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Arte e Direito - família e afetividade

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ARTE E DIREITO
FAMÍLIA E AFETIVIDADE 
VOX
	A obra “Vox”, da autora Christina Dalcher, se trata de uma distopia que acontece nos Estados Unidos da América, em um período indefinido no futuro. No livro, o atual presidente faz parte de um movimento denominado “cinturão da Bíblia” que promove diversas mudanças no país onde as mulheres perderem todos os seus direitos, desde suas contas em bancos até a possibilidade de trabalhar. Contudo, a principal medida tomada por esse governo foi a instalação de contadores em todas as mulheres de forma que cada uma só tem direito a falar 100 palavras por dia e a cada palavra a mais além desse limite levaria uma punição (um choque) que piora proporcionalmente a extrapolação.
	Patrick e Jean se conheceram na faculdade e ela se apaixonou por conta dele ser muito tranquilo e não se importar em que ambiente estava, ele sempre estaria confortável, sem questionar nada e aceitar tudo. Entretanto quando o movimento foi instaurado isso se tornou um problema pois ela havia perdido todos os direitos e apesar disso ele continuava vivendo uma vida normal, sem se importar muito com que estava acontecendo o que fez com que ela criasse uma certa aversão pelo seu marido.
	Falando agora sobre o filho primogênito, Steven, é um garoto que está terminando o ensino médio, na obra a forma de agir dele mostra como um cidadão legitima a criação e ascensão de um governo ditatorial. Ele surge no livro sutilmente, falando sempre sobre as aulas de religião dele, que ensinavam aos adolescentes a apoiar e validar o sistema, aos poucos ele começa a defender o movimento com o discurso de que a mulher era um ser inferior e tinha como dever cuidar do lar e dos filhos. Com isso Jean passa a odiar o próprio filho, vendo ele como uma personificação do sistema.
	A última personagem relevante é Sônia, a filha mais nova e a única mulher, Jean tem um cuidado especial com ela pra tentar não normalizar aquele estilo de vida opressor, pois a caçula tem 6 anos e está na alfabetização, mesmo assim Sônia não fala quase nada, a menina vai pra uma escola de garotas onde é ensinada a cuidar da casa. No enredo a personagem se destaca ao ganhar uma competição na escola de quem falava menos palavras por dia e ao chegar em casa ela conta isso ao pai, falando apenas 3 palavras em 9 horas.
· VOX E O DIREITO
Em relação ao direito, o livro “Vox” aborda diversos assuntos importantes, dois deles merecem destaque que é a necessidade de proteção ao direito das mulheres e como um Estado, que deveria ser o protetor, pode acabar se tornando o grande mal. Primeiro, temos constitucionalmente explicita a necessidade de assegurar a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, pois observando a nossa história e infelizmente os dias atuais podemos perceber que sempre houve uma disparidade nesse quesito, onde as mulheres são tratadas como seres inferiores e menos qualificados para desenvolver as mesmas tarefas de um homem, servindo apenas para cuidar do lar e ter filhos. Já o Estado que, em teoria, serve para proteger todos os cidadãos pode acabar se tornando apenas um meio de um determinado grupo de pessoas de impor aos outros o que quiser, muitas vezes usando a religião como “desculpa”. 
· AFETIVIDADE
	As famílias de “Vox” são claramente afetadas pelo sistema. Na família de Jean pode-se perceber figuras masculinas se mostrando apáticas com a violência (incluindo violência física como os choques) sofridas pelas mulheres da família. Steven, filho mais velho, passa a achar correto as limitações impostas a sua mãe, mulher essa que há um ano era livre e bem-sucedida em sua carreira. Sônia, filha mais nova, passou a ser criada para obedecer e não reclamar e, por ser tão jovem, acabou acatando essa mudança com pouca dificuldade. As casas de “Vox” deixaram de ser lares com amor e carinho, elas acabaram se tornando prisões.
	
· MODOS FICCIONAIS 
	Dra. Jean se enquadra no mimético elevado, pois é a única pessoa com habilidades suficiente para tratar do problema trazido pelo presidente, além do fato de que, diferentemente de outras mulheres na mesma situação que ela, Jean foi uma das pessoas que não se conformava, sua indignação com tudo o que estava ocorrendo fica clara em todo o livro. Mesmo ela não tendo dado ouvidos a sua ex-amiga Jackie no começo em relação às manifestações contra esse sistema, quando percebeu o que seu silencio acarretou, ela ativamente buscou fazer a diferença.
