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Lucas Moreira – 72C 1 RESUMO NEUROFISIOLOGIA Conceitos Básicos: 1. “Centros de Processamento”: nos possuímos no tronco e no hipotálamo, cerca de 16 “aplicativos”, que na verdade são núcleos de SC (locais de altas concentração de pericários) em meio a SB, que comandam reações reflexas que buscam manter a homeostase do organismo, deste modo, procurando aproximar um situação real da ideal para o bom funcionamento do corpo. Exs: núcleo do trato solitário no bulbo, que comanda o reflexo respiratório de aumento ou diminuição das IRPM, centro vasomotor, controle da temperatura do hipotálamo, ... • Exemplos: I. Baixa da PO2, aumento da PCO2 e baixa do pH => percepção pelos quimiorreceptores centrais => sinal para o centro respiratório dorsal do bulbo => alteração dos tempos de estímulo aos músculos inspiratórios, o que leva a uma alteração da profundidade da respiração; além da alteração das IRPM II. Aumento da osmolaridade sanguínea acima de 300mOsm => geração do sentimento de sede pelo organismo => consumo de água adicional => impulso para a hipófise produzir ADH => retenção de água no organismo III. Aumento da Temperatura Corpórea => percepção por receptores específicos => diminuição do tônus simpático na pele; vasodilação; diminuição da atividade muscular; aumento do tônus simpático colinérgico nas glândulas sudoríparas; diminuição da secreção de T3, T4 e NE. IV. Diminuição do volume sanguíneo e consequente baixa da PA => percepção pela mácula densa => estimulo da casca da renina-angiotensina => secreção de aldosterona => aumento da reabsorção de Na+ nas células principais da segunda metade do túbulo distal e do túbulo coletor cortical => osmose de água + alteração nos níveis de ADH secretados pela hipófise 2. Plasticidade: num contexto geral, é a capacidade que o nosso organismo possuí de ser adaptar conforme os estímulos do meio, deste modo, se encaixando a eles. Diferentemente da elasticidade, aqui quando cessado o estímulo, a transformação ainda persiste por um tempo. Como exemplos no corpo humano podemos definir o aprendizado, a memória, a Lucas Moreira – 72C 2 hipertrofia muscular e a proliferação de vasos em um tecido hipoxêmico. Este conceito é norteado pela lei do uso e desuso de Lamarck, apesar de não se limitar a esta lei, uma vez que possuímos limitantes no nosso genótipo e outros exemplos que não se encaixam na mesma. • Estímulos: por definição, é um agente capaz de gerar uma resposta fisiológica, que é ordenada geneticamente para ocorrer de maneira correta • Período Crítico: são fases temporais, nas quais nossos sistemas apresentam potencial plástico máximo. Nestes períodos, também é importante ressaltar que são neles onde os sistemas se tornam mais vulneráveis à privação de recursos. Ex: períodos da juventude, onde é mais fácil o aprendizado, como, por exemplo, de uma nova língua. Todavia, nem sempre esses períodos críticos existem e, em muitos casos, a plasticidade pode ser plena a despeito da idade • Plasticidade nos Sistemas Celulares: a plasticidade, a despeito de regulações de respostas, trata da expressão de novos personagens, reformulação morfológica, mudança no fenótipo, deleção, ..., ou seja, de alterações que não se revertem espontaneamente. Assim sendo, o processo de plasticidade é entrópico (apresenta um custo energético crescente), tal como ocorre na evolução, em que espécies não involuem por si só se forem retiradas do seu ambiente. Tendo isso em mente, tanto espécies quanto fenótipos podem assumir um padrão anterior de ordem, mas deverá haver uma pressão ambiental que remeta a este padrão, no nosso caso, basicamente, é o padrão de homeostase do nosso organismo. 2.1. Neuroplasticidade: é a capacidade do sistema nervoso de se transformar conforme pressões do meio externo. Estas transformações incluem desde lesões causadas por traumatismos até mecanismos de aprendizagem e memória • Estas transformações podem ser temporárias ou duradouras. As mudanças temporárias ocorrem nas sinapses, fazendo com que circuitos mais utilizados fiquem mais facilitados (com o potencial de repouso mais próximo do limiar); isto ocorre através de neurotransmissão metabotrópica, através de segundos mensageiros e da síntese proteica de canais. Já as modificações definitivas incluem a síntese de novos axônios, ou então de novas espinhas dendríticas, que são as regiões que recebem os inputs dos neurônios que chegam ao corpo celular. • As conexões que formam as redes neuronais são práticas, ou seja, capazes de se transformar, e ficam mais fortes ou mais fracas dependendo da frequência de uso. Assim sendo, os neurônios seriam como o conjunto de vias de uma cidade. Lucas Moreira – 72C 3 Quanto mais caminhos alternativos você tiver para chegar aonde deseja, mais fácil será chegar ao destino • Um grande exemplo da neuroplasticidade é a fisioterapia com, por exemplo, uma vítima de um AVE que criou uma hemiplegia de lado direito. Neste processo, a fisioterapeuta gera um estímulo, que chega ao giro pré-central, é interpretado, e manda uma resposta eferente, que pelo corpo caloso, pode alternar de lado e chegar ao seu local de destino. O grande desafio de reabilitações, como a do exemplo, é acessar as informações agora inacessíveis por caminhos diferentes, por meio de uma reorganização de uma rede neural. 3. Neurotransmissores: são os responsáveis pela propagação de um potencial de ação em uma sinapse química. O nosso sistema nervoso possuí uma infinidade de neurotransmissores, dentre os quais mais importantes são: I. Acetilcolina: relacionado com o aprendizado e a memória II. Noradrenalina: relacionado com o estado de alerta, ou de vigília, se ligando basicamente, a receptores excitatórios. III. Dopamina: é sintetizado por neurônios da substância negra do mesencéfalo, e possuí em geral um efeito inibitório. IV. Glicina: acredita-se que atue como neurotransmissor inibitório. V. GABA: possuí SEMPRE ação inibitória, tanto quem substâncias gabaenérgicas são utilizadas como anticonvulsivantes VI. Glutamato: possuí um efeito sempre excitatório. VII. Serotonina: age como inibidor das vias de dor na medula espinal e acredita-se que sua função inibitória no SN superior auxilie no controle do humor, possivelmente até mesmo provocando o sono. VIII. Óxido Nítrico: sua função até hoje não é bem definida. IX. Histamina: está relacionado ao alerta. 4. Padrões de Comportamento: o comportamento basicamente, é um tipo de resposta específico que o SN tem para certa interação com o meio externo. Estas respostas possuem um objetivo específico, tendo como objetivo último o bem-estar do indivíduo 4.1. Comportamento Reflexo: é o tipo de mais simples, uma vez que são inerentes à estruturas dos circuitos neurais, secundários a um arco sináptico simples, com o seu interneurônio estando localizado no H medular. Por definição, os reflexos são Lucas Moreira – 72C 4 comportamentos inatos, involuntários e estereotipados, porém podem ser modulados por mecanismo neurais mais complexos – tanto que lesões nos centros nervosos superiores podem acentuar reflexos ou até mesmo liberar reflexos antes inativos, como, por exemplo, o reflexo de Babinski em casos de lesão do neurônio motor superior • Um exemplo simples de um reflexo é quando encosta-se em um objeto quente. Neste contato, um receptor capta a temperatura do objeto, faz sinapse com um outro neurônio, que, por via aferente leva o estímulo para o interneurônio no H medular, este neurônio interpreta a informação e, por via eferente, manda um estímulo para o músculo se contrair para assim acabar com o contato com o objeto em questão Grande parte das ações do SNA é reflexa 4.2. Comportamentos Automáticos ou Automatismos: estes comportamentos são aqueles que ocorrem sem a menor consciência de que eles estão ocorrendo,como, por exemplo, os de andar, digitar, pilotar, jogar videogames, e muitos outros. • Muitos destes comportamentos são iniciados a partir de uma vontade (vontade de dirigir, por exemplo). Todavia, uma vez iniciados os seus movimentos específicos se dão de maneira automática. Estes comportamentos têm objetivos específicos muitos bem ajustados ao contexto do nosso dia a dia, deste modo, liberando o SN para se ocupar de outra cognição consciente (se ocupa de apenas uma destas por vez, ou seja, somos “monotasks”). • Estes comportamentos são adquiridos por nós, memorizados, e com um alto grau de sua repetição, são transferidos para o núcleo caudado e o putámen, onde são armazenados como automatismos. 