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DIMENSÕES-DO-ENVELHECIMENTO-ASPECTOS-FÍSICOS-NUTRICIONAIS-E-PSICOLÓGICOS

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA VELHICE ................................................. 4 
2.1 O envelhecimento na contemporaneidade ........................................... 9 
3 ASPECTOS NUTRICIONAIS E O ENVELHECER ................................... 24 
4 INDICADORES PSICOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO .................... 37 
5 INDICADORES FÍSICOS DO ENVELHECIMENTO ................................. 45 
6 ASPECTOS SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO ...................................... 57 
7 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA VELHICE 
 
Fonte: revistabula.com 
Conforme a Organização Mundial de Saúde - OMS (2005, p. 8 apud 
DARDENGO C; et al., 2018), “o envelhecimento da população é um dos maiores 
triunfos da humanidade”. Também de acordo com Veras e Caldas (2004, p. 424 apud 
DARDENGO C; et al., 2018): 
“O século XX se caracterizou por profundas e radicais transformações, 
destacando-se o aumento do tempo de vida da população como o fato mais 
significativo no âmbito da saúde pública mundial. Uma das maiores 
conquistas da humanidade foi à extensão do tempo de vida”. (VERAS e 
CALDAS. 2004, p. 424 apud DARDENGO C; et al., 2018). 
Poucos séculos se passaram até que a população atingisse um bilhão de 
pessoas, o que ocorreu em 1830. A partir daí o termo “velho” mudou inúmeras vezes, 
variando conforme o tempo histórico e social. Segundo Beauvoir (1990 apud 
DARDENGO C; et al., 2018) os velhos não possuíam uma categoria própria, sendo 
incluídos na categoria dos adultos. 
Ao se analisar a história, verifica-se que em algumas sociedades antigas, os 
velhos eram valorizados, em virtude de sua experiência, auxiliando os mais jovens em 
suas atividades diárias, transmitindo seus conhecimentos adquiridos no transcorrer 
da vida. Já na Grécia, o envelhecimento era visto conforme a classe social. Se 
pertencentes à elite, detinham o poder político, econômico e cultural, sendo 
 
5 
 
reconhecidos como sábios, diferentemente daqueles pertencentes às classes sociais 
inferiores, que representavam a invalidez, a doença e a morte (HORN, 2013 apud 
DARDENGO C; et al., 2018). 
Beauvoir (1990 apud DARDENGO C; et al., 2018) destaca a história da velhice 
em algumas sociedades, sobretudo na China antiga e no Japão, que privilegiavam 
seus velhos. Os velhos chineses instituíram um poder centralizado e autoritário. 
Segundo Beauvoir (1990, p. 112 apud DARDENGO C; et al., 2018) “Confúcio modelou 
à imagem da coletividade o microcosmo que deu a esta como base a família. Toda a 
casa devia obediência ao homem mais idoso”. Acredita-se que a pessoa idosa era 
vista como sendo possuidor de um certo poder sobrenatural, devido à sua longa vida, 
ocupando um lugar de destaque, associando sabedoria e experiência. 
Na Antiguidade, verifica-se que alguns consideravam a velhice como 
causadora de conflito de gerações. Beauvoir (1990, p. 122 apud DARDENGO C; et 
al., 2018) afirmava que a ideia de honra estava relacionada à da velhice. Para a 
mesma autora, a velhice era integrada à sabedoria, tendo a longevidade lhe conferido 
experiência e autoridade. 
Segundo Beauvoir (1990, p. 136 apud DARDENGO C; et al., 2018) Aristóteles 
ressaltava que: 
“É preciso que o corpo permaneça intacto para que a velhice seja feliz: uma 
bela velhice é aquela que tem a lentidão da idade, mas sem deficiências. Ela 
depende ao mesmo tempo das vantagens corporais que se poderia ter, e 
também do acaso. O declínio do corpo acarreta o do indivíduo inteiro”. 
(BEAUVOIR .1990, p. 136 apud DARDENGO C; et al., 2018). 
Conforme destacado por Lemos et al. (2015 apud DARDENGO C; et al., 2018) 
verifica-se, no passado, que os Babilônios, Hebreus e os Gregos davam grande 
importância aos problemas inerentes à velhice, e pesquisavam formas de se impedir 
o processo de envelhecimento. Para os Babilônios a imortalidade era um ideal a ser 
conquistado. Os gregos desprezavam seus velhos e os colocavam em serviços 
subalternos e humilhantes, enaltecendo a beleza e a juventude. Apenas o filósofo 
grego Platão possuía uma visão onde a velhice estaria ligada a sabedoria, prudência, 
sensatez e astúcia. 
 
 
 
6 
 
Os Hebreus se destacavam pela importância dada a seus velhos, que eram 
vistos como os chefes naturais. Na cultura hebraica destaca-se “Matusalém” que, 
segundo as escrituras, teria vivido 969 anos. Para eles, uma vida longa era vista como 
uma benção. Na sociedade romana os velhos detinham uma posição privilegiada. Eles 
possuíam a autoridade de “ pater famílias”, ou “pais de famílias”. Porém, esta 
autoridade provocava a ira das gerações mais novas, conforme DARDENGO C; et al., 
(2018). 
Segundo Souza et al. (2007 apud DARDENGO C; et al., 2018) com a queda 
do Império Romano os velhos perderam seus privilégios na sociedade, 
tornando-se vítimas dos mais jovens. Ainda conforme Souza et al. (2007 apud 
DARDENGO C; et al., 2018) os Incas e Aztecas tratavam seus velhos com 
muito respeito e consideração. O cuidado para com eles era visto como de 
responsabilidade pública. 
De acordo com Busse e Blazer (1992 apud DARDENGO C; et al., 2018), 
verifica-se no Antigo Testamento, que as pessoas viviam até idades muito longevas, 
como por exemplo, os 10 patriarcas que viveram antes do dilúvio: Enoc (365 anos), 
Lamec (777 anos), Malaleel (895 anos), Enos (905 anos), Cainan (910 anos), Set (912 
anos), Adão (930 anos), Noé (950 anos), Jared (962 anos) e Matusalém (969 anos). 
Esses registros de longevidade aparecem no Antigo Testamento. Porém, de modo 
geral, o Cristianismo revelou uma visão negativa da velhice. Os escritores cristãos 
associavam a velhice à doença, decrepitude e pecado. 
De acordo com Ferrigno (1991 apud DARDENGO C; et al., 2018) os idosos 
pertencentes às tribos nômades, em virtude dos habituais deslocamentos em busca 
de alimentos eram frequentemente abandonados pelo caminho, assim como aqueles 
pertencentes às tribos guerreiras. Verificou-se que, também, nas sociedades 
agrícolas, a existência de abundância de alimentos não era condição para a proteção 
e valorização dos velhos. Levava-se em conta a capacidade deles em produzir e gerar 
riquezas. 
Percebe-se, também, que durante muitos séculos, a velhice foi vista como 
doença, talvez por ter sido, conforme registros históricos, estudada por pessoas 
ligadas à área médica, como por exemplo Galeno, que no século II escreveu sobre as 
funções fisiológicas dos idosos. Durante os séculos posteriores, a velhice foi pouco 
estudada. Aristóteles e Leonardo Da Vinci realizaram alguns estudos, porém todos 
eles consideravam a velhice como doença (BORGES,2007 apud DARDENGO C; et 
al., 2018). 
 
7 
 
Lemos et al. (2015 apud DARDENGO C; et al., 2018) destacou que no Século 
VI tinha-se a visão da velhice como uma época de interrupção dos trabalhos, surgindo, 
então, a ideia da criação dos asilos para idosos carentes. Na Idade Média - época das 
grandes batalhas, os velhos eram obrigados a realizar trabalhos humilhantes e 
degradantes, como forma de sobrevivência. Segundo Bertoldo (2010, p. 18 apud 
DARDENGO C; et al., 2018), também nos Séculos XII, XIII, XIV e XV, a velhice era 
associada ao declínio do corpo, considerada como uma fase de doenças físicas e 
mentais. 
 “Tanto entre os nobres, quanto entre os camponeses, a força física prevalecia: 
os fracos não tinham lugar (BEAUVOIR, 1990, p. 162 apud DARDENGO C; et al., 
2018). ” Também segundo Beauvoir (1990, p. 162), durante os séculos XIII e XVII, 
surgiram várias publicações sobre o processo de envelhecimento, em vários países 
da Europa, como a França, Alemanha, Itália, Rússia e Áustria, os quais aconteciam 
sempre voltados aos estudos da área médica. 
Ainda segundo Lemos et al. (2015 apud DARDENGO C; et al., 2018) 
observou-se que, entre os séculos XIV e XV, houve uma grande epidemia de 
peste negra e cólera, que deixou milhares de mortos entre os mais jovens, 
deixando uma população envelhecida. Este fato facilitou o surgimento de uma 
maior valorização dos mais velhos aumentando, porém, o conflito entre as 
gerações, que havia diminuído no final do Império Romano. 
Segundo Almeida (2005 apud DARDENGO C; et al., 2018), no período 
Renascentista, em torno do século XVI, surgiram estudos nos quais a velhice era 
descrita como sendo um período de conquistas. Alguns trabalhos científicos sobre o 
envelhecimento humano, que tem como seus autores Bacon (1963 apud DARDENGO 
C; et al., 2018) e Descartes (1996 apud DARDENGO C; et al., 2018), acreditavam ser 
apenas o desenvolvimento de métodos científicos eficazes para ‘vencer’ as 
transformações da velhice. Bacon (1963 apud DARDENGO C; et al., 2018) defendia 
a ideia de que um espírito jovem inserido em um corpo velho faria regredir a evolução 
da natureza. Já Erasmo de Roterdâ, via a velhice como “uma carga e a morte como 
necessária”. 
 Segundo ele, a loucura era o único remédio contra a velhice. Nos séculos XVI 
e XVII tem-se um período de maior observação do processo de envelhecimento, onde 
acreditava-se em poder se encontrar as causas da velhice através de análises dos 
sintomas. Tem-se, a partir daí, com o advento da revolução industrial, o surgimento 
 
