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2 . 1CONTESTAÇÃO CORRIGIDA

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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA 2° VARA DO TRABALHO DA SESSÃO JUDICIÁRIA DE SALVADOR/BA
EXMO(A). JUIZO DA 2ª DA VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO TRABALHO DE SALVADOR - BA. 
Processo nº5000/2020.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA LOTERIA BILHETE PREMIADO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº. 02.005.663/0001-02, situado na Rua do Alicerce, nº 300, bairro centro, nesta capital do Salvador, Bahia, sendo representado pelo sócio administrador SR. MARCELO RODRIGUES, brasileiro, casado, Comerciante, portador da RG 2.078 098, CPF 297843635-68 residente e domiciliado na Rua Santo Agostinho, nº 1299, edifício Bosque das Araras, apartamento 603, bairro centro, nesta capital, neste ato representado por seu advogado “in fine” assinado, constituído na forma do Instrumento de Mandato anexo, SOCIEDADE DE ADVOGADOS, pessoa jurídica de direito privado, OAB_____, com escritório profissional na Rua Miguel Calmon, 334, Ed. Cidade de Aracaju, sala 204, CEP 40.330-020, Comércio, nesta Capital, onde recebem atos de comunicação processual, endereço eletrônico: wadvsucesso@gmail.com , vem perante V. As, com fulcro nos artigos 847 da CLT, c/c o art. 337 do CPC, e demais dispositivos legais aplicáveis ao caso em espécie, apresentar: 
CONTESTAÇÃO C/C PEDIDO DE RECONVENÇÃO
nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por EDUARDO MACEDO, brasileiro, Operador de caixa lotérico, data de nascimento 15/06/1992, Registro de empregado FRE 33456, CPF 035.753.535-00, RG 1. 0234. 089 08, PIS nº 11003773449, CTPS nº 97856, série nº 0025, solteiro, residente e domiciliado na rua Benedito Dantas, 230, Cabula, Salvador – Ba, CEP. 40.340-010, Whatsapp numero (71) 9 0000 9999, endereço eletrônico joheca@gmail.com, ante as razões de fato e de direito, abaixo expostas:
1 – PRELIMINAR DE MÉRITO - INÉPCIA DO PEDIDO.
O reclamante afirma que trabalhava na empresa de 18 de fevereiro de 2011 a 15 de abril de 2017, quando foi dispensado sem justa causa. Afirma, ainda, que trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição. Ele relata que sempre foi cumpridor de suas tarefas e prestativo para com os prepostos da empresa. Destarte, na Reclamação Trabalhista o reclamante requer horas de sobreaviso, entretanto a petição está carente da causa de pedir para fundamentar o pedido.
Não assiste razão ao reclamante, pois nos termos do art. 330, § 1º, I do CPC, a petição inicial será inepta quando lhe faltar o pedido ou a causa de pedir. Assim, na petição inicial foi apresentado apenas o pedido de sobreaviso, estando ausente a causa de pedir, sendo, portanto, inepta.
Diante o exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos dos art. 485, I e art. 330, § 1º, I do CPC, quanto ao pedido de sobreaviso.
2 – PREJUDICIAIS DE MÉRITO.
2.1 - PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
O Reclamante fora admitido em18/02/2011 e dispensado em 02/06/2017 e ingressou com a presente ação em 25/09/2020.
Segundo o art. 7º, inciso XXIX da CRFB/1988, é direito do obreiro ajuizar a ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos até o limite de dois anos a contar da extinção contratual. No mesmo sentido a súmula 308 do TST.
A súmula 308 do TST estabelece que respeitado o prazo bienal após a extinção do contrato de trabalho, a prescrição da ação trabalhista se refere às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação.
Logo, os créditos anteriores a 24/09/2015 devem ser declarados prescritos julgando-os com resolução do mérito nos termos do art. 487, II do NCPC.
Assim, se algum valor for devido a Reclamante, o que se admitindo em observância ao princípio da eventualidade, somente poderá ser deferido relativamente ao período imprescrito.
2.2 - PREJUDICIAL DE MÉRITO – PRESCRIÇÃO BIENAL.
O Reclamante postulou pelo pagamento de R$ 000 (REAIS), porém a extinção do contrato de trabalho com a Reclamada se deu em 02/06/2017 quando fora dispensado, e ingressou com a presente ação em 25/09/2020.
O Reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista em 25 de setembro de 2020, tendo o contrato de trabalho sido rescindido em 15 de abril de 2017, restando como consumada a "caducidade acionária" por prescrição bienal fundado no Art. 7.º, XXIX, da CRFB/1988 e Art. 11º, da CLT, comprovada na farta documentação encartada aos autos, de que o ajuizamento da propositura posta na lide efetivamente ocorreu depois de vencido o prazo para tal disponibilizado pela ordem normativa. 
