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Política e Organização da Educação Básica unidade 2

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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Unidade I
5 SISTEMA DE ENSINO E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
5.1 Conceituação de sistema de ensino
O que significa sistema?
A conceituação da palavra sistema, segundo Lalande (apud DIAS, 2004, p. 1), refere-se a um “conjunto 
de elementos, materiais ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar 
um todo organizado”. Na citação está presente a ideia de estrutura, de um todo formado por partes 
interdependentes presentes no interior de um conjunto de elementos.
O que é a Teoria de Sistemas?
Quando usamos essa teoria, referimo-nos a um ambiente que, além de considerar o que está 
dentro do sistema, analisa também o que está fora, pelas trocas que se realizam entre o sistema 
e o ambiente.
O sistema pode ser aberto ou fechado. O fechado não faz troca com o ambiente. Já no sistema 
aberto há troca, pela interação com o ambiente. Por isso, recebe informações de fora e devolve 
informações a partir do funcionamento do sistema, o feedback. Para fazer referência ao que 
entra como informação no sistema, usamos o conceito inputs, e para o que é devolvido como 
informação para o ambiente, outputs.
Nesse sentido, há a ideia de supersistema e subsistema. 
5.1.1 O sistema escolar 
O sistema escolar brasileiro tem como finalidade proporcionar educação num aspecto específico, que 
é a escolarização. Este é um processo sistemático e intencional, que tem como objetivo o desenvolvimento 
intelectual, físico, social, emocional e moral dos educandos. Essa é a exigência da nossa sociedade em 
relação ao sistema educacional brasileiro. É um processo integral.
Podemos afirmar que as contribuições da sociedade para a escola são o conteúdo cultural, 
os recursos humanos, os recursos financeiros e os alunos. Já as contribuições da escola para 
a sociedade são a melhoria do nível cultural da população, o aperfeiçoamento individual, a 
formação de recursos humanos e o resultado de pesquisas nos diferentes campos do conhecimento 
humano.
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Unidade I
5.2 Organização do sistema de ensino brasileiro nos âmbitos federal, 
estadual e municipal: composição, incumbências e organogramas (LDB, 
artigo 8º a 20)
5.2.1 Estrutura 
O sistema escolar brasileiro compreende uma rede de escolas e uma estrutura de sustentação:
A rede de escolas é composta de estabelecimentos de ensino que atendem aos alunos, nos níveis de 
ensino descritos a seguir. 
• Primeira etapa – Educação Infantil: 
— creche, dos 0 aos 3 anos; 
— pré-escola, dos 4 aos 5 anos. 
• Segunda etapa – Ensino Fundamental: 
— séries iniciais (dos 6 aos 10 anos); 
— séries finais (dos 11 aos 14 anos). 
• Terceira etapa ou etapa final – Ensino Médio: 
— dos 15 aos 17 anos. 
As modalidades de ensino são oferecidas ao longo da educação básica e da Educação Especial desde 
a Educação Infantil até o fim da escolaridade possível ao educando, ou quando, por outros motivos, a 
criança ou o adolescente se integra à Educação Especial. A Educação de Jovens e Adultos é ofertada 
aos que não cursaram na idade própria o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. As outras modalidades 
previstas na lei são oferecidas de acordo com as peculiaridades locais e as necessidades. 
• Estrutura de sustentação – estrutura administrativa composta de elementos não materiais, 
entidades mantenedoras e administração. São elementos não materiais: 
— normas – disposições legais: Constituição Federal, leis e decretos;
— disposições regulamentares: regimentos, portarias e instruções;
— disposições consuetudinárias: ética, costumes e praxe.
Os elementos não materiais constituem-se dos princípios e objetivos da educação escolar nacional, 
bem como dos deveres, direitos e responsabilidades dos integrantes do setor educacional. Expressam-se 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
pelas legislações educacionais, que têm o objetivo de regulamentar, orientar, coordenar, acompanhar, 
implantar, implementar e avaliar ações, planos, programas e planejamentos de todos os níveis de 
organização e funcionamento do sistema de ensino nacional.
A metodologia de ensino engloba orientações curriculares e metodológicas expressas nos 
documentos legais, principalmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais, nos Parâmetros Curriculares, 
nos Referenciais Curriculares e nos materiais de orientação, avaliação e acompanhamento das ações 
educativas em todos os níveis – local, regional e nacional.
Entidades mantenedoras são as instituições que organizam os estabelecimentos de ensino, 
matriculam as crianças e os adolescentes, desenvolvem o currículo, o ano letivo e o processo avaliativo 
e são responsáveis pela certificação na educação básica. São subdivididas conforme vemos a seguir:
• Entidades mantenedoras:
— Poder Público: federal, estadual e municipal;
— entidades particulares: leigas e confessionais;
— entidades mistas: autarquias.
Os órgãos administrativos do sistema são responsáveis por assegurar o desenvolvimento da política 
pública educacional, fazer o levantamento dos alunos a serem atendidos na região, autorizar a criação 
das classes no início do ano letivo, atribuir aulas aos professores e propiciar a formação continuada, a 
seleção dos professores, sua remoção e aposentadoria.
5.2.2 Sistema 
O que consideramos sistema escolar brasileiro é aquele que está situado no território nacional, que 
está vinculado à cultura brasileira, expressa nos valores, costumes, hábitos, princípios e objetivos da 
educação nacional. Além disso, é também aquele que é ministrado na língua nacional e está submetido 
a uma legislação comum, incluindo disposições legais que articulam e integram os diferentes níveis e 
modalidades de ensino.
5.2.3 Funcionamento 
As características do funcionamento do sistema escolar brasileiro, do ponto de vista das entradas 
para o sistema escolar, delimitam que a sociedade brasileira é responsável pela provisão de recursos 
financeiros para que o sistema nacional de ensino funcione e que tem a responsabilidade de realizar o 
recrutamento de pessoal de acordo com as necessidades nacionais, regionais e locais, em todas as áreas 
de funcionamento do sistema. Também são características do funcionamento do sistema não somente 
a admissão de todas as crianças e adolescentes e dos que não estudaram na idade própria, mas também 
a oferta de vaga e a permanência na escola até o fim da educação básica.
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Unidade I
As características do funcionamento do sistema de ensino, do ponto de vista do processo educativo, 
dizem respeito à orientação, à coordenação dos currículos, dos programas e sua atualização conforme 
as necessidades da sociedade brasileira, por meio da constante qualificação do pessoal e da avaliação do 
rendimento escolar por avaliações internas e externas. Isso inclui a constante busca da qualidade social 
de ensino requerida pela nação brasileira, lutando por índices satisfatórios de desempenho escolar. A 
evidência do bom desempenho do sistema escolar verifica-se por meio da promoção escolar, evitando a 
evasão, a defasagem idade/série e a reprovação, assegurando os estudos de recuperação.
