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_______________________ Estudos Disciplinares Formação Geral Prof. Me. Bruno César Questão 1 – Ciência e sociedade: negacionismo. Leia a charge e o trecho a seguir e avalie as afirmativas. Disponível em https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/. Acesso em: 02 ago. 2021. Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor do que qualquer outra geração anterior. Pessoas são saudáveis graças às ciências da saúde. Moram em residências robustas, produto da engenharia. Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu conhecimento de química e física. Paradoxalmente, essas mesmas pessoas ligam seus computadores, tablets e celulares para adquirir e disseminar informações que rejeitam a mesma ciência que é tão presente em suas vidas. Vivemos num mundo em que pessoas usam a ciência para negar a ciência. KOWALTOWSKI, Alicia. Usando a ciência para negar a ciência. 2019. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/ (com adaptações). Acesso em 02 ago. 2021. I. A charge ilustra o paradoxo que se afirma no texto: novas tecnologias, frutos do desenvolvimento científico, são usadas para negar a ciência. II. A charge tem por objetivo contrapor um professor arcaico com as novas tecnologias, que permitem assimilar o conhecimento de forma mais rápida. III. De acordo com o texto, é paradoxal que as pessoas atualmente, com o desenvolvimento científico contemporâneo, ainda fiquem doentes e não tenham moradias robustas. É correto o que se afirma apenas em: A. I. B. II. C. III. D. I e II. E. I e III. Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta: A comunicação via redes sociais é fruto da evolução tecnológica observada nos últimos anos. Assim, vemos que o personagem com o celular na mão usa “a ciência para negar a ciência”, ou seja, vale-se de uma forma de informação só possibilitada pelo desenvolvimento científico para desacreditar pesquisas que o possibilitam. II – Afirmativa incorreta: A charge mostra a situação absurda de alguém que, sem qualquer fundamento, apenas com uma mensagem do “zap”, tenta desvalidar pesquisas sérias e embasadas da ciência. III – Afirmativa incorreta: O paradoxo refere-se ao fato de as pessoas se valerem de benefícios possibilitados pelo pensamento científico para criticá-lo. Alternativa correta: A. Questão 2 – Lirismo: envelhecimento e morte. Leia o poema a seguir. Porta do armário aberta Marina Colasanti Abro a porta do armário como abro um diário, a minha vida ali dependurada meu frusto cotidiano sem segredos intimidade exposta que os botões não defendem nem se veda nos bolsos, espelho mais real que todo espelho entregando à devassa as medidas do corpo. Armário tabernáculo do quarto que abro de manhã como à janela para sagrar o ritual do dia. Sala de Barba Azul coalhada de pingentes longas saias e véus emaranhados sem que sangue goteje. Corpos decapitados ausentes minhas mãos dos murchos braços. Do armário minhas roupas me perseguem como baú de herança ou maldição. Peles minhas pendentes em repouso silenciosas guardiãs dos meus perfumes tessituras de mim mais delicadas que a luz desbota que o tempo gasta que a traça rói ainda assim durarão nos seus cabides muito mais do que eu sobre meus ossos. Nenhuma levarei. Irei despida deixando atrás de mim a porta aberta. COLASSANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O objetivo do poema é questionar a necessidade de substituição das roupas no guarda-roupa de acordo com os ditames da moda. II. Metaforicamente, o poema tem por objetivo revelar, por meio do armário e de suas roupas penduradas, a perda de um amor. III. A questão central do poema é o ressentimento da mulher pelo fato de que suas roupas estão desbotadas e roídas pelas traças. IV. A poetisa compara o armário a um diário: as roupas penduradas revelam aspectos da sua vida. É correto o que se afirma apenas em: A. I e III. B. II e IV. C. II e III. D. IV. E. II, III e IV. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: As roupas aparecem em sentido conotativo (metafórico); a moda não é o tema do poema. II – Afirmativa incorreta: Não há qualquer referência à perda amorosa; fala-se sobre envelhecimento e proximidade da morte. III – Afirmativa incorreta: O poema não tem como tema as roupas no sentido denotativo, mas, sim, o que elas metaforicamente representam. IV – Afirmativa correta: Nos quatro primeiros versos, isso já fica evidente: “Abro a porta do armário/como abro um diário/a minha vida ali/dependurada”. Alternativa correta: D. Questão 3 – Redes sociais: fake news. Leia o meme e o texto a seguir. Disponível em: https://bit.ly/3AJO24. Acesso em: 21 jul. 2021. Fake news são notícias e informações falsas – ou modificadas – veiculadas na internet com o propósito de manipular pessoas e eventos. Elas também estão ligadas ao sensacionalismo, que visa a chamar a atenção e a obter “likes” para gerar lucro. Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o estudo do Jornalismo, as redes sociais são a maior fonte de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta, já que o percentual de pessoas que usam as redes sociais como fonte de notícias foi de 47% em 2013 para 72% em 2016. Isso mostra que a repercussão de uma notícia falsa pode atingir inúmeras pessoas em poucos minutos e acarretar prejuízos morais e até mesmo financeiros. Algumas pessoas acreditam que as fake news prejudicam apenas pessoas públicas, mas isso não é uma regra. É o caso de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a morte depois de ter sido acusada de sequestrar e matar crianças para fazer magia negra. Os boatos associavam seu https://bit.ly/3AJO24 http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html nome e sua imagem ao crime; só após sua morte a verdade apareceu. Outra situação envolvendo fake news foi a da vereadora Marielle Franco, que teve seu nome vinculado a mentiras com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das notícias foi a de que ela seria casada com um traficante e eleita por uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho. Contudo, tais informações eram inverídicas. Disponível em: https://foconoenem.com/fake-news-redacao-enem/. Acesso em: 20 jan. 2019. Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I. O meme, para criticar a propagação de fake news, apoia-se, ironicamente, em uma citação falsa. II. O meme e o texto apresentam discursos antagônicos, pois o primeiro mostra que as notícias falsas podem ser simples brincadeira. III. O texto alerta para a necessidade de se checar a fonte das informações, pois as fake news podem trazer prejuízo à sociedade. É correto o que se afirma apenas em: A. I e II. B. I. C. I e III. D. III. E. II e III. Análise das afirmativas. I – Afirmativa correta: Certamente, a citação do meme não é de autoria de Dom Pedro. II – Afirmativa incorreta: Os discursos não são antagônicos. Os dois textos criticam as fake news. III – Afirmativa correta: O texto aponta problemas causados pela divulgação de notícias falsas e mostra formas para se checar a veracidade de informações. Alternativa correta: C. Questão 4 – Economia: descontos e promoções. Na chamada “black friday”,é comum vermos anúncios como o mostrado na figura a seguir. Disponível em: https://bit.ly/3AMKxdG. Acesso em: 27 set. 2021. Com base nessa situação, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. Se o cliente comprar a segunda unidade de um produto que custe R$ 300,00, pagará o equivalente a R$ 225,00 por unidade. PORQUE II. O cliente terá 50% de desconto no valor total a ser pago. Assinale a alternativa correta. A. As asserções I e II são verdadeiras e a asserção II justifica a asserção I. B. As asserções I e II são verdadeiras e a asserção II não justifica a asserção I. C. A asserção I é verdadeira e a asserção II é falsa. D. A asserção I é falsa e a asserção II é verdadeira. E. As asserções I e II são falsas. Análise das asserções. I – Asserção verdadeira: anúncio promete desconto de 50% na segunda unidade, o que significa que ela custará R$ 150,00. Assim, o total pago pelas duas unidades será R$ 450,00, ou seja, R$ 225,00 por cada uma delas. II – Asserção falsa: Sem o desconto, a pessoa pagaria R$ 600,00 pelas duas unidades. Assim, houve redução de R$ 150,00. Esse valor corresponde a 25% do total. Alternativa correta: C. Questão 5 – Comportamento: uso do celular. Leia o texto. O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odiamos