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Universidade Federal Fluminense (UFF) Curso de Administração Pública Disciplina: Legislação Tributária e Comercial Nome do Aluno: Rafael Machado Silva Polo: Volta Redonda Matricula: 18213110286 AD1 – Atividades Avaliativas sobre as unidades 1, 2 e 3. Aula 1 1. De posse de um jornal ou de uma revista dos últimos três meses, procure identificar matérias relativas a "impostos". Verifique se são abordados alguns dos princípios estudados e, após sua leitura, faça um resumo de sua pesquisa confrontando o conteúdo da matéria publicada com os conhecimentos auferidos no material didático. A seguinte reportagem foi lida para responder a questão: GDF apresenta projeto de lei para reduzir ICMS sobre combustíveis – Jornal O Mossoroense A reportagem versa sobre o autovalor percentual do ICMS no Distrito Federal, por esse motivo o governador do Distrito Federal apresentou um projeto de lei para que seja reduzido o ICMS no Distrito Federal. O executivo propôs que a alíquota seja diminuída em 3 pontos percentuais nos próximos três anos a partir de 2022. Hoje ICMS cobrado em relação à gasolina e álcool é de 28% no DF e passaria a 25% até 2024, já o ICMS cobrado no diesel é de 15% e passaria a 12%. Se a reforma tributaria acontecer, em relação ao que foi estudado, o principio da anterioridade, o novo tributo entraria em vigor no próximo exercício financeiro ao da publicação, com isso os agentes passivos em vigoram nessa relação tributária teria um tempo hábil para se adaptarem. 2. Legalidade e anterioridade são princípios de Direito Tributário; discorra sobre eles informando sua importância na garantia aos direitos do contribuinte e identifique os artigos pertinentes aos princípios mencionados, na Constituição Federal de 1988. O princípio da Legalidade é muito simples de se entender e provavelmente um dos mais importantes, pois ele se encontra presente nos princípios da própria Administração Pública e é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. No contexto do Direito Tributário, o princípio da Legalidade determina que nenhum tributo, salvo exceções, será criado ou aumentado, senão em virtude de lei que o crie ou o aumente. Tal princípio no Direito Tributário é um reflexo do Art. 5º, inciso II e 2º parte do inciso IV, do artigo 8º, respectivamente, da Constituição da República que determina: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei e, sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. (BRASIL, 1998) O princípio da Anterioridade, por sua vez, divide-se em dois tipos: O Comum e o Nonagesimal. O primeiro determina que todos os tributos, salvo exceções, criados num determinado exercício social (num determinado ano), apenas começarão a valer no exercício social seguinte (no ano seguinte). O motivo da criação desse princípio é não pegar os contribuintes de surpresa, dá-lhes tempo hábil para se prepararem a essa alteração. Porém, ocorria que muitos tributos eram criados ou aumentados no final do exercício social e pegavam os contribuintes desprevenidos. Para impedir essa situação, foi-se criado o princípio da anterioridade nonagesimal, que afirma que nenhum tributo criado ou aumentado poderá incidir sobre os contribuintes dentro do período de 90 dias após a publicação de criação ou de aumento. Esse desdobramento do princípio da anterioridade garante tempo de preparo ao contribuinte de no mínimo 3 meses. Aula 2 1. Estabeleça um paralelo comparativo, indicando as principais semelhanças e distinções, entre as espécies de tributos. São cinco as espécies de tributos: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e Contribuições Sociais. Impostos: impostos são contribuições pecuniárias compulsórias cujas hipóteses de incidência devem todas previstas em lei. A principal função de um imposto é o de arrecadação, sendo a principal fonte de renda do Estado. Uma de suas principais características é a não vinculação ou não contraprestação com o imposto arrecadado. Os impostos podem incidir sobre produtos e serviços, mas também sobre outras coisas como a posse de veículo automotor, renda pessoal, dividendos, etc. Outra característica importante é o do fato gerador. Ou seja, para que exista a obrigação da contribuição