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Lizandra, Geise e Yasmin finalizado 2019 2 estagio basico 2

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UNIVERSIDADE TIRADENTES
PSICOLOGIA
GEISE KARINE DOS SANTOS
LIZANDRA MENEZES FREIRE
YASMIN RODRIGUES FERREIRA
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO NA PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL DE PACIENTES EM URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA 
	
ARACAJU, SE
2019
GEISE KARINE DOS SANTOS
LIZANDRA MENEZES FREIRE
YASMIN RODRIGUES FERREIRA
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO NA PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL DE PACIENTES EM URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA 
Relato de experiência apresentada ao curso de Psicologia, sob orientação da Prof. Juliana Andrade Passos Prado, como um dos pré-requisitos para a avaliação da disciplina de Estágio Básico II.
ARACAJU, SE
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3. RESULTADOS
4. DISCUSSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
A música sempre fez farte da cultura da sociedade, as palavras, harmonia e ritmo que compõe os repertórios musicais, exercem uma influência sobre a vida do indivíduo. A música desenvolve a mente, promove equilíbrio, possibilita um estado de bem-estar a alma humana e é por ela que sujeito manifesta seus desejos, suas emoções, sua própria forma de se conectar com as outras pessoas. Há quem diga que “quem canta, os males espantam”. Desde a antiguidade a música se mostrou importante para a saúde mental das pessoas, os médicos já receitavam a música no tratamento de problemas nos nervos. (ZANINI, 2014). A eficácia da música para tratamentos de transtornos mentais já foi comprovada e tem se mostrado eficaz (SAMPAIO, 2016). O transtorno mental é um problema que acomete muitas pessoas na sociedade. Procurar uma ferramenta que auxilie esse sujeito a encontrar uma estabilidade emocional em meio a crise é fundamental. A musicalização permite que esse objetivo seja alcançado. Sabe-se que promover saúde mental é uma meta a ser alcançada pelos profissionais de saúde, o profissional deve acolher o indivíduo de forma humanizada, minimizando o seu sofrimento e promovendo um bem-estar para que esse indivíduo fortaleça suas estruturas mentais.
A disciplina Estágio Básico em Psicologia é composta de 120 horas com a orientação da preceptora Juliana Andrade Passos Prado, o estágio acontece no Hospital São José, localizado na Avenida João Ribeiro, no bairro Santo Antônio. O estágio é realizado por três discentes uma vez por semana no período de quatro horas, no horário de 8:00h às 12:00h todas as sextas-feiras.
O estágio proporciona uma maior reflexão do papel do psicólogo na área de saúde mental, que tem como função principal a promoção da saúde bio-psico-social dos que fazem a rede de saúde de urgência psiquiátrica, pacientes em observação, suas famílias e demais funcionários do hospital.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Utilizar a música como instrumento terapêutico na promoção à saúde mental de pacientes em Urgência Psiquiátrica. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Explorar e conhecer potencialidades; 
· Desenvolver a percepção auditiva e tátil;
· Explorar a auto expressão;
· Desenvolver a criatividade;
· Desenvolver a orientação espaço temporal;
· Promover um espaço de interação social; 
3. JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se na importância de promover, mediante observação participante, a musicalização com os internos da ala psiquiátrica do Hospital São José tentado ajudá-los a expressar seus conteúdos internalizados e, consequentemente, tentaremos modificar os padrões cristalizados e resgatar o fluxo vital do paciente. Para mais, a musicalização tem a ilação de trabalho preventivo podendo expandir-se não só para os internos, mas para os
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Desenvolver um método terapêutico eficaz é crucial para resgatar a identidade do sujeito e a reinserção do mesmo na sociedade, concomitantemente, a música sempre esteve presente desde os primórdios da sociedade, os primeiros filósofos como exemplo de Platão, já receitava a música para curar terrores, angústias e fobias (ZANINI, 2004). a loucura em todo o tempo existiu no mundo, assim como um lugar para tratar os loucos, como templos, instituições, domicílios, contudo, a instituição psiquiátrica em uma construção do século XVIII. O sujeito diferente passa a viver em um lugar distinto dos ditos “normais” por não seguir um padrão de comportamento designado por um grupo social. (GONÇALVES E SENA, 2001).
