadorias com destino a ou provenientes de outros países membros da
OACI. É a que permite que passageiros peguem o avião da Aerolineas da Argentina no Rio
de Janeiro e desembarquem na cidade de Santiago no Chile. Significa que as relações do
Brasil com Argentina vão até a quinta liberdade.
*Essas regras só se aplicam às aeronaves civis - Aeronave civil serve a propósitos
comerciais. As aeronaves militares sobrevoam normalmente o território.
Toda aeronave tem que ter uma nacionalidade, e apenas uma. Não é como a nacionalidade
do indivíduo. Para as aeronaves, assim como para os navios, a “nacionalidade” é um o
vínculo de sujeição administrativa ao Estado.
.
NASCIMENTO DURANTE O VOO - Cabe ao comandante registrar no Diário de Bordo o
nascimento, indicando a data, hora, local, sexo, e demais informações que possa obter, tais
como, filiação, avós paternos e maternos e o nome do declarante. Desse registro deverá ser
extraída cópia para ser efetuada a transcrição do nascimento no cartório competente da
comarca do primeiro pouso efetuado após o nascimento (art. 173 do Código Brasileiro de
Aeronáutica). Toda pessoa nascida a bordo de aeronave brasileira terá sempre a
nacionalidade brasileira, devido o princípio do “jus soli” adotado pela lei brasileira, mas,
também poderá ter a nacionalidade dos pais ou de cada um dos pais na hipótese de ser
adotado o princípio “jus sanguinis” que faz firmar a nacionalidade pela descendência.
“AAmazônia Azul”
https://www.mar.mil.br/hotsites/amazonia_azul/index.html
ANAC
https://www.anac.gov.br/A_Anac/internacional/acordos-internacionais/1111acordos-de-
servicos-aereos-1/acordos-bilaterais
https://www.mar.mil.br/hotsites/amazonia_azul/index.html
https://www.anac.gov.br/A_Anac/internacional/acordos-internacionais/1111acordos-de-servicos-aereos-1/acordos-bilaterais
https://www.anac.gov.br/A_Anac/internacional/acordos-internacionais/1111acordos-de-servicos-aereos-1/acordos-bilaterais
Curso de Direito Internacional 
Público
Nacionalidade
Prof. Ms. Vanessa Toqueiro Ripari
1. Nacionalidade
1. Introdução
2. Nacionalidade brasileira
1. Aquisição da nacionalidade brasileira
1. Originária (brasileiros natos)
2. Derivada (brasileiros naturalizado)
2. Estatuto da igualdade Brasil – Portugal
3. Perda da nacionalidade brasileira
Plano da aula
 Introdução: o Estado, tradicionalmente, tem três
elementos: território, povo e soberania. Assim, o
povo, que é o coletivo dos nacionais, é elemento
definidor do Estado, daí a importância de
estudarmos o seu conceito.
 Nacionalidade – conceito: “Nacionalidade é um vínculo
político entre o Estado soberano e o indivíduo, que faz
deste um membro da comunidade constitutiva da
dimensão pessoal do Estado” (Francisco Rezek)
 Por se tratar de matéria de soberania do Estado, cabe
a cada Estado definir os critérios de definição de seus
nacionais, conforme as leis nacionais.
Nacionalidade
 DUDH 1948, art. 15 – O Estado não pode arbitrariamente privar
o indivíduo de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade. Todo indivíduo tem direito a uma nacionalidade.
 A nacionalidade é um direito humano previsto no art. 24. 3 do
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966: “Toda
criança terá o direito de adquirir uma nacionalidade.”
 Princípio da efetividade: o vínculo patrial não deve fundar-se
na pura formalidade ou no artifício, mas na existência de laços
sociais consistentes entre o indivíduo e o Estado.
