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HISTÓRIA A

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Alta Idade Média – a 
formação do feudalismo
13
Aula 
4A
História
1
O termo Idade Média é utilizado para denominar o 
período cronológico intermediário entre as idades An-
tiga e Moderna. Trata-se de um longo período histórico 
de cerca de mil anos que se inicia com a queda de Roma 
(476), no século V da era cristã, até a queda de Constan-
tinopla (1453), invadida pelos turcos em meados do sé-
culo XV. Por ser um longo período histórico, é necessário 
estabelecer uma divisão cronológica da Idade Média em 
duas etapas distintas: a Alta e a Baixa Idade Média.
Feudalismo
As controvérsias, ao se definir o sistema feudal, são 
muitas. Ganshof leva em conta os aspectos jurídicos 
sociais. Para esse autor, o feudalismo é uma sociedade 
cujos caracteres dominantes são: “a dependência homem 
a homem, uma classe de guerreiros a ocupar os escalões 
superiores e um parcelamento máximo do direito de 
propriedade e do poder público”. Outros historiadores 
afirmam que é a superestrutura política que constitui o 
fator determinante para definir o feudalismo, pois ela con-
tribui para o enfraquecimento do poder central. Pode-se 
também definir o sistema feudal com base nas relações 
sociais de produção, que estão alicerçadas na servidão.
Principais características
Entre as características mais importantes do feuda-
lismo, podemos citar as seguintes: 
 • Ruralização da sociedade 
Já a partir do século III, a economia romana em deca-
dência levava a sociedade a um processo de ruralização. 
A invasão dos germânicos acentuou esse quadro.
 • Fragmentação do poder central 
No sistema feudal, a propriedade senhorial do feudo 
incluía o poder militar, o poder judicial, o poder político 
e até o direito de cunhar moedas. A autoridade do rei, teo-
ricamente o suserano supremo, dependia da extensão e 
da riqueza de seus feudos. 
 • Privatização da defesa 
Os senhores feudais possuíam seus próprios exérci-
tos. Esse processo de privatização da defesa acelerou-se 
a partir dos ataques vikings, sarracenos e húngaros. 
 • Clericalização da sociedade 
A partir do momento em que o cristianismo tornou-
-se a religião oficial do Império Romano, a proporção 
de clérigos na sociedade aumentou enormemente. 
Além do crescimento quantitativo, ocorreu também um 
aumento qualitativo, pois o clero tornou-se um grupo 
diferenciado dos demais, possuidor de privilégios espe-
ciais e de grande poder político-econômico. 
É bom lembrar que o clero detinha o monopólio da 
comunicação com Deus, tornando-se o responsável pela 
salvação de todos os homens. 
 • Relações de dependência pessoal 
Os servos subordinavam-se a um senhor. Este, por 
sua vez, poderia se subordinar a um outro senhor mais 
poderoso e assim por diante – eram as relações de suse-
rania e vassalagem. 
 • Mudança de mentalidade 
A mentalidade do homem medieval era marcada 
por um grande sentimento religioso e predominava o 
pensamento teocêntrico: “Deus é a medida de todas as 
coisas”, em vez da síntese clássica, “O homem é a medida 
de todas as coisas”.
Economia feudal
A sociedade e a economia durante o feudalismo 
eram essencialmente agrárias.
2 Extensivo Terceirão
No trato com a terra, as técnicas eram precárias. Os 
animais eram atrelados ao arado pelo pescoço, o que 
diminuía sensivelmente sua força de tração. Arava-se 
superficialmente o solo. Enfim, podemos afirmar que 
a produtividade era muito baixa, chegando-se ao 
cúmulo de se colher, para cada semente semeada, duas, 
dando a ridícula proporção de um para dois. 
O uso de instrumentos de trabalho rudimentares e 
de técnicas precárias de produção geraram uma econo-
mia de subsistência, na qual se produzia apenas para o 
consumo próprio.
Uma economia agrária, mas não exclusivamen-
te. Devemos abandonar a imagem, exagerada, de 
uma agricultura feudal fechada, isolada e autossu-
ficiente. É verdade que a pequena produtividade 
fazia com que qualquer acidente natural (chu-
vas em excesso ou em falta, pragas) ou humano 
(guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) 
provocasse períodos de escassez. Desta forma, 
sempre assustado com a possibilidade da fome, 
cada senhorio procurava suprir suas necessida-
des, produzindo para seu consumo tudo o que ali 
fosse possível... Mas, quando era preciso recorrer 
à produção de outras regiões, havia circuitos co-
merciais para isso. Em suma, era uma agricultura 
apenas tendente à subsistência.
FRANCO Júnior, Hilário. O feudalismo. 10. ed. 
São Paulo: Brasiliense, 1991. p. 31
O feudo compreendia três partes: domínio ou reser-
va senhorial, terras arrendadas e terras comuns. 
O domínio constituía as melhores terras do feudo. 
Correspondia à parte da senhoria, não explorada dire-
tamente pelo senhor (lembre-se de que o senhor não 
trabalhava), também chamada de terra indominicata, 
por não ter explorador direto. 
As terras arrendadas (manso ou tenência) podiam 
também ser chamadas de terras dominicatas, pois 
tinham explorador direto. 
O manso servil estava constituído por terras não 
contínuas; era o sistema parcelário, que obrigava o 
camponês a se deslocar de uma parcela a outra para 
cumprir sua tarefa. Já nas terras comunais a posse era 
coletiva, incluindo-se as pastagens, os bosques, etc. 
A historiografia tradicional sempre procurou salien-
tar o caráter fechado na economia feudal. Segundo os 
historiadores atuais, entre os séculos VI e IX houve uma 
retração das atividades comerciais. Já a partir dos sécu-
los X e XI, ocorreu um grande desenvolvimento urbano 
e comercial. Portanto, o feudalismo não foi incompatível 
com o comércio. O sistema feudal só entrou em crise no 
período da Baixa Idade Média, séculos XIV e XV (epide-
mias, guerras, etc.).
Sociedade feudal
A sociedade feudal era uma sociedade de ordem. 
Segundo Adalberto de Laon, o domínio da fé é uno, 
mas há um triplo estatuto na ordem. A lei humana 
impõe duas condições: o nobre e o servo não estão 
submetidos ao mesmo regime. Os guerreiros são pro-
tetores das igrejas. Eles defendem os poderosos e os 
fracos, protegem todo mundo inclusive a si próprios. 
Os servos, por sua vez, têm outra condição. Essa raça 
de infelizes não tem nada sem sofrimento... Nenhum 
homem livre pode viver sem ele... A casa de Deus, 
que parece una, é, portanto, tripla: uns rezam, outros 
combatem e outros trabalham. Todos os três formam 
um conjunto e não se separam: a obra de uns permite 
o trabalho dos outros dois e cada qual, por sua vez, 
presta seu apoio aos outros. 
Assim como a ordem celeste é una e trina, o mesmo 
deve acontecer com a ordem terrestre. Como na cidade 
de Deus existe desigualdade, o mesmo deve acontecer 
na cidade do homem. 
Esse esquema ideal dividia a sociedade feudal em 
oratores (clérigos), bellatores (guerreiros) e laboratores 
(trabalhadores). 
Nobreza
Era constituída por duques, marqueses e condes, que 
pertenciam à antiga nobreza e eram chamados grandes 
feudatários porque tinham o direito de enfeudar, isto é, 
podiam conceder feudos a outros nobres, seus vassalos. 
A pequena nobreza era formada por barões, viscondes e 
cavaleiros, que podiam receber feudos, mas não podiam 
enfeudar, ou seja, ter vassalos. 
A vida da nobreza feudal era regulada de maneira 
particular no que diz respeito à habitação, aos hábitos 
sociais, às ocupações e às diversões: vida no castelo, 
caça, guerra privada, torneios, cavalaria. 
A guerra privada era uma guerra entre senhores 
feudais, motivada pela ambição de conquistar feudos, 
ou por simples amor pela luta e pela aventura. Matavam, 
pilhavam e incendiavam. A Igreja procurou impedir tais 
violências, tomando medidas drásticas, tais como: 
 • a Paz de Deus, que punia os que violassem os luga-
res de adoração, roubassem os pobres e injuriassem 
os sacerdotes; 
 • a Trégua de Deus, que proibia a luta de sexta-feira ao 
amanhecer de segunda-feira e em época de plantio 
e de colheita. Os infratores eram excomungados.
Já a Cavalaria era um código de honra, conduta e 
comportamento dos cavaleiros medievais, criada por 
influência da Igreja.Além da influência cristã, recebeu 
influência germânica e muçulmana. 
Na Idade Média, os doutores da Igreja viam 
o casamento como um mal menor, seguindo o 
que dizia São Paulo que “mais vale casar do que 
arder”. O casamento era tolerado para a perpe-
tuação da espécie. O sexo como fonte de prazer 
era condenado, mesmo que fosse com a espo-
sa. Basicamente a moral matrimonial ensinada 
pelos padres reduzia-se a três preceitos: mo-
nogamia, exogamia (proibição de casar-se com 
parentes) e repressão do prazer. O casamento 
tinha importância econômica, patrimonial e fa-
miliar. Além disso, também era um sacramento, 
realizado diante de um padre. O divórcio era 
proibido. As mulheres eram consideradas peri-
gosas, daí a necessidade de vigiá-las. Apesar de 
todas as proibições, não devemos acreditar que 
os homens e mulheres eram tão “santos” assim. 
A prática do adultério era bastante comum. Os 
filhos fora do casamento eram em grande número. 
A homossexualidade, apesar de ser considerada o 
Aula 13
3História 4A
O preparo do futuro cavaleiro era longo: dos 15 
(ou mesmo antes) aos 21 anos. Primeiro, como pajem, 
depois, como escudeiro. Quando terminava sua 
aprendizagem (aos 21 anos, ou quando praticava um 
extraordinário ato de bravura), era recebido na ordem 
da cavalaria mediante solene ritual, ao qual a Igreja 
emprestou cunho moral e religioso. 
Os escritores românticos deram-nos uma falsa ideia 
da vida dos cavaleiros feudais, que não deve ter sido tão 
fácil e confortável como eles fazem crer. 
A Igreja tornou-se poderosa devido aos seguintes 
fatores: os homens, temerosos do inferno pela vida que 
tinham levado, doavam-lhe, antes de morrer, suas terras. 
Outros faziam doações porque achavam nobre o traba-
lho de assistência aos pobres. Ela recebia doações dos 
vencedores de guerra; não dividia suas terras e cobrava 
o dízimo (imposto territorial).
