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POLITICA E ORGANIZAÇÃO EDUCACAO BASICA UNIDADE II

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52
Unidade II
Unidade II
5 SISTEMA DE ENSINO
5.1 Conceituação de sistema de ensino
O que significa sistema?
A conceituação da palavra sistema, segundo Lalande (apud DIAS, 2004, p. 1), refere-se a um “conjunto 
de elementos, materiais ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar 
um todo organizado”. Na citação está presente a ideia de estrutura, de um todo formado por partes 
interdependentes presentes no interior de um conjunto de elementos.
O que é a Teoria de Sistemas?
Quando usamos essa teoria, referimo-nos a um ambiente que, além de considerar o que está dentro 
do sistema, analisa também o que está fora, pelas trocas que se realizam entre o sistema e o ambiente.
O sistema pode ser aberto ou fechado. O fechado não faz troca com o ambiente. Já no sistema 
aberto há troca, pela interação com o ambiente. Por isso, recebe informações de fora e devolve 
informações a partir do funcionamento do sistema, o feedback. Para fazer referência ao que entra 
como informação no sistema, usamos o conceito inputs, e para o que é devolvido como informação 
para o ambiente, outputs.
Nesse sentido, há a ideia de supersistema e subsistema. 
5.1.1 O sistema escolar 
O sistema escolar brasileiro tem como finalidade proporcionar educação num aspecto específico, que 
é a escolarização. Este é um processo sistemático e intencional, que tem como objetivo o desenvolvimento 
intelectual, físico, social, emocional e moral dos educandos. Essa é a exigência da nossa sociedade em 
relação ao sistema educacional brasileiro. É um processo integral.
Podemos afirmar que as contribuições da sociedade para a escola são o conteúdo cultural, os 
recursos humanos, os recursos financeiros e os alunos. Já as contribuições da escola para a sociedade 
são a melhoria do nível cultural da população, o aperfeiçoamento individual, a formação de recursos 
humanos e o resultado de pesquisas nos diferentes campos do conhecimento humano.
53
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
5.2 Organização do sistema de ensino brasileiro nos âmbitos federal, estadual 
e municipal: composição, incumbências e organogramas (LDB, artigos 8º a 20)
5.2.1 Estrutura 
O sistema escolar brasileiro compreende uma rede de escolas e uma estrutura de sustentação:
A rede de escolas é composta de estabelecimentos de ensino que atendem aos alunos, nos níveis de 
ensino descritos a seguir. 
• Primeira etapa – Educação Infantil: 
— creche, dos 0 aos 3 anos; 
— pré-escola, dos 4 aos 5 anos. 
• Segunda etapa – Ensino Fundamental: 
— séries iniciais (dos 6 aos 10 anos); 
— séries finais (dos 11 aos 14 anos). 
• Terceira etapa ou etapa final – Ensino Médio: 
— dos 15 aos 17 anos. 
As modalidades de ensino são oferecidas ao longo da educação básica e da Educação Especial desde 
a Educação Infantil até o fim da escolaridade possível ao educando, ou quando, por outros motivos, a 
criança ou o adolescente se integra à Educação Especial. A Educação de Jovens e Adultos é ofertada 
aos que não cursaram na idade própria o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. As outras modalidades 
previstas na lei são oferecidas de acordo com as peculiaridades locais e as necessidades. 
• Estrutura de sustentação – estrutura administrativa composta de elementos não materiais, 
entidades mantenedoras e administração. São elementos não materiais: 
— normas – disposições legais: Constituição Federal, leis e decretos;
— disposições regulamentares: regimentos, portarias e instruções;
— disposições consuetudinárias: ética, costumes e praxe.
Os elementos não materiais constituem-se dos princípios e objetivos da educação escolar nacional, 
bem como dos deveres, direitos e responsabilidades dos integrantes do setor educacional. Expressam-se 
pelas legislações educacionais, que têm o objetivo de regulamentar, orientar, coordenar, acompanhar, 
implantar, implementar e avaliar ações, planos, programas e planejamentos de todos os níveis de 
organização e funcionamento do sistema de ensino nacional.
54
Unidade II
A metodologia de ensino engloba orientações curriculares e metodológicas expressas nos 
documentos legais, principalmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais, nos Parâmetros Curriculares, 
nos Referenciais Curriculares e nos materiais de orientação, avaliação e acompanhamento das ações 
educativas em todos os níveis – local, regional e nacional.
Entidades mantenedoras são as instituições que organizam os estabelecimentos de ensino, 
matriculam as crianças e os adolescentes, desenvolvem o currículo, o ano letivo e o processo avaliativo 
e são responsáveis pela certificação na educação básica. São subdivididas conforme vemos a seguir:
• Entidades mantenedoras:
— Poder Público: federal, estadual e municipal;
— entidades particulares: leigas e confessionais;
— entidades mistas: autarquias.
Os órgãos administrativos do sistema são responsáveis por assegurar o desenvolvimento da política 
pública educacional, fazer o levantamento dos alunos a serem atendidos na região, autorizar a criação 
das classes no início do ano letivo, atribuir aulas aos professores e propiciar a formação continuada, a 
seleção dos professores, sua remoção e aposentadoria.
5.2.2 Sistema 
O que consideramos sistema escolar brasileiro é aquele que está situado no território nacional, que 
está vinculado à cultura brasileira, expressa nos valores, costumes, hábitos, princípios e objetivos da 
educação nacional. Além disso, é também aquele que é ministrado na língua nacional e está submetido 
a uma legislação comum, incluindo disposições legais que articulam e integram os diferentes níveis e 
modalidades de ensino.
5.2.3 Funcionamento 
As características do funcionamento do sistema escolar brasileiro, do ponto de vista das entradas 
para o sistema escolar, delimitam que a sociedade brasileira é responsável pela provisão de recursos 
financeiros para que o sistema nacional de ensino funcione e que tem a responsabilidade de realizar o 
recrutamento de pessoal de acordo com as necessidades nacionais, regionais e locais, em todas as áreas 
de funcionamento do sistema. Também são características do funcionamento do sistema não somente 
a admissão de todas as crianças e adolescentes e dos que não estudaram na idade própria, mas também a 
oferta de vaga e a permanência na escola até o fim da educação básica.
As características do funcionamento do sistema de ensino, do ponto de vista do processo educativo, 
dizem respeito à orientação, à coordenação dos currículos, dos programas e sua atualização conforme 
as necessidades da sociedade brasileira, por meio da constante qualificação do pessoal e da avaliação do 
rendimento escolar por avaliações internas e externas. Isso inclui a constante busca da qualidade social 
de ensino requerida pela nação brasileira, lutando por índices satisfatórios de desempenho escolar. 