4.3. Comportamentos Impulsivos: são movimentos voluntários, imediatos e motivados por nossas emoções (motivados na maioria dos casos por um conflito de bibliotecas cerebrais), sendo na nossa espécie os impulsos mais comuns os sexuais, agressivos, apetitivos ou evasivos • Nosso organismo possuí um aparato cerebral destinado a policiar e a conter nossos impulsos, chamado córtex orbitofrontal, uma região do córtex pré-frontal relacionada com a função de controle inibitório. Contudo, atos impulsivos são muito difíceis de controlar quando estamos em situações de estresse físico ou mental, principalmente na presença de fome, sede ou medo extremo. Obs: algumas substâncias como o álcool e a cocaína prejudicam a função do córtex orbitofrontal, dando vazão aos impulsos Lucas Moreira – 72C 5 4.4. Decisões: são as estruturas mais complexas de comportamento, sendo que muitas vezes nem se exteriorizam, mantendo-se reclusas na mente de quem as projeta. Logo, a decisão sendo um comportamento premeditado, oriundo de um julgamento crítico, ocorre sempre após um intervalo de tempo, o qual a separa do estímulo que a causou. • Uma decisão sempre resulta de uma verdadeira análise de inúmeras variáveis, baseadas nas nossas experiências próprias e no que nos foi ensinado, que termina em um julgamento de custos e benefícios. Assim sendo, acredita-se que a memória de trabalho, sediada no córtex pré-frontal, é um mecanismo fundamental para que as decisões ocorram • Tendo isto em mente, a capacidade de tomada de decisões está diretamente relacionada com a nossa experiência de vida (ou seja, nossa idade), com a nossa cultura geral (biblioteca de hipóteses) e com a nossa inteligência (capacidade de formular hipóteses e testá-las mentalmente) 4.4.1. Tomada de Decisão: em toda tomada de decisão há um conflito de duas bibliotecas que possuímos no nosso cérebro. A primeira está localizada em áreas do lobo frontal dos dois hemisférios, e está relacionada com possíveis comportamentos, basicamente, é o que nos foi ensinado sobre o mundo e a sociedade desde a nossa infância. A outra está localizada no lobo parietal, e está relacionada com experiências próprias relevantes, bem como seu conhecimento acerca do mundo. Ambas as bibliotecas estão conectadas pelo fascículo arqueado ou supervia (possuí a maior velocidade condução de impulsos do organismo), e quando há a chegada de um estímulo, antes de se chegar a uma decisão, ambas as vias se comunicam e trocam informações. Caso ambas as bibliotecas contenham informações concordantes acerca deste estímulo há uma tomada de decisão tranquila. Todavia, caso haja um conflito de bibliotecas, há uma decisão difícil, repleta de tensão e que requer muito mais pensamento. OBS: caso esta decisão seja definida bem, há um crescimento da autoestima pessoal, mas caso seja mau definida, há um grande crescimento da autodiscrença pessoal (motivo pelo qual, por exemplo, muitos cirurgiões perdem a crença em suas habilidades após uma tomada de decisão que julgam ter sido errada). • Os 4 passos da tomada de decisão: 1. O córtex pré-motor é ativado para tomar decisões básicas sobre movimentos físicos inconscientes 2. Se for necessário mais do que uma simples ação física, determinada área do córtex um pouco além é convocada, para planejar e refinar a rota da ação Lucas Moreira – 72C 6 3. Se a situação for feita em um contexto complicado, serão ativadas as áreas do córtex pré-frontal relacionadas à comparação de situações passadas e presentes 4. Por fim, a área mais frontal do cérebro é envolvida, combinando em um único plano integrado todas as informações reunidas até o momento 5. Sistema Reticular Ativador: como seu próprio nome diz, é um conjunto de neurônios espassados que estão presentes no mesencéfalo, e que possuem a função de bombardear o córtex cerebral com estímulos, a fim de nos manter sobre o estado de vigília. Estes neurônios são reverberativos, ou seja, quando o neurônio 1 manda um estímulo para o 2, que vai para o 3, para o 4, e depois para o cérebro, este estímulo volta direto para o 1, assim, criando uma espécie de circuito fechado de estímulos reentrantes. • Este sistema possuí mecanismos de ajuda excitatória, como atividades físicas, atividades com demanda intelectual, luz e sonoridade, frio, etc; bem como é estimulado por neurotransmissores, tais como histamina, noradrenalina, acetilcolina, dopamina, ...., etc. • Do mesmo modo, possuí mecanismos de ajuda inibitória, como repouso, olhos fechados, silêncio, conforto térmico, ..., etc; além disso, também é inibido por hormônios como serotonina e melanina (esta última é produzida pela pineal quando estimulada pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo, que é estimulado pelos centros subcorticais, que por sua vez, são estimulados pelos mecanismos inibitórios já citados acima) • Nos possuímos 10 níveis de consciência e alerta, que se baseiam na nossa atividade mental (alta ou baixa), na direção do nosso foco (interior ou exterior) e na nossa concentração (alta ou difusa). • Além disso, nossa atenção pode ser voluntária ou involuntária (quando um telefone toca). Quando ela é voluntária, ainda pode ser subdividida em focalizada (seletiva), sustentada (ex: motorista), concentrada, dividida e difusa 6. Aprendizado: toda informação para ser aprendida necessita de ser adquirida, consolidada, armazenada e evocada, tudo isso com absoluta atenção I. Aquisição: se dá por meio das estruturas sensoriais, como a visão, a audição e o tato, que transduzem a energia do estímulo, transformando-a em potenciais de ação Lucas Moreira – 72C 7 II. Consolidação: é o processo que decide se determinada informação será ou não armazenada, sendo que essa decisão vai depender de sua motivação, a qual é determinada por circuitos emocionais, como o hipotálamo. Se a decisão for que sim várias alterações bioquímicas ocorrerão em suas sinapses para tornar facilitados os circuitos neurais relacionados com essa informação, a fim de que se formem os chamados traços bioquímicos de memória, ou engramas. Todo esse processo de consolidação ocorre no hipocampo X. “Limpeza”: acredita-se que a limpeza das inúmeras informações não consolidadas ocorra durante o sono, deste modo, aí está a sua importância para o correto funcionamento dos nossos sistemas neurais. Em palavras leigas, ele realiza a limpeza do nosso “memory card” cerebral, nos deixando preparados para mais um dia de novas informações. III. Armazenagem: ocorre em regiões difusas do córtex cerebral. IV. Evocação: este processo envolve a organização dos traços de memória, ou engramas, em uma sequência coerente no tempo e ocorre principalmente no córtex pré-frontal, por um fenômeno denominado memória de trabalho. 7. Memória: é responsável por recolher os incontáveis fenômenos de nossa existência em um todo unitário; se não fosse a força unificadora da memória, nossa consciência se estilhaçaria em tantos fragmentos quanto os segundos já vividos. Assim sendo, é a memória que proporciona uma singularidade ao indivíduo • Edição da Memória: cada indivíduo é capaz de editarsua própria memória. Ou seja, quando alguém presencia um evento, as imagens, os sons, os cheiros e as impressões pessoais são traduzidos em termos bioquímicos • Uma informação após ser consolidada no hipocampo pode seguir dois caminhos. Se a informação envolver um comportamento motor, o aprendizado ocorre no subcórtex (cerebelo e núcleos da base, como o núcleo caudado e o putámen), este tipo de memória não se extingue com o desuso e criam os automatismos. No entanto, se a informação for de conteúdo exclusivamente linguístico, após a consolidação no hipocampo essas memórias seguem para regiões difusas no córtex cerebral (esta configuração difusa previne a perda total da memória em lesões cerebrais) • Classificação das Memórias: I. Memória Declarativa: são memórias sobre as quais podemos falar, ou seja, podemos declarar que elas existem e podemos ainda relatar como as adquirimos. São memórias de fatos, eventos e conhecimentos • A amnésia representa a perda deste tipo de memória Lucas Moreira – 72C 8 II. Memória Procedural: são coisas que sabemos fazer mas não sabemos como as fazemos, como por exemplo, falar, soletrar certa um palavra, etc. • Quase nenhuma doença ocasiona a perda destas memórias. As exceções são a Alzheimer e o Parkinson III. Hábitos: são coisas que estamos acostumados a fazer, como nadar, andar e saltar, ou seja, são memórias não facilmente declaráveis, mas constituem memórias extremamente duradouras. No início, o aprendizado de hábitos é declarativo, uma vez que precisamos pensar para fazer, mas com o tempo conseguimos realiza-las sem pensar. Isto ocorre porque agora se formou um automatismo secundário, já que, após o aprendizado, as representações passam a ficar armazenadas no cerebelo e núcleos da base. IV. Memória de Trabalho: é o terceiro tipo de memória que possuí a função de contextualizar o indivíduo, gerenciando as informações que transitam pelo cérebro. Essa memória dura apenas alguns segundos, que são suficientes para que o indivíduo coloque em ordem as etapas da tarefa que está realizando. Deste modo, basicamente esta memória é responsável por conservar uma informação na consciência enquanto tal informação está sendo processada, ou seja, ela só opera enquanto a informação está sendo processada, e após tal processamento se extingue, não formando engramas • O famoso “branco” ocorre quando algum evento agudo (estresse, trauma, susto) apaga o conteúdo da nossa memória de trabalho e então perdemos o fio da meada do nosso pensamento. • Outro papel fundamental da memória de trabalho é comparar as informações novas que nos chegam pelas vias sensoriais com aquelas já armazenadas nas nossas bibliotecas, como, por exemplo, ocorre na tomada de decisão. • É óbvio que determinada informação que esteja sendo temporariamente processada pela memória de trabalho poderá, ocasionalmente, se transformar em memória duradoura, formando engramas e se tornando uma memória declarativa. Para que isso ocorra, basta que haja motivação • Outra função fundamental da memória de trabalho é de evocar as memórias declarativas, uma vez que, para que isso ocorra é necessário ordenar os engramas, a fim de que a edição de ideias ocorra de maneira coerente no espaço e no tempo Lucas Moreira – 72C 9 O córtex pré-frontal é responsável pelas chamadas funções executivas do córtex, que envolvem três grandes subfunções: (1) a organização temporal da memória, que é realizada pela memória de trabalho; (2) o ajuste preparatório, que consiste nas funções de planejamento de ações e estratégias; e (3) o controle inibitório, que é a função cognitiva que atua como uma “censura” interna, racionalizando as emoções e viabilizando o convívio social • Além destes, ainda há mais algumas subdivisões da memória, tais como: ➢ Memória Espacial: localizada no lobo parietal ➢ Memória de