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Envelhecimento, Qualidade de Vida, Finitude e Morte

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
EnvElhEcimEnto, 
QualidadE dE vida, 
FinitudE E mortE
Prof.ª Natália Ferraz Mello
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Natália Ferraz Mello
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M527e
 Mello, Natália Ferraz
 Envelhecimento, qualidade de vida, finitude e morte. / Natália Ferraz 
Mello. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 186 p.; il. 
 ISBN 978-65-5663-249-0
 ISBN Digital 978-65-5663-248-3
1. Envelhecimento. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 361
aprEsEntação
Caro acadêmico, como você já estudou, o número de idosos vem 
crescendo exponencialmente nas sociedades modernas, dando visibilidade 
a novas demandas. Assim, é necessário aprofundar nossos conhecimentos 
sobre o processo de envelhecimento. 
 É de suma importância compreender o processo de envelhecimento, 
e no que consistem os termos biológicos, sociais e psicológicos, além da 
implicação para a sociedade. É preciso formar profissionais capazes de 
compreender o cuidado e prestar assistência adequada, atendendo às 
demandas do envelhecimento. Para tanto, precisamos contextualizar o 
cenário brasileiro, pois a “forma de envelhecer” é compreendida de forma 
diferente nas regiões, e pode mudar, dependendo do tempo e da cultura local, 
podendo também influenciar os aspectos fisiológicos do envelhecimento. 
Essas alterações ocorrem para todos, em diferentes proporções, pois têm 
relação com as questões genéticas e ambientais nas quais o idoso está inserido. 
Assim, inicialmente, discutiremos o processo fisiológico do envelhecimento. 
Em seguida, abordaremos, um pouco, a questão histórica e os conceitos de 
velhice. Por fim, adentraremos no processo de cuidado e na noção de finitude 
da vida humana.
Então, vamos entender como o corpo envelhece? O que muda no 
decorrer da vida, e por que o envelhecimento é visto como algo negativo? 
Quais são os conceitos que definem essa faixa etária? Como desempenhar 
um cuidado equânime a essa população?
Bons estudos!
Prof.ª Natália Ferraz Mello
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO .................................. 1
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS ................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 VISÃO GERAL ..................................................................................................................................... 3
3 FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS ...................................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32
TÓPICO 2 —ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS .......................................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS ................................................................................ 33
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 41
TÓPICO 3 —GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS .................................................................. 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43
2 GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS ....................................................................................... 43
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
UNIDADE 2 —ASPECTOS SOCIOCULTURAIS E ENVELHECIMENTO .............................. 61
TÓPICO 1 —VELHICE: UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA .................................................... 63
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 63
2 VELHICE: UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA ......................................................................... 65
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 78
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 — IDOSO COMO ATOR SOCIAL: DIREITOS E RESPONSABILIDADES ........ 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 IDOSO COMO ATOR SOCIAL: DIREITOS E RESPONSABILIDADES .............................. 87
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................99
TÓPICO 3 — QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE: FATORES BIOPSICOSSOCIAIS ... 101
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 101
2 QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE: FATORES BIOPSICOSSOCIAIS ......................... 101
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 118
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 119
UNIDADE 3 — FINITUDE, ASPECTOS ÉTICOS E CUIDADOS PALIATIVOS.................. 121
TÓPICO 1 — CUIDADOS PALIATIVOS NA VELHICE ........................................................... 123
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 123
2 CUIDADOS PALIATIVOS NA VELHICE .................................................................................. 124
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 132
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 141
TÓPICO 2 — MORTE NA VISÃO DO IDOSO ........................................................................... 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 MORTE NA VISÃO DO IDOSO .................................................................................................. 143
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 158
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 159
TÓPICO 3 — CUIDADOR/FAMILIAR NO PROCESSO DE MORTE: ASPECTOS 
 ÉTICOS E MORAIS................................................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 161
2 CUIDADOR/FAMILIAR NO PROCESSO DE MORTE: ASPECTOS ÉTICOS E 
 MORAIS ............................................................................................................................................ 162
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 178
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 179
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 181
1
UNIDADE 1 — 
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO 
ENVELHECIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• contextualizar o cenário atual do envelhecimento;
• apresentar as principais alterações fisiológicas da velhice;
• destacar as mudanças no padrão alimentar dos idosos e quais suas causas;
• discutir os fatores que tornam a velhice heterogênea.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
TÓPICO 2 – ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
TÓPICO 3 – GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, como você já estudou, o número de idosos vem 
crescendo exponencialmente nas sociedades modernas, dando visibilidade a 
novas demandas. Assim, é necessário aprofundar nossos conhecimentos sobre o 
processo de envelhecimento. 
 É, de suma importância, compreender o processo de envelhecimento, e no 
que consistem os termos biológicos, sociais e psicológicos, além da implicação para 
a sociedade. É preciso formar profissionais capazes de compreender o cuidado e 
prestar assistência adequada, atendendo às demandas do envelhecimento. Para 
tanto, precisamos contextualizar o cenário brasileiro, pois a “forma de envelhecer” 
é compreendida de forma diferente nas regiões, e pode mudar, dependendo do 
tempo e da cultura local, podendo também influenciar os aspectos fisiológicos do 
envelhecimento. Essas alterações ocorrem para todos, em diferentes proporções, 
pois têm relação com as questões genéticas e ambientais nas quais o idoso está 
inserido
Então, vamos entender como o corpo envelhece? O que muda no decorrer 
da vida, e por que o envelhecimento é visto como algo negativo?
2 VISÃO GERAL
O aumento da população idosa e a transformação no perfil demográfico 
brasileiro constituem importantes modificações estruturais da sociedade moderna. 
Desde a década de 40, observou-se um declínio nos níveis de fecundidade, o que 
reflete a redução na taxa de crescimento populacional, causando alterações, ou 
mesmo uma inversão, na pirâmide etária e na análise estatística mundial, tendo, 
como resultado, o incremento mais lento do número de crianças e adolescentes 
paralelamente ao aumento contínuo de adultos e idosos (IBGE, 2016). Estimativas 
projetam que o número de idosos, até 2025, será superior a 30 milhões. 
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
4
FIGURA 1 – PIRÂMIDE ETÁRIA BRASILEIRA NO DECORRER DOS ANOS
FONTE: Adaptado de IBGE (2016)
Além da transição demográfica, também se configuram uma mudança 
epidemiológica e novas demandas da política de saúde, especialmente com as 
doenças crônicas e incapacidades funcionais, resultando em um maior e mais 
prolongado uso de serviços de saúde.
A projeção pode ser compreendida quando compararmos a quantidade de 
pessoas hipertensas e diabéticas em atendimento na atenção básica, se levarmos 
em consideração a velhice no Brasil (NERI, 2003). 
O processo de envelhecimento se dá desde o dia do nascimento até o 
dia da morte, ele é contínuo e todos estamos envelhecendo. Esse é um processo 
natural que acomete os indivíduos no decorrer das suas vidas e que provoca 
uma série de alterações no organismo. Nessa perspectiva, o envelhecer faz parte 
dos processos do crescimento e desenvolvimento do ser humano e, ao contrário 
do que a sociedade e muitos pensam, ele não está associado somente a fatores 
negativos, mas também a uma série de aspectos positivos que enriquecem a vida 
do indivíduo em diversas áreas (DEPONTI; ACOSTA, 2010).
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
5
FIGURA 2 – DESENVOLVIMENTO HUMANO - FASES DA VIDA
FONTE: <https://escolaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2019/07/fases-davida-do-ser-hu-
mano.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020. 
Segundo Spirduso (2005, p. 220), o envelhecimento é “um processo ou 
conjunto de processos que ocorrem em organismos vivos e que, com o passar do 
tempo levam à limitação da adaptabilidade, deficiência funcional e, finalmente, à 
morte”. Assim, o idoso não pode mais ser visto como um ser que não tem mais 
nada a oferecer ou ser associado à imagem de doença, incapacidade e dependência 
(MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001).
Envelhecer faz parte do processo do crescimento e desenvolvimento do ser 
humano, pois, desde que nascemos, estamos envelhecendo.
NOTA
Estudo de caso
 Vamos conhecer um pouco da vida da Dona Maria?
 Dona Maria tem 90 anos, é independente, faz todas as atividades domésticas 
sozinha e cuida da sua irmã Judite, 70 anos, portadora da doença de Alzheimer. Ambas sãoviúvas e vivem das suas aposentadorias. 
Dona Maria tem cinco filhos, Joana e Antônio dão muita assistência, já Ricardo, Marisa e 
Julieta quase nunca a visitam. Tem 8 netos e 2 bisnetos, que a visitam com frequência. 
Adora crianças e gosta quando os bisnetos passam a tarde com ela. Nesses dias, ela prepara 
NOTA
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
6
o lanche, bolo, biscoitos, enfim, faz tudo o que os bisnetos mais gostam. Às vezes, a irmã, 
Judite, fica mais irritada com a bagunça das crianças. A casa tem somente três cômodos, e 
muitos degraus que dificultam a locomoção de ambas. 