As características do funcionamento do sistema escolar, do ponto de vista das saídas desse 
sistema, significam a formação e a qualidade de ensino oferecido pela escola que garanta a plena 
cidadania, a formação para o trabalho e a preparação para a vida social. Assim, pretende-se que a 
formação de profissionais dos vários níveis, de acordo com as necessidades sociais e pessoais, propicie o 
desenvolvimento cultural da população, a partir da capacidade de expressar-se por escrito e oralmente 
com fluência. Pretende-se tambémque essa população seja capaz de usufruir o patrimônio artístico e 
cultural brasileiro. Ao mesmo tempo, é importante que o cidadão tenha a formação necessária para a 
escolha da qualidade de vida desejada para si e sua família.
Segundo Faustini (apud MENESES, 2004), as instituições sociais, para atender aos objetivos sociais 
que lhes são determinados, devem ater-se a prescrições e regulamentos específicos. São atividades que 
estão previstas nas legislações gerais e específicas já apontadas e que os teóricos da Administração 
chamam de aspecto burocrático da organização.
A forma burocrática tornou-se a forma dominante de organização de quase todas as sociedades da 
atualidade, e burocracia significa um tipo hierárquico de organização formal. Esse conceito foi descrito 
por Max Weber, que estabeleceu as características de uma organização burocrática do tipo ideal.
Em uma organização burocrática, a autoridade é exercida com base em um sistema de regulamentos 
e métodos, por meio da posição oficial que os indivíduos ocupam na hierarquia da organização. As 
posições obedecem a um critério, que é o grau de importância da posição e que abarca a autoridade 
sobre os que estão abaixo. Há os que ocupam postos superiores e postos inferiores ou subordinados, mas 
isso não implica superioridade ou inferioridade entre os indivíduos, pois na burocracia ideal deveria haver 
impessoalidade na ocupação dos cargos e no cumprimento das tarefas. Nessa hierarquia formal existe 
uma estrutura de autoridade chamada cadeia de autoridade ou comando. As atividades aí desenvolvidas 
obedecem a regras abstratas e muito bem-definidas.
5.2.4 Níveis de administração dos sistemas de ensino
Os sistemas de ensino brasileiros possuem uma rede de autoridades, desde aquelas que envolvem o 
país até as que se instauram nas unidades escolares. Há uma hierarquia de autoridades e de repartições 
em todos os níveis administrativos e com funções claramente definidas.
Apresentaremos a organização administrativa dos diversos órgãos relacionados com a educação 
básica do sistema de ensino brasileiro e destacaremos suas funções como se apresentam na legislação 
básica. 
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A LDB dispõe, no Título IV, artigo 8º, sobre a organização da educação nacional, e, no artigo 9º, sobre 
as competências e atribuições da União.
O artigo 8º trata da organização da educação nacional em sistemas de ensino, de acordo com as 
instâncias federal, estadual e municipal. Além disso, destaca o papel central da União na coordenação, 
articulação e normatização do sistema nacional de educação, embora os sistemas de ensino tenham 
garantido, no parágrafo 2º do artigo 8º da LDB, o direito de liberdade em sua organização.
A União tem o papel de coordenar a política nacional de educação, articular os diferentes níveis 
e sistemas de ensino e exercer as funções normativa, redistributiva e supletiva em relação às outras 
instâncias educacionais. A função normativa estabelece leis, regulamentos e normas que devem ser 
respeitados para o funcionamento integrado dos sistemas de ensino. Já a função redistributiva refere-
se à contribuição com verbas para o ensino quando os sistemas de ensino estaduais e municipais não 
atingem o mínimo de verbas necessário para o desenvolvimento e a manutenção do ensino. Por fim, a 
função supletiva trata da situação decorrente de os sistemas de ensino terem dificuldade de cumprir 
todas as atribuições e competências em relação à estrutura e ao funcionamento da educação básica. 
Título IV
Da Organização da Educação Nacional
Art. 8º. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão, 
em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º. Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, 
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, 
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º. Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta 
Lei (BRASIL, 1996).
O conceito destacado é o de regime de colaboração, que deve ser o tipo de relação a reger os 
diferentes sistemas de ensino. O papel principal da União é coordenar a política nacional de educação e 
articular os diferentes níveis e sistemas com as funções normativa, redistributiva e supletiva. 
Prosseguindo: 
Art. 9º. A União incumbir-se-á de: 
I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os estados, 
o Distrito Federal e os municípios;
II – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos territórios;
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III – prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o 
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função 
redistributiva e supletiva;
IV – estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos 
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V – coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no 
Ensino Fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de 
ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do 
ensino;
VII – baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII – assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação 
superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre 
este nível de ensino;
IX – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, 
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do 
seu sistema de ensino.
§ 1º. Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, 
com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado 
por lei.
§ 2°. Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso 
a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e 
órgãos educacionais.
§ 3º. As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos estados 
e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação 
superior (BRASIL, 1996).
O artigo 9° cita as atribuições e competências da União em relação à organização e ao funcionamento 
da educação escolar (incumbências essas que em grande parte envolvem a coordenação das ações 
educacionais – note-se que é função da esfera federal a elaboração do Plano Nacional de Educação, 
ainda que isso ocorra em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios). 
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Também compete à União garantir a participação de todos na educação; para isso, o plano deve 
conter diretrizes e metas a serem alcançadas, especificadas por nível e modalidade de ensino, com a 
vigência de 10 anos. Após essa elaboração, o plano deve ser encaminhado para discussão e aprovação 
no Congresso Nacional, que pode transformá-lo em lei federal.
Outra função do Estado é prestar assistência técnica, o que acaba se resumindo na elaboração 
das diretrizes educacionais, que são aceitas pelos sistemas de ensino. O conceito de colaboração 
novamente aparece, assim, como instrumento que vai efetivamente garantir pensar numa educação 
nacional, com a criação de mecanismos que assegurem a formação básica comum a todos, como está 
expresso na lei.