Conforme se verifica na jurisprudência pátria, que corrobora com os artigos de Lei que determina a prescrição duodenal, deve ser acolhida a prescrição duodenal e requer o reconhecimento da inépcia a exordial e a extinção do feito com resolução de mérito com fulcro no Art. 487, II e 203 § 1º do NCPC.
DA EXTINÇÃO DO FEITO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO (NCPC, ART. 487, II)- ACOLHIMENTO DA PRESCRIÇÃO BIENAL (ART. 7.º , XXIX , A, DA CF/88 E ART. 11º, DA CLT)- ATO JUDICANTE (NCPC, ART. 203, § 1º) PREDECESSOR QUE SE POSTA COMO PASSÍVEL DE PRESERVAÇÃO. Impõe-se ratificar como consumada a "caducidade acionária" anteriormente decretada quando resta satisfatoriamente patenteado, mercê de farta documentação encartada ao dossiê da lide, que o ajuizamento da propositura posta em liça efetivamente ocorreu depois de vencido o prazo para tal disponibilizado pela ordem normativa.
(TRT-20 00003810820175200009, Relator: JOAO AURINO MENDES BRITO, Data de Publicação: 02/10/2018).
Em consoante esta linha de entendimento, também requer a extinção do feito com resolução de mérito com fulcro no Art. 487, II e 203 § 1º do NCPC, em face de restar prescrita a Reclamação Trabalhista. 
2 – DA SINTESE PROCESSUAL.
O Reclamante, que laborou para a Reclamada na condição de operador de caixa de lotérica, ajuizou a presente reclamação trabalhista no dia 25 de setembro de 2020, incontroversamente afirmando que trabalhou para a Reclamada no período de 18 de fevereiro de 2011 a 15 de abril de 2017, de 2a a 6a feira, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição, quando foi dispensado sem justa causa.
Afirma, ainda, que trabalhava Ele relata que sempre foi cumpridor de suas tarefas e prestativo para com os prepostos da empresa, e que, duas semanas após receber o aviso prévio, decidiu inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados em lotéricas, para lutar por melhorias para a sua categoria.
Alega que suas atividades laborais eram de processar os jogos feitos pelos clientes e que também realizava atividade bancária referente a saques de até R$ 100,00 e o pagamento de contas de serviços públicos (água, luz, gás e telefone), bem como de boletos bancários de até R$ 200,00. 
Alega que dentre os clientes da Reclamada, estava a COELBA companhia de energia elétrica, e que uma vez por semana tinha que ir até essa empresa para pegar, de uma só vez, as apostas de todos os seus empregados, o que fidelizava esses clientes; contudo, nesse dia, ele permanecia em área de risco (subestação de energia) por 10 minutos.
O Reclamante, durante o período em que trabalhou para a Reclamada, faltou algumas vezes ao serviço e que teve essas faltas descontadas. Alega que substituiu o gerente da loteria, quando este se afastou por auxílio doença, pelo período de três meses, mas que não teve qualquer alteração de salário. 
Afirma que existe o benefício de ticket-alimentação, previsto em acordo coletivo assinado pela sociedade empresária Alpha Ltda., mas que jamais recebeu esse benefício durante todo o contrato.
O Reclamante informa que adquiriu empréstimo bancário, consignado em folha de pagamento, e que por três meses, quando houve sensível diminuição do movimento em razão da crise econômica, realizou serviço do seu próprio domicílio (home office), conferindo as planilhas de jogos, mas que não recebeu vale-transporte; ainda informa que não trabalhava nos feriados e que recebia vale-cultura do empregador no valor de R$ 30,00 mensais.
Com base nisso, ajuizou reclamação trabalhista, pleiteando: a) adicional de periculosidade;b) vantagens previstas na norma coletiva dos bancários; c) reintegração ao emprego; d) horas extras; e) horas de sobreaviso; f) ticket previsto na norma coletiva; g) vale-transporte pelo período em que trabalhou em home office; e h) integração do vale-cultura ao seu salário.
Contudo, não assiste razão ao Reclamante, pelo que será exposto adiante.
A - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
O Reclamante postula pelo pagamento do adicional de periculosidade, qual seja de 30% (trinta por cento) sobre o salário, alegando ter laborado exposto em uma área de risco subestação de energia.
A pretensão obreira improcede.
De acordo com o art. 193, inc. I da CLT, o adicional é devido ao empregado que desenvolve labor em:
Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas na forma da regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego, naquelas em que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude da exposição permanente do trabalho a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