55
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A evidência do bom desempenho do sistema escolar verifica-se por meio da promoção escolar, evitando 
a evasão, a defasagem idade/série e a reprovação, assegurando os estudos de recuperação.
As características do funcionamento do sistema escolar, do ponto de vista das saídas desse 
sistema, significam a formação e a qualidade de ensino oferecido pela escola que garanta a plena 
cidadania, a formação para o trabalho e a preparação para a vida social. Assim, pretende-se que a 
formação de profissionais dos vários níveis, de acordo com as necessidades sociais e pessoais, propicie o 
desenvolvimento cultural da população, a partir da capacidade de expressar-se por escrito e oralmente 
com fluência. Pretende-se também que essa população seja capaz de usufruir o patrimônio artístico e 
cultural brasileiro. Ao mesmo tempo, é importante que o cidadão tenha a formação necessária para a 
escolha da qualidade de vida desejada para si e sua família.
Segundo Faustini (apud MENESES, 2004), as instituições sociais, para atender aos objetivos sociais 
que lhes são determinados, devem ater-se a prescrições e regulamentos específicos.São atividades que 
estão previstas nas legislações gerais e específicas já apontadas e que os teóricos da Administração 
chamam de aspecto burocrático da organização.
A forma burocrática tornou-se a forma dominante de organização de quase todas as sociedades da 
atualidade, e burocracia significa um tipo hierárquico de organização formal. Esse conceito foi descrito 
por Max Weber, que estabeleceu as características de uma organização burocrática do tipo ideal.
Em uma organização burocrática, a autoridade é exercida com base em um sistema de regulamentos 
e métodos, por meio da posição oficial que os indivíduos ocupam na hierarquia da organização. As 
posições obedecem a um critério, que é o grau de importância da posição e que abarca a autoridade 
sobre os que estão abaixo. Há os que ocupam postos superiores e postos inferiores ou subordinados, mas 
isso não implica superioridade ou inferioridade entre os indivíduos, pois na burocracia ideal deveria haver 
impessoalidade na ocupação dos cargos e no cumprimento das tarefas. Nessa hierarquia formal existe 
uma estrutura de autoridade chamada cadeia de autoridade ou comando. As atividades aí desenvolvidas 
obedecem a regras abstratas e muito bem-definidas.
5.2.4 Níveis de administração dos sistemas de ensino e a LDB 9.394/96
Os sistemas de ensino brasileiros possuem uma rede de autoridades, desde aquelas que envolvem o 
país até as que se instauram nas unidades escolares. Há uma hierarquia de autoridades e de repartições 
em todos os níveis administrativos e com funções claramente definidas.
Apresentaremos a organização administrativa dos diversos órgãos relacionados com a educação básica 
do sistema de ensino brasileiro e destacaremos suas funções como se apresentam na legislação básica. 
A LDB dispõe, no Título IV, artigo 8º, sobre a organização da educação nacional, e, no artigo 9º, sobre 
as competências e atribuições da União.
O artigo 8º trata da organização da educação nacional em sistemas de ensino, de acordo com as 
instâncias federal, estadual e municipal. Além disso, destaca o papel central da União na coordenação, 
56
Unidade II
articulação e normatização do sistema nacional de educação, embora os sistemas de ensino tenham 
garantido, no parágrafo 2º do artigo 8º da LDB, o direito de liberdade em sua organização.
A União tem o papel de coordenar a política nacional de educação, articular os diferentes níveis 
e sistemas de ensino e exercer as funções normativa, redistributiva e supletiva em relação às outras 
instâncias educacionais. A função normativa estabelece leis, regulamentos e normas que devem ser 
respeitados para o funcionamento integrado dos sistemas de ensino. Já a função redistributiva refere-se 
à contribuição com verbas para o ensino quando os sistemas de ensino estaduais e municipais não 
atingem o mínimo de verbas necessário para o desenvolvimento e a manutenção do ensino. Por fim, a 
função supletiva trata da situação decorrente de os sistemas de ensino terem dificuldade de cumprir 
todas as atribuições e competências em relação à estrutura e ao funcionamento da educação básica. 
Título IV
Da Organização da Educação Nacional
Art. 8º. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão, 
em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º. Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, 
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, 
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º. Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta 
Lei (BRASIL, 1996).
O conceito destacado é o de regime de colaboração, que deve ser o tipo de relação a reger os 
diferentes sistemas de ensino. O papel principal da União é coordenar a política nacional de educação e 
articular os diferentes níveis e sistemas com as funções normativa, redistributiva e supletiva. 
Prosseguindo: 
Art. 9º. A União incumbir-se-á de: 
I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os estados, 
o Distrito Federal e os municípios;
II – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos territórios;
III – prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o 
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função 
redistributiva e supletiva;
57
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
IV – estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos 
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
IV-A – estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, cadastramento e 
atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com 
altas habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei n. 13.234, de 2015). 
V – coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no 
Ensino Fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de 
ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade 
do ensino;
VII – baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII – assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação 
superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre 
este nível de ensino;
IX – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, 
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do 
seu sistema de ensino.
§ 1º. Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, 
com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado 
por lei.
§ 2°. Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso 
a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e 
órgãos educacionais.
§ 3º. As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos estados 
e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação 
superior (BRASIL, 1996).
O artigo 9° cita as atribuições e competências da União em relação à organização e ao funcionamento 
da educação escolar (incumbências essas que em grande parte envolvem a coordenação das ações 
educacionais – note-se que é função da esfera federal a elaboração do Plano Nacional de Educação, 
ainda que isso ocorra em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios). 
58
Unidade II
Também compete à União garantir a participação de todos na educação; para isso, o plano deve 
conter diretrizes e metas a serem alcançadas, especificadas por nível e modalidade de ensino, com a 
vigência de 10 anos. Após essa elaboração, o plano deve ser encaminhado para discussão e aprovação 
no Congresso Nacional, que pode transformá-lo em lei federal.
A inserção, em 2015, do inciso IV-A, estabelece diretrizes e procedimentos para identificação, 
cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas 
habilidades ou superdotação. 
Outra função do Estado é prestar assistência técnica, o que acaba se resumindo na elaboração das 
diretrizes educacionais, que são aceitas pelos sistemas de ensino. O conceito de colaboração novamente 
aparece, assim, como instrumento que vai efetivamente garantir pensar numa educação nacional, com 
a criação de mecanismos que assegurem a formação básica comum a todos, como está expresso na lei.
