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PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL W BA 00 45 _v 2. 1 © 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Danielle Leite de Lemos Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Mariana Ricken Barbosa Priscila Pereira Silva Coordenador Danielle Leite de Lemos Oliveira Revisor Mariana Coralina do Carmo Editorial Alessandra Cristina Fahl Daniella Fernandes Haruze Manta Flávia Mello Magrini Hâmila Samai Franco dos Santos Leonardo Ramos de Oliveira Campanini Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Zanão, Tamires Araujo Z27p Psicopedagogia institucional / Tamires Araujo Zanão. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. 110 p. ISBN 978-85-522-0792-4 1. Psicopedagogia. 2. Psicopedagogia institucional. I. Zanão, Tamires Araujo. II. Título. CDD 370 Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ mailto:editora.educacional%40kroton.com.br?subject= http://www.kroton.com.br/ Psicopedagogia Institucional 3 SUMÁRIO Apresentação da disciplina 04 Tema 01 – Fundamentos da psicopedagogia institucional 05 Tema 02 – Linha histórica e concepção psicopedagógica 17 Tema 03 – Aprendizagem e fracasso escolar 30 Tema 04 – Prática psicopedagógica na instituição 41 Tema 05 – Âmbitos de atuação do psicopedagogo hospitalar 54 Tema 06 – Atuação multiprofissional X interdisciplinar: interface saúde e educação 67 Tema 07 – O psicopedagogo e as ONGs 79 Tema 08 – Relação entre diferentes grupos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem na tarefa educativa 91 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Psicopedagogia Institucional 3 Apresentação da disciplina Ao iniciar o estudo dos “Fundamentos da Psicopedagogia Institucional” faz-se necessário refletir sobre a definição de “psicopedagogia” e de “ins- tituição”. A Psicopedagogia é um campo de estudo e de atuação interdis- ciplinar, compreendendo diferentes áreas do saber como a pedagogia, a psicologia, a medicina, a filosofia, a psicolinguística, a neurologia e a psicanálise. Trata-se ainda de uma habilitação obtida em nível de pós- -graduação e, portanto, profissionais que trabalham em psicopedagogia podem possuir “backgrounds” diferentes, com formação em pedagogia, psicologia e fonoaudiologia, por exemplo. Em comum, esses profissionais possuem o interesse mútuo no estudo da aprendizagem e em como pro- movê-la de forma otimizada (VISCA, 1991). As instituições englobam organizações público ou privada que possuem um conjunto de regras estabelecidas que regulam o comportamento dos indivíduos que as frequentam ou utilizam-se delas. Essas normas e regras padronizam os comportamentos que são aceitáveis para a convivência de todos, determinando também os comportamentos inadequados e passí- veis das punições cabíveis; regras fundamentais para o convívio social. A nossa sociedade está organizada em muitas instituições, como o ca- samento, o Estado, as religiões, mas as de maior interesse para a Psicopedagogia Institucional, são a escola, a hospitalar e a empresarial. Nesta disciplina, abordaremos as diferentes formas de atuação do psico- pedagogo institucional, desde os fundamentos básicos da psicopedago- gia institucional, sua linha histórica, a aprendizagem e o fracasso escolar até a atuação do psicopedagogo em instituições não escolares, como hos- pitais e ONGs e a interface entre educação e saúde. 4 Psicopedagogia Institucional TEMA 01 FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Objetivos • Definir psicopedagogia e instituição. • Elucidar a prática da psicopedagogia institucional. • Exemplificar a atuação do psicopedagogo na institui- ção escolar. Psicopedagogia Institucional 5 Introdução A aprendizagem é uma das habilidades humanas mais fascinantes e está presente desde os primeiros dias até o final da vida. Ao longo dos anos nós aprendemos de muitos modos: observando os outros, imitando o comportamento alheio e por tentativa e erro, por exemplo. Assim como existem diferentes maneiras de aprender também existem particularida- des dos indivíduos que fazem com que uma determinada técnica ou abor- dagem seja mais adequada para a otimização do aprendizado que outra. Ora, somos mais de sete bilhões de humanos habitando o planeta Terra e facilmente podemos observar que algumas pessoas têm maior facilidade para trabalhar com números enquanto outros se saem melhor com pala- vras. Alguns gostam de artes enquanto outros não dão muita importân- cia para este tema. Essa diversidade toda se deve há muitos elementos como fatores psicológicos, história de vida, genética, ambiente social e as relações estabelecidas, e o psicopedagogo é o profissional essencial para, considerando todas essas variáveis, buscar a melhor maneira de promo- ver o aprendizado, considerando as peculiaridades e particularidades de cada indivíduo. Assim, para atuar em possíveis dificuldades de aprendizado, o psicope- dagogo deve inicialmente conseguir identificá-las. Nesta aula, iniciaremos com os fundamentos da psicopedagogia institucional, com as diferenças entre as práticas clínica e institucional, incluindo algumas das dificuldades de aprendizagem mais comuns e como o psicopedagogo pode exercer suas aptidões em instituições, principalmente a escolar. 6 Psicopedagogia Institucional 1. A psicopedagogia institucional A Psicopedagogia surge como uma alternativa para sanar as dificuldades de aprendizagem relacionadas ao desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e afetivo que pode estar relacionado com déficits da aquisição e manutenção do conhecimento do indivíduo. Nesse sentido, ela difere um pouco do termo educação, que seria algo não personalizado, igual para todos os indivíduos e que não considera a própria individualida- de dos alunos. Visca (1991) define bem a particularidade do trabalho do psicopedagogo: “[...] Psicopedagogia significava o conhecimento e o estudo do sujeito in- dividual, enquanto educação significava o conhecimento da comunidade, da sociedade [...] conhecer verdadeiramente como o sujeito aprende é um conceito revolucionário, no sentido de aceitar o sujeito como ele é, fazer com que este sujeito aprenda de verdade, não fazendo de conta. Isso sig- nifica uma modificação no sistema e na educação muito grande”. (VISCA, 1991, p. 14) O exercício da psicopedagogia pode-se dar basicamente de dois modos: através da prevenção, buscando evitar que as dificuldades apareçam, ou da terapêutica, de caráter curativo. Você aprenderá sobre essas duas im- portantes abordagens e também verá algumas possíveis atuações do psi- copedagogo institucional. 1.1. A atuação do psicopedagogo institucional A psicopedagogia terapêutica busca reintegrar ao processo de aprendi- zagem o sujeito que possui dificuldades que o impeçam ou prejudiquem o acompanhamento dos conteúdos dados em sala de aula, por exem- plo. Já a psicopedagogia preventiva se ocupa de projetos pedagógicos e educacionais para tornar os procedimentos em sala de aula mais ade- quados à promoção do conhecimento, buscando contornarpossíveis dificuldades pontuais para que o aluno aprenda o conteúdo desejado. Psicopedagogia Institucional 7 Por muito tempo a psicopedagogia terapêutica desenvolveu-se principal- mente em consultórios particulares, com atendimento preferencialmente individual, mas pode-se dar também em instituições, como a escola e o hospital, por exemplo, e em grupos. PARA SABER MAIS Embora as primeiras escolas tenham sido fundadas na Europa no século XII, os gregos da antiguidade já ensinavam suas crianças de maneira informal, sem que as mesmas fossem divididas em séries. A própria palavra “escola” vem do grego “scholé” e quer dizer “lugar do ócio”. O significado se deve ao fato das pessoas daquela época irem às escolas em seu tempo livre. Fonte: Disponível no site Meu artigo/Brasil Escola. 1.1.1. A atuação do psicopedagogo na instituição escola Dentro da atuação do psicopedagogo na instituição escola, este profis- sional pode atuar de modo terapêutico em grupos de indivíduos com dificuldades semelhantes. É o que ocorre na recuperação das matérias tradicionais da maioria das escolas. Aqueles alunos que obtiveram notas baixas em matemática, por exemplo, frequentam aulas e atividades ex- tras da disciplina. Tais atividades costumam gerar bons resultados, pois dá-se mais atenção a esses alunos, facilitando que os déficits sejam me- lhor identificados e trabalhados (BOSSA, 2000). O psicopedagogo também pode orientar pedagogos e professores para que estes estabeleçam vínculos saudáveis com seus alunos. Estes víncu- los facilitam tanto na promoção do aprendizado como na identificação precoce de possíveis dificuldades. 8 Psicopedagogia Institucional No que tange à prevenção, muito pode ser feito. Segundo Fagali (1993), algumas intervenções da psicopedagogia são: • Reelaboração dos currículos escolares, focando em aspectos afetivo-cognitivos. • Criação de materiais para uso do aluno, buscando o seu desenvolvi- mento cognitivo. • Treinamento de professores e atuação do aluno no seu processo de aprendizagem. O psicopedagogo pode exercer seu papel em contextos diferentes, na clí- nica ou nas instituições, com atendimento individual ou em grupo, e há ferramentas diferentes disponíveis tanto para “curar” problemas existen- tes como para preveni-los. Imagine que você precise pendurar um quadro na parede e tem a sua disposição um martelo e uma chave de fenda. O que você escolhe? Talvez até seja possível fazer esse trabalho com a chave de fenda, mas o martelo trará um resultado muito mais rápido e adequa- do, não é mesmo? O mesmo ocorre na atuação do psicopedagogo. Antes de atuar é preciso identificar o problema e por isso abordaremos na pró- xima sessão os sinais que podem indicar dificuldades de aprendizagem e como elas podem ser abordadas e tratadas. 