A CLT estabelece, no seu artigo 193, que o adicional de periculosidade é devido aos trabalhadores empregados que realizam atividades perigosas de forma permanente.
Com este entendimento corrobora o TST, nos termos da Súmula 364, que somente terá direito ao adicional de periculosidade previsto no art. 193 o empregado exposto permanentemente ou que de forma intermitente, se sujeita as condições de risco. Não será devido o adicional quando o contato dá-se apenas de forma eventual ou que, sendo habitual, se dá por tempo extremamente reduzido.
O Reclamante alega que passava em situação de risco de apenas 10min (dez minutos) no máximo uma vez por semana, um tempo extremamente reduzido, ou seja, não faz jus ao referido adicional, em virtude do contato eventual, nos termos da Súmula 364, inc. I do TST. Ademais, a prova da periculosidade requer perícia, nos termos do art. 195 da CLT, o que não consta no referido processo.
Requer a improcedência do pedido, em virtude de que o contato era apenas eventual, o que não enseja o pagamento do adicional.
B – DAS VANTAGENS PREVISTAS NA NORMA COLETIVA DOS BANCÁRIOS - INAPLICABILIDADE DA CONVENÇÃO COLETIVA DOS BANCÁRIOS À EMPREGADORA.
O Reclamante pleiteia a possibilidade de seu enquadramento, quanto empregado que exerce a função de caixa de casa lotérica, na condição da categoria dos bancários e equiparação das financeiras, aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art. 224 da CLT, o que não tem respaldo jurídico. 
De acordo com a Súmula nº 117, do TST, que diz:
SUMULA 117 - TST - BANCÁRIO CATEGORIA DIFERENCIADA. Não se beneficiam do regime legal relativo aos bancários os empregados de estabelecimentos de crédito pertencentes a categorias profissionais diferenciadas.
O art. 511 da CLT expressamente trata da licitude da associação sindical.
Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
Operador de Caixa lotérica não é bancário, já que a Reclamada, é empresa lotérica e não exercem as atividades privativas de uma instituição financeira, mas apenas seus serviços básicos.
 Ademais, com a exceção da categoria profissional diferenciada, o critério a ser utilizado para o enquadramento sindical é o da atividade preponderante da empresa, e não, a exercida pelo empregado.
Ao contrário do que pleiteia o Reclamante, a Jurisprudência pátria é clara em determinar que o que define o enquadramento sindical do empregado é a atividade preponderante do empregador, senão vejamos:
ENQUADRAMENTO DE EMPREGADA DE CASA LOTÉRICA COMO BANCÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. Considerando que a atividade preponderante das casas lotéricas continua sendo a comercialização de todas as loterias federais e produtos conveniados, os seus empregados não se enquadram na categoria profissional dos bancários, não podendo se beneficiar das normas coletivas e dos consectários daí decorrentes. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR - 142400-08.2007.5.12.0010; Data de Julgamento: 10/03/2010; Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga; 6ª Turma; Data de Publicação: DEJT 19/03/2010, sublinhei).
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS. EMPREGADOS DE CASAS LOTÉRICAS. ENQUADRAMENTO COMO BANCÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE. O enquadramento é determinado pela atividade preponderantemente exercida pela empresa, à exceção da categoria profissional diferenciada, consoante entendimento dominante tanto na jurisprudência quanto na doutrina. A exploração das loterias federais é um serviço público da União que, por meio do Decreto-Lei 759, de 12/08/69, foi delegado, com exclusividade, à Caixa Econômica Federal. As casas lotéricas, na condição de correspondentes bancárias, exercem, apenas de forma acessória, os serviços bancários básicos de uma agência, e não as atividades privativas de uma instituição financeira. Assim, considerando que a sua atividade preponderante continua sendo a comercialização de todas as loterias federais e produtos conveniados, os seus empregados que prestam serviços em casas lotéricas não se enquadram na categoria profissional dos bancários, não podendo se beneficiar das normas coletivas e dos consectários daí decorrentes. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR - 142500-
60.2007.5.12.0010; Data de Julgamento: 03/03/2010; Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga; 6ª Turma; Data de Publicação: DEJT 19/03/2010, sublinhei).
Se a atividade preponderante das casas lotéricas continua sendo a comercialização de todas as loterias federais e produtos conveniados, os seus empregados não se enquadram na categoria profissional dos bancários e não podem se beneficiar das normas coletivas da categoria, dai o Reclamante não fazer jus aos benefícios desta norma coletiva.