é preciso que haja um ato previsto em lei obrigando a contribuição. Exemplo: a posse de um veículo automotor gera a obrigação de contribuição do IPVA. A posse de um imóvel gera a obrigação do IPTU, dentre outros exemplos. Taxas: taxas possuem características semelhantes aos dos impostos: também são contribuições pecuniárias compulsórias previstas em lei. Entretanto, são contribuições vinculadas com determinados serviços. São de fato contraprestações. Exemplo: para que seja feita a emissão de passaporte, necessariamente é preciso pagar a taxa determinada pelo Estado para este fim. O mesmo também ocorre para a emissão da segunda via da carteira de identidade. Empréstimo Compulsório: é o tributo que serve como recurso para o Estado em situações de guerra e de calamidade pública. Como o próprio nome diz, é um empréstimo, ou seja, o dinheiro tomado deverá ser devolvido. Como e quando deverá ser devolvido, deve estar expresso na mesma lei que determina o empréstimo compulsório. A principal semelhança com as outras espécies de tributos é a característica arrecadatória compulsória e a diferença mais notável é que em algum momento e de alguma forma, tal valor será devolvido. Contribuição de Melhoria: é o tributo que incide sobre proprietários cujos imóveis serão valorizados com alguma obra pública nos arredores de sua propriedade. Para que a contribuição de melhoria seja imposta, é preciso que já tenha sido publicada a determinação da obra pública. As semelhanças é que também é uma arrecadação compulsória. A diferença mais marcante é a sua duração, que é temporária, definida por lei. Qualquer ente da federação pode designá-la. Entretanto, essa contribuição há limites, e são dois: a contribuição por propriedade não pode ser maior que a valorização do imóvel em função da obra e o ente público responsável pela contribuição não pode arrecadar mais que o valor total gasto na obra pública. Contribuições: estas se dividem em subespécies e só podem ser instituídas pela União. Seguindo a mesma lógica da contribuição de Melhoria, as demais contribuições são responsáveis pelo custeio de atividades estatais específicas e não inerentes ao Estado. Assim como a taxa, é um tributo vinculado, porém não necessariamente diretamente a quem contribui, mas sim à atividade estatal a qual se destina. Por exemplo: a contribuição previdenciária que um trabalhador paga todos os meses ao INSS, ou seja, a alíquota de no mínimo 8%, não será necessariamente usada para custear sua própria aposentadoria, mas sim a Previdência Social, cujo mesmo também é um dos beneficiários. Também é uma contribuição compulsória. 2 - Estabeleça um paralelo comparativo, indicando as principais semelhanças e distinções, entre taxa e tarifa. As taxas, como explicado na questão anterior, são contraprestações pecuniárias compulsórias vinculadas a alguns serviços prestados pelo Estado. Algumas características das tarifas, por sua vez, são iguais: São contraprestações pecuniárias compulsórias vinculadas a serviços. Entretanto, a instituição responsável pela cobrança não é o Estado, mas sim alguma organização privada que possua um contrato de concessão com o mesmo para a exploração de algum serviço não essencial terceirizado pelo Estado. Outro detalhe importante é que a cobrança das tarifas é facultativa, não o pagamento. Exemplo clássico é a tarifa de ônibus. 3 - Escolha três impostos na fl. 31 doMaterial Didático, Quadro 1 (um federal, um estadual e um municipal), e explique-os apontando a hipótese de incidência, o sujeito ativo e passivo, a base de cálculo e a alíquota. Imposto Federal: Imposto de Renda (IR). Imposto de Renda e de Proventos de qualquer Natureza é um tributo federal que incide sobre o acréscimo patrimonial de capital das pessoas físicas e Jurídicas. É subdividia em Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF) e Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ). Sempre quando há ganho de Renda em função de alguma atividade ou ganho de renda em função de alguma atividade já terminada, que seriam os proventos, surge então a obrigação da contribuição para com o Fisco. Importante salientar que esses impostos podem incidir sobre pessoas residentes no exterior, desde que a fonte da Renda ou Provento