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FICHAMENTO HISTÓRIA DA IGREJA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

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Prévia do material em texto

CARLOS ADRIANO DE MELO SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA IGREJA MODERNA E CONTEMPORÂNEA 
PORTFÓLIO (CICLO 3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CEARÁ 
2021 
FICHAMENTO 
 
Referência da obra: KELLER, Eugenio Dirceu; MAZULA, Ronaldo. História da Igreja 
Contemporânea. Batatais, SP: Claretiano, 2013. 170 p. ISBN: 978-85-8377-021-3. 
 
UNIDADE 4: Séculos 19 e 20: A Era do Totalitarismo (pp. 105-125). 
 
IGREJA E QUESTÃO SOCIAL 
 
“No decorrer do século 18 e início do século 20, dois fenômenos complementares 
caracterizaram a vida técnica-econômica-social. Por um lado, assistiu-se a um imenso 
progresso técnico, industrial e comercial nos países europeus inicialmente e, mais tarde, em 
todos os continentes, com inumeráveis repercussões psicológicas e sociais. ” (p.106, prgfo. 
1º). 
 
“A indústria nascente em todos os países ocasionou a concentração de riquezas nas 
mãos de um pequeno número de empreendedores. Com o tempo, a potência do capital 
aumentou e poucos homens tinham em suas mãos os destinos do mundo. Em grande parte do 
século 18 e nos países onde o desenvolvimento veio mais tarde, o proletariado, quase sempre 
oprimido pela miséria e degradado pelo trabalho, vivia em condições desumanas: 
1) Horários que, no início, alcançavam 14 a 17 horas, durante as quais o operário devia repetir 
mecanicamente o mesmo gesto. 
2) Emprego indiscriminado de mulheres e crianças (às vezes, abaixo dos seis anos). 
3) Falta de toda segurança diante das doenças e infortúnios. 
4) Salários apenas suficientes para manter o operário, e não a família. 
5) Subalimentação e habitação insalubres. ” (p.107, prgfo. 1º). 
 
“Eis as condições habituais de vida do proletariado urbano que Marx, em sua obra 
Capital, e Charles Dickens, nos seus romances, retratam com muita realidade. ” (p.107, prgfo. 
2º). 
 
“Se a sorte dos operários era dura, a dos camponeses, que ainda não tinham contato 
com a industrialização, não era diferente: [...] A esse proletariado industrial ou agrícola, as 
classes dirigentes não sabiam oferecer outro remédio senão a paciência e a resignação. ” 
(p.107, prgfo. 3º). 
 
Dois fatores essenciais da questão social 
 
 A Revolução Industrial, que substituiu em grande escala a máquina pelo homem. 
 O Liberalismo econômico com os quatro elementos recordados: amoralismo 
econômico, livre concorrência, absenteísmo estatal e individualismo. Recorda-se, 
nesse sentido, a Lei Le Chapelier e seu significado histórico, isto é, o fim das antigas 
corporações medievais que se transformaram em castas fechadas, interessadas na 
defesa dos próprios interesses. [...] Recorda-se, ainda, o significado do termo 
“liberalismo”, isto é, “aplicação dos princípios liberais na economia”. Este provocou 
um forte desenvolvimento da economia e explica-se, assim, o entusiasmo provocado 
por ele. Todavia, o progresso deu vantagem somente aos capitalistas, e não aos 
operários. ” (p.108, prgfo. 2º). 
 
“Em 1848, Karl Marx e Engels elaboraram o livro Manifesto do partido comunista, 
que se tornou referência aos movimentos sociais, uma vez que traz uma síntese da história da 
humanidade segundo o esquema de luta de classes, que, na Idade Moderna, justamente pelo 
sucesso da burguesia, com o desenvolvimento industrial e o aumento do proletariado 
esmagado, tendia a lutar de modo sempre mais organizado contra a burguesia, antes de modo 
disperso, depois organizando-se em um partido político. ” (p.108 e 109, prgfo. 3º). 
 
“[...] O escopo dos comunistas é a formação do proletariado em classe, de modo a 
destruir o domínio burguês e a conquistar o poder político. É bem conhecido o apelo final do 
livro: “proletários de todos os países, uni-vos. ” (p.109, prgfo. 1º). 
 
O acordar dos católicos diante dos problemas sociais 
 
“Com relação aos problemas sociais, houve, na Igreja, a coexistência de duas 
tendências. A primeira, caritativa-assistencial, reconheceu justa a situação econômica-social 
do proletariado do século 18 e pensava poder resolver os inconvenientes até muito visíveis e 
inegáveis com a ajuda dada a título de “caridade”, e não de “justiça”. Esse posicionamento 
prevaleceu de modo determinante na primeira metade do século 18, mas não se extinguiu nem 
mesmo depois. A segunda tendência propriamente social procurou uma solução superando o 
plano caritativo, seja evitando sempre a luta sistemática e a revolução, seja respeitando a 
propriedade. Essa linha se fez sempre mais forte, enquanto a primeira se tornava mais fraca. ” 
(p.109, prgfos. 2º e 3º). 
 