Na Idade Média, a Igreja foi a maior proprietária 
de terras. Muitos dos seus membros eclesiásticos 
transformaram-se em verdadeiros senhores feudais. É 
importante salientar que o nível de vida do baixo clero 
era infinitamente inferior ao do alto clero, portanto não 
devemos ver o clero como um todo homogêneo. 
Servos
Como já vimos, a forma de trabalho característica do 
feudalismo foi a servidão. 
O servo era um camponês que, dispondo de instru-
mentos de trabalho e do usufruto de uma exploração, 
se encontrava, todavia, ligado a um senhor por toda 
espécie de compromissos pessoais e tributos. 
Os servos tinham dupla origem: uns eram os ex-
-escravos, que haviam recebido uma casa e terra para 
cultivar; outros eram os colonos e demais homens livres, 
submetidos, espontaneamente ou não, ao poder de 
grandes senhores. Havia também os vilões camponeses 
que tinham, em geral, uma condição de vida pouco 
melhor que a maioria (os servos), pois muitos possuíam 
instrumentos de trabalho e pagavam menos impostos.
As principais obrigações dos servos eram: corveia, 
o camponês trabalhava três dias por semana para o 
senhor; talha consistia na entrega de parte da produção 
ao senhor; quando se casava, o camponês era obrigado 
a pagar uma taxa chamada formariage; já quando su-
cedia ao pai na posse do manso, pagava a mão-morta. 
Uma obrigação singular eram as banalidades: o 
camponês as pagava quando usava as instalações do 
senhor, como, por exemplo, o forno, o moinho e o lagar. 
Porém não houve um só tipo de servo nem um só tipo de 
servidão. Na verdade, ocorreram variações, dependendo 
da época e do local.
 Miniatura do século XV retratando um feudo medieval
A condição da mulher 
Durante a Idade Média, a mulher era vista como um 
ser inferior ao sexo viril. Apesar de unir-se ao homem 
pelo casamento, ela era um reflexo secundário da ima-
gem masculina. A mulher era responsável pela queda 
da humanidade no pecado e, como castigo, sofria as 
dores do parto e a dominação do esposo. Os maridos 
também costumavam castigá-las.
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4 Extensivo Terceirão
Poder político 
A organização política feudal era descentralizada e 
o poder fragmentado, diluído nas mãos dos senhores 
feudais e do clero. O rei tinha poucos poderes no 
mundo feudal. Em geral, era uma figura decorativa, 
tendo poderes apenas no seu feudo. De maneira geral, 
possuía o poder de direito mas não o exercia de fato (na 
prática).
Por meio do contrato de enfeudação, o monarca 
distribuía terras aos nobres. 
 • A enfeudação consistia na homenagem e na inves-
tidura: 
 • a homenagem era a cerimônia em que o vassalo 
prestava juramento de fidelidade e de obediên-
cia ao suserano; 
 • a investidura consistia na entrega ao vassalo de 
um galho de árvore, uma lança ou outro objeto 
que simbolizava o feudo. 
 • O contrato de enfeudação implicava direitos e 
obrigações recíprocas, de modo que o rompimento 
do acordo era considerado uma traição e provocava 
o confisco do feudo.
 • O suserano, ou seja, aquele que entregava o feudo, 
deveria prestar auxílio militar e dar assistência judici-
ária ao seu vassalo. 
 • Já o vassalo deveria prestar serviço militar, compa-
recer ao tribunal do senhor e pagar taxas quando 
herdasse o feudo. 
Quanto à transmissão do feudo, é necessário escla-
recer o seguinte: caso o vassalo não tivesse herdeiro, a 
terra enfeudada retornava ao senhor; se existisse herdei-
ro, este era obrigado a pagar uma taxa chamada relevo. 
O feudo era indivisível e só o filho mais velho tinha di-
reito à herança. Se só existisse uma mulher como herdeira, 
o senhor, como seu tutor, indicava-lhe um marido, o qual 
era responsável pelo cumprimento das obrigações feudais. 
Na Europa Medieval, existia uma cadeia de relações 
vassálicas, em que quase todos os membros da aristo-
cracia eram, ao mesmo tempo, suseranos e vassalos.
Testes
Assimilação
13.01. O rei espanhol Afonso X descreveu, num docu-
mento medieval, “o benefício dado pelo senhor a algum 
homem, porque se tornou seu vassalo e lhe fez homena-
gem de ser-lhe leal. São duas as suas formas: uma é a ou-
torga, uma vila, ou castelo, ou outra coisa que se constitua 
um bem de raiz; a outra é o chamado “de câmara”; este 
se faz quando o rei doa dinheiro a algum vassalo seu”. 
apud PEDRERO-SÁNCHEZ, 2000, p. 97, 98. 
A qual instituição, fundamental ao regime feudal europeu, 
o documento se refere? 
a) À servidão
b) Ao escravismo
c) Ao feudo
d) À cavalaria
e) À monarquia
13.02. (UEFS) – O modo de produção feudal que emer-
giu na Europa ocidental na Idade Média foi dominado 
pela terra. A propriedade agrária era controlada por 
uma classe de senhores feudais, a quem os camponeses 
prestavam serviços e faziam pagamentos em espécie.
(Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo, 2016. Adaptado.)
O excerto contém informações históricas essenciais sobre o 
feudalismo, tais como 
a) as produções artísticas e os fundamentos culturais.
b) as bases econômicas e as relações sociais.
c) as guerras de dominação e a formação dos reinos bár-
baros.
d) as crenças religiosas e o poder eclesiástico.
e) as atividades comerciais monetarizadas e o crescimento 
urbano.
13.03. (FAMERP – SP) – Aparece na literatura medieval, 
no final do século IX, para florescer no século XI, até 
se tornar um lugar comum no século XII, um tema que 
descreve a sociedade que se divide em três categorias 
ou ordens.
Jacques Le Goff. Para uma outra Idade Média, 2013.
As “três categorias ou ordens” citadas no texto são, respec-
tivamente, 
a) aristocracia, burguesia e proletariado.
b) militares, patrícios e camponeses.
c) clérigos, guerreiros e trabalhadores.
d) comerciantes, industriais e operariado.
e) classe alta, classe média e classe baixa.
supremo pecado, era tolerada (caso de Guilher-
me, o ruivo, e talvez Ricardo Coração de Leão). 
Mesmo os membros da Igreja cometiam seus des-
lizes; prova disso são textos do final do século 
XIII, que registram com admiração casos de pa-
dres que morreram virgens.
MOCELLIN, Renato; MEDEIROS, Daniel. Aspectos domundo 
medieval. São Paulo: Editora do Brasil, 1991. p. 152
Aula 13
5História 4A
13.04. A Idade Média teve início na Europa com as 
invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o 
Império Romano do Ocidente. Essa época estende-
-se até o século XV, com a retomada comercial e o 
renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se 
pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, 
supremacia da Igreja Católica, sistema de produção 
feudal e sociedade hierarquizada. 
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/
idademedia>. Acesso em: 22 jul. 2016. 
Na Idade Média, o trabalho gratuito que os servos prestavam 
aos senhores feudais, durante o período de 3 ou 4 dias, é 
conhecido como 
a) banalidades.
b) talha. 
c) formariage.
d) corveia.
Aperfeiçoamento
13.05. (UECE) – Servidão e vassalagem eram duas formas de 
relação social existentes na Idade Média, através das quais 
os senhores se impunham. Sobre esses modelos de relação 
social, é correto afirmar que 
a) na vassalagem, um nobre submetia sua fidelidade a outro 
nobre que, assim, tornava-se seu suserano.
b) a vassalagem constituía-se pelo contrato de concessão 
de terras do senhor feudal a um camponês.
c) a servidão era o laço que unia um nobre a outro através do 
juramento de fidelidade irrestrita a ele e ao seu suserano.
d) a servidão e a vassalagem eram relações que se davam 
somente entre um nobre e um camponês ligado à terra.
13.06. (IFRS) – Idade Média é uma divisão da História da 
Europa, que vai do século V ao século XV, portanto, durante 
um período de mil anos. 
Analise as seguintes afirmativas referentes à Idade Média. 
I. Corresponde, exclusivamente, ao período do feudalismo 
e à ideia de uma civilização cristã ocidental e católica. 
II. Teve, no Ocidente Europeu, seu poder político fragmen-
tado entre senhores de terras, enquanto a Igreja de Roma 
detinha o poder espiritual universal. 
III. Tem seu término assinalado, tradicionalmente, pela con-
quista de Constantinopla, pelos turcos, em 1453. 
Estão corretas as afirmativas 
a) I e III apenas. b) II e III apenas.
c) I, II e III. d) I e II apenas.
e) todas incorretas.
13.07. Para o homem europeu medieval, o referencial 
de todas as coisas era o sagrado, fenômeno comum de 
sociedades muito dependentes da natureza e, portanto, 
a mercê de forças desconhecidas e não controláveis. 
Isso gerava, compreensivelmente, um sentimento 
generalizado de insegurança. Temia-se pelo resultado, 
quase sempre pobre, das colheitas. Temia-se a presença 
frequente das epidemias, que não se sabia combater. 
Desamparado diante de uma natureza frequentemente 
hostil, o indivíduo procurava as origens disso, e as 
possíveis escapatórias, num mundo do Além.
Franco Junior, Hilário. A Idade Média, nascimento do Ocidente. 
Sao Paulo: Brasiliense, 2006, p. 139. Adaptado.
De acordo com o autor, é correto afirmar que 
a) o desenvolvimento do sistema de rotação tornava as 
colheitas previsíveis e dinamizava as redes comerciais 
intercontinentais, das quais a Europa feudal era o principal 
centro produtor.
b) a sacralização foi substituída pelos investimentos no de-
senvolvimento da ciência, vista como meio de solucionar 
os problemas que afligiam o europeu medieval.
c) a relação da sociedade medieval com a natureza era pa-
cífica, porque o racionalismo indicava soluções práticas 
para os problemas cotidianos.
d) a sensação de insegurança diante do inesperado fez com 
que essas sociedades medievais buscassem a solução no 
sobrenatural.
e) a sociedade medieval, de valores antropocêntricos, viu 
na domesticação da natureza a solução para problemas 
sanitários.
13.08. (MACK – SP) – “O que se deve chamar de feuda-
lismo ou termo correlato (modo de produção feudal, 
sociedade feudal, sistema feudal etc.) é o conjunto 
da formação social dominante no Ocidente da Idade 
Média Central, com suas facetas política, econômica, 
ideológica, institucional, social, cultural, religiosa. Em 
suma, uma totalidade histórica, da qual o feudo foi 
apenas um elemento.”