seja o Brasil. A característica distintiva do IRPJ é que sua incidência é sobre os lucros das empresas. A hipótese de Incidência, portanto, é sobre todo o capital previamente declarado pela pessoa física ou jurídica. O sujeito Ativo é o Fisco, o Passivo o contribuinte, que é a pessoa física ou jurídica que tenha acumulado renda ou proventos, ou no caso das empresas, lucros. A base de cálculo é o montante da renda e proventos (IRPF) ou lucros (IRPJ), que é o valor usado como referência. Tal montante determinará qual alíquota será usada sobre o mesmo, pois quanto maior forem a renda, proventos ou lucro, maior será a alíquota. Imposto Estadual: Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços é um tributo estadual. Seu nome é auto-explicativo, mas pode causar equívocos no seu verdadeiro entendimento. A palavra "circulação" não significa apenas o transporte de bens e serviços, caso seja preciso, mas sim a transferência de titularidade. Portanto, a simples compra de uma mercadoria, como uma caixa de leite, é o fato gerador que obrigará o vendedor a contribuir ao fisco por esse tributo. Isso seria um resumo, mas há outras características importantes: mercadoria, para fins jurídicos, é qualquer bem móvel destinada ao comércio. Portanto, não se pode incidir ICMS sobre a venda de imóveis. Outro critério para a incidência é a regularidade na qual uma organização vende a mercadoria. Se uma vidraçaria vende um computador para conseguir recursos financeiros, não há incidência do ICMS, pois trata-se uma atividade comercial eventual. O ICMS também incide sobre cinco tipos de serviços: serviços de comunicações, de transporte interestadual, de transporte interestadual, importações de mercadorias e serviços que envolvam a circulação de mercadoria. Nos demais serviços, incide-se o ISS (Imposto sobre Serviços de qualquer natureza), que é de competência municipal. Logo, segundo a hipótese de incidência do ICMS, dois elementos são necessários: a circulação, ou seja, transferência de titularidade, de mercadoria (bem móvel). E que tal transferência seja feita por empresa que vende aquele determinado produto com regularidade. O agente ativo é o Estado, o passivo é o responsável pela transferência. A base cálculo é o preço da mercadoria e a alíquota é a porcentagem do preço a ser recolhida pelo Fisco. Imposto Municipal: Imposto Sobre Serviços (ISS) O Imposto Sobre Serviços é um tributo Municipal que incide sobre todos os serviços previstos em lei. Ou seja, não são todos os tipos de serviços que devem contribuir para com o Fisco, somente aqueles que estejam previstos legalmente em lei nacional. Ainda que a competência seja dos municípios, os mesmos precisam respeitar os valores máximo e mínimo da alíquota determinados pela União, que são de 5% e 2% respectivamente. Logo, os municípios, via lei complementar, devem determinar a alíquota do ISS dentro desse intervalo. Há isenção sobre importações. O serviço de um garçom ao atender uma mesa não gera a contribuição ao ISS, somente os produtos por ele servidos é que gera o ICMS. Agora, se numa retífica de automóveis (serviço esse previsto a incidência do ISS) for constatado a necessidade da troca de uma peça, tanto será incidido o ISS sobre o serviço, quanto o ICMS sobre a peça. Esses são alguns exemplos de fatos geradores, que são as prestações de serviços previsto em lei nacional. Sujeito ativo é o Fisco e sujeito passivo é o prestador do serviço. AULA 3 1 - Diferencie as causas extintivas das causas suspensivas do crédito tributário Existem situações que a exigibilidade do crédito tributário deixa de existir por tempo determinado ou indeterminado, dependendo da causa, que são de três tipos: causas suspensivas, extintivas e excludentes do crédito tributário. Nesta questão é pedido as diferenças entre as duas primeiras. A principal diferença entre ambas é a temporalidade. As causas suspensivas do crédito tributário, como o próprio nome sugere, suspende a exigibilidade do crédito tributário. Não o crédito tributário em si, mas sim sua exigência, ou seja, sua cobrança, de forma temporária. Na prática, isso significa dizer que uma pessoa, física ou jurídica, que esteja em dívida com o Fisco, caso consiga efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário, para