A introdução da ideia de avaliação se constitui, nessa lei, como um dos pilares da política educacional 
brasileira. É o que chamamos de avaliação realizada da forma mais mensurável possível, assegurando 
o processo nacional de avaliação do rendimento escolar. O objetivo é eleger as prioridades nacionais 
(locais) com vistas à melhoria da qualidadede ensino. Já em 1995, antes da aprovação da Lei n. 9.394/96, 
o governo federal instaurou uma medida provisória, em 1995, a Lei n. 9.131/95, instituindo o Provão 
no ensino superior (o Exame Nacional de Cursos), O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Saeb 
(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
 Observação
O Conselho Nacional de Educação foi criado pela mesma medida 
provisória que criou o Provão. É no parágrafo 3º do artigo 9º que encontramos 
uma medida descentralizadora da Lei n. 9.394/96, ao considerar como 
regime de colaboração a possibilidade de baixar normas gerais para os 
estabelecimentos de ensino.
No Governo Lula, o Provão foi substituído por outra metodologia de 
avaliação chamada Sinaes – Sistema de Avaliação da Educação Superior –, 
aplicada pela primeira vez em 2004. 
Dando continuidade ao estudo, leia o próximo artigo – com modificações promovidas pelas leis 
n. 12.061/09 e n. 10.709/03. 
Art. 10º. Os estados incumbir-se-ão de:
I – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus 
sistemas de ensino;
II – definir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do Ensino 
59
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das 
responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos 
financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III – elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância 
com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando 
as suas ações e as dos seus municípios;
IV – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, 
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do 
seu sistema de ensino;
V – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI – assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio 
a todos [os] que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; 
VII – assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. 
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes 
aos estados e aos municípios (BRASIL, 1996).
O artigo 10º apresenta as atribuições e competências dos estados brasileiros diante do ensino escolar 
no sistema nacional de educação. Podemos notar que há uma organização de atribuições e funções 
entre os diferentes sistemas de ensino.
Art. 11. Os municípios incumbir-se-ão de:
I – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus 
sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da 
União e dos estados;
II – exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III – baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV – autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema 
de ensino;
V – oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o 
Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente 
quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de 
competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela 
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
60
Unidade II
VI – assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. 
Parágrafo único. Os municípios poderão optar, ainda, por se integrar 
ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de 
educação básica (BRASIL, 1996).
Os municípios passam a ter atribuições na educação escolar. As ações estão em consonância com as 
atribuições da União e dos estados e devem acontecer em regime de colaboração, podendo essas esferas 
de governo formar um sistema único de educação básica. Assim, as políticas educacionais municipais 
devem estar integradas às políticas e aos planos da União e dos estados. 
Vejamos agora as atribuições dos estabelecimentos de ensino com modificações promovidas pelas 
Leis n. 12.061/2009 e 10.287/2001. 
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as 
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola;
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, 
os responsáveis legais, sobre a frequência e [o] rendimento dos alunos, bem 
como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; 
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do município, ao juiz competente da 
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos 
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento 
do percentual permitido em lei.
IX – promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate 
a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática 
(bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei n. 13.663, de 2018)
61
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
X – estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas; 
(Incluído pela Lei n. 13.663, de 2018)
XI – promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção 
e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas. (Incluído pela Lei n. 13.840, 
de 2019) (BRASIL, 1996).
O artigo 12 trata das competências e responsabilidades da escola, destacando-se seu dever de elaborar 
e executar sua proposta pedagógica. Outros deveres são: assegurar o cumprimento dos dias letivos, velar 
pelo cumprimento do plano de trabalho docente e prover meios de recuperação dos alunos de menor 
rendimento, articular-se com as famílias e a comunidade, informar pais sobre o rendimento dos alunos e 
o desenvolvimento da proposta pedagógica. Está presente também entre as responsabilidades da escola 
administrar seu pessoal, bem como seus recursos materiais e financeiros. O fato de outras atividades não 
terem sido mencionadas não significa que o papel da escola tenha sido alterado, mas sim ampliado em 
sua visão e missão para com a coletividade escolar.
A inserção do inciso VIII, atribui à escola o dever de notificar ao Conselho Tutelar do Município a 
relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% do percentual permitido em lei.
O inciso IX refere-se aos tipos de violência escolar e atribui às instituições a promoção de medidas 
de prevenção e de combate; e o inciso X estabelece ações para promover a cultura de paz nas escolas.
O inciso XI atribui, também como dever da escola, a promoção de ambiente seguro e estratégias de 
prevenção ao uso de drogas. O artigo 13 trata das atribuições do corpo docente, conforme exposto a seguir. 
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento 
de ensino;
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento;
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e 
a comunidade (BRASIL, 1996).
62
Unidade II
São apresentadas neste artigo as funções dos professores: participar da elaboração da proposta 
pedagógica da escola, elaborar e cumprir o plano de trabalho de acordo com a proposta da unidade 
escolar, estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento, participar integralmente 
das reuniões de planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional, assim comocolaborar com as 
atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do 
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e 
conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes (BRASIL, 1996).
O artigo 14 trata dos princípios da educação escolar municipal. Trata com destaque da gestão 
democrática da escola pública, mas não aponta como deve ser escolhido o gestor/diretor da escola.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas 
de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia 
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas 
gerais de direito financeiro público (BRASIL, 1996).
Este artigo complementa o anterior ao enfocar a questão da autonomia pedagógica, administrativa 
e de gestão financeira da escola, de forma progressiva.
Para continuarmos nossa abordagem, leia o trecho a seguir, que trata do sistema de ensino federal. 
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: 
I – as instituições de ensino mantidas pela União;
II – as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III – os órgãos federais de educação.
Art. 17. Os sistemas de ensino dos estados e do Distrito Federal compreendem:
I – as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público 
estadual e pelo Distrito Federal;
II – as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
63
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
III – as instituições de Ensino Fundamental e Médio criadas e mantidas pela 
iniciativa privada;
IV – os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de Educação Infantil, 
criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I – as instituições do Ensino Fundamental, Médio e de Educação Infantil 
mantidas pelo Poder Público municipal;
II – as instituições de Educação Infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação.
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas 
seguintes categorias administrativas: 
I – públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas 
pelo Poder Público;
II – privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas 
físicas ou jurídicas de direito privado.
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias: 
I – particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas 
e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado 
que não apresentem as características dos incisos abaixo;
II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de 
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas 
educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora 
representantes da comunidade; 
III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos 
de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a 
orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV – filantrópicas, na forma da lei (BRASIL, 1996).