“Dentro da Igreja, a linha mais conservadora preocupou-se em defender o direito de 
propriedade, de condenar em bloco o socialismo e o comunismo, sem aprofundar o exame das 
questões persuadidas de que tudo se resolveria com a generosidade dos ricos. Essa 
mentalidade apareceu em vários documentos pontifícios como: Qui pluribus (1846); Quanta 
cura e Sillabo (1864), entre outros que recordavam e condenavam, também, o amoralismo 
econômico. ” (p.109, prgfo. 3º). 
 
“Vale ressaltar que todos esses documentos tinham como tema principal a defesa do 
direito de propriedade. Já os católicos que estavam inseridos dentro de uma linha 
propriamente social surgiram como o prolongamento da linha conservadora; concretamente, o 
desenvolvimento da ação caritativa que, num primeiro momento, não foi desvalorizada. ” 
(p.110, prgfo. 1º). 
 
“Sob o plano propriamente social, podemos mencionar, entre os primeiros estudos, as 
primeiras denúncias e as primeiras iniciativas, as pregações do bispo Von Ketteler, em 
Magonza, em 1848, o qual reivindicava a competência da Igreja na questão social e propunha 
cooperativas de produção. ” (p.110, prgfo. 3º). 
 
Questão social – desafios e documentos do magistério 
 
“Com a questão social, surgiram alguns problemas, os quais veremos a seguir: 
 Salário: era determinado pela Lei da Oferta e Procura, ou dirigido por considerações 
morais, isto é, respondia às necessidades de satisfazer às exigências mínimas do 
operário. 
 Intervenção do Estado: o Estado aparecia, muitas vezes, em vários países, como um 
“inimigo” a ser combatido. 
 Sindicato ou corporações: pergunta-se: por que a ideia de muitos católicos com 
relação ao sindicato parecia inaceitável? A solução corporativa mostrou-se, também, 
insuficiente historicamente. ” (p.111, prgfo. 2º). 
Rerum Novarum e seu significado histórico 
 
“Para alguns, o Rerum Novarum foi o nascimento do movimento social católico [...]. 
Para outros, tal documento é essencialmente antissocialista e tendeu a reforçar o poder da 
burguesia à qual a Igreja sempre foi mais ligada. Essa foi a interpretação que fizeram, 
sobretudo, os marxistas. [...]. Certo é que toda encíclica é uma obra de mediação, e essa 
primeira grande encíclica social foi promulgada por Leão XIII, em 1891. Nela, examinou-se a 
condição dos trabalhadores assalariados, particularmente penosa para os operários das 
indústrias, afligidos pela miséria. ” (p.112, prgfos. 1º, 2º e 3º). 
 
“A encíclica enumerou os erros que provocavam o mal social, excluiu o socialismo e 
expôs a doutrina católica acerca do trabalho, do direito de propriedade, do princípio de 
colaboração contraposto à luta de classes como meio fundamental para a mudança social, 
sobre o direito dos fracos, sobre o aperfeiçoamento da justiça mediante a caridade e sobre o 
direito a ter associações profissionais. Tornou-se, assim, uma espécie de “Carta Magna” da 
atividade cristã no campo social. A encíclica defendeu, dessa forma, a instauração de uma 
ordem social justa. ” (p.112, prgfo. 4º). 
 
“Toda a doutrina social da Igreja pode ser entendida como uma atualização, um 
aprofundamento e uma expansão do núcleo original de princípios expostos na Rerum 
Novarum. Com o texto de Leão XIII, confere-se à Igreja quase um estatuto de cidadania, 
como lembrou João Paulo II na carta encíclica Centesimus annus. ” (p.113,prgfo. 1º). 
 