Dona Maria está sempre de bom humor e se diz satisfeita com a vida. Ninguém nunca a viu 
reclamar de nada. Sorridente o tempo todo, mesmo quando a irmã insiste em discordar das 
suas atitudes e esquecer quem ela é. 
 Há cerca de dez anos, Dona Maria teve diagnóstico de câncer de mama, passou 
por uma mastectomia (retirada da mama) e a evolução foi ótima. Atualmente, nega qualquer 
dificuldade para suas atividades. É portadora de osteoporose e osteoartrose no joelho direito, 
que não trazem nenhuma limitação na sua mobilidade. 
 Afinal, o que é envelhecer? Existem diferentes formas de envelhecer?
Atualmente, tem-se pesquisado muito sobre o tema, incluindo formas 
de minimizar os efeitos degenerativos que ocorrem com a idade, buscando 
proporcionar, aos idosos, um envelhecimento saudável e com qualidade de vida. 
Para Neri (1993), existem três formas de velhice:
• Normal: ausência de doenças biológicas e psicológicas. 
• Patológica: degenerações associadas a doenças.
• Ótima: relacionada ao estado ideal de bem-estar pessoal e social.
A partir desses conceitos, que tipo de velhice Dona Maria tem? E Dona Judite? 
O que será que é normal a nível fisiológico? Vamos entender melhor o processo?
ATENCAO
Podemos observar que, durante o processo de envelhecimento, ocorrem 
alterações biológicas, como o aumento do estresse oxidativo, disfunção 
mitocondrial, anormalidade de processos inflamatórios, diminuição da produção 
hormonal e diminuição da taxa metabólica, que podem levar ao catabolismo e 
déficit no funcionamento fisiológico dos sistemas (TEIXEIRA; GUARIENTO, 
2010). Esses processos podem levar a uma série de alterações, como perda 
progressiva de extensões nervosas, massa óssea, massa muscular esquelética e 
força (SPIRDUSO, 2005).
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
7
As alterações a níveis de células ocasionam mudanças nos sistemas 
neuromuscular, somatossensorial, vestibular, hormonal e visual, e podem estar 
associados a um estilo de vida, como um idoso sedentário, pode apresentar 
maiores disfunções (MARTIN; SHEAFF, 2007; ALFIERI; MORAES, 2008).
As funções do organismo são relacionadas ao equilíbrio e postura dos 
indivíduos, o que se pode fazer para que o idoso tenha mais propensão a quedas 
e/ou mude o jeito de caminhar, para se adaptar ao novo esquema corporal. Não só 
isso, mas a maior inatividade, devido à aposentadoria e diminuição das relações 
sociais, podendo comprometer sua qualidade de vida e funções cotidianas 
(FREIBERGER et al., 2013).
FIGURA 3 – FATORES QUE INFLUENCIAM O EQUILÍBRIO HUMANO
visual hormonais
somatossensorial vestibular
neuromuscular
FONTE: O autor
As alterações anatômicas são as mais visíveis. A pele apresenta um aspecto 
seco, é opaca e áspera, reduz espessura e descama. Pequenos traumas podem 
determinar equimoses, manchas vermelhas ou púrpuras. Além disso, podem 
aparecer as manchas senis. Isso tudo é decorrente da diminuição dos fibroblastos 
e da vascularização, alterações na produção do colágeno que ocasionam perda de 
espessura e desorganização das fibras, degeneração das fibras elásticas e redução 
na quantidade de ácido hialurônico, o que resulta na diminuição da capacidade 
de retenção de água pela pele (FREITAS; WALDMAN, 2011).
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
8
FIGURA 4 – MANCHAS SENIS 
FONTE: <https://seucorpoperfeito.com.br/wp-content/uploads/2020/04/creme-caseiro-vaseli-
na-para-manchas-pele-3-800x534.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Os cabelos embranquecem, pela perda da pigmentação, e caem com 
maior frequência, devido à inativação de células do bulbo capilar. Além disso, há 
redução geral de pelos em todo o corpo, exceto: narinas, sobrancelhas e orelhas. 
No sexo feminino, ocorre o surgimento de pelos em mento e lábio superior 
(FREITAS; WALDMAN, 2011).
O enfraquecimento da musculatura e da constituição óssea leva a mudanças 
na postura do tronco e das pernas, acentuando, ainda mais, as curvaturas da 
coluna torácica e lombar. As articulações se tornam mais endurecidas, reduzindo, 
assim, a extensão dos movimentos, e produzindo alterações no equilíbrio e na 
marcha. Contudo, é preciso falar que muitos idosos, por se manterem ativos, 
podem ter essas mudanças estruturais atenuadas (FREITAS; WALDMAN, 2011; 
SPIRDUSO, 2005).
FIGURA 5 – MUDANÇAS POSTURAIS E ESQUEMA CORPORAL DO IDOSO
idade de
55 anos
idade de
65 anos
idade de
75 anos
FONTE: <http://www.luzimarteixeira.com.br/alteracoes-posturais-no-idoso>. Acesso em: 
26 maio 2020.
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
9
Nas vísceras, produz-se uma alteração causada pelos elementos glandulares 
do tecido conjuntivo, além de certa atrofia secundária, como a diminuição de 
peso e aumento da massa de gordura, principalmente nas mulheres, devido à 
questão hormonal (MORAES, 2012).
Quanto ao sistema cardiovascular, são próprias, das fases adiantadas da 
velhice, a dilatação aórtica, a hipertrofia e a dilatação do ventrículo esquerdo do 
coração, associadas a um ligeiro aumento da pressão arterial. Para De Vitta (2000), 
quando o idoso é submetido a um esforço, ocorre uma diminuição na capacidade 
do coração de aumentar o número e a força dos batimentos cardíacos. Com o 
envelhecimento, ocorre, também, redução da frequência cardíaca em repouso, 
aumento do colesterol, além da resistência vascular, com o consequente aumento 
da tensão arterial (DE VITTA, 2000). 
Na perspectiva de Shephard (2003), a atividade física regular atua 
significativamente na prevenção de algumas doenças cardiovasculares, como 
doença cardíaca isquêmica, AVC, hipertensão e doença vascular periférica. Já 
na compreensão de Gallahue e Ozmun (2005), a idade, as doenças e o estilo de 
vida, ou a combinação de ambos, são fatores que podem resultar em declínio nas 
funções circulatória e respiratória.
FIGURA 6 – COMPARAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM ENTRE UM CORAÇÃO JOVEM E UM IDOSO
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/cardiogeriatria2-090330081248-phpapp02/95/o-co-
rao-do-idoso-6-728.jpg?cb=1238400845>. Acesso em: 22 jun. 2020. 
Também podem ser observadas lentidão do pulso, do ritmo respiratório, 
da digestão e assimilação dos alimentos, devido às influências multifatoriais 
do envelhecimento que ocorrem no idoso, alterações nos reflexos de proteção 
e no controle do equilíbrio, prejudicando, assim, a mobilidade corporal 
(MORAES, 2012).
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
10
As alterações fisiológicas na senescência, no pulmão do idoso, podem ser 
ocasionadas pelas alterações anatômicas e a reorientação das fibras elásticas. Essas 
alterações fisiológicas são definidas pela diminuição da elasticidade pulmonar, 
redução da capacidade da difusão do oxigênio, redução dos fluxos expiratórios, 
elevação da complacência pulmonar, fecho das pequenas vias aéreas e fecho 
prematuro das vias aéreas (GORZONI; RUSSO, 2002).
O envelhecimento biológico pode ser fisiológico, também chamado de 
senescência, ou patológico, chamado de senilidade.
NOTA
FIGURA 7 – COMPARAÇÃO EM EXAMES DE IMAGEM DA CAPACIDADE PULMONAR DE UM 
IDOSO (A) E UM JOVEM (B)
FONTE: <https://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=1273>.
Acesso em: 26 maio 2020.
Quer saber mais sobre as alterações que ocorrem no sistema respiratório? Você 
pode acessar o site http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=1273. 
Lá, você encontrará muitos artigos sobreo assunto, além de imagens e exames. Bom 
estudo!
DICAS
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
11
A condução dos impulsos nervosos também fica reduzida, ocasionando 
lentidão dos movimentos e respostas cognitivas. Além disso, surgem alterações, 
como redução do número de neurônios, redução da velocidade de condução 
nervosa, redução da intensidade dos reflexos, restrição das respostas motoras, do 
poder de reações e da capacidade de coordenações (DE VITTA, 2000). 
Há uma discreta redução da massa encefálica, aumentando os sulcos do 
encéfalo, e redução da função da memória operacional, que é a memória que 
utilizamos para realizar as atividades do dia a dia, por isso, é normal que o idoso 
se sinta mais esquecido (MORAES, 2012).
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE UM CÉREBRO DE UM ADULTO E DE UM IDOSO
Cérebro adulto normal Cérebro envelhecido
Aumento dos
ventrículos
Perda da substância 
cinzenta em virtude
da morte celular
neuronal e/ou da
atrofia cortical
Perda da substância 
branca em virtude
da perda axônica
ou da diminuição
da mielinização
FONTE: O autor
É importante lembrarmos que o envelhecimento se dá de forma particular, e 
que algumas alterações podem ser maiores em um indivíduo do que em outro. Você deve 
conhecer algum caso de um idoso super ativo, mas lembre-se de que são exceções, pois 
as alterações biológicas acontecem em todos, com diferentes níveis de acometimento.
