Buscar

Material Didático Completo - Planejamento Tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 138 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 138 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 138 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- -1
Classificação dos Tributos
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
Quando você vai ao supermercado fazer compras, sabe quais os tributos que paga por elas? Ou você pensa que
tudo é imposto? É importante que você, futuro contador, saiba diferenciar os tributos existentes. Afinal, nem
tudo é imposto.
É preciso compreender que o não pagamento dos tributos ou não declarar os fatos contábeis são atitudes
erradas que o contribuinte não deve fazer.
Profissionalmente, será você o responsável por auxiliar os gestores na distinção entre impostos, taxas e
contribuições. Na sua vida pessoal, porém, você também poderá aplicar este conhecimento na prática, sabendo
qual o destino de cada tributo.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• compreender a classificação dos tributos em: impostos, taxas e contribuições. 
Tributos
Primeiramente é preciso determinar o conceito de tributo. Segundo o artigo 3° do Sistema Tributário (BRASIL,
1966), “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada”. Isso significa dizer que:
· o tributo tem natureza pecuniária, portanto é identificado em dinheiro e não deve ser pago em outra moeda.
Assim, podemos afirmar que não é permitido o pagamento dos tributos com imóveis ou qualquer outro bem ou
direito;
· os tributos são compulsórios, portanto são obrigatórios; caso não seja realizado o recolhimento do mesmo,
incorre a sonegação fiscal;
· o tributo deve ser pago em moeda corrente do país, ou seja, em reais;
· o tributo não é uma sanção de algum ato ilícito, sua origem é sempre lícita e prevista na legislação;
· só existe o tributo se existir uma lei que o estabeleça, conforme o princípio da legalidade tributária estabelece.
•
- -2
Quando ocorre o fato gerador, surge o tributo. Lembrando que, para isso, o mesmo deve estar vinculado de
maneira plena à legislação. Com o surgimento do tributo, surge a obrigação tributária, assim o sujeito passivo
(que é o contribuinte) é obrigado a recolher o tributo para sujeito ativo (que é quem recebe o tributo).
É preciso saber quais são os tributos, quais as classificações existentes, diante de tal necessidade a Constituição
Federal (especificamente no artigo 145) (BRASIL, 1988) juntamente com o Sistema Tributário (BRASIL, 1966),
em seu artigo 5, determinam as espécies de tributos. Entre eles, temos os impostos, as taxas e as contribuições.
Impostos
Os impostos são formados por um valor em dinheiro, o qual deve ser pago ao governo (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas. Este tributo tem por
finalidade custear um pouco das despesas administrativas do governo, bem como os investimentos em
infraestrutura e serviços que são essenciais para a população (saúde, educação e segurança).
É um tributo que é imposto ao contribuinte diante da ocorrência do fato gerador, o não pagamento do mesmo ou
a omissão dele poderá acarretar em problemas com a justiça.
SAIBA MAIS
Os princípios tributários são estabelecidos pela legislação, a qual além disso, rege também
sobre todos os conceitos dos tributos e finalidades. Para saber mais sobre os princípios e
normas gerais leia o “Código Tributário Nacional”, disponível no site do Senado Federal.
- -3
Figura 1 - Prisão decorrente de sonegação fiscal
Fonte: pikselstock, Shutterstock, 2019.
O que diferencia o imposto dos demais tributos é que ele não tem vínculo. Ou seja, o contribuinte deve pagá-lo
mesmo que o Estado não realize uma contraprestação. Os impostos podem, segundo a Constituição Federal, ser
criados pela União, pelos Estados, pelos Municípios e pelo Distrito Federal. Conforme o artigo145, I, e no §1° da
Constituição Federal, “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte” (BRASIL, 1988).
A legislação determina que os impostos tenham caráter pessoal, logo sua cobrança deve ser realizada de acordo
com a capacidade econômica do contribuinte, portanto, a Constituição Federal impõe o não confisco.
Como exemplos temos: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS),
Imposto de Renda Pessoa Física, Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), entre tantos outros existentes em nosso país.
Os impostos podem ser diretos ou indiretos. Os impostos diretos são taxados sobre a renda direta do cliente. Um
exemplo seria o Imposto de Renda Pessoa Física ou Pessoa Jurídica (quanto mais o contribuinte ganha, maior
será o seu imposto, por isso é um imposto direto).
- -4
Figura 2 - Imposto de renda
Fonte: Fotos593, Shutterstock, 2019.
Os impostos indiretos incidem sobre o produto, leva-se em conta o quanto o contribuinte gasta, consome (o
valor é calculado com base na compra que o contribuinte efetua e não com base em sua renda, por isso é
indireto). O ICMS é um exemplo.
É preciso frisar que não há qualquer atividade específica que justifique a cobrança de impostos por parte do
Estado, pois tal recolhimento é independente de qualquer atuação estatal.
Taxas
A taxa é uma modalidade de tributo onde o sujeito passivo, que é o contribuinte, deverá remunerar o Estado, que
é o sujeito ativo, por uma atividade diretamente voltada para o contribuinte (sujeito passivo). Por isso se diz que
as taxas estão vinculadas a uma contraprestação estatal, fato que diferencia as taxas dos impostos.
Sempre que houver a cobrança de uma taxa certamente porque o Estado prestou algum tipo de serviço ou
exerceu algum tipo de fiscalização ao contribuinte. O artigo 145 da Constituição Federal determina taxa como
sendo: “em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição” (BRASIL, 1988).
FIQUE ATENTO
Os impostos podem incidir diretamente ou indiretamente sobre o contribuinte. O que
diferencia o imposto direto do indireto é o fato ele ser aplicado à renda do contribuinte ou as
compras que o mesmo realiza. É importante observar que isso se aplica tanto à Pessoa Física
quanto à Pessoa Jurídica.
- -5
O fato gerador da taxa pode ser um serviço público ou o exercício do poder de polícia que ocorre para com o
contribuinte. Portanto o fato gerador da taxa é produzido pelo Estado, quando o mesmo exerce uma
determinada atividade onde o contribuinte deverá efetuar o pagamento de tal atividade. Como a cobrança da
taxa está vinculada a um serviço, certamente o Estado não poderá cobrar a taxa se não houver o serviço.
Figura 3 - Taxa para poder de polícia
Fonte: Naypong Studio, Shutterstock, 2019.
Como exemplos de taxas temos a de alvará para funcionamento de comércio, a de coleta de lixo, as ambientais,
entre outras.
Ressalta-se que o contribuinte da taxa sempre deverá ser a pessoa que faz com que seja necessária a atuação do
Estado, isso devendo ser a utilização do serviço de polícia. O serviço específico deve ser relacionado com a ideia
de que pode ser individualizada a sua utilização, de tal forma que é possível quantificar quanto cada usuário
FIQUE ATENTO
Segundo o artigo 77 do Sistema Tributário Nacional (BRASIL, 1966), as taxas cobradas pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios são provenientes do poder de polícia então
referentes a utilização de serviços públicos que podem ser divisíveis e prestados ou
disponibilizados ao contribuinte.
- -6
de que pode ser individualizada a sua utilização, de tal forma que é possível quantificar quanto cada usuário
dispõe de um determinado serviço. É aquele serviço pelo qual o contribuinte sabe exatamente por qual atividade
estatal específica ele está pagando o tributo.
Contribuições
As denominadas contribuições de melhorias são devidas mediante a atuação do Estado na execução de algo. Por
exemplo: construção de ruas, avenidas, parques, rede de esgoto, entre outrasobras que sejam de interesse
coletivo. Observe que se a obra não for de interesse coletivo ela não pode ser realizada pelo Estado.
Figura 4 - Contribuição para Construções Públicas
Fonte: gary yim, Shutterstock, 2019.
Para tanto, a legislação brasileira impõe um limite máximo que pode ser cobrado de forma individual, tendo
como primeiro critério o da valorização do imóvel e como segundo critério o efetivo curto da obra. A
contribuição de melhoria é tributo vinculado a uma prestação estatal, ou seja, para que o Estado cobre este
tributo dos contribuintes é necessário que tenha sido, efetivamente, realizada a referida obra pelo Estado.
A contribuição de melhoria se diferencia da taxa pelo fato de que aquela é um tributo indireto, ou seja, o
contribuinte se beneficia da valorização sobre o imóvel ocasionado pela obra do ente público. Já a taxa é uma
prestação direta, onde o contribuinte se beneficia diretamente com o serviço do ente público.
Ressalta-se que não é qualquer obra do ente público que é passível de cobrança da contribuição de melhoria. As
EXEMPLO
É preciso que a obra seja de interesse coletivo, assim, na cidade de Sarandi existe um bairro
que não tem as ruas asfaltadas. A prefeitura, mediante o interesse coletivo dos cidadãos,
realizou o calçamento e asfaltamento das ruas do bairro. Diante disso, os cidadãos tiveram que
pagar por uma contribuição de melhoria.
- -7
Ressalta-se que não é qualquer obra do ente público que é passível de cobrança da contribuição de melhoria. As
obras realizadas pelo Estado com objetivo da manutenção ou reforma de um patrimônio já existente não podem
resultar na cobrança do referido tributo. Essa regra não é absoluta, deve-se analisar as especificidades de cada
obra. Afinal, o tributo leva em consideração a valorização do imóvel, a qual deve ser perceptível e recair sobre o
imóvel localizado naquele endereço ou próximo a obra.