Quadragesimo anno 
 
“No início dos anos de 1930, logo depois da grave crise econômica de 1929, o papa 
Pio XI publicou a encíclica Quadragesimo anno, em 1931. Nessa data, comemoravam-se os 
40 anos da Rerum novarum. ” 
“Nessa encíclica, o papa releu o passado à luz de uma situação econômico-social em 
que à industrialização se ajuntara a expansão do poder dos grupos financeiros, em âmbito 
nacional e internacional. Além disso, a encíclica advertiu sobre a falta de respeito à liberdade 
de associação e reafirmou os princípios de solidariedade e de colaboração para superar as 
desigualdades sociais; assim, as relações entre capital e trabalho deviam dar-se sob o signo da 
colaboração. Indicou, também, vários pontos concretos, como o salário familiar: ” […] ao 
trabalhador se deve pagar um salário que baste ao seu sustento e de sua família”, sendo esse 
um progresso nítido com relação à Rerum Novarum. Defendeu, ainda, certa estabilidade 
quanto ao emprego: ” […] achamos prudente que o contrato de trabalho venha temperado 
como outros contratos da sociedade” (PIO XI, 1951, n. 63). ” (p.113, prgfos. 2º e 3º). 
 
“Foi também Pio XI quem introduziu a Justiça Social como categoria central da 
Doutrina Social da Igreja, de modo que praticar a justiça social passou a ser a “conditio sine 
qua non” de um amor cristão genuíno e sua verificação histórica. Quadragesimo Anno refere 
a ela nos seguintes termos: 
A justiça social é um princípio regular de uma justa distribuição (n.57). 
É sinônimo de Bem Comum (n.58). 
Junto com a caridade social, é um princípio regular da atividade econômica que não 
pode ser entregue nem à livre concorrência (livre mercado) nem à ditadura 
econômica (monopólios) (GUTIERREZ, 2005, p.37). ” (p.114, prgfo. 1º). 
 
Outros documentos sociais 
 
“Os anos de 1960 irromperam promissores, com o reinício no pós-guerra, a 
descolonização da África e os primeiros e tímidos sinais de um degelo nas relações entre 
blocos americanos e soviético. ” (p.114, prgfo. 2º). 
 
“Nesse sentido, João XIII, sensível aos sinais dos tempos, entendeu que a questão 
social estava se universalizando e abarcava todos os países: ao lado da questão operária e da 
Revolução Industrial, delineavam-se os problemas da agricultura, das áreas em via de 
desenvolvimento, do incremento demográfico e os referentes à necessidade de cooperação 
econômica mundial. As desigualdades, antes advertidas no interior das nações, apareceram no 
âmbito internacional e faziam emergir, cada vez mais, a situação dramática em que estava o 
Terceiro Mundo. ” (p.114, prgfo. 3º). 
 
“Com a encíclica Mater et magistra, João XXIII pretendeu atualizar os documentos já 
conhecidos e avançar no sentido de comprometer toda a comunidade cristã. As palavras-chave 
da carta são “comunidade” e “socialização”: a Igreja é chamada na verdade, na justiça e no 
amor a colaborar com todos os homens para construir uma autêntica comunhão. Por tal via, o 
crescimento econômico não se limitaria somente a satisfazer às necessidades dos homens, mas 
poderia promover, também, a sua dignidade. ” (p.115, prgfo. 1º). 
 
“No início dos anos de 1970, sob um turbulento clima de contestação ideológica, 
Paulo VI retomou a mensagem social de Leão XIII e atualizou-a, por ocasião do octogésimo 
aniversário da Rerum novarum, com a carta apostólica Octogesima adveniens. Nela, o papa 
refletiu sobre a sociedade pós-industrial com todos os seus complexos problemas, salientando 
a insuficiência das ideologias para responder a alguns desafios: a urbanização, a condição 
juvenil, a condição da mulher, o desemprego, as discriminações, a emigração, o incremento 
demográfico, o influxo dos meios de comunicação social e o ambiente rural. ” (p.115, prgfo. 
2º). 
 
“Já a encíclica Laborem exercens, lançada noventa anos depois da Rerum novarum, 
por João Paulo II, foi dedicada ao trabalho, que é visto como bem fundamental para a pessoa, 
fator primário da atividade econômica e chave de toda a questão social. A Laborem exercens 
delineou uma espiritualidade e uma ética do trabalho no contexto de uma profunda reflexão 
teológica e filosófica. O trabalho não deveria ser entendido, então, somente em sentido 
objetivo e material, mas também se levando em conta a sua dimensão subjetiva como 
atividade, que exprime sempre a pessoa. Além de ser o paradigma decisivo da vida social, o 
trabalho tem toda a dignidade de um âmbito no qual deve encontrar realização e vocação 
natural e sobrenatural da pessoa. ” (p.115, prgfos. 3º e 4º). 
 
“Comemorando o vigésimo aniversário da Populorum progressio, João Paulo II, com a 
encíclica Sollicitudo rei socialis, abordou, novamente, o tema do desenvolvimento para dois 
dados fundamentais: 
Por um lado, a situação dramática do mundo contemporâneo, sob o aspecto do 
desenvolvimento que falta no Terceiro Mundo e, por outro lado, o sentido, as 
condições e as exigências de um desenvolvimento digno do homem 
(CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, 1988, p.30). ” (p.116, 
prgfo. 1º). 
 
