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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COORDENAÇÃO DE ASSUNTOS PEDAGÓGICOS I CIRCULO DE ESTUDOS DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL RELATÓRIO - 1976- PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Ernesto Geisel MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CULTURA Ney Aminthas de Barros Braga SECRETÁRIO-GERAL Euro Brandão DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO José Torquato Caiado Jardim COORDENADORA DA ASSESSORA TÉCNICA Julcelina Friaça Teixeira COORDENADORA DE ASSUNTOS PEDAGÓGICOS Uma Passos Alencastro Veiga EQUIPE TÉCNICA • Consultora: Sonia Maria Ferreira • Assessoras: Amabile Pierroti Rita Xavier Barreto APRESENTAÇÃO A implantação do ensino, prevista na Lei 5.692/71, exige dos educadores brasileiros repensar as definições e conceitos pedagógicos, as atitudes e comportamentos face à realidade do processo educacional em nosso País. Busca-se um modelo de educação genuinamente brasileiro, con- dizente com o nosso momento histórico, caracterizado por um ritmo acelerado de desenvolvimento. Os modelos educacionais existentes, consultados como ponto de reflexão, já se revelaram pouco adequados à realidade nacional. Resta enfrentar o desafio à criatividade, oferecida pela Lei, para, numa conju- gação de esforços, delinear os rumos da educação que nos convém. Consciente de seu papel de órgão da administração central, res- ponsável pela coordenação e supervisão do ensino de 2o. grau, o Depar- tamento de Ensino Médio reconhece que, por intermédio do debate amplo com educadores, será possível a reelaboração de conceitos a fim de permitir a formulação do modelo desejado. Assim, constitui parte de sua programação realizar encontros, seminários, reuniões, círculos de estudo, procurando unidade conceitual básica às inovações psicopedagógicas e administrativas. Como resultado do I Círculo de Estudos sobre Orientação Edu- cacional, realizado em Brasília, no período de 8 a 10 de junho do corrente ano, envolvendo um grupo de especialistas em Orientação Educacional, o Departamento de Ensino Médio tem o prazer de apresentar este Relatório. Nele, os educadores encontrarão algumas posições inovadoras que traduzem o pensamento de Orientadores Educacionais responsáveis pelo acompanhamento do educando no processo contínuo de autodescoberta. Espera-se que críticas e novas colaborações sejam acrescentadas ao documento de modo a se constituírem subsídios para o modelo buscado, particularmente para o sistema de ensino de 2o. grau brasileiro, no campo da Orientação Educacional. • INTRODUÇÃO • 1. PLANEJAMENTO 1.1 Pesquisa Bibliográfica 1.2 Coleta de Dados 1.3 Programação de Atividades 1.3.1 Seleção de Temas 1.3.2 Recursos Envolvidos • 2. EXECUÇÃO 2.1.1 Tema I 2.1.2 Tema II 2.1.3 Tema III 2.1.4 Tema IV 2.1.5 Tema V 2.1.6 Tema VI 2.1.7 Tema VII 2.1.8 Tema VIII 2.1.9 Tema IX 2.1.10 Síntese • 3. AVALIAÇÃO 3.1 Considerações Gerais 3.2 Avaliação Parcial 3.3 Avaliação Global 3.3.1 Conclusão • 4. ACOMPANHAMENTO 4.1 Considerações Gerais • 5. ANEXOS I Programa II Publicações distribuídas III Lista de Participantes INTRODUÇÃO O I Círculo de Estudos de Orientação Educacional — I CEOE, promovido pelo Departamento de Ensino Médio, teve como objetivo refletir sobre a Orientação Educacional como processo de ação integrada. Este é o primeiro de uma série de outros Círculos de Estudo, previstos na programação de atividades do Departamento de Ensino Médio, específicos para a Orientação Educacional, procurando a ade- quação de seus princípios, conceitos e técnicas à filosofia do ensino de 2o. grau, formulada pela Lei 5.692/71. Ao estabelecer-se esta programação de atividades, tomou-se como referência básica o documento "Ensino de 2o. grau — Bases de Ação", do DEM, editado em 1973, que, naquela época, ao procurar delinear as linhas de ação para a implantação do ensino médio, preo- cupava-se em "estabelecer uma base conceitual assim como definir os objetivos gerais do processo de Orientação Educacional", justificando que "tal necessidade, inerente a toda tarefa de explicitação de linhas de ação, agrava-se, no caso, pelas distorções tradicionais existentes, tanto na concepção, quanto na ação da Orientação Educacional". A busca de uma base conceitual envolveu a pesquisa de uma bibliografia especializada que permitiu a formulação de um quadro de referências teórico-práticas da situação brasileira nesta área da educação. Tornou-se necessário, a partir daí, o debate amplo com especialistas, instituições especializadas e órgãos de classe, capazes de contribuir, em termos de realidade nacional, para a formulação da base conceitual desejada. Para o I Círculo de Estudos de Orientação Educacional foram convidados os diversos Departamentos do Ministério da Educação e Cultura (DEF, DAU e DSU), Associação de Orientação Educacional/ DF, Federação Nacional de Orientadores Educacionais, Universidades de Brasília e a Fundação Educacional do Distrito Federal. Dos contatos iniciais foram estabelecidos, a partir de um tema gerador para debates, os seguintes subtemas: a) Conceito, Natureza e Filosofia da Orientação Educacional; b) Fatores Bio-psico-sociais como Determinantes da Escolha Profissional; c) Elementos Integrantes do Processo de Orientação Educa- cional; d) Situação da Orientação Educacional como Processo no Ensino de 2o. Grau; e) Situação da Orientação Educacional como Processo e como Formação no Ensino de 3o. Grau; f) Situação de Orientação Educacional como Processo no Ensino Supletivo; g) Ação Integrada da Orientação Educacional X Supervisão Pe- dagógica X Administração Escolar X Comunidade como Processo. h) Orientação Educacional como processo contínuo no ensino de 1o., 2o. e 3o. graus. A programação prevista foi desenvolvida segundo uma metodo- logia própria e as atividades realizadas numa abordagem teórico-prática dos subtemas propostos. Este Relatório procura apresentar em detalhes, as atividades téc- nicas desenvolvidas durante a realização do Círculo de Estudos de Orientação Educacional, promovido pelo Departamento de Ensino Médio do Ministério da Educação.e Cultura. 1. PLANEJAMENTO A fase de planejamento do I Círculo de Estudos de Orientação Edu- cacional - I CEOE - como Processo de Ação Integrada, caracterizando-se, por sua vez, como a 1a. etapa de estudos do próprio círculo, envolveu três momentos: — pesquisa bibliográfica — pesquisa de realidade — programação de atividades Nesta fase, foram levantados os recursos humanos, materiais e finan- ceiros necessários ao desenvolvimento do I CEOE 1.1 Pesquisa Bibliográfica Objetivando uma reflexão teórico-prática sobre Orientação Edu- cacional, realizou-se consulta nas seguintes fontes bibliográficas: 1.1.1 CS. HALL e G. Lindsey, Teorias da Personalidade, São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 1.1.2 BENJAMIM MATTIAZZI, A Natureza dos Interesses e a Orientação Vocacional, Petrópolis, Editora Vozes, 1974. 1.1.3 ROBERT L. GIBSON, Orientação Para a Escolha Profissional, São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária Ltda. 1975. 1.1.4 HATCH Y COSTAR, Atividades de Orientación en Ia escuela primaria, México, Editorial Limusa, 1974. 1.1.5 LUIZ ANTONIO RODRIGUES DA CUNHA, Política Edu-cional no Brasil: A Profissionalização no Ensino Médio, Rio de Janeiro, Editora Eldorado, 1972. 1.1.6 O.P. ESTEVES, Testes, Medidas e Avaliação Rio de Janeiro, Arte e Indústria, Editora Ltda, 1974. 1.1.7 JAMES M. SAWREY e CHARLES W. TEL FORD, Psicologia Educacional, Rio de Janeiro, ao Livro Técnico S.A., 1970. 1.1.8 C. WEINBERG Y OTROS, Orientación Educacional Sus Fundamentos Sociales, Buenos Aires, Editorial Paidós, 1972. 1.1.9 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DEPARTA- MENTO DE ENSINO MÉDIO, Do Ensino de 2o. Grau - Perspectivas-Diretrizes, Brasilia, D.D.D./DEM - 1975. 1.1.10 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DEPARTA MENTO DE ENSINO MÉDIO,Ensino de 2o. Grau: Bases de Ação,Brasília, D.D.D./DEM - 1973. 1.2 Coleta de dados Com o objetivo de refletir sobre Orientação Educacional como processo de ação integrada, realizou-se uma pesquisa de realidade, relativa ao processo de Orientação Educacional nos três níveis de ensino, 1o., 2o. e 3o. Graus, bem como relativos à modalidade de Ensino Suple- tivo, por meio de contato com os seguintes órgãos: - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA — Secretaria Geral — Departamento de Ensino Fundamental — Departamento de Ensino Médio — Departamento de Assuntos Universitários — Departamento de Assistência ao Educando — Departamento de Ensino Supletivo. - FEDERAÇÃO NACIONAL DE ORIENTADORES EDUCA- CIONAIS - ASSOCIAÇÃO DE O. E. DO DISTRITO FEDERAL - UNIVERSIDADES — Universidade de Brasília — Centro de Ensino Unificado de Brasília — Universidade do Distrito Federal — Faculdade Católica de Ciências Humanas de Brasília — União Pioneira de Integração Social - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO DISTRITO FEDERAL - MINISTÉRIO DO TRABALHO - SENAI — SENAC - TELEBRÁS 1.3 Programação de atividades 1.3.1 Seleção de Temas Para uma abordagem mais teórica, selecionaram-se os seguintes temas: — Conceito, Natureza e Filosofia da Orientação Educa- cional; — Fatores determinantes da escolha profissional; — Elementos integrantes do processo de Orientação Edu- cacional. Para uma abordagem mais prática, propuseram-se os temas seguintes: — A Orientação Educacional no Ensino de 1o. Grau como processo; — A Orientação Educacional no Ensino de 2o. Grau como processo; — A Orientação Educacional no Ensino de 3o. Grau como processo e como formação; — A Orientação Educacional no Ensino Supletivo como processo; — Ação integrada da Orientação Educacional x Supervisão Pedagógica x