Fechamento
Agora pode-se dizer que você conhece alguns “tipos” de tributos e pode auxiliar as pessoas sobre as diferenças
existentes entre impostos, taxas e contribuições. Afinal, não são todas as mesmas coisas.
Observamos que os impostos decorrem de dois fatores, a renda que a entidade recebe ou então as compras que a
entidade realiza e devem ser revertidos a população, principalmente no que diz respeito às necessidades básicas
da população, como saúde, educação e segurança. As taxas são decorrentes, principalmente, dos serviços de
polícia. Tal serviço pode ser individualizado, mas está à disposição de toda a população. As contribuições de
melhoria se referem a atuação do Estado em alguma obra de melhoria, como por exemplo a construção de ruas
ou avenidas.
Referências
BARREIRINHAS, R. S. . 2. ed. Ver. Atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo:Manual de Direito Tributário
Método, 2009.
BERTI, F. de A. . Curitiba: Editora Juruá, 2008.Pedágio – Natureza Jurídica
BRASIL. . Diário Oficial da União,Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de agosto de 1988
publicado em 1988, p. 1. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. A
cesso em: 1 ago. 2019.
BRASIL. . Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, publicado emLei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002
2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 1 ago. 2019.
BRASIL. . Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e Institui NormasLei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966
Gerais e Direito Tributário Aplicáveis a União, Estados e Municípios. Diário oficial, publicado e 1966, p. 12. 452.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm. Acesso em: 1 ago. 2019.
SABBAG, E. . 5.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.Manual de Direito Tributário
SENADO FEDERAL. Disponível em:Código Tributário Nacional. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream
/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1. Acesso em: 2 ago. 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1
- -1
Sistema Tributário Brasileiro
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
O Sistema Tributário do Brasil é sempre muito criticado, mas você já se perguntou como ele é formado? Quais os
motivos que levaram à sua criação? Existe, de fato, a necessidade de se repensá-lo?
É preciso que você, enquanto contador, não seja um mero propagador da legislação. Você deve ser crítico, buscar
interpretar e analisar o que as mudanças podem refletir para o Sistema Tributário Brasileiro. Antes disso, no
entanto, é preciso compreender o contexto histórico e as especificidades de tal sistema.
Os tributos possuem especificidades. Entre elas, questões que envolvem quais tributos podem ser instituídos
pela União, pelo Estado, Municípios e Distrito Federal. Vamos aprender mais sobre isso.
Sistema Tributário Nacional
Desde a descoberta do Brasil há a cobrança de tributos. Isso pode ser observado quando se liga a cobrança de
tributos a exploração do pau-brasil e demais riquezas existentes em solo nacional, onde Portugal exigia uma
participação na exploração de tais riquezas.
- -2
Figura 1 - Impostos cobrados com a colonização
Fonte: Regissercom, Shutterstock, 2019.
Posteriormente foram ocorrendo várias evoluções e mudanças no ato de cobrar e pagar tributos até que, em
1966, o Sistema Tributário Nacional surgiu. Este, por sua vez, é uma lei que descreve normas do direito
tributário.
- -3
Figura 2 - Surgimento do Sistema Tributário Nacionak
Fonte: Levent Konuk, Shutterstock, 2019.
O Sistema Tributário Nacional está regulamentado pelos artigos 145 a 162 da Constituição Federal. Entre outras
questões, estabelece a competência tributária, a repartição das receitas tributárias e fixa os princípios
tributários.
A Constituição Federal consagrou o federalismo e delimitou à União, estados, municípios e Distrito Federal o
poder de tributar.
A competência tributária é a habilidade que se atribui ao ente político para instituir o tributo baseado na
legislação. Os artigos 153 a 156 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) demonstram que compete às pessoas de
Direito Público o poder de estabelecer e cobrar tributos. Diante disso, quem pode criar e cobrar os tributos são
os nossos representantes políticos (presidentes, deputados, prefeitos, governadores, senadores, ministros e
vereadores).
É muito importante a capacidade tributária ativa, que é atribuída ao sujeito ativo da obrigação, ou seja, o ente
estatal que pode exigir o tributo. O Sistema Tributário Nacional estabelece também os limites ao poder de
tributar, que estão previstos entre os artigos 150 e 152 da Constituição Federal. Tais limitações correspondem às
imunidades e aos princípios constitucionais tributários, que impõem limites à invasão patrimonial do Estado de
percepção do tributo.
FIQUE ATENTO
A competência tributária não pode ser delegada, alterada ou renunciada, mas pode-se admitir
a delegação de algumas atividades administrativas. Pode-se exemplificar com o que acontece,
por exemplo, no tocante a arrecadação de contribuições profissionais.
- -4
As imunidades previstas na Constituição Federal, além de abrangerem os impostos, também são aplicáveis a
partidos políticos, livros, jornais, periódicos, papéis de impressão, entre outros. Além disso, tais imunidades
proíbem a instituição de impostos recíprocos entre União, estados, munícipios e o Distrito Federal.
Figura 3 - Proibida a instituição de impostos recíprocos
Fonte: 3D Vector, Shutterstock, 2019.
A partir disso, é preciso discorrersobre os princípios que regem o Sistema Tributário Brasileiro. Os princípios
são a base, os mandamentos nucleares, de um sistema. Segundo Carraza, “princípios são normas jurídicas gerais
que servem de fundamento, de alicerce ao Direito. Exercem um papel fundamental como limites constitucionais
ao poder de tributar (2007, p.39)”. Os princípios constitucionais tributários são limitações constitucionais ao
poder de tributar. Foram expressamente previstos na Constituição Federal (BRASIL, 1988), a fim de que o
Estado, ao instituir ou cobrar tributos, seja por eles orientado.
· Princípio da legalidade: é estabelecido pelo artigo 5° da Constituição Federal, no inciso II (BRASIL, 1988).
SAIBA MAIS
A capacidade tributária é algo muito importante na tributação, deve-se saber quem é o sujeito
ativo e quem é o sujeito passivo. Só sabendo disso é possível analisar a tributação de fato. Saiba
mais lendo a Lei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966, que dispõe sobre o sistema tributário
nacional e institui normas gerais e Direito Tributário aplicáveis a União, estados e municípios.
- -5
· Princípio da legalidade: é estabelecido pelo artigo 5° da Constituição Federal, no inciso II (BRASIL, 1988).
Estabelece que o Estado (seja ele representado pela União, Estados Federativos, Distrito Federal ou Munícipios),
não pode majorar tributo sem que exista uma lei que o estabeleça anteriormente. Basicamente diz que não existe
tributo se o mesmo não constar na legislação.
· Princípio da anterioridade: este princípio tem a finalidade de impedir que o contribuinte seja surpreendido pela
instituição ou majoração dos tributos. Tem a finalidade, portanto, de garantir a segurança jurídica, de modo que
o contribuinte realize o planejamento de seus impactos econômicos. Segundo o princípio da anterioridade, é
vedado à União, estados e municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro da publicação da lei que os
instituiu ou aumentou, denominada anterioridade anual. Já a anterioridade nonagesimal, prevista no artigo 150,
III, alínea c da Constituição (BRASIL, 1988), proíbe a cobrança de tributos antes do decurso de 90 dias da lei que
o instituiu ou majorou. O princípio da anterioridade não se aplica a alguns tributos, como os impostos de
exportação, importação, sobre produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguros, extraordinário
de guerra e empréstimos compulsórios.
· Princípio da capacidade contributiva: reafirma o princípio da isonomia, que determina o tratamento dos iguais
de forma igual e dos desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. De acordo com o princípio da
capacidade contributiva, insculpido no artigo 145 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), os tributos devem ser
instituídos e graduados observando a capacidade econômica do contribuinte.
· Princípio da Progressividade: este princípio permite a progressividade do tributo, levando em consideração a
capacidade contributiva do contribuinte, como ocorre no caso do Imposto de Renda.
· Princípio da vedação do tributo com efeito de confisco: considerando a necessidade de garantia do direito
constitucional da propriedade industrial, foi proibida a instituição do tributo com efeito de confisco, conforme
previsto no artigo 150 da Constituição (BRASIL, 1988).
· Princípio da liberdade de tráfego de pessoas e bens: atente-se que o princípio em questão não impede a
cobrança de pedágios, mas corresponde à garantia de livre circulação de bens e pessoas no território nacional,
nos termos do artigo 150 da Constituição (BRASIL, 1988).
· Princípio da imunidade recíproca: as imunidades relacionam-se à proibição de instituir impostos recíprocos
entre os entes tributantes. Por exemplo, é proibido ao Estado instituir a cobrança de imposto sobre veículos
automotores da União.
· Princípio da uniformidade tributária: este princípio estabelece que a União deve instituir tributos uniformes em
todo o território nacional, na forma do artigo 151 da Constituição (BRASIL, 1988). É proibido, portanto, instituir
tributos diferenciados que impliquem em distinção entre os estados, Distrito Federal ou municípios. Registre-se
que o princípio em questão não impede a concessão de determinados incentivos fiscais.