Nacionalidade
 Critérios de aquisição
 Ius soli: conforme o território onde nasce
 Ius sanguini: conforme a nacionalidade dos
genitores
Obs.: a nacionalidade é atribuída apenas à pessoa
natural (pessoa jurídica tem sede, não
nacionalidade), apenas pelo Estado (organizações
internacionais não têm nacionalidade)
Nacionalidade
 Classificação
 Nacionalidade originária: é aquela ocorrida no momento do
nascimento, de acordo com o território onde nasce (ius soli)
e/ou pais (ius sanguini) . Daí falar de brasileiro “nato”.
 Nacionalidade derivada: é aquela decorrente de um fato
posterior ao nascimento, geralmente, por meio de um processo
perante a autoridade nacional competente. O requerente já
possui uma nacionalidade.
Nacionalidade
Nacionalidade brasileira
Art. 12. São brasileiros:
I - natos: Nacionalidade originária
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país; (os filhos de pais estrangeiros a serviço de seus pais – ex.
diplomatas – terão a nacionalidade dos pais, por força do costume internacional)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil; (é o reflexo do costume internacional acima mencionado
aplicado para os filhos de diplomatas brasileiros; os filhos de diplomata brasileiro nascidos no
exterior são brasileiros NATOS independentemente de ato de vontade)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) (ainda que nascidos no exterior, serão brasileiros
NATOS mediante ato de vontade, em registro na repartição consular ou estabelecendo residência no
Brasil)
Nacionalidade brasileira
Art. 12. São brasileiros:
II - naturalizados: (nacionalidade derivada)
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, 
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
*Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, 
Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram 
a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, 
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Nacionalidade brasileira
Estatuto da Igualdade
DECRETO Nº 3.927, DE 19 DE SETEMBRO DE 2001. Promulga o 
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República 
Federativa do Brasil e a República Portuguesa,celebrado em Porto 
Seguro em 22 de abril de 2000.
Artigo 13
1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em 
Portugal e por portugueses no Brasil não implicará em perda das 
respectivas nacionalidades.
(...)
Artigo 17
1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e 
por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem 
três anos de residência habitual e depende de requerimento à 
autoridade competente.
2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as 
pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de 
direitos equivalentes.
3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na 
suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da 
nacionalidade.
Atenção: a diferença dos 
portugueses em relação aos 
outros nacionais de P.L.P. é 
que têm uma condição mais 
favorável para gozar dos 
direitos políticos. Não 
necessitam naturalizar-se.
Porém, um período maior, 
três anos.
Obs: o tratado impede o 
duplo gozo de direitos 
políticos. Assim, caso seja 
deferido o gozo no país de 
residência, o requisitante terá 
os direitos suspensos no país 
de nacionalidade.
 Desta forma o cidadão Português, com residência
habitual no Brasil, que deseja adquirir igualdade de
direitos e deveres como o brasileiro, pode requerer
ao Ministério da Justiça, o qual a reconhecerá por
decisão do Ministro da Justiça, mediante Portaria.
 Ressalte-se que, neste caso, não se trata de
processo de naturalização, porque adquirida a
igualdade/gozo de direitos, o cidadão português
mantém a nacionalidade portuguesa.
Portugueses regime de igualdade 
x brasileiro naturalizado
 Portugueses ficam sujeitos à expulsão, e mesmo à
extradição, quando requerida pelo governo de
Portugal. (veremos adiante que o Brasil é um dos
países majoritários que somente extraditavam
estrangeiros)
 No exterior em suas relações com terceiros países, é
Portugal, e não o Brasil, que pode dar-lhe proteção
diplomática.
 Entretanto, pode votar e ser votado, bem como
ingressar no serviço público do mesmo modo que o
brasileiro. (exceto os privativos de brasileiro nato)
Portugueses regime de igualdade 
x brasileiro naturalizado
 O Estatuto da Igualdade como já visto traz um estatuto privilegiado 
aos portugueses em relação aos demais estrangeiros, que pode ter no 
Brasil direitos civis e políticos, claro com algumas ressalvas dos 
cargos que a CF reserva aos nacionais natos - Art. 12...
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
 I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
 II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
 III - de Presidente do Senado Federal;
 IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
 V - da carreira diplomática;
 VI - de oficial das Forças Armadas.
 VII - de Ministro de Estado da Defesa.
