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1 MODAIS DE TRANSPORTE AULA 6 Prof.a Alessandra de Paula 2 CONVERSA INICIAL A constante evolução da Tecnologia da Informação (TI) e dos Sistemas de Informações Gerenciais (SIG) tem propiciado às organizações a automatização de muitos de seus processos, tais como compras, vendas, estoques, programação de produção, serviços ao cliente, comércio eletrônico, troca de dados e informações entre departamentos e empresas de uma mesma cadeia de suprimentos. As organizações interligadas, conectadas e sistematizadas podem ser consideradas empresas da era digital. A intranet e a extranet são sua grande característica. Os clientes, os fornecedores, as empresas parceiras e a própria empresa comungam de dados e informações a respeito do negócio e do mercado, transformando-se assim em empresas do conhecimento, nas quais dados e informações são como instrumentos de gestão organizacional. A TI e os SIGs são os meios para a obtenção de resultados organizacionais. Uma empresa da era digital se utiliza dos SIGs em, pelo menos, quatro dimensões (Quadro 1): Sistemas de Integração Organizacional (SIG): na primeira dimensão estão os sistemas que geram informações a respeito do próprio negócio, integrando necessidades de matéria prima (MRP I); capacidade produtiva (MRP II); relacionamento com os clientes (CRM); relacionamento com os fornecedores (SRM); previsão de demanda (forecast); planejamento da capacidade produtiva (MES) e a geração de planos integrados com informações de todos os demais sistemas de planejamento avançado de produção (APS). Sistemas de apoio à tomada de decisão: na segunda dimensão aparecem os sistemas integradores, capazes de combinar informações de diferentes sistemas, objetivando uma melhor tomada de decisão. Um APS tem essa característica, embora esse possa fazer uso de outros sistemas auxiliares para a geração de informações e indicadores de desempenho (KPI – EIS – DSS), a integração com equipe de vendedores (SFA), e com os parceiros logísticos (LES). 3 Sistemas de apoio logístico: na terceira dimensão estão os sistemas logísticos (LES), que podem funcionar integrados ao ERP da própria organização, como também podem estar integrados a ERPs de outras empresas. Entre suas funções estão a gestão do patrimônio da organização (WMS), o inventário de materiais, máquinas e equipamentos (IMS), a gestão de ordens de produção específicas (OMS) e o transporte (TMS), seja ele de abastecimento ou de distribuição, na organização ou interorganização. Sistemas de integração da cadeia de suprimentos: na quarta dimensão podemos encontrar todos os demais sistemas já listados, trabalhando de forma integrada, a partir da criação dos protocolos de troca de documentos/informações on-line (EDI). Diversos ERPs de diferentes organizações passaram a trocar informações, facilitando a implantação e gestão das cadeias de suprimentos integradas por diferentes organizações. Quadro 1: As dimensões da integração dos Sistemas de Informação Gerencial 4 TEMA 1: CONCEITOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Caminhamos para a construção de um conjunto de tecnologias da informação cada vez mais padronizado e intercambiável que poderá ser adotado por todas as organizações. Com esse avanço tecnológico, a comunicação entre os parceiros da cadeia de suprimentos está ficando cada vez mais instantânea e mais eficiente. Dessa forma, as empresas da era digital poderão fornecer aos seus clientes serviços contínuos de atendimento de suas necessidades via sites disponíveis 24 horas por dia, expandindo seus canais de distribuição com lojas criadas para atrair clientes de qualquer parte do mundo a qualquer hora. Nesse contexto, os sistemas logísticos automatizados e altamente informatizados serão determinantes do sucesso dessa nova realidade empresarial. Além da eficiência operacional, a integração de informações entre as organizações será determinante para a redução dos custos operacionais das organizações. Empresas digitais serão caracterizadas por intranets e extranets que permitirão o acompanhamento de processos interorganizacionais, elaboração conjunta de projeto, processamento de pedidos e encomendas, acesso a promoções e descontos, bem como as sugestões e críticas ao desempenho de produtos e serviços das organizações. Esse tipo de empresa mais integrada irá gerar novas estruturas departamentais dentro das empresas, talvez venhamos a encontrar departamentos de outras empresas em nossa própria organização. As parcerias estratégicas, apresentadas pelos conceitos de gestão da cadeia de suprimentos, serão potencializadas. Teremos assim não apenas aplicativos business-to-business, mas realmente empresas business-on-business. Essa nova realidade empresarial somente é possível com o uso de TI, que compreende o uso de tecnologias da informática e das telecomunicações para armazenar, recuperar e disseminar informações. Quando os dados são armazenados em um sistema capaz de processá-los, então estamos em contato com os Sistemas de Informação (SI), que têm como característica a capacidade 5 de coleta, armazenamento, processamento, recuperação e disseminação de informações. Os sistemas de informação podem ser responsáveis pelo controle de dados operacionais, bem como ser geradores de informações para os gestores da organização, sumarizando dados e indicadores de forma a permitir sua gestão. Em última análise, os sistemas de informação servem ainda para a geração de informações para a tomada de decisões para executivos, especialistas e todos os demais gestores da organização. A TI e os SI, quando aplicados à logística, auxiliam na modelagem dos processos organizacionais, de modo a estruturar as atividades de atendimento ao cliente, envolvendo pedidos, processos de fabricação, gestão de estoques, canais de distribuição, e-commerce, entre outros. Quando bem modelados, processos e sistemas organizacionais com o uso de TI e SI são conduzidos à melhoria contínua, otimizando a utilização dos recursos e permitindo a criação de condições para a melhoria da performance e o cumprimento das metas organizacionais. Os SI aplicados à logística permitem o acesso à informação de qualidade de forma constante e confiável, permitindo a redução de erros na entrega de produtos e serviços ao cliente, e consequentemente trazem a redução do tempo de atendimento dos pedidos efetuados, a diminuição dos custos de mão de obra, a racionalização do espaço físico e dos equipamentos de movimentação, aumento da capacidade produtiva, melhoras no nível de serviço, redução dos custos de operação, melhoria dos indicadores de desempenho, enfim, o resultado é a melhoria da qualidade, da produtividade e maior competitividade empresarial. TEMA 2: RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADOS À LOGÍSTICA Um dos maiores benefícios que a tecnologia da informação trouxe para as organizações talvez envolva a possibilidade de integrar a totalidade de dados e informações a respeito do negócio em uma mesma base de dados, um Enterprise Resource Planning (ERP) – do inglês “planejamento dos recursos empresariais” 6 – que é um sistema de informações gerenciais que permite a criação de um fluxo de dados entre as áreas de compras, vendas, administração, finanças, contabilidade, fiscal, produção, qualidade recursos humanos. Os sistemas de ERP, mesmo sendo grandes aglutinadores de informação, podem ser integrados com sistemas especialistas, que podem também ser módulos de gerenciamento específicos deste sistema. Um Warehouse Management System (WMS), (do inglês “Sistema de Gerenciamento de Armazém”), consiste em um sistema de gerenciamento de informações “da porta para dentro”, ou seja, de aspectos relacionados ao gerenciamento da movimentaçãode materiais dentro dos armazéns e instalações da empresa. Ele envolve controle de portaria, recebimento, conferência, separação e carregamento de mercadorias, movimentações dentro do armazém, endereçamento de materiais para estocagem, ressuprimento, paletização, formação de cargas, controle de custos, monitoramento de indicadores de desempenho voltados para a eficiência, eficácia, produtividade e efetividade organizacional. A um ERP pode ser integrado ainda um Inventory Management System – (IMS), que é um software de gestão de inventário, cujo objetivo consiste em manter a gestão de inventário a custos baixos. Este ajuda ainda as empresas a reduzir os custos de inventário, fornecendo um controle mais rigoroso dos níveis de estoque, perdas, movimentações e substituições de produtos dentro desse. Um IMS permite que você defina regras de preços complexas com base em clientes individuais, canal de vendas e muito mais, uma vez que os recursos de software de gerenciamento de inventário são integrados com o departamento de vendas e loja web. Assim, sua equipe de vendas, clientes e fornecedores podem ter informações atualizadas. Já um sistema de gerenciamento de pedidos, ou Order Management System (OMS), automatiza e otimiza o processamento de pedidos, sejam eles de compras ou de vendas, para as empresas. O sistema fornece de forma constante e atualizada informações de inventário, um banco de dados de fornecedores e outro de clientes, um registro de devoluções de clientes e restituições, 7 informações sobre faturamento e