falar por telefone? Não deixe uma ligação rápida arruinar uma longa e confusa série de mensagens de WhatsApp Sílvia Lopez – 01/06/2019 Para iniciar um texto, Hemingway dizia a si mesmo: “Escreva a frase mais verdadeira que você conhece”. Neste caso, seria: a psicóloga Cristina Pérez, do Siquia, respondeu por meio de mensagens de áudio às perguntas que lhe enviamos por e-mail. Essa curiosidade metajornalística não tem importância nem altera a qualidade de suas respostas, só ilustra a variedade e a fluidez de opções com as quais podemos nos comunicar hoje. Recebemos um e-mail? Respondemos com um áudio. Chegou um áudio de WhatsApp? Respondemos com um texto. Recebemos um telefonema? Não respondemos. Esperamos. Esperamos. E escrevemos: “Você me ligou? Não posso falar, é melhor me escrever”. O paradoxo do grande vício do século XXI é que estamos presos ao celular, mas temos fobia das ligações telefônicas. Voto de silêncio É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias: só na Espanha, o uso diário de aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger é quase o dobro do uso de ligações por telefone fixo e celular, segundo o Relatório da Sociedade Digital na Espanha de 2018, da Fundação Telefónica. Não só preferimos as mensagens instantâneas aos telefonemas, como também preferimos essas mensagens a interagir com outras pessoas. Ou pelo menos foi o que 95,1% da população espanhola disse preferir (o cara a cara só tem 86,6% de popularidade). A ligação telefônica − que, até não muito tempo atrás, esperávamos com alegria ou tolerávamos com resignação, mas nunca evitávamos com uma rejeição universal – tornou- se uma presença intrusiva e incômoda, perturbadora e tirânica, mas por quê? “Uma das razões é que quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos http://www.siquia.com/ fazendo, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse momento”, explica a psicóloga Cristina Pérez. “Por outro lado, também exige de nós uma resposta imediata, ao contrário do que ocorre na comunicação escrita, que nos permite pensar bem no que queremos dizer. E a terceira razão seria o fato de não poder saber de antemão qual será a duração do telefonema”, acrescenta. Introvertidos e entregues às telas Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo um relatório mundial da Deloitte, consultamos nossas telas mais de 40 vezes ao dia, e uma de cada quatro pessoas faz isso entre 100 e mais de 200 vezes. Talvez a coisa mais valiosa que nosso interlocutor exija em uma ligação não seja o tempo, e sim a concentração. Será que o ódio de falar por telefone poderia ser sintoma de um problema mais profundo, como um distúrbio de déficit de atenção? “Em princípio não”, responde a psicóloga. Mas “sim, é possível que uma pessoa com déficit de atenção tenha dificuldade para manter uma longa conversa telefônica e até mesmo que às vezes perca o fio da meada e volte sua atenção para outra coisa, assim como lhe ocorreria em uma conversa frente a frente, mas isso não quer dizer que desenvolva um ódio de falar por telefone”. Cristina Pérez alerta: “Sim, pode ser sinal de uma personalidade introvertida. O imediatismo de um telefonema faz com que as pessoas introvertidas não se sintam confortáveis neles. São pessoas que dependem muito da observação e, por telefone, não podem examinar a expressão do interlocutor. Se uma interação social já é incômoda para elas, é muito pior quando não têm essa ajuda visual que utilizam tanto. De fato, esse tipo de personalidade prefere a comunicação escrita à falada”. Como cortar a ligação Infelizmente, para esses introvertidos, não há uma fórmula que os libere de todos os telefonemas, embora o identificador do número que está ligando lhes dê certa autoridade. “Quando você recebe uma ligação, é você que decide se é o momento de atendê-la ou de deixá-la para mais tarde”, assinala a psicóloga. “Se você decidir atendê-la e precisar cortá-la, a melhor maneira de fazer isso é de forma assertiva (estabelecendo limites, embora inicialmente isso nos custe um pouco, já que podemos pensar que a outra pessoa ficará chateada, mas é questão de treinamento e paciência), só que você também deve detectar qual é o momento certo para