8 
 
de alguns estudos comparando o corpo humano as máquinas, por isso sujeito a 
desgastes, conforme DARDENGO C; et al., (2018). 
Attias-Donfut (1991, p. 85 apud DARDENGO C; et al., 2018) destacou que 
alguns historiadores situam o século XVIII como “o nascimento do 
envelhescente”, reconhecendo a velhice como uma idade digna. Já no início 
do século XIX, a velhice não era vista com bons olhos, sendo os velhos 
considerados como mendigos, em virtude da dificuldade de se conseguir 
trabalho. Dessa forma, a velhice era associada à incapacidade de produzir. 
Conforme Peixoto (1998 apud DARDENGO C; et al., 2018), na França “era 
denominado velho (vieux) ou velhote (veillard) aquele indivíduo que não 
desfrutava de status social – muito embora o termo velhote também fosse 
utilizado para designar o velho que tinha sua imagem definida como ‘bom 
cidadão’”. 
Debert (1999 apud DARDENGO C; et al., 2018) destacou que a elite dominante 
da época via os velhos com total indiferença, ignorando-os completamente, mas a 
partir da segunda metade do século XIX, o número de velhos aumentou 
substancialmente e a sociedade não podia mais ignorá-los, passando a desvalorizá-
los. Surge, então, a noção ambivalente da velhice. 
 Ainda segundo Debert (1999, p. 14 apud DARDENGO C; et al., 2018), é “esse 
movimento que marca as sociedades modernas, onde, a partir da segunda metade do 
século XIX a velhice é tratada como uma etapa da vida caracterizada pela decadência 
física e ausência de papéis sociais". No entanto, com as mudanças no modo de 
produção capitalista, onde o principal objetivo é o lucro, através da exploração da força 
de trabalho ocorreu uma desvalorização social dos idosos. 
Verificou-se, conforme citado por Silva (2008 apud DARDENGO C; et al., 
2018), que a noção de velhice como etapa da vida surgiu no período de transição 
entre os séculos XIX e XX. Algumas mudanças modificaram o curso da vida, 
propiciando o surgimento do conceito de velhice como se conhece hoje. Dois fatores 
foram fundamentais: a formação de novas disciplinas médicas que estudam o corpo 
envelhecido e a criação das pensões e aposentadorias. 
Gradativamente, a velhice passa a ser vista como um estado fisiológico 
específico, com características específicas que se reúnem sob o signo da 
“senescência”. A partir do surgimento da medicina moderna, observa-se a análise da 
velhice e do envelhecimento como problemas clínicos pertencentes a um processo 
contínuo, onde a morte passa a ser vista como resultado de doenças inerentes à 
velhice, conforme DARDENGO C; et al., (2018). 
 
9 
 
Rezende (2008 apud DARDENGO C; et al., 2018) destacou que nas primeiras 
décadas do Século XX, os aspectos relacionados à velhice tiveram destaque, 
principalmente pelos seus aspectos negativos, à medida que se exaltava a força física 
e a capacidade para o trabalho, que se constituíam como requisitos essenciais à sua 
sobrevivência. Desse modo, a Revolução Industrial colaborou para a quebra dos 
papéis assumidos pelos idosos, transformando a configuração da sociedade e da 
família, alterando as relações familiares. 
Ainda conforme Rezende (2008 apud DARDENGO C; et al., 2018), nos idos de 
1930, a velhice adquire um maior significado, sendo vista sob a ótica social, 
demandante de assistência e atendimento das necessidades essenciais. Porém, a 
partir dos anos 1960, percebeu-se uma mudança na forma de se ver a velhice, em 
virtude das aposentadorias e pensões, através da adoção de uma nova política social. 
Segundo Groisman (1999 apud DARDENGO C; et al., 2018), ao se estabelecer 
a velhice como categoria social, marcada pela decadência física e pela invalidez, 
assim como pelos novos direitos adquiridos, seguiu-se um período no qual a sua 
importância social cresceu significativamente. Groisman (1999 apud DARDENGO C; 
et al., 2018) e Debert (1999 apud DARDENGO C; et al., 2018) destacaram as décadas 
de 1960 e 1970 como um dos períodos mais marcantes para a construção do 
significado social da velhice, quando ela adquire uma visibilidade social. 
Verificou-se, então, que a temática do envelhecimento e da longevidade 
humana existia desde a mais remota história, tendo seu enfoque na busca da eterna 
juventude. E nas últimas décadas, teve maior destaque devido ao aumento do número 
de idosos em todo mundo, e por se tornarem objeto de estudo na comunidade 
acadêmica. Desta maneira, a velhice e o processo de envelhecimento nas culturas 
primitivas demonstram que existiam várias formas de se pensar e viver a velhice, não 
havendo formas pré-definidas, mas um conjunto de situações particulares, 
considerando-se as especificidades de cada cultura, conforme DARDENGO C; et al., 
(2018). 
2.1 O envelhecimento na contemporaneidade 
A população idosa tem aumentado aos poucos nos últimos tempos, o que faz 
questionar o lugar em que o sujeito idoso ocupa na sociedade atual. Desta forma, este 
 
10 
 
capítulo visa apresentar questões relacionadas ao idoso, iniciando com alguns dados 
estatísticos. Abordará sobre os diferentes contextos acerca da velhice no decorrer da 
história, e como a imagem da pessoa idosa foi sendo conceituada com o passar dos 
anos até os dias de hoje, conforme DALMOLIN D; (2018). 
No ano de 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE, 2018 apud DALMOLIN D; 2018), a população com 60 anos ou mais 
era de25,4 milhões. Em cinco anos, os 4,8 milhões de novos idosos correspondem a 
um crescimento de 18% do grupo dessa faixa etária, no qual tem se tornado cada vez 
mais significante no Brasil. As mulheres são a maioria nesse grupo, com o total de 
56% dos idosos, enquanto os homens idosos totalizam 44% do grupo. 
Nos últimos anos, vem se observando uma tendência de envelhecimento da 
população, que é decorrente do aumento da expectativa de vida pela melhoria nas 
condições de saúde, como também devido a taxa de fecundidade, pois o número de 
filhos por mulher vem caindo muito nos últimos tempos. Esse é um fenômeno mundial, 
não acontece somente no Brasil. A medida que o número de idosos aumentará, o de 
crianças de idade de 0 a 9 anos deve cair nas próximas décadas, conforme 
DALMOLIN D; (2018). 
De acordo com o levantamento do IBGE, no ano de 2017, o país tinha 13,5% 
de idosos no total da população, e em dez anos poderá chegar a cerca de 17,4% do 
total de habitantes. Segundo as estimativas do IBGE, a taxa de fecundidade 
continuará caindo, o que hoje representa cerca de 1,77 filho por mulher, no ano de 
2060, a tendência é que o número médio de filhos por mulher seja de 
aproximadamente 1,66. Diante disso, percebe-se que a tendência é de ter um número 
maior de idosos, devido à taxa de natalidade estar diminuindo, conforme DALMOLIN 
D; (2018). 
De acordo com estes dados há uma projeção para que no ano de 2031, o 
número de idosos (43,2 milhões) supere pela primeira vez o número de crianças e 
adolescentes, de 0 a 14 anos de idade (42,3 milhões). A população acima de 60 anos 
deve duplicar no Brasil até o ano de 2042, em comparação com o ano de 2017, onde 
deverá atingir 232,5 milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos, conforme 
dados e estimativas do IBGE, conforme DALMOLIN D; (2018). 
 
 
 
11 
 
Diante destes dados, é importante abordar sobre o desenvolvimento humano, 
como um processo que está em constante evolução, desde o início da vida até o fim 
dela. Desta forma, Papalia e Feldman (2012 apud DALMOLIN D; 2018) apresentam 
oito períodos do desenvolvimento humano que são: 
 Período pré-natal (da concepção ao nascimento); 
 Primeira infância (do nascimento aos 03 anos); 
 Segunda infância (03 a 06 anos); 
 Terceira infância (06 a 11 anos); 
 Adolescência (11 aproximadamente a 20 anos); 
 Início da idade adulta (20 a 40 anos); 
 Vida adulta (40 a 65 anos); 
 Vida adulta tardia (65 anos em diante). 
É importante pensar de que maneira o indivíduo envelhece. Segundo Freud 
(1901- 1905 apud DALMOLIN D; 2018), no processo de desenvolvimento 
psicossexual, durante os primeiros anos de vida, o indivíduo tem a função sexual 
ligada à sobrevivência, onde o seu prazer é identificado no próprio corpo. O corpo é 
erotizado, ou seja, as excitações sexuais estão localizadas em fragmentos do corpo. 
Desse modo, Freud (1901-1905 apud DALMOLIN D; 2018) apresenta cinco fases do 
desenvolvimento sexual. 
A primeira é a fase oral, período do nascimento a um ano de idade, onde a 
zona erógena é a boca, e que através dela a criança obtém prazer. Ela é 
dependente de outra pessoa na qual lhe dê alimento, desenvolvendo um 
sentimento de confiança e conforto através dessa estimulação. A segunda 
fase é a anal, período de um a três anos de idade, onde a criança tem de 
aprender a controlar suas necessidades corporais, desenvolvendo esse 
controle obtêm-se um sentimento de realização e independência. Isso tudo, 
depende de como os pais se aproximam da criança, e aqueles que utilizam 
elogios e certas recompensas certamente irão obter resultados positivos 
ajudando as crianças se sentirem capazes e produtivas, conforme 
DALMOLIN D; (2018). 
A terceira fase é a fálica, de três a seis anos de idade, onde a zona erógena 
são os genitais. Nesse período as crianças começam a descobrir as diferenças entre 
o masculino e o feminino, e segundo Freud (1901-1905 apud DALMOLIN D; 2018), os 
meninos viam seus pais como rivais pelo afeto da mãe. A quarta fase é o período de 
latência, dos seis anos de idade até a puberdade, onde nessa fase os interesses da 
libido são suprimidos. É importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e 
autoconfiança. E a quinta e última, a fase genital, período da puberdade até a morte, 
 