pagamentos, registros de processamento de pedidos e informações de contabilidade em geral. Um OMS é especialmente importante no varejo, mas também nos setores de telecomunicações, serviços de saúde, farmacêutico, financeiro e setores de valores mobiliários. Outro sistema de informações que pode funcionar incorporado a um ERP é o Transportation Management System (TMS), ou “sistema de gerenciamento de transportes”, cujo objetivo é o gerenciamento de toda a estrutura de transportes da organização, garantindo a operação logística da organização, a gestão de custos de transportes, gerenciamento dos níveis de serviço, otimização de rotas de coleta e entrega de pedidos e mercadorias, integração de diferentes modais de transporte, integração a Sistemas de Posicionamento Global (GPS), ou Global Position System, entre outros. Os sistemas de ERP mostram-se bastante flexíveis em suas possibilidades, permitindo que se integrem diversos módulos que usam a mesma base de dados já existente para a geração de dados, informações e relatórios que permitam a tomada de decisão em diversos níveis na organização. Isso pode ainda envolver: Sales Force Automation (SFA, ou “Sistema de Automação da Equipe de Vendas”), que integra Palm Tops, Handhelds, Captação de Pedidos de Vendas, Roteiro de Visitas, Banco de Clientes, Lista de Produtos, Lista de Preços; ou ainda sistemas de apoio no processo de tomada de decisão: KPI – Key Performance Indicators, EIS – Executive Information System, DSS – Decision Suport System, APS – Advanced Planning Systems, LES – Logistic Executive System, entre outros. TEMA 3: SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE TRANSPORTES (TMS) Embora toda a literatura nos indique que a logística é mais do que apenas o transporte, uma de suas principais funções, seja no abastecimento ou na distribuição, envolve a movimentação de materiais ao longo da cadeia de suprimentos. Com suporte da TI, desenvolveu-se o Sistema de Administração de Transportes (TMS), que tem por objetivo gerenciar os fluxos de transporte de uma empresa para seus clientes e dos fornecedores até a empresa, além de eventuais 8 fluxos reversos. Uma de suas principais características é sua integração com os sistemas de gestão empresarial, os ERPs. O Transportation Management System gerencia os processos externos de transportes, desde a coleta e o frete até a distribuição dos produtos, integrando dados a respeito de conteúdo dos pedidos transportados, quantidades, peso, volume (cubagem), programação de embarques, de fornecedores, datas previstas de entregas, sem perder de vista informações vitais para a organização envolvendo faturamento, nível de serviços, valor de fretes, entre outros. Por sua capacidade de integração a outros sistemas, o TMS permite uma boa administração em termos de escolha dos modais, processamento de reclamações, consolidação de fretes, roteirização, programação e rastreamento de embarques, e avaliação de desempenho. Em outras palavras, podemos dizer que um TMS é uma boa ferramenta para identificar e mensurar os custos de cada elemento existente na cadeia de transporte, a qual envolve não só o veículo em si, mas também a gestão de pessoas e materiais, o monitoramento e o acompanhamento de cargas, as perdas de manutenção da frota e índices de avarias nas entregas, bem como avaliação das diversas tabelas de fretes existentes apresentando o modelo que melhor se ajusta a cada cadeia de suprimentos e a cada organização. Um TMS gerencia o sistema de transportes e possui diversas funcionalidades, tais como: Manutenção: programação, execução e controle da garantia em manutenções realizadas na frota de veículos, envolvendo peças e mão de obra, bem como o controle de componentes (pneu, motor, câmbio). Gestão da frota de veículos: Cadastro, documentação, manutenção, estoque de peças de reposição, combustíveis, tacógrafos, pneus, engates entre outros. Suprimentos: gerenciamento e controle de materiais em oficinas próprias; controle de requisições e de compras, necessidade de estoque de peças e componentes. 9 Controle de fretes: o sistema pode gerenciar a frota de veículos própria ou de terceiros, o cadastro de transportadoras, cadastro de rede de transporte, direcionadores de tarifas e taxas, registros de embarque; Operação de rastreamento: rastreamento lógico das cargas – tanto na aquisição quanto na distribuição; controle de transbordo e de entrega e coleta. Tráfego de veículos: gerenciamento e liberação de embarque, emissão de ordens de transporte, registro de portaria, registro de eventos, gestão do motorista. Gestão de resultados do sistema de transporte: registro de faturamentos; cadastro de clientes e terceiros; cadastro de taxas e tarifas; requisição de transporte; ordem de coleta; registros de notas fiscais; emissão de conhecimentos e manifestos de carga, e emissão de fatura de cobrança dos clientes. Gestão de custos: Custos de manutenção, com informações alimentadas pelo sistema de manutenção e suprimentos de forma integrada; custos de operações, com informações alimentadas pelo sistema de operações de forma integrada. Planejamento do sistema: análise e montagem de rotas; cálculo de dimensionamento de veículos e equipamentos; cálculo da necessidade de renovação da frota; orçamento de transporte, controle orçamentário e análise das variáveis. Rastreamento da frota e de cargas: interface com rastreadores GPS; interfaces com tecnologias embarcadas nos veículos; leitores de código de barras e transmissão de dados via wireless. NA PRÁTICA A distribuição começa na fábrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente final. Como os bens estão em constante movimento nesse ínterim, devemos identificar em cada estágio como eles se movimentam (o modal de transporte) e quem faz a movimentação (o operador de transporte). A distribuição 10 física representa um custo significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade (capacidade de rastreamento e ação), ao entregar os bens aos consumidores dentro do prazo. Entretanto, qual o melhor modal? Transporte rodoviário, aéreo, marítimo ou ferroviário? Para cada rota há uma possibilidade de escolha que deveser feita mediante uma análise profunda de custos, muito além de uma simples análise do custo baseada em peso por quilometragem (Kg/Km). Para cada ligação no canal logístico, um determinado modo apresentará vantagens particulares. Administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos. A seleção da modalidade de transporte depende de dois fatores primordiais: a. A diferença entre o preço de venda do produto, na origem e no local de consumo, fator este conhecido. b. O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos: I. Características da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem, distância do transporte, prazo de entrega e outros. II. Características das modalidades de transporte: condições da infraestrutura da malha de transportes, condições de operação, tempo de viagem, custo e frete, mão de obra envolvida e outros. Diante disso, pesquise: 1. A distância entre: Rio de Janeiro x São Paulo; Belo Horizonte e Brasília. 2. Fortaleza x Manaus; Curitiba x Salvador; Cuiabá x Florianópolis e João Pessoa x Campo Grande. 3. Calcule o frete de 100 caixas com dimensões 30cm x 30cm x 30cm, cada uma pesando 3kg, valor declarado de R$ 50,00 cada caixa para cada uma das rotas supracitadas. 4. Defina o custo de transporte de cada caixa, por quilo e por km para cada rota. Comentário: Consulte o vídeo disponível no material on-line para acessar os 11 comentários destas questões. SÍNTESE O uso de TI e SI nas empresas da era digital veio para ficar. Mais do que isso, esta será determinante nos processos e operações das empresas do futuro. Sem que façamos previsões do porvir, é possível crer em um mundo mais integrado, ligado por empresas de logística internacionais, em um mercado globalizado, potencializado pelo uso dos modais aéreo e marítimo nas grandes distâncias intercontinentais, aproximado pela logística integrada entre rodovias, ferrovias, dutos e pelo transporte em rios e lagos. O uso de tecnologia e a integração entre os modais não deixará de lado aspectos relacionados à gestão de estoques, à redução de custos, à melhoria nos níveis de serviços, à necessidade da existência de planos de contingência para enchentes, secas, greves ou desastres ambientais. Na verdade, esses fatos reforçarão a necessidade de mais e melhor tecnologia do que a existente, redes e contratos mais amplos e integrados, expansão dos negócios por todo o globo terrestre. Estes fatos reforçarão a importância da logística, da gestão da cadeia de suprimentos, da escolha dos modais de transporte, da logística integrada, do trabalho em equipe ao longo da cadeia. Isso significa serviços sob medida, flexibilidade de atuação, contratos de longo prazo, resultados compartilhados entre empresas da rede e complexidade de relacionamentos. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério dos Transportes. Diretrizes da política nacional de transporte hidroviário/ Ministério dos Transportes. Brasília, 2010. Disponível em:<http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nac ional%20de%20transporte%20hidro.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. BREMER, C. F.; LENZA, R. P. Um modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assembly to order – ato e suas múltiplas aplicações. 