IMPORTANT
E
O sistema urinário apresenta alterações relacionadas ao envelhecimento, 
que ocorrem mesmo na ausência de doenças. A força de contração da musculatura 
detrusora, a capacidade vesical e a habilidade de adiar a micção aparentemente 
diminuem, no homem e na mulher (FREITAS; WALDMAN, 2011).
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
12
O declínio hormonal também é observado, sendo que, no sexo masculino, 
é caracterizado pela baixa dos níveis do hormônio testosterona no sangue. Esse 
processo tende a acontecer a partir da meia-idade (em torno dos quarenta anos), 
acompanhado por sintomas característicos, como fadiga, depressão, perda da 
libido, disfunção erétil, diminuição do tecido muscular etc. (THIAGO; RUSSO; 
CAMARGO JÚNIOR, 2016).
 
No sexo feminino, a menopausa é a fase da vida da mulher que interrompe 
a capacidade reprodutiva. Os ovários deixam de funcionar e a produção de 
esteroides e peptídeo hormonal diminui e, consequentemente, se produzem, 
no organismo, diversas mudanças fisiológicas, algumas resultantes da função 
ovariana e de fenômenos menopáusicos a ela relacionados, e outras, devido ao 
processo de envelhecimento. Pode-se afirmar que a chegada dessa fase da vida, 
ou a passagem pelos 40 anos, é imbuída de significantes biopsicossociais. Isso 
ocorre porque muitas são as transformações e transições pelas quais a mulher 
passa nesse período, segundo conceitos socialmente construídos (FERREIRA et 
al., 2013). 
Todas as alterações podem implicar na redução das atividades de vida 
diária (AVDS) do idoso, as quais são fundamentais para a manutenção da 
autonomia e participação social do indivíduo, e referem-se às tarefas do cotidiano 
necessárias para o cuidado com corpo e da mente, como tomar banho, vestir-se, 
higiene pessoal, transferência, continência esfincteriana e se alimentar sozinho 
(MORAES, 2012).
A partir dessa informação, reflita sobre as duas senhoras que conhecemos no 
início deste tópico, Dona Maria e Dona Judite. Como será que é a autonomia das duas? 
Quais tarefas elas conseguem desenvolver?
ATENCAO
O declínio funcional se inicia com dificuldades na realização de tarefas 
rotineiras vinculadas ao asseio corporal. Sua progressão varia de caso para caso, 
mas, nos casos mais complexos, a limitação torna o idoso dependente de cuidados 
de terceiros, tanto na higiene corporal, quanto no controle esfincteriano. O 
comprometimento do controle esfincteriano, isoladamente, pode não refletir maior 
grau de dependência, por ser uma função, e não uma tarefa (MORAES, 2012).
A maioria dos idosos tem doenças ou disfunções que, na maioria das 
vezes, não interferem ou não estão associadas à limitação das atividades ou à 
restrição da participação social (MORAES, 2012). Assim, mesmo com doenças, o 
idoso pode continuar desempenhando os papéis sociais. 
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
13
O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade do 
indivíduo, a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. Isso consiste 
em, por exemplo, o idoso conseguir se locomover de um ponto a outro sem ajuda 
ou, até mesmo, produzir suas próprias refeições. A pessoa é considerada saudável 
quando é capaz de realizar suas atividades sozinha, de forma independente e 
autônoma, mesmo que tenha doenças (MORAES, 2012).
FIGURA 9 – FATORES QUE INTERFEREM NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS
FONTE: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca>. Acesso em: 9 jun. 2020.
A portaria que institui a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
considera que o conceito de saúde, para o indivíduo idoso, se traduz mais pela 
sua condição de autonomia e independência do que pela presença ou ausência de 
doença orgânica (BRASIL, 2006).
Quer entender melhor sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa? 
Acesse o site http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html 
e leia na íntegra.
DICAS
Para poder quantificar essas alterações, a Sociedade Brasileira de 
Gerontologia desenvolveu a Avaliação Geriátrica Ampla e, a partir dela, é 
possível avaliar como está o nível de participação, além da saúde dos idosos. 
Vamos conhecê-la?
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
14
FIGURA 10 – FICHA DE AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA (AGA)
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
15
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
16
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
17
FONTE: <https://sbgg.org.br/publicacoes-cientificas/avaliacao-geriatrica-ampla/>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
Para entender melhor a avaliação, acesse https://sbgg.org.br/wp-content/
uploads/2014/10/aula-aga.pdf. Vamos tentar aplicar? Que tal fazer algumas perguntas a 
algum idoso que você conhece?
DICAS
Vamos refletir um pouco sobre como é envelhecer?
 Ouça a música e confira a visão de Arnaldo Antunes, na qual ele fala sobre as 
questões biológicas e sociais que ocorrem no processo. Veja se você consegue identificar 
de qual dimensão cada estrofe fala:
 Envelhecer (Arnaldo Antunes)
 A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer a barba vai descendo e 
os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo 
que agora é pra valer os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer.
 Não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer 
eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer.
ATENCAO
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
18
 Eu quero que o tapete voe no meio da sala de estar, eu quero que a panela de 
pressão pressione e que a pia comece a pingar.
 Eu quero que a sirene soe e me faça levantar do sofá, eu quero por Rita Pavone 
no ringtone do meu celular.
 Eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer 
meu próprio nome que me chamem de velho gagá.
 Pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé com os ralos fios de cabelo 
sobre a testa que não param de crescer não sei por que essa gente vira a cara pro presente 
e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr.
 Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer, 
eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer. 
 Eu quero que o tapete voe…
FONTE: https://www.letras.mus.br/arnaldo-antunes/1547283/.
3 FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permite, ao ser 
humano, compreender e resolver os problemas do cotidiano. Em termos práticos, 
consiste:
• Capacidade de armazenamento de informações (memória).
• Planejamento, antecipação, sequenciamento emonitoramento de tarefas.
• Linguagem.
• Capacidade de executar um movimento.
• Reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis.
• Capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos objetos 
entre si. 
Ela é responsável pela capacidade de posicionamento e tomada de 
decisões. Com a motivação, é importante para a manutenção da autonomia. 
Nesse sentido, quando se trabalha a cognição com idosos, deve-se sempre levar 
em consideração o que ele deseja, a fim de obter a cooperação, o que pode facilitar 
o alcance de bons resultados (MORAES, 2012).
O declínio cognitivo no envelhecimento varia quanto ao início e progressão, 
pois depende de fatores, como educação, saúde, personalidade, nível intelectual 
global, capacidade mental específica etc., que serão trabalhados mais adiante.
A perda da cognição ou incapacidade cognitiva é, portanto, o 
“desmoronamento” ou o “apagamento” da identidade que define a pessoa como 
ser humano (MORAES, 2012). Um exemplo dessa situação é quando o idoso 
é acometido pela doença de Alzheimer, como a Dona Judite, que conhecemos 
no início deste capítulo. Ocorrendo a nível de sistema nervoso central, a morte 
de neurônios e a redução da massa encefálica são causadas pelas alterações 
bioquímicas no cérebro. 
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
19
FIGURA 11 – COMPARAÇÃO DE UM CÉREBRO SAUDÁVEL E DE UM COM DOENÇA DE ALZHEIMER
Células
cerebrais
Células cerebrais
lesadas
Placa 
amilóide
Proteína
Tau
hipocampo
Atrofia do
hipocampo
Aumento dos
ventrículos
Afilamento
do córtex
Córtex
normal
Normal
Alzheimer avançado
Alterações do cérebro na Doença de Alzheimer
FONTE: <https://www.nacientifico.com.br/wp-content/uploads/2019/06/DA-altera%C3%A7%-
C3%B5es1.png>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Para compreender melhor essa doença relacionada à cognição, você pode 
assistir a alguns filmes e documentários. O documentário Alive Inside mostra diversas 
experiências positivas no uso da música, para reavivar a memória de idosos com Alzheimer 
ou outros tipos de demências. 
 Também pode assistir ao filme Longe Dela (2006) – o que você faria se seu grande 
amor não o reconhecesse mais e se apaixonasse por outra pessoa? Essa é a trama do filme 
protagonizado por Julie Christie e Gordon Pinsent, no qual ela interpreta uma mulher que 
sofre de Alzheimer. A história é baseada num conto da escritora Alice Munro, que assinou 
o roteiro com a diretora, Sarah Polley. 
DICAS
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
20
 O filme Iris narra a história de amor entre um casal e se passa em duas épocas 
distintas, mostrando desde o momento em que o casal se conheceu na juventude, até as 
dificuldades que enfrenta na velhice, quando Iris se descobre com mal de Alzheimer. 
 O filme Aurora Boreal aborda a relação de um neto com seus avós, e o jovem 
começa a trabalhar na instituição onde os avós estão vivendo. 
