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DIREITO PENAL – SISTEMA CARCERÁRIO (PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS À PRISÃO) SABER 
DIREITO – prof Geder Gomes 
AULA 01: SISTEMA CARCERÁRIO NACIONAL 
Comparação entre a pena privativa de liberdade e as medidas alternativas. É importante fazer 
reflexão acerca da punição, a qual não tem viés científico, nem biológico, mas sim, construção 
antropológica, pois o homem é quem decidiu que punindo estará melhorando seu semelhante. 
Sistema de alteridade, somente quando a punição se vira contra nós mesmos é que damos conta 
de que poderá não ser o sistema mais adequado. 
1. Corpo do delinqüente: a evolução da humanidade se dá também quanto à evolução da 
punição, as quais são conhecidas ao longo da história, sempre com idéia de suplício. 
Quanto mais se dá a punição sob o corpo do infrator, mais esse se dá conta do caráter 
ilícito de seu ato. No entanto, se percebe ao longo da discussão que a relação entre 
maximização do castigo e a diminuição do crime não tem relação! Dentro desse ínterim, 
chegamos a um determinado momento onde a prisão se estabelece como castigo (sec 
XVI, e ampliação sec XVII, atingindo seu apogeu no sec XIX), no início era uma antefase 
às penas corporais, tendo origem nas casas de correções na Europa. 
 
2. Prisão: Foi na Holanda, sec XVI, é que a prisão adquire contornos parecidos com os de 
hoje. Mas inicialmente e de uma forma geral, a prisão tem resquícios do sistema 
corporal, onde a pena recai sobre o corpo do infrator. Mas já há uma prisão com outras 
características, as quais parecem uma forma mágica para conter a criminalidade, pois 
no sec XVIII havia a seara dos direitos fundamentais (Voltair, BEccaria, etc), cuja palavra 
de ordem era a humanização do sistema prisional, democrática, onde todos os homens 
são livres, sendo a prisão uma exceção (pena democrática e igualitária), com idéia 
mínima de dignidade, passando a substituir as penas horrendas e cruéis, as quais 
violavam a dignidade da pessoa humana. No entanto, a prisão democrática, no que toca 
a sua execução demonstrava o contrário. No Brasil, fazendo um corte, a situação da 
prisão atualmente, vem ganhando contornos dramáticos. Logo após a CF/88, ao invés 
dos ares democráticos e progressistas que eram esperados dentro do sistema penal, 
ocorre a chamada década do terror ou legislação do pânico, tendo por fundo o 
seqüestro do empresário Abílio Diniz, concomitante à criação da Lei Federal N° 8072/90, 
a Lei dos Crimes Hediondos, os quais inauguraram uma série de leis; logo em seguida, 
houve o assassinato da Daniela Perez; o massacre de Diadema, etc, os quais produziram 
legislação que se preocupava com a maximização do direito penal, minimizando os 
direitos fundamentais do infrator, e criando uma dicotomia, um conflito entre a defesa 
da sociedade/social e a preservação dos interesses/garantias fundamentais do infrator. 
Assim, surge o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado - solitária), o qual acaba sendo uma 
prisão dentro da própria prisão, um paradoxo total. Adiante, há o papel de parcela da 
imprensa (prof diz que não é corresponsável), a qual, ao invés de noticiar o crime, faz 
verdadeira apologia à cena criminosa. A exibição de uma considerável quantidade de 
crimes na TV faz focar em cima de crimes considerados graves, os quais aterrorizam a 
população (homicídios, latrocínios, etc), enquanto que crimes pequenos tinham um 
percentual mínimo, e tais crimes correspondiam a 1,7% dos casos graves. Assim, a mídia

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