C – DO PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO.
Conforme se observa em documentação em anexo, o Reclamante apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria duas semanas após receber o aviso prévio. 
O mesmo decidiu inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados em lotéricas, o que lhe asseguria a garantia de emprego, segundo alegou. Assim, requereu a sua reintegração.
Ocorre que o Reclamante não se enquadra na situação prescrita no art. 543, § 3º da CLT, “in verbis”:
Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 7.543, de 2.10.1986).
Não se sustenta a alegação do Reclamante, pois o registro de sua candidatura ocorreu no período de aviso prévio. Esta situação não lhe garante a estabilidade, mesmo que este aviso fosse indenizado, em face do entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciado na Súmula 369, inc. V.
SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (ex-OJ nº 35 da SBDI-1 - inserida em14.03.1994).
ESTABILIDADE DE DIRIGENTE SINDICAL. REGISTRO DA CANDIDATURA DURANTE O PERÍODO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. APLICAÇAO DO INCISO VIII, DO ART. 8º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Embora o empregado sindicalizado tenha obtido o registro da candidatura a cargo diretivo ou de representação sindical durante o período do aviso prévio indenizado, o que lhe asseguraria, se eleito, a estabilidade no emprego até um ano após o final do mandato, consoante dispõe o art. 8º, VIII, da Constituição Federal de 1988, no caso em exame, evidenciado ter ele, em conivência com o sindicato da categoria profissional, adredemente preparado a frustração do ato de rescisão contratual de iniciativa do empregador, não incide a estabilidade provisória do dirigente sindical. VISTOS e relatados estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, interposto de decisão da MM. 14ª Junta de Conciliação e Julgamento de Porto Alegre, sendo recorrente ROBERTO REVELINO FOGAÇA DO NASCIME (...)
(TRT-4 - RO: 993199340204001 RS 00993-1993-402-04-00-1, Relator: JANE ALICE DE AZEVEDO MACHADO, Data de Julgamento: 13/09/1995, 2ª Vara do Trabalho de Caxias do Sul)
Portanto, o Reclamante não faz jus à reintegração, vez que, quando da sua candidatura à direção do sindicato de sua categoria, já se encontrava cumprindo aviso prévio.
D - DA JORNADA DE TRABALHO/DAS HORAS EXTRAS.
O Reclamante aduziu que trabalhava de segunda a sexta-feira das 7h (sete horas) às 14h (quatorze horas), com intervalo de 01 (uma) hora para o almoço, e que tal jornada dava-lhe o direito de requerer o pagamento de horas extras no período trabalhado.
No entanto, pode-se verificar que a jornada cumprida não excede os limites constitucionais, seja o semanal de 44 (quarenta e quatro) horas ou o diário de 8 (oito) horas, conforme preceitua o art. 7º, XIII, da CF, e o art. 58, caput, da CLT,
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Bem como não está em desacordo com o intervalo intrajornada, que é de no mínimo 1 (uma) hora e, salvo acordo coletivo, no máximo 2 (duas) horas, de acordo com o disposto no art. 71, caput, da CLT.
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
Destarte, não prospera a pretensão do Reclamante em pleitear o pagamento de horas extraordinárias e seus respectivos reflexos.
E - TICKET PREVISTO NA NORMA COLETIVA.
O Reclamante postula ticket alimentação, porém o pedido deverá ser julgado improcedente, uma vez que o acordo coletivo juntado não foi assinado pelo empregador.
De acordo com o art. 611, § 1º, da CLT, leia-se:
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Evidencia-se que, o empregado em categoria diferenciada não tem direito a vantagens previstas em instrumentos normativos que sua empresa não foi devidamente representada, daí porque ele não está obrigado a respeitá-lo.
F - PAGAMENTO DO VALE-TRANSPORTE.
O Reclamante postula vale transporte no período em que adquiriu um empréstimo bancário, consignado em folha de pagamento, e que por três meses, quando houve sensível diminuição do movimento em razão da crise econômica, realizou serviço do seu próprio domicílio (home office), porém de acordo com os documentos juntados em anexo e também conforme provará mediante testemunhas, a reclamada sempre cumpriu com a obrigação do repasse do vale transporte.