Conhecimento Geral: localizada no lobo temporal ➢ Memória Episódica: localizada nos corpos mamilares ➢ Memória Emocional: localizada na amígdala 8. Movimentos Táxicos ou Harmônicos: são todos controlados por um sistema de controle junto ao cerebelo, que incluí os núcleos da base, como o corpo estriado, núcleo caudado e putámen; córtex motor; globo pálido e substância negra; AFBR: área facilitadora bulbo- reticular; motoneurônio GABA e ALFA, fuso, músculos agonista e antagonistas. FISIOLOGIA DA DOR E AS TEORIAS DA DOR: 1. Tipos de Dor: I. Dor Rápida: também denominada como dor pontual, em agulhada, aguda ou elétrica. Este tipo de dor é sentida em menos de um segundo, sendo transmitida por fibras do tipo A mielinizadas. Esta não é sentida nas vísceras e avisa rapidamente a pessoas sobre o perigo e, portanto, desempenha papel importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do estímulo doloroso. II. Dor Lenta: também denominada como dor persistente, pulsátil, nauseante e crônica. Esta dor geralmente está associada à destruição tecidual, e é sentida após um segundo, uma vez que, é conduzida por fibras C não-mielinizadas. A principal substância que induz à dor após dano tecidual é bradicinina, sendo que a sua intensidade está relacionada ao aumento local da concentração do íon potássio ou à elevação da concentração de enzimas proteolíticas, que atacam diretamente as terminações Lucas Moreira – 72C 10 nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais permeáveis aos íons. Ex: dor do infarto. • Por conta deste sistema duplo de inervação para dor, o estímulo doloroso súbito, em geral, causa sensação dolorosa dupla: dor rápida que é transmitida para o cérebro pela via de fibras A, seguida, em 1 segundo ou mais, por uma dor lenta transmitida pela via das fibras C, caso o estímulo causador do processo doloroso continue. III. Dor Referida: ocorre quando uma pessoa sente dor em uma parte do corpo que fica distante do tecido causador. Por exemplo, a dor na região do corpo irradiada para o braço em casos de infarto do miocárdio. A dor referida é ocasionada porque, os ramos das fibras para a dor visceral fazem sinapse na medula espinal, nos mesmos neurônios de segunda ordem que recebem os sinais dolorosos da pele. Quando as fibras viscerais são estimuladas, os sinais dolorosos são conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele, e a pessoa tem a impressão de que as sensações se originam na pele. A dor visceral quando é referida para a superfície do corpo, a pessoa, em geral, a localiza no segmento dermatômico de origem do órgão visceral no embrião. IV. Dor Visceral: é a dor oriunda diretamente de uma víscera, sendo geralmente ocasionada por sua infecção, inflamação, necrose, espasmos da musculatura lisa de vísceras ocas, distensão excessiva de víscera oca e/ou isquemia. Esta dor é difícil de Lucas Moreira – 72C 11 se localizar. Quando a doença afeta a víscera, o processo doloroso geralmente se dissemina para o peritônio, pleura ou pericárdio. Estas superfícies parietais são supridas com intensa inervação dolorosa. 2. Receptores e Estímulos para Dor: os receptores para dor são terminações nervosas livres e existem em diversos locais do nosso organismo, tais como, as camadas superficiais da pele, o periósteo, as paredes das artérias, os ligamentos articulares e as meninges cranianas. 2.1 Estímulos para Dor: a dor pode ser desencadeada por estímulos dolorosos mecânicos, térmicos (acima de 45 graus) e químicos. A dor rápida é desencadeada por estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor crônica é desencadeada por todos os três tipos 2.2. Substâncias Nociceptivas: as substâncias que excitam o tipo químico da dor são: bradicinina (dores mais fortes), serotonina, histamina, íons potássio, ácidos (como por exemplo o lático), acetilcolina e enzimas proteolíticas. Além disso, as protaglandinas e a substância Paumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente essas terminações. Estes dois últimos são responsáveis pelo fenômeno da hiperalgesia, que consiste no aumento progressivo da excitação dos receptores de dor conforme o estímulo permanece, em especial nas dores lentas. Este fenômeno é de fundamental importância para possibilitar que a pessoa fique ciente da presença do estímulo lesivo, enquanto a dor persistir • Isquemia Tecidual como Causa da Dor: geralmente quanto maior o metabolismo desse tecido, mais rapidamente a dor aparece. As principais causam para a sua ocorrência estão no acúmulo de ácido lático nos tecidos em virtude do metabolismo anaeróbico de suas células, e na liberação de K+, bradicininas e enzimas proteolíticas em virtude da lise celular. • Espasmo Muscular como Causa de Dor: parte da sua ocorrência se dá pela estimulação do nocirreceptores mecanossensíves, da obstrução de vasos sanguíneos que leva à isquemia e por fim, pela liberação de substâncias indutoras da dor. Lucas Moreira – 72C 12 3. Vias de Transmissão da Dor: após entrar na medula, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo, pelo trato neoespinotalâmico e o trato paleoespinotalâmico. a. Trato Neoespinotalâmico para Dor Rápida: as fibras do tipo A mielinizadas transmitem principalmente as dores térmicas e mecânicas agudas. Eles terminam na lâmina I (lâmina marginal) do corno posterior, e excitam os neurônios de segunda ordem do trato. Estes neurônios dão origem às fibras longas que imediatamente decussam pela comissura anterior e depois acendem para o encéfalo nas colunas anterolaterais. Algumas de suas fibras terminam nas áreas reticulares do tronco cerebral e no grupo nuclear dorsal do talámo, mas a maioria termina no complexo vertebrobasal. Dessas áreas talâmicas, os sinais são transmitidos para o giro pós-central. • Acredita-se que a substância secretada na sinapse na lâmina I seja o Glutamato. b. Trato Paleoespinotalâmica para Dor Lenta: nesta via as fibras periféricas do tipo C terminam na medula espinal quase inteiramente nas lâminas II e III dos cornos dorsais, que, em conjunto, são referidas como substância gelatinosa, em seguida, a maior parte dos estímulos passa por um ou dois neurônios de fibra curta, antes de entrar na lâmina V, também no corno dorsal. Ai, os últimos neurônios da via dão origem a axônios longos, que se unem, em sua maioria, às fibras de dor rápida, decussando e indo em direção ao encéfalo pela via anterolateral. • O provável neurotransmissor liberado pelos neurônios que entram no corno posterior é a Substância P. • A maioria desta via termina, de modo difuso, no tronco cerebral, sendo que somente um décimo de suas fibras ascende até o tálamo. A maioria das fibras termina em uma entre três áreas: núcleos reticulares do bulbo, da ponte e do mesencéfalo; na área tectal do mesencéfalo; ou na região cinzenta periaqueductal, que circunda o aqueduto de Sylvius Lucas Moreira – 72C 13 4. Sistema de Supressão da Dor no Cérebro e na Coluna Vertebral: o nosso sistema nervoso possuí a capacidade de suprimir as aferência de sinais dolorosos, num sistema que recebe o nome de sistema de analgesia. Este sistema consiste em três grandes componentes: (1) as áreas de substância cinzenta periaqueductal do mesencéfalo e região superior da ponte que circunda o aqueduto de Sylvius (são neurônios secretores de encefalina). Os neurônios desta área enviam sinais para (2) os núcleos magno da rafe e reticular paragigantocelular (são neurônios secretores de serotonina). Desses núcleos, os sinais de segunda ordem são transmitidos pelas colunas dorsolaterais da medula espinal para o (3) complexo inibitório de dor localizado nos cornos dorsais da medula espinal, que por sua vez, liberam encefalina, que é responsável por ocasionar uma inibição pré-sinaptica e pós-sinaptica das fibras dolorosas na sua sinapse no corno posterior. Os dois principais neurotransmissores associados a este sistema são a encefalina (estimulada por atividades físicas) e a serotonina (estimulada pelo estado de bem-estar). A estimulação elétrica dos neurônios de qualquer um destes três componentes gera um sistema que acaba por ocasionar a inibição da dor no corno posterior da medula. • Algumas substâncias como a B-endomorfina, anti-inflamatórios, hidrocortisona e a dinomorfina conseguem simular a ação destes neurotransmissores e atuar na inibição dos sinais dolorosos no corno posterior da medula. 