	Patrick pode ser classificado no mimético baixo, pois ele apenas aceitou o sistema e nada fez quando via sua esposa e filha sofrendo as consequências de tudo isso (mesmo ajudando um pouco no final). Steven também pode ser classificado no mimético baixo como seu pai, pois mesmo tendo idade para saber como a vida era antes e o que ela tinha se tornado, ele, em pouquíssimo tempo, tem quase uma lavagem cerebral e não apenas aceita o sistema, como o defende (chegando a denunciar sua namorada por quem ele era apaixonado). 
	Sônia é a personagem que mais dá pena no livro todo e é classificada no modo irônico, não apenas pela sua vulnerabilidade, mas por não saber mais do que lhe era ensinado. Ela tem uma capacidade de ação inferior às outras personagens e entende que, se ficar quieta, será recompensada, então ela não luta contra isso. Ela aprendeu a aceitar aquele modo de vida como normal.
· POÉTICA ARISTOTÉLICA 
	A mimesis de Aristóteles pode ser vista no regime fascista do livro com a nossa realidade, no Brasil mesmo com a época de Vargas que se aproxima bastante de um regime fascista, onde até os laços familiares são perdidos em nome do Estado (onde familiares denunciavam uns aos outros quando havia um descumprimento do que era definido pelo líder). O machismo e a religião se fundindo ao Estado são outra coisa que não só acontecem no livro, mas constantemente na realidade também. Existem diversas famílias onde a mulher não tem voz mesmo “podendo” falar e diversos governantes impondo (ou tentando impor) suas ideologias a todo um povo, mesmo os que não seguem sua religião. 
	O momento mais importante de catarse no livro é quando o Presidente precisa justamente da ajuda de uma mulher para resolver seu problema, sendo que todo sua ideologia é pautada na ideia da mulher como ser inferior e incapaz, nesse momento ocorre a mudança de sorte de Jean. Por fim, a dianoia não é explicitamente dita, mas pode-se retirar desse livro uma lição, a de que as vozes forçadas a se calar sempre vão encontrar um meio de se fazerem ouvir, independente do quanto um governo tente calar seu povo, ele sempre vai se fazer ouvir.
História de um Casamento
	Dirigido por Noah Baumbach, estrelado por Adam Driver e Scarlet Johansson, o filme narra o longo e cansativo processo de divórcio com todos os obstáculos e complicações matrimoniais de Charlie (Adam Driver), um diretor de uma companhia de teatro nova-iorquina, e Nicole (Scarlet Johansson), uma atriz que deixou sua careira em segundo plano para poder se dedicar ao seu filho, Henry, e ao seu marido.
	Charlie está caminhando para ser um grande diretor de teatro em Nova York, dirigindo grandes peças, cuja uma delas é estrelada por sua própria esposa, que tal peça ganha tanto reconhecimento ao ponto de ir para a Broadway. Já Nicole, é uma atriz com potencial, mas também com muitas dúvidas, já que como falamos anteriormente, ela não priorizou sua carreira se dedicando completamente ao seu relacionamento com Charlie. Entretanto, ela ganha reconhecimento por estrelar a peça de sucesso do marido, recebendo um convite para estrelar um piloto de televisão em Los Angeles, sua cidade natal, fato esse que causa diversos conflitos em seu casamento.
	Dessa forma, o casamento é interrompido com o pedido de divórcio por parte de Nicole e seu anseio por liberdade. Após tal decisão, que começa o desenrolar da história e suas reviravoltas, como o surgimento das figuras dos advogados, a briga pela guarda de Henry etc. 
	Portanto, observamos que “Histórias de um Casamento” tem como enredo uma situação muito comum no âmbito familiar, com personagensmuito verossímeis, que provavelmente já vimos essa história acontecer com um familiar, um amigo, ou até com nós mesmos.