O conceito de sistema está presente na organização e no funcionamento da estrutura do sistema 
nacional de ensino, apresentado nos artigos de 16 a 20. As atribuições dos diferentes sistemas, no que 
64
Unidade II
se refere ao atendimento aos alunos nos níveis e nas modalidades de ensino, são detalhadas a fim de 
diferenciar as esferas de atuação. O conceito de regime de colaboração traz a ideia dos níveis de ensino 
não como etapas desligadas e estanques, mas como processo de atendimento ao aluno ao longo da 
educação básica.
 Lembrete
Usamos o termo sistema de ensino para nos referirmos a diferentes redes 
de escolas: as vinculadas aos estados e as vinculadas aos municípios. Essa 
organização se dá em todo o território nacional. Essa é a descentralização 
da educação escolar.
 Saiba mais
É importante que você consulte a Lei n. 9.394/96 e as alterações que 
sofreu no decorrer dos anos. Essa constatação é importante para que você 
note que a lei é alterada de acordo com as necessidades sociais. 
Acesse: 
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 28 out. 2013. 
A Tabela 3 apresenta a participação dos sistemas de ensino federais, estaduais e municipais no 
atendimento às matrículas na educação básica. A rede pública é responsável pelo atendimento de 83,5% 
dos alunos, e a rede privada, por 16,5%. A esfera municipal atende a 45,9% das matrículas, a rede 
estadual, a 37,0%, e a federal, a 0,5%. Esses dados representam o funcionamento do sistema nacional 
de educação, segundo o que está proposto na Lei n. 9.394/96. 
Tabela 3 - Número de matrículas na Educação Básica por 
dependência administrativa – Brasil – 2018
Total geral Totalpública % Federal % Estadual % Municipal % Privada %
48.455.867 39.460.618 84,0 411.078 1,0 15.946.416 34,0 23.103.124 49,0 8.995.249 16,5 
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
Fonte: Inep (2019, p. 7).
65
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
6 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR (LDB, ARTIGOS 21 A 28) 
Continuando o estudo mais acurado da lei, passaremos agora ao Capítulo I do Título V da 
Lei n. 9.394/96, que discute o conceito de educação e diferencia-a de educação escolar. O texto legal 
diferencia a educação entendida pelo senso comum da educação escolar, que, como é claramente definido, 
é aquela que acontece por meio do ensino e nas escolas que estão sob a vigência da Lei n. 9.394/96. 
Título V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capítulo I
Da Composição dos Níveis Escolares
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I – Educação Básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
Ensino Médio;
II – Educação Superior (BRASIL, 1996).
Prosseguiremos nossos comentários com a continuação do texto legal:
Capítulo II
DA Educação Básica
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 22. A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando, 
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores (BRASIL, 1996).
A partir do artigo 22, a lei vai tratar das disposições curriculares para o funcionamento das etapas 
e modalidades de ensino em todo o território nacional e vai apontar a possibilidade de atender às 
especificidades regionais. Assim, esse artigo trata das finalidades da educação básica de desenvolvimento 
do educando com a formação comum indispensável para a cidadania, o trabalho e estudos posteriores.
Art. 23. A Educação Básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos 
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não 
66
Unidade II
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou 
por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de 
aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º. A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de 
transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo 
como base as normas curriculares gerais.
§ 2º. O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, 
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de 
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei 
(BRASIL, 1996).
Esse artigo trata da organização da escola,que pode se dar em séries anuais ou períodos semestrais, 
basear-se no critério da competência ou em outros, possibilitar a reclassificação dos alunos e adequar o 
calendário escolar às peculiaridades locais.
Vejamos os próximos artigos. 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada 
de acordo com as seguintes regras comuns:
I – a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino 
fundamental e para o ensino médio, distribuídas por um mínimo de duzentos 
dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames 
finais, quando houver; (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
II – a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do Ensino 
Fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série 
ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação 
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência 
do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, 
conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III – nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o 
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que 
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo 
sistema de ensino;
67
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
IV – poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, 
com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de 
línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos 
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação 
do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos 
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem 
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
VI – o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto 
no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a 
frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas 
para aprovação;
VII – cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, 
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão 
de cursos, com as especificações cabíveis.
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser 
ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas 
horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco 
anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março 
de 2017. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de educação de jovens e 
adultos e de ensino noturno regular, adequado às condições do educando, 
conforme o inciso VI do art. 4º. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
(BRASIL, 1996).
Estão apontadas no artigo 24 as regras comuns para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, com 
carga horária mínima anual de 800 horas, divididas em 200 dias letivos (os quais devem ser compostos 
de, no mínimo, 4 horas de efetivo trabalho escolar). 
68
Unidade II
Para o Ensino Médio, a carga horária mínima deverá ser ampliada, progressivamente no prazo de até 
cinco anos, para 1.400 horas, a contar a partir de 2 de março de 2017.
O texto legal trata, ainda, de aspectos como os critérios para a classificação dos alunos, a organização 
das classes por níveis mais avançados de ensino ou de disciplinas, a verificação do rendimento escolar 
com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, recuperação paralela ao período letivo, 
obrigatoriedade da recuperação dos estudos e controle da frequência por conta da escola. Especifica 
também que a escola é responsável pela expedição dos certificados e históricos escolares.
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar 
relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e 
as condições materiais do estabelecimento.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições 
disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro 
para atendimento do disposto neste artigo (BRASIL, 1996).
Há, no artigo 25, enfoque na importância do número de alunos por professor nas diferentes etapas 
da educação básica e na necessidade de haver, nas condições materiais da escola, padronização ou 
equivalência às condições regionais e locais disponíveis.
Vamos continuar a leitura do texto que tem modificações promovidas pelas leis n. 10.793/2003, 
11.645/2008, 11.769/2008, 12.287/2010, 12.608/2012 e 12.796/2013. 
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do Ensino Fundamental e do 
Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em 
cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte 
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da 
cultura, da economia e dos educandos. 
§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, 
o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo 
físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.
§ 2º. O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá 
componente curricular obrigatório da educação básica. (Redação dada pela 
Lei n. 13.415, de 2017)
§ 3º. A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é 
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática 
facultativa ao aluno: 
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; 
II – maior de trinta anos de idade; 
69
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, 
estiver obrigado à prática da Educação Física; 
IV – amparado pelo Decreto-Lei n. 1.044, de 21 de outubro de 1969; 
V – (Vetado); 
VI – que tenha prole. 
§ 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das 
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente 
das matrizes indígena, africana e europeia.
§ 5º. No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada 
a língua inglesa. (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 6º. As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que 
constituirão o componente curricular de que trata o § 2º deste artigo. 