Para estudar o percurso histórico de institucionalização em saúde mental, considera-se importante entender o terno “alienismo”, citado pelo psiquiatra Pinel. Ele participou ativamente da revolução francesa e trouxe um entendimento de que o tratamento moral se fundava na crença de que seria possível promover mudanças significativas no comportamento dos doentes por meio de atitudes humanas, mas firmes, essas atitudes deveriam partir dos profissionais que cuidava desses pacientes. Em seus textos pinel usa vocabulários (repressão, intimidação, doçura e filantropia) como forma de trazer uma conscientização e reflexão em relação a forma como os “alienados” mereciam ser tratados. (PEREIRA, 2004).
Em seu traité médico - PhilosophiquesurI'AlienationMentale (1801), Pinel afirma que: "Os alienados, longe de serem culpados a quem se deve punir, são doentes cujo doloroso estado merece toda a consideração devida à humanidade que sofre e para quem se deve buscar pelos meios mais simples restabelecer a razão desviada”. (PEREIRA, p.104, 2004).
A doença mental no passado estava ligada à razão e a mesma ligada à liberdade de escolha, porém ditada pela sociedade, desta forma, uma pessoa considerada alienada ficava privada de gozar da razão e consequentemente perdia o direito de ser livre. Na revolução francesa levantou-se a bandeira com o lema: liberdade, igualdade e fraternidade. Nesse período o sujeito considerado alienado não poderia ser excluído, a fim de não contrariar os princípios traçados dentro desse lema, então o alienado passou a ter o seu espaço dentro de asilos, nos quais, poderiam expressar as ideias de forma isolada do resto da sociedade, tornando-se sujeitos de direito dentro daquelas condições. Essa ideia de espaço asilar se propagou pelo mundo e o “louco” passou a viver dentro desses espaços, passou a ser visto como um lugar violento, de exclusão e omissão da subjetividade desse sujeito. (AMARANTE 1995).
O conselho federal de psicologia (2013), faz uma análise histórica das políticas públicas em saúde mental no Brasil, e considera que, do ponto de vista das ações do Estado, a política de assistência para o chamado louco, durante muitos anos, se baseou no oferecimento à população de tratamento em Hospitais Psiquiátricos, manicômios ou hospícios. Essa oferta não era por acaso, estava ligada ao saber científico da psiquiatria. A partir de então, a loucura passou a ser dominada pelo campo da medicina e a ser reconhecida como doença mental. então passou a ser tratada em instituições próprias e especificas, destinadas a esse fim.		
...em relação à assistência psiquiátrica, desde o final dos anos 1950, o Brasil acumulava uma grave situação nos hospitais psiquiátricos: superlotação; deficiência de pessoal; maus-tratos grosseiros; falta de vestuário e de alimentação; péssimas condições físicas; cuidados técnicos escassos. (CFP, p.53, 2013.)
No Brasil, em 1978, houve um movimento dos trabalhadores em saúde mental (MTSM) que constrói um pensamento crítico visando questionar o modelo clássico da psiquiatria e a suas práticas nas instituições, esse movimento se organiza trabalhando em cima da possibilidade de desconstrução desse modelo e propagando a ideia de desinstitucionalização, (AMARANTE, 1995). Por meio desse movimento começou-se denunciar práticas violentas que acontecia em manicômios, a questionar a política que regia os hospitais psiquiátricos (PEREIRA ET AL., 2018). 
O conselho federal de psicologia afirma que,
Criou-se assim a chamada “indústria da loucura”. No final dos anos 1980, o Brasil chegou a ter cerca de 100.000 leitos em 313 hospitais psiquiátricos, sendo 20% públicos e 80% privados, conveniados ao SUS, concentrados principalmente no Rio de Janeiro, emSão Paulo e em Minas Gerais. Os gastos públicos com internações psiquiátricas ocupavam o 2º lugar entre todos os gastos com internações pagas pelo Ministério da Saúde. Eram raras outras alternativas de assistência – mesmo as mais simples, como o atendimento ambulatorial. (CFP, p.53, 2013.)
Em 1987, o movimento amplia e ganha espaço social, passa a ter um lema “por uma sociedade sem manicômios”. O movimento organiza atividades científicas, sociais e culturais nas principais cidades do país, e foi em 1989, que ocorreu o marco dessa trajetória: a intervenção, que deu início ao fechamento do hospício para substituir pelo modelo assistencial que possibilitou a criação de centros de atenção psicossocial. (AMARANTE, 1995)
De 1991 até abril de 1995, os leitos psiquiátricos caíram da casa dos 86 mil para 72 mil. Portanto, uma redução de 14 mil leitos, considerando que 30 hospitais privados tiveram suas atividades encerradas. No mesmo período foram criados 2.065 leitos psiquiátricos em hospitais gerais e mais de 100 núcleos e centros de atenção psicossocial. (AMARANTE, p.493, 1995)
	Esperidião (2001), afirma que depois de 12 anos de luta antimanicomial, foi aprovado por unanimidade o projeto de lei no congresso, dia 12 de março de 2001, a emenda do projeto de lei (PL 3657/89) que dispõe sobre o fechamento dos manicômios no brasil e consequentemente a implantação de serviços alternativos e mais humanizados. Considera-se que essa aprovação foi um grande avanço histórico que ressignificou o tratamento psiquiátrico.
