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LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS DE HISTÓRIA PARA O ENEM ASSUNTO: FEUDALISMO Fonte das questões: FOCO NO ENEM. Disponível em: <https://foconoenem.com/wp- content/uploads/2020/07/Feudalismo-1.pdf>. 1. (ENEM) A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz. ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em: a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas. b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica. c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas. d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária. e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica. COMENTÁRIO: A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon tem como objetivo justificar a divisão da sociedade medieval em três estamentos ou classes: clero, cavaleiros e povo. Segundo essa ideologia, cada um desses estamentos tem uma função específica na sociedade, e a união dessas funções é o que permite a manutenção da paz e da estabilidade social. Enquanto uns oram, outros combatem e outros trabalham, o equilíbrio é mantido. Esse tipo de justificativa para a divisão estamental era comum na Idade Média e servia para justificar a hierarquia social estabelecida na época, na qual cada classe tinha papéis e privilégios bem definidos. No entanto, essa ideologia se opunha às revoltas camponesas que visavam questionar a ordem estabelecida e lutar contra a exploração econômica sofrida pelo povo. Em resumo, a ideologia apresentada por Aldalberon de Laon tem como objetivo justificar a dominação estamental, ao mesmo tempo em que se opõe aos movimentos sociais que visavam subverter a hierarquia social estabelecida. RESPOSTA: a. 2. (UNESP) "Servir" ou, como também se dizia, "auxiliar", - "proteger": era nestes termos tão simples que os textos mais antigos resumiam as obrigações recíprocas do fiel armado e do seu chefe." (Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.) O mais importante dos deveres que, na sociedade feudal, o vassalo tinha em relação ao seu senhor era: a) O respeito à hierarquia e à unicidade de homenagens, que determinava que cada vassalo só podia ter um senhor. b) O auxílio na guerra, participando pessoalmente, montado e armado, nas ações militares desenvolvidas pelo senhor. c) A proteção policial das aldeias e cidades existentes nos arredores do castelo de seu senhor. d) A participação nos torneios e festejos locais, sem que o vassalo jamais levantasse suas armas contra seu senhor. e) A servidão, trabalhando no cultivo das terras do senhor e pagando os tributos e encargos que lhe eram devidos. COMENTÁRIO: A sociedade feudal era uma estrutura social e política baseada na vassalagem, em que um vassalo prestava homenagem e fidelidade a um senhor em troca de proteção e apoio. O dever mais importante que o vassalo tinha em relação ao seu senhor era o dever de auxílio na guerra, já que a participação pessoal do vassalo nas ações militares era fundamental para a proteção do senhor e de seus domínios. Na época feudal, a guerra era uma constante, seja para resolver disputas territoriais, proteger fronteiras ou simplesmente consolidar o poder político. O senhor precisava de soldados leais e capacitados para combater seus inimigos e proteger seu território, e o vassalo, por sua vez, precisava da proteção e apoio do senhor para garantir a segurança de sua família e propriedades. Assim, o dever de auxílio na guerra era uma parte fundamental da relação vassalo-senhor e era considerado o dever mais importante do vassalo. Além disso, a participação pessoal do vassalo na guerra demonstrava sua lealdade e comprometimento com o senhor, reforçando a relação vassalo- senhor e garantindo a continuidade da estrutura feudal. Por isso, o dever de auxílio na guerra era considerado mais importante do que outros deveres, como a participação nos torneios e festejos, a proteção policial das aldeias, a servidão ou a unicidade de homenagens. Sendo assim, o dever de auxílio na guerra era o mais importante dos deveres do vassalo em relação ao seu senhor na sociedade feudal, já que era fundamental para a proteção do senhor e de seus domínios e reforçava a relação vassalo-senhor. RESPOSTA: b. 3. (UNESP) O cavaleiro é um dos principais personagens nas narrativas difundidas durante a Idade Média. Esse cavaleiro é principalmente um a) Camponês, que usa sua montaria no trabalho cotidiano e participa de combates e guerras. b) Nobre, que conta com equipamentos adequados à montaria e participa de treinamentos militares, torneios e