· HISTÓRIA DE UM CASAMENTO E O DIREITO
	A relação entre o filme “História de um casamento” e o direito pode ser vista por meio das características dos seus personagens. Primeiro vamos pautar a personagem Nicole, no começo do filme ela se encaixa como mimético baixo, já que abdica da sua carreira para ajudar seu marido na sua companhia de teatro. Porém, em um momento que poderia ser denominado como descoberta, ela recebe uma proposta de trabalho e resolve então restaurar a sua carreira como atriz, não mais omitindo seus desejos profissionais perante a Charlie. Nesse momento há uma transição para o mimético alto, com uma demonstração de liderança em seu trabalho e na sua vida pessoal, sendo seguida pelo pedido de divórcio e a luta pela guarda de seu filho.
	Já Charlie, até então marido de Nicole, sempre se mostrou ser pertencente a classe de mimético alto, visto que pelo decorrer do filme aparentava possuir uma enorme influência na sua companhia de teatro, assim como no divórcio e na luta pela guarda do seu filho. Um exemplo disso foi o ato de ter alugado uma casa em Los Angeles, com o intuito de provar perante a lei que poderia ser o pai estável que Henry precisava, mostrando assim o seu caráter de liderança. Há também uma catarse de cunho patético quando Charlie percebe que após diversas discussões judiciais, a forma de resolver o divórcio poderia ter sido muito mais pacífica e indolor para ambas as partes. Consequentemente ele começa a perceber que perdeu sua ex esposa, a oportunidade de estar diariamente com seu filho e começa a lembrar do passado não tão distante, sofrendo com essa perda que ele não tinha se dado conta.
	À Procura da Felicidade
	
	Dirigido por Gabriele Muccino, “À Procura da Felicidade”, conta a história de Chris Gardner (Will Smith), um pai que trabalha arduamente para manter a família, mas não recebe o suficiente para cobrir as dívidas. Sua esposa, Linda (Thandie Newton), incomodada com os problemas financeiros, passa a pressionar Chris para que ele arranje um emprego que forneça um salário melhor. Assim, o filme mostra as constantes brigas entre eles, onde mesmo com o esforço de Chris para manter a sua família unida, Linda os abandona, deixando Christopher (Jaden Smith), filho do casal, para o pai cuidar sozinho.
	Durante toda essa crise, Chris é apresentado ao mundo dos corretores da bolsa de valores, através de um amigo, no qual consegue trabalhar como estagiário de uma empresa. O grande problema é que como estagiário Chris teria que trabalhar por alguns meses sem receber salário algum, o que faz perder a casa e tudo o que tem, menos a sua fé e a vontade de entregar uma vida melhor para o seu filho.
	Junto a Christhoper, Chris passa por muitos obstáculos e apertos, onde precisou dormir em lugares como a estação de trem, praças e abrigos, mas nunca perdendo a fé, o que faz Chris conseguir o que tanto almejou. Portanto, a grande mensagem do filme com certeza é a relação de amor, esperança e confiança entre pai e filho, para que se mantenham fortes na busca por dias melhores.
· À PROCURA DA FELICIDADE E O DIREITO
	O filme “ À Procura da Felicidade” se encaixa perfeitamente na visão aristotélica de Katharsis, tendo em vista que o filme produz um efeito sobre o público, assim, este sente o que os personagens estão sentindo e aprende com essas experiências, dessa forma não precisarão passar pelas mesmas situações para aprender o que foi instruído. Um dos momentos mais claros de Katharsis, e consequentemente de peripécia, pode ser visto quando Linda, a esposa de Chris Gardner – o personagem principal da trama – abandona seu papel como mãe e esposa por não suportar a situação financeira e emocional que a família se encontrava. Assim, devastado por perder sua esposa, a mãe de seu filho e posteriormente sua casa, Chris vira alvo de pena do público que o assiste, mas não por suas atitudes, e sim pelas situações que ele se encontra.
	Apesar de todas as dificuldades encontradas em seu caminho, como a falta de um emprego e a necessidade de criar uma realidade lúdica para que seu filho Christopher não sofra com toda essa situação, Gardner permanece de cabeça erguida, sem desistir de seus sonhos. Desta forma, na visão de Northrop Frye, este personagem estaria em transição entre os modos mimético baixo e mimético elevado. Um exemplo claro dessa denominação é o momento do filme onde mesmo preocupado em conseguir um lugar seguro para seu filho passar a noite, Chris insiste em fazer uma prova para conseguir um emprego, sendo bem-sucedido em ambas as coisas.

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