5. Teorias da Dor: as teorias acerca da dor são descritas em seis, que acabam por complementar umas às outras. I. Teoria Neuroanatômica: esta teoria surgiu a partir de René Descartes e diz que a dor é um fenômeno constituído por estímulos elétricos que partiam de uma lesão qualquer e, através de um trajeto composto por neurônios era conduzida até o cérebro, onde ocorria sua interpretação. Assim sendo, esta teoria considerava exclusivamente a estimulação dos nocirreceptores e o trajeto desses estímulos (as duas vias) na medula até o tálamo (onde ocorre a percepção de dor) e daí para o córtex, onde havia a localização da dor. II. Teoria das Sensações e Padrões: além do pensamento da teoria neuroanatômica, esta teoria também considerou a estimulação de outros tipos de receptores (tato, pressão, frio) também podem ocasionar dor; também considerou que o estímulo entra dois níveis acima e abaixo no corno posterior da medula. Além disso, também admitiu-se que quando estes estímulos sobem até o cérebro mandam colaterais para o hipotálamo, onde encontra-se o centro do simpático, Lucas Moreira – 72C 14 assim, desencadeando os 4 reflexos da dor: taquicardia, atitude antálgica, grito e incapacidade de dormir. III. Teoria dos Portões: foi descrita em 1965 e centrou sua atividade acerca dos fenômenos de excitação e inibição que ocorrem no corno posterior da medula, onde na excitação de fibras neuronais finas (nocireceptores), ocorre a passagem do estímulo, porém na excitação de fibras grossas (mecanorreceptor), ocorre a inibição deste estímulo. Assim, sempre que houvesse predomínio na atividade elétrica no sistema mecanorreceptor havia a tendência de diminuir os níveis de dor e toda vez que houvesse predomínio para o lado dos nocireceptores haveria a tendência de aumentar a dor. • Esta teoria explicou o por que de ocorrer a melhoria da dor na compressão mecânica de certa área e na acunputura, o mecanismo da coceira e da acentuação da transmissão de estímulos dolorosos na Herpes zoster (onde há a destruição das fibras grossas) IV. Teoria Química: privilegiou a descoberta de substâncias químicas envolvidas na transmissão sináptica do impulso doloroso, algumas o acentuando a dor e outras a inibindo. Entres a principais substâncias destacam-se substância P (acentuador da dor nos receptores periféricos e mediador natural das fibras paleoespinotalâmicas), histamina, bradicininas e prostaglandinas. Entre as substâncias que inibem a dor estão a encefalina e a serotonina. V. Teoria da Dor como Fenômeno Físico-Psíquico-Social: esta teoria possuí os seguintes constituintes: • Fenômenos dolorosos agudos são nitidamente relacionados a mecanismos conhecidos relacionados à estimulação dos nocireceptores e sua transmissão aos centros superiores • Grande importância dos fenômenos químicos de excitação e inibição na transmissão sináptica no corno posterior, tal como é estabelecida na teoria dos portões • Existência de áreas de supressão da dor • O papel de inibição cortical. Na inibição de uma atividade mental distinta, como pensamento, distração mental e atividade laborativa, ocorre a inibição da percepção de dor • O papel da tensão psicológica (ansiedade): quando tenso o indivíduo o indivíduo tem uma contração muscular, prejudicando o afluxo de sangue para as estruturas Lucas Moreira– 72C 15 musculares, consequentemente, o metabolismo passa a ser anaeróbico, com produção de ácido lático, potente irritador dos receptores de dor. • Além disso, foi determinado que o córtex insular ajuda a localizar a dor, e a amigdala dá impressões emocionais à dor. VI. Matriz Body-Self: foi proposta em 2001 por Melzack, que propôs que a dor é uma experiência multidimensional, produzidas por impulsos com padrões característicos, que denominou “neuro-características”, geradas por uma rede neural espalhada pelo corpo. Além disso, também considerou-se que em casos de “dor psicológica”, o SNC por conta de sua neuroplasticidade já incorporou a dor, sendo que nestes casos, o tratamento aconselhado é a terapia ocupacional FISIOLOGIA MEDULAR • Capítulos 48, 49 (sensações térmicas) e 55 • Possuí como limites o forame magno e L1/L2; possuí 32 nervos, sendo 16 pares, cada um com uma raiz sensitiva dorsal, com um gânglio (neurônios pseudounipolares), e uma raiz motora ventral (neurônios bipolares) • Possuí a função de conduzir estímulos aferentes de: ➢ Exterocepção: são as nossas sensações relacionadas ao meio externo, tais como, tato, pressão, dor, temperatura. Todas elas sobem pelo trato espinotalâmico, passam pelo tálamo e chegam ao córtex pós-central. ➢ Propriocepção Consciente: são informações que nos permite situar no espaço. Deste modo, estas informações são captadas das cápsulas articulares e ligamentos e sobem pelos fascículos grácil e cuneiforme. Além disso, este tipo de propriocepção ainda pode ser subdividida em protopática (em que não há a capacidade de distinção) e epicrítica (com capacidade de distinção) ➢ Interocepção: informações de PA, equilíbrio químico, osmolaridade sanguínea, ..., ➢ Propriocepção Inconsciente: são informações advindas dos fusos musculares, que sobem pelo trato espinocerebelar, transmitindo informações da variação de comprimento. Estas informações são fundamentais para que o cerebelo possa comandar os nossos movimentos. • Possuí também a função de conduzir estímulos eferentes, tais como a via piramidal, pelo trato corticoespinal (conecta o NMS ao NMI, sendo que são divididos em dois, Lucas Moreira – 72C 16 um lateral com a maioria das fibras e um anterior), o trato reticuloespinal, o trato tectoespinal, o trato vestibuloespinal e o trato rubroespinal (acompanha o trato corticoespinhal lateral, deste modo, descendendo pelo funículo lateral). 1. Motoneurônios, Interneurônios e Células de Renshaw: são corpos neuronais presentes no corno anterior da substância cinzenta da medula espinal I. Motoneurônio Alfa: são basicamente o NMI. Estes neurônios dão origem às fibras motoras grandes do tipo A alfa, que se ramificam várias vezes após chegarem ao músculo e inervam grandes fibras musculares esqueléticas. A estimulação de um motoneurônio alfa estimula de 3 a 100 fibras musculares, e a esse conjunto dá-se o nome de unidade motora. OBS: quantos menos fibras possuí uma unidade, mais preciso é o movimento determinado por ela. II. Motoneurônio Gama: são células localizadas sempre ao lado dos motoneurônios alfa, e com metade do tamanho dos mesmos. Estes neurônios recebem estímulos dos tratos ponto reticulo-espinal (vem da área reticular da ponte) e bulbo reticulo-espinal (vem da área reticular do bulbo), sendo ambos comandadas pelo cerebelo (controle feito por meio dos núcleos da base, globo pálido e substância negra). Após isso, o este neurônio manda seus axônios, por meio de fibras A gama (menos calibrosas), para as fibras intrafusais dos fusos musculares. Estes motoneurônios são responsáveis pelo ‘amortecimento do movimento’ A. Trato Ponto Reticulo-Espinal: estimula o motoneurônio gama. B. Trato Bulbo Reticulo-Espinal: inibe o motoneurônio gama. III. Interneurônios: estão localizados em toda a porção da substância cinzenta medular, sendo cerca de 30 vezes mais numerosas que os motoneurônios do corno anterior, sendo muito excitáveis. Somente poucos sinais eferentes vindos do trato corticoespinal, terminam diretamente sobre os neurônios motores do corno anterior. Em vez disso, quase todos os sinais são transmitidos primeiramente para os interneurônios, onde são adequadamente processados. Este processamento se dá pela combinação dos sinais do trato corticoespinal com sinais de outros tratos espinais ou de nervos espinais (todos os outros tratos, tais como, o reticuloespinal e o tectoespinal convergem neste neurônio), antes de, por fim, convergir sobre os neurônios motores anterior para controlar a função muscular. Lucas Moreira – 72C 17 IV. Células de Renshaw: são células também localizadas no corno anterior da medula, em íntima associação com os neurônios motores. Nas proximidades destes corpos celulares, saem ramos colaterais do axônio dos neurônios motores. Essas são células inibitórias que transmitem sinais inibitórios para os neurônios motores circunjacentes. Assim, a estimulação de cada neurônio motor tende a inibir os neurônios motores adjacentes, efeito chamado de inibição lateral. Este efeito é importante para que o sistema motor focalize ou ressalte seus estímulos, deste modo, garantindo foco no movimento desejado. 2. Fuso Muscular: I. Estrutura: cada fuso é constituído de 3 a 12 fibras intrafusais muito delgadas que estão ligadas em suas extremidades ao glicocálice das fibras grandes e circunjacentes musculares esqueléticas extrafusais. Todavia, a porção central quase não possuí filamentos de actina e miosina. Portanto, esta região não sei contraí, quando as extremidades se contraem. Em vez disso, ela funciona como um receptor sensorial. Lucas Moreira – 72C 18 II. Inervação Motora: é realizada pelas fibras eferentes tipo A gama advindas do motoneurônio gama III. Inervação Sensitiva: a sua porção receptora é a porção central. O receptor presente nesta região pode ser estimulado de duas formas: (1) com o aumento do comprimento do músculo, assim ocasionando estiramento da região central do fuso; ou (2) mesmo que o comprimento do músculo não se altere, a contração das regiões terminais das fibras intrafusais provocam o estiramento da região central do fuso. Além disso, são encontrados dois tipos de receptores sensoriais nesta região, terminações aferentes primárias e secundárias i. Receptores Primários: é uma grande fibra sensorial do tipo Ia, que envolve a parte central do fuso, formando assim, o receptor aferente primário ou anuloespiral. ii. Receptores Secundários: é uma fibra do tipo II, que inerva a região receptora em um ou ambos os lados do receptor primário. IV. Lei do Fuso: é uma lei criada pelo Hudson, que afirma que o estado do nosso músculo reflete o estado dos nossos fusos musculares. Deste modo, para que um músculo relaxe, as fibras intrasfusais tem de estar relaxadas, caso contrário, este relaxamento não ocorre, sendo inibido por um reflexo do fuso. • Quando queremos, por exemplo, relaxar um músculo, um estímulo é gerado no nosso córtex-motor, desce pela via piramidal e então, manda uma colateral para o cerebelo (trato corticopontocerebelar), que pelo trato bulbo reticulo-espinal, manda um estímulo inibidor para o motoneurônio gama. Deste modo, há um pré-relaxamento das fibras intrafusais antes que o relaxamento do próprio músculo aconteça. Este fenômeno, denominado de coativação, é de suma importância para impedir que o reflexo do fuso muscular se oponha à uma alteração voluntária do comprimento muscular. • Nas minhas palavras, são o modelo a ser seguido e desejado pelos músculos. Assim sendo, a tendência é que as fibras musculares tendam a tentar ter seu nível de contração o mais parecido possível ao das fibras intrafusais (este ajuste ocorre por meio do feedback somatossensorial explicado mais à frente no resumo). V. Reflexo de Estiramento: é gerado quando há um estiramentorápido e