Desse modo, tem-se descabido o pleito de pagamento de vale-transporte, pois o fornecimento deste pelo empregador, consoante a melhor doutrina e jurisprudência, além de o desonerar do pagamento do aludido benefício em pecúnia ao empregador, o autoriza a descontar até 6% (seis por cento) do salário do empregado, o que nunca foi feito pela Reclamada, haja vista que, em sua gestão, sempre primou pela política de valorização máxima de seus funcionários.
A propósito:
“(...) O vale-transporte é direito do trabalhador urbano, rural e doméstico, e visa custear as despesas de deslocamento no percurso residência/trabalho e trabalho/residência, através de transporte coletivo público urbano, intermunicipal ou interestadual, consoante dispõe o art. 1º da Lei nº. 7.418/1985 (...) Caso o empregador forneça diretamente o transporte ao empregado (seja através de veículo próprio, seja por meio de fretamento), fica naturalmente desobrigado de fornecer o vale-transporte” (RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado – 4ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 687, versão digital) – grifos nosso e do autor.
“RECURSO DE REVISTA. VALE-TRANSPORTE. DESCONTO. TRANSPORTE FORNECIDO PELA EMPRESA. Cinge-se a controvérsia a se estabelecer se é devido o desconto de 6% (seis por cento), a título de vale-transporte, nos casos em que haja fornecimento da condução pela empresa. A questão já foi objeto de exame por esta Corte Superior, inclusive pela Quarta Turma, voto de minha relatoria, oportunidade em que ficou consignado o entendimento de que a medida adotada pela Empresa Reclamada encontra respaldo na lei. Precedentes. Recurso de Revista conhecido e não provido” (TST - RR: 104336820135180103, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 29/04/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/05/2015).
O pedido deverá ser julgado improcedente, uma vez que o vale-transporte somente será devido se o empregado realmente necessitar.
 Como no período ele laborou em casa, sem se deslocar para a empresa, não há que se falar em pagamento de vale-transporte. 
Nesse sentido é o art. 4º, da Lei 7418/85. Ademais, nos termos do art. 1º, IV, do Decreto 95.247/87 o empregado em domicílio somente receberá vale-transporte em caso de deslocamentos indispensáveis à prestação do trabalho, o que não ocorreu no caso narrado.
G - INTEGRAÇÃO DO VALE-CULTURA.
O pedido deverá ser julgado improcedente, uma vez que o vale cultura não integra ao salário, por expressa determinação legal. Nesse sentido é o art. 458, § 2º, VIII, CLT.
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012).
Conforme disposto na CLT, o vale cultura não pode ser considerado como salário as seguintes utilidades, de forma que o pedido deverá ser julgado improcedente
3. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista, passou-se a prever a possibilidade de honorários advocatícios em favor dos advogados de ambas as partes, conforme disposto nos Art. 791-A da CLT.
Ademais, necessário que sejam aplicados honorários sucumbenciais em favor deste patrono, devendo estes serem fixados em 15% sobre o valor atualizado da causa.
4 – DA RECONVENÇÃO.Conforme disposição expressa do art. 343 do CPC, pode o Réu na contestação propor Reconvenção, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir
O Reclamante no ato de sua dispensa, se alterou e quando deixava o portão principal pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças, sendo que o valor para a recolocação do vidro ficou no importe de 600,00 reais, conforme nota fiscal em anexo.
Reparação esta, que diante do dano causado a empresa a reclamante tem o dever de reparar, nos termos dos artigos 186 e 927 do Código Civil.
Diante dessa exposição, requer o recebimento desta Reconvenção, para fins de condenar o Reclamante ao ressarcimento da quantia de RS 600,00 (seiscentos reais).
Requerer ainda a condenação de honorários advocatícios na reconvenção, conforme o Art. 791-A e § 5º, da CLT.
5 – DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer:
1– O acolhimento da prescrição duodenal e a extinção do feito com resolução de mérito com fulcro no Art. 487, II e 203 § 1º do NCPC.
2 - O acolhimento da prescrição quinquenal bem como a extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC, quanto às parcelas anteriores a 5 anos contados do ajuizamento da ação. 
3 - A RENOVAÇÃO da preliminar de inépcia do pedido de sobreaviso.
4- A improcedência de todos os pedidos formulados pelo Reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais, e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do Reclamante, prova testemunhal e documental.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Salvador, 14 de outubro de 2020.
WILLIMS SILVA LEITE
OAB/BA 0000
Processo n°: 5000/2020
 