(Franco Júnior, Hilário. A Idade Média: Nascimento do 
Ocidente. São Paulo, Brasiliense, 2010, p. 88)
Entre os séculos IX e XIII, a Europa ocidental conheceu o 
auge do modo de produção feudal. Sobre o feudalismo, é 
incorreto afirmar que 
a) foi resultado de uma lenta transformação, que teve iní-
cio no final do Império Romano, passou pelas invasões 
germânicas e começou a estruturar-se após o período 
carolíngio.
b) em sua formação, apresenta tanto raízes romanas (Vilas 
e Colonato) como raízes germânicas (Comitatus e Be-
neficium).
c) sua sociedade era composta por três camadas fixas, ou 
seja, de difícil mobilidade: os sacerdotes, os guerreiros e 
os trabalhadores.
d) a Vassalagem, representada pela relação entre senhores 
feudais e seus servos, apresenta como principal caracte-
rística a fidelidade do vassalo a seu suserano.
e) os servos não eram trabalhadores livres, mas também não 
eram escravos. Estavam ligados à terra, não podendo ser 
retirados dela para serem vendidos.
6 Extensivo Terceirão
13.09. (UDESC) – Em A civilização feudal, o historiador 
Jérôme Baschet escreveu que a “Idade Média convida, 
com particular acuidade, a uma reflexão sobre a cons-
trução social do passado”. 
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização 
da América. São Paulo: Editora Globo, 2006, p. 26. 
Tendo como referência a citação acima e o período da história, 
conhecido como Idade Média, assinale a alternativa incorreta.
a) O Iluminismo consolidou ideias como fragmentação po-
lítica, fixação espacial, desordem, regressão e estagnação 
nas suas representações sobre o mundo medieval.
b) Os debates contemporâneos sustentam que fazem parte 
da dinâmica feudal o poder monárquico, a função militar 
e a presença de autoridade episcopal.
c) O fenômeno urbano na chamada Idade Média Central está 
associado ao desenvolvimento das atividades artesanais 
e comerciais.
d) O Feudalismo foi uma categoria meramente econômica 
que designou o modo de funcionamento de toda a so-
ciedade medieval na Europa.
e) A visão sobre o mundo medieval foi pautada por pers-
pectivas do período no qual o historiador escreve, como 
exemplo, a idealização romântica produzida no século XIX. 
13.10. (MACK – SP) – Leia o documento abaixo:
“É permitido a qualquer, sem punição, auxiliar o seu se-
nhor, se alguém o ataca, e obedecer-lhe em todos os ca-
sos legítimos, exceto no roubo, no assassinato e naquelas 
coisas que não são consentidas a ninguém, sendo reco-
nhecidas como infames pelas leis. O senhor deve proce-
der da mesma maneira com o conselho e a ajuda; e deve 
ir em auxílio do seu homem em todas as vicissitudes, 
sem malícia. É permitido a todo o senhor convocar o seu 
homem que deve estar à sua direita no tribunal; e mes-
mo que seja residente no mais distante manso de quem 
o protege, deverá ir ao pleito se o seu senhor o convocar”
(Pedrero-Sanchez, M. Guadalupe. História da Idade Média: 
textos e testemunhos. São Paulo: Unesp, 1999, p. 95)
O trecho acima foi extraído de um documento inglês do 
século XI e diz respeito a uma típica relação feudal. A relação 
em evidência é a 
a) Vassalagem: relação recíproca entre senhores em que fica 
acordado a proteção por parte do Suserano e o trabalho 
nos campos por parte do Vassalo.
b) Servidão: relação vertical entre senhores e camponeses 
que, uma vez presos à terra, não podem abandonar suas 
obrigações nos feudos.
c) Vassalagem: relação horizontal entre senhores a qual cria 
uma teia de alianças políticas e uma maior descentrali-
zação do poder.
d) Servidão: relação entre senhores e servos a qual estabe-
lece um acordo de proteção e ajuda econômica em troca 
de terras para o plantio.
e) Vassalagem e Servidão: relações equivalentes entre no-
bres e servos em que os vassalos asseguram o trabalho 
nas terras senhoriais. 
Aprofundamento
13.11. (UNESP – SP) – A era feudal tinha legado às so-
ciedades que a seguiram a cavalaria, cristalizada em 
nobreza. [...] Até nas nossas sociedades,em que morrer 
pela sua terra deixou de ser monopólio de uma classe 
ou profissão, o sentimento persistente de uma espécie 
de supremacia moral ligada à função do guerreiro 
profissional – atitude tão estranha a outras civilizações, 
tal como a chinesa – permanece uma lembrança da 
divisão operada, no começo dos tempos feudais, entre 
o camponês e o cavaleiro.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987. Adaptado.)
Segundo o texto, a valorização da ação militar 
a) representa a continuidade da estrutura social originária 
da Idade Média.
b) ultrapassa as barreiras de classe social, igualando os 
homens medievais.
c) deriva da associação, surgida na Idade Média, entre nobres 
e cavaleiros.
d) surgiu na Idade Média e é desconhecida nas sociedades 
modernas.
e) revela a identificação medieval de quem trabalhava com 
quem lutava.
13.12. (UFPR) – Leia o trecho abaixo, retirado de uma carta 
escrita entre 830 e 840 pelo aristocrata franco Eginhardo, em 
favor de camponeses: 
Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hat-
ton, Eginhardo, saudação eterna do Senhor. Um dos 
vossos servos, de nome Huno, veio à igreja dos san-
tos mártires Marcelino e Pedro pedir mercê* pela falta 
que cometeu contraindo casamento sem o vosso con-
sentimento [...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bonda-
de para que em nosso favor useis de indulgência em 
relação a este homem, se julgais que a sua falta pode 
ser perdoada. Desejo-vos boa saúde com a graça do 
Senhor. 
(Cartas de Eginhardo. Tradução de Ricardo da Costa. Extratos de documentos 
medievais sobre o campesinato (sécs. V-XV). Disponível em: <https://www.
ricardocosta.com/extratos-de-documentos-medievais-sobre-o-campesinato-
secs-v-xv#footnoteref19_nuc8key>. Acesso em 11 de agosto de 2018.) 
*pedir mercê = pedir intercessão 
No extrato acima, encontramos elementos da vida social e 
econômica do período medieval europeu (Alta Idade Média). 
Esse documento insere-se em qual sistema social, político e 
econômico predominante nesse contexto? 
a) Feudalismo, caracterizado pela ruralização da economia, 
pela relação senhorial entre nobres e servos e pela atuação 
social e política da Igreja Católica. 
b) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da econo-
mia, pela relação senhorial entre nobres e camponeses e 
pela atuação social e política da Igreja Protestante. 
Aula 13
7História 4A
c) Socialismo, caracterizado pela ruralização da economia, 
pela relação remunerada entre nobres e servos e pela 
atuação cultural e política da Igreja Cristã. 
d) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da econo-
mia, pela relação campesina entre nobres e vassalos e pela 
atuação social e política da Igreja Ortodoxa. 
e) Feudalismo, caracterizado pela urbanização da economia, 
pela relação agrária entre o clero e os servos e pela atuação 
social e cultural da Igreja Cristã. 
13.13. (UFCSPA – RS) – Em relação ao feudalismo e ao pe-
ríodo medieval, analisar os itens abaixo:
I. O modo de produção feudal, próprio do Ocidente eu-
ropeu, tinha por base a economia agrária, comercial e 
monetária.
II. No feudalismo, a posse da terra era o critério de dife-
renciação dos grupos sociais, rigidamente definidos: de 
um lado, os senhores, cuja riqueza provinha da posse da 
terra e do trabalho servil; de outro, os servos que estavam 
vinculados à terra, mas não tinham a sua posse.
III. A propriedade feudal, ou senhorial, pertencia a uma 
camada privilegiada, composta pelos senhores feudais. 
A principal unidade econômica de produção era o feudo.
IV. Devido ao caráter monetário do sistema feudal, o servo 
se sentia estimulado a aumentar a produção, pois isso 
significava aumento do seu lucro e do senhor feudal.
Está(ão) correto(s):
a) Somente o item II
b) Somente o item IV
c) Somente os itens II e III
d) Somente os itens I e IV
e) Somente os itens I, II e III
13.14. (UEL – PR) – Nos domínios senhoriais, durante o 
período feudal, podia-se distinguir:
I. a reserva senhorial, cuja produção realizada pelos campo-
neses, em regime de corveia, era toda do senhor.
II. os mansos servis, trabalhados pelos camponeses, cuja 
produção era parte do senhor e parte do camponês.
III. as terras coletivas, exploradas pelos vilões em sistema 
de cooperativa.
IV. o moinho, que era utilizado pelos camponeses desde que 
pagassem tributo ao senhor.
V. os bosques e pastos utilizados somente pelo senhor.
Pode-se afirmar que estão corretas:
a) somente I, II e IV
b) somente I, IV e V
c) somente I, II, III e V
d) somente II, III, IV e V
e) I, II, III, IV e V
13.15. (UFRGS) – Em relação ao sistema feudal que se esta-
beleceu na Europa ocidental a partir do século XI, considere 
as seguintes afirmações.
I. A Igreja, enquanto proprietária de imensos domínios fun-
diários, teve parte ativa no processo de feudalização. No 
entanto, ela tentou amenizar a brutalidade da sociedade 
feudal através de princípios como a Paz de Deus.
II. A repartição do poder na Baixa Idade Média era instituída 
por meio de um sistema de vassalagem em que senhores 
de pequenos territórios tinham direitos e deveres para 
com senhores cujos territórios eram maiores. Sendo as-
sim, o Rei, senhor de todos os senhores, sempre detinha 
a maior parcela de terra.
III. Na Idade Média, não existia uma nítida separação entre 
o público e o privado, o que se refletia nas diferentes 
instituições da época. Assim, a moralidade católica estava 
presente tanto na família quanto na forma de se aplicar 
a justiça.
Quais estão corretas?
a) Apenas I 
b) Apenas III
c) Apenas I e III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
13.16. (UNESP – SP) – O texto a seguir trata da sociedade 
medieval. Leia-o com atenção e, em seguida, responda ao 
que se pede.
“Os defensores são um dos três grupos porque Deus 
quis que se mantivesse o mundo: e assim como aque-
les que rogam a Deus pelo povo são chamados orado-
res e os que lavram a terra e fazem aquelas coisas que 
permitem aos homens viver e manter-se, são chama-
dos lavradores, assim, os que tem de defender a todos 
são chamados defensores”.