“Essa encíclica introduziu, ainda, a diferença entre o progresso e desenvolvimento, 
afirmando que: 
“O verdadeiro desenvolvimento não pode limitar-se à multiplicação dos bens e dos 
serviços, isto é, àquilo que se possui, mas deve contribuir para a plenitude do ser do 
homem. Deste modo pretende-se delinear com clareza a natureza moral do 
verdadeiro desenvolvimento (CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO 
CATÓLICA. 1988, p.30). ” (p.116, prgfo. 2º). 
 
“No centésimo aniversário da Rerum Novarum, João Paulo II promulgou a sua terceira 
encíclica social, a Centesimus annus, da qual emergiu a continuidade doutrinal de cem anos 
de magistério social da Igreja. Retomando um dos princípios basilares da concepção cristã da 
organização social e política, que fora o tema central da encíclica precedente, o para escreveu: 
 
“O princípio, que hoje designamos de solidariedade […], várias vezes Leão XIII o 
enuncia com o nome amizade […]; desde Pio IX é designado pela expressão mais 
significativa caridade social, enquanto Paulo IV, ampliando o conceito na linha das 
múltiplas dimensões atuais da questão social, falava de civilização do amor” (JOÃO 
PAULO II, Carta Encíclica Centesimus annus,10,1991). ” (p.116, prgfo. 3º). 
 
“João Paulo II realçou, também, como o ensinamento social da Igreja correu ao longo 
do eixo da reciprocidade entre Deus e o homem: reconhecer a Deus em cada homem e cada 
homem em Deus é a condição de um autêntico desenvolvimento humano. ” (p.116, prgfo. 4º). 
 
“Os documentos que aqui foram lembrados constituem as pedras fundamentais do 
caminho da doutrina social da Igreja desde Leão XIII até os dias atuais. Na elaboração e no 
ensinamento dessa doutrina, a Igreja foi e é animada por intentos não teóricos, mas pastorais, 
quando se encontra diante das repercussões das mutações sociais sobre os seres humanos 
individualmente tomados, sobre multidões de homens e mulheres e sobre a sua própria 
dignidade humana. A doutrina social da Igreja desenvolveu-se como um corpo doutrinal 
atualizado, que se articula à medida que a Igreja vai lendo os acontecimentos, enquanto eles 
se desenrolam no decurso da história. ” (p.117, prgfo. 1º). 
 
QUESTÃO ROMANA 
 
“A questão romana não foi somente uma questão jurisdicional e um problema 
territorial, mas também um problema religioso. Tal problema se tornou claro a partir do ano 
de 1848, em que o antagonismo entre Cúria Romana e o Reino de Sardenha era devido à 
política de Vitor Emanuel II, que pretendia “libertar “o país dos velhos privilégios para dar-
lhe uma estrutura moderna. Tal intento, ao menos em teoria, terminaria por reduzir, 
necessariamente, o prestígio e a influência da Igreja; contudo, isso nem passava pelas ideias 
da Cúria. ” (p.117, prgfo. 2º). 
 
[...] “Como surgiram os Estados Pontifícios? [...] deveram-se a muitos fatores de ordem 
política, econômica e social no decorrer na história.” (p.117, prgfo. 3º). 
 
“O Estado Pontifício, do ponto de vista jurídico, apareceu em 754, com o Pacto de 
Quiercy entre o papa Estevão II (752-757) e o rei dos francos, Pepino, o Breve (714-768), pai 
de Carlos Magno, quando foram restituídos ao Pontífice os territórios que tinham sido 
ocupados pelos longobardos, na região centro-norte da península itálica. Foi dessa maneira 
que se consolidou, oficialmente, uma evolução em curso há anos: a constituição da Sancta 
Ecclesiae Respublica, isto é, os Estados Eclesiásticos. ” (p.117, prgfo. 4º). 
 
“No dia 13 de maio de 1871, promulgou-se a famosa Lei das Garantias – o acordo 
unilateral que Pio IX refutou. Estava aberta, então, a questão romana. ” (p.118, prgfo. 1º). 
 
Conflitos 
 
“O primeiro motivo de conflito entre a Igreja e o Estado italiano que se formava 
ocorreu em torno das Leis Siccardi, em fevereiro de 1850. [...] As leis eram: 
 
 Abolição do foro eclesiástico, das imunidades dos religiosos e do direito de asilo nas 
Igrejas e conventos. 
 Abolição das penalidades aplicadas, no reino saboiano, a quem não observasse as 
principais festividades religiosas. ” (p.118, prgfo. 2º). 
 