cortar”. O problema não é apenas que nosso interlocutor queira falar ad infinitum. Ele muitas vezes quer de nós uma resposta rápida, se for, por exemplo, um telefonema de trabalho. O terror de não ter tempo para pensar o que devemos responder também nos impede de atender o telefone. A psicóloga também tem um truque para esses casos: “Se pedem uma resposta imediata que nesse momento você não pode dar, uma frase muito útil é ‘vou pensar com calma e amanhã conversamos’, já que se não temos certeza quanto a uma resposta, o melhor é adiá-la, porque o imediatismo nos faz agir impulsivamente e é possível que depois nos arrependamos da resposta dada”. Adeus à dialética? A aversão à conversa da chamada “geração muda” poderia ter mais consequências do que apenas evitar as reuniões sociais. “O preço a pagar por nascer nesta geração é, muitas vezes, a falta de habilidade na hora de iniciar ou manter uma conversa, embora essas pessoas possam passar horas e horas no celular, porque estão mais concentradas naquilo que seu dispositivo lhes pode oferecer (o que às vezes será uma conversa com outra pessoa, mas não frente a frente). São gerações nas quais o vício por novas tecnologias está na ordem do dia, e o problema não é apenas que não valorizem o quanto uma boa conversa pode ser enriquecedora. Os efeitos do uso excessivo do celular afetam também sua personalidade, já que são pessoas com baixa tolerância à frustração e com necessidade de um reforço social contínuo, que ocorre através das curtidas. Em suma, a tecnologia é boa desde que seja usada de forma compatível com a vida cotidiana da pessoa, ou seja, quando não interferir em sua vida social, trabalhista ou pessoal”, destaca a psicóloga. Disponível em: https://bit.ly/3ofW7sF. Acesso em: 06 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com a pesquisa, falar ao telefone ou encontrar alguém pessoalmente são ações indesejadas pela maioria da população. II. O paradoxo apontado no texto refere-se ao fato de as pessoas alternarem diversos formatos de respostas às mensagens do dia a dia. https://bit.ly/3ofW7sF III. De acordo com a psicóloga, o telefonema apresenta, para muitas pessoas, a desvantagem de exigir uma respostaimediata e de interromper o que se está fazendo no momento. É correto o que se afirma em: A. I, II e III. B. III, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. I e II, apenas. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: O texto afirma que, de acordo com a pesquisa, o “cara a cara” tem 86,6% de popularidade. II – Afirmativa incorreta: O paradoxo refere-se ao fato de as pessoas viverem conectadas e com o celular na mão, mas não quererem falar por meio dele. III – Afirmativa correta: Segundo a entrevistada, as pessoas preferem as mensagens porque as ligações interrompem o que se está fazendo. Ela afirma: “uma das razões é que quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazendo, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse momento”. Alternativa correta: B. Questão 6 – Comportamento: confronto entre opinião e fato. Leia os quadrinhos a seguir. Disponível em: https://www.umsabadoqualquer.com. Acesso em: 2 dez. 2018 (com adaptações). Os quadrinhos apresentados: A. trazem evidências científicas de que o café causa agitação em quem o consome. B. incentivam a valorização das crenças em detrimento dos fatos. C. apontam o diálogo como solução para a desinformação. D. desvalorizam os saberes populares. E. criticam o predomínio de crenças e opiniões pessoais sobre evidências científicas. Análise das alternativas. A – Alternativa incorreta: Os quadrinhos não apresentam justificativas para o fato de o café gerar agitação em seus consumidores. B – Alternativa incorreta: Os quadrinhos criticam a valorização de crenças e opiniões em detrimento dos fatos. C – Alternativa incorreta: Os quadrinhos mostram uma situação de diálogo entre duas pessoas, mas não relatam um caso de desinformação. D – Alternativa incorreta: Os quadrinhos não fazem referência a saberes populares. E – Alternativa correta: Os quadrinhos criticam a valorização de crenças e opiniões em detrimento dos fatos. Alternativa correta: E. Questão 7 – Sociedade: invisibilidade da pobreza. Observe a pintura