Por trás da exclusão do doente mental existia preconceitos intrínsecos da sociedade que enxerga o sujeito doente como danoso e improdutivo a estrutura social, os homens vivem em uma sociedade capitalista em que o sujeito tem um valor a partir do que ele produz. (PEREIRA ET AL, 2018).
O objetivo da atenção Básica é de buscar a integralização do paciente com o seu meio quebrando a ideia de que apenas a internação hospitalar é capaz de dá o suporte ao portador de transtorno mentais, esse pensamento já não se encaixa no modelo psiquiátrico da era moderna. Atenção básica é importante para entender o contexto em que o indivíduo convive, o seu meio de vida, em que condições ele tem vivido, o histórico da sua doenças, isso ajuda a desenvolver um trabalho eficaz e promover ao paciente um tratamento de qualidade o autor fala que cerca de 80% dos pacientes que chegam a hospitais não possui uma demanda tão clara que explique a necessidade de cuidados especiais. (PEREIRA ET AL, 2018).
Esse novo modelo de assistência é importante pois possibilita que enxergamos o sujeito não apenas como um portador de transtornos mentais, mais como um indivíduo que deve ser compreendido a partir de determinantes sociais que os influenciam e a partir daí, pensar em estratégias a ser adotada, só assim o profissional alcançará o seu objetivo em relação a melhoria de qualidade de vida desse doente (GONÇALVES E SENA, 2001)
Gonçalves e Sena afirma que a questão crucial da desinstitualização é uma progressiva devolução à sociedade, a responsabilidade em relação aos seus doentes e aos seus conflitos, esse doente deve encontrar o seu lugar social (GONÇALVES E SENA, 2001)
Pensar no desempenho do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde, ou seja, nas instituições públicas designada à atenção primitiva à saúde não é uma função fácil. O tempo de implementação desse profissional nessas instituições públicas é relativamente pequeno. Há um contingente reduzido de profissionais atuando na área, apesar de vir tendo um aumento gradual. inexistem pesquisas mais sistemáticas, tanto nacionais, quanto locais sobre a atuação do psicólogo nesse campo específico de trabalho (SILVA, 1988; BOARINI,1995). 
atenção para os serviços de psicologia observamos que o profissional de psicologia encontra algumas dificuldades que se caracterizam sobretudo pela reduzida procura “espontânea” pela população e um aumento gradual dos casos de abandono prematuro dos tratamentos por parte dos beneficiados. logo nos primeiros contatos; pela carência de aceitação dos pacientes aos programas propostos pelo setor; pela grande número de faltas, atrasos recorrentes, resultados aquém dos pretendidos; pela dificuldade de entrega dos psicólogos nas equipes multiprofissionais, o que vem de certa forma a oscilar a convicção muitas vezes generalizadas pelos psicólogos, de que sua função é fundamentalmente válido e estabelecer um certo “mal estar” entre os profissionais. Outros fatores que afeta negativamente no trabalho do psicólogo é a decadência com relação ao salário, instalações físicas precárias, falta de material e apoio das instituições (SILVA,1988; BOARINI,1995)
 A política da saúde existente nas associações de todo o Brasil, da qual o realce recai na diminuição das despesas autonomamente do êxito e realidade comunitária, ou seja, essas instituições preocupam mais com o rendimento do que com a virtude dos atendimentos, com isso, tem levado os psicólogos a um questionamento sobre a sua condição em relação à profissão. (SILVA, 1988; BOARINI,1995).
Carvalho relata que,
A profissão está distante de expor um desempenho vasto na dimensão em que seus referenciais teóricos e técnicos interrompem o campo de prática da Psicologia, ou seja, limitam seu poder de ser proveitoso e de colaborar com a sociedade. (CARVALHO,1988, p.24)
O psicólogo é crucial dentro de um programa de saúde mental, pois contribui na realização de um melhor recurso terapêutico, e no bem-estar global dos pacientes. Com base nisso o profissional de psicologia pode contribuir na redução do uso de medicamentos, ou seja, é importante, pois não existe tratamento psiquiátrico em quase sua completude sem o auxílio da psicoterapia. além da terapia medicamentosa é necessário reforçar sobre as mudanças comportamentais que teria a contribuição afetiva da psicologia. (FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004, p.121).
	Conforme Buratto,
A importância da junção da psicoterapia e terapia medicamentosa disponibiliza resultados significativos ao indivíduo. Compreende que um tratamento não permite a exclusão do outro, contrariamente, juntos podem somar. A influência de uma equipe multidisciplinar dentro do âmbito psiquiátrico, pois, nem todos os pacientes são necessariamente obrigados a fazerem o uso de fármacos, por muitas vezes, a psicoterapia traria resultados positivos. (BURATTO, 2009, p. 72)