Afonso X, o Sábio. Las Siete Partidas. In: PEDRERO-SANCHEZ, Maria Guadalupe. 
História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: UNESP, 2000. p. 99-100.
Analise DOIS aspectos POLÍTICOS do feudalismo, destacando 
o papel exercido pelos senhores na sociedade feudal.
8 Extensivo Terceirão
13.17. (UFPR) – Explique o surgimento da expressão “Idade 
Média” e por que a expressão “Idade das Trevas” é considerada 
inadequada para se nomear o período entre a queda do 
Império Romano do Ocidente em 476, no século V, e a con-
quista de Constantinopla pelos turcos em 1453, no século XV. 
13.18. (UNESP – SP) – 
Empunhando Durendal, a cortante,
O rei tirou-a da bainha, enxugou-lhe a lâmina
Depois cingiu-a em seu sobrinho Rolando
E então o papa a benzeu.
O rei disse-lhe docemente, rindo:
“Cinjo-te com ela, desejando
Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura 
E grande vitória sobre os infiéis. ”
E Rolando diz, o coração em júbilo:
“Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
(La Chanson d’Aspremont, século XII. Apud Georges 
Duby. A Europa na Idade Média, 1988.)
a) Qual é a cerimônia medieval descrita no texto? Identifique 
dois versos do texto que contenham elementos religiosos.
b) Qual é a relação entre o rei e Rolando, personagens do 
poema? O que essa relação representa no contexto do 
feudalismo?
Desafio
13.19. (UFSCAR – SP) – A razão de ser dos carneiros é 
fornecer leite e lã; a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães 
é defender os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. 
Se cada uma destas espécies de animais cumprir a sua 
missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que 
instituiu em vista das diversas missões a realizar neste 
mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges – para 
que rezassem pelos outros e, cheios de doçura, como 
as ovelhas, sobre eles derramassem o leite da pregação 
e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um 
ardente amor a Deus. Instituiu os camponeses para 
que eles – comofazem os bois, com o seu trabalho – 
assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. 
A outros, por fim – os guerreiros –, instituiu-os para 
que mostrassem a força na medida do necessário e para 
que defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, 
os que oram e os que cultivam a terra.
Eadmer de Canterbury, século XI.
a) Identifique o contexto histórico no qual as ideias defen-
didas pelo autor desse documento se inserem.
b) Justifique a relação do documento com o contexto his-
tórico especificado.
Aula 13
9História 4A
13.01. c
13.02. b
13.03. c
13.04. d
13.05. a
13.06. b
13.07. d
13.08. d
13.09. d
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13.12. a
13.13. c
13.14. a
13.15. c
13.16. Poder político descentralizado preva-
lecendo o poder local dos nobres que 
eram os senhores feudais. Com o enfra-
quecimento da esfera de atuação do Es-
tado, as relações pessoais tornavam-se 
mais fortes. Essas relações, conhecidas 
como “feudo-vassálicas” ou de suserania 
e de vassalagem, originaram-se das tra-
dições romanas e germânicas e consis-
tiam no ato de um senhor doar bens, so-
bretudo terras e direitos a outro senhor 
em troca de alguns favores e obrigações. 
13.17. O termo Idade Média surgiu durante a 
Idade Moderna, XV-XVIII, período de 
transição do feudalismo para o capita-
lismo. Os humanistas do período Renas-
centista engendraram a expressão “Ida-
de das trevas”, associando a Idade Média 
ao atraso cultural e a escuridão. Trata-se 
de um termo maldoso e pejorativo con-
siderando que durante o Medievo (em 
especial na Baixa Idade Média XII-XV) 
surgiram as universidades, a Escolástica 
e os Estados Nacionais entre outras rea-
lizações.
13.18. a) Cerimonial de Armação de um cava-
leiro durante o contexto medieval de-
nominado de Homenagem e Investi-
dura. Os elementos religiosos: “o papa 
a benzeu”, “que Deus te dê coragem”.
b) Relação de Suserania e Vassalagem tão 
importante na Idade Média caracteri-
zada pelo sistema feudal. O ritual de 
Suserania e Vassalagem estabeleciam 
uma relação de compromisso mútuo 
e lealdade entre suserano e vassalo.
13.19. a) As proposições do autor inserem-se 
no contexto do feudalismo na Europa 
Ocidental na Idade Média.
b) O documento justifica a organização 
da sociedade feudal fundamentada 
no teocentrismo decorrente do do-
mínio ideológico e cultural exercido 
pela Igreja na Europa Ocidental Me-
dieval.
Gabarito
Igreja medieval
Aula 14 2A
História
10 Extensivo Terceirão
4A
Com o esfacelamento do Im pério Romano, a Igreja 
Católica tornou-se a única instituição a manter-se 
coesa; daí o aumento da sua influência sobre o cotidia-
no das pessoas, bem como sobre a vida política, social e 
econômica dos reinos que se formaram na parte ociden-
tal do antigo Império Romano. É bom destacar que, nos 
primeiros sécu los, o cristianismo é uma religião de vilas e 
cidades. As massas es tão cristianizadas superficialmen te 
e, nas áreas rurais, o grau de idolatria e costumes pagãos 
eram enormes. Somente em torno do século VIII é pos-
sível se falar de uma Europa só com a parte ocidental 
razoavelmente cristianizada.
Vale lembrar que a diversidade de povos, de línguas, 
de cultura fez com que os dogmas cristãos fossem inter-
pretados de forma diferente. Qual seria a interpretação 
verdadeira? As interpretações considera das errôneas 
passaram a ser chamadas de heresias.
Heresia (do grego haíresis) significa escolher. Com o 
advento do cris tianismo, a palavra recebeu uma cono-
tação pejorativa de doutrina con trária à fé cristã. Nos 
primórdios do cristianismo, o maior castigo imposto 
aos hereges era a exclusão deles da vida entre os cris-
tãos. São Paulo aconselhava que não comessem com 
eles, e São João, que não os saudassem. Mas, quando a 
religião católica tornou-se a oficial no Império Romano, 
as coisas mudaram e as punições tornaram-se severas.
Enfim, na Europa Ocidental, após a queda do Império 
Romano, a única institui ção poderosa e universal era a 
Igreja, que passou a ter uma estrutura cen tralizada, 
autoritária e supranacional. A Igreja se fazia presente do 
nas cimento até a morte. Viver fora dela, na Europa cristã, 
era quase impossível.
Organização
A organização da Igreja era cen tralizada, hierárquica 
e extremamente autoritária. 
Os sacerdotes (arcebispos, bispos e párocos) consti-
tuíam o clero secular, assim chamado porque os seus 
mem bros viviam na sociedade ou no mundo (do latim, 
saeculum). A paróquia era um pequeno distrito, cuja 
direção pertencia a um pároco ou cura, que vivia em 
con tato com o povo. Os bispos governavam as dioce-
ses, constituídas de várias paróquias. Já os arcebispos 
tinham a seu cargo uma arquidiocese, título honorífi co 
atribuído a algumas dioceses devido à sua antiguidade 
e importância.
Os tribunais eclesiásticos eram importantes, pois, 
além de julgarem os membros do clero, pronunciavam-
-se sobre todos os assuntos vinculados à Igreja, como 
contratos celebrados sob juramento, testamentos, ques-
tões referentes a órfãos e viúvas, bruxarias e sortilégios. 
Os julgamentos norteavam-se pelo direito canônico.
O clero regular, assim chamado por que subordi-
nava sua vida a uma regra (do latim, regula), vivia em 
comunidade isolada, em seus mosteiros. O conjunto de 
conventos que obedeciam à mesma regra denominava-
-se ordens.
BELLINI, Giovani. São Francisco no deserto. 1480. 1 óleo e têmpera 
sobre madeira, color; 124,4 cm x 141 cm. Frick Collection, Nova Iorque.
 São Francisco no deserto
Dentre as principais ordens religiosas medievais, 
devemos destacar a dos Beneditinos (fundada por São 
Bento de Núrsia), a dos Dominicanos (São Domingos), 
a dos Franciscanos (São Francisco de Assis) e a das 
Clarissas (Santa Clara). Os seguidores de São Francisco 
fundaram a primeira ordem mendicante durante a Idade 
Média, que foi assim caracterizada em virtude do voto 
de absoluta pobreza jurado pelos seus membros. A clau-
sura e a simplicidade da vida monástica contrapunham-
-se à pompa e ao luxo da vida mundana, compartilhada 
entre os membros do clero secular.
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Aula 14
11História 4A
Com o tempo, os senhores feudais passaram a 
intervir na escolha dos abades (aqueles que dirigiam os 
mosteiros), o que acarretou o afrouxamento da discipli-
na. No século X, com a fundação do Mosteiro de Cluny, 
restaurou-se a disciplina e reforçou-se a religiosidade.
Poder do papado
A palavra papa foi empregada, pela primeira vez, por 
Teodósio, im perador que oficializou o cristianismo e re-
conheceu o bispo de Roma como autoridade máxima de 
toda a cristandade. O papa Gelásio I (492-496) definiu a 
teoria dos dois poderes (Dois Gládios): poder temporal 
e poder espiritual, definindo a supremacia do segundo 
so bre o primeiro. Apesar dos avanços, o poder temporal 
(político) ainda influenciava na escolha do papa. Essa 
interferência ficou conhecida como cesaropapismo. A 
interferência do poder polí tico na Igreja trouxe conse-
quências extremamente negativas, como o nicolaísmo 
(casamento ou concubinato dos padres) e a simonia 
(compra e venda de cargos eclesiásticos).
Em 1073, Hildebrando foi eleito papa com o nome 
de Gregório VII. Em 1075, publicou os famosos Ditados 
do papa, nos quais declarou, entre outras coisas:
 I. A Igreja romana foi fundada por Deus; 
 II. O pontífice romano é o único que pode, verda-
deiramente, ser chamado de universal; 
 XII. Só o papa pode depor os imperadores; 
 XXII. A Igreja romana nunca errou e, conforme o 
texto das Escrituras, jamais errará.
O resultado foi a chamada Que rela das Investiduras, 
envolvendo o papa Gregório VII e o imperador do Sacro 
Império, Henrique IV. 
O Papa, de acordo com o Direi to Canônico, estabele-
ceu que ne nhum clérigo poderia receber a in vestidura 
de um leigo.
Isso feria os interesses do im perador Henrique 
IV, que passou a fazer uma campanha para des truir 
Gregório VII. A resposta do Papa foi imediata. HenriqueIV foi excomungado e “proibido de governar o reino da 
Alemanha e o da Itália”. Na Alemanha, os ad versários do 
Imperador aprovei taram-se da situação para desti tuí-lo. 
