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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES – UNIT/AL
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS E TEORIA DO CRIME
Profª.: Mariana Falcão
Classificação normas penais.
a) Normas penais incriminadoras.
- Entende-se por estas, como sendo aquelas que descrevem os crimes e cominam a pena.
- Ex.: art.121, caput. ; 122, 123 do CP.
b) Normas penais não incriminadoras.
- oposta a primeira.
- Divide-se em:
b.1) Permissivas (justificantes ou exculpantes)--» determinam a licitude ou a impunidade de certas condutas.
b.2) Finais / Complementares /Explicativas.--» “Esclarecem o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua aplicação”.
FUNDAMENTOS E TEORIA DO CRIME
Características das normas penais.
a) Exclusividade --» Somente a lei define crimes e comina penas.
b) Imperatividade --»Tem força coativa. Puni aquele que descumpre seu mandamento. Obrigatória sua observância. 
c) Generalidade --» válida erga omnes.
d) Abstrata / Impessoal --» não se dirige a um indivíduo. Não se elabora uma norma para punir exclusivamente uma pessoa
Normas penais em branco 
- Também denominadas cegas ou abertas.
- Entende-se por estas, como sendo aquelas normas que o preceito secundário (sanção) está determinado, mas quanto ao conteúdo, tem-se o mesmo incompleto.
- Classificação:
1) Normas penal em branco em sentido amplo / lato / homogêneas.
2) Norma penal em branco em sentido estrito/ heterogênea
LEI PENAL
Tempo do crime: O estudo do tempo do crime está ligado à aplicação da lei penal no tempo. Em relação ao tempo do crime, há três teorias:
(i) atividade; (ii) resultado; e (iii) ubiqüidade ou mista.
O tema é tratado pelo art. 4º do CP:
“Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”
O CP, portanto, adota a teoria da atividade. Considera-se praticado o crime no momento da conduta, pouco importando o momento do resultado. A teoria da atividade só tem relevância para os crimes materiais/causais/de resultado (aqueles em que o tipo penal contém conduta e resultado e exige a produção deste último para a consumação). Nos crimes formais e de mera conduta, a consumação se dá com a prática da conduta.
A primeira e mais importante consequência da teoria da atividade diz respeito à imputabilidade do agente, a qual deve ser analisada no momento da conduta.
Súmula no 711/STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
Crime permanente é aquele em que a consumação se prolonga no tempo, pela vontade do agente. O agente dolosamente mantém a situação contrária ao Direito Penal. De acordo com a Súmula no 711/STF, aplica-se para todo crime permanente a lei vigente na data de sua cessação, mesmo que seja mais grave, pois o delito também foi praticado depois da entrada em vigor da lei mais grave.
A Súmula também se aplica ao crime continuado (CP, art. 71).
Lugar do crime: Há também três teorias: (i) atividade; (ii) resultado; e (iii) ubiquidade ou mista. Esta última foi adotada pelo
art. 6º do CP: “Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”
LUTA: lugar – ubiquidade; tempo – atividade.
O fundamento da adoção da teoria da ubiqüidade é a soberania dos países afetados pelo crime. Se o crime atinge interesses de dois países, um deles não pode privar o outro do direito de processar e julgar o criminoso.
Os crimes que afetam os interesses de dois ou mais países são os chamados crimes à distância (ou de espaço máximo). São aqueles, portanto, em que a conduta e o resultado ocorrem em países diversos.Como o agente pode ser processado, julgado e cumprir penas em dois países, o CP traz regra para evitar o bis in idem (art. 8º). A pena cumprida no estrangeiro é abatida da pena a ser cumprida no país:
“Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 		idênticas.”
Crimes plurilocais (ou de espaço mínimo) são aqueles em que conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, porém dentro do mesmo país. O problema não é de soberania, e sim de competência. O tratamento do tema está contido no art. 70, caput, do CPP: “Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.”
Nos crimes plurilocais o CPP adota, como regra geral, a teoria do resultado. A competência é do local em que o crime se consumou.
Nos crimes dolosos contra a vida, quando plurilocais, a jurisprudência consagra a teoria da atividade, em razão da (i) produção de provas (as testemunhas do crime, por exemplo, encontram-se no local de sua prática); e (ii) por conta da própria razão de existir do Tribunal do Júri: a sociedade, abalada pelo crime, julga quem violou a lei penal.