Segundo Zannon (1994), a função da psicologia na assistência à saúde destina-se a assimilação da compreensão dos fenômenos emocionais e nas condutas dos responsáveis pela saúde desde da percepção do processo saúde-doença, percorrendo pela elaboração do sistema de atenção e pelas intervenções nas organizações de saúde em comunicação aos vários âmbitos do sistema, até a contribuição de assistência psicológica a indivíduos e grupos usuários. 
 O Acolhimento em emergência psicológica apresenta uma necessidade na unidade de saúde especialmente porque de forma geral os profissionais da saúde “não psicólogos” mostram-se tendo dificuldades em saber cuidar das pessoas em seu momento de fragilidade. O psicólogo é instruído a responsabiliza-se com essas situações, sendo assim, realizam atendimentos de forma individualizada podendo colaborar de forma ativa também com a equipe da instituição, auxiliando os demais profissionais para o atendimento a tais situações. (BOING, 2009, p. 49) 
É fundamental que criem organizações de saúde mental nos municípios, tendo como contra partida as demandas presentes naquele local, implementando redes de saúde mental, por meio de instituições como o CAPS sendo distribuídas por território com equipes preparadas para que esses serviços atinjam os objetivos iniciais. (BÖING, 2009, p.96).
Diante dessa necessidade de cuidado, a psicologia se utiliza-se de alguns tipos de instrumentos para ter um manejo mais eficaz com os pacientes, visando promover esse acolhimento. Dentre esses instrumentos, a musicalização tem ocupado o seu espaço nas clínicas de forma geral. (SAMPAIO, 2016).
A música é um traço humano universal.A cura pelo poder da música tem sido reconhecida em quase todas as tradições da música. Terapia musical está se movendo de um modelo de ciências sociais com foco na saúde geral e bem-estarem direção a um modelo de neurociência com foco elementos específicos da música e seu efeito sobre funções sensório-motoras, linguísticas e cognitivas. O punhado de terapia musical baseada em evidências estudos sobre condições psiquiátricas mostraram resultados promissores. Música tradicional, como música clássica indiana, só recentemente avaliado em pesquisa baseada em evidências em música terapia. A necessidade de pesquisas sistemáticas nesta área é sublinhada (RIBEIRO, p. 40).
Para as pessoas com transtornos mentais, tem havido um crescente comprometimento e ênfase na recuperação como a expectativa (RAPPER e PERKINS, 2003; DAVIDSON e ROE, 2007). Nos parâmetros contextuais únicos da doença mental, a recuperação pode ser definida como um processo de desenvolvimento de um novo significado e propósito autodirigidos (ANTHONY, 1993; LUNT, 2000). Nesse modelo, recuperar uma vida significativa, propositada e valorizada é mais importante do que a remoção de problemas de saúde mental. Assim, os profissionais de saúde podem colaborativamente trabalhar para apoiar os consumidores a desenvolver e melhorar sua qualidade de vida, facilitando a esperança, a oportunidade e o controle (REPPER e PERKINS, 2003).
Música, como a linguagem, é um traço humano onipresente. Como qualquer outra forma de arte, a música sempre foi vista de uma perspectiva estética e sua poder de cura foi documentado em várias tradições da música em todo o mundo (MORIN, p. 28, 1975).
Zanini (2004), afirma que no século XVII, a música torna-se recomendada pelos médicos da época. Um médico, Roberto Burton, na obra “Anatomia da melancolia” (1632) escreve sobre os efeitos terapêuticos da música em melancólicos. Brown no século seguinte, indica a música para pacientes que enfrentava problemas nervosos. No tratamento mais humanizado defendido por Pinel, afirma-se que a música era uma forma de cuidado mais humano, ele incluía a música como doce e harmoniosa.
Para Bruscia (2000), A musicoterapia é um processo sistemático de intervenção, onde o papel do terapeuta é ajudar o cliente desenvolver seu bem-estar utilizando experiências musicais e através dessa relação, produzir forças dinâmicas de mudança. Ele ainda afirma que a música, por ser envolvente, afeta muitas características do ser humano em função da grande diversidade de suas aplicações clínicas.
Segundo Sampaio (2016), já foi comprovada a eficácia terapêutica do uso dessa ferramenta para o tratamento de vários distúrbios neurológicos e psíquicos como: Depressão, Transtorno bipolar, Esquizofrenia, dentre outros. A autora ainda fala que quando associada a outros tipos de tratamento a musicoterapia é capaz de intensificar o efeito terapêutico e até mesmo melhorar a qualidade de vida do paciente.