Existe a norma matriz de incidência tributária no Brasil, com a finalidade de definir características relevantes
que devem estar contidas na lei que cria o tributo. Além disso, auxilia a identificação na legislação dos fatos que
ocasionaram a obrigação de pagamento do tributo, quando e onde ocorrem e seus termos.
A regra jurídica tem a estrutura de um juízo hipotético condicional: enquanto a hipótese descreve
FIQUE ATENTO
O Princípio da Imunidade Recíproca estabelece que é vedada a instituição de impostos entre os
tributantes. É muito importante saber que isso se aplica apenas aos impostos, portanto, não é
aplicado para taxas, contribuições sociais e demais tributos existentes em nosso Sistema
Tributário.
- -6
A regra jurídica tem a estrutura de um juízo hipotético condicional: enquanto a hipótese descreve
um fato de possível ocorrência; a consequência prescreve uma relação jurídica em que a conduta
vem regulada sob a forma de uma obrigação, uma proibição ou uma permissão (CARVALHO, 2014, p.
85).
Tal norma define a hipótese e o consequente, ou seja, a definição da hipótese de incidência, com identificação dos
fatos sujeitos e termos relativos à dívida. Resumidamente é preciso verificar cinco características básicas nos
tributos, devendo o texto legal responder às perguntas: Como? Onde? Quando? Quem? Quanto?
Figura 4 - Como? Onde? Quando? Quem? Quanto?
Fonte: cobalt88, Shutterstock, 2019.
· Fato Gerador: fato gerador da obrigação é definido em lei para o surgimento da obrigação tributária.
· Critério espacial: responde à pergunta: onde? Caracteriza-se pelo local em que se considera ocorrido o fato
gerador, com vistas a identificar qual será o ente que pode exigir o tributo, nos moldes da competência
tributária.
EXEMPLO
Se João é proprietário de um imóvel no município de São Paulo, o Imposto sobre a Propriedade
Territorial Urbana (IPTU) deve ser pago ao município de São Paulo. Assim, observa-se que
houve a caracterização do local onde houve o fato gerador e de qual o ente que pode exigir o
pagamento do tributo.
- -7
· Critérios de consequência: determina-se quais são os sujeitos envolvidos na relação, tem-se o sujeito ativo
(quem cobra e arrecada o tributo) e o sujeito passivo (quem deve o tributo). Além disso, auxilia na mensuração
de quanto se deve pagar (para isso, é preciso que se tenha a base de cálculo do tributo e a alíquota).
Fechamento
Nesta aula percebemos que o sistema tributário é muito complexo. Foi realizada uma pequena demonstração
sobre o histórico e a abrangência do mesmo. Assim como as ciências contábeis são regidas por vários princípios,
o sistema tributário também possui os seus. Entre eles o da legalidade, o qual é essencial, pois sem ele os demais
não têm efeito. Assim, os tributos só podem ser cobrados ou devidos no caso de os mesmos estarem instituídos
em lei, caso contrário a cobrança não pode ocorrer.
Além disso, entendemos que são necessários alguns aspectos básicos para se instituir a cobrança de tributos,
como quem deve pagá-lo, qual o valor devido, entre outros que foram descritos.
Referências
BRASIL. . Diário Oficial da União,Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de agosto de 1988
publicado em 1988, p. 1. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 1 ago. 2019.
BRASIL. . Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, publicado emLei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002
2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 1 ago. 2019.
BRASIL. . Dispõe sobre o Sistema tributário nacional e Institui NormasLei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966
Gerais e Direito Tributário Aplicáveis a União, Estados e Municípios. Diário oficial, publicado e 1966, p. 12. 452.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm.Acesso em: 1 ago. 2019.
CARRAZZA. R. A. . 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.Curso de direito constitucional tributário
CARVALHO, P. de B. . 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.Curso de direito tributário
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
- -1
Tipos de Planejamento Tributário
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
Vamos supor que você seja o proprietário de uma empresa e queira aumentar os seus lucros e suas vendas. Que
formas você pode utilizar para isso? Qual o tipo de Planejamento Tributário que lhe ajudará a chegar aos seus
objetivos? É preciso conhecer melhor os conceitos e características do Planejamento Tributário, pois esta
ferramenta pode auxiliar a chegar a tais objetivos.
O conhecimento do Planejamento Tributário e de seus tipos principais é essencial para que se consiga realizar
um bom estudo, visto que cada entidade possui necessidades especiais a serem atendidas. Esse estudo consiste
em demonstrar como auxiliar as entidades a melhorarem seus lucros e suas vendas.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Conhecer os tipos de planejamentos tributários existentes. 
Planejamento tributário
A carga tributária brasileira é composta de tributos distribuídos nas formas de contribuições, impostos e taxas,
conforme competência, para os cofres públicos Federais, Estaduais e Municipais.
Figura 1 - Pagamento de muitos tributos no Brasil
Fonte: cifotart, Shutterstock, 2019.
Está a cargo do planejador tributário o estudo mais profundo sobre o objeto fim da empresa, qual ou quais os
•
- -2
Está a cargo do planejador tributário o estudo mais profundo sobre o objeto fim da empresa, qual ou quais os
códigos nacionais de atividades econômicas que ela se enquadra, sua forma de tributação (lucro real, presumido
ou simples nacional), dos tributos envolvidos na relação de comércio interno ou externo e da legislação de cada
tributo envolvido.
A abrangência do planejamento tributário está:
· nas organizações, pois existe a possibilidade de planejar a ocorrência de cada tributo e dos seus respectivos
fatos geradores. Pode-se verificar ao menos duas condições para redução do custo tributário: redução da base de
cálculo do tributo e adiamento do vencimento do tributo;
· no âmbito administrativo, com a possibilidade de ingresso de processo administrativo para obtenção de
informações de classificação contábil de transações mercantis que possam trazer benefícios fiscais, como uma
reclassificação na tabela TIPI do IPI para redução de alíquota;
· no âmbito judiciário, com ação judicial para obter seu direito garantido quando existir contradições entre
normas tributárias. Essas ações podem ser mandado de segurança, medidas cautelares, ações declaratórias de
inconstitucionalidade, ações anulatórias entre outras.
O Planejamento Tributário deve levar às entidades a chance de se conseguir uma economia tributária. Isto é feito
observando legislação individual de cada tributo para garantir a eficiência na análise tributária e, assim, obter
uma consequência positiva para a reorganização dos custos fiscais. O benefício tributário ocorre quando o fato
gerador pode ser protelado ou evitado.
SAIBA MAIS
O Brasil é um dos países que possuem maior carga tributária do mundo. A grande maioria dos
bens ou serviços que utilizamos estão repletos de tributos que fazem com que os preços dos
mesmos sejam elevadíssimos. Saiba mais sobre os tributos recolhidos anualmente no Brasil no
link no site da Receita Federal.
FIQUE ATENTO
Todo ato que venha a tentar conseguir um benefício fiscal deve estar, obrigatoriamente,
alicerçado por uma lei pertinente. É necessário que, além disso, não tenha como ocorrer
brecha para que este ato possa ser julgado como ilícito. É preciso total segurança para que o
benefício fiscal possa ocorrer.
EXEMPLO
Uma indústria realiza as vendas de seus produtos tanto no mercado interno quanto no
mercado externo. Ao realizar o estudo tributário, observou que consegue exportar com valor
equivalente ao que seria comercializado internamente. Diante disso, chegou à conclusão que é
- -3
Quanto ao limite do planejamento tributário, é preciso estar atento para a pequena separação existente entre
elisão e evasão fiscal, afim de não se cometer crimes. Fazer simulações de transações mercantis como a melhor
data para efetivar vendas, procurar o Estado ou o país que proporcione a melhor condição tributária e outras
alternativas não torna a empresa ilícita. Contudo, é preciso observar se na efetivação de uma ou mais condições
acima citadas como exemplo, não ultrapassam ditames legais que possam causar consequências mais penosas à
organização.
Figura 2 - Público-alvo
Fonte: romakoma, Shutterstock, 2019.
Na visão jurídica, há três tipos de planejamento tributário: preventivo, corretivo e especial. O planejamento
tributário preventivo ocorre quando a empresa se dispõe a fazer um estudo prévio de suas atividades e de suas
transações mercantis, sejam de indústria, comércio ou prestação de serviço.
equivalente ao que seria comercializado internamente. Diante disso, chegou à conclusão que é
mais lucrativo exportar porque não há a incidência de ICMS e IPI.
FIQUE ATENTO
Na maioria das vezes, as empresas de médio e grande portes somente se atentam ao
Planejamento Tributário quando os custos fiscais chegam a patamares elevados e tornam-nas
incapazes de serem competitivas, seja no mercado interno ou no mercado externo.
- -4
A aplicação do planejamento tributário corretivo é válida se a organização não utilizou estudos tributários
prévios que pudessem detectar falhas. Portanto, após a aplicação errônea de uma classificação do produto,
mercadoria ou de um adiantamento incorreto de fato gerador, cabe a correção em órgãos competentes para não
ocorrer a aplicação do rigor da lei. O planejamento especial ocorre quando existir reorganização societária que
faça surgir fatos geradores distintos da atividade da organização, como, por exemplo, uma cisão entre empresas.