O Imperador, percebendo a força do Papa, fingiu se 
arre pender e foi até Canossa, onde se encontrou com o 
Papa, para lhe pedir perdão. 
Mais tarde, assim que con trolou os nobres insubmis-
sos, Henrique IV vingou-se do Papa, atacando Roma e 
destituindo Gregório VII. O Papa, com o auxí lio dos nor-
mandos, reconquistou Roma, porém os saques promovi-
dos pelos soldados norman dos revoltaram a população. 
Gre gório acabou morrendo no exílio, em Salerno.
Nesse conflito os adeptos do Papa eram denomina-
dos de guelfos. Os adeptos do Impera dor, chamados de 
gibelinos.
A questão continuou e se estendeu para o ponti-
ficado do papa Calixto II e o governo do imperador 
Henrique V, sendo resolvida somente em 1122 por 
meio da Concordata de Worms. Pelo acordo, os bispos 
seriam eleitos pelo clero da diocese, depois receberiam 
do arcebispo as insígnias do poder es piritual (báculo e 
anel) e, finalmen te, ganhariam dos príncipes os ob jetos 
que simbolizavam a dignidade temporal. 
O apogeu do poder do papado ocorreu no pontifi-
cado de Inocên cio III (1198-1216), que teorizava que 
o papa estava abaixo de Deus, mas acima dos homens. 
Muitos papas viraram as costas às questões espirituais, 
voltando suas atenções aos problemas mun danos. Isso 
fez com que muitas pessoas se afastassem da Igreja, 
mais preocupada com as questões econômicas e políti-
cas do que com a vida espiritual.
Heresias na Idade Média 
Na Idade Média, em geral o alto clero estava do 
lado dos senhores, pregava aos pobres a submissão 
e a obediência. Por essa razão, cres ciam entre o povo 
as exigências de que a Igreja abandonasse a pompa 
e modificasse sua doutrina. O fundador da seita dos 
Valdenses, Pedro Valdo, dividiu seus bens e foi pregar 
entre os arte sãos pobres e os camponeses. Ensinava 
que a Igreja devia ser humilde, atacava a vida dissoluta 
e pomposa dos clérigos. Advoga va o retorno à vida 
simples, às co munas cristãs e à igualdade entre os 
homens. 
No sul da França, os cátaros (do grego kataros, isto 
é, puri ficados) receberam o nome de albigenses por ser 
a cidade de Albi seu centro mais importante. Esta seita 
negava completamente a Igreja Católica e sua doutrina, 
não reconhecia a autoridade dos papas e dos bis pos e 
tinha seus próprios sacerdotes.
Inquisição
Vários decretos papais tentaram regulamentar a 
detecção de heresias e como com batê-las. Em 1184, o 
papa Lúcio III instalou inqui sições episcopais. Em 1231, 
o papa Gregório IX estipulou procedimentos pelos 
quais inquisidores profissionais seriam enviados para 
localizar here ges e persuadi-los a se retratarem. Seriam 
insta lados tribunais presididos por dois juízes locais 
no meados pelo papa. A identidade das testemunhas 
permanecia no anonimato. Inocêncio IV em 1252 
permitiu o uso da tortura para obter uma confis são. 
As penas eram as mais variadas, sendo a morte na 
fogueira a mais grave.
12 Extensivo Terceirão
DELAROCHE, Paul. Joana d’Arc é interrogada pelo cardeal de 
Winchester na prisão. 1824. 1 óleo sobre tela, color.; 277 cm x 217,5 cm. 
Museu de Belas Artes, Rouen, França.
Na Idade Moderna, com a Contrarreforma, a Inqui-
sição tornou-se ainda mais atuante, notadamente na 
Itália, Portugal e Espanha. 
“Durante a Idade Média, a Inquisição adotou mé-
todos muito mais brandos do que aqueles adotados 
pelos tribunais civis; tanto que, em várias ocasiões, 
bispos foram criticados pela tolerância com que tra-
tavam judeus, ciganos e heréticos. Muito se comen-
ta a tortura que era praticada pelos tribunais inqui-
sitoriais. De fato, isso ocorria... É preciso ressaltar, 
porém, que a legislação penal de diversos países 
europeus manteve a tortura até o século XIX.” 
MOCELLIN, Renato. No tempo das Reformas: aspectos da história 
do cristianismo. Curitiba: Nova Didática, 2000. p. 58.
Doutrina dos cátaros
 • rejeitavam todos os sacra mentos; 
 • condenavam o poder e a rique za dos clérigos leais 
a Roma; 
 • concederam estatuto religioso igual a homens e 
mulheres; 
 • dualistas, buscavam a pureza espiritual e acredita-
vam que a obteriam após sucessivas re encarnações, 
até atingirem um estado de “perfeição”; 
 • os perfeitos eram santos vi vos cuja missão era ajudar 
as pessoas a renegar o mundo material através da 
constante oração, jejum e abstinência de relações 
sexuais. 
O papa Inocêncio III ordenou uma Cruzada contra 
os albigenses (1208). A luta prolongou-se pelo espaço 
de vinte anos. Com uma crueldade incrível, os cruza dos 
reprimiram os hereges. Po pulações de cidades inteiras 
fo ram aniquiladas.
Cismas
No ano de 1054, ocorreu o primeiro grande cis ma 
da Igreja, o chamado Cisma do Oriente, quando o papa 
de Roma excomungou o patriarca de Cons tantinopla e 
este excomungou o papa. A partir daí, passou a existir 
a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa (Oriente). 
O chamado Cisma do Ocidente teve suas origens 
quando Filipe o Belo, rei da Fran ça, impôs como papa 
Clemente V, que transferiu a sede do Papado de Roma 
para Avignon, na Fran ça. Esse período, em que os papas 
residiram em Avignon, ficou conhecido como Cativeiro 
Babilônico (1309-1377). 
Em 1377, o papa Gregório XI transferiu a sede do 
papado para Roma. No ano seguinte, com a morte de 
Gregório, um conclave elegeu Urbano VI. Como o novo 
papa revelou-se violento e arrogante, um grupo de 
cardeais elegeu um novo papa, que tomou o nome de 
Clemente VII e instalou a sua cúria em Avignon. Havia 
um papa em Roma e outro em Avignon; era o “Cisma do 
Ocidente”.
A existência de dois papas fez com que fosse con-
vocado um concílio em Pisa (1409) para so lucionar a 
questão. Os cardeais declararam os dois papas depos tos 
e elegeram um terceiro, Ale xandre V. Porém, sem força 
polí tica para impor Alexandre V, os cardeais só aumen-
taram o pro blema, pois passaram a existir três papas. 
Somente em 1417, no Concílio de Constança, com a 
eleição de Martinho V, a questão foi resolvida. 
Ação social
Como já vimos anteriormente, graças aos mosteiros, 
os manus critos da Antiguidade Clássica fo ram preserva-
dos. Durante a Idade Média, era a Igreja que ministrava 
a educação, mantendo um grande número de escolas 
paroquiais. As universida des surgiram graças à Igreja Ca-
tólica. A maioria das poucas pessoas alfabetizadas eram 
clérigos. Muitos nobres e quase todas as mulheres não 
sabiam ler nem escrever. Os hospitais, em sua maioria, 
eram mantidos por religiosos, bem como as casas para 
atender ór fãos e leprosos. Portanto, apesar das críticas 
que podemos fazer com relação ao comportamento do 
clero durante a Idade Média, é preciso reconhecer, por 
outro lado, a importância da ação social exercida pela 
Igreja Medieval.
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Aula 14
13História 4A
Testes
Assimilação
14.01. (UFES) – A Igreja sobreviveu ao próprio Estado Roma-
no, tornando-se uma poderosa instituição na Idade Média, 
com papel fundamental na sociedade. Nesse período,
a) defendia a monarquia feudal centralizada, forte e absoluta, 
graças ao Direito Divino.
b) detinha o saber e era proprietária de terras.
c) concentrava as atividades comerciais dos produtos de 
luxo.
d) estimulava os empréstimos a juros e a usura como forma 
de ajudar os aflitos.
e) condenava a estrutura social e econômica do feudalismo.
14.02. (UNIFESP) – Ao longo de toda a Idade Média, a unida-
de do cristianismo ocidental (rompida, no século XVI, com a 
Reforma Protestante) foi, em grande parte, mantida porque:
a) os abusos e a corrupção não existiam ainda no interior 
da Igreja;
b) as heresias não conseguiram ganhar adeptos fora dos 
círculos da Igreja;
c) os reis e imperadores podiam ser destituídos livremente 
pela Igreja;
d) as disputas e crises foram habilmente administradas e 
absorvidas pela Igreja;
e) os cristãos ortodoxos aceitaram se tornarmembros su-
balternos da Igreja.
14.03. (UFRGS) – O assim denominado Grande Cisma do 
Oriente foi uma consequência:
a) da Reforma Calvinista, que, ao pregar a predestinação e 
o livre-arbítrio, acabou com a unidade da Igreja Católica;
b) da Querela das Investiduras, travada entre o Papa e o 
Imperador, a qual versava sobre a proibição de leigos 
concederem a posse de cargos na Igreja;
c) da emergência do islamismo, que propiciou aos árabes 
um ponto de união e identidade, mas os separou dos 
ocidentais;
d) do confronto entre a Igreja de Roma e a de Constantino-
pla, que resultou na cisão entre os ramos grego e romano 
do catolicismo;
e) do conflito religioso que instalou um papa em Avignon 
e outro em Roma, perturbando por décadas a concórdia 
interna da Igreja.
14.04. (UNIFESP) – “O mosteiro deve ser construído de 
tal forma que todo o necessário (a água, o moinho, 
o jardim e os vários ofícios) exerce-se no interior do 
mosteiro, de modo que os monges não sejam obrigados 
a correr para todos os lados de fora, pois isso não é 
nada bom para suas almas.”
Da Regra elaborada por São Bento, fundador da ordem dos 
beneditinos, em meados do século VI.
O texto revela:
a) o desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com 
os camponeses para sobreviver e satisfazer as suas ne-
cessidades materiais;
b) a indiferença com o trabalho, pois a preocupação da 
ordem era com a salvação espiritual e não com os bens 
terrenos;
c) a valorização do trabalho, até então historicamente 
inédita, visto que os próprios monges deviam prover a 
sua subsistência;
d) a presença, entre os monges, de valores bárbaros ger-
mânicos, baseados na ociosidade dos dominantes e no 
trabalho dos dominados;
e) o fracasso da tentativa dos monges de estabelecer comu-
nidades religiosas que, visando à salvação, abandonavam 
o mundo.