A música proporciona sensações diversas no organismo humano, agindo de forma a melhorar a qualidade de vida. esse cuidado complementar pode ser capaz de modificar atitudes e comportamentos, estados de ânimo e, sobretudo, as relações interpessoais, contribuindo para o processo de aprendizagem e interação. (Araújo et al, 2015).
A musicalização que é um tratamento que usa a música como forma terapêutica e serve para facilitar, promover a comunicação, a relação interpessoal, a aprendizagem, mobilização, expressão e outros objetivos terapêuticos relevantes, onde o seu objetivo é alcançar as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia tem como objetivo desenvolver potenciais e restabelecer funções que o indivíduo para que ele possa alcançar uma melhor integração e consequentemente uma melhor qualidade de vida pela prevenção reabilitação ou tratamento. (REVISTA DA UBAM, 1996 Apud ZANINI, 2004).
Focando essa abordagem no meio dos transtornos mentais, a musicalização é uma abordagem terapêutica que utiliza a interação musical como meio de comunicação e expressão. Dentro da área de transtornos mentais graves, o objetivo da terapia é ajudar as pessoas a melhorar suas competências emocionais e relacionais, e abordar questões que podem não ser capazes de usar apenas palavras.
5. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
5.1 Urgência mental 
A Urgência Psiquiátrica do Hospital São José, setor que atua como receptor, estabilizador e regulador de pessoas com tratamento mental, usuários de álcool e outras drogas, para os demais serviços vinculados a rede, onde durante esse processo o usuário recebe atendimento especializado por uma equipe multiprofissional qualificada composta por Médico Psiquiátrica, Enfermeiros, Psicólogos e Assistente Social.
	A Urgência conta com uma estrutura física adequada que contém salas individualizadas para atendimentos psicológico, serviço social e psiquiátrico com regime de plantão 24 horas e/ou suporte diarista, garantindo privacidade ao paciente e/ou familiar. O Setor de observação consta de duas unidades, uma para adolescentes com 03 macas, e outra maior para adultos com 06 leitos, todos com colchonetes e lençóis descartáveis, com cadeiras de plásticos para acompanhantes e entre os dois espaços o Posto de enfermagem proporcionando suporte/atendimento imediato e farmacológico às diversas demanda que adentram na unidade, sejam elas ambulatoriais ou casos de urgências.
Embora seja um setor que apresenta uma grande rotatividade de pacientes que existe durabilidade de 24 horas de permanência para estabilização do quadro, caso contrário, o paciente é transferido para o setor de internamento, que apresenta como finalidade a continuação de pacientes em um quadro agudo para estabilização de no máximo 72 horas conforme conduta do médico. 
	Além da escuta, o tratamento multidisciplinar, tratamento farmacológico e assistência integral da enfermagem quando necessário é realizado contenção mecânica, exclusivamente com prescrição médica no prontuário e/ou ficha de atendimento. Não se pratica isolamento, encarceramento em quarto privado escuro. Diariamente, um psiquiatra assistente e um clínico geral avaliam os pacientes que estão internados. Quanto ao trabalho multidisciplinar desenvolvido nas Unidades, observação e internamento/retaguarda vale ressaltar que todos os profissionais participem dos atendimentos, acompanhamentos dos casos e de tomadas de decisões e de discussões frente ao paciente.
A entrada da Psicologia no setor da Saúde Mental não aconteceu num vazio social, mas num contexto histórico-econômico, onde foi construindo a ideia de que a atividade do psicólogo era essencial para a sociedade. Nesta perspectiva a Psicologia vem desenvolvendo ações multidirecionais no campo das Políticas Públicas, possibilitando o acesso do usuário aos sistemas de saúde e assistência social através da integração das Redes, responsáveis por tais âmbitos. 
Desta maneira, o profissional da Urgência Psiquiátrica do Hospital São José atua com intuito de socializar e contribuir para a diminuição negativa proveniente da hospitalização, desta maneira o tratamento ganha um olhar inovador onde busca por meio do lúdico desconstrói e auxilia na evolução do tratamento do mesmo. 
A partir do ano de 2008, foi reestruturado o Serviço de Psicologia no que se concerne à assistência aos usuários, visando assegurar os níveis de proteção à saúde dos mesmos e da família na perspectiva de minimizar o sofrimento psicológico ocasionado pela emergente crise, hospitalização e suas repercussões.
Atuando na área específica da saúde, colaborando para a compreensão dos processos intra e interpessoal, utilizando enfoque preventivo e/ou curativo, isoladamente ou em equipe multiprofissional. No setor estabilização os pacientes são munidos por profissionais da área da assistência social e psicologia, onde é realizado um atendimento psicossocial, como também médico psiquiátrico equipe de enfermagem 24 horas. Como forma de entretenimento o Serviço de Psicologia busca incrementar ao tratamento farmacológico aplicado e assistênciade enfermagem, incluindo as intervenções psicoterápicas, individuais e em grupo, e discussão de caso com a Equipe. 