Planejamento Tributário Estratégico
O Planejamento Tributário Estratégico estuda a melhor maneira de atuação da empresa para alcançar as metas
determinadas. Dentro das normas, mas alterando algumas características para optar pelo o que lhe é mais
conveniente, como a busca por mão de obra, os empréstimos que a entidade pode conseguir, entre outros.
Neste tipo de planejamento tributário, define-se os objetivos com base em benefícios de longo prazo, ou seja,
projeta-se o futuro da entidade de modo que se realize a melhor definição de alguns aspectos organizacionais e
culturais da mesma. Como exemplos de definições mais adequadas têm-se: a visão, a missão e os valores da
entidade que podem ser melhor adequados para o futuro que a entidade almeja.
Devido ao fato de ser um planejamento de longo prazo, existe a necessidade do mesmo passar por processos
constantes de revisões. Além disso, devem ser levados em conta fatores externos e internos da entidade durante
a sua elaboração, sempre buscando alocar os recursos da melhor maneira possível para ela.
Este planejamento é realizado, usualmente, pelos proprietários, gerentes e ou diretoria devido ao fato de que as
decisões a serem tomadas envolvem mudanças significativas nas características da entidade. Além disso, avalia-
se um outro aspecto muito importante no que diz respeito à tributação. Avalia-se a opção tributária mais
adequada à entidade. Quando se diz mais adequada deve-se levar em consideração alguns aspectos como: ramo
de atividade e localização.
Avalia-se se é mais vantajoso para a entidade o Simples Nacional (é feito o pagamento dos tributos mediante a
cobrança de uma única alíquota), o Lucro Presumido (calcula-se o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a
ContribuiçãoSocial por meio de uma presunção realizada em cima do faturamento) ou o Lucro Real (calcula-se o
Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social por meio do lucro realmente obtido pela entidade).
Planejamento Tributário Operacional
Podemos dizer que a abordagem operacional é a forma normativa, ou seja, todos os procedimentos de registros
contábeis das operações e transações da organização são realizados sem que haja qualquer alteração de sua
característica básica.
Este tipo de planejamento tributário utiliza os procedimentos descritos em nossa legislação. Ele busca cumprir
com todas as obrigações fiscais estabelecidas. A economia dos tributos é buscada pela realização dos
pagamentos dos mesmos de modo antecipado.
Uma das suas características é a busca de resolução para problemas a curto prazo. Demonstra-se, por meio dele,
a forma como se chegará ao objetivo estabelecido durante o período para o qual o mesmo foi projetado.
- -5
Figura 3 - Todos devem conhecer suas responsabilidades
Fonte: puruan, Shutterstock, 2019.
Deve-se deixar bem especificado o que cada pessoa será responsável por fazer para que ocorra a possibilidade
de chegar aos objetivos estabelecidos. O planejamento deve conter os meios para que seja implementado, a
metodologia a ser usada e os responsáveis por ele.
Planejamento Tributário Tático
O planejamento tributário tático se diferencia dos demais devido ao período para o qual é elaborado. Ele tem
foco voltado para médio prazo. Ele busca realizar os planos estabelecidos pelo Planejamento Estratégico nos
diversos setores das entidades. O que o torna extremamente importe é o fato de que faz uma interligação entre
os outros planejamentos realizados pelas entidades (aqui estamos dando enfoque no que diz respeito ao
Planejamento Tributário, mas ele também pode ser utilizado no Planejamento Estratégico, como mencionado
acima).
- -6
Figura 4 - Integração
Fonte: Andris Torms, Shutterstock, 2019.
O Planejamento Tático integra o Estratégico com o Operacional, ou seja, realiza a ligação entre os objetivos da
entidade a curto prazo com os objetivos da entidade a longo prazo. Neste momento, deve-se realizar os estudos e
discussões acerca das ações e estratégias para que a entidade consiga, de modo geral, atingir os seus objetivos.
Fechamento
Nesta aula compreendemos que o Planejamento Tributário vai muito além de se realizar simples contas para
descobrir em qual regime tributário a empresa deve se enquadrar (seja devido a obrigatoriedade ou a
possibilidade de economia tributária).
Foi realizada uma breve conceituação sobre o Planejamento Tributário envolvendo abrangência, objetivos e
limites que o mesmo possui. Além disso, realizou-se um apanhado dos três tipos principais de Planejamentos
Tributários: o Estratégico, o Operacional e o Tático. Percebemos que cada um tem uma finalidade e auxiliam a
resolução de alguns problemas, ou a chegada de alguns objetivos.
Referências
BRASIL. . Dispõe sobre o Sistema tributário nacional e Institui NormasLei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966
Gerais e Direito Tributário Aplicáveis a União, Estados e Municípios. Diário oficial, publicado e 1966, p. 12. 452.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm. Acesso em: 1 ago. 2019.
CREPALDI, S. A. : Teoria e Prática. São Paulo: Saraiva, 2012Planejamento Tributário
RECEITA FEDERAL. Site. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-
tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa.
Acesso em: 2 set. 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa
http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa
http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa
- -1
Elisão fiscal
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
Há muito tempo a reclamação dos empresários brasileiros perpassa pelo mesmo ponto: a alta incidência da
carga tributária sobre os produtos, serviços e renda. Será que existe um método de economizar com a
tributação? É possível anteceder a economia de tributos ao fato gerador? Há alguma maneira lícita de
economizar com o pagamento de tributos? É preciso observar que a alta carga tributária traz aos empresários
muito desestimulo.
Assim, é necessário que se tenha muito conhecimento sobre a legislação (no que diz respeito à tributação) para,
desta maneira, procurar maneiras de realizar a economia lícita de tributos, ou seja, realizar a elisão fiscal.
Descobriremos mais sobre este assunto nesta aula.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• compreender o conceito e os benefícios da elisão fiscal.
O Estado e as necessidades coletivas
O Estado precisa de recursos para prover as necessidades coletivas dos cidadãos, que estão relacionadas ao
alcance dos objetivos fundamentais previstos no artigo 3° da Constituição Federal, como o desenvolvimento
nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, a promoção do bem-estar, entre outros.
•
- -2
Figura 1 - Estado como provedor
Fonte: Andrii Kondiuk, Shutterstock, 2019.
Deste modo, o Direito Tributário tem por escopo a regulamentação das normas que versam sobre os tributos,
que são a principal fonte das receitas públicas. Para Amaro, Direito Tributário é a “disciplina jurídica dos
tributos, com o que se abrange todo o conjunto de princípios e normas reguladoras da criação, fiscalização e
arrecadação das prestações de natureza tributária” (2014, p. 2).
Diante da necessidade de o Estado prover algumas necessidades coletivas da população, há a incidência de
tributos sobre diversos setores do Brasil afim de gerar renda ao governo para que o mesmo consiga cumprir seu
papel dentro país.
O que é muito questionado é a alta carga tributária brasileira. Existem inúmeros estudos e pesquisas que
comprovam que a carga tributária brasileira é altíssima e, devido a isso, o empresário se vê em uma situação
difícil. Ele não consegue ver muitas maneiras de conseguir lucrar o tanto que necessita e deseja, mantendo-se
competitivo em um mercado que está cada vez mais dominado por entidades de grande porte, principalmente as
estrangeiras, que enxergam no Brasil um país com grandes chances de alta lucratividade.
- -3
Figura 2 - Como se manter competitivo no mercado?
Fonte: michaeljung, Shutterstock, 2019.
O empresário precisa ser uma pessoa extremamente proativa e procurar métodos de não perder sua capacidade
competitiva, buscar maneiras legais de economizar com os tributos ou se anteceder a eles, afim de realizar uma
melhor programação do que irá fazer diante dos acontecimentos. Para tal finalidade há um conceito muito
importante que deve ser descrito, a . É preciso que o empresário conheça ou procure pessoas queelisão fiscal
dominem o direito tributário para isso. Ressalta-se que a elevada carga tributária faz com que o entendimento da
legislação seja um tanto quanto complicado, pois os tributos são partilhados pelo Governo Federal, Estadual e
Municipal.
Elisão fiscal
A elisão fiscal é geralmente confundida com a evasão fiscal. É preciso compreender que elisão fiscal é a economia
de tributos realizada de maneira lícita, sempre baseada na lei ou em suas brechas e antecedentes.
A elisão fiscal é uma prática muito comum na contabilidade, devido ao fato de levar à adequação da entidade de
SAIBA MAIS
A evasão fiscal é uma atitude que ocorre muito dentro do Brasil devido a inúmeros fatores que
não a justificam. As penalidades para aqueles que praticam a evasão fiscal são muitas, entre
elas destaca-se o pagamento de multas. Saiba mais no site do Tribunal de Justiçado Distrito
Federal e dos Territórios.
- -4
A elisão fiscal é uma prática muito comum na contabilidade, devido ao fato de levar à adequação da entidade de
modo que o pagamento de tributos seja mais vantajoso, sem que ocorram ilegalidades. A maneira mais clássica
de realizar a elisão fiscal é por meio do Planejamento Tributário.