1.1.2. A atuação do psicopedagogo na instituição hospitalar Crianças hospitalizadas precisam lidar não apenas com a doença causa de suas internações, mas também com alterações importantes de suas roti- nas, como a diminuição de contato com pais e/ou familiares, a redução da ASSIMILE Os psicopedagogos são profissionais responsáveis pela prevenção, diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. Psicopedagogia Institucional 9 frequência e das modalidades de brincadeiras e a ausência da vida escolar e suas decorrências, podendo gerar traumas e dificuldades emocionais. Nesse cenário, em que as dificuldades das crianças vão muito além das vividas no ambiente escolar, o psicopedagogo pode fornecer um trabalho essencial para que não haja descontinuação da educação, respeitando, no entanto, o momento e a saúde da criança. A educação é um impor- tante “meio de comunicação” entre o meio interno da criança e o meio externo em que esta vive e sempre que possível é muito importante que este contato não seja rompido. O psicopedagogo da instituição hospita- lar pode atuar na promoção da educação nesse contexto tão delicado que envolve a internação de uma criança e auxiliá-la a passar por esse momento minimizando as dificuldades que esta enfrentará ao retornar à escola. A educação fornecida pelo psicopedagogo pode ainda ter efeito terapêutico em contextos de internação. Como lidar com as dificuldades de aprendizagem O psicopedagogo possui diferentes recursos para acessar as dificulda- des de aprendizagem, tais como: atividades pedagógicas e lúdicas, que incluem testes, produção de desenhos e histórias que revelam dados re- levantes sobre a criança, desde o seu modo de pensar, a maneira como articula a linguagem em suas diferentes formas de expressão (gestos, pa- lavras, expressões, etc.) e seus aspectos psicológicos (BOSSA, 2000). É importante que o trabalho do psicopedagogo se dê de modo conjunto ao dos professores e que ambos fiquem atentos a dificuldades de apren- dizagem que podem estar disfarçadas em comportamentos agressivos, de desatenção ou desinteresse, por exemplo. A autoaceitação pode ser muito difícil para alguns alunos e lidar com suas dificuldades muitas vezes é mais difícil do que parecer apenas “desinteressado” ou “rebelde”. O psicopedagogo institucional poderá colaborar com a elaboração de um projeto pedagógico que englobe respostas para questões como o que e como ensinar para as crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem 10 Psicopedagogia Institucional e orientar os professores sobre diferentes formas de ensinar. É importan- te que se lembre da individualidade de cada um e de que o que faz um aluno aprender pode ser diferente para outro aluno. A neurociência e a psicologia embasam esta ideia: nós atrelamos significados e sentimentos aos nossos aprendizados e as emoções servem como “termômetros” para o nosso aprendizado. EXEMPLIFICANDO O cérebro precisa selecionar aquilo que se lembrará, pois se- ria inviável lembrarmos de tudo. Os sentimentos e emoções são importantes e servem como um “seletor” de memórias. É comum que as pessoas se lembrem onde estavam ou o que estavam fazendo quando recebem notícias de impacto. Se você tiver idade o suficiente provavelmente se lembrará do que estava fazendo quando ficou sabendo sobre o ataque das torres do “World Trade Center“, dos Estados Unidos. O vídeo a seguir explica de maneira simplifica como a memória se estabelece e a importância que a atenção tem na seleção do que será armazenado. Sabendo da importância dos aspectos emocionais e afetivos para a apren- dizagem, os projetos pedagógicos poderão se utilizar da promoção de momentos positivos associados ao aprendizado. Nós lembramos melhor do que aconteceu quando bons sentimentos estão atrelados a lembran- ças; são as situações que gostaríamos de viver novamente - ainda que também lembremos de eventos relacionados a sentimentos ruins, pois desejamos evitá-los, e lembremos muito menos de eventos ocorridos du- rante emoções neutras, que não nos trazem nenhum tipo de “alerta”. Psicopedagogia Institucional 11 É importante lembrar que a criança não é um pequeno adulto. Ela possui outras formas de lidar com suas emoções e muitas vezes pode estar triste ou preocupada com questões que não são totalmente conscientes. Para promover bons sentimentos relacionados ao aprendizado o psicopeda- gogo deve fazer uso, na medida do possível, de brincadeiras. O lúdico traz a possibilidade de vivenciar situações da vida adulta de modo seguro e desenvolve a criatividade e a capacidade simbólica do indivíduo. PARA SABER MAIS Vygotsky foi um importante psicólogo e pensador que se de- dicou ao estudo do desenvolvimento intelectual das crianças. Ele considerava que o brincar é fundamental para o desenvol- vimento cognitivo e que a escolha das brincadeiras depende das tendências e motivações internas da criança, podendo dar outros significados aos objetos externos. Isto pode ser obser- vado facilmente quando uma criança brinca que um pedaço de pano é uma boneca, por exemplo (ROLIM, 2008). Embora o termo “competência” seja usado pelo senso co- mum, há importantes discussões acercado que esta deno- minação engloba em diferentes campos, inclusive o da edu- cação. O artigo de Fleury trata da contextualização histórica e das aplicações do que se entende por competência. Link: Construindo o Conceito de Competência. FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Construindo o Conceito de Competência. Rev. adm. contemp. Curitiba, v. 5, n. spe, p. 183-196, 2001. 12 Psicopedagogia Institucional 2. Considerações finais • A Psicopedagogia surge como uma alternativa para sanar as difi- culdades de aprendizagem relacionadas ao desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e afetivo que pode estar relacionado com déficits da aquisição e manutenção do conhecimento do indivíduo. • O exercício da psicopedagogia pode-se dar basicamente de dois modos: através da prevenção, buscando evitar que as dificuldades apareçam, ou da terapêutica, de caráter curativo. • A psicopedagogia terapêutica institucional busca reintegrar ao processo de aprendizagem o sujeito que possui dificuldades que o impeçam ou prejudiquem o acompanhamento dos conteúdos dados em sala de aula ou outras instituições. • Por muito tempo a psicopedagogia terapêutica desenvolveu-se principalmente em consultórios particulares, com atendimento pre- ferencialmente individual, mas pode-se dar também em instituições. • Sabendo da importância dos aspectos emocionais e afetivos para a aprendizagem, os projetos pedagógicos poderão se utilizar da pro- moção de momentos positivos associados ao aprendizado. Com a globalização e a competitividade pais e professores têm se preocupado em oferecer o maior número de atividades às crianças para que estas aprendam mais sobre temas diversos. São aulas de inglês, de informática, de esportes diversos, etc., fazendo com que elas estejam ocupadas grande parte do período em que não estão na escola. No entanto, a falta de tempo para brincar e deixar a imagi- nação fluir não poderia comprometer o aprendizado? Como balance- ar as atividades extracurriculares com a importância do tempo livre para brincar e aprender de modo espontâneo? QUESTÃO PARA REFLEXÃO Psicopedagogia Institucional 13 Glossário • background: palavra em inglês que significa contexto, pano de fundo e foi utilizado no texto com sentido de formação educacio- nal prévia a pós-graduação. • sanar: corrigir uma situação, solucionar, resolver um problema. VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 01 1. Escolha a alternativa em que não há um exemplo de instituições: a) casamento b) igreja c) Estado d) aniversário e) congresso 2. Considere as afirmações abaixo acerca do trabalho do psi- copedagogo, classifique-as em verdadeiro e falso e esco- lha a alternativa correta: I. O trabalho do psicopedagogo deve ser concentrado na prevenção de dificuldades de aprendizagem. II. O trabalho do psicopedagogo deve ter caráter curati- vo e terapêutico, atuando quando as dificuldades já se instalaram. III. O psicopedagogo pode atuar em clínicas ou em institui- ções, a atuação pode ter caráter preventivo ou curativo e deve se dar em conjunto com outros profissionais. 14 Psicopedagogia Institucional IV. O psicopedagogo deve ser solitário e independente vis- to que os professores e demais membros de institui- ções podem prejudicar o seu desempenho. V. Apenas psicólogos podem atuar como psicopedagogos. a) V -V -F -V -V b) V -F -V -F -V c) F -F -V -F -F d) V -V -V -V -V e) F -F -F -F -F 3. Escolha a alternativa correta: a) O brincar é uma atividade importante para a aprendi- zagem, pois promove a imaginação e o desenvolvimen- to cognitivo. b) Os aspectos emocionais da criança não são relevantes para o seu aprendizado. c) O psicopedagogo não deve atuar em escolas visto que os professores já exercem atividade similar nesta instituição. d) A única instituição na qual o psicopedagogo pode tra- balhar é a escola. e) Psicopedagogo não deve atuar na identificação das dificul- dades de aprendizagem, apenas na cura destas questões. Referências Bibliográficas BOSSA, Nadia. Dificuldades de Aprendizagem: o Que São? Como Tratá-las? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FAGALI, Eloísa Quadros; VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia Institucional Aplicada: Aprendizagem Escolar Dinâmica e Construção na Sala de Aula. Petrópolis: Vozes, 1993. FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Construindo o Conceito de Competência. Rev. adm. contemp., Curitiba, v. 5, n. spe, p. 183-196, 2001. Disponível em: <http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552001000500010&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em: 08 mar. 2018. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552001000500010&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552001000500010&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552001000500010&lng=en&nrm=iso Psicopedagogia Institucional 15 ROLIM, Amanda Alencar Machado; GUERRA, Siena Sales Freitas; TASSIGNY, Monica Mota. Uma leitura de Vygotsky Sobre o Brincar na Aprendizagem e no Desenvolvimento Infantil. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 23, n. 2, p. 176-180, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://brincarbrincando.pbworks.com/f/brincar+_vygotsky.pdf> Acesso em: 08 mar. 2018. SALES, Antonia de Jesus. A Escola Através dos Tempos. Brasil Escola, Meu Artigo. Disponível em <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-escola-atra- ves-dos-tempos.htm>. Acesso em: 25 mar. 2018. VISCA, Jorge. Psicopedagogia: Novas Contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A Formação Social da Mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Gabarito – Tema 01 Questão 1 – Resposta: D Resolução: Todas as demais alternativas trazem exemplos de instituições: casa- mento, igreja, Estado e congresso. Questão 2 – Resposta: C Resolução: O psicopedagogo pode trabalhar em clínicas ou em instituições como escolas, hospitais e ONG, a atuação pode ter caráter preventivo ou curativo e deve se dar em conjunto com outros profissionais, como professores. Questão 3 – Resposta: A Resolução: O brincar é uma atividade importante para a aprendizagem, pois promove a imaginação e o desenvolvimento cognitivo. Vygotsky considerava que o brincar é fundamental para o desenvolvimento http://brincarbrincando.pbworks.com/f/brincar+_vygotsky.pdf https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-escola-atraves-dos-tempos.htm https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-escola-atraves-dos-tempos.htm 16 Psicopedagogia Institucional cognitivo e que a escolha das brincadeiras depende das tendências e motivações internas da criança, podendo dar outros significados aos objetos. 2 Psicopedagogia Institucional TEMA 02 LINHA HISTÓRICA E CONCEPÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Objetivos • Apresentar a linha histórica da psicopedagogia no Brasil e no mundo e as concepções ao longo do tempo. • Introduzir as contribuições da teoria piagetiana e da psicanálise para a psicopedagogia. • Refletir sobre a influência da história da psicopedago- gia para seu futuro. Psicopedagogia Institucional 3 Introdução A Psicopedagogia não é exatamente uma nova área de atuação, pois con- ta com algumas décadas de existência tanto no Brasil quanto na Europa. No entanto, comparando-a com outras áreas do saber, como a matemá- tica e a química, pode-se considerá-la como sendo bastante jovem. Esta “jovialidade” apresenta algumas características e especificidades que de- ve-se estar atento. Uma das principais questões é: quem é e quem pode ser psicopedagogo? Quais os campos de atuação desses profissionais? Como acontece com outros profissionais, há algumas funções que se so- brepõem. As funções de diferentes profissionais podem se sobrepor ou se confundir visto que algumas divisões do saber são artificiais, ou seja, não existe apenas um profissional responsável pelo estudo de uma área do conhecimento, mas diferentes áreas se dedicam a porções diferentes de um mesmo objeto de estudo. Assim, uma floresta pode ser estudada por um ecólogocom enfoque na preservação das espécies, enquanto um geógrafo se ocupará de estudar as formações do solo ou do clima da mes- ma floresta. EXEMPLIFICANDO Dentro do nosso tema, uma criança com dificuldade de aprendizagem pode ser encaminhada para um psicopeda- gogo, para um neurologista ou para um neuropsicólogo, de- pendendo do enfoque dado ao problema. Para compreendermos melhor o enquadramento funcional do psicope- dagogo deve-se olhar para a história da psicopedagogia e como sua con- cepção foi se alterando ao longo do tempo. 4 Psicopedagogia Institucional 1. Linha histórica da psicopedagogia Foram muitos os profissionais que se ocuparam com a investigação da compreensão e de soluções para crianças com dificuldades de aprendiza- gem, entre esses, professores, médicos, fonoaudiólogos, psicólogos. Esse caráter interdisciplinar que resultou na psicopedagogia é bastante inte- ressante e necessário, visto que muitos aspectos do indivíduo e do meio em que este indivíduo vive podem contribuir (ou não) para a sua aprendi- zagem (BOSSA, 2000). Não podemos esperar que uma criança com alterações neurológicas aprenda da mesma maneira que um indivíduo sem essas perturbações, assim como uma criança que não tem as mínimas condições de cuida- dos e de saúde estará mais propensa a não aprender tão bem como outra que receba os cuidados devidos. Há muitos fatores envolvidos na saúde (tanto física como mental) que podem interferir na qualidade da aprendizagem. Ao culpabilizar a criança que apresenta tais dificuldades, estamos muitas vezes ignorando todo um sistema bem mais complexo de desigualdades sociais, aspectos físicos e psicológicos que são res- ponsáveis por essas alterações. A história sempre pode nos ajudar a aprender com os erros e acertos do passado. Na sessão seguinte você começará a ter contato com a história e a evolução da concepção da psicopedagogia. 1.1. Psicopedagogia na Europa Entre as décadas de 20 a 60 a corrente pedagógica europeia considerava que o ideal seria que a educação fosse capaz de promover o ajuste do indivíduo à sociedade. Psicopedagogia Institucional 5 Por essa ótica, quando uma criança apresentava dificuldade de apren- dizagem esta era responsabilizada por seus déficits. Na década de 60, principalmente na França, estudiosos da educação começaram a ques- tionar os métodos de trabalho utilizados pelos primeiros centros psico- pedagógicos em vigência. Entre os questionamentos estavam perguntas como: qual seria o propósito da reeducação e da recuperação imposto a essas crianças após receberem um diagnóstico? Estariam esses primeiros psicopedagogos forçando as crianças a se adequarem à sociedade a qual- quer custo? E, se sim, quais seriam as implicações desses atos? A década de 70 trouxe outro pesquisador importante para esta discus- são: Bloch-Lainé, que argumentou que o grande número de alunos com fracasso escolar indicava que a problemática não residia em patologias dos alunos, mas sim nos aspectos sociais nos quais esses alunos estavam inseridos. Assim sendo, podemos ver que ao longo da história a psicopedagogia eu- ropeia, e principalmente a francesa, foi mudando o seu enfoque ao tentar solucionar problemas de aprendizagem. PARA SABER MAIS Segundo Mauco (1964), que foi diretor dos Centros Psicopedagógicos da Academia de Paris, o termo psicopeda- gogo foi escolhido ao invés de médico-pedagógico, pois seria mais provável que os pais levassem seus filhos com dificul- dades de aprendizagem a uma consulta com um profissional denominado psicopedagogo do que ao médico. As equipes desses centros eram formadas por diversos profissionais e realizavam, entre outros métodos, testes de Inteligência para fornecer o diagnóstico. 6 Psicopedagogia Institucional 1.2. Psicopedagogia nos Estados Unidos Nos Estados Unidos a psicopedagogia também passou por alterações im- portantes ao longo das décadas. Na década de 20 do século XX surgem centros para atendimento de crianças consideradas delinquentes e há um aumento importante das escolas particulares que se ocupavam de ensinar crianças consideradas “lentas” para aprender. Posteriormente, Dewey foi um importante autor para a psicopedagogia norte-america- na que possibilitou que se exigissem melhores qualidades para a educa- ção, indo contra a lógica de patologias das dificuldades de aprendizagem (MONTEIRO et al., 2007). 1.3. Psicopedagogia na América do Sul Em relação à psicopedagogia na América do Sul, a Argentina é conside- rada pioneira através da atuação de Arminda Aberastury e Jorge Visca a LINK A psicopedagogia existe há décadas no Brasil e no mundo e há diferentes formas de atuação do profissional desta área, sendo que uma boa formação profissional é fundamental para a excelência de seus serviços. Sobre esse assunto, acesse: MASINI, Elcie F. Salzano. Formação Profissional em Psicopedagogia: Embates e Desafios. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 23, n. 72, p. 248-259, 2006. Psicopedagogia Institucional 7 partir da década de 50. Duas décadas depois, foram criados centros de saúde mental na capital argentina, com a utilização de técnicas psicanalí- ticas e avaliações realizadas através do uso de testes. As crianças com di- ficuldades de aprendizagem passaram a ser tratadas com escuta de suas questões e dificuldades baseada nas linhas teóricas psicanalíticas, com a compreensão de que o problema de aprendizagem poderia ser gerado por questões emocionais. Em uma sessão adiante, abordaremos as rela- ções entre psicanálise e psicopedagogia. 1.3.1. Psicopedagogia no Brasil O Brasil seguiu a tendência das mudanças das linhas teóricas mundiais na psicopedagogia, mesmo que as mudanças aqui tenham se dado algumas décadas depois. Na década de 50 a psicopedagoga Genny de Moraes, influenciada pelas ocorrências da França, foi responsável pela realização de um trabalho em grupo com crianças com dificuldade de escolaridade. Nesse grupo ela avaliava também a necessidade de cada um dos alunos de receber um acompanhamento individual. Genny ainda foi responsável pela formação de alunos em psicopedagogia. Na década de 70, o curso de especialização em psicopedagogia passou a ser oferecido em São Paulo, com o intuito de formar profissionais. Nesse período, também se iniciaram pesquisas e estudos sobre aprendizado. Na década seguinte, houve marcos importantes para a psicopedagogia, como associações estaduais de psicopedagogia, que ainda nesta década se tornaria a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), e a criação da revista Psicopedagogia, no início da década de 90 (Associação Brasileira de Psicopedagogia, 2013). 