 Para Sempre Alice retrata a vida da Dra. Alice Howland, uma renomada professora 
de linguística que, aos poucos, começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de 
Manhattan. Quando diagnosticada com Alzheimer, a doença coloca em prova a força da sua 
família e sua relação com o marido.
 Outra série sobre o assunto é The Alzheimer’s Project. As histórias mostram desde a 
rotina de quem vive com a doença até seus avanços científicos. O filme, produzido nos EUA, 
contou com o apoio do National Institute on Aging (Instituto Nacional do Envelhecimento), 
instituição que ficou encarregada de garantir que as informações transmitidas fossem sempre 
verdadeiras.
A principal queixa dos idosos é ligada à memória. Quando você se 
esquece de alguma coisa, normalmente diz “Nossa, acho que estou ficando 
velho!”, não é mesmo? Pois é, a memória executiva, aquela chamada de 
operacional, que regula as atividades do dia a dia, que faz com que você não se 
esqueça de uma panela no fogão ligado, acaba sendo prejudicada com o processo 
de envelhecimento. Além disso, a resposta a um estímulo também pode ficar 
prejudicada. Isso pode ocorrer diante de um estímulo cognitivo, como a demora 
mais para responder a uma pergunta ou dificuldade para executar duas coisas 
ao mesmo tempo, ou sensitivo/doloroso, quando, por exemplo, encostar em 
uma superfície que esteja quente.
Existem alguns testes que podem avaliar as funções cognitivas dos idosos, 
como o Miniexame do Estado Mental e o teste do relógio. Vamos conhecê-los? Que tal 
colocar em prática? Tente aplicar em alguém que você conhece.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
21
TESTE MINIEXAME DO ESTADO MENTAL
 O teste de Miniexame do Estado Mental é muito utilizado em níveis de pesquisa 
para triagem de uma amostra, por exemplo, mas também pode auxiliar os profissionais a 
conhecerem melhor o idoso. A pontuação abaixo de 18 é indicativo de déficit na capacidade 
cognitiva. 
TESTE DO RELÓGIO
 Você deve disponibilizar um papel e uma caneta ao idoso e pedir para desenhar um 
relógio com um horário específico, como 13h50, e ver o que ele consegue fazer. A seguir, está 
a pontuação do teste e o que pode representar, sendo 0 o mais grave e 5 o normal.
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
22
Já sobre questões motoras, De Vitta (2000) afirma que modificações se 
tornam evidentes no sistema musculoesquelético, ocorrendo a diminuição no 
comprimento, elasticidade e número de fibras musculares. Também são notáveis 
a perda de massa muscular e óssea, a elasticidade dos tendões e ligamentos 
(tecidos conectivos) e a viscosidade dos fluidos sinoviais (líquidos articulares). 
As mudanças ocasionam alteração do esquema corporal do idoso, 
favorecendo o aumento da massa de gordura, e é preciso uma reorganização 
postural. Quando você pensa em um idoso, o que vê? Normalmente, imagina-se 
alguém com uma curvatura maior da coluna. Isso não é, necessariamente, uma 
regra, mas ocorre devido às alterações posturais decorrentes do envelhecimento 
associadas ao estilo de vida e biotipo físico.
Gallahue e Ozmun (2005) ressaltam que, provavelmente, essa perda de 
tecido muscular resulta numa diminuição de força muscular, e acrescentam que o 
pico de força máxima aconteça por volta dos 30 anos, com estabilização até os 50 
anos e, seu declínio, aos 70 anos. Na prática, essa diminuição da força pode gerar 
maior sobrecarga para desenvolver atividades que antes eram mais fáceis. Esse 
declínio, muitas vezes, é confundido com patologias. 
Essas alterações musculares e ósseas, que levam a alterações posturais, 
ocasionam instabilidade. Associada a outros déficits que já mencionamos 
no tópico anterior (sistema visual, somatossensorial, auditivo), pode causar 
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
23
desequilíbrio no idoso, a dificuldade motora mais frequente nos idosos. 
Como complicações, a dificuldade de se locomover, as quedas e a imobilidade 
(ALFIERI; MORAES, 2008). 
Muitas vezes, o idoso muda também a maneira como reage a desequilíbrios, 
devido à pouca mobilidade das articulações. Normalmente, quando percebe que 
pode se desequilibrar e cair, usa a estratégia do tornozelo ou quadril, uma flexão 
para frente, como um pêndulo, capaz de impedir ou minimizar as sequelas da 
queda. Como o idoso não tem mais tanta mobilidade, acaba usando a estratégia 
de dar um passo, e a recuperação do equilíbrio fica mais difícil, o que favorece a 
queda (ALFIERI; MORAES, 2008).
As quedas apresentam problemas, como a fratura de ossos, causando 
imobilidade parcial, total ou, até mesmo, a morte (VERAS, 2011). 
Além das alterações normais do processo de envelhecimento, também 
existem outros fatores que favorecem as quedas: 
FIGURA 12 – FATORES QUE FAVORECEM AS QUEDAS
Fatores de risco
para quedas
Intrínsecos Extrínsecos
Comportamentos de risco
> 75 anos, sexo feminino
Declínio cognitivo
Inatividade
Déficit visual e/ou auditivo
Distúrbios do equilíbrio e mancha
Antecedente de AVC
Comprometimento de AVD
Polifarmácia, psicotrópicos
Hipotensão postural
Problemas médicos
Má iluminação
ObstáculosPisos escorregadios
Tapetes soltos
Mobiliário inadequado
Falta de elementos de apoio
Vestuário e calçados
inadequados
FONTE: Perracini (2005, p. 7)
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
24
É muito importante observar o equilíbrio dos idosos. Existem alguns testes que 
podem ser utilizados para avaliação, como o Timed Up and Go Test e o teste de Romberg. 
 O primeiro teste avalia o idoso em movimento e como está seu equilíbrio 
dinâmico. Quanto mais rápido se levantar da cadeira, andar 3 metros e retornar, melhor.
IMPORTANT
E
TESTE TIMED UP AND GO
 Já o teste de Romberg avalia o equilíbrio estático, parado, ou seja, quando estamos 
em pé sem se movimentar. O idoso deve ficar parado olhando para um ponto fixo, e você 
deve observar as oscilações do corpo. Também pode ser feito de olhos fechados.
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
25
TESTE DE ROMBERG
 Vamos tentar aplicar? Pode ser feito com qualquer pessoa. Tente aplicar com 
pessoas de diferentes faixas etárias. Ainda, observe a diferença entre cada uma, e quais seriam 
os motivos dela.
Para Assis e Araújo (2004), as mudanças fisiológicas do envelhecimento, 
combinadas com o sedentarismo, considerado o grande problema do nosso 
século, associado a uma má alimentação, ocasionam processos patológicos que 
podem levar o idoso a uma perda progressiva de autonomia, independência, 
quedas e a disfunções cognitivas.
Quer entender mais sobre o envelhecimento das questões cognitiva e motora? 
Leia o livro de Spirduso, Dimensões Físicas do Envelhecimento (2005). Esse livro é um 
clássico quando falamos das repercussões biológicas, principalmente na questão física, e 
trata da velhice como parte do desenvolvimento humano.
DICAS
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
26
Que tal escutar uma música?
 Na canção, Lucas Laypold fala sobre o esquecimento progressivo enfrentado pelo 
avô nos últimos anos, o qual teve diagnóstico de Alzheimer. Reflita sobre o quanto a doença 
interfere na vida da pessoa e dos seus familiares:
 
 Vê Se Não Me Esquece Mais (part. Vô Cabelo) – (Lucas Laypold)
Pensei em mil maneiras de como essa canção começar 
No fim já comecei, então vem cá dançar
Mesmo assim, deixa eu pensar um pouco mais 
No que eu vou te dizer
Vai, tu é muito importante, alma aconchegante 
Paparapapa que nunca tem fim 
Sempre quer que eu cante, a todo instante 
Tu não para nunca, assim não dá pra mim
A vida é uma loucura, às vezes não é justa 
Mas por favor não muda, não muda nunca
A vida é uma loucura, às vezes não é justa 
Mas por favor não muda
Vê se não me esquece mais 
Eu tava lembrando de lembrar você 
De acordar só quando o dia amanhecer
Vê se não me esquece mais 
Eu tô cantando só pra te dizer 
Que eu te amo e que a tristeza eu não sei cadê
Eu sei que um dia você não vai mais lembrar da gente 
Mas quero que saiba que eu fico contente 
Por teu sorriso deixar meu coração quente 
E que ver você cantando é meu maior presente 
Ai, ai, ai, ai, você é luz pra tudo 
E sei que lá no fundo você não vai me esquecer jamais
Ai, ai, ai, ai, para por um segundo 
Vem e canta junto, e encanta o mundo
E vê se não me esquece mais 
Eu tava lembrando de lembrar você 
De acordar só quando o dia amanhecer
Vê se não me esquece mais 
Eu tô cantando só pra te dizer 
Que eu te amo e que a tristeza eu não sei cadê
ATENCAO
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
27
Vê se não me esquece mais 
Eu tava lembrando de lembrar você 
De acordar só quando o dia amanhecer
Vê se não me esquece mais 
Eu tô cantando só pra te dizer 
Que eu te amo e que a tristeza eu não sei cadê
Eu não sei cadê 
A tristeza eu não sei fazer
FONTE: https://www.letras.mus.br/lucas-laypold/ve-se-nao-me-esquece-mais/.