Administração Escolar x Comunidade — A Orientação Educacional como processo contínuo no Ensino de 1o., 2o. e 3o. Graus. Em síntese, as atividades foram programadas, de acordo com o quadro seguinte: 1.3.2 Recursos envolvidos — Recursos Humanos Para explicitação dos vários temas, foram convidados os Orientadores Educacionais: Elizio Nilo Caliman - Fundação Educacional Godeardo Baquero Miguel — Universidade de Brasília Clêlia Maduro de Abreu — Fundação Educacional/DF Amabile Pierroti — Departamento de Ensino Médio/MEC Antonio Edvard de Araújo Lima — Departamento de Ensino Supletivo/MEC Haidê Werberich da Silva — Fundação Educacional/DF Ana Rita Dantas Suassuna — Departamento de Assuntos Universitários/MEC Genny Arré Péres — Associação de Orientadores Educacionais de Bra- sília. Foram enviados convites de participação a 25 outros Orientadores Educacionais envolvidos nos órgãos já mencionados, com os quais foram mantidos contatos para pesquisa de realidade. I CIRCULO DE ESTUDOS DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL OBJETIVO GERAL - REFLETIR SOBRE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL COMO UM PROCESSO OE AÇÃO INTEGRADA A coordenação das atividades de planejamento foi desenvolvida pelo consultor em Orientação Educacional do DEM/MEC, Sonia Maria Ferreira e pelos Técnicos envolvidos em Orientação Educacional da COPED/DEM, Rita Xavier Barreto e Eugênia de Albuquerque Gomes. Pará o desempenho das atividades de execução foi prevista a atuação da equipe envolvida em Orientação Educacional da COPED/DEM, bem como do pessoal de apoio dessa coordenação. A apuração e análise dos dados de avaliação, bem como as atividades de acompanhamento do I CEOE foram entregues à consultora em OE, Sonia Maria Ferreira e à assessora, Rita Xavier Barreto. — Recursos materiais Foi prevista a multiplicação de quinze (15) instrumentos de apoio necessários aos estudos programados, bem como a confecção de trinta e cinco (35) pastas e trinta e cinco (35) certificados destinados aos parti- cipantes. — Recursos financeiros Previsão No. (35) Pastas Cr$ 1.625,00 Diversos Cr$ 1.760,00 (70) Lanches Cr$ 612,00 Total Cr$ 3.997,00 2. EXECUÇÃO Conforme planejamento prévio, realizou-se o I Círculo de Estudos de Orientação Educacional, sob a promoção do Departamento de Ensino Médio do MEC na sala de reuniões do DEM, no período de 08 a 10 de junho do corrente. As reflexões iniciais foram feitas pelo Diretor-Geral do DEM, Prof. José Torquato Caiado Jardim, que teceu considerações sobre a importância de um estudo conjunto sobre Orientação Educacional, conseqüência da integração de vários setores e instituições educacionais. Secretaria Geral/MEC, diversos Departamentos do MEC: — Departamento de Ensino Fundamental; — Departamento de Ensino Médio; — Departamento de Assuntos Universitários; — Departamento de Ensino Supletivo; — Departamento de Assistência ao Educando; Universidades de Brasília, Federação Nacional de Orientadores Edu- cacionais-FENOE — Associação de Orientadores Educacionais de Brasília, Ministério do Trabalho (SENAI e SENAC). A Direção dos trabalhos foi feita pelo DAS, Profa. Odette Pessoa Maciel, e pela Orientadora Educacional, lima Passos Alencastro Veiga, Co- ordenadora da COPED/DEM. As atividades de execução foram Coordenadas pela Consultora em Orientação Educacional, Sonia Maria Ferreira, sob a assessoria das Orientadoras Educacionais, Rita Xavier Barreto e Amabile Pierroti, assessoras técnicas da COPED/DEM. As atividades de avaliação e acompanhamento foram assumidas pela consultora Sonia Maria Ferreira e pela assessora técnica Rita Xavier Barreto. O I CEOE teve como pessoal de apoio: Antônia Ferreira Campos Benicio Silva Daniel da Silva Lima 2.1 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 2.1.1 TEMAI: Conceito, Natureza e Filosofia da Orientação Educacional 2.1.1.1 Instrumentos de apoio A — Instrumento no. 1 B — Instrumento no. 2 C — Instrumento no. 3 D — Instrumento no. 4 E — Instrumento no. 5 F — Instrumento no. 6 2.1.1.2 Discussão 2.1.1.3 Conclusões A — Instrumento no. 1 V ENCONTRO NACIONAL DE ORIENTADORES EDUCACIONAIS - Salvador - BA - Julho de 1975 O presente documento tem por objetivo caracterizar a atividade Orientação Educacional e o profissional — Orientador Educacional, segundo os vários textos legais que explicitam a dimensão de ambos. Queremos que através dele se possa obter de todos a devida compreen- são quanto à Orientação Educacional e ao Orientador Educacional, face às leis, no seu texto e contexto, buscando conferir identidade e uniformidade de interpretação a todos que tiverem acesso ao presente documento. Artigo 10o. da Lei 5692/71 "Será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento Vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade". Em primeiro lugar necessário se faz um conceito para a atividade acima indicada. Para tanto lançaremos mão daquele expresso em um texto de lei, e de no. 5564/58, que reconhece a profissão e portanto reconhece a atividade profissional. "Artigo 1o. — A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas". Assim sendo, é preciso considerar que o Artigo 10o. representa uma solicitação dos legisladores aos profissionais da Orientação Educacional, quanto à sua participação ativa e efetiva na implantação e implementação da Lei 5692/71 — Reforma do Ensino de 1o. e 2o. graus. Posto isso, os profissionais da Orientação Educacional — portanto os Orientadores Educacionais — reunidos no V Encontro Nacional de Orientação Educacional, em Salvador-BA, no período compreendido entre os dias 13 e 19 de julho de 1975, crêem que deva ser esta interpretação, abaixo explicitada, aquela doravante adotada pela classe e conferida ao artigo 10o. da Lei5692/71. 1.1 No seu sentido geral, o citado artigo fixa atribuições para a Orientação Educacional como atividade, inserindo-a numa políti- ca educacional brasileira, a qual está expressa nos três objetivos propostos no Art. 1o. desta lei 5692/71, os quais podem ser assim sintetizados: — desenvolvimento das potencialidades — iniciação e qualificação para o trabalho — exercício consciente de cidadania Tais atribuições porém, podem ser melhor discriminadas na medida em que se analisem os termos contidos no Art. 10o. 1.1.1 Instituida obrigatoriamente a) Institucionalização — implica no reconhecimento da neces- sidade de uma atividade específica no ensino de 1o. e 2o. graus — a Orientação Educacional. b) Obrigatoriedade — que tal atividade — Orientação Educacional — deve estender-se a todos os alunos, nos vários níveis de ensino, dentro da estrutura e funcionamento — propostos pelo texto e contexto da Lei 5692/71. 1.1.2 Incluindo aconselhamento Vocacional. a) incluir — demonstra que dentre outras atribuições, Orientação Educacional deve prever e/ou fixar o momento em determinada etapa. Daí a ênfase dada ao b) aconselhamento vocacional — o qual identifica o "momento ótimo" para que o educando, face a uma seqüência de etapas de um processo orientador, perceba que se autoconhece, se auto-aceita, se autodetermina e, conseqüentemente, pode caminhar rumo à sua auto-realização pessoal e profissional. Toda a ênfase dada ao aconselhamento vocacional não o deixa de colocá-lo como parte integrante do processo global, que é a Orientação Educacional. A forma prioritária que lhe foi conferida no texto da lei é decorrente de proposição de um currículo pleno, especificado no Art. 5o. da própria Lei 5692/71. 1.1.3 Em cooperação É uma expressão que demonstra a necessidade de integração de esforços para configurar-se uma função educativa de várias instituições e pessoas, garantindo a totalidade do processo educacional e o suprimento das necessidades do educando. Cooperar significa trabalhar com 1.1.4 Professores — porque serão coletados, através deles, os dados necessários à formalização de uma sondagem de inte- resses e aptidões, essenciais à iniciação para o trabalho e à habi- litação profissional. Na medida, porém, em que cada professor é suficiente para efetivar tal sondagem apenas dentro de sua atividade, área de estudos ou disciplina, necessário se faz que exista uma siste- matização e um tratamento adequado para tais dados, para que eles possam revelar o potencial significativo de cada educando. Para esta tarefa deveremos contar com a OrientaçãoEducacional. 1.1.5 A família — porque o desenvolvimento pessoal e/ou vocacional do indivíduo está sempre submetido a influências familiares, as quais podem facilitar ou dificultar suas escolhas básicas. Considerando- se que, em qualquer das duas circunstâncias, necessário se faz uma conciliação fundamentada em dados esclarecedores, compete à Orientação Educacional tal empreendimento, considerando nele a posição de família em justas medidas. 