8 Psicopedagogia Institucional É importante lembrar que existem sim alterações, distúrbios e transtor- nos neurológicos que implicam ou resultam em transtornos de apren- dizagem. Nesta aula não estamos abordando esses casos, mas sim de indivíduos saudáveis que por motivos outros a alterações neurológicas podem apresentar velocidades diferentes de aprendizagem ou mesmo necessitar de cuidados em outros aspectos, como sociais ou psicológicos, para que a aprendizagem seja possível. ASSIMILE A Associação Brasileira de Psicopedagogia foi fundada em 12 de novembro de 1980 e regula a atuação de profissionais que possuem condições de exercer o trabalho de psicopedago- go, além de buscar a promoção do conhecimento, aprimora- mento e atualização desses profissionais por meio de even- tos, seminários, congressos e cursos (Associação Brasileira de Psicopedagogia, 2013). PARA SABER MAIS O símbolo escolhido para a psicopedagogia foi a fita de Moebüs com três voltas. Trata-se de uma fita simples com duas superfícies distintas de modo que haja duas dimensões e apenas um lado. Essa fita representa o olhar que o psico- pedagogo deve ter em seu trabalho, sendo as voltas da fita a representação da aprendizagem do indivíduo. Há ainda dois círculos, um interno à fita representando o processo de aprendizagem, e um círculo externo que simboliza a trans- formaçãoocorrida pela aprendizagem (Associação Brasileira de Psicopedagogia, 2013). Psicopedagogia Institucional 9 1.4. Contribuições das teorias piagetiana e da psicanálise para a psicopedagogia “[...] estou convencido de que chegará o dia em que a psicologia das fun- ções cognitivas e a psicanálise estarão obrigadas a se fundirem em uma teoria geral que melhorará ambas e as corrigirá”. (PIAGET, 1985, p. 17) Piaget foi um importante pensador do século XX, considerado o pai da pedagogia moderna. Dedicou grande parte de sua vida ao estudo do inte- lecto e das funções cognitivas e como estes são construídos ao longo do tempo, da infância à fase adulta. Por outro lado, a Psicanálise é um método de investigação e tratamen- to para questões psicológicas e de comportamento desenvolvido por Sigmund Freud. Segundo Freud, nesse método, engloba a investigação do psiquismo, seu funcionamento e tratamento de comportamentos preju- diciais, que de alguma forma trazem sofrimento para o indivíduo ou para aqueles que o cercam. No início desta sessão há uma frase de Piaget que mostra que havia uma polaridade entre o estudo das funções intelectuais e cognitivas, objetos de estudo de Piaget e o estudo das emoções proposto pela Psicanálise de Freud. O próprio Piaget diz acreditar que acreditava que um dia seria possível unir essas duas abordagens. É o que se propõe a fazer Visca (1991), responsável pela fundação dos Centros de Estudo Psicopedagógicos de algumas cidades na Argentina, como Buenos Aires, e também no Brasil, em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse importante autor buscou integrar as teorias psicanalíticas e piagetianas em relação à aprendizagem, criando para isto alguns mode- los, entre eles o esquema evolutivo da aprendizagem, que coloca que há quatro níveis de aprendizagem, sendo: 1. Protoaprendizagem: esta fase se inicia no nascimento e vai até quan- do a criança começa a contactar seu grupo familiar. Nesta etapa, a re- lação com a mãe é fundamental, pois é a mãe que está mais próxima 10 Psicopedagogia Institucional da criança e também é através dela que a criança pode acessar o mun- do externo. 2. Deuteroaprendizagem: nesta etapa a criança se relaciona principal- mente com os membros da família e as relações desses membros en- tre si, com objetos inanimados e animados, o que irá condicionar a percepção do mundo. Se na protoaprendizagem a criança tem seu mundo limitado ao contato com a mãe, nesta fase a criança passa a conhecer um universo mais amplo, com a formação de uma hierar- quia entre os objetos preferidos e os preteridos. 3. Aprendizagem assistemática: aqui, a criança irá se relacionar com uma comunidade restringida. Novos objetos e situações fazem parte da vida da criança e de seus afetos e intelecto. É a fase em que se dá início à vida pré-escolar, em que o ritmo e o nível de consciência são gradativos. 4. Aprendizagem sistemática: consiste na aprendizagem organizada através do nível escolar primário e possui subestágios: aprendizagens instrumentais, conhecimentos fundamentais, aquisições transcultu- rais, formação técnica e de aperfeiçoamento profissional. Outro modelo proposto por Visca (1991) que integra as concepções pia- getianas e psicanalíticas é o modelo nosográfico. Neste modelo, o autor classifica os estados patológicos da aprendizagem em três níveis: semio- lógico, onde há a caracterização dos sintomas em objetivos e subjetivos, o patogênico, em que o foco está nas estruturas e mecanismos que pro- vocam os sintomas e, por último, o etiológico, que se preocupa com o contexto e a causa histórica dos sintomas apresentados. Os sintomas objetivos são aqueles que podem ser observados por outra pessoa que não o próprio sujeito e são subdivididos em aprendizagem assistemática e aprendizagem sistemática. Esses são apenas alguns modelos que indicam ser possível unir teorias que se ocupam das questões emocionais da aprendizagem com aspectos cognitivos da aprendizagem. Isto ocorre porque somos seres complexos Psicopedagogia Institucional 11 e não podemos separar artificialmente as emoções da cognição e apren- dizagem. Uma sempre influenciará a outra, indicando que a promoção e a preocupação com a saúde mental e emocional devem sempre acompa- nhar os pensamentos do psicopedagogo que se ocupa da promoção da aprendizagem. Como foi dito no início do texto, o estudo da história é muito im- portante para que possamos aprender com os acertos e evitar os mesmos erros já cometidos. Agora que você compreende melhor as mudanças pelas quais a psicopedagogia passou, quais foram as mais relevantes? O que deve ser evitado e quais práticas devem ser ado- tadas na atualidade? QUESTÃO PARA REFLEXÃO 2. Considerações finais • Muitos foram os profissionais que se ocuparam com a investigação da compreensão e de soluções para crianças com dificuldades de aprendizagem, entre esses professores, médicos, fonoaudiólogos, psicólogos. • Muitos fatores podem interferir na qualidade da aprendizagem. • Nos primórdios da psicopedagogia, quando uma criança apresen- tava dificuldade de aprendizagem ela era responsabilizada por seus déficits. • O grande número de alunos com fracasso escolar indicava que a problemática não residia em patologias dos alunos, mas sim nos aspectos sociais nos quais esses alunos estavam inseridos. • Jorge Visca buscou integrar as teorias psicanalíticas e piagetianas em relação à aprendizagem, criando para isto alguns modelos. 12 Psicopedagogia Institucional Glossário • Funções cognitivas: funções mentais superiores relacionadas à cognição, como linguagem, percepção, memória, funções executi- vas e atenção VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 02 1. O estudo da história da psicopedagogia pode ser conside- rado importante, pois: a) nos ajuda a compreender as funções que o psicopeda- gogo deve exercer. b) é curioso. c) é muito antigo, anterior às ciências básicas, como quí- mica ou matemática. d) faz parte da estrutura do curso. e) não é importante. 2. Sobre a história da psicopedagogia é correto afirmar que: a) Por ser uma nova abordagem, a psicopedagogia não sofreu alterações ao longo do tempo. b) A psicopedagogia do Brasil é contemporânea a euro- peia, ou seja, as mudanças ocorridas em países euro- peus se deram ao mesmo tempo que as daqui. c) Ao longo do tempo, o indivíduo deixou de ser consi- derado o único responsável pelas suas dificuldades de aprendizagem. d) Não há autores latino-americanos importantes para a pedagogia. e) Piaget não contribuiu para a psicopedagogia. Psicopedagogia Institucional 13 3. Os principais nomes apresentados no texto da teoria pia- getiana, da psicanálise e da integração das duas teorias são, respectivamente: a) Piaget, Jorge Visca e Freud. b) Freud, Jorge Visca e Freud. c) Jorge Visca, Freud e Piaget. d) Piaget, Freud e Jorge Visca. e) Jorge Visca, Piaget e Freud. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil. Publicada em 19 de outubro de 2013. São Paulo: Comissão de Formação e Regulamentação do Conselho Nacional da ABPp, 2013. BOSSA, Nadia. Dificuldades de Aprendizagem: o Que São? Como Tratá-las? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. BRITTO, Eduardo. Atendimento Psicopedagógico. São Paulo: Cengage Learning, 2016. FAGALI, Eloísa Quadros. Psicopedagogia “Por que” e “Como” - Psicopedagogia Institucional. São Paulo: Salesiana Dom Bosco, 1998. MASINI, Elcie F. Salzano. Formação Profissional em Psicopedagogia: Embates e Desafios. Rev. psicopedag., SãoPaulo, v. 23, n. 72, p. 248-259, 2006. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000 300009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 mar. 2018. MAUCO, G. L’inadaptation scolaire et sociale et ses remèdes. Cahiers de pédago- gie moderne. Collection Bourrelier. Paris: Lib Armand Collin,1964. MONTEIRO, et al. A Primeira Década da Psicopedagogia no Distrito Federal e a Educação. Rev. Psicopedagogia,São Paulo, v. 24, n. 75, 2007, p. 272-284. PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1985. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300009&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300009&lng=pt&nrm=iso 14 Psicopedagogia Institucional PORTAL EDUCAÇÃO. Trajetória Histórica da Psicopedagogia nas Américas: EUA e Argentina. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ artigos/biologia/trajetoria-historica-da-psicopedagogia-nas-americas-eua-e- argentina/45603>. Acesso em: 01 jul. 2018. VISCA, Jorge. Psicopedagogia: Novas Contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. Gabarito – Tema 02 Questão 1 – Resposta: A Resolução: Para compreendermos melhor o enquadra funcional do psicopeda- gogo devemos olhar para a história da psicopedagogia e como sua concepção foi se alterando ao longo do tempo Questão 2 – Resposta: C Resolução: Ao longo do tempo, o indivíduo deixou de ser considerado o único responsável pelas suas dificuldades de aprendizagem e passou-se a olhar também para os aspectos sociais nos quais este está inserido. Questão 1 – Resposta: D Resolução: Piaget desenvolveu estudos e investigações acerca do desenvolvi- mento cognitivo e intelectual, Freud é considerado o pai da psicanáli- se e Jorge Visca buscou relacionar as teorias piagetianas e freudianas para compreender as dificuldades de aprendizagem. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/trajetoria-historica-da-psicopedagogia-nas-americas-eua-e-argentina/45603 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/trajetoria-historica-da-psicopedagogia-nas-americas-eua-e-argentina/45603 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/trajetoria-historica-da-psicopedagogia-nas-americas-eua-e-argentina/45603 2 Psicopedagogia Institucional TEMA 03 APRENDIZAGEM E FRACASSO ESCOLAR Objetivos • Apresentar a relação entre o psicopedagogo e os diag- nósticos realizados diante do fracasso escolar. • Exemplificar a relação entre cérebro e aprendizagem. • Discutir os contextos do diagnóstico médico. Psicopedagogia Institucional 3 Introdução A escola faz parte (ou deveria fazer) da vida das pessoas desde muito cedo, e cada vez mais cedo. Devido a necessidades de trabalho dos pais, antes mesmo de ingressar na primeira série do ensino fundamental as crianças costumam ser matriculadas em pré-escolas, onde já vão se familiarizando com o ambiente escolar. São muitos anos até a formatura do Ensino Médio, anos estes em que a escola deve ser a atividade principal desses jovens. A escola, portanto, faz parte da vida dos indivíduos, de modo que fica di- fícil separar as lembranças “da vida pessoal” e da “vida escolar”, pois uma e outra são a mesma. É na escola também que muitas experiências e re- lações se estabelecem pela primeira vez e também se consolidam: sepa- rar-se dos pais ou responsáveis por um período relativamente longo do dia; lidar com as diferenças hierárquicas e de poder existentes entre alu- nos, funcionários, professores e diretores; relacionar-se entre pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto, da mesma idade e de idades diferentes; responsabilidades assumidas, como tarefas e provas entre muitos outros. Resumindo, a escola é um local fértil tanto para descobertas, alegrias e amizades, como para frustrações, medos, angústias. Quando acontece de um aluno fracassar na escola este é visto como o único responsável pelo seu insucesso, de modo que são produzidos sa- beres e práticas que tornam o sistema político e social isentos da res- ponsabilidade pela produção da desigualdade social. A presente aula se propõe a refletir sobre tais questões, analisando a implicação social dos problemas da educação escolar; as principais dificuldades que as crianças vêm enfrentando, sendo expostas questões acerca da interferência da Medicina e da medicalização de crianças como aspectos que influenciam na compreensão do fracasso escolar, bem como sugestões de possíveis alternativas que visem adequar as práticas educacionais com as deman- das atuais, tanto no que se refere às necessidades da sociedade em rela- ção à formação humana quanto às necessidades e desejos das crianças e adolescentes (MOYSES, 1992). 4 Psicopedagogia Institucional 1. Psicopedagogia e o diagnóstico diante do fracasso escolar O fracasso escolar na educação brasileira tem sido caracterizado pelas altas taxas de evasão e/ou repetência de anos escolares, podendo ainda ser configurado pela aprovação automática sem que haja aprendizado dos conteúdos programáticos escolares. O fracasso escolar está associa- do com as políticas de inclusão escolar das classes populares no Brasil e, portanto, apresenta-se ligado de modo intrínseco a questões sociais. PARA SABER MAIS O Brasil passou por uma fase importante de progresso urba- no e tecnológico nas últimas décadas e dentre estas altera- ções do cenário brasileiro se encontram a adoção de várias políticas para erradicar o analfabetismo, diminuir a evasão escolar e a repetência. Essas políticas, no entanto, não têm se mostrado muito eficazes, com a insatisfação das classes mais pobres e a precariedade do ensino fundamental e médio pú- blicos (PAULA; TFOUNI, 2009). ASSIMILE O termo “fracasso escolar” é utilizado para tratar fenômenos que englobam a evasão ou repetência escolar, mas também dificuldades de aprendizagem generalizadas ou específicas (em uma única disciplina escolar, por exemplo). O termo traz uma conotação bastante negativa e deve ser utilizado com cautela, uma vez que dificuldades ocasionais ou pontuais não devem ser entendidas como “fracasso” (MOYSES, 1992). Psicopedagogia Institucional 5 Se por um lado o trabalho do psicopedagogo pode auxiliar na escolha de alternativas metodológicas para melhorar a educação e o aprendizado das crianças e jovens, por outro, pode também gerar a culpabilização do indivíduo como o único responsável pelo seu fracasso escolar. A culpa- bilização do aluno é possível através do trabalho de avaliação individual feita por esses profissionais. Essas avaliações corroboram com práticas da sociedade capitalista e não consideram a capacidade transformadora da educação para a situação social do aluno, também discutida no tópico anterior. O trabalho dos psicopedagogos nas escolas deve ser sempre questionado, pois ao mesmo tempo em que é fundamental para auxiliar aqueles que sofrem, também pode ser utilizado para validar a manipula- ção que coloca a culpa no aluno de questões que vão muito além da esfe- ra individual e possuem caráter social. As tensões e contradições também não podem ser vistas como erros de percurso que não deveriam acontecer, já que a escola engloba uma gran- de quantidade de conhecimentos e é até esperado que se tenha mais dificuldade em algumas matérias, por exemplo. Dificilmente temos facili- dade para aprender todos os conteúdos o tempo todo, não é mesmo? EXEMPLIFICANDO Nem sempre há psicopedagogos para auxiliar nas tarefas de decisões importantes, como, por exemplo, se uma criança deve ou não ir para uma sala especial, e estas determinações acabam sendo realizadas pelo professor, que, muitas vezes, não possuiu condições de avaliar essas decisões, levando-se em conta os benefícios para a criança de ingressar ou sair de uma turma especial para uma regular e vice-versa. Assim, em salas especiais há crianças “normais”, segundo padrões diag- nósticos, que poderiam frequentar turmas regulares. Provavelmente, há também crianças que poderiam se beneficiar do trabalho em salas espe- ciais (quando bem feito) que frequentam salas regulares. 6 Psicopedagogia Institucional Embora necessários e importantes, não é possível negar que os trabalhos diagnósticos realizados por psicólogos e acompanhados por psicopedago- gos muitas vezes desconsideram os processos de subjetivação das crian- ças e as tratam como se fossem as únicas responsáveis pelo seu “nãodesenvolvimento” padrão. O trabalho do psicopedagogo, nesse sentido, deve ser crítico e considerar o contexto no qual a criança está inserida não para procurar culpados, mas para viabilizar ações e comportamentos que propiciem que aquela criança se desenvolva da melhor maneira possível, respeitando as suas individualidades e trabalhando os receios, angústias e discriminações que são produzidas por esse sistema de catalogar e se- parar as crianças “normais” das “anormais”, sem que nenhum trabalho que visasse a “recuperação” dessas crianças taxadas de “anormais” fosse realizado, nem um acompanhamento dos efeitos que a inserção de crian- ças antes “não normais” em salas regulares poderia ter sobre ela e sobre os outros alunos e professora - por exemplo: haveria discriminação? Tal acompanhamento não deve ser realizado apenas através de encami- nhamentos – seja da criança para a classe regular, para a terapia, dos pais para orientação, etc. –, pois esses são perigosos, já que se pode criar impotências e culpas nos usuários quando estes não seguem a recomen- dação, o que não acontece se um projeto for criado com o intuito de agir na produção do fracasso de cada um dos encaminhados. Como dito anteriormente, as avaliações psicodiagnósticas acabam por transferir o problema social da aprendizagem para o indivíduo, tornando as crianças alvos fáceis para rotulações, tais como de distúrbios de apren- dizagem. Este termo é genérico e se refere a um grupo heterogêneo de desordens, manifestadas por dificuldades diversas, como a aquisição e manipulação da fala, da escrita, do raciocínio matemático, etc., as quais se presumem ser resultados de disfunções do sistema nervoso central, tendo, portanto, como causa principal, a constituição biológica. Dessa for- ma, distúrbios emocionais e sociais, bem como influências ambientais, tais como diferenças culturais, instruções inapropriadas, deficitárias ou insuficientes e fatores psicogênicos são deixados em segundo plano, con- siderando-se que as desordens não seriam verdadeiramente causadas por estes últimos (ARAÚJO, 2006). Psicopedagogia Institucional 7 No entanto, são muitos os fatores que interferem na ocorrência do fracas- so escolar e não podemos deixar de considerar os aspectos sociais, que são grandes influenciadores das dificuldades escolares. Este tema é de interes- se e deve ser conhecido dos profissionais que trabalham com educação. 