12 Gestão & Produção. v. 7, n. 3, p. 269-282, dez. 2000. DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. FLEURY, P. 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As diferenças regionais brasileiras englobam questões tais como: 1. Desenvolvimento econômico das regiões; 2. Condições climáticas adversas; 3. Acesso a determinados recursos (mar, em todo o nordeste brasileiro) e falta quase que total de acesso a outros recursos (estradas na Amazônia, por exemplo); 4. Falta de investimentos do governo em todas as esferas: federal, estadual e municipal; 5. Grande impacto ambiental gerado por portos, estradas, hidrovias, ferrovias e dutos para a sua implantação; 6. Falta de planejamento a longo prazo, aliado à falta de fontes de recursos para financiamento das ações. Os planos existem, mas os recursos são escassos; 7. Burocracia do Estado brasileiro, além da falta de planejamento, não fiscalização e implementação dos planos elaborados; 8. Insegurança para empresas e para a sociedade quanto ao futuro do sistema de transportes brasileiro, que não acompanha a evolução e desenvolvimento da economia mundial. TEMA 1: ENTRAVES LOGÍSTICOS NO BRASIL É sabido que problemas como o de infraestrutura de um país não se resolvem no curto prazo; esta é uma situação que leva anos para ser melhorada. Vontade política, fontes de financiamento e parcerias entre o governo, sociedade e empresas, talvez sejam as únicas alternativas que tenhamos para resolver 3 esse problema. Não existem soluções fáceis, porém o entendimento do problema pode nos ajudar a identificar saídas, e isso envolve identificar problemas em todas as áreas da matriz de transportes e logística do país. Algumas dessas situações envolvem alguns pontos: a. No modal rodoviário: estradas malconservadas; pedágios caros; falta de segurança; falta de patrulhamento; poucas rodovias duplicadas; malha insuficiente; alto volume de tráfego nas principais estradas; engarrafamentos constantes; restrições de horário de acesso; integração das estradas às cidades; poucos anéis viários para o desvio do trânsito das grandes cidades, entre outros. b. No modal ferroviário: malha ferroviária antiga (pertencente a poucas empresas); atendimento a poucos locais; baixa integração com portos e aeroportos; atendimento somente a áreas específicas da economia (minérios, por exemplo); pouca integração com países da América do Sul; alto impacto ambiental para a implantaçãode novas rotas; falta de fontes de financiamento para ampliação da malha atual, entre outros. c. No modal aquaviário: portos defasados tecnologicamente (na maioria dominados por sindicatos) e integrados a grandes cidades, o que impede sua ampliação e melhorias em seus sistemas de funcionamento e acesso via outros modais como trens; apesar de termos mais de 5.000 km de litoral, os portos estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste; a quase inexistência de navegação de cabotagem (mesmo com muitos rios navegáveis ainda são poucas as regiões onde o sistema realmente funciona); a criação de eclusas nas hidroelétricas anda a passos lentos, entre outros. d. No modal aéreo: alta concentração de aeroportos na região Sudeste – bem como das linhas de voo comerciais; alta concentração de mercado na mão de poucas companhias; aeroportos congestionados e localizados dentro das grandes cidades brasileiras; altos custos financeiros e ambientais para a expansão dos atuais aeroportos, entre outros. 4 e. No modal dutoviário: dutos de uso restrito – praticamente toda a malha de dutos brasileiros atende à Petrobras – e servem para o abastecimento de refinarias com óleo base para refino. Ainda são pouco utilizadas para a distribuição de combustíveis no Brasil. Os dutos atendem às regiões mais populosas e industrializadas, e a falta de acesso a gás industrial compromete a industrialização e o desenvolvimento de outras regiões brasileiras não atendidas. f. Deficiências estruturais e legais do Brasil: burocracia; agências reguladoras comandadas por políticos sem preparo para a função; desequilíbrio na disponibilidade de modais; falta de estrutura de armazéns e terminais de carga e descarga; falta de integração entre os diferentes modais; falta de manutenção de portos, aeroportos, canais e estradas; falta de políticas públicas de integração com a iniciativa privada; péssimas condições das estradas brasileiras; alta idade da frota de veículos nas estradas; malha ferroviária antiga e subutilizada; baixo investimento em tecnologia da informação para dar maior agilidade aos processos de exportação de mercadorias e ao controle de veículos e cargas, entre outros. Onde desembocam os problemas acima citados? Em um só lugar: altos custos logísticos, gerando perda de competitividade, baixa eficiência operacional, lucros decrescentes, entre outros. Com o desequilíbrio da matriz de transportes, 60% do transporte realizado pelo modal rodoviário se constitui em um dos focos da ineficiência do sistema de logística atual. Soma-se a isto a extensão territorial brasileira e a predominância de cargas pesadas, principalmente minérios e grãos, feitos com o modal rodoviário. Quando ferrovias e hidrovias são mais eficientes, geram menores custos e menor impacto ambiental. 5 TEMA 2: O MODAL FERROVIÁRIO Seja por sua importância histórica ou econômica, as ferrovias podem ser consideradas como um dos primeiros modais de transporte a ter sua infraestrutura de funcionamento planejada. Embora o transporte marítimo seja mais antigo, as ferrovias exigiram o desenvolvimento da tecnologia da máquina a vapor e do aço como matéria-prima para sua implantação. Além disso, os trens levaram o desenvolvimento ao interior de países e regiões distantes, permitindo o deslocamento de pessoas e mercadorias, assim como permitiu que o desenvolvimento das regiões litorâneas, atendidas por navios, chegasse a pontos distantes no interior – como é o caso da ferrovia Madeira-Mamoré, no Brasil. O transporte ferroviário é uma das bases para países exportadores de commodities (minérios e grãos) devido ao seu baixo custo de operação e eficiência no transporte deste tipo de mercadoria. Somado a isso, uma locomotiva pode operar por 18 anos ou mais; um vagão pode trabalhar por 10 anos; os trilhos podem durar até 40 anos. Desta forma, os custos de renovação e manutenção podem ser considerados baixos em relação à manutenção de estradas e rodovias. Uma de suas principais vantagens está relacionada com sua capacidade de movimentar cargas de alta tonelagem por longas distâncias a custos operacionais até 40% mais baixos que os do transporte rodoviário. Outro aspecto a ser mencionado envolve o menor impacto ambiental causado pelas ferrovias, seja na sua implantação e operação, seja na possibilidade de acidentes ambientais em seus trajetos. Outro aspecto importante a ser mencionado é o fato de que a participação privada na construção de ferrovias está prevista no Artigo nº 175 da Constituição Federal de 1988, e foi regulamentada pelo Decreto nº 473/1992, prevendo pontos que envolvem o objeto e o período da concessão, o pagamento da outorga, o valor da tarifa, o sistema de reajuste tarifário, as formas de revisão das tarifas, os serviços acessórios e os principais direitos e obrigações das concessionárias. 6 A regulamentação do setor é estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que em 2011 expediu três resoluções sobre o setor ferroviário envolvendo: i) Resolução nº 3.694, que define os direitos e obrigações dos usuários, padrões de qualidade para os serviços e as penalidades caso estes padrões não sejam atendidos; ii) Resolução nº 3.695, tratando do direito de passagem e do tráfego mútuo; iii) Resolução nº 3.696, que estabelece metas de produção por trecho com o objetivo de diminuir a ociosidade da malha ferroviária brasileira. Mesmo que a malha ferroviária brasileira tenha diminuído de tamanho, na década de 1960 tínhamos 38.287 km de ferrovias e, em 2012, 30.129 km. A qualidade da malha ferroviária aumentou, o volume de cargas transportadas cresceu, e a quantidade de acidentes diminuiu mais de 80%, veja gráficos sobre o tema. Quadro 1: Principais características das concessões ferroviárias (continua) (continuação do Quadro 1) 7 Fonte: CNT. Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%2 0Economia%20%E2%80%93%20O%20Sistema%20Ferrovi%C3%A1rio%20Brasileiro.pdf> Quadro 2: Regulamentação do setor ferroviário a partir das Resoluções Nº 3.694, 3.695 e 3.696 (continua) 8 (continuação do Quadro 2) Fonte: CNT. Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%2 0Economia%20%E2%80%93%20O%20Sistema%20Ferrovi%C3%A1rio%20Brasileiro.pdf> Quadro 3: Evolução do número de acidentes em ferrovias Fonte: CNT. Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%2 0Economia%20%E2%80%93%20O%20Sistema%20Ferrovi%C3%A1rio%20Brasileiro.pdf> 9 Quadro 4: Evolução do total de cargas transportadas Fonte: CNT. Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%2 0Economia%20%E2%80%93%20O%20Sistema%20Ferrovi%C3%A1rio%20Brasileiro.pdf> Quadro 5: Evolução dos investimentos em ferrovias Fonte: CNT. Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/Site%202015/Pesquisas%20PDF/Transporte%20e%2 0Economia%20%E2%80%93%20O%20Sistema%20Ferrovi%C3%A1rio%20Brasileiro.pdf> TEMA 3: O MODAL AEROVIÁRIO O Ministério dos Transportes do Brasil selecionou a McKinsey & Company do Brasil, por meio da Chamada Pública BNDES/FEP em 03/2008, e contou com 10 a colaboração da Fundação Casimiro de Montenegro Filho, ligada ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), da Tozzini Freire Advogados e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para a realização de um estudo sobre o setor de aviação civil no Brasil, no qual três grandes eixos foram relacionados: 1. Infraestrutura: avaliação de capacidade dos principais aeroportos brasileiros em contraponto com as projeções de demanda até 2030, buscando identificar e estimar as necessidades de investimentos. Foi realizada uma ampla pesquisade origem e destino (O/D) nos 32 principais aeroportos do país, fornecendo bases para um melhor entendimento da demanda atual por transportes aéreos no Brasil; 2. Competição: avaliação das condições do setor com foco na administração aeroportuária e oferta de serviços aéreos. Também foi objeto de análise a abrangência da malha aérea e a criação de mecanismos que permitam a criação e o desenvolvimento de linhas de baixa e média densidades; e 3. Governança: avaliação jurídica e institucional, visando identificar lacunas, sobreposições e oportunidades de aprimoramento na estrutura organizacional e regulatória do setor. (McKinsey & Company, 2010, p.5). Esses três aspetos mencionados na pesquisa, resumem o estado atual do modal aeroviário no Brasil: a preocupação com a infraestrutura de aeroportos, seja para cargas ou transportes de passageiros; o aumento da competição do setor com entrada de empresas de baixo custo, fazendo com que viajar de avião seja mais barato e rápido do que andar de ônibus muitas vezes; e os aspectos relacionados à governança dos aeroportos brasileiros, envolvendo o papel da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), como reguladora dessas concessões. Vivemos nos últimos anos um aumento expressivo no número de voos e de passageiros viajando de avião, culminando, em 2013, em um grande número de atrasos nos voos e grandes complicações para os usuários. Apesar dos investimentos previstos para a Copa do Mundo de 2014, o que se viu foi um festival de obras começadas e não terminadas, ressaltando mais uma vez a importância da governança do setor como fator determinante da qualidade dos 11 serviços aéreos. Veja dados de saturação do sistema na Figura 6. Mesmo que o transporte de passageiros tenha crescido, que as passagens tenham preços mais adequados ao bolso do brasileiro e que a competição no setor tenha aumentado, o transporte de cargas via modal aéreo ainda é pequeno na matriz logística brasileira. Figura 6: O caos e a saturação do sistema aeroviário brasileiro Fonte: ITA; DECEA. Para Keedi e Mendonça (2000), o transporte aéreo é um modal ágil e recomendado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes e encomendas urgentes, sendo competitivo para produtos eletrônicos, como computadores, softwares, telefones celulares etc. Esses produtos precisam de um transporte rápido em função do seu valor, bem como de sua sensibilidade a desvalorizações tecnológicas. A rapidez do transporte aéreo vem combinada a 12 altos valores de taxas de frete, devido ao pequeno espaço para transporte de mercadorias nos aviões – haja vista que a maior parte do transporte de cargas é feita em aviões de rotas comerciais, pois os aviões cargueiros têm custos operacionais e de manutenção altos. Na aviação, o conceito de manutenção utilizado envolve a troca programada de peças, uma vez que, ao final da vida útil programada de um componente é atingida, esse é trocado, mesmo que ainda esteja em boas condições. Este é um dos fatores que fazem com que o custo operacional das aeronaves seja bastante alto. O transporte aéreo pode ser feito em voos internacionais (entre países) ou em nacionais (doméstico ou de cabotagem). As aeronaves utilizadas nesse tipo de modal envolvem: All Cargo ou Full Cargo: uso exclusivo para o transporte de cargas, apresenta maior capacidade de carga para o transporte de mercadorias, utilizando o deck superior e inferior. Combi: transporte misto de passageiros e cargas, podendo ser tanto no andar inferior quanto no superior. Full Pax: feito com aviões de passageiros, em que o deck superior é utilizado exclusivamente para transporte de passageiros, e o inferior, destinado ao transporte de bagagem. Em eventual sobra de espaço, esse é preenchido com carga. Desde que não apresentem riscos à aeronave, o transporte aéreo pode transportar qualquer tipo de mercadoria: animais vivos, cargas secas ou congeladas, alimentos, eletrônicos, máquinas e equipamentos. Uma especial atenção deve ser dada à questão da unitização de cargas para o transporte aéreo, envolvendo aspectos que devem ser observados como: facilidade de manuseio, embalagens padronizadas e bem amarradas. E qual a estrutura aeroportuária do Brasil? De acordo com dados publicados pelo IPEA (2010), a infraestrutura brasileira engloba alguns pontos: 13 O Brasil possui 4.263 aeroportos e aeródromos, sendo a segunda maior rede do mundo, apenas superada pela dos Estados Unidos, com 14.497. Dos 67 aeroportos operados pela Infraero, 31 são internacionais e 36 domésticos. Eles movimentaram, em 2008, um total de 113,3 milhões de passageiros e 1,5 milhão de toneladas de cargas, inclusive mala postal. O número de passageiros em tráfego doméstico foi de 100 milhões, e no internacional de 13,3 milhões. Na movimentação de cargas, 852,2 mil toneladas corresponderam ao tráfego internacional, e 646,4 mil ao doméstico (2008). Do total da movimentação de cargas, o aeroporto de Guarulhos respondeu por 32,7%, Viracopos por 15,7% e Manaus por 9,6%. Os três aeroportos concentraram nada menos que 63% da carga Aérea movimentada no país (2008). No que diz respeito à movimentação de passageiros, os aeroportos de Guarulhos e Congonhas concentraram, em 2008, 30% do total no Brasil – 18,2 e 12,1 milhões de passageiros/ano, respectivamente. Agregando-se Brasília e Galeão, a concentração de passageiros se elevou a 49% do total. No documento intitulado “Panorama e Perspectivas para o transporte aéreo no Brasil e no Mundo”, foram apresentados os seguintes obstáculos e oportunidades para o setor: I – Obstáculos Deficiências nas infraestruturas aeroportuária e aeronáutica; Carga tributária muito elevada para as empresas aéreas, próxima dos 39%; ICMS com alíquotas diferenciadas nos estados; Margens muito reduzidas de rentabilidade; Desequilíbrio de bandeira no tráfego aéreo internacional; 14 Desequilíbrio entre exportação e importação no transporte de carga aérea; Frota cargueira muito antiga; Ausência de um sistema Feeder Liner doméstico de carga, para aeroportos hubs; Custos elevados de armazenagem e capatazia da Infraero, acrescidos do adicional tarifário Adicional de Tarifas Aeroportuárias (Ataero) de 50% sobre a tarifa básica. II – Oportunidades O mercado interno brasileiro para o transporte aéreo de passageiros deve mais do que triplicar de tamanho nos próximos 20 anos; O Brasil encontra-se em um patamar em que a elasticidade de crescimento da demanda em relação ao crescimento de PIB ainda permanece alta; O ambiente econômico favorável e o potencial de mercado justificam o otimismo; A amplitude e o aprofundamento do processo de globalização favorecem uma expansão sem precedentes no transporte de cargas aéreas; O crescente congestionamento do espaço aéreo, especialmente em torno dos hubs. SÍNTESE Nesta rota de aprendizagem concluímos os estudos sobre os tipos de modais existentes. Verificamos suas vantagens e desvantagens, características e formas de funcionamento. Cabe ao gestor de logística da organização planejar o uso da melhor combinação possível de modais para as operações da organização e para a operação da cadeia de suprimentos. Para finalizarmos o tema de estudos desta rota de aprendizagem, 15 separamos algumas tendências globais a serem observadas, bem como algumas implicações e necessidades que impactarão as atividades de logísticas nas organizações. Tendências Globais Logística integrada porta a porta, para atender ao just in time e reduzir estoques; modelo de negócios que está sendo adotado como padrão de estratégia pela maioria das organizações; Integração operacional via ferramentas de tecnologia da informação; Agregação de valor ao longo das cadeias – transformação,diminuição de custo, aumento da produção (carnes, biodiesel, isoflavonas, alimentos especiais, aço etc.); Surgimento de novos produtos não tradicionais a partir da matéria-prima (ex.: alcoolquímica, biodiesel, etc.); Internacionalização e globalização das empresas; Evolução dos modais de transporte, especialmente o marítimo de cabotagem e transoceânico (navios post panamax, portos modernos como China-Binhai); Desenvolvimento dos BRICS, representados por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, com forte impacto das estratégias desses países na localização da produção mundial; Perspectivas de escassez de recursos naturais (ex: commodities, água, petróleo, ouro, alumínio etc.); Instabilidade no mercado mundial de energia, principalmente do petróleo, abrindo portas para o surgimento de novas tecnologias de geração de energia baseadas em