A introdução da ideia de avaliação se constitui, nessa lei, como um dos pilares da política educacional 
brasileira. É o que chamamos de avaliaçãorealizada da forma mais mensurável possível, assegurando 
o processo nacional de avaliação do rendimento escolar. O objetivo é eleger as prioridades nacionais 
(locais) com vistas à melhoria da qualidade de ensino. Já em 1995, antes da aprovação da Lei nº 9.394/96, 
o governo federal instaurou uma medida provisória, em 1995, a Lei nº 9.131/95, instituindo o Provão 
no ensino superior (o Exame Nacional de Cursos), O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Saeb 
(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
 Observação
O Conselho Nacional de Educação foi criado pela mesma medida 
provisória que criou o Provão. É no parágrafo 3º do artigo 9º que encontramos 
uma medida descentralizadora da Lei nº 9.394/96, ao considerar como 
regime de colaboração a possibilidade de baixar normas gerais para os 
estabelecimentos de ensino.
No Governo Lula, o Provão foi substituído por outra metodologia de 
avaliação chamada Sinaes – Sistema de Avaliação da Educação Superior –, 
aplicada pela primeira vez em 2004. 
Dando continuidade ao estudo, leia o próximo artigo. 
Art. 10º. Os estados incumbir-se-ão de:
I – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus 
sistemas de ensino;
II – definir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do Ensino 
Fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das 
responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos 
financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
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III – elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância 
com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando 
as suas ações e as dos seus municípios;
IV – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, 
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do 
seu sistema de ensino;
V – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI – assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino 
Médio a todos [os] que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 
desta Lei; 
VII – assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. 
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes 
aos estados e aos municípios (BRASIL, 1996).4
O artigo 10º apresenta as atribuições e competências dos estados brasileiros diante do ensino escolar 
no sistema nacional de educação. Podemos notar que há uma organização de atribuições e funções 
entre os diferentes sistemas de ensino.
Art. 11. Os municípios incumbir-se-ão de:
I – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus 
sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da 
União e dos estados;
II – exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV – autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema 
de ensino;
V – oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, 
o Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino 
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de 
sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos 
vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do 
ensino.
4 Texto com modificações promovidas pelas leis 12.061/2009 e 10.709/2003.
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VI – assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. 
Parágrafo único. Os municípios poderão optar, ainda, por se integrar 
ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de 
educação básica (BRASIL, 1996).
Os municípios passam a ter atribuições na educação escolar. As ações estão em consonância com as 
atribuições da União e dos estados e devem acontecer em regime de colaboração, podendo essas esferas 
de governo formar um sistema único de educação básica. Assim, as políticas educacionais municipais 
devem estar integradas às políticas e aos planos da União e dos estados. 
Vejamos agora as atribuições dos estabelecimentos de ensino. 
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as 
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola;
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, 
os responsáveis legais, sobre a frequência e [o] rendimento dos alunos, bem 
como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; 
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do município, ao juiz competente da 
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos 
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento 
do percentual permitido em lei (BRASIL, 1996).5
O artigo 12 trata das competências e responsabilidades da escola, destacando-se seu dever de elaborar 
e executar sua proposta pedagógica. Outros deveres são: assegurar o cumprimento dos dias letivos, velar 
pelo cumprimento do plano de trabalho docente e prover meios de recuperação dos alunos de menor 
rendimento, articular-se com as famílias e a comunidade, informar pais sobre o rendimento dos alunos e 
5 Texto com modificações promovidas pelas leis 12.061/2009 e 10.287/2001.
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o desenvolvimento da proposta pedagógica. Está presente também entre as responsabilidades da escola 
administrar seu pessoal, bem como seus recursos materiais e financeiros. O fato de outras atividades não 
terem sido mencionadas não significa que o papel da escola tenha sido alterado, mas sim ampliado em 
sua visão e missão para com a coletividade escolar.
O artigo 13 trata das atribuições do corpo docente, conforme exposto a seguir. 
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de 
ensino;
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento;
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e 
a comunidade (BRASIL, 1996).
São apresentadas neste artigo as funções dos professores: participar da elaboração da proposta 
pedagógica da escola, elaborar e cumprir o plano de trabalho de acordo com a proposta da unidade 
escolar, estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento, participar integralmente 
das reuniões de planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional, assim como colaborar com as 
atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do 
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e 
conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes (BRASIL, 1996).
O artigo 14 trata dos princípios da educação escolar municipal. Trata com destaque da gestão 
democráticada escola pública, mas não aponta como deve ser escolhido o gestor/diretor da escola.
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Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas 
de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia 
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas 
gerais de direito financeiro público (BRASIL, 1996).
Este artigo complementa o anterior ao enfocar a questão da autonomia pedagógica, administrativa 
e de gestão financeira da escola, de forma progressiva.
Para continuarmos nossa abordagem, leia o trecho a seguir, que trata do sistema de ensino federal. 
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: 
I – as instituições de ensino mantidas pela União;
II – as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa 
privada;
III – os órgãos federais de educação.
Art. 17. Os sistemas de ensino dos estados e do Distrito Federal compreendem:
I – as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público 
estadual e pelo Distrito Federal;
II – as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
III – as instituições de Ensino Fundamental e Médio criadas e mantidas pela 
iniciativa privada;
IV – os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de Educação Infantil, 
criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I – as instituições do Ensino Fundamental, Médio e de Educação Infantil 
mantidas pelo Poder Público municipal;
II – as instituições de Educação Infantil criadas e mantidas pela iniciativa 
privada;
III – os órgãos municipais de educação.
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas 
seguintes categorias administrativas: 
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Unidade I
I – públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e 
administradas pelo Poder Público;
II – privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas 
físicas ou jurídicas de direito privado.
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes 
categorias: 
I – particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas 
e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado 
que não apresentem as características dos incisos abaixo;
II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de 
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas 
educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora 
representantes da comunidade;6 
III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos 
de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a 
orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso 
anterior;
IV – filantrópicas, na forma da lei (BRASIL, 1996).
O conceito de sistema está presente na organização e no funcionamento da estrutura do sistema 
nacional de ensino, apresentado nos artigos de 16 a 20. As atribuições dos diferentes sistemas, no que 
se refere ao atendimento aos alunos nos níveis e nas modalidades de ensino, são detalhadas a fim de 
diferenciar as esferas de atuação. O conceito de regime de colaboração traz a ideia dos níveis de ensino 
não como etapas desligadas e estanques, mas como processo de atendimento ao aluno ao longo da 
educação básica.
 Lembrete
Usamos o termo sistema de ensino para nos referirmos a diferentes redes 
de escolas: as vinculadas aos estados e as vinculadas aos municípios. Essa 
organização se dá em todo o território nacional. Essa é a descentralização 
da educação escolar.
6 Parágrafo com redação revista pela Lei n° 12.020, de 2009. 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
 Saiba mais
É importante que você consulte a Lei nº 9.394/96 e as alterações que 
sofreu no decorrer dos anos. Essa constatação é importante para que você 
note que a lei é alterada de acordo com as necessidades sociais. 