O Ministério da Saúde produziu um material sobre dicas para evitar quedas em 
idosos, assim, vamos dar uma olhada? O que podemos fazer para evitá-las?
 DICAS EM SAÚDE: QUEDAS EM IDOSOS
 A queda é um evento comum e devastador em idosos. Embora não seja uma 
consequência inevitável do envelhecimento, pode sinalizar o início da fragilidade ou indicar 
doença aguda.
 Os fatores de risco que mais se associam às quedas são: idade avançada (80 anos 
ou mais); sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza 
muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha 
lenta com passos curtos; dano cognitivo; doença de Parkinson; uso de medicamentos 
sedativos, hipnóticos, ansiolíticos; e uso de vários medicamentos.
 Fatores relacionados ao idoso:
- diminuição da força muscular; 
- osteoporose; 
- anormalidades para caminhar; 
- arritmia cardíaca (batimento cardíaco irregular); 
- alteração da pressão arterial; 
- depressão; 
- senilidade; 
- artrose, fragilidade de quadril ou alteração do equilíbrio; 
- alterações neurológicas (derrame cerebral, doença de Parkinson, esclerose múltipla e 
 mal de Alzheimer); 
- disfunção urinária e da bexiga; 
- uso controlado de determinadas drogas; 
- diminuição da visão; 
- diminuição da audição; 
- câncer que afeta os ossos; 
- deformidades nos pés (unhas grandes, joanetes dolorosos etc.).
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
28
 Fatores relacionados ao ambiente:
- iluminação: ambientes mal iluminados favorecem a ocorrência de quedas; 
- arquitetura: casas mal planejadas aumentam o risco de quedas;
- móveis: disposição inadequada atrapalha a locomoção e, quando instáveis, não servem 
 como apoio; 
- espaço: oferecem risco os objetos escorregadios espalhados pela casa; 
- cores: ambiente muito escuro aumenta a chance de quedas.
 Orientações gerais para prevenir quedas:
- faça exames oftalmológicos e físicos anualmente, especialmente para detectar a 
 existência de problemas cardíacos e de pressão arterial; 
- mantenha, na sua dieta, uma ingestão adequada de cálcio e vitamina D; 
- tome banhos de sol diariamente; 
- participe de programas de atividade física que visem ao desenvolvimento de agilidade, 
 força, equilíbrio, coordenação e ganho de força do quadríceps e mobilidade do tornozelo; 
- elimine, da sua casa, tudo aquilo que possa provocar escorregões, e instale suportes, 
 corrimão e outros acessórios de segurança; 
- use sapatos com sola antiderrapante; 
- amarre o cadarço do seu calçado; 
- substitua os chinelos que estão deformados ou estão muito frouxos; 
- use uma calçadeira ou sente-se para colocar seu sapato; 
- evite sapatos altos e com sola lisa; 
- evite ingestão excessiva de bebidas alcoólicas; 
- mantenha uma lista atualizada de todos os medicamentos que está tomando ou que 
 costuma tomar, e a dê para os médicos com quem faz consulta; 
- informe-se, com o seu médico, sobre os efeitos colaterais dos remédios que você está 
 tomando e do consumo em excesso; 
- certifique-se de que todos os medicamentos estejam claramente rotulados e guardados 
 em local adequado (que respeite as instruções de armazenamento); 
- tome os medicamentos nos horários corretos e da forma que foi receitada pelo médico, 
 na maioria dos casos, acompanhados com um copo d'água; 
- nunca ande só de meias; 
- fadiga muscular e confusão mental aumentam o risco de quedas; 
- mulheres que não conseguem encontrar sapatos esportivos suficientemente largos para 
 o formato do seu pé devem comprar na seção masculina, pois esses sapatos têm formas 
 maiores.
 Simples cuidados e adaptações podem diminuir o risco de quedas dentro da 
sua casa. Basta verificar algumas orientações quanto a modificações na organização dos 
móveis, da casa e iluminação.
 Em seu quarto:
- coloque uma lâmpada, um telefone e uma lanterna perto da sua cama; 
- durma em uma cama na qual você consiga subir e descer facilmente (cerca de 55-65 cm); 
- os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes para facilitar a abertura, assim 
 como iluminação interna para facilitar a localização dos pertences; 
- dentro do seu armário, arrume as roupas em lugares de fácil acesso, de preferência, 
 evitando os locaismais altos; 
- substitua os lençóis e o acolchoado por produtos feitos com materiais não escorregadios, 
 como algodão e lã; 
- instale algum tipo de iluminação ao longo do caminho da sua cama ao banheiro; 
- não deixe o chão do seu quarto bagunçado.
TÓPICO 1 — FUNÇÕES COGNITIVAS E MOTORAS
29
 Na sala e corredor:
- organize os móveis de maneira que você tenha um caminho livre para passar sem ter 
 que ficar desviando muito; 
- mantenha as mesas de centro, descansos de pé e plantas fora da zona de tráfego; 
- instale interruptores de luz na entrada das dependências de maneira que você não tenha 
 que andar no escuro até que consiga ligar a luz. Interruptores que brilham no escuro 
 podem servir de auxílio; 
- ande somente em corredores, escadas e salas bem iluminadas; 
- não acumule ou deixe caixas próximas do caminho da porta ou do corredor; 
- deixe sempre o caminho livre de obstáculos; 
- mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito, mas nunca 
 debaixo de tapetes; 
- não deixe extensões cruzarem o caminho; reorganize a distribuição dos móveis; 
- coloque, nas áreas livres, tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte de baixo não 
 deslizante; 
- não sente em uma cadeira ou sofá muito baixo, porque o grau de dificuldade exigido para 
 se levantar é maior, sendo que estes devem ser confortáveis e com braços; 
- conserte imediatamente as áreas em que o carpete está desgastado; 
- remova peitoril de porta maior que 1,3 m. 
 Na cozinha:
- remova os tapetes que promovem escorregões; 
- limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenha sido derrubado no 
 chão; 
- armazene a comida, a louça e demais acessórios culinários em locais de fácil alcance; 
- as estantes devem estar bem presas à parede e ao chão, permitindo o apoio do idoso, 
 quando necessário; 
- não suba em cadeiras ou caixas para alcançar os armários que estão no alto; 
- no piso, utilize ceras que, após a aplicação, não o deixem escorregadio; 
- a bancada da pia deve ter de 80 a 90 cm do chão, para permitir uma posição mais 
 confortável ao se trabalhar.
 Na escada:
- não deixe malas, caixas ou qualquer tipo de bagunça nos degraus; 
- interruptores de luz devem estar instalados tanto na parte inferior quanto na parte 
 superior da escada. Uma outra opção é instalar detectores de movimento que fornecem 
 iluminação automaticamente; 
- a iluminação deve permitir a visualização desde o princípio da escada até o fim, assim 
 como as áreas de desembarque; 
- mantenha uma lanterna guardada em algum lugar próximo em caso de apagão; 
- remova os tapetes que estejam no início ou fim da escada; 
- carpete fixo na escada: selecione um carpete que tenha uma cor sólida (sem desenhos 
 ou muitas formas), através do qual seja possível visualizar claramente as bordas dos 
 degraus; 
- coloque tiras adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus; 
- instale corrimãos por toda a extensão da escada e em ambos os lados. Eles devem estar 
 em uma altura de 76 cm acima da escada; 
- conserte imediatamente as áreas em que o carpete esteja desgastado (principalmente as 
 bordas dos degraus).
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
30
 No banheiro:
- coloque um tapete antiderrapante ao lado da banheira ou do box para sua segurança na 
 entrada e saída; 
- instale, na parede da banheira ou do box, um suporte para sabonete líquido; 
- instale barras de apoio nas paredes do seu banheiro; 
- duchas móveis são mais adequadas; 
- mantenha algum tipo de iluminação durante a noite; 
- use, dentro da banheira, ou no chão do box, tiras antiderrapantes; 
- substitua as paredes de vidro do box por um material não deslizante; 
- ao tomar banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 cm, caso não 
 consiga se abaixar até o chão ou se sinta instável.
FONTE: Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Dicas 
em saúde: quedas em idosos. Brasília: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, 
2009.
31
Neste tópico, você aprendeu que:
• O processo de envelhecimento é contínuo e progressivo, desde o nascimento 
até a morte.
• Existem três formas de velhice: normal, patológica e ótima.
 
• Ocorrem alterações e declínio em vários sistemas e órgãos, contudo, o mais 
importante é a funcionalidade do idoso.
• Na pele e no cabelo, são vistas as primeiras mudanças a serem notadas, porém, 
também ocorrem alterações nos sistemas ósseo, muscular, somatossensorial, 
circulatório, respiratório, hormonal, digestivo e nervoso.
• Essas alterações podem repercutir de forma negativa na vida do idoso, e 
favorecer o aparecimento de doenças, as quais não estão diretamente ligadas 
ao processo de envelhecimento, mas a hábitos de vida.