12 
 
quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, e sim em 
um objeto externo, o outro. 
É na fase genital que o idoso se encontra, onde a atividade sexual nessa fase 
da vida é afetada pelas mudanças físicas. Devido ao avanço da idade, os idosos 
relatam ter cada vez mais dificuldades com o desejo sexual. “Muitos adultos mais 
velhos, apesar das mudanças físicas, ainda assim continuam a encontrar prazer 
nessa atividade” (BEE, 1997, p. 533 apud DALMOLIN D; 2018). 
Conforme Papalia e Feldman (2012 apud DALMOLIN D; 2018), há dois tipos 
de envelhecimento. O envelhecimento primário, que é caracterizado como 
sendo um processo gradual e inevitável, no qual se inicia cedo e continua ao 
longo dos anos, e o envelhecimento secundário, que resulta de doenças, 
abusos e maus hábitos, fatores estes, que em grande parte podem ser 
controlados. Na percepção de Papalia e Feldman (2012, p. 573 apud 
DALMOLIN D; 2018) os cientistas dizem existir três grupos de idosos, os 
cientistas sociais especialistas em envelhecimento dizem ter três grupos de 
idosos, o “idoso jovem”, o “idoso, idoso” e o “idoso mais velho”. 
Cronologicamente, os idosos jovens são pessoas entre 65 e 74 anos que, em 
geral, são ativas, animadas e vigorosas. O idoso, idoso, pessoas entre 75 e 
84 anos, e o idoso mais velho, pessoas de 85 anos em diante, estão mais 
propensos a uma condição de fragilidade e doença, e têm dificuldade em 
administrar as atividades diárias da vida (ADVs). 
Para a mesma autora, a expectativa de vida é a idade máxima que uma 
determinada pessoa viverá, considerando sua saúde e idade atual. Baseia-se na 
média de longevidade ou no tempo de vida de determinada população. O tempo de 
vida é o período mais longo que o humano pode viver. Um exemplo, é o caso de 
Jeanne Clement, uma francesa que morreu aos 122 anos de idade, sendo as mulheres 
em geral que vivem mais tempo, apresentando taxas de mortalidade mais baixas do 
que os homens, em praticamente todo o mundo. Isso se deve ao fato de que as 
mulheres cuidam mais de si mesmas, do que os homens deles mesmos, conforme 
DALMOLIN D; (2018). 
O sono também é um fator que acaba interferindo nessa fase da vida. De 
acordo com Papalia e Feldman (2012 apud DALMOLIN D; 2018), ele já não é mais o 
mesmo, as pessoas idosas tem a tendência de dormir e sonhar menos do que 
costumavam, o que faz com que elas acordem mais facilmente em razão de 
problemas físicos. Na presença dos distúrbios do sono, os mesmos devem ser 
tratados imediatamente, do contrário, eles podem causar a depressão. Dessa forma, 
o excesso de sono ou a falta dele pode acarretar em um risco maior de morte. 
 
13 
 
O sexo também já não é mais o mesmo do que era antes. Os homens, em 
geral, levam um tempo maior para ter uma ejaculação, necessitando ainda de algum 
estímulo. A atividade sexual pode causar um prazer maior nas pessoas mais velhas 
no momento em que elas reconhecem que é apenas uma atividade normal e saudável, 
e são os homens que tem a tendência maior de permanecerem sexualmente ativos 
durante a velhice (PAPALIA e FELDMAN, 2012 apud DALMOLIN D; 2018). 
Para Silva (2008 apud DALMOLIN D; 2018), o envelhecimento é um processo 
no qual cada sujeito vai vivenciar essa fase da vida de uma maneira, é singular para 
cada um, depende da cultura de cada pessoa. O processo de envelhecimento tem 
sido considerado um fenômeno relativamente atual na população brasileira devido ao 
aumento significativo de idosos no país e, em decorrência desse processo, uma falta 
de preparação de políticas que atuem para promover a saúde do idoso e a melhoria 
na qualidade de vida. 
SegundoBeauvoir (1990 apud DALMOLIN D; 2018), a velhice deve ser 
compreendida em sua totalidade, por ter uma dimensão existencial que transforma a 
relação de um indivíduo com o tempo, o mundo e sua própria história. Na mitologia e 
na literatura a imagem da velhice varia de acordo com o tempo e o lugar. A imagem 
da velhice está representada de maneira confusa e contraditória. Sendo, para cada 
indivíduo, um destino singular, ou seja, o seu próprio. 
Vida é um sistema instável no qual se perde e se reconquista o equilíbrio a 
cada instante; a inércia é que é o sinônimo de morte. A lei da vida é mudar. 
Uma nova forma de olhar para o envelhecimento, de associar a velhice à vida 
e não à morte (BEAUVOIR, 1990, p. 13 apud DALMOLIN D; 2018). 
De acordo com DALMOLIN D; (2018), a mesma autora traz uma contribuição 
em sua obra: “A Velhice”, sobre a história acerca das sociedades, mencionando que 
a China antiga proporcionou uma condição privilegiada aos velhos, no qual a 
civilização chinesa exigia um poder centralizado e autoritário, onde toda a casa devia 
obediência ao homem mais idoso. É possível, também ter um entendimento de como 
o idoso era reconhecido dentro da sociedade judaica, sendo um povo fortemente 
reconhecido pelo respeito com que cercou a velhice. Sua sociedade era reconhecida 
como sendo patriarcal, onde os ancestrais eram eleitos porta-vozes de Deus, 
considerando a longevidade como suprema recompensa da virtude: 
Os cabelos brancos são uma coroa de honra: é no caminho da Justiça que 
essa coroa é encontrada [...] Abençoada por Deus, a velhice exige obediência 
 
14 
 
e respeito: “Tu te levantarás diante dos cabelos brancos e honrarás a pessoa 
do velho”- prescreve o Levítico (BEAUVOIR, 1990. p. 115 apud DALMOLIN 
D; 2018). 
Na mesma obra a autora comenta a respeito da expectativa de vida do idoso 
no decorrer da história em diversas sociedades e em épocas diferentes, ressaltando 
o olhar sobre a imagem que esse sujeito idoso desperta no outro. Beauvoir (1990, p. 
271 apud DALMOLIN D; 2018), faz um levantamento sobre o aumento da longevidade 
no decorrer dos séculos, desde a Antiguidade, a expectativa de vida no nascimento 
não parou de crescer; era de 18 anos entre os romanos, de 25 anos no século XVII. 
Em cem crianças, vinte e cinco morriam antes de um ano, outras vinte e cinco antes 
dos 20, e vinte e cinco entre 20 e 45 anos. [...] no século XVIII, a expectativa de vida 
na França era de 30 anos. [...] em 1851, havia na França 10 % de pessoas idosas de 
mais de 60 anos, a partir do século XVIII, a proporção dos velhos na população 
dobrou. 
A sociedade consumista do mundo moderno é marcada por uma cultura de 
imagem, onde que a felicidade está implicada na beleza e juventude. Nessas 
circunstâncias a velhice vem sendo caracterizada por uma imagem negativa, 
remetendo-nos a pensamentos de rejeição e medo do envelhecimento. Beauvoir 
(1990, p. 266 apud DALMOLIN D; 2018), destaca que o tempo na velhice. O velho - 
salvo exceções - não faz mais nada. Ele é definido por uma exis, e não por umas 
práxis. O tempo o conduz a um fim- a morte- que não é o seu fim, que não foi 
estabelecido por um projeto. E é por isso que o velho aparece aos indivíduos ativos 
como uma “espécie estranha”, na qual eles não se reconhecem. 
De acordo com Beauvoir (1990 apud DALMOLIN D; 2018), com o passar dos 
anos a figura do sujeito idoso perdeu seu valor social e simbólico, passando 
a ter uma imagem negativa e fragilizada. Hoje, o velho já não é mais 
reconhecido como aquele que transmite seus valores e saberes, é 
considerado como sendo um ser debilitado, aposentado. Antes, o 
envelhecimento que poderia ser considerado um privilégio de poucos, hoje 
passa a ser um lugar comum. Ao mesmo tempo em que envelhecer se refere 
a um prolongamento de vida, o ideal que se tem, na contemporaneidade é o 
de prolongamento de características que dizem de um adolescer. 
Segundo Bee (1997 apud DALMOLIN D; 2018), o idoso sofre com algumas 
mudanças físicas nesse período da vida. Mudanças como, por exemplo: nos sentidos 
de audição, gosto e olfato e sono, como citado também por Papalia e Feldman (2012 
apud DALMOLIN D; 2018) esse último. Perdas de audição leves ou moderadas não 
 
15 
 
são sinônimo de isolamento da pessoa idosa, ou dela viver infeliz, mas caso se agrave 
nota-se problemas sociais ou psicológicos, podendo levar a depressão. Os homens 
têm mais tendência a terem problemas auditivos do que as mulheres, isso se deve, 
aos mesmos em sua grande maioria trabalharem em locais com alto nível de ruídos. 
Mudanças em relação ao gosto mudam muito de um indivíduo para o outro e 
não são tão grandes, aumentando com a idade, tanto para sabores mais salgados 
como mais azedos (SCHIEBER, 1992 apud BEE, 1997 apud DALMOLIN D; 2018). Já 
no olfato, as mudanças são maiores, o que pode reduzir certos prazeres na vida do 
idoso, e muitas vezes usando em excesso algum tempero para tentar sentir o seu 
gosto, pode vir a ocasionar problemas maiores de saúde. 
Mudanças no sono também ocorrem em adultos com mais de 65 anos de idade, 
pois costumam acordar com maior frequência durante a noite, e adultos mais velhos 
geralmente acordam cedo e vão dormir mais cedo também. Costumam cochilar 
durante o dia devido suas noites mal dormidas, se tornando assim pessoas matutinas 
ao invés de noturnas. Essas mudanças físicas geralmente são encontradas em todos 
os idosos (BEE, 1997 apud DALMOLIN D; 2018). 
Conforme Bee (1997 apud DALMOLIN D; 2018), as incapacitações físicas e 
mentais também estão presentes nesse período de vida, onde aqueles que 
apresentam alguma forma de incapacitação por diversos anos, evidenciam taxas mais 
elevadas de mortalidade e de incapacitação ao longo dos próximos anos. São poucos 
os idosos que apresentam uma melhora em suas funções físicas, entre uma 
observação e outra. 
A doença de Alzheimer não é algo próprio da velhice, acontece também nas 
outras fases da vida, mas na maioria das pessoas os sintomas iniciam depois dos 60 
anos de idade. É considerada uma incapacitação mental, que é causada por um 
conjunto de mudanças na estrutura do cérebro. Se inicia de forma lenta, perdendo aos 
poucos a memória, o idoso começa a fazer constantes repetições durante conversas 
no seu dia a dia, dentre outros. Logo após, começa a perder a memória de eventos 
recentes e não reconhece mais seus familiares, bem como nome de objetos comuns 
presentes no seu cotidiano e de como se faz determinadas tarefas diárias que antes 
fazia, como por exemplo, escovar os dentes (BEE, 1997 apud DALMOLIN D; 2018). 
 