Acesse: 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 28 out. 2013. 
A Tabela 2 apresenta a participação dos sistemas de ensino federais, estaduais e municipais no 
atendimento às matrículas na educação básica. A rede pública é responsável pelo atendimento de 83,5% 
dos alunos, e a rede privada, por 16,5%. A esfera municipal atende a 45,9% das matrículas, a rede 
estadual, a 37,0%, e a federal, a 0,5%. Esses dados representam o funcionamento do sistema nacional 
de educação, segundo o que está proposto na Lei nº 9.394/96. 
Tabela 2 - Número de matrículas na educação básica por dependência 
administrativa - Brasil – 2012
Total geral Totalpública % Federal % Estadual % Municipal % Privada %
50.545.050 42.222.831 83,5 276.436 
0,5 
18.721.916 37,0 23.224.479 45,9 8.322.219 16,5 
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
Fonte: Inep (2013, p. 15).
5.3 Organização curricular: regras comuns (LDB, artigos 21 a 28) 
Continuando o estudo mais acurado da lei, passaremos agora ao Capítulo I do Título V da Lei nº 
9.394/96, que discute o conceito de educação e diferencia-a de educação escolar. O texto legal diferencia 
a educação entendida pelo senso comum da educação escolar, que, como é claramente definido, é 
aquela que acontece por meio do ensino e nas escolas que estão sob a vigência da Lei nº 9.394/96. 
Título V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capítulo I
Da Composição dos Níveis Escolares
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Unidade I
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I – Educação Básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
Ensino Médio;
II – Educação Superior (BRASIL, 1996).
Prosseguiremos nossos comentários com a continuação do texto legal:
Capítulo II
DA Educação Básica
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 22. A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando, 
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores (BRASIL, 1996).
A partir do artigo 22, a lei vai tratar das disposições curriculares para o funcionamento das 
etapas e modalidades de ensino em todo o território nacional e vai apontar a possibilidade de 
atender às especificidades regionais. Assim, esse artigo trata das finalidades da educação básica de 
desenvolvimento do educando com a formação comum indispensável para a cidadania, o trabalho e 
estudos posteriores.
Art. 23. A Educação Básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos 
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não 
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou 
por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de 
aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º. A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de 
transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo 
como base as normas curriculares gerais.
§ 2º. O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, 
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, 
sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei (BRASIL, 
1996).
Esse artigo trata da organização da escola, que pode se dar em séries anuais ou períodos semestrais, 
basear-se no critério da competência ou em outros, possibilitara reclassificação dos alunos e adequar o 
calendário escolar às peculiaridades locais.
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Vejamos os próximos artigos. 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada 
de acordo com as seguintes regras comuns:
I – a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por 
um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo 
reservado aos exames finais, quando houver;
II – a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do Ensino 
Fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série 
ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação 
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência 
do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, 
conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III – nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o 
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que 
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo 
sistema de ensino;
IV – poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, 
com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de 
línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos 
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação 
do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos 
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem 
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
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Unidade I
VI – o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto 
no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a 
frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas 
para aprovação;
VII – cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações 
de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as 
especificações cabíveis (BRASIL, 1996).
Estão apontadas no artigo 24 as regras comuns para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, com 
carga horária mínima anual de 800 horas, divididas em 200 dias letivos (os quais devem ser compostos 
de, no mínimo, 4 horas de efetivo trabalho escolar). O texto legal trata, ainda, de aspectos como os 
critérios para a classificação dos alunos, a organização das classes por níveis mais avançados de ensino 
ou de disciplinas, a verificação do rendimento escolar com prevalência dos aspectos qualitativos sobre 
os quantitativos, recuperação paralela ao período letivo, obrigatoriedade da recuperação dos estudos e 
controle da frequência por conta da escola. Especifica também que a escola é responsável pela expedição 
dos certificados e históricos escolares.
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar 
relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e 
as condições materiais do estabelecimento.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições 
disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro 
para atendimento do disposto neste artigo (BRASIL, 1996).
Há, no artigo 25, enfoque na importância do número de alunos por professor nas diferentes etapas 
da educação básica e na necessidade de haver, nas condições materiais da escola, padronização ou 
equivalência às condições regionais e locais disponíveis.
Vamos continuar a leitura. 
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do Ensino Fundamental e do 
Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em 
cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte 
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da 
cultura, da economia e dos educandos. 
§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, 
o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo 
físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.
§ 2º. O ensino da Arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá 
componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de 
forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
§ 3º. A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é 
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática 
facultativa ao aluno: 
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; 
II – maior de trinta anos de idade; 
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, 
estiver obrigado à prática da Educação Física; 
IV – amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; 
V – (Vetado); 
VI – que tenha prole. 
§ 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes 
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes 
indígena, africana e europeia.
§ 5º. Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, 
a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira 
moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das 
possibilidades da instituição.
§ 6º. A Música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do 
componente curricular de que trata o § 2º deste artigo. 
§ 7º. Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem incluir os princípios 
da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos 
conteúdos obrigatórios. 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, 
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena. 
§ 1º. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos 
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população 
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história 
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, 
a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da 
sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, 
econômica e política, pertinentes à história do Brasil. 
§ 2º. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos 
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo 
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Unidade I
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História 
brasileiras (BRASIL, 1996)7.
Esse trecho trata com clareza da base nacional curricular comum e do complemento em cada sistema 
de ensino e estabelecimento escolar, constituído pela parte diversificada, tendo em vista as características 
regionais e locais, a cultura, a economia e a clientela da escola. Destaca-se, no texto legal, a importância do 
ensino de Arte, Música e Educação Física. Enfatiza-se, ainda, o oferecimento do ensino noturno regular e 
adequado às condições do estudante. Por fim, ressaltam-seas contribuições das diferentes etnias e culturas 
para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia. 
Art. 27. Os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão, ainda, as 
seguintes diretrizes:
I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e 
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada 
estabelecimento;
III – orientação para o trabalho;
IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não 
formais.
Art. 28. Na oferta de Educação Básica para a população rural, os sistemas 
de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às 
peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades 
e interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar 
às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural (BRASIL, 1996).
Esses artigos tratam da importância do trabalho com valores humanos, direitos e deveres dos 
cidadãos com vistas ao bem comum e à democracia, da preocupação com a discussão sobre o trabalho 
e as práticas esportivas, e da atenção às disparidades regionais, trazendo informações sobre o ensino na 
zona rural e suas características locais e regionais.