(Redação dada pela Lei n. 13.278, de 2016)
§ 7º. A integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de 
ensino, projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais de que trata 
o caput. (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 8º. A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente 
curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo 
a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído 
pela Lei n. 13.006, de 2014)
§ 9º. Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as 
formas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como 
temas transversais, nos currículos escolares de que trata o caput deste artigo, 
tendo como diretriz a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), observada a produção e distribuição de material 
didático adequado. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
§ 9º-A. A educação alimentar e nutricional será incluída entre os temas 
transversais de que trata o caput.(Incluído pela Lei n. 13.666, de 2018)
§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório 
na Base Nacional Comum Curricular dependerá de aprovação do Conselho 
Nacional de Educação e de homologação pelo Ministro de Estado da 
Educação. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017).
70
Unidade II
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, 
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura 
afro-brasileira e indígena. 
§ 1º. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos 
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população 
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história 
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, 
a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da 
sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, 
econômica e política, pertinentes à história do Brasil. 
§ 2º. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos 
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo 
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História 
brasileiras (BRASIL, 1996).
Esse trecho trata com clareza da base nacional curricular comum e do complemento em cada 
sistema de ensino e estabelecimento escolar, constituído pela parte diversificada, tendo em vista as 
características regionais e locais, a cultura, a economia e a clientela da escola. Destaca-se, no texto legal, 
a importância do ensino de Arte, Música e Educação Física. Enfatiza-se, ainda, o oferecimento do ensino 
noturno regular e adequado às condições do estudante. Por fim, ressaltam-se as contribuições das 
diferentes etnias e culturas para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, 
africana e europeia. 
Art. 27. Os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão, ainda, as 
seguintes diretrizes:
I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e 
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada 
estabelecimento;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural. 
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas 
será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema 
de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de 
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da 
comunidade escolar (BRASIL, 1996).
IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas 
não formais.
71
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Art. 28. Na oferta de Educação Básica para a população rural, os sistemas 
de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às 
peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades 
e interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar 
às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas 
será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema 
de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de 
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da 
comunidade escolar. (Incluído pela Lei n. 12.960, de 2014) (BRASIL, 1996).
Esses artigos tratam da importância do trabalho com valores humanos, direitos e deveres dos 
cidadãos com vistas ao bem comum e à democracia, da preocupação com a discussão sobre o trabalho 
e as práticas esportivas, e da atenção às disparidades regionais, trazendo informações sobre o ensino na 
zona rural e suas características locais e regionais.
É de responsabilidade do Ministério da Educação coordenar o sistema nacional de educação proposto 
na Lei n. 9.394/96 e o desenvolvimento das ações previstas no Plano Nacional de Educação. Assim, 
podemos encontrar, no site do MEC, os planos, programas e ações previstas para o atendimento às 
prioridades nacionais. O perfil dos programas que o governo implementa delimita o perfil de tratamento 
que ele pretende prestar à sua população. A seguir apresentaremos programas e ações do ministério, 
assim como suas secretarias e instituições auxiliares:
• Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio;
• Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa;
• Mais Educação;
• Ensino Médio Inovador;
• Parlamento Juvenil do Mercosul;
• ProInfância;
• Saúde na Escola;
72
Unidade II
• Atleta na Escola;
• formação continuada para professores;
• livros e materiais para escolas, estudantes e professores;
• tecnologia a serviço da educação básica;
• apoio à gestão educacional;
• infraestrutura;
• avaliações da aprendizagem;
• Prêmios e competições
• TV Escola.
 Saiba mais
Para saber mais a respeito dos programas do MEC, visite o site: 
www.portal.mec.gov.br
6.1 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Em atendimento a LDBEN n. 9.394 de 1996, que tem por finalidade garantir a aprendizagem e o 
desenvolvimento pleno de todos os estudantes de 4 a 17 anos, visando a promoção da igualdade em 
todo sistema educacional brasileiro, temos como documento direcionador a Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC).
Esse documento tem como objetivo nortear a elaboração dos currículos dos estados e municípios de 
todo o Brasil, pois apresenta e regulamenta as aprendizagens mínimas a serem trabalhadas nas escolas 
brasileiras públicas e particulares de Educação infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. 
A LDBEN apresenta em seu artigo 9º, que cabe à União:
Estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino 
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus 
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum.
73
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Segundo a BNCC, para que os estudantes da Educação Básica tenham assegurados os direitos 
de aprendizagem, é essencial que desenvolvam as competências gerais que serão trabalhadas em 
cada uma das áreas de conhecimento – linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da 
natureza e ensino religioso – e construídas por habilidades desenvolvidas a partir de atividades em 
sala de aula. 
A BNCC tem como proposta colocar o estudante como agente ativo da sua própria educação, fazendo 
com que ele saiba identificar problemas, compreender conceitos, propor soluções, interagir com os colegas 
de classe, argumentar, desenvolver atitudes e valores para resolver as demandas da vida cotidiana.
Desse modo, as dez competências gerais apontam quem é o estudante que a BNCC propõe formar. 
Competências Gerais da Educação Básica:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o 
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, 
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade 
justa, democrática e inclusiva. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das 
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação 
e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular 
e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos 
conhecimentos das diferentes áreas.
 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais 
às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção 
artístico-cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, 
e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das 
linguagens artística, matemática e científica, para se expressare partilhar 
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e 
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação 
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais 
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, 
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na 
vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de 
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações 
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da 
74
Unidade II
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência 
crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para 
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que 
respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o 
consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento 
ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, 
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e 
as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, 
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos 
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e 
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem 
preconceitos de qualquer natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em 
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (MEC, 
2017, p. 7).
As competências gerais serão trabalhadas em cada uma das áreas de conhecimento – Linguagens, 
Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino religioso – e construídas por habilidades 
desenvolvidas a partir de atividades em sala de aula.
De acordo com o MEC, não existe uma hierarquia entre as dez competências gerais, pois cada uma 
tem seu valor e todas se articulam para o desenvolvimento positivo da educação dos alunos.
Sintetizando, as dez competências básicas são: 
I – Conhecimento: valorizar e utilizar os conhecimentos em suas escolhas.
II – Pensamento científico e crítico na resolução de problemas.
III – Repertório cultural: ter consciência multicultural.
IV – Comunicação: utilizar as diferentes linguagens nas práticas sociais.
V – Cultura digital: utilizar as tecnologias digitais.
VI – Trabalho e projeto de vida: entender a importância do trabalho para a qualidade de vida.
75
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
VII – Argumentação: com base em fatos e dados.
VIII – Autoconhecimento e autocuidado: conhecer e compreender a si mesmo.