 
16 
 
A velhice é uma fase do desenvolvimento humano, na qual não é somente uma 
fase de perdas e incapacidades para a pessoa idosa. O envelhecimento pode 
provocar limitações, intensificando com o passar do tempo, como doenças crônicas e 
acidentes graves, conforme DALMOLIN D; (2018). 
Mas, além disso, é um processo de vida, definido por mudanças 
biopsicossociais específicas. Essas mudanças, de acordo com Rosa e Vilhena (2016 
apud DALMOLIN D; 2018), podem ser observadas em vários ciclos vitais na infância 
e adolescência, sendo de origem biológica, psicológica e social. Assim, percebe-se, 
que o envelhecimento é algo complexo e dinâmico e que os indivíduos não 
envelhecem todos da mesma maneira. 
Kreuz e Pereira Franco (2017 apud DALMOLIN D; 2018) apontam que o 
envelhecimento humano é um processo progressivo que compreende além da 
aprendizagem, o amadurecimento e seu desenvolvimento. É necessário por parte do 
sujeito que envelhece, se adaptar às mudanças desta fase de vida, onde aparecem 
perdas físicas, sociais e cognitivas. Precisam enfrentar mais perdas do 
envelhecimento do que ganhos, onde seus lutos podem decorrer de perdas no âmbito 
social, financeiro e simbólico. 
Segundo os mesmos autores, a saída dos filhos da casa dos pais, a 
aposentadoria compulsória, a confirmação de que seu esposo (a) está morrendo ouo 
enfrentamento da viuvez e da solidão; o aparecimento de doenças ou comorbidade; o 
declínio da beleza e da força física; a perda pelo exercício da sexualidade; a perda da 
perspectiva do futuro; são algumas das situações nas quais o idoso se depara, sendo 
algo impactante para ele, conforme DALMOLIN D; (2018). 
Desta forma, convém ao idoso fazer mudanças no seu modo de viver, fazendo 
uso efetivo de seus recursos emocionais para atuar neste contexto de perdas 
concretas e simbólicas. Deste modo, o luto é vivido de maneira singular para todo e 
qualquer sujeito, conforme DALMOLIN D; (2018). 
Pessoas idosas, aposentadas, que não estão mais no mercado de trabalho, 
atualmente, têm sido desvalorizadas, vistas como pessoas inúteis, sem capacidade 
para fazer alguma coisa. Pois, segundo Carmo e Castro (2016, p. 4 apud DALMOLIN 
D; 2018), numa sociedade de consumo “onde o valor social prioritário é poder 
econômico, o velho é discriminado e excluído por não ser mais produtivo, nem se 
integrar nos padrões de beleza e juventude culturalmente valorizados”. 
 
17 
 
De acordo com Bosi (1983 apud DALMOLIN D; 2018), ao perder sua força de 
trabalho, o velho não é mais capaz de produzir e nem reproduzir absolutamente nada, 
não tem mais liberdade de escolha ou de dar opiniões, tendo que ceder seu lugar às 
pessoas mais jovens. Cada vez mais torna-se dependente e, em muitos casos, não é 
mais cuidado pela própria família, sendo levado para abrigos, lar de idosos, de longa 
permanência. 
Conforme Silva (2008 apud DALMOLIN D; 2018), estudos compreendem o 
surgimento da terceira idade como algo característico da velhice, dizendo que é 
possível vivenciar esta fase da vida de uma maneira prazerosa. Os sujeitos que não 
podem, não conseguem ou não querem ter uma velhice autônoma, de prazer, são 
sujeitos dependentes. 
Segundo o mesmo autor, nas últimas décadas, devido às novas perspectivas 
identitárias, a velhice era compreendida como um momento de repouso da pessoa 
idosa, enfraquecimento, isolamento do meio social, agora é compreendida como um 
momento de lazer, de desfrutar a vida, o que, de certa forma, não pôde ser vivenciado 
em sua juventude, surgindo, nesse momento da vida, novos comportamentos e modos 
de pensar, conforme DALMOLIN D; (2018). 
Bosi (2004 apud DALMOLIN D; 2018) denomina “memórias-lembrança”, as 
lembranças mais significativas para os idosos. Essas lembranças 
representam as substâncias de suas próprias vidas no presente, o que 
diferencia dos jovens, uma vez que, para eles, é um momento de reflexão e 
fuga. A autora chama a atenção para a questão da memória, as memórias 
são, por conseguinte, elementos fundamentais neste processo de construção 
identitária, tanto as chamadas “memórias-hábitos”, exigência dos processos 
de socialização, quanto as chamadas “memórias lembrança”, aquelas que 
trazem “`à tona da consciência um momento único, singular, não repetido, 
irreversível da vida (p. 456). 
No que se refere à memória, segundo a mesma autora, suas lembranças 
surpreendem pela riqueza de eventos, pois são tantas histórias, tantos 
acontecimentos e atividades vivenciados, e que não fazem mais parte do interesse 
cotidiano de crianças e jovens na sociedade atual. Enquanto os idosos relatam 
brincadeiras, jogos, cantos e danças, as crianças e jovens de hoje se envolvem com 
as tecnologias, celulares e jogos eletrônicos, conforme DALMOLIN D; (2018). 
 
 
 
18 
 
De acordo com Argimon et al. (2011 apud DALMOLIN D; 2018), durante a 
velhice, o idoso passa a ser observado constantemente em sua vida. Passa a ser 
controlado e monitorado em praticamente tudo o que faz, desde os cuidados básicos 
às atividades que deseja realizar no seu dia a dia. Os autores ainda ressaltam que, 
nessa fase da vida, o idoso, não sendo mais saudável, não é capaz de produzir, o que 
o torna uma pessoa incapaz, sem valor algum para a sociedade. 
No que diz respeito às mulheres, os autores sustentam, que estas têm 
envelhecido de forma mais saudável e ativa do que os homens, isso se deve ao fato 
de que, há tempos atrás, as mulheres não trabalhavam fora de casa, permaneciam 
somente em seus lares, com sua ocupação apenas os afazeres domésticos. 
Atualmente, em grande parte isso não acontece, pois, as mesmas têm um trabalho 
fixo, remunerado, buscando sua independência, seu sustendo, como os homens, 
sempre o fizeram (ARGIMON et al., 2011 apud DALMOLIN D; 2018). 
Ao se lembrar do passado o sujeito idoso não está simplesmente descansando, 
mas se ocupando, conscientemente, dos momentos vividos, contando e revivendo 
suas lembranças, a partir dos papéis guardados, cartas, fotos, e conversas com as 
pessoas da mesma faixa etária, interrogando-as. São as recordações ocupando um 
lugar específico (HALBWACHS, 1980, apud BOSI, 1983 apud DALMOLIN D; 2018). 
Há um momento em que o homem maduro deixa de ser um membro ativo da 
sociedade, deixa de ser um propulsor da vida presente do seu grupo: neste 
momento, de velhice social resta-lhe, no entanto, uma função própria: a de 
lembrar. A de ser a memória da família, do grupo, da instituição, da sociedade 
(BOSI, 1983, p. 23 apud DALMOLIN D; 2018). 
A convivência diária dos idosos com pessoas mais jovens e a dependência na 
vida destes podem gerar desentendimentos. A relação que antes era boa, estável, 
pode não ser mais, não havendo diálogo entre eles o que é a base para uma boa 
relação, pode resultar em algum tipo de violência, física ou psicológica, contra a 
pessoa idosa, conforme DALMOLIN D; (2018). 
 De acordo com Saraiva e Coutinho (2012 apud DALMOLIN D; 2018), a 
violência é concebida como um fenômeno social com implicações subjetivas, 
construída nas relações estabelecidas entre as pessoas, instituições e grupos da 
sociedade na qual o indivíduo pertence. Segundo o artigo 4º do Estatuto do Idoso 
(2008 apud DALMOLIN D; 2018) nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de 
 
19 
 
negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos 
seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. 
Conforme o Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa (2007 apud 
DALMOLIN D; 2018), a violência aumentou de forma significativa, principalmente em 
crianças, jovens, mulheres, pessoas com deficiência e idosos. A violência contra 
pessoas idosas é uma violação aos direitos humanos, sendo uma das causas mais 
importantes de doenças, lesões, isolamento, perda de produtividade, dentre outros. 
Para a grande maioria das pessoas há uma certa dificuldade de compreender a 
ocorrência do problema, pois acreditam que é somente nas instituições que os idosos 
sofrem algum tipo de violência, sendo impossível de serem maltratadas em outros 
locais, como em seus próprios lares, por exemplo. 
Ainda conforme o Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa (2007 apud 
DALMOLIN D; 2018), quando se fala em violência contra as pessoas idosas, logo 
pensa-se em violência física, mas esta não é a única, há inúmeras formas de violência, 
como: violência psicológica, social, moral, sexual, familiar, econômica, institucional, 
estrutural, podendo resultar à atos de omissão e negligência. A violência contra a 
pessoa idosa se define como qualquer ato, único ou repetitivo, ou omissão, que ocorra 
em qualquer relação supostamente de confiança, que cause danos ou incômodo à 
pessoa idosa. 
São inúmeras as razões pelas quais as pessoas possam vir a sofrer algum tipo 
de violência, dentre elas, a fragilização das relações familiares; estresse do cuidador; 
isolamento social; como também pelo desequilíbrio de poder entre a vítima e o 
agressor. Não é uma tarefa fácil para os cuidadores, os quais não tendo apoio da 
comunidade em geral podem sofrer algum tipo de estresse e assim, apresentar 
comportamentos que levem ao abuso e violência perante a pessoa idosa. De acordo 
com o Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa (2007, p. 24 apud DALMOLIN D; 
2018): 
É preciso romper ovéu do silêncio que cobre o assunto. A violência à pessoa 
idosa ocorre na sua grande maioria no contexto familiar, praticada por um membro da 
família da pessoa idosa. Muitas vezes, em defesa do agressor (filho, filha, neto, neta...) 
o idoso se cala, omite e muitas vezes, somente a morte cessará a cadeia dos abusos 
e maus tratos sofridos. É muito difícil penetrar na intimidade da família. Se para 
mulheres em situação de violência, em muitas situações, é difícil denunciar o marido 
 