5.2 ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NO SHR
· Desenvolver atividades visando o cuidado integral com o paciente através de estratégias substitutivas, almejando a garantia de direitos a partir da promoção de autonomia e do exercício de cidadania, buscando sua progressiva inclusão geral.
· Garantir ao usuário do serviço um tratamento digno e resolutivo durante o período de internação; 
· Acolher e orientar o paciente de acordo com suas necessidades e possibilidades; 
· Realizar escuta atenta, qualificada e acolhedora ao paciente e sua família; 
· Executar atendimentos individuais e grupos terapêuticos;
· Informar o paciente e seus familiares sobre sua condição, as atividades oferecidas no serviço e as regras específicas da enfermaria; ressaltando que elas foram criadas para proteger o paciente e possuem caráter educativo, e não punitivo. 
· Atender o grau de aceitabilidade do paciente em relação ao tratamento durante a internação e a possibilidade da continuidade do mesmo em domicílio; 
· Elaborar, junto ao paciente, o seu projeto de vida, respeitando sua singularidade; 
· Verificar em que estágio o paciente está quanto ao uso de álcool ou outras drogas, esclarecendo sobre a cronicidade da dependência química; 
· Oferecer cuidados específicos de devidos encaminhamentos aos pacientes vivendo com DST, HIV e aids;
· Desempenhar abordagem familiar, incluídos orientações sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em casa e em outros pontos de atenção ao usuário da Rede de Atenção Psicossocial; 
· Efetuar um trabalho educativo com os familiares, quanto ao acolhimento e à oferta de ajuda qualificada ao parente, colocando-se como família participativa que se propõe a colaborar para que o paciente seja tratado com respeito; 
· Manter e incentivar o diálogo multiprofissional como forma de superar as barreiras da fragmentação disciplinar; 
· Favorecer a comunicação entre os membros da equipe para uma convivência harmônica e respeitosa quanto à singularidade de cada profissional; 
· Articular contatos com a rede de atenção ao usuário de álcool e outras drogas para manter um bom fluxo e alimentação de dados.
6. METODOLOGIA
O hospital São José é responsável em atender a demanda de necessidades psicológicas e atua como urgência psiquiátrica. Nesse contexto, será desenvolvido um projeto de extensão, onde se buscará entender a subjetividade de cada sujeito a partir de uma proposta musical. O trabalho será desenvolvido a partir da realização de atividades musicais (tomar instrumentos, ouvir música e expressão corporal). 
Todos os encontros serão divididos em 3 partes, sendo elas, aquecimento, técnicas de respiração para favorecer a fluência da espontaneidade-criatividade, a dinâmica e o compartilhamento do momento.
Tais dinâmicas serão alternadas em encontros quinzenais, primeiro encontro será trabalhado a música e dança, com o propósito de trabalhar auto expressão e a expressão corporal na dança livre para o exercício da espontaneidade; segundo encontro, a junção de música e pintura, desenvolvendo a criatividade que muitas vezes está cristalizada, auxiliando na melhora e no diagnóstico; terceiro encontro, música e a aprendizagem musical, observando as habilidades cognitivas e corporais na utilização de instrumentos musicais; quarto encontro, momento de sensibilização com as reflexões das músicas; quinto encontro, música e interação social, trabalhar e reeducar a ressocialização; e o sexto encontro será o fechamento do projeto, sendo realizado uma solenidade com os internos.
7. PÚBLICO ALVO
Usuários internos e da ala de observação do Hospital São José.
8. RECURSOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Discentes do curso de Psicologia, 7º período, orientadas e acompanhadas da preceptora, de duas psicólogas residentes do Hospital São José, da assistente social, técnicos de enfermagem e enfermeiros do plantão.
Materiais de artesanato (cola branca, papel A4, tinta guache, giz de cera, massa de modelar e glitter), violão e caixa de som portátil.
9. ORÇAMENTO
	 ANEXO II 
	MATERIAIS:
	QUANTIDADE:
	VALOR UNITÁRIO: 
	VALOR TOTAL:
	CANETA
	25
	Não consta
	Não consta
	CAIXA DE SOM
	1
	Não consta
	Não consta
	CRONÔMETRO
	1
	Não consta
	Não consta
	RESMA DE PAPEL A4
	1
	Não consta
	Não consta
	GIZ DE CERA
	4
	Não consta 
	Não consta
	VIOLÃO
	1
	Não consta
	Não consta
	MASSA DE MODELAR
	4
	Não consta
	Não consta
	COLA BRANCA
	1
	Não consta
	Não consta
	TINTA GUACHÊ
	2
	Não consta
	Não consta
10. CRONOGRAMA
	11. Atividades
	Julho
	Agosto
	Setembro
	Outubro
	Novembro
	Dezembro
	