combustíveis renováveis. Implicações e Necessidades Adotar a gestão da logística como um processo integrado e sistêmico para atender aos mercados consumidores interno e externo; 16 Busca da eficiência na integração e coodernação de todas as cadeias de suprimentos (supply-chain) espalhadas geograficamente, nacionais e internacionais; Gestão do conhecimento e do capital humano mais sofisticado, responsável pelas melhorias nos processos organizacionais, como forma de melhorar a eficiência e eficácia da organização; Planejamento estratégico, governança, diminuição de despesas, velocidade de decisão, critérios econômicos e sociais para alocação de investimentos; Definir estratégias adequadas para competir no mercado globalizado, lembrando sempre que chineses e indianos estão aí para ficar; Viabilizar, institucionalizar e desburocratizar a troca de informações dentro da cadeia de suprimentos; Fortalecimento dos arranjos produtivos locais: separados somos fracos, mas juntos somos fortes. NA PRÁTICA Você foi contratado para ser o responsável pela área de transportes de uma organização, a empresa está em fase de grande desenvolvimento e crescimento, tanto que ainda não existe uma descrição completa para o cargo que irá desempenhar. Seu desafio consiste em: 1. Definir as atribuições do gerente de transportes da organização; 2. Definir variáveis de análise para a escolha do melhor modal para a organização; 3. Definir critérios para a seleção de veículos a serem utilizados pela empresa; 4. Determinar os principais fatores que interferem na formação do preço do transporte. Comentário: Consulte o vídeo disponível no material on-line para acessar os 17 comentários destas questões. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério dos Transportes. Diretrizes da política nacional de transporte hidroviário/ Ministério dos Transportes. Brasília, 2010. Disponível em:<http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20na cional%20de%20transporte%20hidro.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. BREMER, C. F.; LENZA, R. P. Um modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assembly to order – ato e suas múltiplas aplicações. Gestão & Produção. v. 7, n. 3, p. 269-282, dez. 2000. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. HANDABAKA, A. R. Gestão logística da distribuição física internacional. 1. ed. São Paulo: Maltese, 1994. IPEA; Brasil em desenvolvimento: estado, planejamento e políticas públicas. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília: IPEA, 2010. KAWAMOTO, E. Análise de sistemas de transportes. 2. ed. São Paulo, 2002. KEEDI, S. Transportes e seguros no comércio exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2000. Revista Indicadores Econômicos. FEE, vol. 31, n. 3, novembro de 2003. MCKINSEY & COMPANY. Estudo do setor de transporte aéreo do brasil: Relatório Consolidado. Rio de Janeiro: McKinsey & Company, 2010. 18 PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para a análise de indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. RAZZOLINI FILHO, E. Transporte e modais: com suporte de TI e SI. Curitiba: InterSaberes, 2012. RUSSO, C. P. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: IBPEX, 2009. SILVA, C. R. L.; FLEURY, P. F. A avaliação da organização logística em empresas da cadeia de suprimentos de alimentos: indústria e comércio. RAC, v. 4., n. 1., jan./abr. 2000, p. 47-67. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. _____. et al. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de impacto estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2013. SLATER, A. How to prepare an example contract for third-party logistics services. 2. ed. Chesire: Added Value Logistics Publications, 1998. TAYLOR, D. A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. 1 MODAIS DE TRANSPORTE AULA 4 Prof.a Alessandra de Paula 2 CONVERSA INICIAL Em um país com dimensões continentais como o Brasil, espera-se que sua infraestrutura de transportes apresente dimensões compatíveis. Embora tenhamos planos oficiais como o Plano Nacional de Logística dos transportes (PNLT), assim como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Infraero como órgãos de planejamento e incentivo a melhorias nos sistemas logísticos brasileiros, as nossas mazelas são muitas e requerem grandes investimentos em longo prazo. Podemos fazer algumas considerações sobre o tema com base em dados coletados e informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e isso envolve alguns fatos: As rodovias predominam no transporte de cargas no Brasil, principalmente no centro-sul do país, mais concentradas no estado de São Paulo. De acordo com o DNIT, 61,1% do transporte brasileiro é rodoviário, 21% ferroviário, 14% de hidrovias, portos fluviais e marítimos e apenas 0,4% aéreo. O estado de São Paulo concentra a melhor estrutura de modais de transportes, com o maior porto, o maior aeroporto de cargas, as melhores estradas e hidrovias em funcionamento. Nossa malha ferroviária se destina ao transporte de commodities, entre eles o minério de ferro e a soja. A região Norte, devido à pouca ligação rodoviária com o restante do Brasil, é a que mais depende de hidrovias e rios navegáveis para abastecimento de suas necessidades de bens e mercadorias. A maior parte dos armazéns para a estocagem de produtos está nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, devido principalmente à produção de soja; nas demais regiões, a estrutura é precária. 3 Os portos brasileiros, em sua maioria, são adequados à exportação de minérios, grãos e derivados de petróleo. Já os produtos industrializados estão concentrados no porto de Santos, SP. O transporte aéreo de passageiros está concentrado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que mais de 50% dos passageiros estão nestes dois estados. O estado de São Paulo concentra quase a metade dos portos secos do país, ou seja 28 das 62 estruturas existentes no Brasil; por sua vez, em todo o Norte e Nordeste brasileiros temos apenas 4 portos secos. TEMA 1: A MATRIZ DE TRANSPORTES NO BRASIL A dependência brasileira do modal rodoviário já foi apresentada, porém, em um país extenso como o Brasil, temos uma situação de análise diferenciada. As decisões políticas sobre o desenvolvimento do país no último século privilegiaram a escolha de caminhões e estradas em detrimento de ferrovias e trilhos, por exemplo. Contudo o que nos preocupa não é exclusivamente a dependência desse tipo de modal de transporte,mas outros fatores ambientais que impactam na melhoria da matriz de transportes brasileira, e isso envolve: 1. Altos custos com a manutenção de veículos, devido à baixa qualidade de estradas e rodovias, além de altos custos com pedágios; 2. Os impostos que incorrem sobre os serviços de fretes; 3. Os altos juros da economia brasileira; 4. As oscilações da economia mundial, queda de investimentos das empresas brasileiras e multinacionais; 5. O baixo crescimento da economia nacional, impactando diretamente em investimentos que gerem um melhor equilíbrio em nossa matriz de transportes. Portos, aeroportos e rodovias necessitam de investimentos constantes para sua manutenção e ampliação da estrutura; 6. Aumentos constantes nos insumos de transportes, envolvendo combustíveis e lubrificantes, pneus, entre outros. 4 O Plano Nacional de Transportes (PNLT), de 2009, elaborado pelo Ministério dos Transportes, projeta para 2025 um novo rearranjo da matriz de transportes brasileira. Embora seja um plano de trabalho, este demonstra a preocupação do governo brasileiro para com a matriz existente, (Gráfico 1). Os investimentos totais previstos para o período de 2005 a 2025 envolvem mais de 150,13 bilhões de reais, em que os modais ferroviário e aquaviário terão os maiores investimentos previstos para o período. Você pode estar se questionando: por que investir em ferrovias se o seu custo de implementação é maior do que o de uma rodovia? Basicamente porque o seu custo operacional é mais baixo e sua capacidade de carga é muito maior. O modal rodoviário pode ser mais flexível, atender a pequenas distâncias e ter um custo de embalagem menor, porém o que precisamos para melhorar a estrutura de transporte no Brasil é combinar os diferentes modais, tirando proveito de suas características e vantagens competitivas. A combinação de modais de transportes no Brasil pode melhorar nossa eficiência produtiva, se observarmos alguns pontos: a. O transporte dutoviário é mais eficiente para produtos líquidos e gasosos, opera 24 horas por dia e tem boa confiabilidade; b. O transporte aéreo apresenta boa confiabilidade, opera em grandes distâncias, tem a rapidez como grande diferencial, apresenta-se competitivo para mercadorias de alto valor agregado; c. O transporte aquaviário utiliza-se de estradas naturais, dos rios, mares e lagoas brasileiros. Apresenta-se vantajoso para o transporte de produtos a granel, como grãos (ex.: milho, soja) e minérios; d. O transporte marítimo é ideal para grandes distâncias em operações internacionais, com alta confiabilidade, baixos índices de perdas e danos a mercadorias, possibilitando o transporte de grande volume de cargas de todas as espécies; e. O transporte ferroviário é o ideal para grandes volumes que precisam de deslocamento terrestre, ligando grandes