É de responsabilidade do Ministério da Educação coordenar o sistema nacional de educação proposto 
na Lei nº 9.394/96 e o desenvolvimento das ações previstas no Plano Nacional de Educação. Assim, 
7 Texto com modificações promovidas pelas leis 10.793/2003, 11.645/2008, 11.769/2008, 12.287/2010, 12.608/2012 
e 12.796/2013.
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
podemos encontrar, no site do MEC, os planos, programas e ações previstas para o atendimento às 
prioridades nacionais. O perfil dos programas que o governo implementa delimita o perfil de tratamento 
que ele pretende prestar à sua população. A seguir apresentaremos programas e ações do ministério, 
assim como suas secretarias e instituições auxiliares:
• Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa; 
• Mais Educação; 
• Ensino Médio Inovador; 
• ProInfância; 
• Saúde na Escola; 
• Atleta na Escola; 
• formação continuada para professores; 
• livros e materiais para escolas, estudantes e professores; 
• tecnologia a serviço da educação básica; 
• apoio à gestão educacional; 
• infraestrutura; 
• avaliações da aprendizagem; 
• TV Escola. 
 Saiba mais
Para saber mais a respeito dos programas do MEC, visite o site: 
<www.portal.mec.gov.br>. 
Na sequência, apresentamos os diferentes projetos e seus desdobramentos diante da realidade 
nacional. 
5.3.1 Ensino Fundamental de nove anos
Trata-se de uma medida para promover a aprendizagem dos educandos e garantir a permanência na 
escola com sucesso até o fim do Ensino Fundamental. 
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5.3.2 Escola de gestores da educação básica
É o reconhecimento da importância do gestor escolar como o grande mediador do conhecimento e 
das relações na escola. O programa promove a organização administrativa, curricular e pedagógica, bem 
como coordena e promove a coerência das ações.
5.3.3 Fundeb
O Fundeb tem natureza contábil, o que significa que os gastos devem ser comprovados por 
meio de prestação de contas junto aos órgãos administrativos públicos e acompanhados pelos 
conselhos.
5.3.4 Merenda escolar
A merenda escolar é um programa muito antigo na educação escolar pública. Os benefícios desse 
programa são indiscutíveis. Atualmente a merenda está sendo complementada com a produção agrícola 
local, o que promove o desenvolvimento da agricultura familiar e fortalece a cultura local, a identidade 
e os hábitos e costumes da região.
5.3.5 Plano de Ações Articuladas 
É um plano que visa à implantação e à implementação de um planejamento estratégico pelos 
sistemas de ensino para o desenvolvimento da educação escolar. A adesão ao plano implica aos 
componentes a participação na elaboração de indicadores educacionais de seus sistemas de ensino, 
que acompanharão o desenvolvimento educativo por meio de ações articuladas, consideradas um 
dos instrumentos do regime de colaboração para o desenvolvimento da educação escolar. 
5.3.6 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 
É um programa que vem atender a uma demanda dos profissionais da educação escolar, que sempre 
mostraram a importância de a escola receber verba para o aprimoramento da aprendizagem e do uso 
das verbas de acordo com as necessidades apontadas pelo Projeto Político-Pedagógico.
5.3.7 Plano Nacional de Educação (PNE)
É a instituição de um instrumento de acompanhamento e avaliação dos planos decenais de educação 
das diferentes esferas do Poder Executivo. 
5.3.8 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
É o programa que visa a atender à meta de aprimorar a qualidade do ensino, dando assistência direta 
ao aluno, por meio do livro didático. Atualmente os alunos recebem os livros didáticos das diferentes 
disciplinas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
5.3.9 Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (Pradime)
Programa que visa à reunião dos dirigentes da educação municipal escolar e à discussão das políticas 
públicas educacionais em suas regiões. Prevê a formação continuada de toda a equipe da educação 
municipal para que as metas educacionais sejam atingidas por meio da compreensão dos princípios e 
objetivos da educação escolar no Brasil. 
5.3.10 Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação 
(Pró-Conselho)
A legislação educacional prevê a instalação dos conselhos municipais de educação como parte da 
organização e do funcionamento do sistema municipal de educação. O programa é parte da formação 
necessária ao grupo gestor do município.
5.3.11 Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de 
Educação do Semiárido (Proforti)
É um programa com objetivos específicos para a área a ser atendida. É o reconhecimento da 
diversidade brasileira e das diferentes necessidades para que a educação escolar tenha a qualidade de 
ensino adequada a sua clientela.
5.3.12 Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)
Projeto que prevê a instalação de bibliotecas nas escolas, com o objetivo de possibilitar aos alunos 
o manuseio de variados materiais de leitura, com a orientação dos professores. A medida é de grande 
importância, pois estudos sobre a leitura no Brasil revelam dados insatisfatórios sobre a capacidade 
leitora dos alunos.
5.3.13 Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública 
de Educação Infantil (ProInfância) 
O projeto prevê financiamento para a construção de creches e pré-escolas. Deve ser desenvolvido em 
parceria com os municípios interessados.
5.3.14 ProInfantil
Esse projeto prevê a formação inicial dos professores, uma vez que, em 2012, 0,1% de professores 
tinha Ensino Fundamental incompleto, num total de 2.095 professores, o que revela a incapacidade do 
sistema escolar brasileiro de atender às exigências legais.
5.3.15 Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE)
O cuidado com as crianças e com os adolescentes também prevê programas de saúde, pois 
a população brasileira ainda precisa lidar com questões delicadas, como gravidez precoce, drogas e 
doenças sexualmente transmissíveis. 
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Unidade I
5.3.16 Prova Brasil
Reflete a importância da mudança da cultura de avaliação no Brasil e da implantação daavaliação do 
sistema escolar que está sendo realizada ao longo do tempo e em larga escala, com os objetivos de conhecer 
a realidade educacional brasileira e apontar índices de qualidade para o desempenho das escolas nacionais.
5.3.17 Rede Nacional de Formação Continuada de Professores
É um projeto de importância para a educação básica brasileira, pois prevê a formação continuada 
dos professores que estão atuando na rede pública de ensino. Não é obrigatória para os sistemas de 
ensino, pois é proposta em forma de parceria e de adesão voluntária dos interessados.
5.3.18 Transporte Escolar 
É um projeto que atende ao transporte escolar, especificamente, dos educandos que moram na zona 
rural.
5.3.19 Caminho da Escola
É um projeto que atua diretamente no transporte escolar, previsto como dever do Estado com a 
educação escolar para os educandos que moram a mais de dois quilômetros da escola.
5.3.20 Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE)
Constitui um projeto com objetivos específicos de transferência de recursos, previstos no Fundeb 
para o pagamento de despesas de manutenção dos transportes escolares.