inesperado de um músculo, gerando assim, uma contração reflexa deste músculo em questão. O circuito neuronal deste reflexo é o seguinte: • (1) há o estiramento rápido e inesperado de um músculo ➔ este estiramento também estira as fibras intrafusais, assim, gerando um estímulo que é percebido pelo Lucas Moreira – 72C 19 receptor anuloespiral do fuso ➔ este receptor conduz um estímulo aferente até o corno posterior da medula, onde ele adentra na substância cinzenta ➔ há uma sinapse direta com o motoneurônio alfa, deste modo, gerando um estímulo eferente que ocasiona a contração muscular reflexa. • O reflexo patelar (há o estiramento do quadríceps femoral) é considerado um reflexo de estiramento. Estes reflexos são utilizados para verificar o funcionamento das via aferentes e eferentes da medula, e, tendo como base que eles possuem uma certa inibição central (principalmente dos núcleos reticulares do tronco), se há alguma lesão nesta região ou não (os reflexos associados à lesões centrais tendem a ser mais fortes). OBS: a manobra de Jendrassik (mandar o paciente puxar os dedos e contrair a musculatura da face) é utilizado para distrair a atenção do indivíduo e permitir o funcionamento do reflexo patelar • Clônus: ocorre quando um reflexo de estiramento se repete e continua a oscilar por longos períodos. Em geral, ele ocorre apenas quando o reflexo está muito sensibilizado pelos impulsos facilitadores provenientes do cérebro, como, por exemplo, na síndrome do NMS em casos de AVE ou TCE (lado oposto da lesão). VI. Reflexo Flexor: na sua forma clássica, o reflexo flexor é provocado mais fortemente pela estimulação das terminações para dor, tais como alfinetada, calor, ferimento e, por essa razão, ele é também chamado de reflexo nociceptivo. Se alguma parte do corpo, exceto os membros, é estimulada dolorosamente, essa parte do corpo de modo semelhante será afastada do estímulo, mas o reflexo pode não se restringir aos músculos flexores, embora seja basicamente o mesmo tipo de reflexo. Portanto, os vários padrões deste reflexo em diferentes áreas do corpo são chamados reflexos de retirada. • Circuito Neuronal: um estímulo doloroso é aplicado, por exemplo na mão, e estimula os receptores nociceptores ➔ estes receptores conduzem o estímulo até a medula pela raiz dorsal onde estimula os interneurônios, que por sua vez, estimulam os neurônios motores no corno anterior ➔ este neurônio forma dois circuitos: (1) um circuito divergente para propagar o reflexo aos músculos necessários para a retirada; (2) e circuitos para a inibição dos músculos antagonistas, chamados de inibição recíproca VII. Reflexo Extensor Cruzado: após 0,2 a 0,5 segundo após o estímulo provocar reflexo flexor no membro, o membro oposto começa a se estender. Esse reflexo é chamado de extensor cruzado. Esta extensão pode empurrar todo o corpo para longe do objeto, que causa o estímulo doloroso no membro retirado. Lucas Moreira – 72C 20 • Circuito Neuronal: após o estímulo doloroso entrar na medula e fazer sinapse com interneurônios, estes interneurônios também fazem a excitação de neurônios motores anteriores do lado oposto da medula, que por sua vez, causam a contração e a consequente extensão dos músculos envolvidos neste reflexo. VIII. Papel dos Fusos Musculares no Tônus Muscular e no seu nível correto de Tensão: primeiramente, o nível correto de tensão de um músculo é quando seus filamentos encontram-se já com certo grau de sobreposição, assim sendo, qualquer movimento ocasionado por um ‘desejo súbito’ (ex: parar um carro quando uma moto do nada cruza na sua frente) ocorre de maneira mais fácil. Em outras palavras, o músculo já encontra-se ‘sensível’ à quaisquer estímulos súbitos para contração. O caminho neurológico para que isto ocorra é feito da seguinte forma: • A partir do estabelecimento de um maior nível de concentração há a geração de uma ordem do cerebelo. Este ordem ocasiona uma descarga leve do trato ponto reticulo- espinal, que chega até o corno anterior da medula e faz uma sinapse excitatória com o motoneurônio gama ➔ este neurônio motor manda um estímulo aferente até as fibras intrafusais, deste modo, causando o tensionamento do fuso ➔ isto gera um estímulo que é percebido pelo receptor anuloespiral, que manda um estímulo aferente de volta para medula ➔ após entrarem no corno posterior, há uma sinapse que causa a excitação moderada do motoneurônio alfa, que por sua vez, manda estímulo eferentes que são responsáveis por criar esta interdigitação basal dos filamentos musculares. • Hipertonia Muscular em Momentos de Ansiedade: há uma descarga moderada do trato ponto reticulo-espinal, o que gera uma excitação maior do motoneurônio gama, gerando uma contração mais fortes das fibras intrafusais e, por consequência, uma Lucas Moreira – 72C 21 excitação maior do receptor anuloespiral. Esta maior excitação acaba por ocasionar uma forte ativação do motoneurônio alfa, o que acaba por ocasionar uma contração muscular propriamente dita. Esta contração ocluí o fornecimento sanguíneo, fazendo com que o metabolismo muscular se torne anaeróbico, o que acaba por ocasionar a liberação de ácido lático e a excitação dos receptores nociceptivos, deste modo, ocasionando dor. • Em momentos de tensão, em que há um grau de concentração, em geral os reflexos, como o patelar, encontram-se exacerbados. Isto ocorre por conta da contração tensiva dos músculos situados nos dois lados de um tendão 3. Órgão Tendinoso de Golgi: I. Estrutura e Localização: o órgão tendinoso de golgi é um receptor encapsulado localizado em tendões musculares. II. Função: este órgão é responsável por detectar a tensão do músculo refletida no tendão, deste modo, gerando a nossa propriocepção consciente. III. Reflexo Tendinoso de Golgi: os sinais obtidos por este órgão são transmitidas por fibras nervosas do tipo Ib, transmitindo sinais para áreas da medula espinal e também após fazerem sinapse no corno posterior, por vias de fibras longas, tais como os tratos epinocerebelares, para o cerebelo, e, por outros tratos, para o córtex cerebral. O sinal local da medula excita interneurônio inibitório, que inibe o motoneurônio alfa. Assim sendo, este reflexo tendinoso é inteiramente inibitório e serve como um sistema de feedback negativo que impede o desenvolvimento de uma tensão excessiva no músculo que acabaria por levar à uma lesão neste. • Reação de Alongamento: é ocasionada quando a tensão no músculo se torna extrema, deste modo, o efeito inibitório do órgão tendinoso pode ser tão grande que leva à reação rápida na medula central, que causa o relaxamento instantâneo de todo o músculo. Isto ocorre quando tentamos carregar um objeto muito pesado, mas logo em seguida acabamos o soltando. Lucas Moreira – 72C 22 X. Reflexos de Importância Clínica: A. Reflexo Patelar: ocasiona uma contração do quadríceps femoral e avalia o nervo femoral (raízes L1, L2 e L3) B. Reflexo Bicipital: ocasiona uma contração do bíceps braquial que ocasionará uma flexão do cotovelo e uma supinação do antebraço. Avalia o funcionamento do nervo músculo-cutâneo (raízes C5 e C6) C. Reflexo Tricipital: ocasiona uma contração do tríceps braquial que ocasionará uma extensão do cotovelo. Avalia o funcionamento do nervo radial (raízes C6-C7) D. Reflexo Aquileu: ocasiona uma contração do tríceps sural levando a uma flexão plantar. Avalia o funcionamento do nervo tibial (raízes L4, L5, S1, S2 e S3) E. Reflexo Cutâneo-Plantar (superficial): ocasiona a flexão dos dedos (alterado gera uma extensão que gera o nome de Sinal de Babinski, sendo um indício de lesão no NMS). Avalia o funcionamento L5, S1 e S2 F. Reflexo Cutâneo-Abdominal: ocorre a estimulação rápida da parede abdominal no sentido látero-medial, sendo testada em três níveis epigástrico,umbilical e hipogástrio. Esta estimulação ocasiona contração ipslateral dos músculos abdominais da região estimulada com desvio da linha alba e da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Este reflexo avalia o funcionamento de T6-T9 (plano superior), ou T9-T11 (plano médio), ou T11-T12 (plano inferior). • Estes reflexos podem ser classificados na seguinte escala: 0. Ausente 1. Hipoativo 2. Normal 3. Hiperativo 4. Hiperativo com Clônus 5. Patológico XI. Reflexos do Tronco Encefálico: estão organizados de A – E do mais alto para o mais baixo. A. Reflexo Pupilar: é utilizado para avaliar o funcionamento tanto do II quanto do III par cranianos. Ele ocorre do seguinte modo: há a estimulação luminosa do olho de um paciente; esta luz é captada na retina e transportada pelo nervo óptico (II par); na altura do mesencéfalo (lesões aqui causam dilatação pupilar nos dois Lucas Moreira – 72C 23 lados) este nervo faz sinapse com o núcleo de Edinger-Westphal, que por sua vez, estimula o nervo óculo-motor (III par), fazendo com que este ocasione a contração pupilar de ambos os lados. O reflexo do lado que você estimula recebe o nome de reflexo foto-motor direto, enquanto do lado contralateral é chamado de consensual. OBS: pessoas cegas podem possuir reflexo pupilar normal, caso a lesão seja no sulco calcarino (lobo occipital). B. Reflexo Córneano: é utilizado para avaliar o funcionamento tanto do trigêmeo (V par) quanto do facial (VII par). Ele ocorre do seguinte modo: é utilizado um pedaço de algodão para estimular a parte lateral da córnea, fortemente inervado por V1. Este nervo conduz o estímulo até o tronco, mais especificamente na região da ponte, onde fecha uma sinapse com os núcleos do nervo facial. O facial por fim, ocasionará a contração da pálpebra (a pessoa pisca) C. Manobra Óculo-Cefálica: é utilizada apenas em indivíduos em coma, para avaliar a movimentação ocular (nervos III, IV e VI) juntamente com o sistema