LOTERIA BILHETE PREMIADO LTDA, pessoa jurídica de direito privado com cnpj, com endereço na rua xxx, com endereço eletrônico xxx, por seu procurador devidamente constituído, mediante a procuração em anexo , integrante da SOCIEDADE DE ADVOGADOS xxx , endereço profissional no qual recebe intimações e demais comunicações processuais à Rua das BROMÉLIAS, n° 11, Sala 1, CEP 40.666.785, Comércio, Salvador, endereço eletrônico: lbpl@hotmail.nos autos do processo em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência Com, apresentar, com fulcro nos artigos 847 da CLT e 335 a 341 e 343 do Código de Processo Civil, apresentar. CONTESTAÇÃO À RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, cumulada com RECONVENÇÃO que lhe move EDUARDO MACEDO já qualificada nos autos desta. Nos termos que seguem abaixo explanados e aduzidos:
 DOS FATOS
 
O Reclamante Eduardo Macedo ajuizou uma ação Trabalhista em face da Empresa Bilhete Premiado Ltda, o mesmo trabalhou na empresa ora Reclamada do dia 18 de fevereiro de 2011 a 15 de abril de 2017 , momento em que foi dispensado sem justa causa, exercendo a função de caixa lotérico. No dia 25 de setembro de 2020 resolveu interpor Reclamação Trabalhista, reivindicando o s seguintes direitos : 
a) adicional de periculosidade por permanecer 10 minutos em uma subestação de energia, onde recolhia apostas dos empregados ; 
 b) Reintegração do emprego, pois se candidatou duas semanas após receber o aviso prévio para presidente do sindicato dos empregados e m lotérica, almejando obter a estabilidade; 
c ) Vantagens previstas nas normas coletivas dos bancários, pois substituiu o gerente a lotérica, quando mesmo precisou se afastar por auxílio- doença no período de 3 meses ; 
d) Hora extra, mesmo trabalhando apenas 8 hor as diárias;
e) Horas de sobreaviso ; 
 f) Ticket, previsto nas normas coletivas ;
g) Vale transporte pelos dias que trabalhou e m casa. HOME OFFICE; 
 h) Integração do vale cultura ao usuário.. 
Aqui vale frisar, que o Reclamante tomado por fúria, agiu com violência e gerando prejuízo financeiro à Empresa, teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçado com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada precisou ser chamada para conter o trabalhador e acompanhá-lo até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Eduardo Macedo começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que gastou R$ 600,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu.
I.I - DA PRESCRIÇÃO BIENAL
- Conforme o artigo 11 da CLT o prazo prescricional para ajuizamento de reclamações trabalhistas, assim diz:
 