“Essas leis encarregavam o governo de preparar um projeto destinado a regular o 
contrato de casamento em suas relações com a lei civil, a capacidade dos contraentes, a forma 
e os efeitos desse contrato. Além disso, tais leis preparavam a laicização do casamento, que 
veio a ocorrer em 25 de junho de 1865, com a promulgação do Código Civil da Itália Unida, 
no qual estava previsto o casamento civil obrigatório para todos os cristãos, tirando, assim a 
eficácia e o efeito legal do matrimônio religioso. [...] A Santa Sé, interpretando essas leis 
como uma violação unilateral da Concordata de 1841, rompeu, então, as relações 
diplomáticas. ” (p.118, prgfo. 3º). 
 
“O segundo motivo de conflito residia nas leis de 1855 contra as ordens religiosas, que 
negavam reconhecimento jurídico às ordens não dedicadas à pregação, à educação dos jovens, 
e à assistência aos enfermos, em como estabeleciam o sequestro dos seus bens, destinando-os 
às necessidades do clero secular. A Santa Sé reagiu aplicando a excomunhão ao rei e ao 
parlamento; isso exasperou, no seio do Reino da Sardenha, o dissenso entre católicos e 
liberais. ” (p.119, prgfo. 1º). 
 
“Se, por um lado, essa legislação repressiva penalizava pesadamente algumas ordens 
religiosas tradicionais que estavam se reconstruindo depois das supressões revolucionárias e 
napoleônicas, por outro lado, favoreceu de maneira surpreendente, o nascimento e o 
desenvolvimento de congregações e ordens religiosas e leigas dedicadas a atender às 
necessidades do povo: cuidado com as crianças, assistência aos doentes, instrução popular, 
formas novas de solidariedade social. Essa legislação antirreligiosa, somada aos problemas 
territoriais, acarretou uma situação de intenso antagonismo entre Estado e Igreja, que duraria 
muito tempo. ” (p.119, prgfo. 2º). 
 
“Na unificação do Estado Italiana, dois momentos foram significativos: a proclamação 
do Reino da República italiana, no dia 17 de março de 1861, e a tomada de Roma, no dia 20 
de setembro de 1870. Isso representou o fim do poder temporal dos papas, deixando isolada a 
Santa Sé no plano internacional. ” (p.119, prgfo. 3º). 
 
“Em vão, Pio IX apelou para outros governos, expondo a incompatibilidade dos dois 
poderes em Roma. O papa não reconheceu o Reino da Itália nem aceitou as anexações de 
1861 e de 1870. O problema só foi resolvido, da parte do Estado, com a Lei das Garantias, de 
13 de maio de 1871.Essa lei, concedia ao papa as honras de soberano, uma renda anual e o 
direito de legação ativa e passiva. Não garantia, porém, plena liberdade à Igreja; poderia 
continuar usando os palácios apostólicos, mas sem definir-se como proprietário ou 
usufrutuário. Pio IX declarou, ainda, nula a lei, recusou a pensão oferecida e prescreveu aos 
fiéis que se abstivessem de participar das eleições políticas. ” (p.119, prgfo. 4º). 
 
TRATADO DE LATRÃO 
 
“O Tratado de Latrão foi um acordo entre a Igreja de Roma e o governo italiano que 
resolveu a questão romana. ” (p.120, prgfo. 2º). 
 
“Longas e penosas discussões aconteceram para que se chegasse à solução da questão 
romana. Os personagens importantes nas conversações foram o advogado Francesco Pacelli, 
irmão do futuro Pio XII, por parte do Vaticano, e o professor Domenico Barone Conselheiro 
de Estado, por parte do Estado. ” (p.120, prgfo. 3º). 
 
“Em 22 de novembro, o rei Vitor Emanuel deu ao Chefe do Governo, Benito 
Mussolini, os poderes necessários para conduzir negociações oficiais, tendo em vista uma 
solução definitiva da questão romana; uma delegação idêntica foi concedida ao Cardeal 
Gasparri, da parte de Pio XI. No dia 7 de fevereiro de 1929, o Cardeal de Estado fez um 
histórico pronunciamento, no qual resumiu, em poucas palavras, os dois anos em que 
representantes da Santa Sé e do Estado Italiano estiveram reunidos para estudos, tratativas e, 
finalmente, selaram um acordo. O Cardeal do Estado lembrou que a Igreja tinha plena 
liberdade e independência no governo da Igreja Universal e que a concordata regulamenta, 
suficientemente, as condições da religião e da Igreja na Itália. Disse, ainda, que os governos 
que quisessem ser representados pela Santa Sé poderiam fazê-lo quando o Pontífice Romano 
estivesse no seu pequeno Estado soberano, livre e independente. ” (p.121, prgfo.1º). 
 