vestibular (VIII nervo), em uma integração que ocorre em um nível mais baixo da ponte (logo, se o reflexo está presente a ponte está preservada). Ela é feita do seguinte modo: há a movimentação da cabeça para o lado (neste caso participam o III e o VI pares), ou para cima e para baixo (neste caso participam o III e o IV pares), sendo que o olho tenta ficar preso ao alvo (geralmente na linha média). Quando movimentamos a cabeça em uma direção e os olhos vão junto, chamamos isto de reflexo de olho de boneca D. Reflexo de Resfriamento Vestibular: é outro reflexo utilizado, em indivíduos em coma, para verificar a movimentação ocular juntamente com o sistema vestibular, em uma integração que ocorre em níveis mais baixos da ponte. Ele é feito do seguinte modo: começamos a jogar soro gelado no tímpano de uma pessoa, isso faz com que as células do sistema vestibular diminuam sua temperatura e, por consequência, também a sua permeabilidade. Isto faz com que elas se despolarizem menos deste lado, o que gera uma informação que é interpretada na ponte como se a cabeça estivesse girando. Assim sendo, há a estimulação dos nervos oculares, que movimentarão apenas os olhos, no mesmo lado de aplicagem do soro. E. Reflexo da Apneia: é utilizado para avaliar o funcionamento do bulbo. Ele é feito do seguinte modo: pegamos um indivíduo estável e retiramos o suporte à ventilação. Quando a sua PCO2 aumentar e seu pH sanguíneo baixar, há a estimulação de quimiorreceptores que irão estimular o centro pneumotáxico, que por sua vez, irá controlar o grupo respiratório dorsal, de modo a aumentar as IRPM do paciente. Este reflexo estará ausente em lesões no bulbo e em Lucas Moreira – 72C 24 traumatismos medulares altos, caso a PCO2 suba acima de 55mmHg e não haja resposta. 4. Vias Ascendentes Medulares: podem ser divididas em três: uma coluna dorsal-lemnisco medial, uma anterolateral e uma espinocerebelar. 4.1. Vias Sensitivas da Coluna Dorsal-Lemnisco Medial: são as vias compostas por fibras nervosas grossas e mielinizadas que sobem por meio da região da coluna dorsal de SB (sensações advindas de membros mais inferiores sobem pelo fascículo grácil, enquanto as de mais superiores pelo cuneiforme) da medula até a porção dorsal do bulbo, onde fazem sinapse com os núcleos grácil e cuneiforme. Estes núcleos originam neurônios de segunda ordem, que imediatamente decussam e ascendem pelos lemniscos mediais até o tálamo (neste trajeto o lemnisco recebe informações sensoriais advindas do trigêmeo), onde terminam no complexo ventrobasal. Neste local originam-se neurônios de terceira ordem que se projetam até o centro somatossensorial, o giro pós-central. Nesta via estão contidas as informações de tato epicrítico, vibração e propriocepção consciente. • Via de Tato: o tato é percebido pelos corpúsculos de Vater-Paccini, Meissner (pele glabra, mais abundantemente na ponta dos dedos e nos lábios) e Merkel, além de também receptores pilosos. Todos estes transmitem seus sinais por meio de fibras mielinizadas do tipo Aβ (exceção feita à algumas terminações livres táteis que transmitem seus impulsos por fibras amielinizadas do tipo C, em geral transmitindo apenas as cócegas). Lucas Moreira – 72C 25 4.2. Vias Sensitivas Espinotalâmicas Anterolaterais: são vias compostas por fibras nervosas mielinizadas mais finas, que após entrarem na medula pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse no corno dorsal (lâminas I, IV, V e VI), imediatamente trocando de lado e ascendendo pelas colunas anterior e lateral da medula. Estas vias terminam em todos os níveis do tronco cerebral e no tálamo. Mais especificamente ela termina nos núcleos reticulares do tronco de modo difuso, e nos complexos ventrobasal e intralaminares do tálamo. Do complexo ventrobasal (em geral junto da via da coluna dorsal) as informações são levadas ao córtex somatossensorial. Nesta via estão contidas as sensações de dor (se subdivide em dois tratos, um neo-espinotalâmico e um paleo-espinotalâmico) , temperatura (seja frio ou calor), sexuais e de tato protopático. • Como já dito, as sensações de dor são detectadas por terminações nervosas livres (estímulos intensos e químicos). As sensações de calor são captadas pelos corpúsculos de Ruffini, enquanto as de frio pelos de Krause, enquanto os extremos de cada são captadas pelos receptores de dor. Nestas condições extremas há a estimulação dos receptores de dor por conta da alteração da permeabilidade celular ou da sua própria lise, o que acaba por liberar íons potássio e enzimas proteolíticas, que são responsáveis por excitar essas terminações livres. 4.3. Função do Tálamo em Ambas as Vias: quando o córtex somatossensorial do ser humano é destruído a pessoa permanece com um grau de sensibilidade tátil protopática, mantém grande parte da percepção da sensibilidade dolorosa (perda apenas a capacidade de localização da dor) e uma considerável parte da percepção de temperatura. Portanto, o tronco cerebral e o tálamo desempenham importantes funções na discriminação das sensações da via espinotalâmica anterolateral. Todavia, quase toda as percepções das sensações da via coluna dorsal-lemnisco medial são perdidas. 4.4. Tratos Espinocerebelares: são em total quatro, sendo dois ventrais e dois dorsais. Esta via possuí os neurônios com a maior velocidade de condução do organismo. • O trato dorsal sobe pelo funículo lateral da medula mais dorsalmente, chega ao cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior e termina no verme e na zona intermediaria do cerebelo, no mesmo lado de sua origem. Os sinais transmitidos por este trato vem principalmente dos fusos musculares e, em menor grau, de outro receptores como o órgão tendinoso de Golgi e receptores articulares. Todos estes sinais notificam o cerebelo sobre: (1) da contração muscular, (2) do grau de tensão exercido sobre os músculose seus tendões, (3) das posições e velocidades Lucas Moreira – 72C 26 de movimento das diferentes partes do corpo, e (4) das forças que agem sobre a superfície do corpo. • Por outro lado, o trato ventral sobe pelo funículo lateral mais anteriormente (os sinais excitam as células de Clark, que originam um trato ascendente e fazem sinapse com outras células de Clark do outro lado da medula, deste modo, garantindo que este trato chegue em ambos os lados do cerebelo) entra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior, mas termina em ambos os lados do cerebelo. Este trato recebe muito menos informações de receptores periféricos. Em vez disso, eles são excitados, principalmente, por sinais motores que chegam aos cornos anteriores da medula pelos (1) tratos corticoespinal e rubroespinal; e (2) dos geradores de padrão motor interno, na própria medula. Desse modo, essa via central diz ao cerebelo quais sinais motores chegaram aos cornos anteriores; essa informação, levada ao cerebelo, é chamada de cópia de eferência, ou seja, de todo comando exercido, sobre o corno anterior da medula espinal. 5. Vias Descendentes Medulares: 5.1. Trato Corticoespinal (Piramidal): é a principal via de saída do córtex motor. Este trato pode se originar de qualquer uma das regiões do córtex motor. Depois de sair do córtex, suas fibras passam pelo ramo posterior da cápsula interna, e depois, desce pelo tronco cerebral, formando as pirâmides bulbares. A maior parte das fibras piramidais, então, cruza na parte inferior do bulbo, para o lado oposto e desce pelos tratos corticoespinais laterais, para, finalmente, terminarem, em sua maioria nos interneurônios das regiões intermediários de SC da medula. Algumas fibras não decussam no bulbo, mas descem ipsilateralmente no bulbo, Lucas Moreira – 72C 27 formando os tratos corticoespinais ventrais. Muitas, se não todas as fibras desse trato, acabam, por fim, cruzando para o lado oposto da medula, seja em regiões cervicais, seja na região torácica alta. Estas vias podem estar relacionadas à movimentos posturais bilaterais pelo córtex motor suplementar. • As fibras mielinizadas de mais alto calibre desta via se originam das células gigantes de Betz, localizadas no córtex motor primário (estas representam apenas 3% do total de fibras em cada trato). • Este trato pode ter diferentes tamanhos, podendo ser (1) curto como o trato corticonuclear; (2) de médio tamanho como o corticocervical; (3) ou grande como o corticolombar; sendo os mais longos os que vão para os esfíncteres anal externo e pré-ureteral 5.2. Tratos Reticuloespinal e Vestibuloespinal: se originam de um número moderado de fibras motoras que se desvia para a substância reticular e os núcleos vestibulares do tronco (algumas dessas fibras saem daqui e vão para o cerebelo por meio dos tratos reticulocerebelar e vestibulocerebelar), então, descem pela medula e acabam nos interneurônios da SC medular. 5.3. Trato Rubroespinal: se origina de células gigantes, semelhantes às de Betz, que estão localizadas na porção magnocelular do núcleo rubro (estas células são estimuladas por tratos advindos do córtex motor ou por colaterais do trato corticoespinal), cruza de lado na parte inferior do tronco cerebral, e então, desce de maneira adjacente e anterior aos tratos corticoespinais laterais nas colunas laterais da medula. Este trato termina quase sempre nos interneurônios e serve como uma via acessória para a transmissão de sinais relativamente discretos do córtex motor para a medula. 5.4. Tratos Reticuloespinal Pontino e Bulbar: o pontino descende na coluna anterior da medula e transmite sinais excitatório para tanto motoneurônios gama, quanto alfa. Já o bulbar descende na coluna lateral e transmite sinais inibitórios para estes mesmos neurônios motores. 