distâncias, em que a relação valor x peso da carga e/ou valor x volume a ser transportado é importante; 5 f. O transporte rodoviário, por sua flexibilidade, capilaridade, alta frequência e disponibilidade, complementa a matriz. Gráfico 1: Para onde vai o transporte brasileiro Fonte: IPEA (2010). TEMA 2: O MODAL RODOVIÁRIO Quando viajamos por estradas brasileiras, percebemos a quantidade de caminhões, vans, ônibus e outros veículos que transportam produtos, animais e pessoas por todo o país, ajudando a movimentar a economia brasileira. Sua flexibilidade e versatilidade permitem que transitem por estradas pavimentadas ou não, pelo interior ou por grandes cidades, transportando cargas leves e pesadas, líquidos e gases, granéis e sólidos, máquinas e equipamentos, animais, alimentos, eletrodomésticos e até mesmo automóveis e outros caminhões. Mesmo que se apresentem suas desvantagens, o que o torna o modal rodoviário tão atraente são suas vantagens em relação aos outros modais de transportes, e isso envolve alguns pontos: 6 1. A integração entre todos os estados brasileiros, do mais industrializado ao menos desenvolvido; 2. A maior flexibilidade, com grande extensão de malha, chegando onde os outros modais não chegam; 3. Apresenta maiores vantagens em trechos de curta e média distância, podendo atender também a grandes distâncias. No caso brasileiro, esse é um grande diferencial e necessidade; 4. Serviço de entrega porta a porta; 5. Tempo de entrega e nível de serviço confiável; 6. Transporte de velocidade moderada: não é o mais rápido (avião), não é o mais barato (aquaviário), não é o mais constante (dutoviário), porém atende a todas as regiões do país com boa constância; 7. Tem baixo custo inicial de implantação, podendo ser facilmente terceirizado. No outro extremo da análise estão as suas desvantagens: 1. Alto custo de manutenção da frota, agravado pelas más condições de trafegabilidade das rodovias brasileiras; 2. Alto custo de operação, exigindo mão de obra qualificada, de alta confiabilidade para a boa operação do equipamento e da carga a ser transportada; 3. Forte impacto ambiental, gerando o maior volume de poluentes em função do grande volume transportado; 4. Altos custos com seguros de fretes, ocasionados pela falta de manutenção das estradas e pela possibilidade de roubos a cargas e veículos; 5. Baixo volume de carga se comparado a trens e navios, baixa velocidade quando comparado a aviões, baixa confiabilidade se comparado a dutos; 6. Quanto maior a distância a ser percorrida para a entrega, maior o custo, o seguro e o impacto ambiental; O modal rodoviário engloba o transporte de pessoas e cargas, sendo, 7 dessa forma, considerado um serviço público essencial, regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Quando falamos do transporte de pessoas, sua principal característica envolve a concessão de trechos municipais, estaduais e interestaduais para a exploração dos serviços por empresas de transporte. Todavia, quando falamos do transporte de cargas há que se considerar algumas características: (i) se envolver cargas vivas, é preciso que se providencie a Guia de Transporte de Animais, bem como o atestado de saúde dos animais; (ii) em caso de cargas perigosas, é preciso que sejam seguidas as normas de treinamento do motorista, identificação do veículo, bem como que sejam seguidos os regulamentos e a legislação vigentes; (iii) em caso de transporte internacional, principalmente na América do Sul, que sejam respeitados os acordos existentes entre os países e o respeito à legislação de transportes de cada país. No transporte rodoviário de carga, deve-se levar em conta, ainda, se o produto a ser transportado pode ser considerado como uma carga seca (produtos que podem ser transportados sob sol, chuva, calor, frio, dia, noite); produtos perecíveis (flores, verduras, legumes, carnes); frágeis (vidro, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos); líquidos (combustíveis, água, leite); ou como carga mista, que pode envolver um mix de diferentes produtos. Outro aspecto inerente ao transporte de cargas envolve os tipos de reboques a serem utilizados: a. Abertos: para cargas em geral, sem maior proteção à carga; b. Fechados: para cargas em geral que necessitam de proteção contra as ações do ambiente; c. Cegonheiras: utilizadas para o transporte de automóveis, vans e caminhos; d. Frigoríficas: para produtos com temperatura controlada, tais como carnes, frios, frutas e verduras; e. Tanques: para o transporte de líquidos, gases e produtos corrosivos; f. Porta-contêineres: utilizados para o transporte de containers em geral; g. Carreta prancha: para o transporte de máquinas e equipamentos pesados. 8 Outro aspecto que não pode ser desconsiderado na operação do modal rodoviário envolve a questão dos custos de operação do sistema. Para uma boa análise do custo operacional do sistema, devem ser analisados aspectos queenvolvem: o seguro do veículo, a depreciação, a qualificação do motorista, o consumo de combustível, o desgaste de pneus e sistema de freios, os lubrificantes e a manutenção constante do equipamento, os pedágios, o IPVA e o seguro obrigatório, o seguro do veículo, o custo de remuneração do capital investido e os custos administrativos da frota. Mesmo que se analise o modal rodoviário sob vários aspectos, é importante que sejam destacados alguns pontos relevantes: a. É um grande gerador de empregos, de desenvolvimento econômico e aproximador de distâncias; b. Quebra o isolamento de locais distantes, seja por limites físicos ou econômicos; c. Permite o acesso a bens e serviços, assegura o escoamento da produção, provém o deslocamento das pessoas a um custo relativamente baixo; d. Permite o surgimento de novos negócios, a expansão econômica e a integração dos estados brasileiros; e. Integra diferentes culturas, crenças, ideologias, conhecimentos e hábitos de toda a diversidade brasileira. TEMA 3: O MODAL AQUAVIÁRIO O modal aquaviário tradicionalmente envolve três possibilidades para o transporte de cargas e pessoas: o transporte marítimo (realizado no mar, tradicionalmente com grandes navios de carga), o transporte fluvial (realizado por meio de rios) e o transporte lacustre (realizado em lagoas e lagos). De acordo com dados publicados pelo ministério dos transportes em 2010, o Brasil possui 63.000 km de rios e lagos, dos quais 40.000 km têm potencial para a navegação, mas utilizamos hoje apenas 13.000 km. A Amazônia é a região do Brasil com maior potencial de uso, devido ao baixo investimento necessário para a transformação dos rios locais em verdadeiras hidrovias. De acordo com estimativas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), cerca de 9 4% das cargas nacionais são transportadas por este modal, sendo que o modal rodoviário responde por algo em torno de 58% a 60% do total movimentado. O transporte por hidrovias pode ser aumentado em até quatro vezes, de acordo com estimativas da ANTAQ, porém o que chama mais atenção nesse modal são suas vantagens em relação ao modal rodoviário (ver gráficos de eficiência do modal hidroviário). O transporte realizado por hidrovias consegue transportar 29 vezes mais carga por HP de potência, emite 6 vezes menos CO2, consome 19 vezes menos combustível por tonelada, e emite 18 vezes menos Nox. Gráfico 2: Eficiência do modal hidroviário Fonte: Ministério dos Transportes (2010). O resultado de todas essas vantagens pode ser traduzido em termos econômicos, ou seja, tarifas e fretes mais baixos, maior eficiência energética, maior capacidade de carga e de pessoas, potencializando atividades produtivas, uma vez que o frete realizado por hidrovias pode custar até um quarto do frete rodoviário. Além das vantagens econômicas, o transporte hidroviário reduz o 10 fluxo em rodovias, diminui o número de acidentes e consequentemente os custos hospitalares e traz menores gastos em manutenção de vias e equipamentos. A potencialização dos trechos navegáveis dos rios brasileiros está prevista no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Ela prevê a construção de eclusas em todas as hidroelétricas a serem feitas no Brasil, além do mapeamento das vias com potencial de navegação, visando ao aumento das possibilidades deste modal, que apresenta além da vantagem econômica a vantagem ambiental, devido ao baixo impacto gerado por este modal. As diretrizes para o setor hidroviário previstas no PNLT envolvem: i) o fortalecimento da gestão pública no setor hidroviário; ii) a melhoria do nível de serviço no transporte de passageiros neste modal; iii) a implantação de eclusas prioritárias em hidroelétricas; iv) a regulamentação do licenciamento ambiental para as intervenções em hidrovias; v) a implantação de um programa nacional de manutenção de hidrovias; vi) a ampliação das condições de navegabilidade de rios e lagos; vii) a priorização de trechos e regiões com maior potencial econômico e social; viii) apoiar a marinha na formação de fluviários para a operação do sistema; ix) implantar terminais de transbordo e acessos rodoferroviários nas hidrovias; x) garantir acesso hidroviário aos portos da região norte do país. Veja abaixo alguns motivos para utilizarmos o modal hidroviário: MAIOR MENOR Eficiência energética; Capacidade de concentração de cargas; Vida útil da infraestrutura; Vida útil dos equipamentos e veículos; Segurança da carga e controle fiscal. Consumo de combustível; Emissão de poluentes (alterações climáticas e efeito estufa); Congestionamento de tráfego - Custo da infraestrutura; Número de acidentes; Custos operacionais; Impacto ambiental Emissão de ruído. 