Aperfeiçoamento
14.05. Leia atentamente o trecho abaixo:
“O medieval só conhecia um modo de modificar a or-
dem das coisas naturais: o milagre. A ideia de impos-
sível não tinha lugar. Em princípio, tudo era possível. 
O universo estava completamente embebido de von-
tade divina. Nada deixava de ser viável, se estivesse de 
acordo com este fundamento que presidia o mundo 
e as vidas. O universo cotidiano estava inteiramen-
te pontilhado por milagres, prodígios e maravilhas. 
Deus não era de modo algum algo remoto.”
RODRIGUES, José Carlos. O corpo na história. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999, p. 44.
A importância do aspecto religioso no modo como o homem 
medieval interpretava o mundo em que vivia demonstra o 
poder que a Igreja Católica detinha. Esse poder pode ser 
atribuído a diversos fatores, exceto:
a) ao crescimento do número de fiéis, fruto de um intenso 
processo de evangelização de populações que eram 
antes politeístas.
b) ao controle exercido sobre a produção intelectual deixada 
pela Antiguidade e sobre as atividades de ensino.
c) ao papel de Instituição, alcançado pela Igreja, ao sobrevi-
ver ao fim político e administrativo do Império Romano 
do Ocidente.
d) à posição assumida pela Igreja, na defesa das camadas 
mais pobres da sociedade, contra a exploração do tra-
balho servil.
e) ao poderio econômico que a Igreja alcançou por meio das 
inúmeras doações recebidas, inclusive de terras.
14 Extensivo Terceirão
14.06. Analise o texto a seguir.
“O papel dos beneditinos nessa obra é um aspecto 
que nunca é demais destacar. Bento de Norcia tinha 
seguido o exemplo dos eremitas orientais ao retirar-
-se para um lugar desértico, Subiaco, centro da Itália, 
com o propósito de viver uma vida de solidão. De lá 
tomou a decisão que o tornaria célebre: fundou um 
mosteiro (529) em Monte Cassino, onde congregou 
aqueles que desejavam viver coletiva e fraternalmente 
fora do mundo. Essa convivência estava fundada na 
oração e no trabalho, cada comunidade tendo de ser 
autossuficiente. Mosteiros imponentes, e em grande 
número, espalharam-se pelos rincões do Ocidente, 
principalmente em território germânico, criando uma 
espécie de ossatura para o corpo da Igreja.”
DEL Roio, José Luiz. Igreja medieval: a cristandade 
latina. São Paulo: Ática, 1997, p. 25
A citação faz referência a um importante tema do período 
medieval, ligado à história da Igreja. Assinale a alternativa 
que apresenta corretamente o tema em questão:
a) origem das ordens monásticas na Idade Média, local de 
reclusão onde os monges procuravam se afastar da vida 
mundana;
b) fundação das escolas sacerdotais na Europa Oriental, local 
de difusão dos princípios da filosofia escolástica na Alta 
Idade Média;
c) origem dos tribunais eclesiásticos para investigar, conde-
nar e punir os hereges;
d) fundação do Tribunal do Santo Ofício, conhecido como 
a Inquisição, criado por São Bento para evitar a difusão 
das heresias;
e) criação da Companhia de Jesus, cuja principal função 
era difundir o pensamento e os valores cristãos entre os 
mosteiros espalhados por toda a Europa Ocidental.
14.07. (PUCCAMP – SP) – Durante o período medieval o po-
der da Igreja se fez sentir sob diversas formas e em diferentes 
ocasiões. É notável esse seu poder,
a) na regulamentação dos comportamentos e práticas 
sociais dos fiéis, excomungando os que se desviassem 
das prescrições eclesiais;
b) no impedimento do uso da tortura ou da pena de morte 
por parte de tribunais ou autoridades jurídicas, civis e 
eclesiásticas;
c) na condenação à guerra como instrumento de propaga-
ção a fé, ao contrário dos muçulmanos que estimulavam 
a Guerra Santa; 
d) na organização das Cruzadas, com a finalidade de evan-
gelizar os árabes e judeus que ocupavam a Palestina;
e) na divulgação do Cristianismo nas colônias europeias da 
África e América.
14.08. (UFRGS) – Em relação à Igreja Católica durante o 
período feudal, não se pode afirmar que:
a) assumiu as críticas ao sistema de poder feudal, preocupa-
da com a situação de penúria da maior parte dos servos;
b) foi a principal instituição com a função de veicular a ideo-
logia das classes dominantes, no caso, os senhores feudais;
c) estava diretamente interessada na defesa das relações 
servis, na qualidade de grande proprietária de terras na 
Europa Ocidental;
d) apregoava ser a distinção entre senhores e servos absolu-
tamente normal dentro de uma sociedade cristã;
e) freou os movimentos contrários às classes dominantes e 
combateu as heresias através da Inquisição.
14.09. (FUVEST – SP) – Os comentadores do texto sagra-
do (…) reconhecem a submissão da mulher ao homem 
como um dos momentos da divisão hierárquica que 
regula as relações entre Deus, Cristo e a humanidade, 
encontrando ainda a origem e o fundamento divino 
daquela submissão na cena primária da criação de 
Adão e Eva e no seu destino antes e depois da queda.
CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das 
Mulheres, Lisboa: Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122‐123.
O excerto refere-se à apreensão de determinadas passagens 
bíblicas pela cristandade medieval, especificamente em re-
lação à condição das mulheres na sociedade feudal. A esse 
respeito, é correto afirmar: 
a) As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos 
conventos e ministrar os sacramentos como os homens 
de mesma condição social.
b) A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso 
Terrestre servia de justificativa para sua subordinação 
social aos homens.
c) As mulheres medievais eram impedidas do exercício das 
atividades políticas, ao contrário do que acontecera no 
mundo greco-romano.
d) As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso 
à cultura e às artes proibido, devido à sua condição social 
e natural.
e) A submissão das mulheres medievais aos homens esteve 
desvinculada de normatizações acerca da sexualidade.
14.10. (UFRGS) – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) 
as afirmações abaixo, a respeito da história do cristianismo 
entre os séculos IV e XV.
( ) O predomínio da Igreja cristã no Ocidente ocorre a 
partir da conversão do imperador Constantino em 
312, e da imediata proibição imposta a outras religiões 
consideradaspagãs.
( ) A difusão ideológica do cristianismo ocorreu também 
graças a obras dos chamados pais da Igreja, como o 
africano Agostinho, bispo de Hipona e autor de Cida-
de de Deus.
( ) A gradual intervenção no estabelecimento de normas a 
respeito do matrimônio e do modelo familiar contribuiu 
para o processo de controle social por parte da Igreja.
Aula 14
15História 4A
( ) A Ordem de Cristo, criada em Portugal no século XIV, foi 
uma ordem de caráter religioso e militar instituída como 
prevenção contra a expansão territorial francesa, realiza-
da pelos cavaleiros templários em nome de Filipe IV.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de 
cima para baixo, é 
a) V – F – F – F.
d) F – V – V – F.
b) V – V – F – F.
e) F – V – V – V.
c) F – F – V – V.
Aprofundamento
14.11. (UNICAMP – SP) – Estamos acostumados a considerar 
que o sistema centro/periferia, ao menos no Ocidente, é 
um eixo essencial da estrutura e do funcionamento no 
espaço das economias, das sociedades, das civilizações. 
O historiador Fernand Braudel estimou que tal sistema 
só existiu e funcionou plenamente a partir do século XV. 
Essa definição não se aplica à Cristandade Medieval sem 
importantes correções. A noção de centro e a oposição 
centro/periferia são menos decisivas que outros sistemas 
de orientação espacial. O principal sistema é o que opõe o 
baixo ao alto, quer dizer, o Aqui, esse “mundo” imperfeito 
e marcado pelo Pecado Original, ao céu, morada de Deus.
(Adaptado de Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt, “Centro/Periferia”, em 
Dicionário temático do ocidente medieval, v. 2. São Paulo: Edusc, 2002, p. 203.)
A partir do texto acima, assinale a alternativa correta. 
a) Usada nas Ciências Humanas para a compreensão de 
períodos históricos desde a Antiguidade, a noção de 
centro/periferia perdura até a atualidade e estrutura o 
sistema econômico global contemporâneo.
b) As noções de baixo e alto têm um sentido histórico mais 
preciso para a compreensão da Cristandade Medieval do 
que o sistema centro/periferia.
c) O sistema centro/periferia é aplicável ao estudo da Cris-
tandade Medieval, já que os feudos constituíam o centro 
da vida econômica e cultural naquele contexto.
d) O sistema centro/periferia aplicado durante a Era Medieval 
espelhava o sistema de orientação baixo e alto, sendo o bai-
xo o mundo do pecado e o alto o mundo da virtude cristã.
14.12. (MACK – SP) – “Em terras alemãs em lugares 
afastados, onde a vida permanecia rude e isolada, os 
monges não só pregavam o cristianismo, mas também 
foram importantes para levar os avanços agrícolas 
para a região das florestas. Nas matas fechadas, abriam 
clareiras, drenavam pântanos e introduziram novas la-
vouras. As poucas escolas que existiram na Idade Média 
eram dirigidas e mantidas pelos monges. Alguns mo-
nastérios serviam também de hospitais e hospedarias”.
Adaptado de: Wallbank, T. W. e outros. History and 
Life. 4ªed. Illinois: Scott Foresman, 1993.
De acordo com o texto, é correto afirmar que, durante a alta 
Idade Média europeia, a atividade dos monastérios 
a) redimensionava o princípio de “ora et labora” (reza e 
trabalha), já que os monges se dedicavam apenas aos 
trabalhos braçais.
b) seguia o princípio de “ora et labora” (reza e trabalha), pois 
os monges dedicavam-se a uma vida reclusa e trabalhos 
exclusivamente intelectuais.
c) redimensionava o princípio tradicional de “ora et labora” 
(reza e trabalha), pois exercia importante ligação com o 
cotidiano de comunidades próximas.
d) conflitava com o princípio papal de “ora et labora” (reza e 
trabalha), ao valorizar a prática do trabalho, em detrimento 
das orações diárias.
e) contribuiu para o surgimento de uma mentalidade que, 
ligada às atividades comerciais urbanas, promoveu con-
testações ao poder papal sobre os europeus.