20 
 
agressor, para as pessoas idosas a dificuldade acentua-se muito mais em denunciar 
ou declarar que seus filhos são os agressores. Muitas pessoas idosas se culpabilizam 
pela violência sofrida ou então ou acham que é normal da idade sofrer a violência, 
conforme DALMOLIN D; (2018). 
Ainda conforme o Caderno de Violência contra a Pessoa Idosa (2007 apud 
DALMOLIN D; 2018), a violência passa muitas vezes despercebida pelos 
profissionais. Portanto, é de extrema importância observar o comportamento e a 
comunicação entre a possível vítima e o possível agressor. Envelhecer não é sinônimo 
de perda de autonomia, pois toda pessoa idosa é responsável pelas suas escolhas, 
ou seja, poderá tomar decisões sobre sua vida, se ela tiver capacidade para tal, do 
caso contrário cabe a seus responsáveis o poder de decisão. Sofrer algum tipo de 
violência pode provocar na pessoa idosa medo, fazendo com que ela fique com 
dificuldade para decidir algo. 
Diante da violência contra a pessoa idosa, a sociedade como um todo, deverá 
prestar mais atenção a pessoa idosa, elaborando alternativas com o fim de 
erradicar as causas das diversas violências que este contingente 
populacional sofre. Tenhamos em mente que todas as melhorias investidas 
nos idosos de hoje é com certeza uma melhora para todos nós que mais tarde 
deveremos chegar a esta etapa da vida (CADERNO DE VIOLÊNCIA 
CONTRA A PESSOA IDOSA, 2007, p. 22 apud DALMOLIN D; 2018). 
O acompanhamento nutricional se faz necessário nessa faixa etária da vida. 
De acordo com Tramontino et al (2009 apud DALMOLIN D; 2018), a nutrição pode 
influenciar na qualidade de vida da pessoa idosa. Há vários problemas que podem ser 
causados devido uma má alimentação e maus cuidados, tais como: cáries, perda de 
dentes e até doenças, entre outros. Por isso, é necessário ter um acompanhamento 
nutricional, para assim, ter uma alimentação adequada, tendo uma velhice saudável, 
evitando doenças e melhorando a qualidade de vida. 
Segundo Papalia e Feldman (2012 apud DALMOLIN D; 2018), cinco a cada 
seis norte-americanos, com idade igual ou maior há 60 anos precisam melhorar suas 
dietas, e mulheres mais velhas tendem a ter dietas mais saudáveis do que os homens. 
Da mesma forma que o ganho de peso não é saudável para as pessoas idosas, a 
perda dela também não é, pois pode ocasionar em fraqueza muscular e fragilidade. 
Portanto, é importante ter uma dieta saudável, na qual pode reduzir os riscos de 
obesidade, pressão e colesterol alto. 
 
21 
 
A atividade física também tem seus benefícios para a pessoa idosa. O exercício 
regular, segundo Papalia e Feldman (2012 apud DALMOLIN D; 2018), pode fortalecer 
algumas partes do corpo, como por exemplo, o coração e os pulmões, além de 
proteger contra vários problemas, dentre eles: a hipertensão, doenças cardíacas e 
diabetes, ajuda a manter a velocidade, força, resistência e respiração do idoso. Os 
exercícios ajudam também na prevenção de dores, diminuição do estresse, 
melhorando o estado mental e o desempenho cognitivo. A prática constante pode 
promover o bem-estar para a pessoa idosa, aumentando assim a expectativa de vida 
da mesma. 
Promove saúde e qualidade de vida para qualquer sujeito, inclusive para o 
idoso, possibilitando um estilo de vida mais saudável, diante também de uma dieta 
balanceada, além de melhorar significamente a qualidade de vida, retarda o processo 
de envelhecimento e atua como eficácia no combate e prevenção das doenças 
degenerativas. Diante do desenvolvimento tecnológico, é notável que as pessoas se 
tornaram mais acomodadas frente a qualquer tipo de esforço físico, resultando em 
uma população mais obesa. Portanto, deve ser incentivado em todas as faixas etárias 
o hábito de praticar regularmente algum tipo de exercício físico (NEGREIROS, 2007 
apud DALMOLIN D; 2018). 
Assim como a atividade física, a fisioterapia é muito importante nessa faixa 
etária, pois além de reduzir o risco de quedas e lesões, é responsável pela melhora 
funcional do idoso. É essencial a realização de vários exercícios para melhorar a 
resistência, o equilíbrio e a força muscular. De acordo com Assis et al. (2007), a 
fisioterapia também utiliza os exercícios fisioterapêuticos na água para realizar a 
prevenção, a manutenção e melhorar a funcionalidade dos idosos. A água auxilia na 
sua flexibilidade gerando diminuição da tensão muscular e na movimentação das 
articulações. Diante disso, percebe-se a importância da fisioterapia para a pessoa 
idosa, conforme DALMOLIN D; (2018). 
Em relação aos cuidados paliativos (cuidados assistenciais oferecidos para 
todo paciente que tenha uma doença fora de possibilidades de cura visando melhor 
qualidade de vida através da prevenção e alívio do sofrimento imposto pela doença) 
no paciente idoso, segundo Júnior e Reis (2007 apud DALMOLIN D; 2018), as 
principais funções do fisioterapeuta são de ajudar o paciente a manter sua identidade 
e autonomia, gerar conforto, treinar habilidades, promover atividades com o corpo, 
 
22 
 
bem como incentivar seu convívio diário com a família e amigos. Dessa forma, a 
fisioterapia pode desempenhar um papel importante para o idoso. 
Nas últimas três décadas, conforme Silva e Saldanha (2012 apud DALMOLIN 
D; 2018), houve um aumento significativo de pessoas acima de 50 anos com 
diagnóstico de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O impacto da doença nessa 
faixa etária está relacionado além do diagnóstico, com a vivência de situações de 
descriminação em seu cotidiano, seja por revelar sua sexualidade que é considerada 
por parte da sociedade como inexistente, seja pelos estereótipos associados à 
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). 
Para a sociedade e para os próprios idosos, a possibilidade de uma pessoa 
com mais de 60 anos de idade ser infectada pelo HIV parece ser irrelevante, pois 
nessa faixa etária a sexualidade ainda é tratada como tabu. Porém, todas as pessoas 
são vulneráveis à doença, não somente as mais jovens. Vale ressaltar que somente 
em 2009, devido ao aumento dos casos diagnosticados nessa faixa etária, as 
campanhas de prevenção à AIDS promovidas pelo Ministério da Saúde do Brasil 
foram dirigidas as pessoas acima de 50 anos (SILVA E SALDANHA, 2012 apud 
DALMOLIN D; 2018). 
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), embora se apresente como 
doença, em pessoas acima de 50 anos, chama a atenção para uma série de fatores 
específicos, onde deve-se levar em conta tanto os fatores biológicos como suas 
implicações psicológicas e sociais, tanto para a pessoa que está com a doença como 
também para seus familiares e pessoas de convívio. Diante do desenvolvimento da 
doença acontecem mudanças na vida cotidiana, onde o uso da medicação deve ser 
regular e deve se ter um cuidado contínuo para evitar o aparecimento de doenças 
oportunistas (SILVA e SALDANHA, 2012 apud DALMOLIN D; 2018). 
De acordo com os mesmos autores, a AIDS se apresenta na velhice como um 
acontecimento de menor impacto quando comparada entre os jovens. Nos jovens, a 
doença acabaria provocando danos maiores, devido os mesmos não aproveitarem a 
vida em tempo maior, havendo certas limitações. Um exemplo é no mercado de 
trabalho, que através da saúde debilitada o mesmo não poder exercer mais suas 
funções ou até mesmo pela ausência de oportunidades, o que tornaria a morte um 
acontecimento mais próximo, conforme DALMOLIN D; (2018). 
 
23 
 
Em meio a esse processo,existem ainda, os conflitos subjetivos vivenciados, 
como a falta de preparo para lidar com determinada situação, o sentimento de culpa 
e vergonha diante dos outros e o sentimento de proximidade da morte. A convivência 
com a AIDS, além do sofrimento causado pela doença, também é alvo de preconceito 
por parte de muitas pessoas, o que infelizmente, acaba contribuindo para a morte 
social da mesma (SILVA e SALDANHA, 2012 apud DALMOLIN D; 2018). 
O sexo não deve ser visto como doença, mas como uma forma de obter prazer 
em qualquer idade. A sexualidade, tanto na terceira idade como nas demais faixas 
etárias, não se refere unicamente ao ato sexual. Pode ser compreendida e vivenciada 
de várias maneiras, tais como na troca de afeto e carinho, através do contato físico, 
por meio do cuidado corporal, dentre outros. “Assim, a vida sexual muda 
constantemente ao longo de toda a evolução individual, porém só se encerra com a 
morte” (SOUSA, 2008 apud SANTOS et al., 2017, p. 28 apud DALMOLIN D; 2018). 
Em relação à sexualidade os autores complementam: 
Sexualidade é um conjunto de manifestações em formato de pensamentos, 
comportamentos e sentimentos, que podem ser reveladas em todas as 
idades de maneiras diferentes, sim, mas não menos importantes e 
prazerosas. Para as pessoas na terceira idade, a vivência da sexualidade 
pode ter diversos pontos positivos, sendo uma oportunidade de expressar 
amor, carinho, afeto, sensualidade e admiração por alguém (ALMEIDA e 
LOURENÇO, 2007 apud SANTOS et al., 2017, p. 32 apud DALMOLIN D; 
2018). 
Devido ao progresso da medicina, pode-se prolongar a expectativa de vida, 
pois o conhecimento é usado como objeto de poder. Porém, esses últimos dias de 
vida, muitas vezes, são vivenciados de maneira dolorosa pelo sujeito. Negreiros (2007 
apud DALMOLIN D; 2018), aponta cinco estágios que caracterizam a tomada de 
consciência do sujeito de seu estado terminal de vida. 
O primeiro estágio é o da negação, uma espécie de defesa temporária, onde o 
sujeito tem um tempo para assimilar a triste notícia e para que possa diminuir o 
impacto causado pela mesma. O segundo estágio é o da raiva, marcado pelo 
ressentimento. O terceiro estágio é o da barganha, no qual se faz muitas promessas 
a Deus, com a finalidade de encontrar um aliado que lhe prometa que o mesmo 
continuará vivo. O quarto estágio é o da depressão, no qual o paciente entra em 
contato com a angústia e a solidão, percebendo que o fim de sua vida se aproxima. 
 