11 O que impede o real desenvolvimento do transporte hidroviário? Apesar da resposta ser simples – investimentos – esses vêm de uma única fonte, que tradicionalmente é o poder público. A construção de hidrovias envolve não só a existência de equipamentos para o transporte, mas a construção efetiva da via de transporte em rios, lagos e mares. Faz-se necessária a construção de portos, terminais, eclusas, vias em rios ─ permitindo que navios e barcos transitem. O transporte em rios é realizado por navios a motor, da mesma forma que em mares e oceanos. Segundo Dias (2010), transportando cargas entre portos nacionais, atracando em portos de mar e do interior (localizados em rios), dentro de um mesmo país ou internacionalmente, isso é, atracando em portos de dois ou mais países. Outra classificação importante no modal hidroviário diz respeito à navegação de cabotagem, que é o transporte realizado entre dois portos da costa de um mesmo país ou entre um porto costeiro e um porto fluvial oriundo de um rio navegável. A melhor situação para o equilíbrio de uma matriz de transportes é aquela em que o transporte hidroviário é combinado com o transporte ferroviário e o rodoviário, cada qual com suas vantagens permitindo a melhoria do potencial competitivo da economia do país. TEMA 4: O MODAL DUTOVIÁRIO Embora não seja possível saber com exatidão quando o homem começou a utilizar navios e canoas para navegar, nem mesmo quando passou a fazer uso de carroças para o transporte de cargas, os aquedutos romanos talvez possam ser convencionados como um primeiro ato logístico planejado para o transporte de um bem necessário à manutenção de uma sociedade. As cidades romanas ficaram famosas não só por seus teatros, arenas (como o Coliseu, em Roma) e organização, mas principalmente devido a seu sistema de abastecimento de água, que permitia verdadeiros luxos, como piscinas. Um segundo movimento, com a utilização de dutos, envolveu a construção do sistema de esgotos de Londres ao final da Idade Média. 12 Figura 1: Os aquedutos romanos Por volta de 1865, no estado americano da Pensilvânia, foi construído o primeiro duto industrial, que levava o petróleo extraído dos campos petrolíferos até uma estação para o carregamento de vagões de trem. Os primeiros dutos de longa distância, exatamente para o transporte de petróleo, foram construídos alguns anos mais tarde, devido a um enfrentamento entre a indústria petrolífera e as empresas de trens, encarregadas de transportar o produto. Os impactos dos custos de distribuição começavam a pesar na competitiva indústria de combustíveis. No Brasil, o primeiro duto entrou em operação em 1942, na Bahia, ligando a refinaria experimental de Aratu ao porto de Santa Luzia. O transporte feito por meio de dutos (tubos ou cilindros, previamente fabricados para este fim) ocorre no interior desta tubulação, e o movimento do produto se dá por pressão ou arraste, por meio de um elemento transportador. Uma dutovia é composta dos seguintes elementos: terminais, equipamentosde propulsão do produto; tubos e suas juntas de união. O que torna o transporte dutoviário tão atrativo? 1. Alto nível de segurança em suas operações: pode ser realizado em cima e embaixo da terra, embaixo da água, no caso dos sistemas marinhos de transportes de petróleo; 2. Transportabilidade constante: devido ao fato de sua operação ser 13 realizada em sistemas fechados, intempéries externas têm pouco impacto na operação do sistema, além de que podem operar 24 horas por dia e em todos dias do ano; 3. Baixo custo operacional: uma vez instalados, os dutos requerem apenas a manutenção do sistema, não existindo a necessidade de grandes somas para a sua operação; 4. Variedade de produtos: petróleo e seus derivados (oleodutos e gasodutos), não derivados de petróleo (polidutos ou alcooldutos): dióxido de carbono e CO3 (trióxido de carbono), minério, cimento e cereais (minerodutos ou polidutos), carvão e resíduos sólidos (minerodutos), águas servidas e esgoto (dutos de esgoto), água potável (dutos de água); 5. Não utiliza embalagens para o transporte; 6. Baixo consumo de energia. Quais são suas principais desvantagens? 1. Baixa flexibilidade do sistema; 2. Altos investimentos iniciais para a instalação e operação do sistema; 3. Há pouca mão de obra extremamente qualificada; 4. Em caso de mau funcionamento ou acidentes, pode gerar grandes impactos ambientais devido ao tipo de produto que transporta; 5. Liga locais fixos, normalmente pontos de extração a pontos de transformação; ainda é pouco utilizado para distribuição de produtos; 6. Exige sistema de bombeamento para superar acidentes geográficos como aclives e declives. Os principais tipos de dutos envolvem: a. Dutos subterrâneos ou terrestres: são normalmente enterrados de forma a serem protegidos contra o excesso de chuvas, contra acidentes provocados por outros veículos, máquinas agrícolas, ou até mesmo contra a curiosidade e vandalismo. b. Dutos aparentes: são visíveis no solo, o que normalmente acontece nas chegadas e saídas das estações de bombeamento, onde acontece o 14 carregamento e descarregamento. Em muitos casos, devido a problemas de topografia, se muito acidentado ou rochoso, os dutos subterrâneos tornam-se inviáveis. c. Dutos aéreos: são aqueles construídos bem acima do solo, mostram-se necessários para vencer grandes vales, rios, pântanos ou terrenos muito acidentados. d. Dutos submarinos: neste caso, a maior parte dos dutos está submersa e geralmente é utilizada para o transporte de petróleo das plataformas marítimas para as refinarias ou tanques de armazenagem situados em terra. No Brasil, e até mesmo no mundo, o transporte dutoviário é normalmente operado e construído por grandes empresas petrolíferas e petroquímicas. Isso acontece pelo fato de estas empresas deterem os processos industriais e comerciais das duas pontas do modal, ou seja, a exploração, exportação, importação, refino e pontos de distribuição. Esse fato – as empresas dominarem todo o fluxo da cadeia logística – faz com que elas sejam, muitas vezes, o único usuário dessa infraestrutura. No caso brasileiro, a malha dutoviário é explorada e operacionalizada, quase em sua totalidade, pela Petrobras, sendo a maior parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de transferência geridos por sua subsidiária, a Transpetro. SÍNTESE Não existe um modal de transporte perfeito, mas sim técnicas e funções que podem ser planejadas, organizadas, dirigidas e controladas pelas organizações para uma tentativa de otimização do sistema de transporte de uma dada cadeia de suprimentos. Quanto mais pensamos em redes de distribuição integrando diversos modais e as diferentes características socioeconômicas, melhor o resultado a ser obtido, pois quanto maior o fluxo de materiais (pessoas, mercadorias, máquinas e equipamentos) e informações, maiores serão as articulações e ações de otimização por parte de seus integrantes. 15 A evolução técnico-científica-informacional tem levado os estudos logísticos a um melhor entendimento do que deve ser combinado em cada região do país, ou seja, estamos percebendo que potencializando as características socioeconômicas destas regiões por meio da integração da matriz de transportes (rodovias, hidrovias, ferrovias, transporte aéreo e marítimo), pode-se ajudar a desenvolver o país pela integração logística. Dessa forma, podemos afirmar que podemos reconstruir o mapa do Brasil, a exemplo do mapa do restante do mundo, se analisarmos o potencial marítimo de toda a costa brasileira, o potencial produtor de grãos da região Centro-Oeste, o potencial industrial das regiões Sul e Sudeste, o potencial ambiental e hídrico das regiões Centro-Oeste e Norte. Chega de desagregar, pois está na hora de integrar. Por que não começar por um sistema de transporte mais eficiente? NA PRÁTICA Segundo dados publicados pela ANTT, em 2010, o transporte rodoviário no Brasil tem hegemonia sobre os outros modais. Considerando essa informação, faça o que se pede nos itens a seguir: a. Descreva os fatores que contribuíram para essa hegemonia, apresentando as razões dessa condição. b. Pesquise o que é o cross-docking e como essa metodologia agiliza a entrega e a movimentação de cargas nesse modal. REFERÊNCIA BRASIL. Ministério dos Transportes. Diretrizes da política nacional de transporte hidroviário/ Ministério dos Transportes. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nac ional%20de%20transporte%20hidro.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. BREMER, C. F.; LENZA, R. P. Um modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assembly to order – ato e suas múltiplas aplicações. Gestão & produção. v. 7, n. 3, p. 269-282, dez. 2000. http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nacional%20de%20transporte%20hidro.pdf http://www.feg.unesp.br/dpd/cegp/2013/LOG/Textos%20gerais/politica%20nacional%20de%20transporte%20hidro.pdf 16 KAWAMOTO, E. Análise de sistemas de transportes. 2. ed., São Paulo: EESC-USP, 2002. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística, São Paulo: Atlas, 2010. FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. Logística empresarial – a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. HANDABAKA, A. R. Gestão logística da distribuição física internacional. São Paulo: Maltese, 1994. IPEA. Brasil em Desenvolvimento: estado, planejamento e políticas públicas. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília: IPEA, 2010. PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para a análise de indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. SILVA, C. R. L.; FLEURY, P. F. A avaliação da organização logística em empresas da cadeia de suprimentos de alimentos: indústria e comércio. RAC, v. 4, n. 1, Jan./Abr. 2000: p. 47-67. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. _____. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de impacto estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2013. SLATER, A. How to prepare an example contract for third-party logistics services, 2. ed. Chesire: Added Value Logistics Publications, 1998. TAYLOR, D. A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. 1 MODAIS DE TRANSPORTE AULA 3 Profa. Alessandra de Paula 2 CONVERSA INICIAL Quando analisamos o sistema de transporte de uma organização que adquire e distribui seus produtos e matérias-primas apenas no mercado brasileiro, a solução para seus problemas logísticos e de transportes pode ser encontrada em apenas um modal, como o rodoviário. Quando encontramos esse tipo de situação, estamos falando de transporte unimodal. Contudo,nem todas as organizações se enquadram nessa categoria. A forma mais fácil de entender isso é analisarmos uma empresa que exporta seus produtos para o mercado europeu, por exemplo. Obrigatoriamente, ela terá que usar mais de um modal, combinando possibilidades tais como rodoviário e aéreo, rodoviário e marítimo, ferroviário e marítimo, entre outros. Quando esse tipo de situação acontece é que verificamos a importância da integração entre os diferentes modais e, daí, surgem duas possibilidades, de acordo com Razzolini Filho (2012, p. 184): Intermodalidade: na intermodalidade temos vários modais atuando de forma integrada, porém, em cada modal teremos um conhecimento de frete emitido, com custos, seguros e responsabilidades individuais. Multimodalidade: neste caso também teremos vários modais atuando em uma determinada cadeia de abastecimento, porém teremos um único conhecimento de transporte emitido pelo Operador de Transporte Multimodal (OTM), que irá assumir total responsabilidade pela operação como um transportador principal e não apenas como um agente. Mesmo com a possibilidade de haver estes dois tipos de operação em transportes e logística prevista pela legislação brasileira, a dificuldade de operacionalização é grande. Isso se deve ao fato de que, principalmente na multimodalidade, apenas um estado arrecadaria impostos sobre atividade de transporte, o que não é bem aceito pelos estados prejudicados com a operação. Esse é mais um dos desafios a serem superados pelas empresas brasileiras. 3 TEMA 1: DEFINIÇÃO DE TRANSPORTES Durante muito tempo as atividades logísticas foram tratadas de forma fragmentada, sendo batizadas como “distribuição”, “distribuição física” ou “logística de distribuição”. Em todas elas, o foco principal na verdade envolvia pura e simplesmente o transporte das mercadorias. As transformações ocorridas nos negócios, a partir da década de 1980, fizeram surgir o conceito de logística e cadeia de suprimentos, no qual se vai além do transporte, preocupando-se com aspectos relacionados ao planejamento, implantação e controle de estoques, transporte, fluxo reverso de bens e informações que estejam relacionadas com o atendimento de uma demanda em um determinado mercado por um grupo de empresas. Já o transporte representa um meio de translação de pessoas, bens e mercadorias de um lugar para outro. Quando nos referimos ao transporte de pessoas nos referimos ao serviço de passageiros, que pode ser realizado via transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo. Quanto ao transporte de bens e mercadorias, estamos falando em transporte comercial de produtos regido por fatores de competitividade, pressões pela redução de custos, aumento de margens e lucro, retorno e sustentabilidade. Enquanto fator competitivo, os sistemas de transportes passaram a incorporar os conceitos de entrega do produto certo, no local certo, na hora certa, na quantidade certa e na condição combinada inerentes aos sistemas logísticos. O transporte não é mais visto como uma função isolada, mas como um elemento que agrega valor ao produto e aos serviços da organização. Para Fleury (2002), administrar transportes significa tomar decisões sobre um contexto de grande complexidade. Entre as decisões estratégicas destacam- se: Definição da rede; A escolha de modais; Decisões sobre propriedade da frota; 4 Seleção e negociação com transportadores; Política de consolidação de cargas. (FLEURY, 2002). Entre as decisões táticas e operacionais, Fleury (2002) destaca: Planejamento de embarques; Programação de veículos; Roteirização; Auditoria de fretes; Gerenciamento de avarias. Um plano de transportes pode ser de longo, médio ou curto prazo, e sua duração depende dos recursos disponíveis e dos objetivos que se deseja alcançar e, muitas vezes, da urgência do problema que se deseja resolver. De uma forma geral, um plano de transporte compreende as seguintes etapas: 1. Definição dos objetivos e prazos; 2. Diagnóstico dos sistemas de transportes; 3. Coleta de Dados; 4. Escolha dos modelos a serem utilizados para avaliação da demanda futura; 5. Alternativas de oferta de transporte; 6. Avaliação das alternativas (custos e impactos); 7. Escolha da alternativa; 8. Desenvolvimento do plano de transporte acompanhado de um programa de financiamento; 9. Implementação das alternativas de acordo com um cronograma de desembolso de recursos; 10. Atualização dos procedimentos. 5 Essa demanda constante por otimização dos sistemas de transporte fez com que surgisse o conceito de transporte colaborativo. O Subcomitê de Transporte Colaborativo do VICS (CTM Sub-Committee – Collaborative Transportation Management) conceitua essa prática como “um processo holístico que une parceiros de uma cadeia de suprimentos e provedores de serviços logísticos no intuito de eliminar as ineficiências do planejamento e da execução do transporte”, sendo seu objetivo “otimizar a performance operacional de todas as partes envolvidas na relação”. TEMA 2: CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE Para entendermos as características dos modais de transporte, primeiro vamos classificá-los: Quanto à modalidade: terrestre (rodoviário, ferroviário, oleodutos); aquático (marítimo, fluvial); aéreo. Quanto à forma: modal ou unimodal (envolve apenas uma modalidade); multimodal (envolve mais do que uma modalidade, regido por um único contrato); intermodal (envolve mais do que uma modalidade, regido por um contrato para cada modalidade); sucessivo (envolve transbordos para veículos da mesma modalidade, regido por um único contrato). Uma vez que relembramos as classificações dos modais de transporte, precisamos compreender também como funcionam os sistemas de transporte. Considerando que um sistema deve ser entendido como um conjunto de partes que interagem de modo a atingir um determinado fim de acordo com um plano. No caso do sistema de transportes, as partes que o compõe são as vias, os veículos, os terminais que interagem de modo a promover deslocamento espacial de pessoas e mercadorias (Figura 1). 6 Figura 1: O fluxo no sistema de transporte Fonte: Kawamoto (2002). Já para Razzolini Filho (2012), os modais podem ser analisados por cinco características comuns aos diferentes modais de transporte (Quadro 1), que envolvem: 1. Velocidade: refere-se ao tempo decorrido de movimentação em dada rota, sendo conhecido também como transit time; 2. Disponibilidade: é a capacidade que o modal possui de atender diretamente para os pontos de origem e destino; 3. Confiabilidade: refere-se à variabilidade potencial das programações de entrega esperadas e divulgadas; 4. Capacidade: refere-se à possibilidade que um modal possui de atender os requisitos de transporte, como tamanho e tipos de carga; 5. Frequência: está relacionada à quantidade de movimentações programadas que o modal possui. 7 Quadro 1: Características dos modais Fonte: Fleury, Wanke e Figueiredo (2000, p. 130). Pela tabela elaborada por Fleury, Wanke e Figueiredo (2000), o modal rodoviário é o menos eficiente dentre modais, porém é o mais utilizado no Brasil. Isso se deve ao fato de que historicamente, por razões de política econômica, o país investiu pesado nesse modal como forma de estimular a indústria automotiva quando de sua instalação aqui. Outro motivo envolvia as grandes dimensões do Estado brasileiro, bem como a baixa densidade populacional e o desenvolvimento das regiões interioranas do país. TEMA 3: A ESCOLHA DO MODAL A escolha do modal de transporte não se dá apenas por critérios qualitativos, como visto no item anterior. Na maior parte das vezes o que determina o uso de um ou outro modal de transporte
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