IX – Empatia e cooperação: fazer-se respeitar e respeitar ao outro.
X – Responsabilidade e cidadania: agir pessoal e no coletivo.
Histórico de elaboração
Após uma análise profunda realizada por 116 especialistas indicados por universidades e secretarias 
municipais e estaduais sobre os documentos curriculares brasileiros, a BNCC começou a ser elaborada 
no ano de 2015.
As leis que garantem a BNCC são: 
• Constituição Da República Federativa do Brasil: art. 210.
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: art. 26.
• Diretrizes Curriculares Nacionais: art. 14.
Veja o histórico de criação da Base:
• Julho de 2015: acontece um Seminário Internacional sobre a BNCC que reúne, em Brasília, especialistas 
nacionais e internacionais para compartilhar e debater experiências de construções curriculares.
• Setembro de 2015: o MEC lança o texto da primeira versão da BNCC que vai para consulta pública.
• Outubro de 2015: o texto da primeira versão entra em consulta pública em uma plataforma 
on-line, acessível para toda a sociedade, o que levou a mais de 12 milhões de contribuições – a 
maioria feita por educadores – enviadas ao Ministério da Educação (MEC).
• Março de 2016: a consulta on-line da primeira versão é encerrada com contribuições da sociedade 
civil, professores, escolas, organizações do terceiro setor e entidades científicas.
• Março a maio de 2016: as contribuições da consulta pública são sistematizadas por uma equipe 
da Universidade de Brasília, que as encaminha para o grupo de redatores.
• Maio de 2016: o MEC divulga a segunda versão da BNCC, redigida a partir das contribuições da 
consulta pública.
• Abril de 2017: o MEC entrega ao Conselho Nacional de Educação (CNE) a terceira versão da BNCC, 
com as partes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.
76
Unidade II
• Julho a setembro de 2017: o CNE realiza consultas públicas em todo país para ouvir a sociedade 
sobre a terceira versão. Contribuições também puderam ser enviadas por e-mail.
• Dezembro de 2017: a parte referente à Educação Infantil e Ensino Fundamental foi aprovada pelo 
Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologada pelo MEC.
• Abril de 2018: entrega da parte do Ensino Médio ao CNE.
• Maio a setembro de 2018: ocorrem as audiências sobre a BNCC do Ensino Médio.
• Dezembro de 2018: homologação da BNCC do Ensino Médio.
A oficialização da BNCC estabeleceu para os sistemas e redes de ensino do país o desafio de 
implementar a BNCC até o início de 2020.
Lembrando que a Base Nacional Comum Curricular não é um currículo, mas sim um orientador 
curricular. Cabe aos estados e municípios elaborarem seus currículos a partir dos princípios e 
aprendizagens definidos por ela e também do Regime de Colaboração entre cidades e estados. “Nesse 
sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o 
fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade 
da educação” (MEC, 2017, p. 8).
6.2 Diferentes projetos e seus desdobramentos diante da realidade nacional
Ensino Fundamental de nove anos
Trata-se de uma medida para promover a aprendizagem dos educandos e garantir a permanência na 
escola com sucesso até o fim do Ensino Fundamental. 
Escola de gestores da educação básica
É o reconhecimento da importância do gestor escolar como o grande mediador do conhecimento e 
das relações na escola. O programa promove a organização administrativa, curricular e pedagógica, bem 
como coordena e promove a coerência das ações.
Fundeb
O Fundeb tem natureza contábil, o que significa que os gastos devem ser comprovados por meio de 
prestação de contas junto aos órgãos administrativos públicos e acompanhados pelos conselhos.
Merenda escolar
A merenda escolar é um programa muito antigo na educação escolar pública. Os benefícios desse 
programa são indiscutíveis. Atualmente a merenda está sendo complementada com a produção agrícola 
77
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
local, o que promove o desenvolvimento da agricultura familiar e fortalece a cultura local, a identidade 
e os hábitos e costumes da região.
6.3 Níveis e modalidades de ensino
Iniciando a discussão sobre os níveis de ensino da educação básica, vamos apresentar a Educação 
Infantil como sua primeira etapa, conquista que só foi obtida com a Constituição Federal de 1988.
6.3.1 Primeira etapa da educação básica: Educação Infantil
Veja o que diz a lei sobre a educação infantil neste texto com modificações promovidas pela 
Lei n. 12.796/2013:
Seção II 
Da Educação Infantil
Art. 29. A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade. 
Art. 30. A Educação Infantil será oferecida em:
I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anosde idade;
II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 
Art. 31. A Educação Infantil será organizada de acordo com as seguintes 
regras comuns: 
I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das 
crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental; 
II – carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por 
um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 
III – atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o 
turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; 
IV – controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida 
a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; 
78
Unidade II
V – expedição de documentação que permita atestar os processos de 
desenvolvimento e aprendizagem da criança (BRASIL, 1996).
Os artigos que acabamos de ler expressam o reconhecimento da Educação Infantil como parte da 
educação escolar brasileira, constituindo-se na primeira etapa da educação básica, que deve apresentar 
estrutura e funcionamento pertinentes ao desenvolvimento infantil (na faixa etária de 0 a 5 anos), com 
coerência nos registros que faz e nas avaliações que aplica. A lei explicita que a Educação Infantil não 
apresenta a função de preparar para o Ensino Fundamental. 
A partir de 2013, a obrigatoriedade e gratuidade da educação escolar inicia-se aos 4 anos. A Lei n. 9394/96 
destaca que, a partir de 2016, a obrigatoriedade de matrícula das crianças de 4 e 5 anos, 2º nível da 
Educação Infantil, deve ser implementada em todo o território nacional.
As alterações apresentadas no texto legal refletem a importância do espaço escolar para a criança e 
seu crescimento, instituindo carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas em 200 dias letivos, 
nos quais pode ocorrer turno parcial, de 4 horas, ou jornada integral, de 7 horas. É ressaltada na lei a 
importância do controle de frequência e dos registros para transferência.
Tabela 4 – Número de matrículas na Educação Básica por 
modalidade e etapa de ensino – Brasil (2018) 
Ensino regular – Educação Infantil
Localização Total Creche Pré-Escola
Total 12.332.476 3.587.292 8.745.184
Pública 7.509.924 2.352.032 5.157.892
Privada 4.822.552 1.235.260 3.587.292
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e Atendimento 
Educacional Especializado (AEE).
Fonte: Inep (2019, p. 7).
O número de matrículas na Educação Infantil indica atendimento maior na pré-escola e menor na 
creche. O atendimento ocorre também na zona rural, além da urbana. Os dados comprovam que há uma 
evolução na compreensão do papel da Educação Infantil como parte da educação escolar, embora ainda 
haja um caminho a percorrer para o atendimento à população dessa faixa etária.