14.13. (UPF – RS) – No século XI, o bispo Adalberon de 
Laon escreveu: 
“A lei humana impõe duas condições: o nobre e o 
servo não estão submetidos ao mesmo regime. Os 
guerreiros são protetores das igrejas. Eles defendem 
os poderosos e os fracos, protegem todo mundo, in-
clusive a si próprios. Os servos por sua vez têm ou-
tra condição. Esta raça de infelizes não tem nada sem 
sofrimento. Quem poderia reconstituir o esforço dos 
servos, o curso de sua vida e seus inúmeros trabalhos? 
Fornecer a todos alimento e vestimenta: eis a função 
do servo. Nenhum homem livre pode viver sem eles. 
Quando um trabalho se apresenta e é preciso encher 
a despensa, o rei e os bispos parecem se colocar sob 
a dependência de seus servos (...). A casa de Deus 
que parece una é portanto tripla: uns rezam, outros 
combatem e outros trabalham. Todos os três formam 
um conjunto e nãose separam: a obra de uns permite 
o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez 
presta seu apoio aos outros.” 
(In: FRANCO JR, Hilário. O Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1987, p.)
O trecho destacado aborda a questão do trabalho na Idade 
Média. Sobre isso, é correto afirmar: 
a) A economia medieval conheceu períodos de profunda 
estagnação em razão do absoluto desinteresse dos ho-
mens pelo lucro, preocupados que estavam apenas com 
o culto de Deus e dos santos. 
b) Um traço próprio da mentalidade medieval, quando 
comparada à de uma época posterior, é a ausência da 
preocupação pelo trabalho material e sua produtividade. 
c) O grande número de festas religiosas imposto pela Igreja 
reduzia drasticamente os dias úteis de trabalho, provocan-
do períodos de escassez de alimentos e, em consequên-
cia, maior preocupação dos homens com a vida eterna. 
d) O anseio por resgatar-se do pecado original e por santifi-
car-se levou o homem medieval a considerar o trabalho 
e seu produto um bem em si, ou seja, o caminho único 
que conduziria à felicidade eterna. 
e) Na época mercantilista, a supressão de um bom número 
de feriados religiosos foi a causa de ter nascido nos 
homens a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, 
bem própria da mentalidade capitalista então nascente. 
16 Extensivo Terceirão
14.14. Durante o período medieval, a Igreja Católica, her-
deira das tradições romanas, sobressaiu-se como a mais 
poderosa instituição e grande baluarte da cultura europeia. 
À medida que avançava e convertia novos povos ao cristia-
nismo, ampliava mais ainda seu poderio espiritual e material, 
e fundia a cultura romana com a dos povos convertidos.
No que se refere ao papel da Igreja Católica na cultura euro-
peia medieval, é correto afirmar que 
a) a literatura medieval era dominada pelo tema religioso 
imposto pela Igreja Católica; nesse período não se es-
creveu sobre nada que não estivesse no Livro Sagrado. 
b) a educação formal espalhou-se pela Europa através da 
Igreja Católica, à qual estavam ligadas as escolas e as 
universidades medievais. 
c) a filosofia escolástica nascida nas universidades católicas 
opunha-se à fusão da fé cristã com o pensamento racional 
humanista. 
d) apesar de controlar a literatura, as artes plásticas ficaram 
livres de qualquer tipo de cerceamento religioso por parte 
da Igreja Católica. 
14.15. (UFPR) – Considere o fragmento abaixo:
Durante a Idade Média, a figura feminina revestiu-se 
dos piores atributos imagináveis. Para os teólogos, 
além de infantil e inconstante, a mulher era mãe de 
todo pecado: Thomas Murner chamava-a de “Diabo 
doméstico”, enquanto Tomás de Aquino reservava-lhe 
a pecha de “macho deficiente”. Essas características 
levaram-na a ser o elo fraco das sociedades cristãs, a 
janela pela qual Satã adentrava territórios sacramenta-
dos. Sendo fraca de vontade e caráter, a mulher ficava 
à mercê das tentações demoníacas, tornando-se facil-
mente discípula e amante do Diabo. 
(SOUZA, Aníbal. Missionários e Feiticeiros. História: Questões 
e Debates, Curitiba, v. 13. jul./dez., 1996. p. 118.) 
Em relação ao imaginário na Idade Média, é correto afirmar 
que vigorava uma forte influência: 
a) cristã protestante e alto poder do clero, com grande 
perseguição contra os consideradosheréticos.
b) cristã protestante e alto poder do clero, além de pouca 
mobilidade social e grande perseguição contra os con-
siderados vassalos.
c) católica e alto poder do clero, além de pouca mobilida-
de social e grande perseguição contra os considerados 
heréticos.
d) católica e alto poder dos nobres, além de grande mobili-
dade social e perseguição contra protestantes, conside-
rados heréticos.
e) católica e alto poder do clero, além de grande mobilidade 
social e perseguição contra os considerados vassalos.
14.16. (UFJF – MG) – Sobre o contexto de consolidação do 
poder da Igreja na Idade Média, leia as afirmativas abaixo e, 
em seguida, marque a opção correta.
I. O cristianismo e todas as suas instituições podem ser 
considerados elementos unificadores do mundo europeu 
após a crise do Império Romano e as invasões bárbaras. 
Nessa longa trajetória, a Igreja de Roma assume o seu pa-
pel de liderança religiosa, através do combate às heresias.
II. Desde os primeiros tempos do período medieval, a união 
entre as Igrejas Ocidental e Bizantina representava o sím-
bolo da unidade da cristandade. Os papas procuravam 
favorecer o Império Bizantino e consolidar a Igreja Orto-
doxa, visando a aumentar a influência da Igreja romana 
no universo cristão ocidental.
III. Havia grupos considerados heréticos, como os valdenses 
e os cátaros, que criticavam a hierarquia católica e não 
reconheciam a autoridade papal. Havia também outros 
movimentos que foram incorporados pela Igreja Católica 
e que levaram à formação de ordens religiosas, como 
franciscanos e dominicanos.
a) Todas estão corretas.
b) Todas estão incorretas.
c) Apenas a I e a II estão corretas.
d) Apenas a I e a III estão corretas.
e) Apenas a II e a III estão corretas.
14.17. (UEM – PR) – Durante o período medieval, o poder 
espiritual da Igreja Católica Romana foi essencial para a ma-
nutenção das estruturas políticas, sociais e religiosas. A esse 
respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A sociedade era dividida em classes, nas quais a realeza 
e o povo ocupavam o poder temporal e laico, e o clero, 
o poder espiritual.
02) As divergências sobre o exercício do poder temporal e 
o exercício do poder espiritual estiveram, muitas vezes, 
no centro dos conflitos entre a autoridade real e a au-
toridade papal.
04) O poder temporal dos reis regulava as questões de or-
dem privada, e o poder espiritual, os assuntos de or-
dem pública.
08) Além do poder espiritual, a Igreja também tinha poder 
temporal, ou seja, também interferia nos assuntos não 
religiosos.
16) Apesar da oposição da Igreja, devido principalmente 
ao emprego da violência, a construção e a dilatação do 
Império Carolíngio ocorreram à revelia do papado.
Aula 14
17História 4A
Gabarito
14.01. b
14.02. d
14.03. d
14.04. c
14.05. d
14.06. a
14.07. a
14.08. a
14.09. b
14.10. d
14.11. b
14.12. c
14.13. b
14.14. b
14.15. c
14.16. d
14.17. 10 (02 + 08)
14.18. Durante a Idade Média na Europa, 
quando imperava o sistema feudal, a 
Igreja católica possuía forte poder po-
lítico, econômico e cultural explicando 
e interpretando todos os fenômenos 
sociais. Essa Cristandade ou a Casa de 
Deus estava dividida em três estamen-
tos sociais: clero, nobreza e servo. Desta 
forma, para explicar o regime feudal, a 
Igreja divulgou a imagem da sociedade 
de três funções como um corpo, no qual 
aqueles que oravam (os clérigos da pró-
pria Igreja) eram a cabeça da sociedade; 
os que combatiam (nobres guerreiros, 
isto é, senhores feudais e seus vassalos) 
eram os braços; e os que trabalhavam 
(os camponeses, ligados às terras dos 
senhores, principalmente, por elos de 
servidão) eram os pés dela. Essa visão 
de mundo divulgada pelos membros da 
Igreja Católica permitia a ela manter os 
diversos grupos sociais do Regime Feu-
dal sob sua orientação. 
14.19. 31 (01 + 02 + 04 + 08 + 16)
14.18. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir.
A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, divi-
dida em três: uns oram, outros combatem e os outros, 
enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não 
sofrem com a sua disjunção; os serviços prestados por 
uma são a condição da obra das outras duas; e cada 
uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo. De 
modo que essa tripla associação nem por isso é menos 
unida, e é assim que a lei tem podido triunfar e que o 
mundo tem podido gozar de paz.
(Adalbéron de Laon (c. 1020). Apud LE GOFF, Jacques. A Civilização 
do Ocidente Medieval. Lisboa: Estampa, 1984. p.45-46.)
Esse texto se refere à Europa cristã medieval como a “casa 
de Deus”.
A partir de tais informações, aponte o papel da Igreja Católica 
na criação e na manutenção do chamado Regime Feudal.
Desafio
14.19. (UEPG – PR) – A Igreja Católica exerceu um papel 
preponderante durante todo o período medieval. Além de 
orientar espiritualmente os fiéis, a instituição teve atuação 
ativa na vida política e nos princípios econômicos que 
nortearam o mundo feudal. A respeito da Igreja medieval, 
assinale o que for correto.
01) A desorganização política e administrativa gerada pelas 
invasões germânicas e o desmantelamento do Império 
Romano foram acontecimentos que contribuíram para 
que a Igreja Católica se projetasse como principal insti-
tuição na Europa medieval.
02) Beneditinos, carmelitas, agostinianos, franciscanos e 
dominicanos figuram entre as ordens que atuaram na 
Igreja Católica na Europa medieval. 
04) O poder temporal obtido pela Igreja Católica no mun-
do medieval resultou no envolvimento da instituição 
em diversos conflitos e disputas políticas registrados 
entre monarquias medievais, nas quais a Igreja atuou 
como mediadora.
08) O Tribunal da Inquisição foi criado pela Igreja Católica 
com o objetivo de descobrir e julgar pessoas conside-
radas hereges. As penas variavam do confisco de bens 
até a morte na fogueira.
16) As Cruzadas foram movimentos militares incentivados 
pela Igreja Católica na luta contra a expansão do isla-
mismo e pela preservação da hegemonia cristã na Eu-
ropa.
Cultura medieval
Aula 15 2A
História
18 Extensivo Terceirão
4A
A cultura medieval foi uma síntese de elementos 
greco-romanos, cristãos e germânicos, reformula-
dos em termos de novas experiências. Começou a 
distinguir-se no século XI e atingiu o apogeu no século 
XIII. A Idade Média não foi, como se afirmou, uma lon-
ga e tenebrosa noite de mil anos, pois nesse período 
encontramos os alicerces da civilização ocidental.