“Após essa histórica comunicação, Magalhães de Azevedo, embaixador do Brasil, na 
qualidade de decano do Corpo Diplomático, externou, em nome dos presentes, as felicitações 
e votos de prosperidade à Santa Sé. ” (p.121, prgfo. 2º). 
 
“Resumo do conteúdo dos Acordos do Latrão: 
 
 Tratado político 
 
 Concordata 
 
 Convenção financeira. ” (p.121, prgfo. 3º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
A TEORIA DA AUTOCOMPREENSÃO DA IGREJA 
 
Referência da obra: SOFFIATTI, Elza Silva Cardoso. A teoria da autocompreensão da 
Igreja. Anais do III Encontro Nacional do GT História das Religiões e das 
Religiosidades–ANPUH–Revistas Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. 
III, n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859. 8p. Disponível em 
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html. 
 
“O século XX foi, de fato, um século marcante para a humanidade. Marcado por 
evoluções e revoluções tecnológicas, culturais, sociais e morais que sucederam umas às outras 
de forma acelerada; marcado também por monstruosas e gigantescas catástrofes, com um 
número inigual de mortes, perseguições, racismos. Um século de heterogeneidade, de 
diferenças latentes, gritantes e tendentes à verdade absoluta. Tendência à verdade absoluta de 
alguns grupos. ” (p.1, prgfo. 1º). 
 
“Múltiplo e complexo não poderia deixar de ser a construção do conhecimento que se 
desenvolveu nesse século XX – no passado século XX – Na história foi fato o nascimento de 
um novo paradigma na escrita do saber histórico, a Escola dos Annales. Com os Annales se 
inovou na forma de fazer história, de escrever a história, tanto a história do próprio século 
XX, como a dos séculos e tempos passados. ” (p.1, prgfo. 2º). 
 
“A Escola dos Annales nasceu a partir da fundação, na França,da Revista Les Annales 
de Histoire Économique et Sociale em 1929, por Lucien Febvre e Marc Bloch. O objetivo da 
nascente revista era eliminar o espírito de especialidade, promover a pluridisciplinaridade, 
favorecer a união das ciências humanas, passar da fase dos debates teóricos predominantes na 
história para a fase das realizações concretas, das investigações coletivas no terreno da 
história contemporâneo, do olhar atento ao cotidiano. ” (p.1, prgfo. 3º). 
 
“Fernand Braudel, membro consagrado da segunda geração do Annales, tendia a uma 
história global na obra “O Mediterrâneo e Felipe II”. Nessa obra a preocupação de Braudel 
era de “situar indivíduos e eventos num contexto, em seu meio, masele os torna inteligíveis 
ao preço de revelar sua fundamental desimportância”. Segundo Peter Burke, para Braudel a 
história dos eventos embora “rica em interesse humano, é também a mais superficial”. (p.1, 
prgfo. 4º). 
“O autor da segunda geração tendia a uma história totalizante, no entanto o mundo pós 
Segunda Guerra Mundial, dividido em uma nova realidade político-econômica e tecnológica-
cultural, fez com que houvesse uma mudança de interesse e uma reação ao determinismo e a 
história totalizante. Isso desencadeou mudanças dentro do movimento e deu origem a terceira 
geração dos Annales, que surgiu entre as décadas de 60 e 70 do século XX. ” (p.2, prgfo. 1º). 
 
“A expressão “do porão ao sótão” figurando a mudança de interesses dos membros dos 
Annales foi, segundo Peter Burke, cunhada por Le Roy Ladurie e citada por Michel Volvelle, 
ambos membros da terceira geração, ao lado de Jacques Le Goff, Jean Delumeau, Georges 
Duby. Uma característica marcante da terceira geração dos Annales foi a efetiva aproximação 
da história com as demais ciências sociais, dentre as quais: a antropologia cultural, a 
sociologia, a geografia. A aproximação se configurou pela aproximação dos métodos e 
conhecimentos específicos de cada uma dessas ciências pela História. ” (p.2, prgfo. 2º). 
 
“No entanto, o foco do presente artigo não é o movimento do Annales em si e sim, um 
movimento semelhante que ocorreu no fazer histórico da História da Igreja Católica. ” (p.2, 
prgfo.3º). 
 
“Essas reflexões estão contidas em duas publicações da Revista Conciluim que 
aconteceram nos anos de 1970 e 1971 e foram consagrados ao problema do método. ” (p.2, 
prgfo. 4º). 
 
“Foram precursores desse movimento,dentre outros historiadores e pensadores do 
catolicismo e da Igreja Católica: Roger Aubert, Anton Weiler, John B. Cobb Jr., Giuseppe 
Alberigo, Emile Poulat, C.W. Mönnich, Antoine Saucerotte. ” (p.2, prgfo. 5º). 
 