todos os fins, pode ser considerado adimplente enquanto durar a suspensão. dois exemplos são a moratória, que é a dilação do período de pagamento, ou seja, o aumento do prazo para pagamento, e o parcelamento do crédito. As causas extintivas podem ser encontradas no rol taxativo do Art. 151 do CTN (Código Tributário Nacional) As causas extintivas, por sua vez, terminam com a obrigação principal. Ou seja, o crédito tributário deixa de existir. É uma situação definitiva. O exemplo mais clássico que existe é o próprio pagamento do tributo. Uma vez pago, o crédito tributário se extingue. As causas de extinção do crédito tributário podem ser encontradas no Art. 156 do CTN. 2 - Selecione uma das espécies de tributos estudadas, de preferência uma modalidade que você já foi sujeito passivo, e identifique seu fato gerador. Para compreender o Fato Gerador de forma completa é preciso entender a Relação Jurídica Tributária. Em primeiro lugar, para que exista o Fato Gerador, é necessária a previsão legal responsável pela identificação do Fato Gerador como tal. A essa previsão, dá-se o nome de Hipótese de Incidência, que é uma situação abstrata, que determina quando existirá a obrigação da tributação. Fato Gerador, portanto, é a situação concreta, a alteração da realidade que segundo previsão legal, automaticamente gera a obrigação para com o Fisco. Usando alguns exemplos da espécie: Impostos, temos o IPVA, o IPTU e o IR (Imposto de Renda). O primeiro apenas existirá quando alguém for proprietário de um veículo automotor, o segundo quando for proprietário de um imóvel e o último quando alguém tiver renda. Basta a posse para que surja a Obrigação Tributária. 3 - Populares fizeram uma manifestação à beira de uma estrada em péssimas condições com faixas nas quais se lia: "Pagamos IPVA. Logo exigimos estradas melhores". Essa reivindicação, tecnicamente, está correta em vista do conceito de imposto como fonte de receita não vinculada? Sob o ponto de vista do imposto como fonte de receita não vinculada, certamente não. Entretanto, a confusão é válida, pois a cobrança do IPVA pelo Estado se deve sob o pretexto da manutenção, melhoria e ampliação de todo o sistema rodoviário, pelo qual os proprietários andam com seus automóveis. Porém, o pagamento desse imposto não é necessariamente obrigado a ser usado para esse fim. Ao contrário das taxas, os impostos não são contraprestações. Eles vão para os cofres públicos e a Administração Pública decide seu fim. Todavia, não significa que o Estado não tenha responsabilidade sobre o sistema rodoviário. Os impostos, assim como todos os tributos, têm por função custear as atividades estatais, incluindo a manutenção, melhoriae ampliação do sistema rodoviário. Apesar da não vinculação, é sim preciso o retorno aos contribuintes de serviços de qualidade por parte do Estado em função do pagamento dos tributos. Sob esse ponto de vista, toda e qualquer manifestação, desde que pacífica, é muito mais que válida. 4 - Disserte sobre o Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCMD). É um imposto de competência dos estados e do Distrito Federai que incide na transmissão gratuita causa mortis, ou seja, na herança, e também em doações. Essas são inclusive os fatos geradores do ITCMD. A incidência ocorre sobre a transmissão de qualquer bem, seja móvel ou imóvel. O ITCMD tem características fiscais e arrecadatórias e obedece à legalidade e ambas as anterioridades, anual e nonagesimal. Suas alíquotas máximas são definidas pelo Senado Federal. Suas alíquotas podem ser progressivas, cuja alíquota máxima atual é de 8%. 5 - Disserte sobre o Imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis, por ato oneroso (ITBI). É um imposto municipal que incide sobre a transmissão de bens imóveis por ato oneroso. Ou seja, sempre quando há troca titularidade via venda. Antes mesmo da negociação, tal imposto precisa já estar pago. O sujeito passivo é quem compra o imóvel. Sua alíquota máxima, que atualmente é de 3% é determinada pelo congresso nacional e não é um imposto progressivo. Sua finalidade também é fiscal e arrecadatória. Também segue a legalidade e ambas as anterioridades.
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