Quando o empresário realiza um estudo adequado, consegue fazer com que ocorra uma gestão tributária bem-
sucedida, pois, normalmente, há maneiras de economizar, mesmo que em percentuais baixos. Ao fazer tais
estudos, pode-se adotar medidas de economia que antecedam ao fato gerador de tributos, e isso é determinante
para que ocorra a elisão fiscal. Isto porque há a legitimidade da economia tributária, por impedir o que ocorra o
fato gerador, excluindo o contribuinte de alguma norma existente ou então reduzindo o montante que o mesmo
deverá pagar.
A própria legislação é composta por algumas disposições que auxiliam na redução da tributação para empresas
que tenham os requisitos solicitados. A maioria destes requisitos dizem respeito aos interesses que o país,
estado ou município possuem. Por exemplo: existem alguns municípios que oferecem benefícios fiscais para as
empresas se instalarem em seu território. Isso ocorre devido a vários fatores, entre eles a possibilidade de
geração de empregos.
Figura 3 - Vantagens na troca de interesses
Também ocorre a elisão por meio da utilização das lacunas que existem na legislação. O contribuinte consegue se
utilizar das denominadas falhas legislativas para garantir a economia dos tributos.
O contribuinte deve sempre realizar as práticas para que consiga reduzir ou evitar a tributação antes que ocorra
o fato gerador. Caso ele realize após o fato gerador, a ação se caracterizará como fraude e não como elisão fiscal.
EXEMPLO
A empresa ABC contratou uma empresa de consultoria contábil para realizar um estudo sobre
como economizar tributos. Foi realizado um Planejamento Tributário e observou-se que a
entidade poderia se enquadrar no Lucro Real e conseguir uma economia de aproximadamente
2,3% no pagamento de tributos. A empresa fez tal enquadramento e conseguiu a elisão fiscal.
- -5
Quando a economia tributária ocorre após o fato gerador, não existe a elisão fiscal, e sim a sonegação diante da
manipulação de dados já cadastrados e ocorridos. Este é um ponto determinante no que tange a característica da
elisão fiscal. A fraude e a elisão fiscal também se diferenciam quanto aos meios utilizados. A fraude utiliza meios
ilícitos, já na elisão, os meios são sempre lícitos.
É evidente que tanto na elisão quanto na evasão fiscal existe a ação do empresário no intuito de não pagar
tributos, ou ao menos reduzir tal pagamento.
Benefícios
A elisão fiscal traz muitos benefícios às entidades de modo geral. Entre esses, alguns merecem destaque.
· Diante da elaboração de um bom planejamento tributário, que é método de elisão fiscal, é possível realizar a
diminuição dos custos que a entidade possui, logo pode ocorrer um aumento de caixa, melhorando
significativamente a gestão empresarial da organização.
Figura 4 - Aumento de Caixa
Fonte: baur, Shutterstock, 2019.
FIQUE ATENTO
A elisão fiscal caracteriza-se pelo fato de levar o empresário a conseguir realizar uma
economia tributária dentro dos preceitos legais, ou seja, observa-se a legislação e as lacunas da
mesma afim de encontrar uma maneira de economizar que seja legalmente aceita, afim de não
cometer crime algum.
- -6
· Devido ao conhecimento de toda a vida financeira da entidade, é possível conhecer a saúde financeira da
mesma, assim se pode realizar ações preventivas para que não ocorram transgressões da lei.
· Além de gerar caixa, a redução na tributação faz com que a entidade se mantenha mais competitiva dentro do
mercado. Ao realizar um planejamento tributário, é possível ainda visualizar amplamente os custos e procurar
por estratégias que melhor viabilizem a venda.
· Como se analisa a entidade como um todo e se realiza projeções com grandes possibilidades de acontecerem, é
possível adequar o regime tributário à realidade da entidade afim de conseguir uma melhor tributação.
Portanto, a elisão fiscal traz vários benefícios para a entidade e não gera atos que infringem a legislação em vigo.
Ela faz com que o contribuinte realize a economia de tributos sem ir de encontro com o que é lícito.
Fechamento
Nesta aula, compreendemos que a economia de tributos por meios legais é perfeitamente possível, desde que
observadas as regras e realizado um estudo minucioso sobre as possibilidades de evitar, reduzir ou retardar a
tributação.
Desta maneira, percebemos que a maneira legal de se reduzir os tributos é denominada elisão fiscal e que
existem alguns fatores determinantes para a sua caracterização, como: as atitudes para a redução da tributação
devem ocorrer antes do fato gerador e sempre devem estar em conformidade com a legislação ou então
aproveitar-se das chamadas falhas legislativas. Além disso, observou-se que este método de economia de
tributos traz benefícios para que a entidade se mantenha competitiva no mercado.
Referências
AMARO, L. . 20. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014.Direito Tributário Brasileiro
BRASIL. . Disponível em: Sonegação de Imposto. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal
/sonegacao-de-imposto. Acesso em: 13 set. 2019.
CÔELHO, S. C. N. . O Parágrafo Único do Art. 116, CTN, e o Direito Comparado. Rio deEvasão e Elisão Fiscal
Janeiro: Forense, 2006.
CÔELHO, S. C. N. Planejamento Fiscal – Teoria e Prática.Teoria da Evasão e da Elisão em Matéria Tributária. 
FIQUE ATENTO
No Brasil existem três regimes tributários: o Simples Nacional (método de tributação
composto por uma alíquota única), o Lucro Presumido (estabelece como base de cálculo uma
presunção diante do faturamento) e, por fim, o Lucro Real (calcula o IRPF e a CSLL com base
no lucro obtido pela entidade).
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/sonegacao-de-imposto
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/sonegacao-de-imposto
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/sonegacao-de-imposto
- -7
CÔELHO, S. C. N. Planejamento Fiscal – Teoria e Prática.Teoria da Evasão e da Elisão em Matéria Tributária. 
São Paulo: Dialética, 1998.
CREPALDI, S. A. : Teoria e Prática. São Paulo. Saraiva, 2012.Planejamento Tributário
- -1
Evasão Fiscal
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
O brasileiro é extremamente descontente com a tributação que incide sobre o mesmo. Isso ocorre por inúmeros
motivos, entre eles a diminuição da capacidade competitiva entre pequenos e grandes negócios. Algumas
entidades utilizam-se da sonegação fiscal para economizarem com os tributos, mas isso é crime? Quando ocorre
a ilegalidade na economia de tributos? Quais as consequências para quem opta por agir de encontro com a
legislação brasileira?
Observamos que a falta de conhecimento e, por vezes, o desespero para se manter no mercado levam as
empresas a cometerem atos ilícitos. É preciso frisar que os atos ilícitos podem ser praticados tanto por pessoas
físicas quanto por pessoas jurídicas.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• compreender o conceito e as consequências da evasão fiscal.
Economia ilegal de tributos
Tanto no Brasil como no mundo existem pessoas, físicas e jurídicas, que buscam economizar com a tributação
utilizando-se de meios ilegais. Praticamente todos os dias há notícias que falam sobre sonegação tributária,
crimes e mais crimes ligados à tributação.
Isso ocorre porque as pessoas querem atingir meios que lhes garantem uma grande economia tributária, ou
então que o tributo simplesmente deixe de existir. Muitos não querem pagar seus tributos para conseguir se
manterem competitivos dentro do mercado, ou então para aumentara sua própria concentração de riqueza. Mas
há também aqueles que não aceitam o pagamento de tributos perante a atuação e a gestão que o governo faz do
dinheiro recebido.
Parece ser um castelo de cartas, quanto mais os governos fazem o uso inadequado do dinheiro público, maior é a
tendência de as pessoas realizarem a evasão fiscal, mesmo correndo os riscos inerentes a mesma. Assim, o
castelo de cartas fica ameaçado de cair como um todo.
Isso faz com que o governo encontre cada vez mais dificuldades para realizar a administração fiscal e honrar
com os seus compromissos. Então surge a necessidade de as entidades governamentais buscarem a realização de
estudos e a procura por maneiras de fazer com que esta prática diminua ou deixe de ocorrer.
•
- -2
Figura 1 - Pesquisa para acabar com a evasão fiscal
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2019.
Um exemplo de uma medida do governo que busca fazer com que ocorra a agilidade na transmissão de
informações e a diminuição da evasão fiscal é a adoção da nota fiscal eletrônica.
Evasão fiscal
A evasão fiscal é um método muito utilizado pelas entidades brasileiras. Isso se deve por diversos fatores, entre
eles a falta de informação sobre métodos legais de se chegar à economia tributária tão almejada.
Crepaldi (2012) afirma que a evasão fiscal é um ato voluntário intencional de lesar os cofres públicos em atos
ilícitos para reduzir ou eliminar o fato gerador do tributo ou mesmo do não pagamento dos impostos devidos,
após a efetivação do fato gerador.
Entre os meios ilícitos de gerar a economia de tributos têm-se, entre outros, a fraude de registros contábeis, a
inutilização ou cancelamento indevido de notas fiscais de venda e a ocultação do fato gerador.
Segundo o International Tax Glossary (IBFD), “este termo é aplicado para a economia de impostos atingida por
meios ilegais, incluindo-se nestes a omissão de renda tributável ou de transações realizadas das declarações de
tributos, ou a redução da quantia devida por meios fraudulentos” (1988, s.p).