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre os programas que acabamos de citar, 
visite o site do MEC: 
<http://www.mec.gov.br/>. 
A seguir incluímos outros programas interessantes cujas informações também estão disponíveis no 
site do MEC:
• Mais Cultura nas Escolas;
• Juventude Viva; 
• Crack, é possível vencer;
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
• Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);
• Mercosul Educacional;
• Educação Ambiental;
• Fórum Nacional de Educação (FNE); 
• Tecnologia Social.
Observe, a seguir, as secretarias e instituições vinculadas ao Ministério da Educação, sobre as quais 
é possível encontrar mais informações no site do MEC. 
• Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase); 
• Secretaria de educação básica (SEB).
• Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
• Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec).
• Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres).
• Secretaria de Educação Superior (Sesu).
• Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
• Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
• Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
• Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
• Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
• Colégio Pedro II.
• Instituto Benjamin Constant (IBC).
• Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).
• Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes).
• Conselho Nacional de Educação (CNE).
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Unidade I
Órgãos vinculados
O Conselho Nacional de Educação tem a tarefa de regulamentar a legislação educacional e orientar 
a respeito desta, principalmente quanto à organização curricular para o sistema nacional de educação. 
Os temas, assuntos e conceitos presentes nessa relação revelam os tipos de consultas solicitadas aos 
conselhos de educação e têm o objetivo de obter um esclarecimento ou uma compreensão mais precisa 
sobre o assunto, a fim de propiciar orientação à tomada de decisões relativas ao cotidiano escolar 
quanto à manutenção e ao desenvolvimento da educação escolar. A seguir elencaremos os assuntos 
que o conselho apresenta no site: 
• acordos, protocolos e tratados internacionais; 
• acumulação de cargos; 
• aluno especial/aluno regular; 
• apostilamento de diplomas – Pedagogia; 
• aproveitamento/complementação de estudos; 
• áreas de conhecimento/campos de saber; 
• avaliação do rendimento escolar; 
• carga horária; 
• certificação de estudos; 
• cobrança de taxas; 
• colégios de aplicação; 
• conceito de sede;
• convalidação de estudos; 
• credenciamento/recredenciamento; 
• cursos de Teologia;
• cursos noturnos; 
• cursos sequenciais no Ensino Superior; 
• cursos superiores de tecnologia; 
• custo-aluno qualidade inicial (Caqi);
• década da educação; 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
• delegação de competência; 
• denominações e siglas de IES; 
• direito adquirido dos profissionais da educação; 
• direitos humanos; 
• diretrizes curriculares – cursos de graduação; 
• diretrizes para a educação básica; 
• descredenciamento voluntário; 
• educação a distância; 
• Educação Física – obrigatoriedade da disciplina; 
• efetivo trabalho escolar;
• Ensino Médio e processo seletivo para IES; 
• ensino militar; 
• ensino religioso;
• equivalência de disciplinas; 
• equivalência de estudos – exterior; 
• escolas brasileiras no exterior; 
• escolas estrangeiras no Brasil; 
• estágios; 
• estatutos/regimentos; 
• Filosofia e Sociologia no Ensino Médio; 
• financiamento da educação; 
• formação acadêmica e exercício profissional; 
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Unidade I
• formação de docentes/docência; 
• frequência/faltas e abono de faltas; 
• hora-aula; 
• internato – curso de Medicina; 
• Língua Espanhola; 
• livre-docência; 
• notório saber; 
• pessoa portadora de necessidades especiais; 
• planos de carreira e remuneração do Magistério; 
• pós-graduação; 
• ProJovem – programa nacional de inclusão de jovens recuperação/reforço escolar; 
• recursos contra decisões de órgãos do MEC; 
• referenciais orientadores para os bacharelados interdisciplinares e similares; 
• regime de exercícios domiciliares; 
• registro de diplomas; 
• relações étnico-raciais; 
• reprovação; 
• revalidação/reconhecimento de diplomas do exterior; 
• sistemas de ensino;
• transferência de alunos; 
• transversalidade; 
• vestibulinhos. 
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
 Lembrete
As informações sobre o funcionamento do sistema nacional de ensino, 
apresentando as propostas de políticas públicas do MEC, os assuntos tratados 
pelo Conselho Nacional de Educação e os órgãos administrativos do MEC servem 
para explicitar a postura do governo diante da população brasileira.
O quadro a seguir apresenta a organização da educação brasileira:
Quadro 1 – Educação básica: níveis e modalidades de ensino
Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996
Educação Básica – Art. 21, I Educação Superior 
Art. 43
De 0 a 5 anos De 6 a 14 anos De 15 a 17 anos - Graduação
- Pós-graduação
- Extensão
- Especialização
Educação Infantil
Art. 29, 30, 31
Ensino Fundamental
Art. 32 a 34
Ensino Médio
Art. 35 e 36
Creche Pré-Escola Ciclos/Séries
Educação de Jovens 
e Adultos
Art. 37
E. F.
Art. 38, I
+ 15 anos
Educação de Jovens 
e Adultos
Art. 37
E. M.
Art. 38, I
+ 18 anos
Educação Especial 
Arts. 58 e 59
Educação Especial Arts. 
58 e 59
Fonte: Schorr (2007, p. 13).
6 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO
Iniciando a discussão sobre os níveis de ensino da educação básica, vamos apresentar a Educação 
Infantil como sua primeira etapa, conquista que só foi obtida com a Constituição Federal de 1988.
6.1 Primeira etapa da educação básica: Educação Infantil
Seção II 
Da Educação Infantil
Art. 29. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em 
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Unidade I
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade. 
Art. 30. A Educação Infantil será oferecida em:
I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de 
idade;
II – pré-escolas, para as criançasde 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 
Art. 31. A Educação Infantil será organizada de acordo com as seguintes 
regras comuns: 
I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento 
das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino 
Fundamental; 
II – carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por 
um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 
III – atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o 
turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; 
IV – controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida 
a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; 
V – expedição de documentação que permita atestar os processos de 
desenvolvimento e aprendizagem da criança (BRASIL, 1996).8
Os artigos que acabamos de ler expressam o reconhecimento da Educação Infantil como parte 
da educação escolar brasileira, constituindo-se na primeira etapa da educação básica, que deve 
apresentar estrutura e funcionamento pertinentes ao desenvolvimento infantil (na faixa etária de 
0 a 5 anos), com coerência nos registros que faz e nas avaliações que aplica. A lei explicita que a 
Educação Infantil não apresenta a função de preparar para o Ensino Fundamental. 