Literatura
Épica 
Glorificava as façanhas dos heroicos cavaleiros. Os 
temas centrais eram: o heroísmo, a honra e a lealdade. 
Principais poemas épicos: O Poema do Cid (espa-
nhol), A Canção dos Nibelungos (alemã) e A Canção de 
Rolando (francesa). 
A Canção de Rolando foi a primeira grande obra da 
literatura medieval em língua vulgar. É um longo poema 
descrevendo as proezas de Rolando e seu tio Carlos 
Magno.
Lírica 
Os trovadores provençais criaram poemas líricos, 
cuja personagem central era a mulher e o tema, o amor. 
Não um amor sensual, mas um sentimento de êx tase, 
quase místico. A lírica trovadoresca foi artificiosa, refi-
nada, corte sã e aristocrática. 
Romance 
O romance desenvolveu-se de várias formas. O de 
aventura refletia os ideais da aristocracia (fidelidade, 
bravura, etc.). Os principais foram Robin Hood (herói-
-bandoleiro) e o Ciclo da Távola Redonda.
O romance idílico destacava o amor. Nesse gênero, 
destacou-se Tristão e Isolda, escrito por Gottfried de 
Estrasburgo. A história gravita no mundo celta (Cúm-
bria, Irlanda e Bretanha). Há várias versões, porém os 
ingredien tes da trama são os mesmos: um sobrinho 
perdido; um esposo nobre; confiança traída, poções 
de amor, taças e armas envenenadas, dragões, mortes 
trági cas e a sobrevivência do amor após a morte.
Há que se destacar ainda os Fabliaux (fabulários), 
contos que criticavam a sociedade e as instituições. A 
literatura urbana e burguesa refletia novas concep ções 
em relação à sociedade feudal.
O Romance da Rosa, escrito por Guilherme de 
Lor ris e completadopor João de Meung, por sua 
perfei ção, influência e popularidade, não deve ser 
esquecido.
Indiscutivelmente, a maior obra da literatura medie-
val foi A Divina Comédia, escrita pelo italiano Dante 
Alighieri (1265-1321). Está dividida em 3 par tes, com 
um total de 100 cantos: Inferno (34), Purgatório (33) e 
Paraíso (33). O tema dominante nessa grandiosa epo-
peia é o castigo terrível do pecado e a alta recompen sa 
da virtude, mas há no poema muitas outras ideias.
A Divina Comédia articula poesia e prosa filosófica, 
lirismo cortês, cosmologia, ciência e religião. O pensa-
mento de Dante é eclético, refletindo a mentalidade do 
início do século XIV.
Dentre os italianos, devemos destacar ainda Fran-
cesco Petrarca (1304-1375), considerado o primeiro 
dos grandes humanistas, e Giovanni Boccaccio (1313-
1375), que escreveu Decamerone, conjunto de contos 
traçando um quadro dos costumes italianos do século 
XIV.
Teatro
O teatro foi uma das artes mais populares na Idade 
Média. Suas origens encontram-se em cerimônias e 
crenças religiosas.
Inicialmente, as representações se faziam nas igre jas, 
para as festas da Páscoa e do Natal. Mais tarde, as repre-
sentações dos milagres e mistérios foram transferidas 
para as praças e feiras.
A partir do século XIII, o teatro tornou-se profano, 
desenvolvendo a farsa, gênero de comédia espirituoso 
e satírico.
Filosofia
A filosofia medieval estava submetida aos ditames 
das grandes religiões monoteístas: cristianismo, islamis-
mo e judaísmo. 
Aula 15
19História 4A
Nos primeiros séculos do cristianismo, uma série 
de pensadores procuraram conciliar a filosofia clássica 
com a religião cristã. Foi a filosofia dos Padres da Igreja, 
que ficou conhecida como patrística. Os textos eram 
em defesa do cristianismo, com uma forte influência do 
espi ritualismo neoplatônico e da ética estoica. 
Com Aurélio Agostinho (354-430), chamado San to 
Agostinho, efetivou-se uma síntese doutrinária e uma 
clara orientação filosófica. Dentre suas várias obras, vale 
destacar: “Confissões” e “A Cidade de Deus”.
“... Sua filosofia tem como preocupação cen-
tral a relação entre a fé e a razão, mostrando que 
sem fé a razão é incapaz de promover a salva-
ção do homem e de trazer-lhe felicidade. A razão 
funciona assim como auxiliar da fé, permitindo 
esclarecer, tornar inteligível, aquilo que a fé re-
vela de forma intuitiva. Este o sentido da célebre 
fórmula agostiniana “Credo ut intelligam” (Creio 
para que possa entender). Na “Cidade de Deus”, 
Santo Agostinho interpreta a história da huma-
nidade como o conflito entre a Cidade de Deus 
inspirada no amor a Deus e nos valores cristãos, 
e a Cidade Humana, baseada exclusivamente 
nos fins e nos interesses mundanos e imedia-
tistas. Ao final do processo histórico, a Cidade 
de Deus deveria triunfar. Devido a esse tipo de 
análise, Santo Agostinho é considerado um dos 
primeiros filósofos da história, um precursor da 
formulação dos conceitos da historicidade e de 
tempo histórico...” 
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de 
filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996. p. 5
©
W
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ou
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Co
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 T
iff
an
y
 Santo Agostinho no detalhe de um vitral em St. Augustine, Flórida, 
Estados Unidos da América
Escolástica
Originariamente, o termo signifi ca “doutrina da 
escola” e designa os ensinamentos ministrados nas 
universidades e escolas, em filoso fia e teologia. 
Por outro lado, a escolástica também se caracteriza 
pela tenta tiva de conciliar razão e fé e teve seu período 
áureo nos séculos XII e XIII. Dentre os principais pensa-
dores, destacamos os filósofos a seguir:
Santo Anselmo (1033-1109) refletiu essa nova 
época. Em seus escritos, manifestava a grande confiança 
que tinha na lógica. Pro curou, por meio da razão, sem o 
recurso das Escrituras, mostrar as verdades professadas 
sobre Deus.
Abelardo (1079-1142) foi o primeiro a popularizar 
o emprego da palavra “teologia.” Abelardo foi prota-
gonista de um romance trágico. Casou-se secre tamente 
com Heloísa, sobrinha do cônego Fulbert, de Paris. Após 
o nascimento do filho de ambos, Astrolábio, Abe lardo foi 
castrado por capangas de Fulbert. Diante da tragédia, 
He loísa entrou como freira em um convento, en quanto 
Abelardo tornou-se monge. 
Santo Tomás de Aquino (1225-74) nasceu no sul da 
Itália, foi edu cado em Monte Cassino e depois na Uni-
versidade de Nápoles. Entrou para a Ordem Dominicana 
em 1244. Em sua maior obra, a Suma Teológica, que 
ficou inacabada, Aquino procurou reconciliar os escritos 
de Aristóteles com os princípios da teologia cristã. Para 
Aquino, a fé é a realização plena da razão e ambas 
buscam o conhecimento, portanto não deve haver 
conflito entre razão e fé.
Artes
Na Idade Média, as artes estavam a serviço da Igreja, 
desempenhando três funções.
“A primeira era louvar a Deus, oferecendo-lhe 
tudo o que de belo existisse. As criações artísticas 
desenvolveram-se, portanto, em torno do altar, 
do oratório e do túmulo... Uma segunda função 
da arte medieval foi usar monumentos, objetos e 
imagens como mediadores, favorecendo a comu-
nicação com o outro mundo. A representação das 
imagens foi sendo colocada a serviço da Igreja em 
sua dificílima tarefa de evangelizar multidões de 
iletrados. Como terceira função, a obra de arte era 
uma afirmação de poder. O poder de Deus, dos 
clérigos, dos chefes militares, dos nobres e, sobre-
tudo, dos ricos...” 
MOCELLIN, Renato. Para compreender a História. 
São Paulo: Editora do Brasil, 1999. v. 4, p. 230.
Românico
Esse nome foi criado no século XIX, para designar 
as realizações arquitetônicas do final dos séculos XI e 
XII, na Europa, cujas estruturas eram semelhantes à das 
construções dos antigos romanos.
20 Extensivo Terceirão
 Johanneskapelle. Estilo românico, Styria – Áustria
“A arte românica era uma arte monástica, mas, 
ao mesmo tempo, uma arte da aristocracia. A 
combinação dessas qualidades mostra muito bem 
como era grande a solidariedade entre o clero e a 
nobreza secular. As mais importantes funções na 
Igreja medieval estavam reservadas, à semelhança 
do cargo de sumo sacerdote na antiga Roma, para 
membros da aristocracia; os abades e bispos, entre-
tanto, estavam vinculados ao sistema feudal não só 
por serem nobres, mas também por seus interesses 
econômicos e políticos. Deviam patrimônio e po-
der à mesma ordem social em que estavam enraiza-
dos os privilégios da nobreza secular...” 
HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. 
São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 178
As principais características da arquitetura româ nica 
são:
 • utilização de abóbodas; 
 • paredes espessas; 
 • pilares maciços; 
 • aberturas pequenas usadas como janelas; 
 • grandes e sólidas igrejas, daí serem chamadas “forta-
lezas de Deus”; 
 • monumentalidade, solidez e durabilidade; 
 • interiores escuros.
A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas 
grandes decorações murais através da técnica do afres-
co. A deformação (traduz os sentimentos religiosos e a 
interpretação mística que o artista fazia da realidade) e o 
colorismo são suas principais características.
Não poderíamos entender a escultura românica sem 
levar em conta o edifício e sua sujeição à arquitetura. De 
uma forma geral caracterizou-se pelas formas rudes, pobre-
za na criatividade e pela ausência da noção de movimento.
Gótico
“Nome que, originalmente, significou, depre-
ciativamente, arte dos godos, arte dos bárbaros, 
por contraste com a serenidade harmônica da arte 
italiana e que designa o estilo que sucedeu ao Ro-
mânico e irradiou-se a partir da França, a toda a 
Europa, entre os séculos XII e XVI...” 
MARCONDES, Luiz Fernando. Dicionário de termos artísticos. 
Rio de Janeiro: Edições Pinakotheka, 1998, p. 138. 
A arte gótica, rica, alegre e urbana, desenvolveu-se 
num período de renasci mento do comércio e das cida-
des, bem como do apogeu do poder da Igreja Ca tólica. 
As principais características

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