“Anton Weiler, no artigo intitulado “História da Igreja e Nova orientação da 
historiologia” separou a fé e a teologia de um lado do conhecimento eclesiástico e do outro 
lado, a história eclesiástica como sendo o ofício, a ciência do profissional da história. Para ele 
o historiador ou o estudioso da história da Igreja deve saber focalizar o problema histórico a 
partir das exigências atuais de ‘engajamento’, principalmente onde se referem as 
consequências para o conhecimento de História da Igreja. ” (p.3, prgfo. 1º). 
 
“Para Weiler a história pratica suas investigações a partir da exigência de se 
compreender o homem em seu tempo e instituições, com o objetivo de chegar a resultados 
que contribuam para a autocompreensão do homem hoje. Na mesma linha deveria ser feita a 
história da Igreja, ou seja, a partir de si mesma, de seus valores, dogmas, preceitos para buscar 
a compreensão de seus atos e tomadas de decisões. ” (p.3, prgfo. 2º). 
 
“Mönnich, no artigo intitulado “A História da Igreja, no conjunto das ciências do 
homem”. Elucidou que alguns fenômenos humanos se tornam mais compreensíveis se vistos 
pela ciência adequada: sociologia, antropologia, psicologia, economia, linguística, ciência, 
política. Afirmou também que os fenômenos humanos, não podem ser reduzidos a abstrações 
atemporais, nem mesmo os que estão dentro de searas da história eclesiástica, para não 
perderem sua veracidade, pois segundo o autor “seja qual for a definição de Igreja donde se 
quer partir, sempre se encontrará a própria realidade humana e não dados voando acima do 
tempo”. (p.3, prgfo. 3º). 
 
“Giuseppe Alberico fala, em seu artigo “Novas fronteiras da História da Igreja? Na 
necessidade de aceitar plenamente da secularização da História de Igreja, com “completa e 
engajada inserção na dialética científica das disciplinas históricas”. Afirma que se deve 
compreender como uma secularização da Igreja que se fundamenta e visa um conhecimento 
científico da sucessão do tempo nas formas de vida cristãs e os desencadeamentos dessas 
sucessões tanto na história eclesiástica, como na história leiga (ou profana, segundo Weiler). ” 
(p.3, prgfo. 5º). 
 
“Podemos dizer que há duas visões de construção da história, a tradicional, que se 
fundamenta na pesquisa, na exploração da documentação e que busca a historicidade; e uma 
nova visão que vai mais a fundo na compreensão da pesquisa, ampliando os objetivos e a 
compreensão das diferentes vertentes da instituição. [...] enfim, deveria levar em consideração 
a multiplicidade da unidade de Igreja Católica que ao ser uma, são várias. ” (p.4, prgfo. 1º). 
 
“Essa visão é fundamental, como ressaltou Weiler, pois “somente por esse caminho é 
possível uma investigação geral das estruturas, em conjunturas mais amplas”. Sendo assim 
podemos considerar que o autoentendimento da Igreja é influenciado pelas mudanças 
culturais e conduzem a uma nova perspectiva mais diversa, que por sua vez constrói uma 
nova história fruto das mudanças da estrutura político social, da transição para a sociedade 
industrial burocrática que atingiu a sociedade laica e a eclesiástica, atingindo inclusive o 
próprio historiador que, característica e intrinsecamente é filho de se tempo e carrega em sua 
análise interpretativa e em sua narrativa, seus valores e sua visão de mundo. ” (p.4, prgfo. 2º). 
 
“Weiler concluiu que o historiador da Igreja, em como a História Eclesiástica deveria 
acompanhar os caminhos e ramificações da “história profana “e se modificar paralelamente a 
ela. “ (p.4, prgfo. 3º). 
 
“Sobre a subjetividade do historiador e sua não parcialidade, Anton Weiler esclareceu 
que “desde o existencialismo de Heidegger, desde os trabalhos teoréticos de, p. ex., Aron, 
Maron, Romein e Collingwood, sabemos, pelo menos na ciência teórica da história que é 
impossível e indesejável excluir a própria subjetividade do interprete da história”. Por esse 
motivo, afirma ele, a função do historiador eclesiástico seria a de contribuir para junção das 
forças religiosas e morais, o que significaria, ” escrever (de novo) a história da Igreja à luz do 
povir; o que deverá ser feito junto com a Igreja e a partir da fé”. (p.5, prgfo. 1º). 
 