• A cognição é responsável pela nossa capacidade de decidir com a motivação. É 
importante para a manutenção da autonomia do idoso.
• A perda cognitiva patológica faz com que o indivíduo perca a identidade, e 
uma doença em que isso ocorre é o Alzheimer.
• A memória operacional é a mais prejudicada no processo de envelhecimento, 
e é a responsável pelas tarefas cotidianas. Também pode ocorrer lentidão nos 
movimentos decorrentes de um declínio na velocidade dos impulsos nervosos.
• A principal consequência das alterações motoras é o grande risco de quedas.
• As quedas podem trazer inúmeras complicações ao idoso e, inclusive, levar à 
morte.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
1 Sobre o processo de envelhecimento, é correto afirmar:
a) ( ) Ocorre da mesma forma para todas as pessoas, sem exceção.
b) ( ) O nível de funcionalidade, ou seja, o quanto o idoso tem autonomia nas 
atividades do dia a dia não deve ser levado em consideração quando 
avaliamos sua qualidade de vida.
c) ( ) É o processo dinâmico e progressivo que ocorre no decorrer da vida, 
desde o nascimento até a morte.
d) ( ) Só tem efeitos deletérios e negativos para os indivíduos, e é considerado 
como o fim da vida.
2 Descreva, brevemente, as alterações fisiológicas que ocorrem nos sistemas e 
quais suas repercussões na vida do idoso.
3 Mariana, 82 anos, viúva, possui cinco filhos, mora sozinha no interior do Rio 
Grande do Sul, hipertensa e diabética, relata ter esquecimentos frequentes 
e que sua pele fica com hematomas com facilidade. Tem dificuldade para ir 
ao mercado, pois se cansa para caminhar longas distâncias. Ela pergunta a 
si mesma se essas alterações são normais ou precisa procurar um médico. 
A partir do estudado, o que você diria a Mariana? O que você questionaria, 
além do relatado?
4 Quais os motivos que podem favorecer a queda em idosos? Quais estratégias 
podem ser traçadas para evitar?
5 O que quer dizer cognição? Quais alterações ocorrem no sistema cognitivo 
do idoso e que são consideradas parte do processo?
6 O processo de envelhecimento é dinâmico e progressivo, e pode acarretar 
disfunções em vários sistemas, inclusive no Sistema Nervoso Central, 
ocasionando alterações cognitivas. Sobre essas alterações, podemos afirmar 
que:
a) ( ) O Alzheimer pode ser considerado uma doença inerente ao processo de 
envelhecimento.
b) ( ) A memória operacional é a mais afetada, ou seja, o idoso pode ter maior 
dificuldade de lembrar coisas cotidianas.
c) ( ) A cognição não interfere na vida do idoso, pois as atividades do seu dia 
a dia são automáticas.
d) ( ) Os impulsos nervosos não sofrem alteração no envelhecimento, e a 
lentidão dos movimentos é considerada patológica. 
AUTOATIVIDADE
33
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
1 INTRODUÇÃO
Já é consenso, na literatura, o quanto o fator nutricional interfere na 
qualidade de vida do ser humano e, em especial, no idoso. O fator também 
influencia os sistemas, principalmente o digestivo. Vamos entender um pouco 
mais sobre o assunto? 
Você sabia que a nutrição é definida como a capacidade de transformação, 
utilização e assimilação de nutrientes, provenientes da nossa alimentação, 
para a realização dasfunções celulares vitais, ou seja, funcionamento do nosso 
organismo? Nesse sentido, neste tópico, aprofundaremos o conhecimento sobre a 
nutrição e sua influência no processo de envelhecimento.
2 ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
As nossas preferências alimentares, o que é ingerido, sofrem mudanças ao 
longo da vida. Atualmente, pode-se observar uma redução da desnutrição e um 
aumento significativo da obesidade em idosos, considerado, também, um grave 
problema de saúde pública. Isso está diretamente relacionado ao aumento do 
consumo de calorias e baixa prática de atividades físicas, como já mencionamos 
no tópico anterior (SANTOS; REZENDE, 2006).
Você já sabe que o envelhecimento ocorre desde o nascimento até a 
morte, não é mesmo? Pensando nisso, como você está se preparando para ele? Tem 
praticado atividades físicas? Lembre-se: todos nós estamos em um processo contínuo de 
envelhecimento.
NOTA
34
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
A avaliação nutricional no grupo etário deve ser realizada de forma 
reflexiva, crítica e mais humanizada. A comida é muito mais que se nutrir, ela 
também tem um papel emocional na vida das pessoas. Você já percebeu que, 
muitas vezes, ela é o motivo para uma reunião familiar? Nesse contexto, muitas 
vezes, o patriarca ou a matriarca da família tem papel central e é representado por 
um idoso. Além disso, deve ser levada em consideração uma rede complexa de 
fatores determinantes diretos e indiretos inerentes ao processo de envelhecimento, 
como isolamento social, doenças, incapacidades, alterações fisiológicas e 
biológicas (TAVARES et al., 2015).
FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO DO PAPEL SOCIAL DA ALIMENTAÇÃO
FONTE: <https://media.istockphoto.com/vectors/cheerful-cartoon-family-having-dinner-vector-
-id102691215>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Uma nutrição deficitária pode levar a uma série de agravos nas questões 
inerentes ao processo de envelhecimento. Observe: 
QUADRO 1 – ALTERAÇÕES NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E POSSÍVEIS AGRAVOS
Alterações Agravos
Redução da massa muscular Sarcopenia e redução da capacidade funcional
Redução da água corporal Desidratação
Redução da massa mineral óssea Osteoporose
Aumento e redistribuição de 
gordura corporal
Obesidade, diabetes, dislipidemias, 
doenças cardiovasculares
FONTE: Tavares et al. (2015, p. 645)
TÓPICO 2 — ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
35
Algumas alterações que ocorrem no processo de envelhecimento 
interferem diretamente na alimentação e nutrição dos idosos. Assim, vamos 
conhecê-las?
FIGURA 14 – ALTERAÇÕES QUE INTERFEREM NA ALIMENTAÇÃO DO IDOSO
FONTE: O autor
Alterações sensoriais: a diminuição das sensações do paladar, olfato, 
audição, visão e tato pode reduzir o apetite e/ou perder o prazer pela comida, 
levando à redução na ingestão de alimentos, ocasionando a desnutrição (HARRIS, 
2005). Você já deve ter escutado um idoso falar que parece que a comida não 
tem mais o mesmo sabor, isso ocorre devido às alterações sensoriais. Muitas 
vezes, eles acabam usando mais sal ou açúcar, pelo mesmo motivo, o que acaba 
prejudicando sua saúde, e propiciando o aparecimento de doenças, como diabetes 
e hipertensão arterial.
As alterações podem ser devidas a vários fatores, como: diminuição 
das papilas gustativas e terminações nervosas, uso de prótese dentária, uso 
de medicações, intervenções médicas e cirúrgicas ou, ainda, ocasionadas por 
determinadas doenças neurodegenerativas (HARRIS, 2005). 
Baixa produção de saliva: a produção e o fluxo salivar diminuem no 
idoso, com influência pelo de muitos medicamentos, como diuréticos e anti-
inflamatórios, que favorecem a redução salivar, prejudicando a saúde oral e 
facilitando a perda dentária, inflamação de gengivas ou da mucosa oral (PHILLIPI 
et al., 1999; BÓS, 2007).
A saliva é importante para a umidificação dos alimentos, além de facilitar a 
mastigação e a remoção de restos alimentares ao redor dos dentes, neutralizando 
a ação bacteriana.
Sistema digestivo: Há uma redução da produção de ácido gástrico e 
pepsina, os quais são responsáveis pela digestão e degradação das vitaminas, 
fazendo com que haja uma redução na absorção da vitamina B12, ácido fólico, 
cálcio e ferro. Também há a redução da secreção pancreática e da sensibilidade 
da vesícula biliar, que podem interferir na digestão de gorduras e proteínas, 
36
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
produzindo efeitos negativos (LUNN, 2007). O idoso pode ter mais desconforto 
gástrico ao consumir alimentos gordurosos ou à base de proteína, como carnes 
com gordura.
Com o avançar da idade, há uma tendência da ocorrência de constipação 
intestinal, geralmente relacionada a sedentarismo e baixa ingestão de fibras e 
líquidos. 
Taxa metabólica basal (TMB): A quantidade mínima de energia necessária 
para manter as funções do corpo em repouso diminui com a idade. Os fatores que 
interferem na TMB são a diminuição da massa magra e aumento da massa gorda, 
alterações nos líquidos e temperatura corporal, alterações hormonais, estresse, 
genética e, principalmente, a inatividade física (LUNN, 2007). Assim, é possível 
afirmar que, com o envelhecimento, mudanças fisiológicas, metabólicas e na 
capacidade funcional podem resultar em alterações nas necessidades nutricionais 
(TAVARES et al., 2015). 