O artigo da Lei 4.502/1964 define sonegação como:
EXEMPLO
Antônio possui uma loja de roupas femininas, no mês de julho realizou as vendas no valor total
de R$ 300 mil, entretanto efetuou o cancelamento indevido de algumas notas de clientes afim
de baixar os tributos a pagar. Ele realizou cancelamentos de notas no valor de R$73.500,00.
- -3
O artigo da Lei 4.502/1964 define sonegação como:
toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento
por parte da autoridade fazendária: I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária
principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II – das condições pessoais do contribuinte,
suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente (BRASIL,
1964, s.p).
Portanto, quando se deixa de cumprir a legislação fiscal há a sonegação tributária, independentemente de
quando e de como ocorra a economia de tributos que não esteja legalmente amparada.
A evasão fiscal ocorre junto ou posteriormente ao fato tributário que dá origem ao tributo. Nela utiliza-se meios
ilícitos para conseguir evitar o pagamento de tributos. Percebe-se que a existência da evasão depende de dois
fatores.
· Fator cronológico: a ocorrência da prática junto ou posterior ao fato gerador. Sabe-se que a obrigação de pagar
o tributo só ocorre quando existe o fato gerador. Quando a entidade altera o valor a ser faturado, ou deixa de
emitir a nota fiscal, ocorre a alteração ou a anulação do tributo a ser recolhido.
- -4
Figura 2 - Fator cronológico
Fonte: Marina Shanti, Shutterstock, 2019.
· Legalidade: percebe-se que existem possibilidades de a evasão anteceder o fato gerador, como os exemplos
citados anteriormente. Por este motivo é preciso analisar os meios que a entidade utilizou para, assim, conseguir
compreender se houve a evasão fiscal ou a elisão fiscal. Na evasão utiliza-se métodos ilícitos (fraude, simulação e
sonegação fiscal).
A fraude, a simulação e a sonegação são métodos ilícitos de se conseguir algo, neste caso, a economia tributária.
Embora elas tenham a mesma finalidade existe uma certa diferença entre elas.
- -5
Figura 3 - Manipulação de dados
Fonte: koya979, Shutterstock, 2019.
A fraude se caracteriza pela falsificação ou modificação de documentos realizada com o intuito de o contribuinte
diminuir sua dívida. A sonegação ocorre quando existe a ocultação de algo que pode gerar tributos maiores do
que se realizou o pagamento. A simulação se caracteriza pelo fingimento de algo, ela pode ser absoluta ou
relativa.
A simulação absoluta exprime ato jurídico inexistente, ilusório, fictício, ou que não corresponde à
realidade, total ou parcialmente, mas a uma declaração de vontade falsa. É o caso de um contribuinte
que abate despesas inexistentes, relativas a dívidas fictícias. Ela se diz relativa, se atrás do negócio
simulado existe outro dissimulado (...) Para a doutrina tradicional, ocorrem dois negócios: um real,
encoberto, dissimulado, destinado a valer entre as partes; e um outro, ostensivo, aparente, simulado,
destinado a operar perante terceiros (DERZI, 2001, p. 214-215).
Acredita-se que a evasão fiscal é decorrente exclusivamente da pessoa jurídica, porque sempre que se fala em
SAIBA MAIS
A evasão fiscal é um método comumente utilizado pelas entidades devido à falta de informação
sobre outros métodos. Sua principal característica é ser um método ilegal de economia
tributária; resumidamente, é a sonegação fiscal. Saiba mais sobre a sonegação fiscal e suas
penalidades no site Planalto.
- -6
Acredita-se que a evasão fiscal é decorrente exclusivamente da pessoa jurídica, porque sempre que se fala em
tributação pensa-se logo em quem efetua a venda de produtos ou serviços. No entanto, existe também a
possibilidade de a pessoa física evadir-se da obrigação do pagamento de tributos. Isso ocorre quando, por
exemplo, o indivíduo é obrigado a realizar a sua declaração do Imposto de Renda Pessoa Física e não o faz. Da
mesma forma quando utiliza recibos ou outros documentos falsos afim de realizar a redução da tributação
incidente sobre a renda.
Existem várias maneiras de burlar a legislação, entretanto observamos que os métodos ilegais não devem ser
aconselhados por um profissional e, muito menos, praticados pelas entidades, sejam elas físicas ou jurídicas.
Consequências
Sempre que há a infração da lei existem penalidades que podem ocorrer; para toda ação existe, de fato, uma
reação.
Entre as consequências que podem sofrer as entidades que venham a descumprir a legislação tributária
mediante a evasão fiscal, têm-se:
· infração unicamente tributária - se caracteriza pelo fato de ocorrer em desconformidade com a lei fiscal.
Exemplo: erro na alíquota do tributo. Aqui o contribuinte deverá recolher a diferença do tributo acrescida de
multa.
· infração tributária e penal - ocorre de maneira simultânea às infrações tributárias e penais. Exemplo:
falsificação de documentos (nota fiscal ou guia de recolhimento). Neste caso, o contribuinte deverá efetuar o
pagamento do tributo e da penalidade a ele imposta. Além disso, será processado judicialmente devido a
falsificação de documentos.
· infração penal - este tipo de infração caracteriza-se apenas pela realização de crime ou então uma contravenção
na legislação penal (não há ligação com a lei tributária).
FIQUE ATENTO
O Imposto de Renda Pessoa Física permite que o contribuinte tenha crédito mediante a
apresentação de recibos médicos e escolares. Entretanto, estes recibos devem ser idôneos.
Assim, o recibo deve ser utilizado nos casos em que de fato houve a utilização do serviço
descrito.
FIQUE ATENTO
O contribuinte que pratica a evasão fiscal fica à mercê das penalidades impostas pela
legislação. Desta maneira, o mesmo pode ser penalizado com a multa diante do valor sonegado,
a prisão ou, até mesmo, os dois ao mesmo tempo, dependendo do crime cometido.
- -7
Figura 4 - Reclusão diante de sonegação fiscal
Fonte: wawritto, Shutterstock, 2019.Ressalta-se que a sonegação é caracterizada como crime e o contribuinte pode sofrer reclusão de dois até cinco
anos, além de ser obrigado a pagar multa sobre o valor sonegado (esta multa pode chegar até 225%).
Fechamento
Percebe-se que a economia de tributos com a utilização de métodos ilegais é uma das práticas comuns no
mercado brasileiro. Independentemente dos motivos que levam o contribuinte a buscar pela economia de
tributos, nada justifica o cometimento de crimes. Além disso, ressalta-se que existem métodos legais para a
economia tributária.
Este tipo de conduta, a ilegal, é denominada como evasão fiscal, podendo ocorrer de várias maneiras (sonegação,
fraude e simulação fiscal). Todas estas maneiras vão de encontro com a legislação e fazem com que o
contribuinte venha a sofrer as consequências de seus atos. Tais consequências variam desde o pagamento de
multas e dos valores não pagos anteriormente até mesmo a prisão do contribuinte. Isso depende do crime que
ele cometeu.
Referências
AMARO, L. . 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.Direito Tributário Brasileiro
BRASIL. Disponível em Lei 4.502/1964. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502compilado.htm.
Acesso em: 20 ago. 2019.
BRASIL. Disponível em Lei 4.729/1965. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4729.htm.
Acesso em 10 set. 2019
CÔELHO, S. C. N. . O Parágrafo Único do Art. 116, CTN, e o Direito Comparado. Rio deEvasão e Elisão Fiscal
Janeiro: Forense, 2006.
CÔELHO, S. C. N. Planejamento Fiscal – Teoria e Prática.Teoria da Evasão e da Elisão em Matéria Tributária. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4729.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4729.htm
- -8
CÔELHO, S. C. N. Planejamento Fiscal – Teoria e Prática.Teoria da Evasão e da Elisão em Matéria Tributária. 
São Paulo: Dialética, 1998.
CREPALDI, S. A. : Teoria e Prática. São Paulo. Saraiva, 2012.Planejamento Tributário
DERZI, M. A. M. A Desconsideração dos Atos e Negócios Jurídicos Dissimulatórios segundo a Lei
. O Planejamento Tributário e a Lei Complementar 104. SãoComplementar nº 104, de 10 de Janeiro de 2001
Paulo: Dialética, 2001.
IBFD. Amsterdam: IBFD, 1988.International Tax Glossary. 
- -1
Lucro Presumido: Conceito
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
No Brasil existem três tipos de Regimes Tributários, ou seja, as entidades jurídicas podem ser tributadas de três
maneiras diferentes. Entre elas está a tributação pelo Lucro Presumido, a qual utiliza como método de tributação
a presunção para cálculos de Imposto de Renda e Contribuição Social. Além disso, possui algumas
especificidades para os outros tributos que o empresário é onerado. Mas como é calculada a tributação por este
método? Quais os benefícios da opção pelo mesmo? Diante disso é necessário conhecer melhor o conceito e as
especificidades do Lucro Presumido para ter-se uma base a passar aos empresários ou para aplicar em sua
própria empresa.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• compreender o significado do Lucro Presumido.
O que é lucro presumido
Em um primeiro momento é de suma importância compreender que cada um dos regimes tributários existentes
no Brasil possui características diferentes que devem ser de conhecimento do contador e do empresário para
que, desta maneira, seja realizada a melhor opção possível ao empresário.