5.5. Tratos Vestibuloespinais Lateral e Medial: são dois tratos originários dos núcleos vestibulares localizados no tronco, que descem por meio da coluna anterior da SB da medula, sendo que o lateral se superpõe ao reticuloespinal pontino. Lucas Moreira – 72C 28 CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL: 1. Localização: em geral, os sinais sensoriais de todas as modalidades sensoriais de algum modo terminam no giro pós-central. Em geral a metade anterior do lobo parietal está relacionada, quase inteiramente, com a recepção e interpretação dos sinais somatossensoriais. Mas a metade posterior dos lobos parietais promove níveis maiores de interpretação. • Os sinais visuais terminam no lobo occipital no sulco calcarino, enquanto os auditivos terminam no lobo temporal na área de Wernicke, mais especificamente no giro temporal transverso anterior. 2. Orientação Espacial dos Sinais Provenientes de Diferentes Partes do Corpo: a figura abaixo mostra um corte transversal do encéfalo, no nível do giro pós-central, indicando as representações de diferentes partes do corpo em regiões distintas da área somatossensorial. • Algumas áreas do corpo são representadas por grandes áreas no córtex somático – a área dos lábios é a maior de todas, seguida pela da face e do polegar – enquanto o tronco e a parte inferior do corpo são representadas por áreas relativamente pequenas. As Lucas Moreira – 72C 29 dimensões dessas áreas são diretamente proporcionais ao número de receptores sensoriais especializados, em cada área periférica do corpo. 3. Funções da Área Somatossensorial: a ampla excisão bilateral da área somatossensorial I provoca a perda dos seguintes tipos de julgamento sensorial. I. A pessoa é incapaz de localizar discretamente as diferentes partes do corpo. Entretanto, ela pode localizar essas sensações grosseiramente em uma das mãos, uma vez que, a análise do tato protopático se dá em certo grau no tronco e no putámen. II. A pessoa é incapaz de analisar diferentes graus de pressão sobre o corpo III. A pessoa é incapaz de avaliar o peso dos objetos IV. A pessoa é incapaz de avaliar os contornos e as formas dos objetos. Esse distúrbio é chamado estereognosia V. A pessoa é incapaz de avaliar a textura dos materiais porque este tipo de julgamento depende de sensações muito críticas, causadas pelo movimento dos dedos sobre a superfície que está sendo avaliada. • Observe que nesta descrição nada foi dito a respeito da perda das sensibilidades dolorosa e térmica. Na ausência apenas da área somatossensorial, a avaliação dessas modalidades de sensibilidade ainda é preservada, tanto em qualidade quanto em intensidade. Entretanto, as sensações são pouco localizadas, indicando que a localização da dor e da sensibilidade térmica depende, principalmente, do mapa topográfico do corpo na área somatossensorial. CONTROLE CENTRAL DA MOTRICIDADE • Anteriormente ao sulco central, ocupando aproximadamente o terço posterior do lobo frontal, está localizado o córtex motor. Esta região é subdividida em três: (1) o córtex motor primário (giro pré-central), (2) a área pré-motora e (3) a área motora suplementar. Lucas Moreira – 72C 30 1. Regiões do Córtex Motor: 1.1. Córtex Motor Primário: esta região compreende basicamente o giro pré-central, assim, começando lateralmente na fissura cerebral lateral, estende-se para cima até a parte mais alta do hemisfério cerebral e, então, mergulha na profundidade da fissura longitudinal. Se irmos da direção do sulco de Sylvius até dentro da fissura longitudinal do cérebro a topografia desta região é a seguinte: a região da face e da boca, perto da fissura de Sylvius; o braço e a área da mão, na parte média do córtex motor primário; o tronco perto do ápice do cérebro; e as áreas da perna e do pé, na parte do córtex motor primário que mergulha na fissura longitudinal. A excitação de um só neurônio do córtex motor, em geral excita um movimento específico e não um músculo específico. Para fazer isso excita um padrão demúsculos separadas, cada um dos quais contribui com sua própria direção e força de movimento muscular. Esta área basicamente gera o “grosso” do movimento, sendo ele mais especificado e refinado na área pré-motora e na área suplementar, o que também é realizado pelo cerebelo e plos trato extra-piramidais da medula. 1.2. Área Pré-Motora: é uma área localizada anteriormente ao córtex motor primário, que estende-se para baixo, para a fissura de Sylvius e, para cima, na fissura longitudinal, onde tem contato com a área motora suplementar. A topografia e as funções desta região são essencialmente as mesmas do córtex motor primário. Todavia, os sinais neurais gerados na área pré-motora causam ‘padrões’ muito mais complexos de movimento do que os discretos gerados no córtex motor primário. Para realizar isso, a parte mais anterior da área pré-motora desenvolve primeiro uma ‘imagem motora’ do movimento muscular total que deve ser realizado. Depois, no córtex pré-motor posterior, essa imagem excita cada padrão de atividade muscular sucessivo, necessário para atender a imagem. Essa porção envia seus sinais diretamente para o córtex motor primário, a fim de excitar músculos específicos ou, mais frequentemente, por meio dos núcleos da base e do tálamo de volta ao córtex motor primário. Deste modo, essa área possuí um papel sobretudo no planejamento dos movimentos • Neurônios-Espelho: são uma classe especial de neurônios aqui localizados, que transformam representações sensoriais de ações que são ouvidas ou sentidas em representações motoras dessas ações. Deste modo, sendo importantes para entender as ações de outras pessoas e para aprender novas habilidades por imitação. 1.3. Área Motora Suplementar: é uma área motora que se situa principalmente na fissura longitudinal, mas se estende alguns centímetros até o córtex motor superior. As contrações Lucas Moreira – 72C 31 desencadeadas pela estimulação desta área costumam ser bilaterais, e não unilaterais. Em geral, essa área funciona em conjunto com a área pré-motora para gerar movimentos responsáveis pela postura geral de todo o corpo, movimentos de posição da cabeça e dos olhos e assim por diante, como base para o controle motor mais fino dos braços e das mãos, pela área pré-motora e pelo córtex motor primário. 1.4. Áreas Especializadas do Controle Motor na Área Pré-Motora: A. Área de Broca: a área de broca é definida como o centro de expressão humano, ou seja, é onde nossas palavras são formadas. Assim sendo, é a área responsável por controlar o músculos envolvidos na fala. Esta região está localizada no giro frontal inferior (dentro da região da área pré-motora), e em 95% dos casos apenas no hemisfério esquerdo. A lesão desta área não impede a pessoa de vocalizar, mas sim de formar palavras compreensíveis. B. Campo dos Movimentos Oculares Voluntários: está localizada no lobo frontal na área pré-motora imediatamente acima da área de Broca. A lesão desta área impede o individuo de movimentar voluntariamente os olhos em direção aos diferentes objetos, em vez disso, os olhos tendem a travar involuntariamente sobre objetos específicos. Essa área frontal também controla os movimentos das pálpebras, como o de piscar. C. Área de Rotação da Cabeça: pouco mais acima, na área pré-motora, sua estimulação elétrica desencadeia a rotação da cabeça. Essa área se associa estreitamente ao campo de movimentos oculares; ela direciona a cabeça em direção a diferentes objetos. D. Área para Habilidades Manuais: está localizada na área pré-motora, imediatamente anterior à área do córtex motor primário, relacionada às mãos e dedos. Isso significa que, quando tumores ou lesões causam a destruição dessa área, os movimentos manuais ficam sem coordenação e sem proposito, patologia chamada de apraxia motora (https://youtu.be/3CFU0ZquPQU). 1.5. Controle da Precisão Muscular e o Feedback Somatossensorial: quando sinais neurais do córtex motor causam contração, sinais somatossensoriais percorrem de volta todo o caminho da região ativada do corpo, para os neurônios no córtex motor que estejam iniciando a ação. A maioria desses sinais se originam dos fusos musculares, órgãos tendinosos de Golgi ou receptores táteis da pele que recobre os músculos. Esses sinais somáticos costumam causar aumento do feedback positivo da contração muscular pelo seguinte modo: no caso dos fusos musculares, se as fibras intrafusais se contraírem mais https://youtu.be/3CFU0ZquPQU Lucas Moreira – 72C 32 que as grandes fibras musculares (sempre se contraem antes pelo sistema já explicado), as partes centrais dos fusos se excitaram; sinais desses fusos então retornam rapidamente às células piramidais, para advertir que as grandes fibras musculares não se contraíram o suficiente. As células piramidais excitam mais ainda o músculo, ajudando sua contração a alcançar a contração dos fusos musculares (quem faz esse comparação do movimento ideal com o real é o cerebelo). 1.6. Estimulação dos Neurônios Motores Anteriores: os tratos corticoespinais laterais e rubroespinais terminam nos interneurônios na área intermediaria da SC medular, estes neurônios então fazem sinapse com os motoneurônios alfa, os excitando. Esta última excitação ativa células de Renshaw adjacentes lateralmente à este neurônios. Estas células então são responsáveis por gerar uma inibição lateral dos outros motoneurônios não desejados no movimento em questão. • Na inturmescência cervical da medula, onde as mãos e os dedos são representados, grande número de fibras corticoespinais e rubroespinais também terminam diretamente nos motoneurônios alfa, permitindo, desse modo, a via direta do cérebro para ativar a contração muscular. 