As alterações apresentadas no texto legal refletem a importância do espaço escolar para a 
criança e seu crescimento, instituindo carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas 
em 200 dias letivos, nos quais pode ocorrer turno parcial, de 4 horas, ou jornada integral, 
de 7 horas. É ressaltada na lei a importância do controle de frequência e dos registros para 
transferência.
8 Texto com modificações promovidas pela Lei n° 12.796/2013.
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Tabela 3 – Número de matrículas na educação básica por modalidade 
e etapa de ensino – Brasil (2012)
Ensino regular – Educação Infantil
Localização Total Creche Pré-Escola
Total 7.295.512 2.540.791 4.754.721 
Urbana 6.435.986 2.397.110 4.038.876 
Rural 859.526 143.681 715.845 
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento 
Educacional Especializado (AEE).
Fonte: Inep (2013, p. 15).
O número de matrículas na Educação Infantil indica atendimento maior na pré-escola e menor na 
creche. O atendimento ocorre também na zona rural, além da urbana. Os dados comprovam que há uma 
evolução na compreensão do papel da Educação Infantil como parte da educação escolar, embora ainda 
haja um caminho a percorrer para o atendimento à população dessa faixa etária.
6.2 Segunda etapa da educação básica: Ensino Fundamental
Dando continuidade ao processo educativo iniciado na Educação Infantil, o Ensino Fundamental, 
Ciclo I e Ciclo II, constitui a continuidade do processo de aprendizagem, objetivando o aprofundamento 
dos estudos iniciados na etapa anterior. Não deve ser entendido como etapa a mais a ser cumprida na 
educação básica, mas como parte integrante da formação básica do cidadão brasileiro.
Leia o trecho que segue. 
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, 
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por 
objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos 
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista 
a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores;
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Unidade I
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o Ensino Fundamental 
em ciclos.
§ 2º. Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem 
adotar no Ensino Fundamental o regime de progressão continuada, sem 
prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as 
normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º. O Ensino Fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, 
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas 
e processos próprios de aprendizagem.
§ 4º. O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância 
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações 
emergenciais. 
§ 5º. O currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo 
que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz 
a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e 
do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático 
adequado. 
§ 6º. O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema 
transversal nos currículos do Ensino Fundamental. 
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da 
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade 
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º. Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a 
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para 
a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º. Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
Art. 34. A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá pelo menos quatro 
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado 
o período de permanência na escola.
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
§ 1º. São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas 
de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º. O Ensino Fundamental será ministrado progressivamente em tempo 
integral, a critério dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).9
O Ensino Fundamental, devido à nova conceituação de Educação Infantil, deixa de ser visto como 
o único nível educacional obrigatório e passa a ser considerado como mais uma fase de estudos (a da 
educação dos 6 aos 14 anos). Essa fase, apesar de ser complemento da educação iniciada na primeira 
infância, diferencia-se da Educação Infantil, como podemos constatar pelas características próprias que 
a definem e organizam, conforme lemos na Seção III. 
Convém ainda dizer que o Ensino Fundamental permanece como nível de ensino com o maior 
número de matrículas e propicia a continuidade de estudos ao aluno, com vistas ao aprofundamento do 
que foi iniciado na Educação Infantil. 
Tabela 4 – Número de matrículas na educação básica por modalidade 
e etapa de ensino – Brasil (2012)
Ensino regular – Ensino Fundamental
Localização Total Anos iniciais Anos finais
Total 29.702.498 16.016.030 13.686.468 
Urbana 25.313.692 13.162.350 12.151.342 
Rural 4.388.806 2.853.680 1.535.126 
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento Educacional 
Especializado (AEE).
A Tabela 4 apresenta o número de matrículas no Ensino Fundamental, anos iniciais e anos 
finais, em 2012, zona urbana e zona rural. Os números demonstram que a defasagem idade-série 
ainda está presente no atendimento do Ensino Fundamental. Isso porque o número de matrículas 
nos anos iniciais é superior ao dos anos finais, fato que provavelmente esteja ligado à reprovação 
e/ou à evasão escolar. É notável também o fato de que o número de matrículas na zona urbana é 
superior ao da zona rural.6.3 Etapa final da educação básica: Ensino Médio
A seguir trataremos da última etapa da educação básica, o Ensino Médio, que deve ser entendido 
como a etapa de consolidação dos estudos realizados. O conceito de educação básica se realiza nesse 
nível, que não deve ser entendido como um conjunto de etapas estanques, mas, ao contrário, como um 
processo de escolarização que se desenvolve ao longo desse nível de ensino. 
9 Texto com modificações promovidas pelas leis 9.475/1997, 11.274/2006, 11.525/2007 e 12.472/2011.
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Unidade I
Leia o trecho que segue.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração 
mínima de três anos, terá como finalidades:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no 
Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para 
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade 
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação 
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos 
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 36. O currículo do Ensino Médio observará o disposto na Seção I deste 
Capítulo e as seguintes diretrizes:
I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado 
da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação 
da sociedade e da cultura; a Língua Portuguesa como instrumento de 
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa 
dos estudantes;
III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina 
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter 
optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias 
em todas as séries do Ensino Médio. 
§ 1º. Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados 
de tal forma que ao final do Ensino Médio o educando demonstre:
I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção 
moderna;
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II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
§ 3º. Os cursos do Ensino Médio terão equivalência legal e habilitarão ao 
prosseguimento de estudos.
Seção IV A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Art. 36 A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o Ensino 
Médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o 
exercício de profissões técnicas. 
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, 
a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios 
estabelecimentos de Ensino Médio ou em cooperação com instituições 
especializadas em educação profissional. 
Art. 36 B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida 
nas seguintes formas: 
I – articulada com o Ensino Médio; 
II – subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o Ensino 
Médio. 
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá 
observar: 
I – os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais 
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; 
II – as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; 
III – as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto 
pedagógico. 
Art. 36 C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista 
no inciso I do caput do art. 36 B desta Lei, será desenvolvida de forma: 
I – integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o Ensino 
Fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à 
habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de 
ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; 
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Unidade I
II – concomitante, oferecida a quem ingresse no Ensino Médio ou já o esteja 
cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo 
ocorrer: 
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; 
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; 
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de 
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao 
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. 
Art. 36 D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de 
nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao 
prosseguimento de estudos na educação superior. 
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, 
nas formas articulada, concomitante e subsequente, quando estruturados 
e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção 
de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com 
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o 
trabalho. (BRASIL, 1996).10
O Ensino Médio, etapa final da educação básica, representa a consolidação dos estudos do aluno 
ao longo desse nível de ensino. O texto apresenta o Ensino Médio de nível técnico, que está organizado 
paralelamente ao Ensino Médio e não se confunde com ele. 