Essa melhor opção pode ser encontrada por meio do Planejamento Tributário, o qual deve ser realizado com
vistas a elisão fiscal. Ressalta-se que a opção pelo Lucro Presumido pode ser muito vantajosa para as entidades
jurídicas, observa-se que tal vantagem começou a ser mais bem vista pelos empresários a partir do ano de 2002
onde entrou em vigor a não cumulatividade para o Programa de Integração Nacional (PIS) e, em 2003 a não
cumulatividade para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Segundo Pedreira,
a legislação sempre regulou o lucro presumido estabelecendo uma única porcentagem aplicada
sobre a receita bruta, tributando em separado os resultados não operacionais, quando conhecidos. A
Lei n. 6.468/77, alterada pelo Decreto lei n. 1.647/78 reformou a tributação criando distinções entre
espécies de receitas, porcentagens diferentes para cada espécie, e regimes diversos de tributação dos
resultados não operacionais conforme a relação entre as receitas brutas operacionais e não
operacionais (1979, p. 861).
O conceito de Lucro Presumido é definido pelo artigo 25 da Lei 9.430/96, e é determinado trimestralmente pela
soma do valor resultante da aplicação dos percentuais definidos pelo artigo 15 da Lei 9.249 (ressalta-se que
estes percentuais variam conforme o ramo de atividade de cada entidade) sobre a receita bruta e deduzida das
devoluções, vendas canceladas e descontos concedidos. O art. 31 da Lei n°8.981/95 define receita bruta como o
valor “da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido
nas operações de conta alheia (...)não se incluem descontos incondicionais concedidos, vendas canceladas e
impostos não cumulativos destacados na NFe” (BRASIL).
Após realizar as deduções realiza-se as adições dos ganhos de capital, rendimentos e ganhos líquidos recebidos
•
- -2
Após realizar as deduções realiza-se as adições dos ganhos de capital, rendimentos e ganhos líquidos recebidos
por aplicações financeiras.
Figura 1 - Conhecer os regimes tributários para escolher
Fonte: Shutter M, Shutterstock, 2020.
Simplificadamente, no Lucro Presumido a empresa presume o lucro que irá obter. Pela determinação da Receita
Federal, dependendo da atividade de cada empresa, tem-se um percentual sobre o faturamento bruto que
resultará na base de cálculo para apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social.
Ressalta-se que inicialmente a alíquota de presunção era única para todos os ramos de atividades e todas as
receitas compunham a receita bruta, a qual é a base para a aplicação da presunção (aplicação da alíquota para se
chegar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL).
- -3
O Lucro Presumido é, segundo Ribeiro e Pinto, “uma forma de tributação simplificada para determinação da base
de cálculo do imposto de renda e da CSLL (devidos trimestralmente), das pessoas jurídicas que não estiverem
obrigadas, no ano-calendário, à apuração do Lucro Real” (2014, p. 153-154).
Tal regime tributário não tem obrigatoriedade, mesmo assim é muito difundido entre os empresários devido a
sua simplicidade, mas também por questões voltadas a economia de tributos.
Portanto, o Lucro Presumido é uma maneira de aferição de imposto de renda e contribuição sobre o lucro líquido
que tem por objetivo facilitar a atividade contábil de entidades jurídicas, principalmente as de médio porte. Além
disso, este regime tributário pode levar o empresário a uma economia tributária quando bem empregada a sua
aplicabilidade.
Quem pode optar pelo lucro presumido
Segundo o RIR 99 e a Lei n. 12.814/13, não são todas as entidades que podem fazer a opção pelo Lucro
Presumido, só podem optar por tal Regime Tributário aquelas entidades que não estejam obrigadas pela
legislação a optar pelo Lucro Presumido e que no ano-calendário anterior a receita total não tenha sido superior
ao valor de R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou ao valor proporcional dos meses quando os
mesmos forem inferiores a doze meses.
Quando se realiza a opção pelo Lucro Presumido ela vale para o ano todo, desta maneira não é permitida a
mudança de regime tributário durante o ano-calendário.
SAIBA MAIS
Os ganhos de capitais ocorrem quando um bem é vendido, transferido ou doado por valor
superior ao seu custo. Saiba mais no site da Receita Federal.
EXEMPLO
A Motor LYX é uma empresa do ramo automotivo, no ano calendário de 2019 faturou o
equivalente a R$10.000.000,00 desta maneira foi desenquadrada do Simples Nacional e, após a
realização do Planejamento Tributário,optou pelo Regime Tributário baseado no Lucro
Presumido.
- -4
Esta opção ocorre quando há o primeiro pagamento do IRPJ. Desta maneira, para realizar a opção pelo Lucro
Presumido as entidades devem avaliar muito bem a decisão, de modo que observem como as receitas e despesas
se comportaram e quais as projeções de comportamento das mesmas para o ano.
Figura 2 - Ano Calendário
Fonte: Gena96, Shutterstock, 2020.
Além disso, é importante saber que, uma vez escolhido o Regime Tributário Lucro Presumido não é possível
trocá-lo. Entretanto em casos onde ocorra a superveniência de uma situação que demande a aferição pelo Lucro
Real, como o recebimento de lucro proveniente do exterior, a partir do semestre que ocorra o fato, a empresa
deve passar a apurar o montante a ser recolhido a partir da aferição por lucro real.
A apuração do tributo a recolher pelo regime de Lucro Presumido é trimestral, desta maneira, o seu
encerramento se dá nos seguintes períodos: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada
ano calendário. No caso de a empresa ser extinta a apuração da base de cálculo deverá ocorrer no mesmo
momento.
FIQUE ATENTO
Antes de iniciar um planejamento tributário, sempre faça uma pesquisa sobre o tributo e a
atividade foco da elisão fiscal. Lembre-se de sempre procurar informações nas normas para
que realize um planejamento tributário de qualidade e legalmente aceito.
- -5
Figura 3 - Encerramento das atividades da empresa
Fonte: Alexander Fayruzov, Shutterstcok, 2020.
O imposto de renda devido, o qual deve ter sido calculado em conformidade com a legislação sobre o Lucro
Presumido, deve ser recolhido ao governo deve ocorrer até o último dia útil do mês subsequente ao período
apurado. Tal imposto, ainda, pode ser recolhido, opcionalmente em até três quotas mensais iguais, com
vencimento no último dia útil dos três meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração
(BRASIL, 1999).
Figura 4 - Pagamento do IRPJ com base no Lucro Presumido
Fonte: Beto Chagas, Shutterstock, 2020.
Para que a divisão do pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica ocorre é preciso observar a regra de
parcelamento, principalmente no tocante ao valor. O valor da parcela mínimo é de R$1.000,00, desta maneira,
caso o imposto devido em sua totalidade seja menor do que o valor de R$2.000,00 ele deverá ser pago em cota
- -6
caso o imposto devido em sua totalidade seja menor do que o valor de R$2.000,00 ele deverá ser pago em cota
única. Ressalta-se que há a incidência de juros sobre as cotas, estes juros são calculados com base na taxa SELIC
(BRASIL, 1999).
Diante disso, nos casos onde as entidades possuem um fluxo de caixa bem organizado e oxigenado é melhor
realizar o pagamento do tributo à vista para economizar com os juros. Mesmo sendo baixos eles acabam por
fazer diferença no Lucro Líquido da entidade.
Fechamento
Diante de tudo o que foi exposto pode-se observar que o Lucro Presumido é uma maneira de tributação aplicada
as entidades jurídicas brasileiras. Tal Regime Tributário tem alguns aspectos quanto a sua adoção que devem ser
muito bem observados, tais como o fato de poder adotar ao mesmo apenas as empresas que não estiverem
obrigadas a tributação pelo Lucro Real.
Observa-se também que ele aplicado, principalmente, às empresas de médio porte devido ao limite da Receita
Bruta estabelecida (R$78.000.000,00), mas isso não impede empresas de pequeno porte a adotá-lo, é preciso
realizar o Planejamento Tributário e observar se este Regime Tributário é o mais viável a realidade da empresa.
Referências
BRASIL. Disponível em:Ganhos de Capital. http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-
por-assunto/Ganhos-de-capital. Acesso em: 7 fev. 2020.
BRASIL. Disponível em: Lei n. 12.814, de 16 de maio de 2013. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12814.htm. Acesso em 8 fev. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis
/l9430.htm. Acesso em 7 fev. 2020.
BRASIL. Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS
/L8981.htm. Acesso em 8 fev. 2020.
PEDREIRA, J. L. B. : Pessoa Jurídica. Rio de Janeiro: Adcos Justec, 1979.Imposto sobre a renda
RIBEIRO, O. M.; PINTO, M. A. . 2. ed. São Paulo: Saraiva. Introdução à contabilidade tributária
FIQUE ATENTO
A taxa SELIC é apurada levando em conta a média dos financiamentos diários das operações
registradas e liquidadas no próprio SELIC e em sistemas operados por câmeras ou prestadores
de serviços de compensação e de liquidação. Portanto, ela não é fixa.
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12814.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12814.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12814.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm
- -1
Regime cumulativo de impostos
Graziela Alves Gomes de Deus Correia
Introdução
O Brasil é conhecido no exterior como um país com grande potencial de crescimento devido as suas riquezas
naturais, afinal o país é muito grande e tem a possibilidade de se beneficiar muito com isso. Mas, infelizmente,
também é conhecido como um país que “explora” muito o seu povo por meio da tributação e que, além disso,
utiliza muito mal os tributos arrecadados.