24 
 
E, por fim, o último estágio, da aceitação, no qual o sujeito demonstra-se mais ameno, 
aceitando sua real situação, conforme DALMOLIN D; (2018). 
De acordo com Negreiros (2007 apud DALMOLIN D; 2018), o corpo está mais 
fraco e cansado, sabe-se que ele não durará eternamente, então a morte passa a ser 
vista pelo idoso como certeza inescapável. Pensar sobre a morte faz o idoso refletir e 
recordar toda sua história, como suas vitórias e seus fracassos. Sendo a morte, 
culturalmente vista como um fim, colocando o sujeito de frente com o vazio, como se 
todos os anos de sua vida não valessem absolutamente nada, restando esperar pela 
única certeza que lhe resta, o seu morrer. 
A partir disso, percebe-se que o idoso tem um papel importante em algumas 
sociedades, sendo ele o suposto saber de experiências de vida, um saber que deve 
ser aproveitado e jamais esquecido. Já em outras, esse saber não interessa, onde 
dessa forma o idoso acaba sendo abandonado ou deixado de lado, não tendo mais 
valor para determinadas sociedades, uma vez que este não produz mais, o que nos 
dias de hoje parece representar ser mais importante, conforme DALMOLIN D; (2018). 
3 ASPECTOS NUTRICIONAIS E O ENVELHECER 
 
Fonte: portaldoenvelhecimento.com.br 
 
25 
 
O envelhecimento acontece de forma natural ao qual provém do organismo as 
inúmeras alterações anatômicas e funcionais, tendo como resultado as condições de 
saúde e o estado nutricional do idoso. Situação que pode ter como circunstância 
efeitos fisiológicos, medicamentoso, diminuição da percepção sensorial, alterações 
mentais, além de outras reações do organismo podendo desenvolver doenças que 
possam reduzir o apetite, (COELHO et al. 2017 apud SILVEIRA J; et al., 2018). 
Segundo a Associação Americana de Saúde Pública, o estado nutricional é definido 
como a “condição de saúde de um indivíduo influenciado pelo consumo e utilização 
de nutrientes e identificada pela correlação de informações obtidas através de estudos 
físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”, conforme SANTOS H; (2011). 
Os problemas alimentares em todas as idades incluem tanto a desnutrição 
como o consumo excessivo de calorias. Nos idosos, a desnutrição pode ser causada 
pelo acesso limitado a alimentos, dificuldades socioeconômicas, falta de informação 
e conhecimento sobre nutrição, escolhas erradas de alimentos, alimentos ricos em 
gordura, por exemplo, doenças e uso de medicamentos, perda de dentes, isolamento 
social, deficiências cognitivas ou físicas que inibem a capacidade de comprar comida 
e prepará-la, situações de emergência. Portanto, o estado nutricional é detectado a 
partir de vários parâmetros, que podem ser utilizados e avaliados de forma isolada ou 
associada (FELIX, 2009; NAJAS, 2005 apud SANTOS H; 2011). 
É de fundamental importância conhecer as mudanças corpóreas normais que 
ocorrem durante o processo de envelhecimento. As alterações biológicas próprias 
deste processo incluem a progressiva diminuição da massa corporal magra e de 
líquidos corpóreos, o aumento da quantidade de tecido gorduroso, a diminuição de 
vários órgãos (rins, fígado, pulmões) e, sobretudo uma grande perda de músculos 
esqueléticos. Todos esses aspectos justificam a busca de condutas e diagnósticos 
nutricionais que visem à melhora da qualidade de vida desse grupo etário (NAJAS, 
2005 apud SANTOS H; 2011). 
Na região semiárida do Brasil, a obesidade como problema de saúde pública é 
um fenômeno bastante recente, uma vez que esta sempre se caracterizou pelo pobre 
perfil nutricional de sua população, consequência dos indicadores socioeconômicos e 
ambientais desfavoráveis, permanentemente registrados. Segundo Gallon (2010 apud 
SANTOS H; 2011), as necessidades nutricionais apresentam particularidades de 
acordo com o avanço da idade. 
 
26 
 
Os requerimentos nutricionais no climatério e na menopausa têm 
características especiais, devido ao aumento dos fatores de risco para doenças 
cardiovasculares (DCV), osteoporose, demência e câncer. Uma dieta adequada e 
exercícios físicos são ferramentas importantes para diminuir e para prevenir a 
morbidade e a mortalidade relacionada à obesidade, hipertensão e DCV, conforme 
SANTOS H; (2011). 
No caso especifico da mulher climatérica, os excessos nutricionais relacionam-
se com o alto consumo de alimentos energéticos, principalmente provenientes de 
gorduras saturadas. Porém, não são apenas os excessos que preocupam, mas a 
deficiência nutricional dos alimentos ingeridos (GALLON, 2010 apud SANTOS H; 
2011). Segundo Friedrich (2007 apud SANTOS H; 2011), mulheres a partir do início 
do climatério apresentam progressivo aumento de peso, com sobrepeso em média de 
75% da população avaliada, com o aumento do risco de morbidade, principalmente 
relacionadas a doenças cardiovasculares. 
Foi feito um estudo baseado na análise dos resultados obtidos com a aplicação 
de um programa de intervenção nutricional e de exercício físico, sobre o perfil 
antropométrico e os hábitos alimentares de mulheres obesas no climatério, permitiu 
concluir que a perda de peso corporal se dá com maior intensidade na presença de 
exercício físico e a associação de dieta e educação nutricional mostrou-se efetiva na 
promoção de mudanças no consumo habitual de alimentos (MONTEIRO, 2004 apud 
SANTOS H; 2011). 
No processo de envelhecimento, a importância da alimentação é comprovada 
por estudos epidemiológicos, clínicos e de intervenção,que têm demonstrado ligação 
consistente entre o tipo de dieta e o surgimento de doenças crônicas não 
transmissíveis, incluindo as doenças cardíacas coronarianas, doenças cérebro-
vasculares, vários tipos de cânceres, diabetes mellitus, cálculos biliares, cáries 
dentárias, distúrbios gastrointestinais e várias doenças ósseas e de articulações, além 
do uso prolongado de medicamentos que interferem no apetite, no consumo e na 
absorção de nutrientes (FELIX, 2009 apud SANTOS H; 2011). 
A educação nutricional tem sido destaque em diversos estudos epidemiológicos 
(FELIX, 2009; OPAS, 2005; VECCHIA, 2005 apud SANTOS H; 2011) em especial 
naqueles nos quais os resultados apontam para a correlação entre comportamento 
alimentar e doenças (OMS, 1990 apud SANTOS H; 2011). 
 
27 
 
Existem evidências de que cerca de 70% dos idosos institucionalizados 
ingerem dieta deficiente em energia e fibras, e entre os pacientes idosos internados, 
cerca de 80%, apresenta níveis reduzidos de albuminemia e 50%, emagrecimento 
importante (MARCHINI, 1998 apud SANTOS H; 2011) 
É fundamental que as alterações próprias do envelhecimento sejam os mais 
precocemente possíveis diferenciadas dos sinais clínicos de desnutrição. A 
terapêutica nutricional desempenha papel importante na promoção da saúde, 
prevenção da doença e no cuidado geral, tanto em situações clínicas quanto cirúrgicas 
tanto para o idoso homem/mulher. Essa prevenção e/ou controle da desnutrição em 
idosos, seja em nível ambulatorial, hospitalar ou institucionalizado, deve ser uma meta 
considerada por toda a equipe de saúde nos serviços de atendimento a esta 
população, conforme SANTOS H; (2011). 
De acordo com SANTOS H; (2011), a aplicação de métodos de avaliação 
nutricional que permitam uma vigilância do estado nutricional deve englobar os três 
níveis de controle do processo saúde-doença: 
 Nível l – controle dos condicionantes e determinantes da desnutrição, 
conforme SANTOS H; (2011) 
 Nível II – controle de riscos, conforme SANTOS H; (2011) 
 Nível III – controle de danos. Para tanto, é necessário que os serviços 
de saúde apliquem rotineiramente instrumentos sensíveis na 
identificação de alterações do estado nutricional, a fim de que se possa 
identificar de forma mais precisa o déficit nutricional existente. Este 
procedimento permitiria intervenções nutricionais mais precocemente 
(WAITZBERG, 2001 apud SANTOS H; 2011). 
Segundo estudo de Campos et al., (2006 apud SANTOS H; 2011) que avaliou 
o estado nutricional de 1.661 de idosos, sem estarem institucionalizados, das regiões 
do Sudeste e Nordeste e fatores associados de idosos brasileiros, a prevalência para 
o sobrepeso foi de 32,3%; 11,6% de obesidade; 50,4% eutrófico e apenas 5,7% de 
baixo peso. O gênero feminino apresentou chance 1,32 vezes maior de sobrepeso e 
4,11 vezes maior de obesidade e os portadores de doenças crônicas apresentaram 
maior risco de alterações do estado nutricional do que no gênero masculino. 
 