de Kevin Lee, intitulada “A invisibilidade da pobreza'', e leia o texto a seguir. Disponível em: https://bit.ly/3IQv9zM. Acesso em: 25 jul. 2021. Falta de dados reflete invisibilidade da população em situação de rua no Brasil (CNN, São Paulo – 01.06.2021) "Eu até me emociono quando me fazem essa pergunta, porque dói muito ver a pessoa em situação de rua. Pra mim, dói muito". Poucas pessoas que não experimentaram o que é dormir sem um teto sobre a cabeça poderiam dar uma resposta como essa. O músico Wellington Antônio Vanderlei sabe bem o que é isso e, entre suas idas e vindas na rua desde a adolescência, é certeiro quando responde qual o sentimento relegado à população que vive sem ter onde morar. "Ah, o sentimento é que você é invisível mesmo, né?". Invisível aos olhos da sociedade e, muitas vezes, também aos olhos do poder público. As discussões a respeito do adiamento do censo populacional que seria realizado neste ano lançaram luz sobre a importância de pesquisas para a formulação de políticas públicas. Políticas essas que https://bit.ly/3IQv9zM https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/censo reduzem os níveis de desigualdade, combatem a fome, o desemprego, o abandono escolar e tantos outros gargalos sociais. O problema é que quem vive na rua não entra nas estatísticas do Censo. A única vez em que foi realizado um levantamento nacional exclusivamente sobre a população em situação de rua foi em 2008, quando foram registradas informações extremamente relevantes e até inesperadas, como o fato de que 70% dessa população tinha algum tipo de trabalho. Outros dados, nem tão inesperados assim: 67% dessas pessoas eram negras, retrato do racismo e da desigualdade no nosso país. O que o país tem de mais recente sobre a população em situação de rua é uma estimativa produzida por Marcos Natalino, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que projetou 222 mil pessoas vivendo nas ruas do Brasil até março do ano passado. O cenário, é claro, agravou-se durante a pandemia. "Agora, na pandemia, eles são visíveis à medida que, quando fecha a cidade, menos pessoas circulam pelas ruas. Os únicos que circulam nas ruas são eles. Então, é um jogo. Ora eles são visíveis, ora eles são invisíveis. Quando incomodam, são visíveis. Quando não incomodam a ordem estabelecida, são invisíveis", opina o padre Júlio Lancellotti, que há anos é uma referência no apoio a quem vive nas ruas. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/06/01/podcast- entre-vozes-alerta-para-invisibilidade-de-quem-vive-em- situacao-de-rua. Acesso em: 25 jul. 2021 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A imagem e o texto jornalístico apresentam discursos antagônicos, pois o artista enfatiza, com seus traços, a visibilidade de um menino pobre, e a matéria aponta que as pessoas em situação de rua são ora visíveis, ora invisíveis. II. Segundo o texto, as pessoas em situação de rua são pouco visíveis ao poder público, e isso implica a criação insuficiente de políticas direcionadas a elas. III. O objetivo da imagem é mostrar que o menino, mesmo pobre, pode ter ascensão social, representada pela escada e pela rampa. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/13/especialistas-veem-aumento-de-populacao-de-rua-mas-nao-ha-dados-oficiais IV. De acordo com o texto, a pandemia aumentou a visibilidade das pessoas que moram na rua porque gerou mais ações de solidariedade. É correto o que se afirma somente em: A. I e II. B. II e IV. C. I e III. D. III e IV. E. II. Análise das afirmativas. I – Afirmativa incorreta: Os discursos não são antagônicos. A pintura revela a invisibilidade do menino pobre, chamando a atenção do receptor para suas condições. II – Afirmativa correta: A falta de visibilidade social dos pobres acarreta falta de ações e de políticas públicas eficientes. III – Afirmativa incorreta: A escada não representa, na pintura, ascensão social. Trata-se de um espaço do cenário urbano ocupado por pessoas em condições de pobreza. IV – Afirmativa incorreta: No texto, afirma-se que a pandemia tornou os moradores de rua mais visíveis porque as ruas ficaram mais vazias. Alternativa correta: E.
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