Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV POPE • O termo originalmente utilizado em 1960, por Lawrence Weed, para o modelo proposto de prontuário foi Problem-Oriented Record. • O termo Prontuário Orientado por Problemas e Evidências (POPE) visa destacar a importância da evidência clínica e científica na definição da lista de problemas e a relação do modelo de prontuário com as práticas de Saúde Baseadas em Evidências. • Preza a objetividade, organização e o acesso a informações • Obs. SOAP é um acrônimo utilizado em um POPE para registro da evolução dos problemas ativos das pessoas atendidas na sua prática médica diária. • Questionamento + Busca por resposta → desenvolvimento de raciocínio clínico e espírito crítico • O uso adequado do POPE deve contribuir para o aprimorar o raciocínio clínico e melhorar os cuidados aos pacientes RACIOCÍNIO CLÍNICO ESCUTAR VER PENSAR Identificação Queixa principal HMA Interrogatório Sistemático Antecedentes Exame físico Formulação diagnóstica Plano diagnóstico Plano Terapêutico Suspeita diagnóstica: "Algo que ainda precisa de comprovação para chegar ao status de problema. • Problema: Insuficiência Cardíaca (síndrome). • SD: Cardiopatia isquêmica. Os problemas podem ser de diversos tipos. Fonte de problemas Exemplos Alteração anatômica; Distúrbio fisiológico; Alergia; Sintoma; Sinal exame físico; Limitação econômica; Desvantagem social; Alteração psicológica; Incapacidade física; Diagnóstico específico; Hérnia; Icterícia; Medicamentos, alimentos. Dispnéia, dor abdominal Hepatomegalia Dificuldade financeira Alcoolismo, Problemas familiares; Depressão; Amputação, paralisia IAM, hipertensão arterial; Alteração na aval. Complementar; Fator de risco; Nódulo pulmonar, elevação creatinina História familiar de IAM ou câncer CLASSIFICAÇÃO DO PROBLEMA Quanto à situação em determinado momento o problema é classificado no POPE como ativo, resolvido ou inativo. • Ativo: problema que necessita de atenção contínua dos profissionais de saúde envolvidos com os cuidados ao paciente, ou que cause algum tipo de desconforto ao doente. Obs. Um problema representado por doença crônica que continua presente apesar de tratamento. → Ex. diabetes mellitus e hipertensão arterial deve ser sempre considerado ativo mesmo que controlado. • Resolvido: problemas que foram solucionados e por isso não precisam de acompanhamento. Ex. paciente com pneumonia pneumocócica considerada curada após tratamento antimicrobiano e um período adequado de observação, o problema inicialmente ativo evoluiu para resolvido. • Inativo: Problema com risco de recidiva ou complicação, mas que não causa incômodo ao paciente e não requer vigilância contínua ou avaliação periódica. Ex. hérnia umbilical reparada cirurgicamente, sem sinais de recidiva após meses ou anos de acompanhamento. A lista de problemas deve ser atualizada quando um novo problema é detectado, quando um problema ativo evolui para resolvido/inativo e quando um problema pode ser descrito em um nível mais alto de certeza considerando novas evidências, exemplo: o problema inicialmente denominado febre prolongada de etiologia obscura passa a ser denominado tuberculose após comprovação do diagnóstico. É importante observar que a numeração do problema não deve ser modificada. O USO DO POPE 1. Evita a dispersão dos dados do paciente 2. Facilita o entendimento da situação do paciente 3. Propicia a organização 4. Melhora o acesso à informação relevante 5. Determina melhor qualidade de atendimento oferecido a paciente Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV EXEMPLOS Caso 01 C.P, 7 anos, vem cursando com diarreia líquida há 2 dias, cerca de 10 dej/dia, grande volume, com pequenas rajas de sangue, acompanhada de dor epigástrica tipo cólica, febre, náuseas e vômitos. • P1: Gastroenterocolite aguda (GECA) • SD1. GECA viral • SD2. GECA bacteriano Caso 02: M.G.0, sexo feminino, 28 anos, cursa com dor periumbilical mal localizada há 4 horas que irradia para o QID. Refere dois quadros de vômito sem sangue. Nega dor ao urinar. P1: Dor periumbilical • SD1: Apendicite Aguda. • SD2: Gravidez ectópica; P2: Vômito • SD1: Secundário a P1 O QUE SE DEVE EVITAR NO USO DO POPE Embora se reconheça que a proposta do POPE representa um avanço para o registro de informações, alguns pontos devem ser observados para a eficiência deste instrumento no cuidado aos pacientes e no ensino em saúde. 1. Evitar o uso desnecessário de uma longa lista de problemas em lugar de sintetizar o que é relevante. 2. Evitar o uso de suspeita diagnóstica como se fosse problema. 3. Evitar modificação do número específico de cada problema. O nome do problema pode ser modificado para um nível mais alto quando as evidências permitirem, mas a numeração deve permanecer. 4. Evitar interrogação em nome de problema para evitar confusão entre problema e suspeita diagnóstica. O que é interrogado não pode ser problema e sim uma suspeita ou possibilidade diagnóstica. 5. Evitar colocar o tempo de aparecimento ou detecção do problema de forma vaga como “há 2 meses” ou há 2 dias. A recomendação é para informar a data exata (ex., 22/2/2015) ou a data aproximada baseada na informação do paciente (ex., dezembro de 2014) do início do problema. 6. Evitar o uso de siglas em lugar do nome completo do problema.
Compartilhar