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.”
 
A admissão do Reclamante ocorreu em 18 de fevereiro de 2011 com dispensa em 15 de abril de 2017 e ingressou da presente ação em 25 de setembro de 2020.
 
Conforme o art. 7º, inciso XXIX da CF/88, e artigo 11, I, da CLT e Súmula 308, I, do TST, com dois anos da não propositura da ação, ou seja, ocorre a prescrição bienal/total da Reclamação Trabalhista proposta após o prazo de dois anos contados da extinção do contrato de trabalho, logo, a dispensa do funcionário foi em 2017 e a propositura da ação foi em 2020, configurando assim a perda do direito.
 
I - PRELIMINARMENTE
 Inépcia da Inicial com fulcro no artigo 330, inciso I, e parágrafo 1°, inciso I, do CPC, uma vez que o Reclamante formulou os pedidos expostos acima sem causa de pedir, em clara desarmonia com as regras e normas que incidem sobre os direitos trabalhistas art. 330 e art. 487, inciso I. Pedido de sobreaviso sem a causa de pedir, sem resolução do mérito
I.I.I - DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Conforme o artigo 11 da CLT o prazo prescricional para ajuizamento de reclamações trabalhistas, assim diz:
 
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.”
 
A admissão do Reclamante ocorreu em 18 de fevereiro de 2011 com dispensa em 15 de abril de 2017 e ingresso da presente ação em 25 de setembro de 2020. 
Portanto, a pretensão quantos aos créditos referentes a data anterior à 15/04/2016 devem ser declarados prescritos julgando-os com resolução do mérito nos termos do art. 487, II do NCPC.
 
 
Conforme o art. 7º, inciso XXIX da CF/88, é direito do trabalhador propor ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 anos até o limite de dois anos a contar da extinção contratual. No mesmo sentido as súmulas 206 e 308 do TST.
 
Logo, se houver valor devido para a Reclamante, este só poderá ser contabilizado do período que não sofreu prescrição.
 
III - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
 
O Reclamante formulou um pedido de adicional de periculosidade, relatando que em um único dia ele permaneceu em área de risco (subestação de energia) por 10 minutos, conforme art. 19 3, caput, da CLT e o direito à percepção do adicional de periculosidade é definido pela súmula 364 do TST.
Entretanto não há regra geral da CLT estipula como condição para se ter direito ao recebimento do adicional de periculosidade que o empregado permaneça habitualmente na área de risco ou nela ingresse de modo freqüente. Assim, a exposição eventual a condições de perigo não gera direito ao adicional, podendo ser visto no artigo 189 da CLT que uma única e rápida exposição não justifica o adicional de periculosidade.
Portanto gerando improcedência do pedido formulado pelo Reclamante.
IV - DAS VANTAGENS PREVISTAS NA NORMA COLETIVAS DOS BANCÁRIOS 
O Reclamante requereu o enquadramento de vantagens previstas na norma coletiva dos bancários, mas aqui cabe salientar que trabalhar na função de caixa em casa lotérica não permite ser enquadrado como bancário e usufruir das normas coletivas da categoria.Este inclusive é o entendimento da 6ª turma do TST e do TRT3.
Vantagens previstas nas normas coletivas dos bancários é indevida, pois o mesmo era caixa de uma lotérica e não de um banco, o art. 511 da CLT que é lícita a associação desde que as as atividades devem ser iguais, similares ou conexas.
 Considerando que a atividade preponderante das casas lotéricas continua sendo a comercialização de todas as loterias federais e produtos conveniados, os seus empregados não se enquadram na categoria profissional dos bancários, não podendo se beneficiar das normas coletivas e dos consectários daí decorrentes
As casas lotéricas, na condição de correspondentes bancárias, exercem, apenas de forma acessória, os serviços bancários básicos de uma agência, e não as atividades privativas de uma instituição financeira. Assim, considerando que a sua atividade preponderante continua sendo a comercialização de todas as loterias federais e produtos conveniados, os seus empregados que prestam serviços em casas lotéricas não se enquadram na categoria profissional dos bancários, não podendo se beneficiar das normas coletivas e dos consectários daí decorrentes. 
 
