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Contabilidade Unidade de aprendizagem 11 Apresentação O desejo do investidor é conhecer a situação econômica e financeira da empresa em que realiza seus investimentos e, mesmo nas empresas que desejam investir, pois, o investidor espera alavancar sua riqueza e Ao final da aula o aluno deverá conhecer e compreender os conceitos da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Aplicar os conceitos da DMPL. Utilizar a DMPL como uma ferramenta de auxílio à gestão. ampliar sua estrutura patrimonial. A Contabilidade é responsável em gerar as informações fidedignas que permitirá ao gestor tomar as decisões assertivas para o resultado positivo da empresa, ou seja, o Lucro. Nas aulas anteriores você aprendeu os conceitos de Balanço Patrimonial e da Demonstração dos Resultados do Exercício. Nesta aula vamos aprender acerca de uma demonstração muito importante, que nos ajudará a compreender as mutações no Patrimônio Líquido da empresa. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) vai nos mostrar como os proprietários estão destinando o Lucro Contábil. Além, de revelar todas as alterações no Patrimônio Líquido, por exemplo: aumento de Capital, Reservas, o fluxo de dividendos e outras alterações. É muito importante compreender estas mutações do Patrimônio Líquido para entender como a empresa está preservando o seu Capital Social e suas Reservas de Lucro. Esta Demonstração é exigida por Lei para as empresas S/As. Prontos para começar? Então, vamos lá! 3 Para começar .... A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidência as movimentações das contas do Patrimônio Líquido e inclusive as contas de reservas originadas por Lucro. A Comissão de Valores Mobiliários exige que a DMPL no caso das companhias abertas, sejam publicadas. Quando a empresa elabora a DMPL ela não é obrigada a publicar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), pois, a DMPL já contempla a DLPA. Fundamentos A DMPL vai evidenciar toda a movimentação ocorrida nos elementos constituintes do Patrimônio Líquido, ou seja, elementos de acréscimos e diminuições do Patrimônio Líquido. Além de revelar a formação e utilização das Reservas de Lucros. Apesar de a DMPL não ser obrigatória para todas as empresas é de suma importância para a compreensão das ocorrências nas contas do Patrimônio Líquido e poderá ser elaborada por todas as empresas, pois, ajuda ao gestor a perceber o que afetou, por exemplo, a variação no Capital Social da empresa e as destinações do Lucro do exercício. A técnica da elaboração desta demonstração é de certa forma simples, pois, mostra uma coluna para cada conta do Patrimônio Líquido de forma que evidencie cada grupo a que pertence às contas. Observe o Quadro 1. Eventos Capi tal Social Reserva de Capital Reserva de Lucro Lucro ou Prejuí zo acumu lado T o t a l Ágio na emis são de ações Outras Reservas de Capital Legal Esta tutá ria Con tigê ncia Orça mentá ria Lucros a realizar Saldo em 31/12/X0 - - - - - - - - - - (+ou-) Ajustes do exercício - - - - - - - - - - Aumento de capital - - - - - - - - - - Reversões de reservas - - - - - - - - - - Lucro Líquido do exercício - - - - - - - - - - Reservas Legal - - - - - - - - - - Reserva Estatutária - - - - - - - - - - Reserva Orçamentári a - - - - - - - - - - Reservas para Contingência s - - - - - - - - - - Reservas de Lucros a realizar - - - - - - - - - - Dividendos - - - - - - - - - - Saldos em 31.12.X1 - - - - - - - - - - Quadro 1 – Modelo de DMPL Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion, 2009. (Observação: nas linhas iremos indicar as ocorrências). 5 O Patrimônio Líquido pode ser alterado devido às operações patrimoniais, veja o Quadro 2 – Contas que afetam o Patrimônio Líquido. Aumenta Diminui Lucro Líquido do exercício. Prejuízo Líquido do exercício. Doações e subvenções para investimentos recebidos. Dividendos. Integralização do Capital. Redução por ações próprias adquiridas. Acréscimo pela venda de ações. Diminuição por ajustes de exercícios anteriores. Acréscimo por ajuste de exercícios anteriores. - Recebimento de valores que excedam o valor nominal das ações subscritas e integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal. - Quadro 2 – Contas que afetam o Patrimônio