 
28 
 
Outro estudo realizado, desta vez, com idosos institucionalizados (FELIX, 2009 
apud SANTOS H; 2011), encontrou proporções de 36,1% de desnutridos, 16,7% de 
sobrepeso + obesidade e 47,2% de eutróficos, tendo as mulheres 50% de risco 
nutricional de desnutrição. O risco para doenças cardiovasculares, segundo os 
parâmetros antropométricos foi mais elevado nas mulheres (86,4%), em comparação 
aos homens (57,1%), conforme SANTOS H; (2011). 
Ambos os estudos confirmam a tendência de crescimento significativo da 
população idosa no Brasil e a vulnerabilidade nutricional deste grupo populacional, 
indicando a necessidade de acompanhamento sistemático do estado nutricional. 
Desta forma, a educação nutricional configura-se como base para melhoria da 
qualidade de vida dessa parcela da população, conforme SANTOS H; (2011). 
 Porém, seguindo a linha de raciocínio de Melo et al. (2015 apud SILVEIRA J; 
et al., 2018), o organismo ao chegar à idade senil sofre diversas alterações 
anatômicas e funcionais, como repercussões nas condições de saúde e nutrição. 
Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionando concretas reduções na 
capacidade funcional, desde a sensibilidade para os gostos primários até os 
processos metabólicos do organismo. 
De acordo Menezes et al. (2010 apud SILVEIRA J; et al., 2018), o conjunto de 
dificuldades encontradas para adquirir o ideal nutricional do idoso nos mostra a 
necessidade de buscar novas maneiras no cotidiano de entender diferentes costumes 
e práticas alimentares de um público delicado. Sendo assim, é preciso encontrar 
maneira de convencimento inovadora e posturas que demonstrem conhecimento 
técnico e ao mesmo tempo disponibilidade para adaptação de culturas diferentes 
propiciando satisfação e felicidade. 
Tendo em vista a qualidade de vida dessa população existe uma grande 
possibilidade de prevenir e recupera o bem-esta dessa classe, contudo tendo um 
acompanhamento adequado e um olhar abrangente sobre as necessidades 
nutricionais desta faixa etária, uma atenção especial nas questões relacionada à 
saúde emocional, físicas, dificuldades econômicas entre outras, conforme SILVEIRA 
J; et al., (2018). 
 
 
 
29 
 
Há alguns métodos seguros para diagnosticar o estado nutricional do idoso. As 
medidas antropométricas é uma delas, tendo como finalidade identificar o desvio 
nutricional sobre eutrofia, tanto antes, quanto após a educação nutricional. Contudo 
os parâmetros só melhoram após as práticas educativas, o que é considerado 
positivo, pois com a melhora no perfil nutricional é possível uma maior qualidade de 
vida. Na análise dietética, pode-se perceber a inadequação dos nutrientes com mais 
precisão, o que poderá indica maior comprometimento da saúde dos idosos por 
carências ou excessos alimentares. (SEGALLA; SPINELLI, 2013 apud SILVEIRA J; et 
al., 2018). 
Para motivar a saúde nutricional foi criado vários Guias Alimentares que 
orientam a população na melhor escolha de alimentos e porções adequadas. Uma 
das mais usadas e a pirâmide alimentar, um mecanismo de educação nutricional, que 
indica que a dieta apresente um número de porções adequadas dos grupos de 
alimentos mais importantes que são: (cereais, vegetais, frutas, carnes e leite). 
Entretanto, o guia alimentar para a população brasileira recomenda o consumo 
preferencial de alimentos in natura e minimamente processados além de recomendar 
que se evitem alimentos ultra processados e que contenham gorduras trans, a fim de 
prevenir doenças causadas por tipo de alimento (BOHN et al. 2016 apud SILVEIRA J; 
et al., 2018). 
A busca por qualidade de vida é importante para verificar as mudanças 
positivas no estado nutricional dos idosos, juntamente com as atividades a ser 
desenvolvidas dentro desse contexto irão motivar a população a ter uma maior 
autonomia e autocuidado. Neste sentido, pode-se visualizar que independentemente 
da idade, a execução de exercício físico diário são importantes na melhora do 
comportamento e hábitos alimentares, proporcionando assim uma melhor condição 
nutricional, qualidade de vida e longevidade e consequentemente dando um suporte 
para uma saúde adequada concedido ao idoso a se manter longe do risco de 
desnutrição, e de doenças causadas por erros alimentares, conforme SILVEIRA J; et 
al., (2018). 
 
 
 
 
30 
 
As intervenções sobre educação em saúde vêm crescendo como um todo. Com 
o foco de desenvolver atividade educativa. A prática educativa combinada com saúde 
alimentar vem como um modo de ajudar os idosos a enxergar a alimentação saudável 
de uma forma mais divertida, porém aproximando da realidade em que existente, pois 
nesse percurso o autocuidado é uma forma indispensável para manter com a mente 
e o corpo em equilíbrio e vitalidade (COUTINHO et al. 2016 apud SILVEIRA J; et al., 
2018). 
Diante de tanta informação direcionada ao público idoso, a sociedade visa 
aprimorar as condutas mais importantese relevantes para esta fase da vida. Tendo 
como os pilares da educação nutricional apresentada pela (UNESCO, 2010 apud 
SILVEIRA J; et al., 2018) que são: aprender a conhecer, fazer, viver e ser. 
Considerando nesse aspecto as condições socioeconômicas para concretizar 
tal modelo, assim se adequar a cada realidade. Com toda essa temática de qualificar 
e capacitar profissionais da área de saúde, é possível alcançar grandes resultados 
que evidenciem uma resposta plausível, mediante interesse mútuo de cada grupo 
responsável por essa população. Público esse, que almeja uma vida com menos 
sofrimento e mais disposição para viver. Embutindo no contexto a efetividade que abre 
espaço para construir o conhecimento e favorecer o convívio social, facilitando o 
desenrolar do sistema, conforme SILVEIRA J; et al., (2018). 
O conceito de educação ao longo da vida aparece, como um caminho a 
percorrer por toda história da humanidade, estando embutido nesse processo hábitos 
alimentares e qualidade de vida. Eles superam a distinção tradicional entre educação 
inicial e educação permanente, dando resposta ao desafio relatório desencadeado por 
um mundo em rápida transformação. Além de permanecer atual, essa exigência 
tornou-se ainda mais imediata e para supera, impõe-se que cada um aprenda tudo 
aquilo que vai acrescentar algo benéfico para a sua existência. (UNESCO, 2010 apud 
SILVEIRA J; et al., 2018). 
 Envelhecimento - mudanças fisiológicas e consequências 
nutricionais: 
Numa perspectiva biológica, o envelhecimento é um percurso de degradação 
do organismo. Esta deterioração, que está associada à passagem do tempo, 
compromete a capacidade que o organismo tem de sobreviver. Nem todos os órgãos 
reagem da mesma forma ou ritmo. Muitas modificações influenciam negativamente o 
 
31 
 
consumo e a absorção de nutrientes. Alterações da pele têm por consequência, 
perturbações na conversão de vitamina D, conforme SILVA A; (2013). 
Constata-se uma perda de peso e uma perda de apetite e de necessidade de 
comer. A alimentação é reduzida, quer a nível calórico quer a nível dos nutrientes 
específicos. A proporção de água do corpo diminui em 20% e a gordura corporal 
aumenta. A taxa metabólica diminui, e esta por sua vez faz diminuir o consumo oral. 
Por isso os idosos, mais dificilmente conseguem seguir o padrão dietético ou a dose 
diária recomendada (RDA - recommended daily allowance) de vitaminas e minerais; 
especialmente, quando o consumo em calorias está abaixo de 1500 kcal, conforme 
SILVA A; (2013). 
O aumento da proporção de gordura corporal de quase 50 % dá-se à custa da 
diminuição da massa muscular magra, com o consequente decréscimo da taxa 
metabólica de cerca de 2 % por cada 10 anos. Além disto o envelhecimento traz a 
redução da atividade física e os gastos energéticos. Menos hormônio de crescimento, 
menos massa corporal magra com o avançar da idade. Mas não diminui, ou diminui 
pouco, a necessidade de vitaminas, minerais e elementos vestigiais. Para compensar 
o consumo reduzido de alguns nutrientes, os idosos deveriam comer alimentos com 
alta concentração de nutrientes, conforme SILVA A; (2013). 
Distúrbios da deglutição, peristaltismo esofágico prejudicado; sonda 
transpilórica diminuída; esvaziamento gástrico mais lento; atividade de 
colecistoquinina (CCK) aumentada; acloridria suave (resultado de gastrite atrófica); 
tempos prolongados do trânsito intestinal, aspiração silenciosa e pneumonia; 
hipotensão pós-prandial, obstipação, incontinência fecal e doença diverticular, são 
também alterações habituais nos idosos. Particularmente no que diz respeito aos 
distúrbios de deglutição, o idoso produz menos saliva, perde dentes (40% dos idosos 
a partir dos 65 anos perdem dentes) e a mastigação e deglutição tornam-se mais 
difíceis, conforme SILVA A; (2013). 
O fígado, com mais idade, tem menos tamanho e menos fluxo sanguíneo, 
embora a função seja preservada (assim, níveis baixos de albumina não deviam ser 
considerados como consequência de envelhecimento). Existe nos idosos, um declínio 
do relaxamento adaptativo do fundo gástrico e uma taxa aumentada de enchimento 
antral que leva à saciedade precoce. Pessoas de idade apresentam muitas vezes 
gastrite atrófica menos secreção de ácido clorídrico e fator intrínseco, com prejuízos 
 
32 
 
na absorção de vitamina B12, cálcio, ferro, ácido fólico e zinco, conforme SILVA A; 
(2013). 
Além disso, altera-se a produção de hormônios gastrointestinais, tanto 
relacionadas com a fome como com a saciedade. Nos idosos, a redução da produção 
e/ou a redução da sensibilidade para a ação dos hormônios gastrointestinais podem 
explicar as reduções de apetite com a idade. Concentrações dos hormônios 
orexigênicas (do apetite) mais baixas no jejum e pós-prandiais e concentrações 
aumentadas e mais prolongadas, de hormônios e peptídeos anorexigênios (da 
saciedade) pós-prandiais podem em parte explicar a anorexia do envelhecimento. 
Uma vez que é mais lento o esvaziamento gástrico e o transito intestinal, conforme 
SILVA A; (2013). 
Embora a insulina não seja um hormônio gastrointestinal regulador de apetite, 
exerce um efeito anorexigênico e está relacionada com os hormônios 
gastrointestinais. Concentrações aumentadas de insulina em jejum e pós-prandiais, e 
a reduzida tolerância à glucose, que acontecem no decorrer do envelhecimento, 
podem causar também diminuição da ingestão de alimentos. Altas concentrações de 
insulina poderiam inibir o apetite nos mais velhos, como forma de baixar esses níveis, 
conforme SILVA A; (2013). 
Verifica-se frequentemente que, as pessoas de idades avançadas têm 
reduzidas as suas funções olfativas, manifestam menos gosto pelo doce e salgado e, 
o comer não lhes desperta prazer nem interesse. Durante o envelhecimento, várias 
mudanças fisiológicas e patológicas podem levar a preferências ou hábitos 
alimentares deficientes. Problemas articulares, de visão e audição podem também 
dificultar e reduzir a mobilidade e o acesso aos alimentos, conforme SILVA A; (2013). 
 