 
V - DA IMPOSSIBILIDADE DE REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO E ESTABILIDADE
O Requerente, pediu reintegração ao emprego, pois se inscreveu duas semanas após receber o aviso prévio numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados em lotéricas, supondo provavelmente gozar de estabilidade trabalhista advinda da tentativa de se tornar Presidente do Sindicato dos Empregados em Lotéricas. 
A vedação à dispensa de empregado sindicalizado a partir do momento do registro da sua candidatura a direção ou representante de entidade Sindical, ou de associação profissional, com trata o art. 543, § 3° da CLT.
Mas aqui vale frisar, que o mesmo encontrava-se em aviso prévio, e tal situação do aviso prévio tem como finalidade indicar a data do término do contrato de trabalho. Assim, se o registro da candidatura ocorreu durante a vigência do aviso prévio, seja ele trabalhado ou indenizado, o trabalhador não tem direito à estabilidade, segundo a Súmula 369, V do TST:
“V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (ex-OJ nº 35 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)”
Logo, portanto não faz jus à reintegração ao emprego, pois não usufrui do benefício da estabilidade.
VI - DA DURAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
Duração Normal da Jornada O a rt. 7, inciso XIII CF/88 e o artigo. 58 da C L T determinam que todo trabalhador tem direito a duração de trabalho normal não superior a 08(oito) horas diárias e quarenta e quatro semanais, justamente a correspondente ao trabalhado por Eduardo, o mesmo tinha entrada às 7(sete) horas e saída as 14(quatorze) horas, contemplando 1(uma) hora de refeição.
VII - IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DO AUXÍLIO TRANSPORTE
O Reclamante, relatou que no período de serviço em modalidade HOME OFFICE, não recebeu o Auxílio Transporte.
Vale destacar, que não há possibilidade do citado auxílio pois, com o Home Office o funcionário exerce a sua atividade laboral de casa, inexistindo destarte a necessidade de deslocamento, o que torna inaplicável o direito ao Auxilio do Vale-Transporte. Tal previsão encontra-se no caput do art. 2° do Decreto Lei 95.24/87
 
 
VIII - DA NÃO INTEGRAÇÃO DO VALE CULTURA 
O Requerente, ainda pediu a integração de um Vale Cultura ao seu salário, vale dizer que o mesmo não é cabível pois ele não tem natureza salarial nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos.
O Vale Cultura não integra salário, com fulcro no art. 458, § 2°, inciso II da CLT.
 
IX - RECONVENÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS À EMPRESA
O Reclamante tomado por fúria, agiu com violência e gerando prejuízo financeiro à Empresa, teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçado com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada precisou ser chamada para conter o trabalhador e acompanhá-lo até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Eduardo Macedo começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que gastou R$ 600,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu.
Tal atitude causou dano material para a Empresa pois necessitou de uma reposição rápida do bem atingido e custeamento da mão de obra.
Diante o exposto, requer que o ex funcionário pague o prejuízo causado à Reclamada com base nos arts. 949 do CC e 186.
X- DA CONCLUSÃO
 Requer a Vossa Excelência : O acolhimento da preliminar de mérito para que seja estabelecida a extinção do processo sem resolução de mérito, nos moldes do art. 485, inciso I e 330, inciso I, do Código de Processo Civil, devido a inépcia da petição inicial, da improcedência de todos o s pedidos do Reclamante, condenando - o ao pagamento de custas processuais e em honorários advocatícios, com base no art. 791 - A da CLT, caso entenda pelo acolhimento da inicial que determine a prescrição bienal contados a partir do ajuizamento da ação e quinquenal dos últimos cincos anos, declarando a extinção do processo com resolução do mérito.
Requer o direito de produzir as provas em direito admissíveis, sem exceção, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamante, pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, perícia e todas as demais que se fizer necessário.
Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 07 de outubro de 2020
CARLA MANDIN DA SILVA
OAB/BA nº. XXXXX