1.1.6 e a comunidade É preciso considerar a escola como instituição educativa. Não podemos, porém, deixar que ela se transforme em uma "ilha" e não pressinta que existem outros recursos que vão além de seus muros, e que são também válidos ao processo educativo. Tais recursos, encontrados no âmbito da comunidade, face à ação intencional de uma Orientação Educacional, conferem a esta comunidade o seu verdadeiro papel: o de escola função, que presta serviços e fornece recursos para a educação. Esta é a dimensão que, cremos, deve ser conferida ao Art. 10o. da Lei 5692/71. LEI No. 5.564 de 21/12/68 Uma vez explicitado o que se deve entender por Orientação Educa- cional como atividade profissional, procederemos da forma similar para obtermos a identificação do profissional a quem competirá o exercício de tal tarefa. Este profissional é o Orientador Educacional, cuja profissão foi reconhecida pela Lei 5.564/68, homologada pelo Presidente Artur da Costa e Silva e pelo Ministro da Educação Tarso Dutra, a 21 de dezem- bro de 1968, publicada no Diário Oficial da União a 24 de dezembro. Como já foi dito no item 1 deste texto, a lei a que ora nos referimos, em seu artigo 1o., conceitua a Orientação Educacional, procurando através deste conceito caracterizar o profissional. Em síntese podemos dizer que, face às atribuições conferidas à atividade, trata-se de um profissional que atuará no âmbito das escolas de 1o. e 2o. graus de ensino, assistindo o educando, individualmente ou em grupo, a fim de que ele possa alcançar sua plenitude como pessoa. Para tanto o Orientador Educacional trabalhará no estabelecimento de ensino, como verdadeiro integrador dos elementos que atuam direta ou indiretamente no processo educativo procurando, com eles, proporcionar condições para a auto- realização do educando, fato que lhe facultará condições de efetuar, de maneira correta, suas opções básicas. Já os artigos 2o. e 3o. cuidam de instituir a Orientação Educacional como atividade privativa e exclusiva do profissional denominado Orientador Educacional, que deverá ser formado em instituições de nível superior. Desta forma e procedendo segundo o disposto no artigo 4o. — registro do diploma no Ministério da Educação e Cultura — ter-se-á o profissional legalmente habilitado. O artigo 5o. generaliza as atribuições do Orientador Educacional, destacando duas delas, a título de exemplificação: o aconselhamento do aluno e o magistério de disciplinas que constituem as áreas específicas para a formação do Orientador Educacional em escolas superiores. O próprio texto da lei vale-se do artigo 6o. para notificar a regula- mentação futura e necessária à profissão, regulamentação esta que foi promulgada pelo Decreto-Lei 72.846/73, que merecerá uma referência maior no item 3 subseqüente. Esta regulamentação deverá definir o código de ética para a profissão e o profissional. Isto posto, resultam, pois, raciocínios como os que abaixo seguem: 2.1 Uma vez identificada e reconhecida uma determinada atividade profissional, resulta, como conseqüência imediata, a identificação e reconhecimento do profissional que deva exercê-la. 2.2 A Lei 5554/68 reconheceu o profissional e sua respectiva profissão, indicando-os como pertinentes à educação nacional. 2.3 O texto da Lei que ora regulamenta o ensino de 1o. e 2o. graus no Brasil não poderia deixar de situar a atividade Orientação Educacional, explicitada em seu artigo 10o. e situada em grande parte de seu contexto. 2.4 Ambos, profissional e profissão, atuam prioritariamente no processo educativo; são portanto a ele pertinentes, mas devem estar inseridos e nele encontrar, em todos os níveis, uma estrutura que os apoie e garanta o exercício de suas funções. 2.5 A Lei 5.592/71, através do seu artigo 10o., procurou ratificar o já expresso no artigo 1o. da Lei 5.564/68, demonstrando a perfeita compatibilidade existente entre a atividade Orientação Educacional e o profissional Orientador Educacional. 2.6 Que os legisladores das várias esferas ligadas ao ensino — Presi- dência da República, Ministério da Educação, Congresso Nacional e Conselho Federal de Educação — procederam de forma rigorosa) e de conjunto, salvaguardando uma coerência ideal dentre ambas as leis, tanto em relação à profissão quanto em relação ao profissional. 2.7 Que tanto a atividade como o profissional podem responder às questões: 2.7.1 A quem se destina? —Ao educando 2.7.2 Quais as formas de atuação? — direta com o educando (indivi- dualmente ou em grupo), bem como com outros elementos que exerçam influência na formação deste educando. 2.7.3 Quais as áreas desta atuação? — professores, família e comuni- dade, através de escola e dos sistemas de ensino. Cremos, pois, que o sistema educacional, (macro e micro) não pode prescindir do concurso deste profissional, reconhecidoe solicitado por textos legais e cuja profissão já se acha devidamente regulamentada, segundo o que abordaremos no item subseqüente. DECRETO No. 72. 846/73 "Regulamenta a Lei 5.564 de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o exercício da profissão de Orientador Educacional". A análise do texto deste Decreto evidencia três aspectos carac- terísticos: 3.1 O que é a Orientação Educacional. 3.2. Quem é o Orientador Educacional. 3.3 Onde atua e quais são as atribuições e competências de Orientador Educacional. 3.1 O que é a Orientação Educacional. Cremos já ser suficiente a caracterização efetuada nos itens 1 e 2 do presente documento. Acrescenta-se, porém, que a Orientação Educacional, no art. 1o. deste decreto, está definida quanto à sua finalidade, objeto, áreas de atuação e metodologia de trabalho. 3.2 Quem é o Orientador Educacional. Na atualidade é o profissional de nível superior, licenciado em pe- dagogia — habilitação em Orientação Educacional, ou o habi- litado em curso de pós-graduação em Orientação Educacional, ou ainda aqueles que fizeram seus estudos na área em escolas estrangeiras e aqui os revalidaram. E ressalvado ainda o exercício àqueles que concluiram cursos regidos por textos legais ante- riores à Lei 5.540/68 — Reforma Universitária e Pedagogia. 3.3 Onde atua e quais são as atribuições e competência do Orientador Educacional. 0 profissional de Orientação Educacional atua em instituições pú- blicas ou privadas onde: 3.3.1 Planeja e coordena a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional, em nível de escolas, comunidades e sistemas de ensino. 3.3.2 Coordena o processo de Orientação Vocacional e o acompanha- mento pós-escolar. 3.3.3 Sistematiza os processos de: a) coleta de dados relativos ao educando, através do assessora- mento aos professores: b) favorece o intercâmbio de informações relativas ao conheci- mento do educando de forma sistematizada; c) acompanhamento e, quando necessário, encaminhamento de alunos a outros especialistas; 3.3.4 Ministra disciplinas de teoria e prática de Orientação Educacional, supervisiona estágios e emite pareceres relativos à Orientação Educacional. 3.3.5 Participa do processo de: a) caracterização da clientela e comunidade escolar; b) elaboração do currículo pleno da escola; c) composição, caracterização e acompanhamento de turmas; d) avaliação e recuperação de alunos; e) encaminhamento e acompanhamento de estagiários; f) integração entre escola-família-comunidade. 3.3.6 Realiza estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. B — Instrumento no. 2 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL - DEFINIÇÕES 1. Orientação é a assistência prestada aos indivíduos a fim de que eles façam opções e ajustamentos inteligentes (Jones). 2. E o processo cientificamente estruturado que consiste na integração entre Orientador e Orientando, a fim de que se desenvolva neste último e capacidade de racionalização no plano de conduta, isto é, de fazer opções conscientes e aceitar voluntariamente as responsabilidades decorrentes. 3. Orientação Educacional, no seu sentido restrito, é um método pelo qual o Orientador Educacional ajuda o aluno, na escola, a tomar consciência de seus valores e dificuldades, bem como dos meios de explorá-los e superá-los, concretizado principalmente através do estudo, sua auto- realização em todas as suas estruturas e em todos os planos de vida — escolar, familiar, social e espiritual (M. J. Schimidt). 4. Orientação Educacional se propõe a levar o adolescente a opções conscientes, baseadas no conhecimento racional dos fatos e situações, bem como na avaliação objetiva de seu próprio potencial, num processo de conscientização versus manipulação social caminhando gradativamente para a maturidade individual e social (Pimentel e Sigrist). 5. A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando individu- almente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando ao desenvolvimento integrado os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas (Lei no. 5.564/68 que provê sobre a profissão do Orientador Educacional). 6. Constitui o objeto de Orientação Educacional a assistência ao edu- cando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1o. e 2o. graus, visando ao desenvolvimento integral e harmonioso da sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas (Decreto no. 72.846/73 que regulamenta a Lei no. 5.564/68). 7. A Orientação Educacional é uma ação em bases científicas, que visa a assistir o aluno no desenvolvimento integral de sua personalidade e em seu ajustamento pessoal e social (Enzo Azzi). 8. A Orientação Educacional atua, mediante técnicas adequadas, no indivíduo, com fim específico de ajudá-lo a resolver os seus problemas de estudo e de ajustamento ao meio escolar e à vida social e de conduzi-lo à escolha adequada de cursos ou de profissões (Conselho de Orientação Educacional da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo). 9. É o processo educacional organizado, permanente, inserido na escola, pelo qual todos os conhecimentos científicos sobre o educando e métodos técnicos educacionais são colocados a serviço da máxima evolução e formação integral do educando, considerando este, em todos os seus aspectos, capaz de aperfeiçoamento e de realização (Victorino B. Miguel). 10. Orientação Educacional é o trabalho conjugado de todos os membros de uma escola, coordenados por um orientador, junto ao educando, a fim de levá-lo a realizar-se da melhor forma possí vel e sob todos os aspectos, com base na sua realidade bio-psico- social, tendo em vista integrá-lo na sociedade com base em uma atividade profissional, para torná-lo um cidadão consciente, efi ciente e responsável (Imídio G. Nérici). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 Jones. J. A. Principies of guidance. 2 SCHIMIDT, M. J. e Pereira, M.L.S. - Orientação Educacional - Agir 3 PIMENTEL, M.G. e SIGRIST, A.C. - Orientação Educacional, Ed. Pioneira, SP. 1974. 