1.1. O cérebro e a aprendizagem No entanto, é preciso salientar que o desenvolvimento cerebral de crianças tem características próprias, um ritmo próprio de desenvolvimento, que embora seja mais ou menos parecido entre crianças de mesma idade, esta afirmação nem sempre é verdadeira. Quando se fala de imaturidade de uma criança isto não pode ser entendido apenas como sinônimo de defi- ciência, pois diferentemente do adulto, o cérebro da criança está ainda em desenvolvimento e a aprendizagem pode ocorrer em ritmos diferentes. PARA SABER MAIS A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. A avaliação neurop- sicológica pretendia chegar à identificação e localização de lesões cerebrais focais, mas atualmente baseia-se na locali- zação dinâmica das funções cerebrais. Assim, a partir do co- nhecimento do funcionamento normal do cérebro, podem-se identificar precocemente disfunções cognitivas e de compor- tamento resultantes de lesões. A importância desses instru- mentos reside, em teoria, na prevenção e detecção precoce de distúrbios de desenvolvimento e de aprendizagem, visan- do intervenções terapêuticas precoces e precisas. 8 Psicopedagogia Institucional 1.2. O diagnóstico médico A Medicina busca métodos para realizar a classificação das doenças, inclusive as mentais. A criação do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) deixa clara essa intenção de facilitar os diagnósticos. Deve-se ter cau- tela, no entanto, ao diagnosticar pessoas, em especial crianças, com um de- terminado distúrbio ou doença, pois em alguns casos é como se colocassem todos em um mesmo “balaio de gatos”, homogeneizando-os. Não se deve deixar de considerar que cada uma das crianças possui uma história prévia ao diagnóstico e que ela não será apenas o diagnóstico (MOYSES, 1992). Cabe-se então a pergunta: será que médicos, famílias e escolas não esta- riam medicando características que na verdade fazem parte dos traços de personalidade desses jovens, ou que ainda são elementos naturais da idade em que estes se encontram? A evolução da Medicina tem colocado a subjetividade dos pacientes em segundo plano, oferecendo soluções rápidas e mágicas para questões e problemas que simplesmente fazem parte da natureza humana. Não tem como viver sem ter decepções, sem sofrer, sem ter fracasso ao menos em algumas atividades. No entanto, para algumas pessoas, tudo o que foge de um equilíbrio idealizado e da extrema felicidade utópica é tratado como doença. “Os elevados índices de dificuldades e distúrbios de aprendizagem existen- tes na realidade brasileira nos convidam a pensar nos desdobramentos de diagnósticos indevidos, resultantes, em nossa opinião, de concepções ne- gativas sobre a criança e seu desenvolvimento e de práticas educacionais e avaliativas que desconsideram a política educacional do país; a qualidade da escola oferecida aos seus usuários; a relação professor-aluno; a metodo- logia de ensino, a adequação de currículo e o sistema de avaliação adotado; diferenças sociais e culturais que não são respeitadas no sistema de ensino; a família - que ainda é vista como aquela que desvaloriza a educação for- mal em detrimento do trabalho, etc., responsabilizando a criança pelo não aprender. Estas concepções, pautadas numa visão organicista e naturali- zada de homem e sociedade só pode conceber o não desabrochar das ca- pacidades humanas tomadas como espontâneas como doença, patologia, inabilidade e incapacidade”. (TULESKI; EIDT, 2007) Psicopedagogia Institucional 9 O exagero na medicalização, além de possíveis implicações biológicas, pode trazer também um péssimo exemplo para esses jovens, que são levados a crer que as drogas podem ser a solução para seus problemas emocionais. No entanto, em alguns casos os medicamentos podem enco- brir traumas e questões psicológicas que não desaparecerão com o uso dos medicamentos, apenas ficarão silenciados enquanto os medicamen- tos estiverem sendo ministrados e esses sintomas poderão ora ou outra voltar e com maior intensidade. A sociedade atual impõe padrões que dificilmente são alcançados em todos os aspectos da vida, ou seja, para classificar alguém como bem-sucedido, frequentemente espera-se que este indivíduo não te- nha problemas de cunho pessoal ou social. Por outro lado, devido às altas expectativas, os erros são pouco tolerados e cada vez mais pessoas sentem-se fracassadas. Levando-se em consideração que a aprendizagem também se dá por tentativa e erro, qual pode ser a influência dessas expectativas em relação à criança com dificuldade escolar? E quais os contextos e cuidados que devemos ter com o em- prego do termo fracasso escolar? QUESTÃO PARA REFLEXÃO 2. Considerações finais • A vivência escolar é muito importante, pois é na escola que mui- tas experiências e relações se estabelecem e se consolidam. Muitas vezes, quando acontece de um aluno fracassar na escola, este é vis- to como o único responsável pelo seu insucesso. • O fracasso escolar na educação brasileira tem sido caracteriza- do pelas altas taxas de evasão e/ou repetência de anos escolares, podendo ainda ser configurado pela aprovação automática sem que haja aprendizado dos conteúdos programáticos escolares. 10 Psicopedagogia Institucional • Distúrbios emocionais e sociais, bem como influências ambientais, tais como diferenças culturais, instruções inapropriadas, deficitárias ou insuficientes e fatores psicogênicos devem ser levados em consi- deração diante do fracasso escolar. • O exagero na medicalização,além de possíveis implicações biológi- cas, pode trazer também um péssimo exemplo para esses jovens, que são levados a crer que as drogas podem ser a solução para seus problemas emocionais. • Deve-se ter cautela ao diagnosticar pessoas, evitando-se que haja desconsideração de suas características próprias, que vão além do diagnóstico. Glossário • Fatores psicogênicos: elementos relacionados a aspectos psicoló- gicos do indivíduo; causas psíquicas que podem explicar compor- tamentos do sujeito. VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 03 1. Sobre o diagnóstico médico, podemos afirmar que: a) não traz nenhum benefício para dificuldades de aprendizagem. b) sempre é necessário quando há fracasso escolar. c) deve ser realizado com cautela para não reduzir um in- divíduo apenas ao diagnóstico recebido. d) só é necessário em casos muito graves e irreversíveis. e) pode ser realizado por profissionais não médicos. Psicopedagogia Institucional 11 2. Assinale (V) para verdadeiro ou (F) para falso nas afir- mações abaixo sobre fracasso escolar e as avaliações psicodiagnóstica. ( ) As avaliações podem transferir o problema social da aprendizagem para o indivíduo, tornando as crianças al- vos fáceis para rotulações, tais como de distúrbios de aprendizagem. ( ) O termo distúrbio de aprendizagem é genérico e se re- fere a um grupo heterogêneo de desordens ( ) Distúrbios emocionais e sociais, bem como influências ambientais, tais como diferenças culturais instruções ina- propriadas e deficitárias são sempre levadas em conside- ração ao se avaliar uma criança. Agora, assinale a sequência correta. a) V – V – V. b) V – F - F. c) F – V - F. d) F – F - V. e) V – V – F. 3. Sobre a neuropsicologia, assinale a alternativa correta. a) É a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. b) Estuda o comportamento humano. c) Estuda apenas o cérebro, sem se importar com o com- portamento humano. d) Estuda a relação entre cérebro e comportamento de macacos. e) Não é uma ciência estudada em países em desenvolvi- mento, como o Brasil. 12 Psicopedagogia Institucional Referências Bibliográficas ARAÚJO, S. C. L. G. de. Formação do Pedagogo: Fundamentos Legais e Atribuições no Curso de Pedagogia (1939-2006). Anais do VI Seminário da Redestrado – Regulação Educacional e Trabalho Docente da UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, p. 1-9. COSTA, D. I. et al. Avaliação Neuropsicológica da Criança. Jornal de Pediatria, v. 80, n. 2 (suplemento), 2004. MOYSÉS, M. A. A. Fracasso Escolar: Uma Questão Médica? Série Idéias, n. 6. São Paulo: FDE, 1992. PAULA, Fernando Silva; TFOUNI, Leda Verdiani. A Persistência do Fracasso Escolar: Desigualdade e Ideologia. Rev. bras. orientac. Prof., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 117- 127, dez. 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1679-33902009000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 abr. 2018. SEGATTO, C.; PADILLA, I; FRUTUOSO, S. Remédios demais? Revista Época, Tópico Sociedade, EDIÇÃO Nº 446, 2006, 118-115. Gabarito – Tema 03 Questão 1 – Resposta: C Resolução: O diagnóstico médico pode ser importante diante a dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar, mas deve ser realizado com cau- tela, pois o indivíduo não deve ser confundido com o diagnóstico recebido. Questão 2 – Resposta: E Resolução: As avaliações podem transferir o problema social da aprendizagem para o indivíduo, tornando as crianças alvos fáceis para rotulações, tais como de distúrbios de aprendizagem; termo genérico que se re- fere a um grupo heterogêneo de desordens. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902009000200012&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902009000200012&lng=pt&nrm=iso Psicopedagogia Institucional 13 Questão 3 – Resposta: A Resolução: A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. 