	1°q
	2°q
	1°q
	2°q
	1°q
	2°q
	1°q
	2°q
	1°q
	2°q
	1°q
	2°q
	Estudo Bibliográfico
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Realização do 1° encontro
	 x
	x 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	Realização do 2° encontro
	 
	 
	x 
	x 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	Realização do 3° encontro
	 
	 
	 
	 
	x 
	x 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Realização do 4° encontro
	 
	 
	 
	
	 
	 
	x 
	x 
	 
	 
	 
	 
	Realização do 5º encontro
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	X
	
	
	Realização do 6º encontro
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	X
	Análise dos resultados
	 
	 
	 
	 
	
	 
	 
	 
	 
	 
	x 
	x 
	Devolutiva
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 x
	x 
	Conclusão e finalização do projeto
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 x
	x 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
	
AMARANTE, P. Novos Sujeitos, Novos Direitos: O Debate em Torno da Reforma Psiquiátrica. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro,11 (3): 491-494, Jul/Sep, 1995.
AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial. Ed. Fio cruz, Rio de Janeiro, 2007.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-IV. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre : ARTMED, 2002, 4a. ed. 
ARAÚJO, H. Et al. Estratégias de cuidado desenvolvidas no CAPS infantil: concepções de familiares e Profissionais. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, vol. 7, dezembro, 2015, pp. 28-38. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
BEDIN, D. M; SCARPARO, H. B. K. Integralidade e saúde mental no SUS à luz da teoria da complexidade de Edgar Morin. Psicologia: Teoria e Prática – 2011, 13(2):195-208. 
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ANEXOS

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