4 Cadernos de Orientação Educacional, no. 19 — CADES. MEC 5 MIGUEL, Victorino B. — Introdução à Orientação Educacional, Edições Loyola. 6 NERICI, Imídeo G. Introdução à Orientação Educacional, Ed. Atlas S.A. São Paulo, 1974. 7 Parecer no. 76/75 CE 1o. e 2o. Graus - MEC e CFE 8 Ensino de 2o. grau: Bases e Ação. Curso-Seminário - Projeto "Asteca" — MEC — 1973. 9 Educação Permanente — Estado da Guanabara — Secretaria de Educação e Coordenação do Ensino — Departamento de Ensino do 1o. grau — 1974. 10 Curso Integrado para Orientadores Educacionais e Supervisão Pedagógicos a nível de Sistema Estadual de Educação - CENAFOR, Salvador - BA, 1976. 11 Lei no. 5.564 de 21/12/68 que provê sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. 12 Decreto no. 72.846 de 25/9/73 que regulamenta a Lei no. 5.564/68 que provê sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. C - INSTRUMENTO No. 3 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM NIVEL DE 2o. GRAU 2. CONCEITUAÇÃO "Orientação Educacional é uma ação sistematicamente planejada e avaliada no sentido de oportunizar situações que exijam do aluno opções conscientes, baseadas no conhecimento regional dos fatos e da realidade, bem como na avaliação objetiva de suas potencialidades e limitações". O planejamento sistematizado e a avaliação do trabalho compete ao Orientador Educacional que, dentro da ação educativa, deverá procurar envolver todos os educadores conforme preconiza o artigo 10 da Lei 5.692 de 11 de agosto de 1971: "será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional, em cooperação com os professores, família e comunidade promovendo condições para que o aluno descubra a si mesmo durante a fase de formação geral de 1a. a 6a. séries do 1o. graue seja capaz de fazer opções conscientes para os cursos que serão oferecidos no ensino de 2o. grau. Em se tratando da Sondagem de Aptidão já explícita no Parecer 339/72 do Conselho Federal de Educação, sob a designação de generalidade que segundo Hitckins leva o educando a se apossar de um acervo comum das idéias fundamentais, não pretendemos nos aprofundar visto ser tema de outro plenário. Não poderíamos deixar todavia de dar ênfase e enaltecer a filosofia tão marcante de formação de personalidade do educando previsto na Lei 5.692/71, quando do seu objetivo geral: auto-realização, formação para o trabalho e exercício consciente da cidadania, três aspectos de conscientização do professor para a missão de educador. Aqui, o Orientador Educacional encontra seu campo de ação — a orientação vital do aluno. Vale dizer que o planejamento de Orientação Educacional no 1o. grau deverá ser em consonância com os trabalhos liderados pelo Coordenador Pedagógico, aproveitando os assuntos e todas as atividades, por ele abordadas, para levar o aluno a reflexões, à introspecção, procurando assim o seu Eu verdadeiro — o eu interior. Só assim, o aluno será um cidadão consciente, verdadeiro brasileiro, cônscio do seu dever como perpetuador da sociedade, da cultura e de todos os valores da nação, esta nação imensa, parcela de um universo que está sempre a crescer, a evoluir e a solicitar. Sob este aspecto de 1o. grau de sondagem de Aptidão, a Reforma do Ensino é arrojada e aberta. O orientador educacional precisa estar alerta, para aproveitar as ocasiões e sobretudo, o que é de muita responsabilidade — não cair no ócio ou se perder face à multiplicidade de ocasiões. Iniciamos agora a abordagem do nosso tema — A Orientação Educa- cional no 2o. grau — em continuidade à análise do conceito apresentado. Conforme já nos referimos, as opções conscientes, que o aluno se habilitará a fazê-las, se bem sondadas no 1o. grau onde as condições oferecidas pela escola foram propícias ao despertar de tais metas, flores- cerão agora no 2o. grau. Passaremos portanto ao tema proposto — a Orientação Educacional no 2o. grau, embora continuando ainda a análise do conceito inicial no que se refere a Opções Conscientes. Sobre os aspectos que deverão atuar em uníssono no planejamento educacional, o autoconhecimento (potencialidades e limitações) já explorado no 1o. grau, e o conhecimento regional dos fatos e da realidade, são básicos. É importante o conhecimento da realidade, no que se refere ao Mercado de Trabalho, à oferta e à vivência de profissionais que, através dos seus depoimentos, quanto às atividades, ao campo de trabalho da sua profissão, darão ao aluno uma visão ampla da realidade, reforçando deste modo o interesse do educando por determinadas profissões. 3. OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO 2o. GRAU O objetivo genérico da Orientação Educacional é a maturidade pessoal e social do aluno, atingida através de um processo em que ele se torne progressivamente mais consciente de si mesmo, das necessidades e ofertas do meio. Neste processo, a aprendizagem do eu "e da realidade que o cerca, se efetua através de uma sistemática de auto-avaliação, inscrição e participação social. Esta participação adquire dimensões das pequenas equipes de classe às instituições escolares, atividades, estágio e à vida de comunidade". Em se tratando de um objetivo genérico, é óbvio o trabalho siste- matizado do Orientador Educacional pró-formação do educando desde as 1as. séries de escolaridade, num sentido sempre progressivo e crescente, até a sua decisão profissional, sustentáculo de toda a sua vida futura. Esta decisão o fará ajustado ou não à vida profissional, familiar e social, no que implica a grande responsabilidade do orientador. 4. CAMPO DE ATUAÇÃO 4.1 — Campo de atuação geral: — abrange toda a comunidade escolar; direção, orientação pedagógica, professores e demais técnicos que de- sencadeiam o processo educativo, estendendo-se até a família, às empre- sas e à comunidade em geral. Em relação ao pessoal técnico-administrativo, a Orientação Educa- cional de 2o. grau atua no sentido de unificar a ação educadora, visando à formação integral do aluno, para o que, necessário se faz criar um clima de franca convivência, apoio, aceitação e colaboração sem o que a orientação deixaria de ser funcional. Em relação à família, a Orientação Educacional a nível de 2o. grau, continuará envolvendo-a no processo educativo, principalmente no que concerne ao significado de opção vocacional e do estudo das carac- terísticas do desenvolvimento humano. Em relação às empresas e à comunidade, a atuação da Orientação educacional a nível de 2o. grau torna-se mais intensificada porque: — no momento presente, a empresa e a comunidade darão ao aluno os limiares das profissões através de estágios — oportunidades de análise do processo de adaptação "homem — trabalho — homem" — e fornecerão dados sobre informação ocupacional. — No futuro, a empresa e a comunidade serão objeto deste aluno em cujas mãos serão moldadas, melhoradas, reformuladas, num múltiplo e constante dar a receber; dar a oportunidade hoje para servir-se dos seus frutos amanhã. E, como campo de atuação imediata do orientador, ela poderá fazer análise dos conflitos psicológicos e estrutura de personalidades exigidas pela dinâmica das empresas. Em relação à comunidade, a orientação educacional a nível de 2o. grau procura congraçar esforços da comunidade no sentido de utilizá-los na ação educativa, procurando refletir junto aos alunos seus padrões e valores além de, em momento oportuno, inserir os alunos na mesma. 5. PLANO DE AÇÃO 5.1 AÇÃO INTEGRADA A ação integrada é a Orientação Educacional versus Supervisão Peda- gógica, atuando com a direção, os professores e demais técnicos, pla- nejando executando e avaliando sistematicamente a ação educativa, num constante reformular de objetivos. Entre as atividades específicas de ação integrada citamos algumas: — delineamento de uma filosofia de trabalho; — características de clientela escolar; — contribuição específica de cada disciplina; — área, estudo ou atividade, na formação integral dos alunos; — dinâmica de turmas, respeitando a individualidade de cada um; — processo de observação das características gerais da personalidade do aluno, e medidas psico-pedagógicas de acompanhamento de casos individuais ou de grupo de alunos; De acordo com o que foi dito, o Orientador Educacional terá que traçar um plano de ação, tendo em vista a formulação de uma filosofia de educação voltada para o cumprimento do objetivo geral de Lei 5.692/ 71 e que focalizará os aspectos: 5.1.1 CURRICULO Conforme o objetivo específico da educação de 2o. grau — a ter- minalidade — os currículos deverão ser montados com abertura tal que possibilitem a constante reformulação de suas metas, para atender às oscilações do mercado de trabalho, às possibilidades dos estabele- cimentos de ensino, à multiplicidade de cursos que surgem anualmente face à necessidade de novas qualificações, tudo isto em consonância com a política educacional de cada região. Outros aspectos devem ainda ser observados na formação do currículo pleno das escolas de 2o. grau: objetivos de cada escola face ao tipo de clientela e necessidades da co- munidade, enfatizando os objetivos do núcleo comum. 5.1.2 OUTROS ASPECTOS — Estabelecer objetivos comportamentais relacionados a cada disci plina, critérios na formação de turmas, critérios de observação nos di versos ambientes, critérios de análise dos danos e dos gráficos do apro veitamento, bem como planejamento de um novo processo de avaliação, dentro da nova dimensão educacional. — Montar projetos que englobem a participação dos professores, tanto no estudo das profissões e do mercado de trabalho como na divulgação dos cursos profissionalizantes oferecidos pela escola e pela comunidade. — Estabelecer sistemas de avaliaçãoglobal que possibilitem uma am- pliação e a melhoria do trabalho — constantes feed-back — para cons- tante reformulação dos objetivos. 