2 Psicopedagogia Institucional TEMA 04 PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA NA INSTITUIÇÃO Objetivos • Elucidar o contexto de saúde e educação envolvido na função do psicopedagogo. • Descrever possíveis atuações práticas do psicopeda- gogo em instituições. • Abordar o contexto de prática reflexiva. • Descrever as práticas que o psicopedagogo pode desenvolver nessas instituições. Psicopedagogia Institucional 3 Introdução Para compreendermos as atribuições da prática psicopedagógica na ins- tituição podemos consultar o Código de Ética do profissional. Segundo o artigo 1º, do capítulo I, do Código de Ética do Psicopedagogo: “A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedi- mentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos”. (ABPp, 2011) Portanto, a prática da função do psicopedagogo tem grande amplitude e engloba não apenas o indivíduo em processo de aprendizagem e o de- senvolvimento de suas funções cognitivas, mas também o ambiente em que a aprendizagem se dá, ou seja, a instituição, que é um espaço físico e psíquico da aprendizagem. Engloba ainda as pessoas com quem esse indivíduo em processo de aprender se relaciona, seja em seu contexto familiar ou fora dele. PARA SABER MAIS Funções cognitivas são habilidades mentais que permitem o raciocínio, a aquisição e a manutenção de conhecimentos, constituindo o intelecto. Entre essas funções estão a percep- ção, a memória, a linguagem, a atenção e as funções execu- tivas, de extrema importância para a aprendizagem. Não é possível aprender um conteúdo novo sem que a atenção es- teja voltada para os estímulos que se quer assimilar ou que a memória mantenha as informações guardadas para serem utilizadas quando requeridas. file:///C:\Users\tamir\Downloads\(ABPp 4 Psicopedagogia Institucional Outra informação importante, fornecida já pelo artigo primeiro, é o fato da Psicopedagogia ser considerada um campo de atuação em educação e saúde. O aspecto da educação é bem mais conhecido e associado ao psicopedagogo, mas negligencia-se muitas vezes o caráter de atuação na saúde desta função. Talvez por associarmos o termo saúde apenas a ati- vidades diretamente relacionadas com sobrevivência ou manutenção das funções vitais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde não consiste apenas na ausência de enfermidades e afecções, mas no completo bem- -estar físico, mental e social. Embora essa definição possa parecer um pouco utópica e irreal (dificil- mente as pessoas estão completamente bem em aspectos físicos, men- tais e sociais o tempo todo ou por um período prolongado de tempo, não é mesmo?), fato é que o psicopedagogo pode auxiliar na promoção de saúde, principalmente nos aspectos sociais e mentais. Na presente aula você estudará algumas das diversas práticas possíveis ao psicopedagogo em instituições. É importante que você mantenha em mente a amplitude de suas funções tanto em caráter educativo como no campo da saúde. 1. As práticas e atuações do psicopedagogo Lembre-se que a Psicopedagogia surge como uma alternativa para so- lucionar dificuldades de aprendizagem relacionadas ao desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e afetivo. Nesse sentido, ela difere um pouco do termo educação, que seria algo não personalizado, igual para todos os indivíduos e que não considera a própria individualidade do aluno. Acrescenta-se ao contexto educativo, como citado anteriormente, a esfe- ra da saúde. Psicopedagogia Institucional 5 A amplitude da atuação do psicopedagogo é confirmada pela argentina Ana Maria Rodriguez Muniz, que afirma que os limites do campo de in- tervenção da psicopedagogia possuem demarcações muito amplas, visto que o processo de aprendizagem é composto por processos complexos. Podemos considerar que as práticas do psicopedagogo são amplas tam- bém devido à diversidade de contextos em que podem ser aplicadas e seuexercício poderá se dar através da prevenção, buscando evitar que as dificuldades apareçam ou por meio do caráter terapêutico, com cunho curativo (PORTO, 2006). Dentre essas práticas, o psicopedagogo escolar atua através do planeja- mento e o assessoramento das atividades pedagógicas, através da elabo- ração e reelaboração dos currículos escolares, que devem ser adequados para os aspectos afetivos e cognitivos que determinado grupo de crianças e jovens precisem desenvolver. A criação de materiais para uso do aluno que propiciem atingir os objetivos estabelecidos pelo currículo também é uma atribuição do psicopedagogo. PARA SABER MAIS Porto (2006) coloca que a psicopedagogia institucional está atrelada a uma concepção crítica da Psicopedagogia e da educação, contribuindo com as situações de não aprendi- zagem na escola e suas consequências, incluindo a supera- ção dessas dificuldades. Novamente, é importante salientar, como Porto o faz, que o papel da ação do psicopedagogo engloba não apenas o aluno, mas também os educadores que estão envolvidos em todo o processo de aprendizagem. Para isso, é necessário que seja construída a autonomia dos alunos e principalmente dos educadores, através de inter- venções psicopedagógicas. 6 Psicopedagogia Institucional Ao planejar os currículos escolares, é importante que o psicopedagogo considere a diversidade das habilidades cognitivas que devem ser desen- volvidas pelos alunos e que estes sejam estimulados a desenvolver a ca- pacidade de pensar criticamente. Ainda, espera-se que esse profissional possa fornecer treinamentos de professores e acompanhar a atuação destes, bem como participar do desempenho e do desenvolvimento dos alunos em seus processos de aprendizagem. Sempre que houver necessidade, é importante que o psi- copedagogo reavalie o projeto pedagógico e baseie sua avaliação nos ob- jetivos propostos, comparando-os com os atingidos. Caso algo não esteja saindo como o esperado, como uma baixa taxa de aproveitamento dos conteúdos pelos alunos, por exemplo, deve-se buscar os motivos e suas consequentes soluções (CAZELLA; MOLINA, 2010). PARA SABER MAIS A Associação Brasileira de Psicopedagogia considera que o perfil profissional do psicopedagogo engloba a produção e divulgação de conhecimento científico e tecnológico, com compromissos de ética para a promoção de Educação com qualidade, bem como a articulação com outros profissionais tanto da Educação como da Saúde, buscando a construção de uma sociedade justa, que respeita a individualidade e o direito de todos aprenderem. Fonte: Associação Brasileira de Psicopedagogia. Aprender é Para Todos! Documentos e Diretrizes. Em resumo, o trabalho do psicopedagogo requer o fornecimento de apoio e a promoção de condições para uma alteração dos papéis tanto dos pro- fessores como dos alunos. Ambos devem ser incluídos nas propostas Psicopedagogia Institucional 7 pedagógicas e ambos são agentes atuantes no processo do aprendizado: nem apenas o aluno é responsabilizado por suas dificuldades de aprendi- zagem e nem o professor é tido como o único detentor do saber; promo- ve-se a troca e o envolvimento dos dois lados. ASSIMILE O psicopedagogo escolar deve auxiliar na formação de um ambiente propício para o aprendizado. 1.1. Prática reflexiva Dentro da atuação do psicopedagogo, a prática reflexiva, como o próprio nome indica, consiste na estratégia para desenvolvimento de professores e educadores através da prática e ação reflexiva e compartilhada. Gómez (1997) coloca que: “No componente psicopedagógico é preciso distinguir duas fases princi- pais: na primeira, adquire-se o conhecimento dos princípios, leis e teorias que explicam os processos de ensino-aprendizagem e oferecem normas e regras para a sua aplicação racional; na segunda, tem lugar a aplicação na prática real ou simulada de tais normas e regras, de modo que o docente adquira competências e capacidades requeridas para uma intervenção efi- caz”. (GÓMEZ, 1997, p. 98) Para que ocorram essas duas fases, Cazella e Molina (2010) consideram que se deve conceber um espaço institucional educativo que promova o trabalho prático e a formação de seus profissionais como uma atividade conjunta e integrada ao cotidiano da instituição, com espaços reflexivos coletivos de formação dos educadores em suas próprias instituições de atuação, onde haja, ainda, a possibilidade da reflexão e tomada de cons- ciência das limitações inerentes à profissão. 8 Psicopedagogia Institucional 1.2. Prática psicopedagógica: um exemplo No mesmo texto citado acima, Cazella e Molina (2010) trazem um exem- plo da atuação de psicopedagogos em uma instituição escolar. Analisar esse exemplo é importante, pois permite que você compreenda como pode se dar a aplicação da teoria em uma situação real. Os autores fizeram a intervenção com educadores, perguntando-lhes o que eles aprovavam na instituição e o que os deixava insatisfeitos. As de- clarações desses profissionais foram anotadas e classificadas em diferen- tes categorias, de acordo com a opinião dos próprios educadores. Entre as categorias havia: “queixas externas ao trabalho”, que incluíam insatis- fações em relação à escassez de tempo e alterações de humor; “queixas de problemas de ordem individual”, como falta de material de apoio ade- quado e comportamento inadequado dos alunos; “queixas de problemas a serem resolvidos”, incluindo falta de participação de todos os educado- res em planejamento, entre outros. Após o levantamento das queixas, realizou-se uma tarefa com os educa- dores em que estes foram solicitados a fazer desenhos contendo duas figuras, uma do educador e outra do aluno, e contar uma história que en- globasse os dois personagens. Essa técnica é chamada de “par educativo”. Na etapa seguinte, a grande maioria dos participantes relatou que seus desenhos representavam situações vividas nas instituições em que tra- balham. Os participantes, posteriormente ao levantamento dessas ques- tões, foram convidados a desenvolver um organograma no qual os acon- tecimentos observados durante as oficinas fossem relacionados entre si. Ainda, houve trocas de ideias e visões acerca do que tinham observado. Ao final, as discussões e sugestões (como adequação do espaço para as práticas pedagógicas, organização de exposições artísticas, semanas te- máticas e reorganização do cronograma de aulas) foram encaminhadas para a coordenação geral do projeto, com necessidade de reformulação Psicopedagogia Institucional 9 na produção do trabalho pedagógico com os educandos. O exemplo dado acima ilustra uma possível atuação do psicopedagogo que intervém de modo direto com os educadores e de modo indireto com os educandos. Lembra no início deste texto quando você aprendeu sobre a amplitude da atuação do psicopedagogo? Está aqui um exemplo disto! Embora seja mais usual pensar no psicopedagogo atuando em contato direto com o aluno, o objetivo final de auxiliar na aprendizagem pode ser alcançado através de diferentes práticas e desenvolvido em outras es- feras, como através da atuação direta com educadores e indireta com educandos. EXEMPLIFICANDO O psicopedagogo atua em diversas etapas, indo desde a iden- tificação de possíveis problemas, auxiliando os próprios edu- cadores a tomarem conhecimento e se sensibilizarem com o que está ocorrendo e principalmente os instigando a propor mudanças que refletirão na conduta que estabelecem com os alunos. 