2. Núcleo Rubro: este núcleo localizado no mesencéfalo funciona em estreita associação com o trato corticoespinal. Ele recebe grande número de fibras derivadas do córtex motor primário, pelo trato corticorrubral, bem como colaterais do trato corticoespinal, quando atravessa o mesencéfalo. Essas fibras fazem sinapse na porção mais posterior deste núcleo, a parte magnocelular, que contém grandes neurônios semelhantes às células de Betz. Esses grandes neurônios dão origem ao trato rubroespinal, que cruza para o lado oposto na parte inferior do tronco cerebral, seguindo trajeto imediatamente adjacente e anterior ao trato corticoespinal lateral, passando pelas colunas laterais da SB da medula. As fibras neste trato terminam em sua maioria nos interneurônios da SC, juntamente com as fibras do trato corticoespinal, mas algumas também terminam diretamente nos motoneurônios do corno anterior. • Função do Sistema Corticorrubroespinal: a parte magnocelular do núcleo rubro possuí representação somatográfica de todos os músculos do corpo, como acontece no córtex motor. Portanto, a estimulação de ponto único, nessa parte do núcleo rubro causa contração de músculo isolado ou de pequeno grupo de músculo. No entanto, a precisão de representação é muito menos desenvolvida que no córtex motor. Assim sendo, a via corticorrubroespinal serve como rota acessória para a transmissão de sinais relativamente discretos do córtex para a medula. Lucas Moreira – 72C 33 • O conjunto formado pelos tratos corticoespinais e rubroespinais são chamados de sistema motor lateral da medula (o medial é formado pelo vestibulorreticuloespinal). • A destruição das fibras corticoespinais, mas com a via corticorubroespinal intacta, ainda podem ocorrer alguns movimentos discretos, exceto os movimentos para controle fino dos dedos e das mãos, que ficam consideravelmente comprometidos. 3. Controle das Funções Motores pelo Tronco Cerebral: o tronco cerebral é diretamente responsável por regular (1) o controle da respiração, (2) controle do sistema cardiovascular, (3) controle parcial da função gastrointestinal, (4) controle de movimentos estereotipadosdo corpo, (5) controle do equilíbrio e (6) controle dos movimentos oculares 3.1. Núcleos Reticulares Pontinos e Bulbares: os núcleos reticulares se dividem em dois grupos principais: (1) núcleos reticulares pontinhos, localizados um pouco posterior e lateral à ponte, estendendo-se para o mesencéfalo; e (2) núcleos reticulares bulbares, que se estendem por todo o bulbo, situando-se ventral e medialmente perto da linha média. Esses dois grupos de núcleos funcionam, em particular, de maneira antagônica entre si. • Sistema Reticular Pontino: os núcleos pontinos transmitem seus sinais excitatórios descendentes para o trato reticuloespinal pontino na coluna anterior da medula. As fibras desse trato terminam diretamente em ambos neurônios motores do corno anterior, assim, excitando os motoneurônios gama (já discutido na parte de lei do fuso) e os alfa. No caso dos alfas, são responsáveis pela excitação dos músculos axiais do corpo, que sustentam o corpo contra a gravidade – isto é, os músculos da coluna vertebral (paravertebrais) e os músculos extensores das extremidades. Os núcleos pontinos possuem alto grau de excitabilidade e recebem fortes sinais excitatórios dos núcleos vestibulares, bem como dos núcleos profundos do cerebelo. Portanto, quando o sistema excitatório pontino fica sem oposição do bulbar provoca excitação tão poderosa Lucas Moreira – 72C 34 dos músculos antigravitários em todo o corpo, que animais quadrupedes, quando colocados na posição em pé, sustentam o corpo contra a gravidade sem quaisquer sinais dos níveis mais altos do cérebro. Sustentação do Corpo em Pé: primeiramente para ficar de pé o movimento é comandado pelo córtex motor. Quando já estamos nesta posição, há descargas do sistema vestibular sobre a área reticular da ponte, fazendo com que haja uma descarga sobre os motoneurônios gama dos músculos antigravitários agonistas e antagonistas. Isto causa a contração das fibras intrafusais, e pela lei do fuso (neste caso não haverá controle cerebelar, uma vez que, logo após o receptor anuloespiral perceber a distensão do fuso, ela vai para o corno posterior e fecha um sistema sináptico com o motoneurônio alfa), dos músculos ao redor. • Sistema Reticular Bulbar: os núcleos bulbares transmitem sinais inibitórios que para os mesmos neurônios motores gama e alfa-antigravitários por meio de trato diferente, o trato reticuloespinal bulbar, localizado na coluna lateral da medula. Estes núcleos recebem fortes sinais colaterais de aferência do trato corticoespinal, do trato rubroespinal e de outras vias motoras. Esses tratos e vias normalmente ativam o sistema inibitório reticular bulbar para contrabalancear os sinais excitatórios os sinais excitatórios do sistema reticular pontino, assim, sob condições normais, os músculos corporais não ficam anormalmente tensos. 3.2. Papel dos Núcleos Vestibulares para Excitar os Músculos Antigravitários: todos os núcleos vestibulares funcionam em associação com os núcleos reticulares pontinos para controlar os músculos antigravitários. Estes núcleos transmitem fortes sinais excitatórios por meio dos tratos vestibuloespinais lateral e medial, nas colunas anteriores. Sem essa sustentação dos núcleos vestibulares, o sistema reticular pontino perderia grande parte da excitação dos músculos axiais. O papel específico dos núcleos vestibulares, contudo, é o de controlar seletivamente os sinais excitatórios para os diferentes músculos antigravitários, de modo a manter o equilíbrio em resposta a sinais do sistema vestibular. Lucas Moreira – 72C 35 4. Aplicações Clínicas: 4.1. Síndrome de NMS x NMI: a primeira é ocasionada ou por um dano às áreas centrais motoras ou ao trato corticoespinal (uma vez que este são apenas axônios das células centrais), enquanto a segunda é ocasionada por uma lesão dos nervos periféricos ou dos neurônios motores do corno anterior. SINAL NMS NMI Força Diminuída ➔ Plegia/ Paresia Diminuída ➔ Plegia/ Paresia Tônus Aumentado/ Espástico Diminuído/ Flácido Reflexos Profundos Aumentados Ausentes Trofismo Diminuído (por desuso) Diminuído (por desnervação) Sinal de Babinski Presente Ausente Clônus Presente Ausente • Geralmente durante um período de 3 a 4 semanas de uma lesão de NMS todos os sinais desta síndrome tendem a não aparecer. Este período agudo é chamado de Choque Medular. Para avaliar se essa fase já passou é utilizado o reflexo sacral (se presente, passou, se não, ela ainda Lucas Moreira – 72C 36 persiste), no qual você retrai a sonda do paciente ou pressiona a glande ou o clitóris e, assim, irá ocorrer uma contração do esfíncter anal. 4.2. Escala de Coma de Glasgow: é utilizada para gerar uma abordagem estruturada, aumentar a acurácia e por gerar uma maior reprodutibilidade inter-examinador e entre estudos. Esta escala vai de 15 a 3, e é utilizada da seguinte forma: A. Checar Resposta Ocular: 1. Sem resposta 2. Abre os olhos à uma resposta de dor 3. Abre os olhos ao receber uma ordem vocal 4. Abre os olhos de maneira espontânea B. Checar Resposta Verbal: 1. Nenhuma resposta 2. Fala apenas ruídos incompreensíveis 3. Fala palavras inapropriadas ou sem nexo 4. Está falando, mas encontra-se desorientado (não sabe seu próprio nome, onde mora, ....) 5. Está orientado e conversando normalmente C. Checar Resposta Motora: 1. Nenhuma resposta 2. Apresenta apenas extensão com rotação medial (sinal de descerebração ➔ lesão abaixo do núcleo rubro) ao ser estimulado fisicamente com dor 3. Apresente uma flexão bizarra e anormal ao ser estimulado (descortificação ➔ lesão acima do núcleo rubro) 4. Tenta retirar a fonte da dor com uma flexão 5. Localiza a dor 6. Obedece a uma ordem verbal e realiza o movimento corretamente. Lucas Moreira – 72C 37 • Glasgow-P: foi recentemente criado e avalia a resposta pupilar do paciente. Você primeiro o avalia na ECG normal e depois subtrai os pontos desta avaliação. Logo, esta avaliação vai de 15 até 1. 0. As duas pupilas respondem com miose à luz 1. Uma das pupilas não responde à luz 2. Ambas as pupilas não respondem à luz. 4.3. ABCDE: é a avaliação primária do enfermo A. Airway: verificação da via aérea do paciente, com proteção da coluna cervical B. Breathing: verificação da ventilação e respiração do paciente C. Circulation: verficicação da qualidade da circulação do paciente com controle de hemorragias D. Disability: avaliação da disfunção neurológica do paciente (Glasgow) E. Exposition: exposição/ controle do ambiente, além de verificação de seus resultados. SISTEMA VESTIBULAR E A MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO: • O sistema vestibular é o órgão sensorial para detectar sensações de equilíbrio do corpo. Encerrado em sistema de túbulos e câmaras ósseas, com localização na parte petrosa do osso Lucas Moreira – 72C 38 temporal, há o chamado labirinto ósseo. Dentro desse sistema estão tubos e câmaras membranosas, no chamado labirinto membranoso. • As imagens acima (uma representativa e uma real) mostram o labirinto membranoso. Ele é composto pela cóclea (ducto coclear); três canais semicirculares; e duas grandes câmaras, o utrículo e o sáculo. A cóclea não quase nenhuma função no equilíbrio, sendo importante na audição; já os canais semicirculares as duas câmaras possuem papel fundamental nisto. 1. Máculas: localizada na superfície interna de cada utrículo e sáculo, existe uma pequena área sensorial chamada mácula. A mácula do utrículo se situa em sua maior parte no plano horizontal, na superfície inferior do utrículo, e desempenha papel importante na determinação da orientação da cabeça, quando ela está em posição ereta. Inversamente, a mácula do sáculo está localizada
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