5.2 AÇÃO DIRETA O orientador educacional deve estabelecer um plano de ação direta em relação ao aluno, com bases numa visão realista das condições encontradas no estabelecimento e na comunidade. — Treino de capacidade de optar, evoluindo desde a escolha dos companheiros da equipe, projetos, atividades, disciplinas, créditos, opção vocacional, à capacidade global de se definir, de se autodetermi nar, escolhendo as formas próprias de se realizar no desenvolvimento de suas potencialidades e no exercício consciente da cidadania. 6. A REFORMA DO ENSINO E A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL A NIVEL DE 2o. GRAU A Orientação Educacional a nível de 2o. grau, dentro do espírito da Lei 5.692/71, tem uma grande responsabilidade no sentido de canalizar todos os esforços para proporcionar ao aluno uma formação compatível com as suas aptidões, valorizando-o como indivíduo e como ser social. Neste processo de formação, o aluno terá oportunidade de desenvolver ao máximo seus talentos e habilidades, bem como de aprimorar seus atributos morais em seu benefício e do grupo social. Toda a dinâmica da Orientação a nível de 2o. grau estará voltada para a terminalidade, isto é, uma educação mais técnica, nota dominante da Reforma do Ensino, sem contudo se divorciar da educação humanística; dois aspectos, durante tanto tempo, mantidos separados. É oportuno recordar que não existe autêntica cultura fora daquela que, fiel embora aos valores do passado, é a expressão da realidade atual da civilização. "A integração cultural da técnica não se impõe apenas para o bem da cultura; é condição essencial para a integração da técnica na nossa civilização, no sentido do autêntico progresso do homem e da humanidade". A dispersão rápida e progressiva das ciências clama, cada vez mais alto, pela necessidade de elaborar a sua síntese e de conservar no homem faculdades de contemplação e admiração, que conduzem à sabedoria". Dentro do aspecto profissionalizante da Lei a nível de 2o. grau, compete ao Orientador Educacional, formar no educando uma consciência filosófica do seu valor como pessoa humana, substituível sob o aspecto racional, e insubstituível como pessoa, pois todo o homem precisa voltar-se para si mesmo, conhecer seus dons inatos que, quando aperfeiçoados e dispostos a serviço do outro, o levam à verdadeira libertação, compromisso" à imagemi e semelhança de Deus" e terá condições de superar a materialização, tornando-se realmente um homem global. Os programas de educação de 2o. grau exigem, em medida crescente, que a especialização repouse sobre base cultural para atender ao acele- rado processo de desenvolvimento. Haja visto que, em países desen- volvidos, já se constatou que pessoas providas de cultura geral se adap- tam mais rapidamente a novas técnicas. Considerando o problema sob um ângulo mais prático — dinâmica interna do homem — tendo em vista o crescimento econômico do país, a Orientação Educacional deverá atuar num plano integrado já mencionado anteriormente. D — Instrumento no. 4 INTEGRAÇÃO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E DO CURRICULO O nosso sistema educacional, ainda que emanado de princípios filosóficos coerentes, carece, na prática, de uma unidade de ação que seja capaz de orientar a ação educativa de forma global e coerente. A ausência dessa unidade se caracteriza pela desvinculação dos diversos setores do Currículo. Praticamente não existe ainda uma integração e racionalização das diversas áreas do Currículo. A figura do tradicional Professor, que no passado ocupava o centro do sistema educacional, de sempenhando o papel de verdadeiro catalizador da ação educativa, desapareceu. Quem deverá desempenhar tal função? Pela própria Filosofia da Orientação Educacional e pelas funções e atribuições que caracterizam o Orientador Educacional, cabe a este assumir o papel. Em geral, porém, o Orientador Educacional, certamente por falta de formação humana e técnica mais profundas, ainda não tomou plena consciência do fato. Por outro lado, devido a diversos fatores, o sistema escolar ainda não consegue reconhecer e aceitar o Orientador Educacional como o elemento capaz de assumir e desempenhar essa responsabilidade. Desta forma, a Orientação Educacional vem se arrastando, trilhando caminhos num paralelismo com as demais áreas de atuação educacional, sem lograr um verdadeiro encontro em seus objetivos comuns. Muitos são os fatores que, desde o passado, vem contribuindo para a falta de integração da Orientação Educacional com o Currículo, Fundamentados em Janet Kelly podemos citar: 1. Por muitos anos os professores acharam que todos os estudantes deveriam submeter-se a um Currículo estritamente clássico e aca- dêmico. 2. A existência, nestes últimos anos, de um programa de Orientação Educacional apenas facilitador, alheio aos problemas disciplina-dores da escola. 3. Persistência, na escola, de uma estrutura de separatismo e espe- cialização, favorecendo uma desvinculação entre departamentos e campos de atuação. 4. Programa de Orientação Educacional alheio ao contexto da Filosofia de Educação da Escola. 5. Ênfase que a Orientação coloca sobre o indivíduo com relação à aprendizagem em oposição à ênfase grupai dada pelo Currículo. 6. Atuação da Orientação Educacional não voltada para o professor e para a sala de aula. 7. Confusão com relação ao conceito de Currículo existente entre as pessoas que planejam. 8. Exclusão do Professor e do Orientador na organização do Currículo. 9. Ausência de uma colocação mais realista e objetiva do "core cur- riculum" em relação aos Professores e Orientadores, e como se fosse algo reservado aos especialistas do Currículo. 10. Desconhecimento das contribuições que cada campo (Currí culo e Orientação) pode oferecer um ao outro para desen volver a aprendizagem. B. A importância e a necessidade de integração da Ori- entação e do Currículo torna-se evidente se considerarmos a semelhança e mesmo a identidade das características dos dois campos: 1. Semelhança de filosofia e objetivos nos seus aspectos básicos. 2. Semelhança de funções: ação centralizada no aluno através da identificação e orientação de seus problemas. 3. Currículo e Orientação atingindo as mesmas pessoas e instituições — alunos, pais, professores, comunidade, empresas... 4. Semelhança de conteúdo e de recursos educacionais utilizados. 5. Semelhança na metodologia e nas técnicas de trabalho com os alunos. 6. Semelhança em termos de abordagem terapêutica, preventiva e de- senvolvimentista. 7. Semelhança entre os problemas da Orientação e do Currículo com relação à preservação da unidade e da continuidade do processo educativo, envolvendo planejamento, coordenação, articulação e comunicação. — planejamento de atividades que promovem o desenvolvimento do aluno; — coordenação das atividades curriculares centradas no aluno; — articulação de atividades curriculares e extra-curriculares; — comunicação entre alunos, professores, pais, escolas, empresas, comunidade... 8. A utilização da mesma Psicologia da Aprendizagem; 9. Estudos dos mesmos problemas sociológicos e culturais. E — Instrumento no. 5 "O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A INTEGRAÇÃO ESCOLA - COMUNIDADE" Profa. Rosa Pavone Pimont 0 orientador Educacional estabelece os objetivos de seu trabalho com o conhecimento da comunidade na qual terá que atuar. Os orientadores enfrentam muitas dificuldades no seu trabalho, às vezes quanto às expectativas dos pais e comunidade em relação ao tra- balho da escola. 0 orientador pode agir como elemento coordenador do planejamento geral da escola e interferir na determinação de uma linha de trabalho, se ele conhece a realidade da escola e da comunidade. O Orientador Educacional não se dirige somente aos elementos presentestodos os dias na escola. Como os orientadores pertencem a famílias e estas e a escola estão localizadas numa comunidade, o orien- tador deverá trabalhar com todos, usando, em última análise, o ajustamento do orientando numa ação profilática, mais do que terapêutica. 0 trabalho do Orientador, desde a primeira fase do planejamento do SOE, terá que partir de um estudo da escola e da comunidade. É comum haver um Orientador só, para uma escola com muitos alunos, professores, etc. Se o Orientador se fechar em seu gabinete,.pouco fará sozinho. Como se ajustar a essa situação? Talvez da seguinte forma: será o Orientador o elemento presente na comunidade para coordenação de trabalhos que muitos possam fazer. Se o Orientador vai ser um dos elementos coordenadores do plane- jamento geral da escola e se este tem que partir,, antes de tudo, de um conhecimento da realidade daquela escola e daquela comunidade e disso dependem os objetivos de escola, o Orientador pode oferecer dados, estudando a comunidade a fim de que a escola não seja desvinculada dos objetivos educacionais de todos os elementos que atuam em educação na comunidade. Aí o Orientador poderá fazer com que a escola atenda a comunidade, ao mesmo tempo que esta poderá auxiliá-lo. Em "A Escola e a Comunidade"encontramos a seguinte conceituação: a) "Relações Escola — Comunidade: A estrutura interna da escola, sua posição na estrutura da sociedade e os processos de integração humana e social que se desenvolvem entre ambas, resumem atualmente, os aspectos de maior preocupação analítica da sociologia e da psicologia da educação. Tais aspectos baseiam-se principalmente, na concepção da escola ou do sistema escolar, não apenas como "Veículo de transmissão de ensino sistemático e programado ou de uma herança cultural, mas como um grupo social diferenciado e com uma dinâmica própria, inserido em um dado contexto social". Desta compreensão da natureza da