“John B. Cobb Jr., no artigo intitulado “Rumo a uma mudança da posição da 
historicismo e do positivismo” elucidou que a experiência humana de tomada de consciência é 
feita no tempo e de forma particular. O particular e como se compreende cada termo ou objeto 
estudado, selecionado pelo historiador. O objeto por sua vez possui duas características 
consideráveis: a primeira é que ele “é o que é para quem o percebe, e nada mais”; e a segunda 
é que o objeto do estudo do historiador contém em si certa subjetividade própria, atribuída a 
ele (objeto) pelo próprio historiador ao selecioná-lo. ” (p.5, prgfo. 2º). 
 
“Sem a fé no que se escreve, no caso, a história da Igreja, há, segundo o Weiler, maior 
possibilidade de se manipular a história e as veias por onde os relatos devem caminhar. Nessa 
linha seguiu Cobb, ao afirmar que a questão do fazer histórico deve ser não o que passado foi 
em si, mas o que ele é e representa para o historiador em sua própria existência. Para Weiler, 
seria falha a visão histórica que buscasse analisar com olhar leigo a História da Igreja, 
configurando algo desconexo. ” (p.5, prgfos. 3º e 4º). 
 
“Relevante é reconhecer que toda pergunta histórica é uma pergunta do presente, que 
por sua vez é fruto de um conjunto de conhecimentos históricos que trouxeram do 
conhecimento do passado a própria capacidade de desenvolver a consciência de tempo e, 
consequentemente de futuro. ” (p.5, prgfo. 5º). 
 
“Considera-se que o entendimento histórico parte do sujeito que busca entender o 
“ontem” a partir do hoje e, que por sua vez é subjetivo. ” (p.6, prgfo. 1º). 
 
“Desconsiderar a pluralidade humana é desconsiderar o homem, é a forma primeira de 
manipular e estereotipar seu pensamento, fadando-o a pensar somente no que deve ser 
pensado. ”(p.6, prgfo. 2º). 
 
“Essencial é compreender que “na visão histórica, a essência humana não é conhecida 
a priori, mas deverá ser alcançada somente mediante o vir-a-ser-homem na história”. E o 
mesmo se passa com a história da Igreja, na qual Jesus, para Weiler, ” primeiro historiólogo 
da Igreja”, definiu a essência do vir a ser-Igreja. ” (p.6, prgfo. 3º). 
 
“A história ciência ou profana – como a denominava Weiler – e a história eclesiástica 
devem reconhecer, em última instância, serem “ciência interpretativa” na qual o historiador 
deve colocar o conjunto analítico de suas fontes em uma conjuntura interpretativa, que por sua 
vez é fruto de seu entendimento da história, de sua visão de mundo, sua criatividade, não 
tendo receio de se expor como construtor do conhecimento histórico. ” (p.7, prgfo. 1º). 
 
“Já John Cobb, centrou sua discussão na superação do positivismo e do historicismo 
como elementos norteadores para a construção do conhecimento histórico. A origem da 
consciência para Cobb é semelhante à de Weiler. ” (p.7, prgfo. 2º). 
 
“Alberigo ao enunciar o positivismo como forma de pesquisa histórica, afirmou que 
este método de pesquisa é insuficiente para se conhecer e, principalmente compreender a 
“complexa estrutura teândrica da Igreja” e ampliou se pensamento afirmando que o método 
positivista de pesquisa é inadequado a complexidade dos objetos que se propõe pesquisar. 
Elucidou a necessidade de superar e libertar-se da forma reduzida da compreensão 
metodológico-positivista. ” (p.7, prgfo. 3º). 
 
“No entanto, Cobb elucidou que o positivismo e o programa positivista de absorver a 
história se caracterizam como fenômeno histórico e devem ser entendidos historicamente, ou 
seja, compreendidos como resultantes de fatores geradores e que possuem fatores 
consequentes. Ambos oferecem desconstruções dentro de suas radicalidades interpretativas e 
de suas seleções de fontes, inclusive no tocante a Igreja. ” (p.7, prgfo. 4º). 
 
“Cobb, afirmou que no momento em que escrevia, mais precisamente na década de 70 
do século XX, a juventude estava revoltosa contra o positivismo e o historicismo, pois 
rejeitavam tanto a forma científica como a histórica como fontes de conscientização e ao 
procurar por outro fundamento, ou fonte de consciência, se deparam com o existencialismo de 
Heidegger e Sartre. No entanto, mesmo esse fundamento (o existencialismo) já perdeu seu 
poder. Com isso a tomada de consciência histórica sobrevive alicerçada na utopia, que sente o 
passado com um fardo e o presente como intolerável, ficando os “louros “para aqueles que, 
em nosso tempo, prometem o melhor futuro. ” (p.8, prgfo. 1º).

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