6.3.2 Segunda etapa da educação básica: Ensino Fundamental
Dando continuidade ao processo educativo iniciado na Educação Infantil, o Ensino Fundamental, 
anos iniciais e anos finais, constitui a continuidade do processo de aprendizagem, objetivando o 
aprofundamento dos estudos iniciados na etapa anterior. Não deve ser entendido como etapa a mais a 
ser cumprida na educação básica, mas como parte integrante da formação básica do cidadão brasileiro.
79
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Leia o trecho que segue, com modificações promovidas pelas leis n. 9.475/1997, 11.274/2006, 
11.525/2007 e 12.472/2011. 
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, 
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por 
objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos 
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o Ensino Fundamental 
em ciclos.
§ 2º. Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem 
adotar no Ensino Fundamental o regime de progressão continuada, sem 
prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as 
normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º. O Ensino Fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, 
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas 
e processos próprios de aprendizagem.
§ 4º. O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado 
como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. 
§ 5º. O currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigatoriamente, 
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo 
como diretriz a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto 
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de 
material didático adequado. 
80
Unidade II
§ 6º. O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema 
transversal nos currículos do Ensino Fundamental. 
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da 
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade 
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º. Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a 
definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para 
a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º. Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
Art. 34. A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá pelo menos quatro 
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado 
o período de permanência na escola.
§ 1º. São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas 
de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º. O Ensino Fundamental será ministrado progressivamente em tempo 
integral, a critério dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).
O Ensino Fundamental, devido à nova conceituação de Educação Infantil, deixa de ser visto como 
o único nível educacional obrigatório e passa a ser considerado como mais uma fase de estudos (a da 
educação dos 6 aos 14 anos). Essa fase, apesar de ser complemento da educação iniciada na primeira 
infância, diferencia-se da Educação Infantil, como podemos constatar pelas características próprias que 
a definem e organizam, conforme lemos na Seção III. 
Convém ainda dizer que o Ensino Fundamental permanece como nível de ensino com o maior 
número de matrículas e propicia a continuidade de estudos ao aluno, com vistas ao aprofundamento do 
que foi iniciado na Educação Infantil. 
Tabela 5 – Número de matrículas na Educação Básica por 
modalidade e etapa de ensino – Brasil (2018)
Número de matrículas na Educação Básica por 
modalidade e etapa de ensino – Brasil (2018)
Total Anos iniciais Anos finais
27.183.970 15.176.420 12.007.550
Nota: não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar e 
Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Fonte: Inep (2018, p. 7).
81
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A Tabela anterior apresenta o número de matrículas no Ensino Fundamental, anos iniciais e anos finais, 
em 2012, zona urbana e zona rural. Os números demonstram que a defasagem idade-série ainda está 
presente no atendimento do Ensino Fundamental. Isso porque o número de matrículas nos anos iniciais 
é superior ao dos anos finais, fato que provavelmente esteja ligado à reprovação e/ou à evasão escolar.É 
notável também o fato de que o número de matrículas na zona urbana é superior ao da zona rural.
6.3.3 Etapa final da educação básica: Ensino Médio
A seguir trataremos da última etapa da educação básica, o Ensino Médio, que deve ser entendido 
como a etapa de consolidação dos estudos realizados. O conceito de educação básica se realiza nesse 
nível, que não deve ser entendido como um conjunto de etapas estanques, mas, ao contrário, como um 
processo de escolarização que se desenvolve ao longo desse nível de ensino. 
Leia o trecho que segue.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração 
mínima de três anos, terá como finalidades:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no 
Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para 
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade 
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo 
a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos 
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de 
aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional 
de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei n. 13.415, 
de 2017)
I – linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
II – matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
82
Unidade II
III – ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
IV – ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 1º. A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, 
definida em cada sistema de ensino, deverá estar harmonizada à Base 
Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico, 
econômico, social, ambiental e cultural. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 2º. A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá 
obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e 
filosofia. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 3º. O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos 
três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, 
a utilização das respectivas línguas maternas. (Incluído pela Lei n. 13.415, 
de 2017)
§ 4º. Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo 
da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter 
optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de 
oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei 
n. 13.415, de 2017)
§ 5º. A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum 
Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga 
horária do ensino médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. 
(Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 6º. A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino 
médio, que serão referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da 
Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 7º. Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral 
do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu 
projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e sócio 
emocionais. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 8º. Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual 
e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades 
teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades 
on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: 
(Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
83
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção 
moderna; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. (Incluído pela 
Lei n. 13.415, de 2017)
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional 
Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados 
por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância 
para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: 
(Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
I – linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
II – matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017)
III – ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei n. 
13.415, de 2017)
IV – ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada pela Lei n. 13.415, 
de 2017)
V – formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 1º. A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas 
competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos 
em cada sistema de ensino. (Redação dada pela Lei n. 13.415, de 2017) 
§ 3º. A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário 
formativo integrado, que se traduz na composição de componentes 
curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos itinerários 
formativos, considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei 
n. 13.415, de 2017)
§ 5º. Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede, 
possibilitarão ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário 
formativo de que trata o caput. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
§ 6º. A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase 
técnica e profissional considerará: (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
I – a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em 
ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando 
84
Unidade II
aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem 
profissional; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação 
para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas 
com terminalidade. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
§ 7º. A oferta de formações experimentais relacionadas ao inciso V do caput, 
em áreas que não constem do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, 
dependerá, para sua continuidade, do reconhecimento pelo respectivo 
Conselho Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no 
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, contados 
da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
§ 8º. A oferta de formação técnica e profissional a que se refere o inciso 
V do caput, realizada na própria instituição ou em parceria com outras 
instituições, deverá ser aprovada previamente pelo Conselho Estadual de 
Educação, homologada pelo Secretário Estadual de Educação e certificada 
pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017).
§ 9º. As instituições de ensino emitirão certificado com validade nacional, 
que habilitará o concluinte do ensino médio ao prosseguimento dos 
estudos em nível superior ou em outros cursos ou formações para os quais 
a conclusão do ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei n. 13.415, 
de 2017).
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio 
poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com 
terminalidade específica. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017).