escola decorre que ela deve ser considerada na sua vida social, não como uma instituição globalizado-ra do processo educacional, mas como seu eixo central. Essa distinção é fundamental para que a educação possa, ampla e flexivelmente, incluir não só um processo formal de instrução que se realiza através da escola, mas também uma multiplicidade de processos de comunicação informal, que desempenham Complementarmente, importantes tarefas educativas...". — Art. de M.L da Silva — Suplemento especial Folha de São Paulo - 18/02/68. b) Escola comunitária "Na afirmação de que a educação é um processo social, está contida mais do que a simples idéia de que a função da escola é preparar os alu- nos para participarem de uma determinada sociedade. Implica ela em mais do que a mera noção de que a escola é uma comunidade com vida corporativa própria. Tendo em vista que a escola é criada pelo Estado ou por alguma instituição privada e que o processo educacional não se limita às horas que o aluno passa na escola, é indispensável que os responsáveis pela atuação da escola compreendam como diz Dadler "que as coisas exte- riores à escola são ainda mais importantes do que as interiores, que elas governam e interpretam". A "partir do reconhecimento" do valor das "coisas exteriores à escola" pode-se verificar que a tendência atual parece definir-se pelo tipo que vem dominando "escola comunitária". Aparecendo essa escola comunitária, podem-se identificar dois outros tipos principalmente de escolas que expressam diferentes orientações filosóficas e que surgiram em dados contextos sociais e períodos histó- ricos. A evolução deu-se da escola acadêmica ou tradicional, com insistência no aprendizado através dos livros, para a escola progressiva com sua ênfase na expressão dos interesses do aluno, até a escola comunitária que gravita em torno das necessidades coletivas da vida e do meio social. Para a escola comunitária, o conceito de comunidade abrange quatro áreas e três níveis básicos. As quatro áreas são: 1. A comunidade ou zona de serviço da escola: os povoados, o distrito, o bairro, a cidade, o município; 2. A comunidade regional: a unidade geopolítica maior que se seguir à anterior, como um conjunto de municípios, uma metrópole, um Estado ou um agrupamento; 3. A comunidade racional: país considerado com um todo; 4. A comunidade internacional: a reunião dos países ligados por es- treitos vínculos econômicos, sociais, políticos e culturais. Os três níveis básicos da comunidade são: 1. O nível material, que inclui desde os recursos naturais, aos recursos de produção, à infra-estrutura físico-urbana, etc; 2. O nível institucional ou as formas de vida organizada, os sistemas sociais, os hábitos da massa, as pautas culturais, etc; 3. O nível valorativo: idéias, valores, preconceitos, temores, aspirações, etc. que induzem costumes, criações, comportamentos e populações. Entre outros princípios nos quais se fundamenta, deverá a escola comunitária: 1. Extrair seus objetivos dos interesses e necessidades do povo; 2. Utilizar em sua programação, uma grande diversidade de recursos da comunidade; 3. Praticar e fomentar a democracia em todas as suas atividades tanto da escola como da comunidade; 4. Treinar lideranças para a consecução de planos de melhorias cooperativas da população que vive na comunidade local e nas comunidades maiores; 5. Construir o núcleo do curriculum em torno dos principais processos e problemas da vida humana e da comunidade; 6. Atuar como centro educativo para os adultos, pois a educação é um processo permanente que se prolonga por toda a vida; 7. Orientar os esforços educativos da comunidade, coordenando todas as fontes educativas da mesma, para um programa organizado em colaboração, tendo em vista obter a educação mais efetiva dos jovens e adultos, na escola e fora dela. c) ... é com muita expectativa que se toma conhecimento da recém criada Secretaria da Promoção Social do Estado de São Paulo, que entre seus programas de desenvolvimento de comunidade, pretende transformar as unidades escolares em Centros Comunitários de participação popular e de educação de adultos. As escolas terão a máxima utilização de seus prédios, equipamentos, em períodos de ociosidade, pelos interessados, através de atividades de meio, de cultura de base, recreação e esportes tais como: audições musicais, teatro de fantoches, projeção de slides, realização de concursos e festivais, exibições teatrais, torneios esportivos, etc. Além disso as associações profissionais e sociais serão também incentivadas a um tra- balho conjunto com as escolas, neste setor de extensão e difusão cultural. F — Instrumento no. 6 ORIENTADOR AGENTE DE MUDANÇA Resistências a mudança Extrato de: "Algumas considerações sobre treinamento do pessoal do Ensino" — Bernardette Angelina Gatti e outros. Goodwin Watson (1969) sintetiza, em alguns princípios, suas obser- vações quanto às fontes de resistência nas pessoas ou nas instituições. Ressalta que estes princípios não são leis, mas apenas generalizações que se mostraram pertinentes. Centraliza suas considerações em três questões: quem traz a mudança? Que tipo de mudança? Por quais procedimentos? "A. Quem traz a mudança? 1. A resistência será menor se todos sentirem que o projeto é deles isto é, não é desejado e realizado por estranhos. 2. A resistência será menor se o projeto for claramente apoiado pela hierarquia superior do sistema. B. Que tipo de mudança? 3. A resistência será menor se os participantes virem a mudança como reduzindo, e não aumentando seus atuais encargos. 4. A resistência será menor se o projeto estiver de acordo com valores e ideais familiares aos participantes. 5. A resistência será menor se o programa oferecer um tipo novo de experiência que interesse aos participantes. 6. A resistêcia será menor se os participantes sentirem que sua autonomia e sua segurança não estão ameaçadas. C. Procedimentosde instituição de mudança 7. A resistência será menor se os participantes tiverem oportunidade de fazer esforços de diagnóstico para definição do problema básico, cônscios assim de sua importância. 8. A resistência será menor se o projeto for adotado por decisão consensual do grupo. 9. A resistência será menor se os proponentes conseguirem empatia com os oponentes, reconhecendo as objeções válidas e procurando eliminar temores desnecessários. 10. A resistência será diminuída se se reconhecer que as inovações podem ser mal entendidas e interpretadas, e se for previsto um acompanhamento do processo para posteriores esclarecimentos, se necessários. 11. A resistência será menor se os participantes experimentarem, em suas relações mútuas, aceitação, suporte, confiança. 12. A resistência será reduzida se o projeto for mantido aberto para revisão e reconsideração, se a experiência mostrar que estas mudanças são desejáveis". Devemos lembrar, no entanto, que as resistências à mudança, têm também, papel importante no sentido de evitar por exemplo, rupturas chocantes, que poderiam provocar desintegração, além de contribuir para a manutenção de certa integridade dos indivíduos ou grupos envolvidos, em termos de sua auto-estima, competência e autonomia. Uma análise interessante deste aspecto nos é dada por Donald Klein (1969). De maneira geral, podemos concluir que os autores concordam que qualquer processo de introdução planejada de inovação — treinamento ou reciclagem, por exemplo — requer além de atenções quanto às técnicas específicas de transmissão de informação, cuidados relativos à parte de valores, normas, padrões dos indivíduos, grupos, organizações ou instituições envolvidas. Se, por um lado, o formador tem que preocupar-se com a forma de introduzir novas tecnologias, por outro, deverá também estar atento aos aspectos dos comportamentos que se relacionam com a introdução destas inovações, sob o risco de perder eficiência no alcance de seus objetivos. 2.1.2.2-DISCUSSÃO a) encaminhamento Grupo 1 Com o auxílio do Instrumento no. 1 elaborar princípios de filosofia da Orientação Educacional. Grupo 2 Criticar as definições apresentadas no Instrumento no. 2 escolhendo a que melhor define a Orientação Educacional. Caso sinta necessidade, o grupo poderá elaborar uma definição própria. Grupo 3 — Utilizando o Instrumento no. 3 definir as atribuições e com- petências do orientador Educacional. Grupo 4 Com o auxílio do Instrumento no. 3 item 5 e do Instrumento no. 4 definir atitudes que caracterizem o Orientador Educacional como elemento integrado no processo educativo e agente integrador das diversas áreas do Currículo. Grupo 5 Utilizando os Instrumentos no. 5 e no. 6 defina formas de atuação do Orientador Educacional que o caracterizem como agente de mudança na escola, família e comunidade. 