jogos. c.) Camponês, que consegue obter ascensão social por meio da demonstração de coragem e valentia nas guerras. d) Nobre, que ocupa todo seu tempo com a preparação militar para as Cruzadas contra os mouros. e) Nobre, que conquista novas terras por meio de sua ação em torneios e jogos contra outros nobres. COMENTÁRIO: O cavaleiro médio da Idade Média era, na verdade, um nobre, que tinha recursos financeiros para obter equipamentos adequados à montaria e participar de treinamentos militares, torneios e jogos. Esses torneios e jogos eram eventos esportivos que tinham a finalidade de promover a valentia e a habilidade dos cavaleiros, mas também eram usados para aumentar o prestígio social e o poder político. Os cavaleiros da Idade Média eram considerados o ideal da coragem, da lealdade e da virtude, e eram vistos como modelos a seguir pelos jovens nobres. A nobreza viu na figura do cavaleiro uma forma de afirmar seu prestígio social e sua posição de poder, já que os cavaleiros eram os líderes militares nas guerras e os guardiões da ordem social e moral. RESPOSTA: b. 4. (MACKENZIE) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média era o seu sentimento de insegurança (...) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura, que a ninguém estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança. Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval. O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima. Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto. a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval. b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis. c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias milenaristas no continente. d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no contato com povos bizantinos. e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava namentalidade medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição, incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo. COMENTÁRIO: O mundo medieval foi marcado por uma grande insegurança, que resultou de uma série de fatores. O final do Império Romano, por exemplo, contribuiu para a fragmentação da estrutura política e social, o que levou a uma guerra constante entre os diversos grupos. Além disso, as invasões bárbaras que ocorreram durante esse período aumentaram a insegurança e o medo da população. A baixa demográfica também teve impacto na mentalidade medieval, pois levou a uma queda na produção agrícola e, consequentemente, à fome e à miséria. Além disso, as pestes que se espalharam pela Europa durante a Idade Média tiveram um impacto significativo na população, aumentando ainda mais a insegurança e o medo. Por fim, o forte conteúdo religioso da época, que enfatizava a punição divina pelos pecados cometidos pelos humanos, contribuiu para a crença na insegurança da vida futura e para a sensação de medo e incerteza que dominou a mentalidade da época. De acordo com o texto de Jacques Le Goff, esses fatores levaram a uma situação em que o medo prevaleceu sobre a esperança, configurando o mundo medieval a partir da insegurança e da sensação de insegurança. RESPOSTA: a. 5. (UEPB) “No cruzamento do material e do simbólico o corpo fornece ao historiador da cultura medieval um lugar de observação privilegiado neste mundo em que os gestos litúrgicos e o ascetismo, a força física e o aspecto corporal, a comunicação oral e a lenta valorização do trabalho contavam tanto, era importante conferir valor, além do escrito, à palavra e gestos.” (Le Goff, A civilização do Ocidente, 2005, p. 14) Considerando a mentalidade do ocidente medieval, é correto afirmar: a) As regras monásticas estimulavam ao máximo o banho e a higiene corporal, porque estas atividades não eram vistas como luxo e volúpia. b) A Igreja proibia toda e qualquer técnica de embalsamamento dos cadáveres, porque o corpo era concebido como lepra do homem. c) O ideal cristão rebaixava o corpo enquanto o ideal guerreiro o exaltava. A vida do cavaleiro caça, a guerra e os torneios são paixões. d) A moral cristã estimulava os prazeres carnais e a sexualidade, porque era fonte de procriação. e) Não existia casa de banho nas cidades medievais, porque não podia haver lugares de prazer e de libertinagem. COMENTÁRIO: A mentalidade do ocidente medieval não valorizava a higiene corporal. De acordo com o historiador Jacques Le Goff, "no cruzamento do material e do simbólico o corpo fornece ao historiador da cultura medieval um lugar de observação privilegiado neste mundo em que os gestos litúrgicos e o ascetismo, a força física e o aspecto