 Estratégias para promover uma alimentação saudável: 
De acordo com Souza (2016 apud SILVEIRA J; et al., 2018), a eficácia de um 
consumo alimentar balanceado, com a presença de alimentos que compõe os 
principais grupos de alimentos nutritivos, evita o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares nos idosos. 
 
 
 
33 
 
Em meio a várias técnicas nutricionais indicadas para a melhorar a alimentação 
e saúde do idoso, há uma maior preocupação em controlar os fatores de risco 
cardiovascular acompanhado da mudança do estilo de vida, uma vez que diferentes 
padrões dietéticos modulam diferentes aspectos do processo de doenças crônicas e 
fatores de risco cardiovasculares, como fenômenos oxidativos, níveis lipídicos no 
plasma, resistência sistêmica à insulina e metabolismo glicídico, pressão arterial, 
função endotelial e inflamação vascular. Portanto a prevenção seguida de boas 
orientações pode evitar tais complicações, conforme SILVEIRA J; et al., (2018). 
Para que haja um melhor resultado nas intervenções desse grupo é preciso 
oferecer um ambiente agradável, onde a participação no momento das preparações 
pode favorecer de forma qualitativa a adesão as a tais orientações. Possibilitar um 
maior conforto, segurança e autonomia no dia a dia das pessoas idosas é uma medida 
que tem impactado positivamente na autoestima. Algumas estratégias são 
fundamentais para que o idoso consiga se adaptar à nova realidade. Como escolher 
alimentos que eles tenham o habito de comer e agregar outros que seja rico em 
nutrientes, além de ter o cuidado de preparar uma alimentação em ambiente 
harmonioso, conforme SILVEIRA J; et al., (2018). 
Segundo Mallmann (2015 apud SILVEIRA J; et al., 2018), os resultados podem 
ser positivos se à interação entre atividade física, vida social e saúde mental, possa 
incentivar a prática de atividades físicas como açãode educação em saúde, 
promovendo a interação do idoso com o meio social em que vive podendo estimular 
de forma benéfica as atividades mentais. Através dessa iniciativa, a atividade física 
pode contribuir na melhora do desempenho de vida diária e no bem-estar emocional, 
promovendo a percepção de qualidade de vida e em geral suas dimensões dentro de 
cada contexto. 
Dentre várias estratégias, a promoção e realização de atividades lúdicas pode 
ser um meio de atrair os idosos para participar de forma prazerosa dos programas 
educacionais relacionado à saúde alimentar e nutricional articulando saberes técnicos 
e populares utilizando recursos individuais e coletivos. As oficinas educativas, é uma 
das formas de abordar esse público com mais facilidade, despertando neles o 
interesse pelo assunto relacionado à alimentação, conforme SILVEIRA J; et al., 
(2018). 
 
34 
 
 De maneira que esse modelo, pode avaliar e promover a saúde do idoso, 
enfatizando diversas variáveis do campo do saber considerado de maneira atividades 
de educação em saúde realizando com grupo para promoção do autocuidado em 
saúde interdisciplinar e multidimensional. Dentre essas variáveis, a alimentação 
saudável constitui aspecto importante na qualidade de vida na terceira idade (Oliveira 
et al. 2018 apud SILVEIRA J; et al., 2018). 
A troca de saberes ainda é a maior ferramenta para trabalhar a educação como 
um todo. Parti do princípio que conhecimento gera autoconfiança e 
consequentemente qualidade de vida em todas as áreas, seja alimentar, social, 
intelectual, familiar. Por isso faz-se necessário utilizar abordagens que potencialize o 
empoderamento do ser humano para a promoção da autonomia e do autocuidado de 
zelar pela própria vida, conforme SILVEIRA J; et al., (2018). 
Conforme Combinato et al. (2010 apud SILVEIRA J; et al., 2018) trabalhar de 
forma grupal a promoção da saúde com pessoas idosas, é uma das maneiras mais 
proveitosa para ampliar o conhecimento e inserir coletivamente a importância de ter 
uma boa qualidade de vida. Tais práticas traz a possibilidade de conscientizar essas 
pessoas que para recuperar ou manter a saúde alimentar é preciso aceitar as 
orientações e praticá-las. É fato que atividades como essa, ao serem identificadas 
com o campo da Educação em Saúde, pode ampliar as informações e alcançar um 
número maior de pessoas para tal fim. 
 Qualidade de vida no envelhecimento humano 
O termo qualidade de vida, para Minayo, Hartz e Buss (2000 apud SOUSA J; 
2013), abrange diversos significados, que atribuem conhecimentos, experiências e 
valores de indivíduos e coletividades que a ele se dirigem em variadas épocas, 
espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca 
da diversidade cultural. 
Nos dias atuais, a qualidade de vida é determinada como o entendimento do 
indivíduo em sua atual situação de vida, no âmbito da cultura e principalmente dos 
sistemas de valores onde vive e, também, é colocada em evidência a relação entre 
seus objetivos, suas expectativas, seus padrões e suas preocupações. Esta definição 
inclui seis domínios principais, são eles: saúde mental e física, independência, 
relacionamento social, relacionamento com o meio-ambiente e o padrão espiritual 
(WHO, 1995 apud INOUYE et al., 2010 apud SOUSA J; 2013). 
 
35 
 
No estudo de Fleck et al. (2003 apud SOUSA J; 2013) é destacada a 
importância científica e social de se investigar as condições que influenciam o bem-
estar no envelhecimento e os fatores que são associados à qualidade de vida de 
idosos, com o intuito de criar alternativas de intervenção e oferecer ações e políticas 
na área da saúde, tendo como objetivo criar e buscar alternativas de intervenção à 
população que envelhece. 
Embasados em estudos gerontológicos, o bem-estar e a qualidade de vida 
na velhice são conceitos complexos, multifatoriais, e incluem diversas 
variáveis, associadas tanto às dimensões individuais quanto coletivas do ato 
de envelhecer (LIMA, 2008 apud SOUSA J; 2013). 
Assim sendo, a qualidade de vida sentencia a percepção de que os indivíduos 
têm e se suas necessidades estão sendo cumpridas ou, ainda, que lhes estão sendo 
recusadas oportunidades de alcançar a felicidade e a autorrealização - profissional ou 
pessoal - com autonomia de seu estado de saúde físico ou das condições sociais e 
econômicas (OMS, 1998 apud PEREIRA et al. 2006 apud SOUSA J; 2013). 
 
 Percepção sobre a velhice 
Entre os fatores que mais afetam o bem-estar das pessoas idosas, destaca-se 
a perda da independência ocasionada pelas doenças crônicas ou acidentes; a falta 
de uma rede social de apoio, amigos e familiares, e as questões econômicas, que 
interferem na qualidade do atendimento médico e da alimentação e no acesso às 
atividades de lazer (ROCHA et al. 2010 apud SOUSA J; 2013). 
A percepção de satisfação com a vida, em sua maioria, tende a ser vista de 
forma positiva entre os idosos. Em situações em que se confronta a avaliação objetiva 
(realizada por exames e/ou por profissionais) com a avaliação realizada pelo próprio 
idoso (o modo como ele se percebe), potencialmente essas dimensões se 
complementam e enriquecem a avaliação objetivamente realizada, pois os idosos 
dispõem de informações únicas que não seriam relatadas por familiares ou, muito 
menos, observadas com a avaliação padronizada aplicada por profissional treinado 
no momento da coleta de dados (NERI, 2007 apud SILVA, 2010 apud SOUSA J; 
2013), (KIKUCHI, 2005 apud. LIMA, et al. 2008 apud SOUSA J; 2013). 
Para Sally Roach (2009 apud SOUSA J; 2013), os problemas psicossociais 
vividos pelos idosos envolvem aspectos psicológicos e sociais. Os idosos enfrentam 
diversos problemas psicossociais devido às respostas emocionais que ocorrem como 
 
36 
 
resultado do processo de envelhecimento normal, doenças agudas e crônicas, 
mudanças de papel ou status, problemas com moradia ou dificuldades relacionados a 
serviços médicos. E quaisquer destes problemas, segundo a autora, produzem 
estresse e podem levar a problemas psicossociais. 
Com uma linha teórica diferenciada, Aranha (apud Papalléo Netto, 2007: p. 
255 apud SOUSA J; 2013), disserta o seguinte, “O velho é sempre o outro; 
nunca conseguimos nos reconhecer como tal, a menos que a limitação nos 
encontre e nos faça encarar aquilo de que fugimos a vida toda. De uma hora 
para outra seremos “velho”, o tão temido “velho” e teremos de responder à 
difícil pergunta: “O que é ser velho? ” Teremos de questionar se é possível 
aprender a conviver com tal condição e se não será tarde demais para tanto”. 
A velhice é rodeada por momentos de reflexão, de análise, especialmente do 
passado que, quando não é satisfatória, pode favorecer sentimentos de rejeição e de 
culpa responsáveis por desenvolver muitos comprometimentos emocionais no idoso 
(ARANHA, 2007 apud SOUSA J; 2013). 
A maioria das pessoas somente busca ajuda ou tratamento após a tomada de 
consciência das mudanças geradas pelos efeitos físicos, psicológicos e/ou sociais 
resultantes do processo de envelhecimento. Quando os indivíduos não podem mais 
negar esses efeitos o panorama de envelhecimento passa a ser ameaçador, gerando 
o medo de desagregação e da desintegração. O que antes era único, integrado e 
suficiente, passa então a ser visto como transitório e, portanto, finito (ARANHA, 2007 
apud SOUSA J; 2013). 
A investigação sobre o envelhecimento como fase do ciclo vital é bem 
desenvolvida na psicologia do envelhecimento e influenciou diversos estudos 
gerontológicos. Um adulto idoso que se sente satisfeito com a vida e sente que a vida 
vale a pena atendeu com sucesso o critério de integridade do ego, obtendo o sucesso 
almejado. Essa pessoa sente que, apesar de todas as decisões não terem sido ideais, 
as decisões tomadas foram as melhores naquele tempo e, como consequência, 
tiveram bons resultados (HOCKENBURY; HOCKENBURY, 2003). A pessoa que

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