Portugueses regime de igualdade 
x brasileiro naturalizado
Nacionalidade brasileira
Art. 12 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional;
Portanto, brasileiro nato, ainda que cometa atividade nociva ao interesse nacional, não perde sua 
nacionalidade, por ser originária. Apenas aqueles que se adquiririam a nacionalidade por naturalização.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 
3, de 1994)
Ex. Brasileira casa-se com espanhol e requer a nacionalidade espanhola, pela sua condição de cônjuge.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 3, de 1994)
Ex. brasileiro neto de italiano requer a naturalização (o “passaporte europeu”) é como se fosse italiano 
originário.
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, 
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Ex. País restringe o direito de trabalhar apenas a nacionais. A aquisição da nacionalidade desse país será 
condição para que exerça o direito de trabalhar.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm#art12§4ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm#art12§4ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm#art12§4ii
 Vários jogadores brasileiros, voluntariamente, adquiriram outra 
nacionalidade, por naturalização, para ganhar alguns benefícios 
no país em que jogam,ou até mesmo muitas vezes é condição 
para que possa ingressar em algum time que assuma a 
cidadania de algum país europeu, pois algumas equipes já 
teriam “estourado” o limite de estrangeiros. e aí perdem a 
nacionalidade brasileira?
 Geroge Marmelstein, Juiz Federal e Professor entende que não, 
A única possibilidade de perder a nacionalidade brasileira é se 
ele simplesmente optou pela espanhola, sem relevante motivo 
jurídico para isto..
Nacionalidade e Futebol
Tribunal de Justiça/SP - Escrevente – 2015 (Vunesp)
47. Ricardo, cuja mãe é brasileira e cujo pai é chileno, nasceu no México, 
durante uma viagem de sua mãe a esse país, a serviço do Brasil. Nos 
termos da Constituição Federal, Ricardo
(A) é brasileiro nato.
(B) poderá naturalizar-se brasileiro caso venha a residir por pelo menos 1 
ano ininterrupto no Brasil.
(C) poderá naturalizar-se brasileiro caso opte, a qualquer tempo, pela 
nacionalidade brasileira, ainda que resida no estrangeiro.
(D) será considerado brasileiro nato, desde que sua mãe retorne ao Brasil 
imediatamente após o término do serviço.
(E) não poderá naturalizar-se brasileiro, uma vez que seu pai é chileno.
Questões sobre 
nacionalidade brasileira
Tribunal de Justiça/SP - Escrevente – 2015 (Vunesp)
47. Ricardo, cuja mãe é brasileira e cujo pai é chileno, nasceu no México, 
durante uma viagem de sua mãe a esse país, a serviço do Brasil. Nos 
termos da Constituição Federal, Ricardo
 (A) é brasileiro nato. 
 (art. 12, I, b, da CF). Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil;
Questões sobre 
nacionalidade brasileira
 a Proteção do Apátrida e da Redução da Apátrida
 Art. 26. Regulamento disporá sobre instituto protetivo especial do apátrida,
consolidado em processo simplificado de naturalização.
 § 1º O processo de que trata o caput será iniciado tão logo seja reconhecida a
situação de apátrida.
 § 2º Durante a tramitação do processo de reconhecimento da condição de
apátrida, incidem todas as garantias e mecanismos protetivos e de facilitação
da inclusão social relativos à Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas de
1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002 , à
Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, promulgada pelo Decreto nº
50.215, de 28 de janeiro de 1961 , e à Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 .
 § 7º Caso o apátrida opte pela naturalização, a decisão sobre o
reconhecimento será encaminhada ao órgão competente do Poder Executivo
para publicação dos atos necessários à efetivação da naturalização no prazo
de 30 (trinta) dias, observado o art. 65.
 § 8º O apátrida reconhecido que não opte pela naturalização imediata terá a
autorização de residência outorgada em caráter definitivo.
LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4246.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D50215.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9474.htm
 CAPÍTULO VI
DA OPÇÃO DE NACIONALIDADE E DA NATURALIZAÇÃO
 Seção I
Da Opção de Nacionalidade
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