corporal, a comunicação oral e a lenta valorização do trabalho contavam tanto". Neste contexto, é importante lembrar que a Igreja Católica valorizava a renúncia aos prazeres materiais, incluindo a higiene corporal, como forma de ascetismo e purificação do espírito. Além disso, a falta de infraestrutura de saneamento básico e a falta de conhecimento sobre as técnicas de higiene também contribuíam para a falta de banhos e lavagens frequentes. Assim, é correto afirmar que não existia casa de banho nas cidades medievais, porque não podia haver lugares de prazer e de libertinagem. RESPOSTA: e. 6. (UFG GO) O que, com efeito, ganha a adesão dos espíritos da Idade Média é o extraordinário, o sobrenatural ou, pelo menos, o invulgar. A própria ciência toma para seu objeto o excepcional, os prodígios. LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1995, p. 91, v. 2. (Adaptado). A citação destaca uma característica da cultura medieval, que pode ser identificada pela a) Explicação da natureza mediante a descoberta de leis gerais. b) Incorporação dos acontecimentos considerados milagrosos ao cotidiano. c) Negação dos prodígios com base na experiência empírica. d) Separação entre os princípios da autoridade e da investigação científica. e) Rejeição dos símbolos como forma de apreensão do oculto COMENTÁRIO: A citação destaca que, na cultura medieval, o que ganhava a adesão dos espíritos era o extraordinário, o sobrenatural ou, pelo menos, o invulgar. A própria ciência tomava para seu objeto o excepcional, os prodígios. Isso indica que a cultura medieval tinha uma tendência a valorizar e a se concentrar em acontecimentos considerados fora do comum, milagrosos e sobrenaturais, e que a ciência da época também seguia esse mesmo caminho, ao investigar e se concentrar em eventos considerados excepcionais. Portanto, a resposta correta é a letra B, que afirma que "incorporação dos acontecimentos considerados milagrosos ao cotidiano" é uma característica da cultura medieval, com base na citação. RESPOSTA: b. 7. (UNIFOR CE) Considere o texto. O monarca, em outras palavras, era um suserano feudal de seus vassalos, aos quais estava ligado por laços de feudalidade, e não um soberano supremo colocado acima de seus súditos. Seus recursos econômicos provinham quase exclusivamente dos seus domínios pessoais (...), enquanto aos seus vassalos pedia contribuições de natureza essencialmente militar. Ele não teria acesso político direto à população como um todo, pois a jurisdição sobre ela seria intermediada por muitas camadas de subfeudos. (...) (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 147) O texto permite afirmar que na Idade Média: a) As relações de suserania e vassalagem eram estabelecidas por meio de obrigações entre a população servil e o suserano, a quem competia dar proteção aos vassalos. b) O monarca era o suserano dos suseranos e de toda a nobreza, que mantinha submetida nos domínios senhoriais, onde preparava seus exércitos para as guerras de conquistas. c) O juramento de fidelidade entre vassalagem e suserania era simbolizado pela cavalaria, uma instituição medieval encarregada da defesa das muralhas das cidades. d) O poder político era descentralizado, mas o rei aglutinava a nobreza ao seu redor por meio de um exército formado de mercenários, recrutados entre os vencidos de guerra. e) O rei ocupava o topo da hierarquia feudal e a autoridade política era efetivamente descentralizada, sendo o poder exercido simultaneamente pelo rei e pelos senhores feudais. COMENTÁRIO: O texto de Perry Anderson destaca a natureza descentralizada do poder político na Idade Média, ou seja, a autoridade não era monopolizada pelo rei, mas sim exercida também por senhores feudais. O rei, como suserano, estava no topo da hierarquia feudal, mas ao mesmo tempo ele dependia dos vassalos, aos quais estava ligado por laços de feudalidade. O rei tinha seus recursos econômicos provenientes quase exclusivamente de seus domínios pessoais, enquanto que dos seus vassalos ele pedia contribuições de natureza militar. Além disso, o texto destaca que o rei não tinha acesso político direto à população como um todo, pois a jurisdição sobre ela era intermediada por várias camadas de subfeudos. Resumidamente, o poder político na Idade Média era efetivamente descentralizado, sendo exercido tanto pelo rei quanto pelos senhores feudais, e a autoridade do rei dependia dos vassalos, aos quais ele estava ligado por laços de feudalidade. RESPOSTA: e. 8. (FGV) (…) Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentou uma forma simples e em conformidade com