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, 
os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênioscom instituições de educação a distância com notório reconhecimento, 
mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela Lei n. 13.415, 
de 2017) 
I – demonstração prática; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
II – experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida 
fora do ambiente escolar; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
III – atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de 
ensino credenciadas; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
85
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
IV – cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais; (Incluído 
pela Lei n. 13.415, de 2017) 
V – estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras; 
(Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
VI – cursos realizados por meio de educação a distância ou educação 
presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017) 
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de escolha das áreas 
de conhecimento ou de atuação profissional previstas no caput. (Incluído 
pela Lei n. 13.415, de 2017)
O novo ensino médio
A Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica do Ensino Médio foi homologada pelo 
ministro da Educação em 14 de dezembro de 2018, durante sessão extraordinária do Conselho Nacional 
de Educação (CNE). Com isso, a BNCC, que já tem as etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental 
homologadas desde dezembro de 2017, está completa.
A BNCC do Ensino Médio é um documento normativo que define o conjunto de aprendizagens 
essenciais que devem ser desenvolvidas com base em conhecimentos, competências e habilidades. Não 
deve ser compreendida como um currículo, mas sim como um conjunto de orientações que irá conduzir 
as equipes pedagógicas na construção dos currículos locais.
Por ela se entende que, no Brasil, o Ensino Médio, além de ser a etapa final da Educação Básica, é 
um direito de todo cidadão. No entanto, o segmento representa um gargalo na garantia do direito à 
educação, seja pelo desempenho insuficiente dos estudantes no Ensino Fundamental, pelo excesso de 
componentes curriculares ou pela distância das escolas entre a cultura juvenil e o mundo do trabalho. 
Por isso, como prevê a BNCC, é essencial buscar a universalização do ensino.
Assim, o documento está configurado de modo a dar continuidade ao que já foi proposto e que está 
em vigor para as etapas iniciais da educação básica. Desse modo, as competências gerais estabelecidas 
para a Educação Básica orientam tanto as aprendizagens essenciais a serem garantidas no âmbito da 
BNCC do Ensino Médio quanto os itinerários formativos a serem ofertados pelos diferentes sistemas, 
redes e escolas.
O objetivo apontado no seu texto é que a educação brasileira – pública e privada – caminhe para a 
formação humana integral e para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
A BNCC do Ensino Médio, com a sua homologação, já tem caráter normativo e, de acordo com o 
Ministério da Educação (MEC), as mudanças passariam a ser aplicadas no início de 2020.
86
Unidade II
Segundo notícia veiculada no site do MEC:
Os currículos deverão estar estruturados até junho de 2019. Entre julho 
e setembro, haverá consultas públicas regionais nos estados. Os novos 
documentos deverão ser analisados e aprovados pelos conselhos estaduais 
de educação entre outubro e dezembro, para serem aplicados a partir do 
início do ano letivo de 2020. As primeiras turmas irão se formar em 2022 
(MEC, 2018).
Com a homologação da BNCC do Ensino Médio, os sistemas de ensino e escolas de todo o país 
passarão a construir os novos currículos e suas propostas pedagógicas tendo em vista as características 
e culturas locais, assim como as necessidades de formação e as demandas dos estudantes.
Principais destaques para o Ensino Médio:
Áreas do conhecimento: assim como a BNCC do Ensino Fundamental, a BNCC do Ensino Médio 
está organizada por Áreas do Conhecimento, que são: 1) Linguagens e suas Tecnologias, 2) Matemática e 
suas Tecnologias, 3) Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e 4) Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. 
Cada área tem suas competências específicas que devem ser desenvolvidas e aprofundadas ao longo da 
etapa do Ensino Médio, uma vez que o desenvolvimento de algumas já está previsto nas competências 
de área do Ensino Fundamental.
Confira o esquema abaixo e veja como se dá, na BNCC do Ensino Médio, a estrutura das competências 
nas áreas do conhecimento e itinerários formativos.
Competências 
específicas de 
Linguagens e suas 
Tecnologias
Habilidades 
da área
Habilidades 
de Língua 
Portuguesa
Competências 
específicas de 
Matemática e suas 
Tecnologias
Habilidades 
da área
Competências 
específicas de 
Ciências da 
Natureza e suas 
Tecnologias
Habilidades 
da área
Competências 
específicas de 
Ciências Humanas 
e Sociais Aplicadas
Habilidades 
da área
Formação técnica 
e profissional
Competências gerais da Educação Básica
BN
CC
Iti
ne
rá
rio
En
si
no
 M
éd
io
Figura 1
87
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Itinerários formativos: a Lei 13.415/2017, mais conhecida como Reforma do Ensino Médio, também 
traz mudanças para o currículo do Ensino Médio. Com sua sanção em 2017, foram estipulados cinco 
itinerários formativos que deverão ser oferecidos para os alunos. Eles são:
• linguagens e suas tecnologias;
• matemática e suas tecnologias;
• ciências da natureza e suas tecnologias;
• ciências humanas e sociais aplicadas;
• formação técnica e profissional.
Esses itinerários:
deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos 
curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade 
dos sistemas de ensino (…) Assim, os currículos e as propostas pedagógicas 
devem garantir as aprendizagens essenciais definidas na BNCC. Essas 
aprendizagens expressam as finalidades do Ensino Médio e as demandas 
de qualidade dessa formação na contemporaneidade, bem como as 
expectativas presentes e futuras das juventudes (BRASIL, 2017).
Ou seja, os currículos das escolas serão compostos pela BNCC e também pelos itinerários formativos 
que serão ofertados pelas escolas. Dessa forma, foi estipulado que, no Ensino Médio, 1.800 horas serão 
destinadas para a parte comum da Base e que 1.200 horas serão destinadas aos itinerários formativos.
Após a homologação, o MEC informou que o documento dos Referenciais para a Elaboração dos 
Itinerários Formativos está sendo finalizado. Eles devem ser organizados entre os seguintes eixos 
estruturantes: investigação científica, processos criativos, mediação e intervenção sociocultural, e 
empreendedorismo.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a carga horária obrigatória, a distribuição dos 
conteúdos e sobre o Enem, leia:
PENTEADO, F. BNCC do Ensino Médio: tudo o que você precisa saber. 
SAE Digital, jun. 2018. Disponível em: https://sae.digital/bncc-do-ensino-
medio/. Acesso em: 13 fev. 2020.
88
Unidade II
6.3.4 Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Vejamos a continuação do que diz a legislação, com modificações promovidas pela Lei n. 11.684/2008 
e 11.741/2008:
Seção IV A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Art. 36 A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o Ensino 
Médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o 
exercício de profissões técnicas. 
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, 
a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios 
estabelecimentos de Ensino Médio ou em cooperação com instituições 
especializadas em educação profissional. 
Art. 36 B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida 
nas seguintes formas: 
I – articulada com o Ensino Médio; 
II – subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o 
Ensino Médio. 
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: 
I – os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais

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