É importante uma dieta equilibrada em carboidratos, proteínas e 
gorduras para os idosos, conforme recomendado na pirâmide alimentar a 
seguir. O atendimento das necessidades de vitaminas e minerais é também 
essencial, pois esses nutrientes atuam como reguladores de diversas funções no 
organismo, agindo como antioxidantes, retardando efeitos do envelhecimento e 
o aparecimento de doenças (FUZARO JUNIOR et al., 2016). 
FIGURA 15 – PIRÂMIDE DOS ALIMENTOS
FONTE: <https://www.einstein.br/PublishingImages/info-nova-piramide-alimentar.jpg>. Acesso 
em: 22 jun. 2020.
TÓPICO 2 — ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
37
O consumo de proteínas também é essencial, devido à necessidade 
da presença de aminoácidos para importantes funções estruturais, motoras, 
metabólicas, hormonais e imunológicas (FUZARO JUNIOR et al., 2016). 
Os alimentos têm sido relacionados tanto à ocorrência quanto à prevenção 
de doenças crônicas, como as vitaminas A, E e C na prevenção do câncer e de 
doenças cardiovasculares (FUZARO JUNIOR et al., 2016).
Alterações naturais nos mecanismos de defesa do organismo ou 
dificuldades nos processos de mastigação e deglutição podem tornar a pessoa 
idosa mais suscetível a complicações decorrentes do consumo de alimentos, 
reforçando a necessidade de cuidados diários para preparar refeições seguras 
(FUZARO JUNIOR et al., 2016). 
Planejar as refeições e utilizar medidas corretas durante o preparo dos 
alimentos podem contribuir para a satisfação com a alimentação, além do 
respeito à vontade do idoso, permitindo que ele seja o ator principal da sua 
alimentação, quando possível (BRASIL, 2009). Assim, cria-se uma condição 
propícia para discutir a necessidade de eventuais mudanças nos procedimentos 
associados à compra, ao armazenamento, à higiene pessoal e ao preparo dos 
alimentos. Os objetivos são facilitar o dia a dia e favorecer uma alimentação 
segura (BRASIL, 2005). 
O Ministério da Saúde, com o intuito de orientar os profissionais que atuam 
com idosos, elaborou uma cartilha com os 10 passos para uma alimentação saudável:
1. Faça três refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar) e, caso necessite de mais, 
faça outras refeições nos intervalos.
 Procure fazer as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) em horários 
semelhantes todos os dias. Nos intervalos entre essas refeições, prefira realizar pequenas 
refeições saudáveis com alimentos frescos. Coma sempre devagar e desfrute do que está 
comendo, procurando comer em locais limpos e onde você se sinta confortável, evitando 
ambientes ruidosos ou estressantes.
2. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural. Inclua, 
nas principais refeições,alimentos como arroz, milho, batata, mandioca/macaxeira/
aipim.
 Esses alimentos são as mais importantes fontes de energia e, por isso, devem 
ser os principais componentes das principais refeições, devendo-se dar preferência às 
formas integrais. As atividades de planejar as compras de alimentos, organizar a despensa 
doméstica e definir, com antecedência, o cardápio da semana podem contribuir para a sua 
satisfação com a alimentação. Em supermercados e outros estabelecimentos, utilize uma 
lista de compras, para não comprar mais do que o necessário.
IMPORTANT
E
38
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
3. Inclua frutas, legumes e verduras em todas as refeições ao longo do dia.
 Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras. Por essa razão, 
eles devem estar presentes diariamente na sua alimentação. O consumo desses alimentos 
contribui para diminuir o risco de várias doenças e ajuda a evitar a constipação (prisão de 
ventre). Feiras livres, “sacolões” ou “varejões” são boas opções para a compra de alimentos 
frescos da safra (época) e com menor custo.
4. Coma feijão com arroz, de preferência no almoço ou no jantar.
 Esse prato brasileiro é uma combinação completa e nutritiva e é a base de uma 
alimentação saudável. Varie os tipos de feijões usados (preto, manteiga, carioquinha, verde, 
de corda, branco e outros) e use, também, outros tipos de leguminosas (como soja, grão-
de-bico, ervilha, lentilha ou fava). Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las 
e partilhá-las com familiares e amigos. Se você não tem tais habilidades, converse com 
as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, 
consulte a internet e descubra o prazer de preparar o seu próprio alimento. Para evitar o 
desperdício, cozinhe pequenas porções e congele o alimento sempre que isso for possível, 
para a sua utilização em dias posteriores.
5. Lembre-se de incluir carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados em, pelo menos, uma 
refeição durante o dia. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da 
preparação torna esses alimentos mais saudáveis.
 Os leites e derivados são ricos em cálcio, que ajuda no fortalecimento dos ossos. 
Já as carnes, as aves, os peixes e os ovos são ricos em proteínas e minerais. Quanto mais 
variada e colorida for a sua alimentação, mais equilibrada e saborosa ela será.
6. Use pouca quantidade de óleos, gorduras, açúcar e sal no preparo dos alimentos.
 Esses ingredientes culinários devem ser usados com moderação para temperar 
alimentos e para criar preparações culinárias. Procure evitar o açúcar e o sal em excesso, 
substituindo-os por temperos naturais (como cheiro verde, alho, cebola, manjericão, 
orégano, coentro, alecrim etc.) e optando por receitas que não levam açúcar na preparação.
7. Beba água mesmo sem sentir sede, de preferência nos intervalos das refeições.
 A quantidade de água que precisamos ingerir por dia é muito variável e depende 
de vários fatores, incluindo a idade e o peso da pessoa, a atividade física que ela realiza, o 
clima e a temperatura do ambiente onde ela vive. É importante estar atento ao consumo 
diário de água para evitar casos de desidratação, principalmente em dias muito quentes. 
Vale lembrar que bebidas açucaradas (como refrigerantes e sucos industrializados) não 
devem substituir a água. Uma dica é aromatizar a água com hortelã ou frutas, como rodelas 
e cascas de laranja ou limão.
8. Evite bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos e chás industrializados), bolos e 
biscoitos recheados, doces e outras guloseimas como regra da alimentação.
 Produtos processados (como biscoitos recheados, guloseimas, ‘salgadinhos’, 
refrigerantes, sucos industrializados, sopa e macarrão ‘instantâneo’, ‘tempero pronto’, 
embutidos, produtos prontos para aquecer) devem ser evitados ou consumidos 
ocasionalmente. Embora convenientes e de sabor pronunciado, esses e outros produtos 
processados tendem a ser nutricionalmente desequilibrados e, em sua maioria, contêm 
quantidades elevadas de açúcar, gordura e sal.
TÓPICO 2 — ASPECTOS NUTRICIONAIS E SISTEMAS
39
9. Fique atento(a) às informações nutricionais dos rótulos dos produtos processados 
e ultra processados para favorecer a escolha de produtos alimentícios mais saudáveis.
 Os rótulos dos produtos processados e ultra processados (como biscoitos, pães de 
forma, iogurtes, barras de cereais etc.) são uma forma de comunicação entre esses produtos 
e os consumidores e contêm informações importantes sobre a sua composição. Mais formas 
de esclarecimento podem surgir no diálogo com outras pessoas no local de compra, por 
meio do serviço de atendimento ao consumidor (SAC) ou, até mesmo, em uma consulta 
com um profissional de saúde. Fique atento (a) às informações, orientações e mensagens 
sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais, pois, o que, geralmente, a 
propaganda busca, é aumentar a venda dos produtos, em vez de informar.
10. Sempre que possível, coma acompanhado (a) de alguém.
 A companhia de familiares, amigos ou vizinhos, na hora das refeições, colabora para 
o comer com regularidade e atenção, proporciona mais prazer e favorece o apetite. Escolha 
uma ou mais refeições na semana para desfrutar da alimentação na companhia de alguém, 
mantendo o convívio social com as pessoas próximas.
FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais 
de saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A alimentação do idoso depende de diversos fatores, incluindo dimensões 
sociais, emocionais e biológicas.
• Uma nutrição deficitária pode levar a uma série de agravos em relação às 
questões inerentes ao processo de envelhecimento.
• As principais alterações fisiológicas que interferem na alimentação do idoso 
ocorrem no sistema sensorial, diminuição da saliva, menor taxa metabólica e 
alterações relacionadas à digestão.
• Assegurar a participação da pessoa idosa no planejamento da alimentação 
diária e no preparo das refeições possibilita envolvimento com a alimentação.
41
1 Quais são as principais alterações do processo de envelhecimento que 
modificam a alimentação?
2 Que medidas podem ser tomadas para que o idoso tenha uma alimentação 
mais saudável?
3 Sobre a alimentação do idoso, é incorreto afirmar que:
a) ( ) A avaliação nutricional nesse grupo etário deve ser realizada de forma 
reflexiva, crítica e mais humanizada.
b) ( ) A comida é muito mais que se nutrir, ela também tem um papel 
emocional na vida das pessoas, e essa premissa deve ser levada em 
consideração para a alimentação do idoso.
c) ( ) O idoso não deve ingerir alimentos com sal e/ou açúcar, mesmo 
que não tenha doença prévia, e sua vontade não deve ser levada em 
consideração.
d) ( ) É importante uma dieta equilibrada com carboidratos, proteínas e 
gorduras para os idosos.