Líquido. Fonte: Adaptado de Limeira et. al, 2011. Existem algumas operações que não vão afetar o Patrimônio Líquido, por exemplo: aumento de capital usando a reserva de lucro, apropriação do lucro líquido do exercício reduzindo a conta de Lucro ou Prejuízo acumulado para se formar reservas, como: legais, reservas de lucros a realizar, contingências e compensações de prejuízos com reservas. Vejamos um exemplo, admita que a empresa “Alfa” tem um Capital em 31.12.X0 de R$ 100.000,00 e que no decorrer do exercício teve um aumento de R$ 30.000,00 de Reserva de Lucros. Sendo que para a Reserva Lucro o saldo inicial era de R$ 35.000,00, observação neste exemplo não ocorreu aumento na diminuição da Reserva de Lucros é apenas ilustrativo. Veja o exemplo no Quadro 3. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Empresa Alfa Movimentações Capital Realizado - - - Reserva de Lucro - - Total Saldo em 31.12.X0 100.000 - - - 35.000 - - 135.000 Aumento de Capital 30.000 - - - (30.000) 0 Saldo em 31.12.X1 130.000 - - - 5.000 - - 135.000 Quadro 3 – Exemplo empresa “Alfa”. Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion, 2009. Observe que o Capital teve uma adição (aumentou) e a Reserva de Lucros uma subtração (diminuiu), mas, o saldo não teve alteração. Glossário: Reserva de Lucros = tem a finalidade de assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízo ou aumentar capital. Para tanto, serão aplicados 5% na constituição da reserva legal, que não poderá exceder 20% do Capital Social (isto ocorrerá antes de qualquer outra destinação), conforme a legislação vigente das S/As. Reserva Legal = aplica-se 5% do Lucro Líquido do Exercício na 7 constituição dessa Reserva, que não poderá exceder 20% do Capital Social. Objetiva-se com essa Reserva assegurar a integridade do Capital Social. Somente é permitido o uso da Reserva Legal para compensar prejuízo ou aumentar o Capital (Lei das S./As). Reserva estatutária = a empresa poderá criar esta reserva por meio de seu estatuto desde que, deixe muito bem indicado qual a sua finalidade, determine os critérios e parcela anual dos Lucros Líquidos que serão destinados a esta reserva. Reserva para Contingência = a empresa poderá determinar que parte do Lucro Líquido, compensará, em exercícios futuros, a diminuição do lucro derivado da probabilidade de perdas. Isso é uma forma de se prevenir financeiramente para preservar a integridade do Capital Social. Reserva Orçamentária = a empresa poderá por meio de assembleia geral determinar que um percentual do Lucro Líquido seja reservado para a aplicação em expansão e inovação. Desde que, tenha um planejamento onde demonstre todas as fontes de recursos e aplicação do Capital, seja fixo ou circulante, esse planejamento poderá ter a duração de 5 anos, salvo em caso de execução, por prazo maior de projeto de investimento, conforme a legislação vigente da S/A. Reserva de lucros a realizar = pode acontecer de parte do lucro não ter ocorrido financeiramente ainda e será realizado no futuro, por exemplo: quando uma empresa que tem participação em outra e a investida gerou um lucro, mas, ainda a investidora não recebeu em espécie (dinheiro), neste caso o lucro foi reconhecido mas, ainda não teve a entrada do dinheiro. Outro exemplo a destacar: quando a empresa tem lucro, cujo prazo de realizaçãofinanceira vai ocorrer após o término do exercício social seguinte, como o caso dos Títulos a receber no longo prazo (por vendas). Dividendos = parcela do Lucro que se destina aos acionistas. E agora José? Agora que já sabemos o que é o DMPL precisamos aplicar, na próxima aula vamos ver alguns exemplos práticos. Atividades Realize a atividade proposta na sua unidade de aula 11. Referências: IUDÍCIBUS, A.; MARION, J. C. Curso de Contabilidade Para não Contadores. Para as Áreas de Administração, Economia, Direito e Engenharia. 6 Edição. Atualizada de acordo com a Lei número 11.638/07, MP número 449/08 e Lei número 11.941/09. Atlas. São Paulo, 2009, pag. 531. 9 LIMEIRA, A. L. F.; SILVA, C. A. S.; VIEIRA, C.; SILVA, R. N. S. Contabilidade para executivos. 9 Edição. Editora FGV, 2011, pag. 124. MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 16 Edição. Editora Atlas. São Paulo, 2012, pag. 271.
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