o plano divinoe assim sancionava a desigualdade social e todas as formas de exploração econômica (…) (Georges Duby, As três ordens ou o imaginário do feudalismo apud Patrícia Ramos Braick e Myrian Becho Mota, História: das cavernas ao Terceiro Milênio) A partir do texto, é correto concluir que a) A Igreja não reconhecia importância nas atividades que estavam sofrendo da religião, assim a condição de não nobre revelava um sujeito vítima do castigo divino. b) A resistência da estrutura da sociedade feudal não foi regra durante a Idade Média, pois a partir do século X, estabeleceu-se uma dinâmica sociedade de classes. c) As posições sociais menos importantes derivavam menos da vontade divina e mais da ausência de empenho dos homens, segundo a teologia cristã medieval. d) A sociedade feudal estruturava-se de forma rígida, determinada pelo nascimento e com pequenas possibilidades de constituição entre as classes sociais. e) A suposta imobilidade da sociedade medieval tem fundamento nas teses teológicas de santo Agostinho, que defendem a supremacia da razão em detrimento da fé. COMENTÁRIO: A partir do texto apresentado, é correto concluir que a sociedade feudal se estruturava de forma rígida e determinada pelo nascimento, com poucas possibilidades de mudança entre as classes sociais. A justificativa para a conclusão sobre a estrutura rígida da sociedade feudal é baseada na ideia de que Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem. Esse padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e, por isso, sancionava a desigualdade social e todas as formas de exploração econômica. Isso significa que a teologia cristã medieval apresentava a desigualdade social como uma ordem divina e, por isso, imutável. Assim, a posição social de cada indivíduo estava determinada pelo seu papel na sociedade, que tinha sido estabelecido por Deus. Os membros do terceiro estado, o mais numeroso, tinham a tarefa de alimentar, com seu trabalho, os homens de religião e da guerra, e essa posição era considerada a menos importante. Essa visão sancionava a desigualdade social e a exploração econômica, pois afirmava que a distribuição das tarefas era resultado da vontade divina e não poderia ser mudada. Dessa forma, a sociedade feudal estruturava-se de forma rígida e determinada pelo nascimento, com poucas possibilidades de mudança entre as classes sociais. RESPOSTA: d. 9. (UEPB) “Neste momento, Roma foi destruída sob os golpes da invasão dos godos que o rei Alarico conduzia (410): foi um grande desastre. Os adoradores de uma multidão de deuses falsos, que chamamos ordinariamente de pagãos, esforçaram-se para atribuir esse desastre à religião cristã e puseram-se a blasfemar contra o Deus verdadeiro, com mais aspereza e amargor que de hábito. É por isso que, tomado pelo zelo da casa de Deus, decidi escrever contra as blasfêmias e seus erros os livros da Cidade de Deus.” (François Hartog. A História de Homero a Santo Agostinho. BH. Editora UFMG. 2001. p. 259) Os livros da Cidade de Deus, de influência neo-platônica, são de autoria de a) Tomás de Aquino. b) Agostinho. c) Homero. d) Flávio Josefo. e) Platão. COMENTÁRIO: a) Tomás de Aquino: foi um filósofo e teólogo católico, muito conhecido por suas obras que são consideradas a síntese da teologia cristã e da filosofia aristotélica. Embora tenha escrito muitos trabalhos importantes, ele não é o autor dos Livros da Cidade de Deus. b) Agostinho: é o autor dos Livros da Cidade de Deus. Ele escreveu estes livros com o objetivo de combater as blasfêmias contra a religião cristã, que foram atribuídas ao desastre causado pela invasão dos godos na cidade de Roma. Agostinho era um bispo e teólogo africano, e sua obra é considerada um marco na história da filosofia e da teologia cristã. c) Homero: é o autor da Ilíada e da Odisseia, duas das obras mais importantes da literatura antiga grega. Embora seja uma figura muito importante e influente na cultura e literatura antigas, ele não é o autor dos Livros da Cidade de Deus. d) Flávio Josefo: foi um historiador e escritor judaico do primeiro século da era cristã. Ele escreveu vários trabalhos importantes sobre a história dos judeus e da época em que viveu, mas não é o autor dos Livros da Cidade de Deus. e) Platão: foi um filósofo grego, considerado um dos mais importantes pensadores da história da filosofia ocidental. Ele é conhecido por suas teorias sobre o mundo das ideias, a moral e a política. Embora sua influência seja ampla e seus escritos sejam estudados até hoje, ele não é o autor dos Livros da Cidade de Deus. RESPOSTA: b. 10. (UFPB) A