AUTOATIVIDADE
42
43
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS
1 INTRODUÇÃO
Conforme visto anteriormente, muitos fatores interferem no processo de 
envelhecimento. Os genéticos e ambientais se destacam notoriamente, pois eles 
são responsáveis pela heterogeneidade do envelhecimento humano.
As grandes diferenças entre idosos são decorrentes, de um lado, da maior 
ou menor influência dos fatores ambientais, de outro, da grande amplitude da 
faixa etária da velhice. Assim, é difícil definir, em uma população de pessoas 
idosas, aquelas que podem ser consideradas “normais” tanto para fins de estudo 
quanto para o cotidiano. 
Nessa perspectiva, discutiremos, no próximo tópico, a influência desses 
fatores na velhice e o que é considerado “normal” no processo.
2 GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS
É consenso, na literatura, a dificuldade de conceituar o que é normal em 
geriatria, o que levou os autores Fox e Hollander (1990 apud FREITASet al., 2011) 
a criarem a expressão e o conceito de envelhecimento normativo. Eles afirmam 
que a expressão representa o processo natural de desenvolvimento em fases 
avançadas da vida (FREITAS et al., 2011). 
O envelhecimento normativo pode ser de dois tipos: primário e secundário. 
• Primário seria universal, presente em todas as pessoas, geneticamente 
determinado ou pré-programado.
• Secundário seria resultante de algumas influências ambientais, variável entre 
indivíduos em diferentes meios. Seria decorrente de fatores cronológicos, 
geográficos e culturais.
Esses fatores devem ser considerados, pois as diferenças encontradas 
entre grupos de idosos podem ser erroneamente atribuídas ao envelhecimento 
intrínseco, primário ou genético, quando, na verdade, são consequentes a 
influências externas ou ambientais (NERI, 2007).
44
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
Vale lembrar que é muito difícil separar a ação ambiental dos programas 
genéticos no envelhecimento, pois, com grande frequência, eles se sobrepõem, ou 
se complementam. Além disso, o ambiente não é necessariamente a causa dessas 
mudanças, embora possa, sem dúvida, influenciar o ritmo (NERI, 2007).
 
O envelhecimento apresenta uma imensa diversidade de padrões 
individuais, seja por motivos ambientais, seja pela variabilidade genética entre os 
indivíduos (FREITAS et al., 2013). 
Pode-se considerar o envelhecimento como a fase que começa no 
nascimento e termina com a morte, como já aprendemos anteriormente. Ao longo 
da vida, é possível observar fases de desenvolvimento, puberdade e maturidade, 
que são marcadores biológicos, e determinam limites de transição (FREITAS et 
al., 2013). Um exemplo é a primeira menstruação, como marcador do início da 
puberdade na mulher.
O que torna o envelhecimento tão difícil de definir é que, ao contrário 
do que acontece com as outras fases, o ser humano não possui um marcador 
biológico de início, pois compreende toda a vida de uma pessoa. De qualquer 
forma, a definição entre maturidade e envelhecimento é considerada mais por 
fatores socioeconômicos (aposentadoria etc.) e ambientais do que por um marco 
biológico.
E se fosse ao contrário, você nascesse velho e morresse jovem? Você vê no 
filme O curioso caso de Benjamin Button (2008), no qual o personagem nasce com a 
aparência e as enfermidades de um ancião e vai ficando jovem com o passar dos anos, 
mostrando, de forma inversa, o processo de envelhecimento humano.
DICAS
A dificuldade de se definir o envelhecimento se deve à questão de definir 
idades:
A falta de clareza para mensurar o fenômeno do envelhecimento está 
ligada à dificuldade de definir a idade biológica, e é justamente ela 
que justifica a falta de segurança para adotar quaisquer das teorias 
existentes sobre o fenômeno, pelo fato de que, na realidade, não 
existem início, meio e fim (FREITAS et al., 2013, p. 62). 
TÓPICO 3 — GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS
45
Contudo, o envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico 
e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e 
psicológicas, que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo 
ao meio ambiente, ocasionando vulnerabilidade e incidência de processos 
patológicos que terminam por levá-lo à morte. 
As alterações fisiológicas da velhice são caracterizadas pela redução da 
capacidade funcional, calvície, redução da capacidade de trabalho e da resistência 
etc. Associam-se perdas dos papéis sociais, solidão, perdas psicológicas e motoras, 
e afetivas. Essas manifestações se tornam mais evidentes a partir dos 40 anos ou 
pouco mais, ou seja, muito antes de 65 anos, idade cronológica que demarca, 
socialmente, o início da velhice (NERI, 2007).
Você já deve ter percebido que algumas pessoas parecem velhas aos 45 
anos de idade e, outros, jovens aos 70. Por que será que isso acontece? Lembra do 
estudo de caso que vimos no início deste capítulo? Será que a idade cronológica 
de Dona Maria e Dona Judite define suas velhices? 
Segundo Beauvoir (1990), a velhice, enquanto alterações no sistema 
biológico, é uma realidade irredutível, embora os destinos psicológico e social 
da pessoa idosa sejam construídos pelo tempo, meio e cultura em que ela vive. 
Contudo, é consenso que o processo tem início logo depois da maturidade sexual, 
e acelera-se a partir da quarta década de vida, pela cessação ou diminuição da 
possibilidade de reproduzir a espécie e por mudanças fisiológicas e morfológicas 
típicas (NERI, 2007).
Doenças e incapacidades dependentes da ação conjunta da genética, do 
comportamento e do acesso a recursos científicos, tecnológicos e sociais podem 
acelerar a senescência e conduzir a estados finais de forte desorganização e 
indiferenciação. Em contrapartida, sob condições ótimas de influência da genética, 
do ambiente e dos comportamentos ao longo de toda a vida, os indivíduos podem 
envelhecer bem (NERI, 2007).
Podem apresentar mudanças normativas da senescência, com pequenas 
perdas funcionais e doenças crônicas estáveis, garantindo a manutenção da 
atividade e da participação social. Convencionou-se chamar esse desfecho positivo 
de velhice bem-sucedida, ótima, ativa, saudável ou produtiva, denominações 
que encerram forte apelo ideológico por fazerem referência a um permanente 
ideal da humanidade, mesmo quando envelhecer era experiência compartilhada 
por poucos e, envelhecer com saúde e bem-estar, um milagre ou uma conquista 
pessoal (NERI, 2007). 
46
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
A trajetória do envelhecimento humano comporta expressiva variabilidade, 
dependendo do nível de desenvolvimento biológico e psicológico atingido pelos indivíduos 
e pelas cortes em virtude da ação conjunta da genética, dos recursos sociais, econômicos, 
médicos, tecnológicos e psicológicos.
NOTA
Para entender diferentes formas de envelhecer, você pode assistir ao filme O 
amor não tem fim (2011), que retrata a vida de um casal, os dois são recém-chegados 
à casa dos 60. Ela assume a idade e toma as devidas providências para adaptar a casa, 
instalando, inclusive, barras de segurança no banheiro. Ele, ao contrário, rejeita qualquer 
possibilidade de declínio.
DICAS
Para aprofundar seus conhecimentos sobre questões de definição da velhice, 
leia o livro de Simone de Beauvoir, A Velhice, publicado em 1970. A autora procurou refletir 
sobre a exclusão dos idosos em sua sociedade, mas do ponto de vista de que sabia que 
iria se tornar um deles. É um livro antigo, mas muito contemporâneo, e traz reflexões 
importantes sobre a questão.
DICAS
Será que a sociedade está preparada para envelhecer? Estamos 
preparados? Você percebe que hoje você é mais velho do que ontem? E que não 
é só seu vizinho que envelhece? Em algum momento da sua vida, você já tentou 
negar a velhice? O que você pensa sobre isso?
TÓPICO 3 — GENÉTICA E FATORES AMBIENTAIS
47
FIGURA 16 – REFLEXÃO
FONTE: <https://www.otempo.com.br/>. Acesso em: 9 jun. 2020.
48
UNIDADE 1 — ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
Você já parou para pensar o que é velho? O que será que o idoso acredita 
ser velhice? Neste artigo, os autores mostram a visão dos idosos sobre velhice, e 
constatam que a gente sempre acha que velho é o outro. Vamos conferir? 
SE VELHO É O OUTRO, QUEM SOU EU? A CONSTRUÇÃO 
DA AUTOIMAGEM NA VELHICE
RESUMO
Este estudo investigou como o idoso constrói sua autoimagem a 
partir da representação social da velhice. Foram realizadas sete entrevistas 
semiestruturadas, com idosos de 72 a 91 anos, de ambos os sexos, diferentes 
classes sociais e diferentes graus de escolaridade, residentes em Porto Alegre e 
grande Porto Alegre. 
As entrevistas abordaram as seguintes áreas de interesse: autoimagem 
na velhice, representações sociais da velhice e vivências pessoais. Os resultados 
indicaram que existem duas possibilidades para a construção dessa autoimagem, 
e ambas estão permeadas pela representação social que o outro tem da velhice.

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