Tabela 5 – Número de matrículas na educação básica por modalidade 
e etapa de ensino – Brasil (2012)
Ensino regular – Ensino Médio e educação profissional (concomitante e subsequente)
Localização Ensino Médio Educação profissional
Total 8.376.852 1.063.655 
Urbana 8.054.373 1.029.062 
Rural 322.479 34.593 
Notas: 
1. Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
2. Ensino Médio: inclui matrículas no Ensino Médio integrado à educação profissional e no Ensino Médio Normal/
Magistério.
10 Texto com modificações promovidas pelas leis 11.684/2008 e 11.741/2008.
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O número de matrículas no Ensino Médio no Brasil é bem inferior ao do Ensino Fundamental. Isso 
representa que o conceito de educação básica, aquela que ocorre do início da Educação Infantil até o 
fim do Ensino Médio, ainda não constitui uma realidade em nosso país. 
6.4 Modalidades de ensino 
6.4.1 Educação de Jovens e Adultos
A Educação de Jovens e Adultos tem representado um desafio para a educação brasileira, pois apesar 
de todo o respaldo legal que a Constituição Federal de 1988 e a Lei nº 9.394/96 apresentam quanto à 
obrigatoriedade da oferta dessa modalidade de educação aos que ainda não completaram a educação 
básica, inclusive aos que não estudaram na faixa etária própria, dados educacionais publicados pela 
imprensa demonstram que 8,7% dos jovens acima dos 15 anos são analfabetos. No Brasil, esse número 
representa um total de 13,1 milhões de brasileiros. A reportagem mostra ainda que a região Nordeste 
concentra metade dessa população (LEAL, 2013). Nesse sentido, podemos entender a importância dessa 
modalidade de ensino para a educação brasileira como um benefício capaz de atingir o Brasil de modo 
mais fundamental.
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37. A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não 
tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio 
na idade própria.
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos 
adultos, que não puderam efetuaros estudos na idade regular, oportunidades 
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus 
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do 
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3º. A Educação de Jovens e Adultos deverá articular-se, preferencialmente, 
com a educação profissional, na forma do regulamento.11 
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao 
prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
11 Parágrafo com modificações promovidas pela Lei n° 11.741/2008.
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Unidade I
I – no nível de conclusão do Ensino Fundamental, para os maiores de quinze anos;
II – no nível de conclusão do Ensino Médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por 
meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames (BRASIL, 
1996).
A Seção V é a descrição da oferta da educação básica para os que não estudaram ou concluíram 
os estudos na faixa etária proposta pela lei e da obrigatoriedade de oferta desse ensino pelo Estado. 
Há a preocupação de atender aos alunos de forma que concilie estudos e trabalho, assim como às 
necessidades específicas dos jovens e adultos.
Tabela 6 – Número de matrículas na educação básica por modalidade 
e etapa de ensino – Brasil (2012) 
Ensino regular – Educação de Jovens e Adultos (presencial e semipresencial)
Localização Fundamental Médio
Total 2.561.013 1.345.864 
Urbana 2.117.775 1.318.038 
Rural 443.238 27.826 
Notas: 
1. Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
2. Educação de Jovens e Adultos: inclui matrículas de EJA presencial, semipresencial, EJA presencial de nível 
fundamental Projovem (Urbano) e EJA integrada à educação profissional de níveis fundamental e médio.
Os dados do IBGE apresentam um número maior de pessoas jovens a adultas que ainda não 
concluíram seus estudos ou nunca passaram pela escola e são analfabetas. Ou seja, em termos práticos, 
apesar de a Lei nº 9.394/96 reconhecer o direito aos estudos, o atendimento continua bem inferior ao 
necessário.
6.4.2 Educação Profissional
A educação profissional tem como meta a formação técnica e continuada dos trabalhadores, 
tendo em vista as constantes transformações da sociedade. O desenvolvimento constante e 
amplo do conhecimento e o avanço das tecnologias da informação e comunicação têm levado 
à necessidade de um novo perfil do trabalhador. A reestruturação produtiva coerente com a 
globalização, as alterações na economia e a forma do capitalismo, com consequentes qualificação 
e requalificação profissionais, tem sido uma meta permanente, com vistas à integração e à 
reintegração do trabalhador aos novos postos de trabalho que se apresentam em função das novas 
necessidades do mercado. Destacamos, assim, a necessidade e a atualidade dessa modalidade de 
ensino que vamos estudar a seguir.
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POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Capítulo III
Da Educação Profissional
Da Educação Profissional e Tecnológica
Art. 39. A Educação Profissional e Tecnológica, no cumprimento dos objetivos 
da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de 
educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. 
§ 1º. Os cursos de Educação Profissional e Tecnológica poderão ser organizados 
por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários 
formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. 
§ 2º. A Educação Profissional e Tecnológica abrangerá os seguintes cursos: 
I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 
II – de educação profissional técnica de nível médio; 
III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. 
§ 3º. Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos, características e 
duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas 
pelo Conselho Nacional de Educação. 
Art. 40. A Educação Profissional será desenvolvida em articulação com o 
ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em 
instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. 
Art. 41. O conhecimento adquirido na Educação Profissional e Tecnológica, 
inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e 
certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos. 
Art. 42. As instituições de Educação Profissional e Tecnológica, além dos 
seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, 
condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não 
necessariamente ao nível de escolaridade (BRASIL, 1996).12
Os artigos anteriores dissertam sobre a Educação Profissional, em suas diferentes formas de 
funcionamento e organização, apontando que ela apresenta articulação com a educação básica em sua 
concepção, quando trata, principalmente, da qualificação profissional ou formação inicial e continuada. 
Diz-se ainda que a educação profissional apresenta a modalidade de formação técnica de nível médio.
12 Texto com modificações promovidas pela Lei n° 11.7412008. 
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Unidade I
6.4.3 Educação Especial
A Lei nº 9.394/96 apresenta a modalidade de ensino Educação Especial, que prevê o atendimento 
a educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Essa nova 
nomenclatura visa a explicitar o que a lei entende por Educação Especial. Como exemplo, há as crianças e os 
adolescentes que são internados em hospitais ou com atendimento domiciliar, por algum problema de saúde, 
e estão incluídos nessa modalidade de ensino para o seu atendimento educacional. Essa é a forma que existe 
de atender aos que não podem frequentar a escola por algum tempo, devido a um impedimento de saúde.
Leia o trecho que segue. 
Capítulo V
Da Educação Especial
Art. 58. Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem 
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a Educação Infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: 
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar 
para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
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