Igreja Católica Apostólica Romana é uma das instituições mais antigas da humanidade. Decorreram mais de mil anos desde as suas origens, como credo de contestação às crenças e práticas religiosas pagãs, passando por seu reconhecimento como religião oficial do Império Romano, até a sua primeira grande divisão, conhecida como Cisma do Oriente, ocorrida em 1054. A respeito desse primeiro milênio do cristianismo, é correto afirmar: a) Os principais dogmas da Igreja, no Império Romano do Oriente, nunca foram questionados, e o cristianismo, mesmo afastado do poder secular, conseguiu fortalecer o poder do Papa. b) A crise do Império Romano, no século IV, foi um elemento importante para a ascensão do cristianismo, e, nesse período, até membros da elite romana converteram-se à nova religião. c) A relação entre os cristãos e as lideranças romanas, no início do cristianismo, foi facilitada pela fragilidade do Império Romano, naquele momento, e ampliada pela tolerância dos cristãos com os politeístas. d) A intolerância do Imperador Constantino com os cristãos foi um dos fatores do grande Cisma do Oriente, e a relação tumultuada entre o Imperador e o Papa levou à separação do Estado romano da Igreja. e) O papa Leão I, líder religioso e político de Constantinopla, disputava o poder com o imperador, mediante incentivo aos monofisistas e aos iconoclastas, e esse confronto contribuiu para a criação da Igreja Ortodoxa. COMENTÁRIOS: a) Esta alternativa apresenta informações incorretas. Embora o cristianismo tenha sido reconhecido como religião oficial do Império Romano, a relação com a liderança política não foi pacífica, e houve questionamentos e debates sobre os dogmas da igreja. Além disso, o cristianismo no Império Romano do Oriente não conseguiu fortalecer o poder do Papa, já que as lideranças políticas e religiosas do Oriente se desenvolveram de forma independente da igreja ocidental. b) Esta alternativa apresenta informações corretas. De fato, a crise do Império Romano no século IV foi um elemento importante para a ascensão do cristianismo, e membros da elite romana se converteram à nova religião. Além disso, o cristianismo, em sua origem, teve uma relação pacífica com as lideranças romanas, o que facilitou a sua expansão. c) Esta alternativa apresenta informações incorretas. Na verdade, a relação entre cristãos e lideranças romanas no início do cristianismo foi bastante tensa, com perseguições e conflitos. A tolerância dos cristãos com os politeístas não foi um fator que contribuiu para a expansão da religião. d) Esta alternativa apresenta informações incorretas. Embora o Imperador Constantino tenha tolerado o cristianismo, ele não teve uma postura intolerante com relação aos cristãos. O Cisma do Oriente foi causado por uma série de fatores, incluindo desacordos teológicos, questões políticas e culturais, entre outros, mas não pela relação entre o Imperador e o Papa. e) Esta alternativa apresenta informações incorretas. O Papa Leão I não era líder religioso e político de Constantinopla e não disputava o poder com o Imperador. Além disso, o conflitoentre monofisistas e iconoclastas não foi incentivado pelo Papa Leão I, mas sim por questões teológicas e políticas mais amplas. A criação da Igreja Ortodoxa foi causada por uma série de fatores, incluindo desacordos teológicos, questões políticas e culturais, entre outros, mas não pelo confronto entre o Papa Leão I e o Imperador. RESPOSTA: b. 11. (UFCG PB) Eixo temático: Além da fé, o pão: permanências, continuidades e o projeto de felicidade na Modernidade “Os mitos dos soberanos da Idade Média e do Renascimento fundavam-se consideravelmente numa visão de mundo ou mentalidade tradicional. Se um soberano desta época era representado como (digamos) Hércules, isso era muito mais que uma metáfora para dizer que ele era forte, ou mesmo que resolveria os problemas de seu reino com a mesma facilidade com que Hércules realizara seus vários trabalhos” (Peter Burke – A fabricação do Rei: a construção da Imagem pública de Luís XIV; RJ; Jorge Zahar Editor; 1994 – p.139). Com base no fragmento textual acima é correto afirmar que, durante o Antigo Regime, os soberanos: a) Eram instituídos, pensados e proclamados como um ser humano comum, com qualidades e defeitos próprios aos homens. b) Não podiam ser contrariados em suas determinações sob pena de os agressores serem acusados do crime de lesa-majestade. c) Eram representados pela Igreja Católica como sujeitos indispensáveis à sociedade, dando-lhes uma proeminência muito grande sobre os assuntos eclesiásticos; d) Eram considerados um “igual” por seus súditos, devendo tratá-los, portanto, com fraternidade e respeito. e) Eram procurados constantemente pelos representantes do povo, pois estes tinham acesso ilimitado para expressar suas opiniões, mesmo que nem sempre fossem atendidos. COMENTÁRIO: De acordo com o fragmento textual, durante o Antigo Regime, os soberanos eram representados com base em mitos e símbolos que tinham uma importância muito grande para as pessoas da época. Esta representação tinha uma forte conexão com a mentalidade tradicional da época, ou seja, uma forma de compreender e interpretar o mundo que já estava estabelecida. A alternativa B afirma que "os soberanos não podiam ser contrariados em suas determinações sob pena de os agressores serem acusados do crime de lesa-majestade." Isso está de acordo com o que o fragmento menciona sobre a representação dos soberanos na época. A figura do rei era considerada sagrada e qualquer ação que contrariasse a sua autoridade era vista como uma forma de desrespeito à figura do rei. Por esse motivo, a alternativa B é a correta. RESPOSTA: b. 12. (UNESP SP) Com a ruralização, a tendência à autossuficiência de cada latifúndio e as crescentes dificuldades nas comunicações, os representantes do poder imperial foram perdendo capacidade de ação sobre vastos territórios. Mais do que isso, os próprios latifundiários foram ganhando atribuições anteriormente da alçada do Estado. (Hilário Franco Jr. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1986. Adaptado.) A característica do feudalismo mencionada no fragmento é a) O desaparecimento do poder militar, provocado pelas invasões bárbaras. b) A fragmentação do poder político central. c) O aumento da influência política e financeira da Igreja Católica. d) A constituição das relações de escravidão. e) O estabelecimento de laços de servidão e vassalagem. COMENTÁRIO: O fragmento menciona a tendência à autossuficiência de cada latifúndio, ou seja, a crescente independência dos latifundiários em relação ao poder central. Esta tendência foi provocada por diversos fatores, como as dificuldades nas comunicações, que tornavam difícil para os representantes do poder imperial controlar vastos territórios. Além disso, os próprios latifundiários foram ganhando atribuições anteriormente da alçada do Estado, ou seja, eles foram adquirindo mais poder e autonomia. Essas condições levaram a uma fragmentação do poder político central, ou seja, ao desmembramento do poder político centralizado que era exercido pelo Estado, dando lugar a uma série de poderes regionais e locais, comandados pelos latifundiários. Desta forma, o poder político foi sendo diluído e fragmentado, perdendo capacidade de ação e influência sobre grandes áreas e territórios. Por isso, a resposta correta é a letra B, "A fragmentação do poder político central". Esta fragmentação foi uma das principais características do feudalismo e teve um grande impacto na organização política e social da época. RESPOSTA: b. 13. (UFTM MG) A cada um a sua função e o seu lugar na terra. No topo estão os religiosos, intermediários indispensáveis entre a cidade terrestre e a cidade celeste (...). Depois vêm os nobres, que receberam da Providência a qualidade de guerreiros e estão, portanto, investidos da missão de manutenção da ordem. Finalmente, para o último lugar são relegados os trabalhadores, destinados ao trabalho e ao sofrimento para o bem comum. (Pierre Bonnassie. Dicionário de história medieval, 1985. Adaptado.) O texto faz referência a) A um tipo de organização social que se apoiava nas diferentes aptidões dos seres humanos. b) Às crenças milenaristas, segundo as quais apenas os pobres alcançariam o reino dos céus. c) À igualdade social, que caracteriza a sociedade ocidental desde a Antiguidade. d) Ao antropocentrismo, que reservava lugar de destaque para a vontade dos indivíduos. e) À divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa. COMENTÁRIO: O texto apresenta a divisão da sociedade em três ordens, com os religiosos no topo, seguidos pelos nobres e, por fim, os trabalhadores. Essa organização social era vista como uma ordem natural, determinada pela Providência, e era uma representação comum da sociedade feudal. Além disso, o texto menciona que essa divisão da sociedade foi colocada em xeque pela Revolução Francesa, que defendia a igualdade de todos os homens perante a lei e o fim da nobreza e do clero como ordens distintas. Essa ideia é coerente com o contexto histórico da Revolução Francesa, que foi marcada por uma luta contra a ordem social estabelecida e pelas demandas por uma sociedade mais igualitária. Portanto, a letra E, "À divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa", é a resposta correta porque descreve adequadamente a ideia central do texto. RESPOSTAS: e. 14. (PUC-SP) “O modo de produção feudal, tal como apareceu na Europa ocidental, deixava em geral aos camponeses apenas o espaço mínimo para aumentarem o produto de que dispunham dentro das duras limitações do sistema senhorial.” Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1980, p. 208. Adaptado. O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que: a) Havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a luta social fosse atenuada pelas amplas oportunidades de lucro que os senhores ofereciam aos camponeses. b) As relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do feudalismo eliminaram as cidades e provocaram o declínio do comércio e das atividades de serviço. c) A possibilidade de melhoria da condição econômica dos camponeses era bastante restrita, devido ao conjunto de obrigações que estes deviam prestar aos senhores. d) As longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama de impostos impediam os camponeses de ascenderem socialmente e provocavam a ruína dos senhores de terras. e) Havia oportunidades de transformação social no feudalismo, embora os camponeses raramente as aproveitassem, pois preferiam se dedicar prioritariamente ao trabalho. COMENTÁRIO: o texto de Perry Anderson destaca a possibilidade restrita de melhoria da condição econômica dos camponeses no modo de produção feudal. A Europa ocidental, na época feudal,era marcada por uma forte divisão social entre camponeses e senhores, com relações de suserania e vassalagem que envolviam uma série de obrigações prestadas pelos camponeses aos senhores. Os camponeses eram responsáveis pelo trabalho nas lavouras e produção agrícola, mas possuíam poucas oportunidades de aumentar o produto de que dispunham, devido às duras limitações do sistema senhorial. Além disso, a longa jornada de trabalho nas lavouras e a ampla gama de impostos tornavam ainda mais difícil a possibilidade de ascensão social e melhoria econômica dos camponeses. Portanto, é correto afirmar que a condição econômica dos camponeses era bastante restrita no modo de produção feudal. RESPOSTA: c. 15. (UFTM MG) As catedrais são imensas, mas, acima de tudo, são altas, para impressionar aquele que as vê e as isita, e fazer com que sinta uma coisa muito importante: altura do lugar reflete a altura de Deus no céu. As catedrais são dedicadas a ele, são a sua casa. E seu prestígio se estende àquele que o representa na terra: o bispo. Um utro aspecto mais banal teve certamente sua importância: as catedrais estão quase sempre situadas nas cidades, que concorrem entre si para ver qual delas terá a maior, a mais alta, a mais bela catedral. (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007. Adaptado.) Segundo o texto, as catedrais medievais: a) Demonstram o poder de Deus na Terra e consolidam, por meio dos bispos, a supremacia do poder temporal sobre o poder religioso. b) Revelam a impossibilidade humana de superar limites e barreiras na adoração a Deus e na edificação arquitetônica. c) Têm importante caráter simbólico na construção e manutenção da fé religiosa e nas disputas políticas entre cidades. d) Manifestam o despojamento e a pobreza sem ostentação dos líderes religiosos e políticos, pois a edificação das catedrais é justificada como prova do amor a Deus. e) São destituídas de significados religiosos, pois a principal preocupação de seus edificadores é confirmar o poder dos bispos e dos líderes políticos locais. COMENTÁRIO: A catedral medieval é vista, conforme o texto, como uma representação do poder e da grandeza de Deus. Sua altura serve para impressionar os visitantes e transmitir a mensagem da altura de Deus no céu. Além disso, as catedrais são dedicadas a Deus e, por isso, são vistas como a casa dele. O prestígio do bispo, que representa Deus na Terra, é estendido para a catedral, reforçando sua importância. O autor também destaca que as catedrais estão localizadas nas cidades e que as cidades competem entre si para construir catedrais cada vez maiores, mais altas e mais belas, reforçando o caráter simbólico da catedral na construção e manutenção da fé religiosa e nas disputas políticas entre cidades. Assim, a resposta correta é a letra C, pois as catedrais medievais têm importante caráter simbólico na construção e manutenção da fé religiosa e nas disputas políticas entre cidades. RESPOSTA: c.
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