2.1.2.3-CONCLUSÕES FILOSOFIA: A filosofia da Orientação Educacional está embasada nos mesmos princípios filosóficos da Educação. Considerando o homem um ser livre e dinâmico, inserido em coordenadas espaço-temporais, constitui natureza da Orientação Educacional atuar em função do educando: — oferecendo-lhe condições para tornar-se pessoa, preparando-o para o exercício de opções básicas, integrando os elementos que exercem influência na sua formação, tendo em vista a sua participação na sociedade. CONCEITO: A Orientação Educacional é um processo científico e contínuo, atuando junto ao educando, em todos os graus e modalidades de ensi- no, de forma integrada com os elementos responsáveis pela sua forma- ção, visando a atender os objetivos da educação. NATUREZA: Quanto à natureza da Orientação Educacional, o grupo concluiu pela validade das atribuições contidas nos artigos 8o. e 9o. do Dec. no. 72.846/73 com algumas ressalvas. A REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE ORI- ENTADOR EDUCACIONAL - Decreto no. 72.846. de 26 de setembro de 1973 Artigo 8o. — São atribuições privativas do Orientador Educacional: a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Ser viço de Orientação Educacional em nível de: 1. Escola 2. Comunidade. b) Planejar e coordenar a implantação e o funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas. c) Coordenar a Orientação Vocacional do educando, incorporan-do-o ao processo educativo global. d) Coordenar o processo de sondagem de interesse, aptidões e habilidades do educando. e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vistas à orientação vocacional. f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações neces- sárias ao conhecimento global do educando. g) Sistematizar o processo do acompanhamento dos alunos, enca- minhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar, f) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino, j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional. Artigo 9o. — Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições: a) Participar do processo de identificação das características básicas da comunidade. b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar, c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola. d) Participar na composição, caracterização e acompanha- mento de turmas e grupos. e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos. f) Participar do processo de encaminhamento e acom- panhamento dos alunos estagiários. g) Participar no processo de integração escola-família comunidade. h) Realizar estudos e pesquisas na área de Orientação Edu- cacional. B — As ressalvas, relativas às atribuições do Orientador Educacional, feitas pelo I CEOE, são as seguintes: 1. No artigo 8o. itens "a" e "b", substituir o termo "funcionamento" por implementação, de conceituação mais abrangente e eliminar o termo "serviço" que não corresponde à natureza da Orientação Educacional. Os dois itens passariam a ter a seguinte redação: a. Planejar e coordenar a implantação e implementação da Orientação Educacional em nível de: 1. Escola; 2. Comunidade. b Planejar e coordenar a implantação e implementação da Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual Municipal e Autárquico; das sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas. 2. A necessidade de implantação do processo de Orientação Educa cional, em nível Pré-Escolar, Supletivo e 3o. Grau, com as mesmas atribuições gerais do 1o. e 2o. Graus, ressalvadas as atribuições específicas a serem estabelecidas de acordo com as realidades no Pré-Escolar, Supletivo e 3o. Grau. Por ser matéria que exige maior aprofundamento, o grupo sugere que o assunto seja tratado por futuros grupos de estudos. A — Instrumento no. 1 DINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Heloísa Lück INTRODUÇÃO O homem vê-se na contingência de escolher quando se lhe deparam duas ou mais alternativas. No que se refere à sua vida profissional o ho- mem moderno encontra-se diante de uma gama imensa de alternativas. As profissões se multiplicam dia a dia, pois, embora muitas desapareçam como resultado da tecnologia, esse desaparecimento se processa em proporção bem menor à do surgimento de novas especializações. Em vista disso, escolher o futuro trabalho) tornou-se uma tarefa difícil, dificuldade essa que se acentua cada vez mais. Da visão da questão profissional sob esse aspecto é que surgiu a Ori- entação Vocacional. Esse serviço, desde o seu surgimento com Frank Persons (1908), até recentemente (1950), foi concebido como sendo aquele, cuja tarefa principal constítuia-se em enquadrar as aptidõesindi- viduais às profissões disponíveis, no sentido de ajudar o indivíduo a melhor escolher seu futuro trabalho. Diga-se de passagem que o desempenho de tal tarefa tornou-se possível graças ao surgimento e desenvolvimento da Psicologia Diferencial que, com seus testes de medidas mentais, possibilitou ao orientador vocacional realizar o trabalho a que se propunha, isto é, formular um prognóstico do sucesso profissional do indivíduo, para melhor orientá-lo na escolha profissional. A Orientação Vocacional, assim vista, nos dá uma visão estática. Ela é realizada tendo por fim um dado momento culminante — o da escolha do futuro trabalho. Não prevê para o orientando a mobilidade profissional, e se ela ocorre, interpreta-a como sendo conseqüência de um desajustamento profissional ou falha de escolha. O acompanhamento de casos, quando previsto, teria por fim analisar e remediar esse "desajustamento" ou '/falha". Na década de 1950, apareceu uma nova concepção de Orientação Vocacional — a do desenvolvimento — influenciada e auxiliada pela Psicologia do Desenvolvimento. Passou-se a ver a escolha profissional (objetivo da Orientação Vocacional) não como uma decisão a ser tomada em um dado e único momento da vida, mas como um processo dinâmico, contínuo, que exige do indivíduo, em toda sua vida, constantes decisões, tomadas de posição, considerações e reconsiderações, enfim, contínuas opções que interferem em sua vida profissional. RETROSPECTO HISTÓRICO A Depressão Econômica de 1930, causadora de um índice alarmante de desemprego, tendo em vista o enorme problema social que provocou, motivou que se constituíssem várias comissões de estudo para levantes conseqüências e medidas saneadoras da situação. Liderada por Eli Ginzberg, foi constituída uma equipe de trabalho composta por um economista, um psiquiatra, um sociólogo e um psicólogo, com o fim de estudar os efeitos do desemprego sobre as pessoas. Dada a complexidade do assunto, os pesquisadores foram se esten- dendo e aprofundando cada vez mais em seus estudos, passando seu tra- balho a etapas outras, incluindo o estudo da escolha profissional, que veio a resultar numa nova teoria: a da escolha profissional como um processo evolutivo e não um acontecimento na vida do indivíduo. Essa teoria foi publicada em 1951 no trabalho "Occupational Choice: An Approach to a General Theoiy" No mesmo ano, Donald E. Super publicou um trabalho em que apresenta a teoria nas mesmas bases, empregando a expressão "desen volvimento profissional" O novo conceito passou a ser continua mente estudado e pesquisado pelo autor, sendo que os resultados obti dos apareceram em contínuas publicações. A partir do seu surgimento a teoria ganhou corpo e vários psicólogos se dedicam a fortalecê-la através da pesquisa, resultando dos trabalhos diferentes proposições, porém de igual essência. Permanecem mais im- portantes e mais estudadas até o momento, as teorias de Ginzberg e de Super, que servem de ponto de partida para os estudos realizados. O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Por Desenvolvimento Profissional deve-se entender o progresso ou evolução por que passa o indivíduo em relação a sua vida profissional, e que vem a constituir-se em sua carreira. Essa evolução é caracterizada por uma série de opções através das quais procura o indivíduo ajustar-se e realizar-se profissionalmente. Caracterizam-se ditas opções pela elimi- nação ou troca de determinadas soluções demonstradas ineficientes, ou pela manutenção de outras tidas como satisfatórias. No que se refere ao termo carreira, é necessário lembrar que Donald E. Super, a fim de adequar a terminologia da Psicologia Vocacional à teoria do desenvolvimento profissional, usou-o em substituição ao termo ocupação. Segundo ele, "ocupação" definia uma "entidade estática" isto é, grupo de trabalhos ou tarefas. Por outro lado, "carreira" viria a nomear uma "entidade dinâmica", isto é, uma seqüência de ocu- pações desempenhadas durante a vida de trabalho do indivíduo, e que inclui toda e qualquer posição pré ou pós-profissional. Adequada à teoria, a carreira deve ser concebida como sujeita a um contínuo desenvolvimento. É um processo de formação e moldagem da identidade profissional, que ocorre através da harmonização e diferen- ciação da personalidade, provocadas no trato com os problemas do tra- balho. Assim considerada, a carreira não é sinônimo da ocupação ou profis- são, uma vez que é sinônimo do próprio desenvolvimento profissional, pois vê o homem desenvolvendo-se profissionalmente, enquanto que a ocupação vê o tipo de trabalho que o homem realiza. David Tiedman e Robert 0'Hara, em seu trabalho "Career Development: Choice and Adjustment" consideram que nem todas as pessoas têm uma carreira. Tal consideração é válida desde que se cogite a respeito de que uma pessoa possa abraçar uma determinada profissão ou ocupação e desempenhá-la exatamente da mesma maneira, sempre, sem nunca se preocupar com novos processos ou métodos de trabalho. Portanto, sem realizar nenhum desenvolvimento profissional. 