10 Psicopedagogia Institucional 2. Considerações finais • A função do psicopedagogo tem grande amplitude e engloba não apenas o indivíduo em processo de aprendizagem e o desenvolvi- mento de suas funções cognitivas, mas também o ambiente em que a aprendizagem se dá, ou seja, a instituição, que é um espaço físico e psíquico da aprendizagem. • O aspecto da educação é bem mais conhecido e associado ao psico- pedagogo, mas negligencia-se muitas vezes o caráter de atuação na saúde desta função. • Parei Podemos considerarque as práticas do psicopedagogo são amplas também devido à diversidade de contextos em que podem ser aplicadas. • Dentro da atuação do psicopedagogo, a prática reflexiva, como o próprio nome indica, consiste na estratégia para desenvolvimento de professores e educadores, através da prática e ação reflexiva e compartilhada. Como você viu nesta aula, existem muitas áreas para a atuação do psicopedagogo, tanto no contexto da educação como no contexto da saúde. O termo saúde foi apresentado com a definição oferecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e engloba muito mais do que a preservação ou promoção das funções vitais, e sim no comple- to bem-estar físico, mental e social. Como a atuação do psicopedago- go pode auxiliar na promoção da saúde? Quais os aspectos da saúde que podem ser mais beneficiados pelo psicopedagogo? Você pode fornecer exemplos de atuação neste campo? QUESTÃO PARA REFLEXÃO Psicopedagogia Institucional 11 • Considera-se que se deve conceber um espaço institucional educati- vo que promova o trabalho prático e a formação de seus profissionais como uma atividade conjunta e integrada ao cotidiano da institui- ção, com espaços reflexivos coletivos de formação dos educadores em suas próprias instituições de atuação. Glossário • Afecções: sinais e sintomas patológicos que indicam doenças ou enfermidades, padecimento ou moléstia. VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 04 1. Sobre as práticas do psicopedagogo, assinale a alternativa correta. a) Engloba apenas a atuação na promoção da educação, trabalhando diretamente com os alunos. b) Só é necessário quando há fracasso escolar. c) É bastante ampla e pode se dar em diferentes contex- tos e ambientes, dialogando com demais profissionais da educação e da saúde. d) Atua apenas na promoção da saúde, incluindo o bem- -estar físico, mental e social. e) Ocorre apenas em escolas. 2. Assinale (V) para verdadeiro ou (F) para falso nas afirma- ções a seguir. ( ) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saú- de não consiste apenas na ausência de enfermidades e afec- ções, mas no completo bem-estar físico, mental e social. 12 Psicopedagogia Institucional ( ) No trabalho do psicopedagogo, professores e alunos devem ter papéis definidos: apenas o aluno é responsabili- zado por suas dificuldades de aprendizagem e o professor é tido como o único detentor do saber. ( ) A psicopedagogia deve dialogar com demais profissio- nais da educação e da saúde, visto que sua prática engloba ambos os aspectos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. a) V – V - V. b) V – F – V. c) F – V – F. d) F – F – V. e) V – V – F.. 3. “ consiste na estratégia para desenvolvi- mento de professores e educadores, através da prática e ação reflexiva e compartilhada”. Os termos que comple- tam adequadamente a lacuna são: a) Prática conservativa b) Prática argumentativa c) Prática exclusivista d) Prática reflexiva e) Prática refletiva Referências Bibliográficas ABPp. Código de Ética do Psicopedagogo. Disponível em: <http://www.abpp.com. br/documentos_referencias_codigo_etica.html>. Acesso em: 25 jan. 2018. ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia. Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil. São Paulo, 12 de dezembro de 2008. http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html Psicopedagogia Institucional 13 CASTANHO, Marisa. Psicopedagogia em Contextos Hospitalares e da Saúde: Três Décadas de Publicações na Revista Psicopedagogia. Revista Psicopedagogia. São Paulo, v. 31, ed. 94, 2014. Disponível em: <http://revistapsicopedagogia.com.br/ detalhes/88/psicopedagogia-em-contextoshospitalares-e-da-saude--tres-decadas- de-publicacoes-na-revista-psicopedagogia>. Acesso em: 25 jan. 2018. CAZELLA, Sarah; MOLINA, Rinaldo. A Intervenção Psicopedagógica Institucional na Formação Reflexiva de Educadores Sociais. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 27, n. 82, p. 78-91, 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-84862010000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 30 abr. 2018. GÓMEZ, A. P. O pensamento prático do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In: NÓVOA, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995, p. 93-114. PORTO, O. Psicopedagogia Institucional. Rio de Janeiro: Wak, 2006. SILVA, Marlene Alves da. Práticas Psicopedagógicas. Psic, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 261-262, dez. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1676-73142008000200016&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 abr. 2018. Gabarito – Tema 04 Questão 1 – Resposta: C Resolução: A prática da função do psicopedagogo tem grande amplitude e en- globa não apenas o indivíduo em processo de aprendizagem e o de- senvolvimento de suas funções cognitivas, mas também o ambiente em que a aprendizagem se dá, ou seja, a instituição, que é um espa- ço físico e psíquico da aprendizagem. Engloba ainda as pessoas com quem esse indivíduo em processo de aprender se relaciona, seja em seu contexto familiar ou fora dele. Questão 2 – Resposta: B Resolução: As alternativas corretas são I - Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde não consiste apenas na ausência de enfermidades e http://revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/88/psicopedagogia-em-contextoshospitalares-e-da-saude-- http://revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/88/psicopedagogia-em-contextoshospitalares-e-da-saude-- http://revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/88/psicopedagogia-em-contextoshospitalares-e-da-saude-- http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000100009&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000100009&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-73142008000200016&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-73142008000200016&lng=pt&nrm=iso 14 Psicopedagogia Institucional afecções, mas no completo bem-estar físico, mental e social - e III - A psicopedagogia deve dialogar com demais profissionais da educação e da saúde, visto que sua prática engloba ambos os aspectos. Questão 3 – Resposta: D Resolução: Dentro da atuação do psicopedagogo, a prática reflexiva, como o próprio nome indica, consiste na estratégia para desenvolvimento de professores e educadores, através da prática e ação reflexiva e compartilhada. 2 Psicopedagogia Institucional TEMA 05 ÂMBITOS DE ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO HOSPITALAR Objetivos • Elucidar os motivos e contextos atuais da atuação de psicopedagogos hospitalares. • Elucidar o contexto histórico da atuação do psicope- dagogo hospitalar no Brasil e em outros países. • Enumerar e sintetizar os principais âmbitos de atua- ção do psicopedagogo hospitalar. Psicopedagogia Institucional 3 Introdução Quando se pensa em educação e em ensino, automaticamente imagina- -se um ambiente escolar. De fato, tradicionalmente, a escola é o local ade- quado para o aprendizado, local este que deve ser frequentado por crian- ças desde idade bastante precoce até o final da adolescência. No entanto, por muitos motivos diferentes, nem sempre é possível frequentar esse ambiente por todo o período ideal. Políticas públicas atuais facilitaram o acesso à escola e à educação, bus- cando combater a evasão escolar devido ao trabalho infantil, por exem- plo. Ainda assim, outros motivos maiores podem impedir as crianças e adolescentes de frequentar a escola, como problemas de saúde e a ne- cessidade de internação em hospital. O psicopedagogo é um profissional que estuda e atua em contexto de saúde e educação, logo, este não pode se limitar apenas ao espaço tradi- cional, o escolar. Seu papel na instituição hospitalar é essencial: a hospita- lização muitas vezes leva a sofrimentos físicos e psíquicos e a psicopeda- gogia pode atuar de modo a minimizar alguns
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