Lei penal no tempo
No Direito Penal vigora o princípio da continuidade das leis: depois da sua criação, a lei permanece em vigor até ser revogada por outra lei. Em outras palavras, lei só se revoga por outra lei.
Desuso não revoga lei. O costume, por mais consolidado que seja, também não revoga lei.
Decisão judicial, ainda que proferida pelo STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade, também não revoga lei. Somente retira a sua eficácia.
Conflito de leis penais no tempo: Direito Penal intertemporal
O conflito ocorre quando uma nova lei penal entra em vigor, revogando a anterior. A revogação pode ser total (absoluta – ab-rogação) ou parcial (derrogação).
Direito Penal intertemporal é o conjunto de normas que solucionam o conflito de leis penais no tempo. No direito intertemporal há uma regra geral: tempus regit actum. 
Aplica-se a lei penal que estava em vigor na data em que o fato foi praticado. Por outro lado, há exceções, que dizem respeito à lei penal 	benéfica.
Lei penal benéfica: retroatividade e ultratividade
A lei penal benéfica é um direito fundamental do ser humano, previsto na própria Constituição: a lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL).
A retroatividade é a aplicação da lei penal para fatos passados.
A ultratividade é a aplicação da lei penal benéfica para o futuro. Ou seja, a lei continua aplicável, mesmo depois de revogada (caso o fato tenha sido praticado enquanto estava em vigor).
A lei penal benéfica pode se manifestar em duas situações:
a) Abolitio criminis: “Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.”
b) Novatio legis in mellius (ou Lex Mitior)
CP, art. 2º, parágrafo único: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”
* Combinação de leis penais (Lex Tertia ou lei híbrida)
Para favorecer o réu, o juiz pode utilizar parte da lei nova e parte da lei antiga?
No plano histórico, formaram-se duas posições: a primeira posição, capitaneada por Nelson Hungria, não admitia a combinação de leis penais, por entender que a combinação violaria o princípio constitucional da separação dos Poderes. Segundo este entendimento, o Juiz estaria exercendo a função de legislador do caso concreto. Em Portugal, esta posição é denominada de teoria da ponderação unitária (ou global). A segunda posição, defendida por José Frederico Marques, defende a possibilidade da combinação de leis penais: o Juiz, ao combinar leis penais, está apenas transitando dentro de limites previamente definidos pelo legislador. No Direito comparado, esta teoria é denominada de teoria da ponderação diferenciada: o juiz pode aplicar parte da lei nova e parte da lei anterior.
Historicamente o STF sempre se posicionou pela primeira teoria. Atualmente, o Plenário do STF (RE no 600.817 – Informativono 727) não admite a combinação de leis penais. O argumento central é o princípio da separação dos Poderes.
O STJ sumulou a matéria (Súmula no 501): não admite a combinação de leis penais.
“É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis”.
O art. 2º, § 2º, do CPM, trata expressamente do tema:
“Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.”
Lei temporária e lei excepcional
Art. 3º do CP: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.”
Lei temporária é aquela que tem seu prazo de vigência previamente definido no tempo. Um exemplo recente é a Lei da Copa (Lei no 12.663/2012, art. 36): “Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de 2014.”
Lei excepcional é aquela que vigora somente em uma situação de anormalidade.
A lei temporária e a lei excepcional têm duas características fundamentais:
I) São auto-revogáveis: exceção ao princípio da continuidade das leis. Findo o prazo de validade ou o período de anormalidade (na lei excepcional), elas estarão automaticamente revogadas.
II) Ultratividade: a lei temporária e a lei excepcional gozam de ultratividade, ou seja, continuam aplicáveis mesmo depois de revogadas, se o fato foi praticado quando estava em vigor. O objetivo é evitar que manobras protelatórias (ou que a morosidade processual ou investigatória) levem à impunidade do fato.
Lei penal em branco e o conflito de leis no tempo
A alteração do complemento produz algum efeito na norma penal em branco? A questão diz respeito à natureza do complemento. Deve-se analisar se aquele complemento foi criado em uma situação de normalidade ou de anormalidade/excepcionalidade.
Quando o complemento for criado em uma situação de normalidade, ele não tem ultratividade. Nos casos de anormalidade/excepcionalidade, o complemento se revestirá de ultratividade, continuando aplicável mesmo depois de revogado, se o fato foi praticado quando estava em vigor.
* Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
* Ainda que se trate de tentativa delituosa, considera-se lugar do crime não só aquele onde o agente tiver praticado atos executórios, mas também aquele onde deveria produzir-se o resultado.
* No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

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