0 desenvolvimento profissional, o inverso da estratificação no trabalho, é o resultado dos esforços dispendidos pelo homem na sua procura de adequar-se ao mundo do trabalho. È, portanto, um índice da liberdade do homem e uma expectativa do mundo democrático. Assim considerado, deve o desenvolvimento profissional ser visto como um aspecto do desenvolvimento geral do indivíduo, uma vez, que "os problemas de escolha e ajustamento profissional são, no fundo, problemas de ajustamento pessoal" e uma vez que o trabalho é, nada rnais, nada menos, que a atividade através da qual se expressa e personalidade. Por outro lado, a identidade pessoal e a identidade profissional estão intimamente interligadas. A auto-imagem é constituída pelo acúmulo de informações a respeito da própria pessoa, colhidas no encontro com o mundo. É a autovisão emergida dessa experiência que determina o que se é, o que se pode. Ora, o que se é, e o que se pode como pessoa determinam o que se é e o que se pode como trabalhador, e vice-versa. Portanto, podemos dizer que carreira e auto-imagem são dois fatores da vida humana interdependentes, uma vez que a auto-imagem determina a carreira e esta modifica aquela, que por sua vez modifica esta, ocasionando um processo espiralóide interminável, em que um determina a modificação do outro num crescendo infinito. Como o desenvolvimento profissional deve ser considerado um aspecto do desenvolvimento geral do indivíduo, lembra, como qualquer tipo de desenvolvimento, amadurecimento, isto é, um processo de cres- cimento, de evolução e mudança. E assim como a maturação é um nível que nunca chega a um grau de excelência, não tem o amadurecimento profissional um ponto de chegada. Quando analisado, deve ser conside- rado como um ponto dado na linha contínua do desenvolvimento pro- fissional, e que revela a posição alcançada pelo indivíduo em relação ao mesmo. Podemos notar existirem na vida profissional várias dessas posições com características marcantes. Essas são especialmente estudadas e vêm a constituir as fases da vida profissional. JUSTIFICATIVA DA TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Sem renovação há o desmoronamento das instituições e a estagnação individual. A mobilidade constitui-se num importante fator de manutenção vital, tanto para as instituições como para o indivíduo. Portanto, ambos devem manter determinado grau de flexibilidade, adaptabilidade. No seu processo de maturação, devem ambos manter-se abertos à renovação, aproveitando todas as oportunidades de enriquecimento e fortalecimento. E as mutações aí estão. Por um lado, vemos o mundo do trabalho passando por constantes mudanças. Sabemos, por exemplo, que os progressos da tecnologia exigem com freqüência a modificação de determinadas operações de trabalho, ou ocasionam a eliminação de outras e o aparecimento de novas; provocam o desaparecimentode muitas profissões e o surgimento de outras tantas. Todo esse quadro exige do homem um con-tínuo adaptar-se. Por outro lado, vemos o homem, um ser em evolução, em desenvolvi- mento. Segundo Allport, "A personalidade é menos um produto acabado que um processo transitivo. Ainda que tenha alguns aspectos estáveis, está ao mesmo tempo continuamente sofrendo mudanças. Duas forças dinâmicas se encontram: homem e mundo do trabalho. Poderíamos esperar desse encontro um produto acabado e definitivo, se a própria natureza do trabalho exige do homem mobilidade e adaptação a novas situações, e se o próprio homem passa por mutações? A visão que se deve ter do homem no mundo do trabalho deve ser dinâmica: do trabalhador em contínua maturação profissional e adaptando- se dia a dia às mudanças que ocorrem no mundo do trabalho, bem como provocando mudanças no mesmo. Daí porque a teoria do desenvolvimento vocacional. TEORIA DE GINZBERG Eli Ginzberg fundamentou sua teoria na pressuposição de que todo indivíduo decide a respeito de sua profissão não em um dado e único momento, mas através de um processo continuado, constituído de várias decisões, funcionando cumulativamente. Refutou a teoria psicanalítica, que formula ser a escolha profissional determinada por motivações inconscientes, bem como desaprova a teoria determinista, que defende ser a escolha profissional determinada unicamente pelo meio. A teoria é baseada em três proposições: 1. a escolha profissional é um processo; 2. o processo é até certo ponto irreversível; 3. cada passo da escolha envolve um ajustamento de mediação. A escolha profissional é um processo Segundo Ginzberg, o processo de escolha profissional tem início no nascimento, uma vez que as atitudes dos pais em relação aos filhos (atenção, aceitação, amor, rejeição, superproteção) funcionam como importantes fatores determinantes dessa escolha. O final do processo só é registrado com a morte, tendo-se em vista que mesmo aposentado, o indivíduo pode envolver-se, eventualmente ou não, em situações do mundo do trabalho e defrontar-se com a perspectiva de realizar opções em relação a elas. Ginzberg analisou o processo de escolha profissional focalizando principalmente a faixa etária, oferecendo, assim, uma classificação utilizável pela Orientação Vocacional realizada nas escolas de 1o. e 2o. graus. Dividiu o processo de escolha em três períodos: 1o. Período da fantasia Tem início aos 6 anos e vai até aos 11. Durante o mesmo a criança seleciona, baseada em suas necessidades afetivas e impressões impulsi- vas do ambiente, papéis adultos para representar no mundo do "faz de conta" que cria. Brinca de artista, médico, bombeiro, professor, telefonista, realizando assim, de certa forma, suas primeiras escolhas profissionais. 2o. Período da experimentação Vai dos 11 aos 17 anos de idade. É caracterizado por uma consci- entização por parte do adolescente da necessidade de escolher sua futura profissão. Inicialmente, a escolha é motivada por interesses meramente pessoais. Após essa fase, o adolescente passa a se preocupar com suas capacidades e analisa-as, reconhecendo que diferentes tipos de trabalho requerem diferentes habilidades. Finalmente, analisa sua escolha mediante seus valores e objetivos de vida. 3o. Período da realidade Abrange a época entre os 17 anos e a idade adulta. Neste período ocorre a escolha mais importante, a que determina o tipo de trabalho a realizar. Antes de cristalizá-la, o adolescente procura reconhecer várias alternativas profissionais e familiarizar-se com elas, realizando a mediação final entre seus interesses, capacidades, valores e a realidade sócio- econômica, que determina as oportunidades ocupacionais. O processo é até certo ponto irreversível Em determinados estágios do desenvolvimento vocacional, não se pode voltar atrás, sem se correr o risco de abalar a auto-imagem e fracassar. Por exemplo, um estudante que ao término do curso de Medicina sente que sua verdadeira vocação é a Engenharia, teria uma grande dificuldade em decidir-se pelo abandono daquele curso e ingresso neste, dado o seu envolvimento em relação à profissão médica. No caso de decidir-se pela troca e reinicio dos estudos na outra área de conhecimentos, sempre guardará a influência daqueles estudos e sofrerá as conseqüências da troca. A escolha busca um ajustamento de mediação A escolha profissional reflete o enquadramento entre as aptidões, interesses, valores e objetivos individuais, e as oportunidades e limitações ocupacionais do ambiente. Realiza-se um ajustamento em que ambas as partes fazem concessões, procurando-se assegurar que esse ajustamento produza o máximo grau de satisfação. SUPOSIÇÕES BÁSICAS DO DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL 1.As pessoas diferem entre si em aptidões, interesses, valores e objetivos. Portanto, o trabalho que é desempenhado com eficiência e satisfação por uma pessoa, pode causar desagrado a outra ou mesmo não poder ser desempenhado pela mesma. 2. Ninguém é monovalente. Cada pessoa tem o potencial para alcançar sucesso e satisfação em uma série de ocupações (multipo- tencialidade individual). 3. As profissões diferem entre si por exigirem distintos padrões de habilidades e interesses. As pessoas que têm padrões de habilidades e interesses apropriados à profissão escolhida iniciam-se na profissão, permanecem nela e são bem sucedidos. 4. As identificações com os pais ou outras pessoas adultas desem- penham papel importante na formação de interesses profissionais e de auto-imagem, fatores determinantes da escolha profissional. 5. A vida pode ser dividida em fases (crescimento, exploração, es- tabelecimento, manutenção e declínio, segundo C. Bühler) a que se ajustam as fases do desenvolvimento profissional. 6. 0 desenvolvimento profissional é o resultado da interação entre o indivíduo e o seu ambiente. Dada a complexidade de situações deste, torna-se difícil a avaliação dos seus efeitos. 7. 0 desenvolvimento profissional pode ser facilitado e orientado através de oportunidades para o exercicio de aptidões e desenvolvimento de interesses e traços de personalidade. 8. O processo do desenvolvimento profissional, em sua essência é o processo do desenvolvimento do conceito de si mesmo. BIBLIOGRAFIA 1. ALLPORT, GORDON W. "DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE". Editora Her- der São Paulo, 1970, 3o. ed. 2. BOROW, HENRY ed. "MAN IN A WORLD AT WORK". Houghton Mifflin Company, Boston. 1964. 3. DAVITZ, J0EL R. & BILL, SAMUEL. "PSYCHOLOGY OF THE EDUCATIONAL PRO- CESS" McGraw-Hill Book Company, New York, 1970 4. GARDNER, JOHN W.Self Renewal - "THE INDIVIDUAL AND THE INNOVATIVE SOCIETY". Harper & Row, Publishers, New York, 1965. 5. JERSILD, ARTHUR T. "THE PSYCHOLOGY OF ADOLESCENCE".The Macmillan Company, New York, 1963, 2o. ed. 6. PETERS, HERMAN J. & HANSEN, JAMES C. ed. "VOCATIONAL GUINDANCE AND CAREER DEVELOPMENT - SELECTED READINGS". The Macmillan Company, New York, 1966. 7. SUPER, DONALD E. "THE PSYCHOLOGY OF CAREERS". Harper & Row, Publishers, New York, 1957. 8. TIEDMAN, DAVID V. &0'HARA, ROBERT P. "Career Development: Choice and Adjust- ment". College Entrance Examination Board, Princeton New Jersey, 1963. RESUMO DINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL 1. Origem: A teoria do "desenvolvimento profissional" é relativamente recente. Sua semente foi lançada em 1951 por Ginzberg e Super, em trabalhos independentes. 2. Porque "desenvolvimento profissional": o desenvolvimento ou evolução é característica da sociedade, do mundo do trabalho, do homem. O mundo do trabalho se modifica continuamente e exige a adaptação do homem a ele. O homem, por sua vez, se modifica e procura novas situações no mundo do trabalho que se adaptem às suas novascondi- ções. 3. Conceito: Desenvolvimento profissional é o processo de evolução por que passa o indivíduo em relação à sua vida profissional. 4.
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