Diante disso, as pessoas muitas vezes se revoltam com tantos tributos que pagam ao governo sem qualidade nos
benefícios recebidos dele. Você sabia que no Lucro Presumido o PIS e COFINS são tributos cumulativos? Ou seja,
a empresa não tem o direito de realizar o crédito deles, resumidamente, eles são pagos na compra e na venda do
produto.
Conceito
O regime cumulativo estabelece que os impostos e contribuições pagos no momento da compra não devem ser
abatidos no momento da venda, não devem diminuir o valor do tributo a recolher sobre a venda realizada.
Desta maneira, o tributo cumulativo (também conhecido como tributo em cascata) é aquele que incide nas várias
etapas que ocorrem com o produto até que ele chegue ao consumidor. Aqui podemos utilizar aquele velho
jargão, “imposto em cima de imposto” pois o tributo no momento da venda, por exemplo, é cobrado pelo valor
que o consumidor pagou, ora o consumidor no momento em que pagou pela mercadoria ele pagou também pelo
custo da mesma e, neste custo, já estavam embutidos os tributos pagos em todas as etapas de produção.
FIQUE ATENTO
Os tributos podem aparecer em contas patrimoniais e de resultados com as denominações:
Tributos a Recolher (valor determinado pela venda e pela compra), Tributos a Pagar (saldo do
valor a pagar) e Tributos sobre as Vendas (valor sobre a venda).
- -2
Figura 1 - Tributo em cima de tributo
Fonte: dreamerve, Shutterstock, 2020
Ressalta-se que se utilizam deste enquadramento apenas as pessoas jurídicas que são tributadas com base no
Lucro Presumido ou quando ocorre a necessidade do arbitramento do lucro da entidade jurídica.
Tributos cumulativos
O regime cumulativo diz respeito a questões relacionadas ao Programa de Integração Social (PIS) e a 
COFINS).Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (
O Programa de Integração Social foi estabelecido pela Lei Complementar n° 07/1970, de acordo com a Caixa
Econômica Federal, sua finalidade é promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das
empresas, salienta-se ainda que através do cadastramento em tal programa, o trabalhador recebe um númerode
inscrição para consultas e saques dos benefícios administrados por tal instituição. O PASEP (Programa de
formação do patrimônio do Servidor Público), foi instituído pela Lei Complementar n° 08/1970
O art. 2 da Lei nº 9.715/98, define o seguinte:
Art. 2º A Contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: I - pelas pessoas jurídicas de
direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as
empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento
do mês; II - ( ) III - pelas pessoas jurídicas deRevogado pela Medida Provisória no 2.158-35, de 2001
direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das
transferências correntes e de capital recebidas.
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/MPs/mp2158-35.htm
- -3
Figura 2 - Benefícios trabalhistas
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020.
O COFINS, de acordo com o art. 195 da Constituição Federal de 1988,
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais :I) - dos empregados, incidente sobre
a folha de salários, o faturamento e o lucro;" ( g.n) II) - dos trabalhadores; II) - sobre a receita de
concursos de prognósticos.
Quanto à Base de Cálculo a Lei n° 9.718/1998 em seu art. 2° define o seguinte, “As contribuições para o PIS
/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu
faturamento [...]”.
Devem realizar a contribuição da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado, com exceto as empresas de
pequeno porte e microempresas submetidas ao regime tributário do Simples Nacional.
- -4
As alíquotas do PIS e do COFINS para empresas optantes pelo Lucro Presumido são diferentes das alíquotas para
empresas optantes pelo Lucro Real, ou seja, quando tais tributos são cumulativos possuem alíquotas diferentes
de quando são não cumulativos
Figura 3 - Diferentes alíquotas
Fonte: baur, Shutterstock, 2020.
Quando são cumulativos, ou seja, são devidos por empresas que optaram pelo Lucro Presumido, a alíquota é de
0,65% para o PIS e de 3% para a COFINS.
SAIBA MAIS
O Simples Nacional é um regime tributário muito utilizado no Brasil, principalmente pelos
novos empresários. Saiba mais sobre este regime tributário acessando o site da Receita
Federal.
- -5
Quando são devidos por empresas que optaram livremente, ou foram obrigadas a optar, pelo Lucro Real as
alíquotas de tais tributos são maiores, 1,65% para o PIS e 7,6% parta o COFINS.
Ressalta-se a importância de se escolher o Regime Tributário com base em um planejamento tributário, pois
mesmo a alíquota do lucro presumido ser menor, existem casos onde a opção pelo Lucro Real é mais vantajosa,
isso ocorre devido a vários fatores, entre eles a possibilidade de creditar-se dos valores dos tributos pagos no
momento da compra da mercadoria.
Regimes de apuração
O regime de apuração refere-se as normas e leis que a empresa está obrigada diante da forma de tributação a
qual escolheu ou a qual está obrigada, por meio deste regime são determinadas as cobranças de tributos.
A base de cálculo para o PIS e COFINS, para empresas que utilizam o Regime Tributário Lucro Presumido, é o
faturamento mensal, ou seja, todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente do tipo de atividade
exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Podem ser excluídos da base de cálculo de tais
impostos os seguintes valores:
a) das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0
(zero); b)das vendas canceladas; c) dos descontos incondicionais concedidos; d) do IPI; e) do ICMS,
quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na
condição de substituto tributário; f) das reversões de provisões; g) das recuperações de créditos
baixados como perdas, que não representem ingresso de novas receitas; h) dos resultados positivos
da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido; i) dos lucros e dividendos derivados
de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; j)
das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do ativo permanente.
A apuração e o pagamento de tais tributos devem ser efetuados mensalmente, e de forma centralizada pela
matriz.
EXEMPLO
A empresa XYA que vende mercadorias no valor de R$100,00 irá gerar R$0,65 de PIS e R$3,00
de Cofins sobre as vendas pelo Lucro Presumido. Pelo Lucro Real iria ser R$1,65 de PIS e
R$7,60 de Cofins sobre as vendas. Lembre-se que imposto sobre as vendas é diferente de
imposto a recolher.
- -6
Figura 4 - O pagamento
Fonte: kangwan nirach, Shutterstock, 2020.
A não cumulatividade dos tributos elencados no decorrer do texto é disposta para as Pessoas Jurídicas
tributadas com base no Lucro Presumido ou no Lucro Arbitrado.
Entretanto deve-se observar as particularidades das entidades visto que no momento de se estabelecer a base de
cálculo para o PIS e o COFINS existem alguns fatores a serem levados em conta na determinação das receitas - as
receitas de revendedoras (Pessoa Jurídica) decorrente da revenda de mercadorias onde a empresa vendedora é
a substituta tributária não deve entrar na base de cálculo dos tributos a serem pagos pela revenda.
Fechamento
Percebemos que as empresas que optam pelo Lucro Presumido utilizam-se do pagamento de tributos (PIS e
COFINS) com cumulatividade, ou seja, não existe o crédito do tributo pago anteriormente. Desta maneira a
influência recai diretamente no preço que o consumidor final paga pelo bem ou pelo serviço. Desta maneira, o
consumidor tem toda a razão quando indaga sobre a questão de os tributos serem pagos uns em cima dos
outros, ocorrendo múltiplos pagamentos de PIS e de COFINS.
É interessante frisar uma questão muito importante, mesmo existindo a cumulatividade do tributo, no Lucro
FIQUE ATENTO
O Lucro Arbitrado refere-se ao arbitramento do lucro pela autoridade tributária na
determinação da base de cálculo do IRPJ. Tal regime tributário é utilizado ao deixar-se de
cumprir obrigações acessórias essenciais para determinar o lucro.
- -7
É interessante frisar uma questão muito importante, mesmo existindo a cumulatividade do tributo, no Lucro
Presumido as alíquotas de PIS e de COFINS são bem menores do que as empresas que optam pelo Lucro Real
estão submetidas.
Referências
BRASIL. Disponível em: Constituição Federal de 1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao
/constituicao.htm. Acesso em: 11 fev. 2020.
BRASIL. . Disponível em: Lei Complementar n. 07, de 7 de setembro de 2007 https://www2.camara.leg.br
/legin/fed/leicom/1970-1979/leicomplementar-7-7-setembro-1970-365193-norma-pl.html. Acesso em: 11 fev.
2020.
BRASIL. Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970. Disponível em: http://www.planalto.gov.br
. Acesso em: 12 fev. 2020./ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp08.htm
BRASIL. Lei n. 9.715, de 25 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS
/L9715.htm. Acesso em: 10 fev. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS
/L9718compilada.htm. Acesso em: 11 fev. 2020.
BRASIL. . Disponível em: Simples Nacional http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos
/Pagina.aspx?id=3. Acesso em: 11 fev. 2020.
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
http://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/Ganhos-de-capital
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/leicom/1970-1979/leicomplementar-7-7-setembro-1970-365193-norma-pl.html
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/leicom/1970-1979/leicomplementar-7-7-setembro-1970-365193-norma-pl.html

Continue navegando