Buscar

TÊNIS DE MESA COMO INSTRUMENTO EXPERIMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PSICOMOTORAS DOS INDIVÍDUOS COM TEA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

14
TÊNIS DE MESA COMO INSTRUMENTO EXPERIMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PSICOMOTORAS DOS INDIVÍDUOS COM TEA DA ASSOCIAÇÃO PESTALOZZI DE SANTA TERESA –ES “CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO MANOEL VALENTIM”
Karina Tófano Côgo[footnoteRef:1] [1: Acadêmica de Licenciatura em Educação Física ] 
Marjory Ferreira de Souza Povegliano[footnoteRef:2] [2: Acadêmica de Licenciatura em Educação Física] 
Melissa Fiorotti Daleprane[footnoteRef:3] [3: Acadêmica de Licenciatura em Educação Física] 
Gisele Rosa Felipe[footnoteRef:4] [4: Professora Orientadora] 
Escola Superior São Francisco de Assis - ESFA 
RESUMO 
O autismo é um transtorno de origem ainda desconhecida que geralmente tem suas características apresentadas na infância e que acomete milhões de indivíduos, afetando significativamente os aspectos do desenvolvimento motor e social. Isto posto, utilizamos a metodologia experimental onde usamos a prática do tênis de mesa para a melhoria de tais aspectos. Essa pesquisa teve como objetivo geral empregar e analisar o tênis de mesa como recurso metodológico para o desenvolvimento das habilidades psicomotoras dos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista. Nosso estudo teve uma abordagem qualitativa, já que seu propósito não foi avaliar quantidade como resultado, mas sim, compreender os comportamentos das amostras com o aprendizado do tênis de mesa. Os resultados encontrados sinalizam que apesar dos diferentes níveis de severidade do transtorno, o esporte se utilizado de forma sistematizada pode contribuir na melhoria dos aspectos motores e sociais, já que os estímulos proporcionados pela prática da Educação Física potencializam o desenvolvimento integral dos sujeitos.
Palavras chaves: Transtorno do Espectro Autista, Educação Física, Tênis de Mesa
ABSTRACT
Autism is a disorder that its origin is still unknown, its characteristics often appear in childhood and rushing millions of people, affecting motor and social development. That said, we used the experimental methodology which we used table tennis practice to improve such aspects. This research had as general objective use and analyze table tennis as a methodological resource to develop individual’s psychomotor skills with Autistic Spectrum Disorder. Our study had a qualitative approach, as its purpose wasn’t to assess quantity as a result, but understand the behavior of samples with table tennis learning. The results show despite of different levels of disorder severity, if the sport is used in a systematic way, it can contribute in improvement of motor and social aspects, since the provided stimuli by the practice of Physical Education enhance the integral development of the subjects. 
Key words: Autistic Spectrum Disorder, Physical Education, Table Tennis
0. INTRODUÇÃO
É de direito constitucional que a igualdade, educação, segurança, bem-estar e a justiça, bem como a saúde, lazer e esportes, sejam iguais para todos, porém este nem sempre é garantido ou acessível para as pessoas. Neste contexto os indivíduos com deficiência muitas vezes são excluídas e outras vezes lhe são negadas as oportunidades de acesso aos mesmos. É evidente que existam leis, decretos que garantam os direitos dos indivíduos, como podemos ver na lei promulgada na Constituição de 1988 no artigo 6º:
Art.6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Assim como os direitos sociais são garantidos conforme a Constituição Federal Brasileira de 1988, ela tem o dever de garantir o direito e o acesso a todos os brasileiros as práticas desportivas, como sendo também uma das bases para a formação integral do homem, assim como sua inclusão e socialização, dizendo que:
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
Podemos observar que o esporte assim como outros direitos sociais devem ser garantidos a todos independente das subjetividades e que o desporto não deve ser uma prática exclusivamente esportiva, mas também entendida como lazer, atividades recreativas e de divertimento, em que a fundamentação do artigo 6 º é consolidada no artigo 217 º, onde a leis se completam como uma forma de garantir a formação integral dos indivíduos, e que estas práticas esportivas tornam-se sociais e de inclusão. 
Isto posto, percebemos que ainda existem várias barreiras e estudos sobre o acesso a esses direitos, principalmente o acesso para pessoas com deficiência e que a inclusão das mesmas ainda requer um olhar atencioso. Nestas inclusões podemos destacar as pessoas com Transtorno do Espectro Autista, que é citado pelo estudo de Lemos et.al (2014) dizendo que apesar da divulgação do assunto mesmo de uma forma um pouco restrita, deve-se conhecer e procurar entender o transtorno na íntegra e tudo o que ele envolve. 
Entende-se por Transtorno do Espectro Autista (TEA) segundo as concepções de Soares, Cavalcante Neto (2014) aquele cujo o diagnóstico acusa o comprometimento no neurodesenvolvimento do indivíduo, causando problemas no funcionamento do cérebro da criança, comprometendo assim seu desenvolvimento psicomotor, atraso de fala e interação social.
A Educação Física neste cenário ocupa um papel fundamental, que além de ser garantida por lei, ela é um veículo para estas práticas desportivas, em que se evidencia seus inúmeros benefícios, como os aspectos psicomotores, sociais, de integração e inclusão. Como sabemos há uma vasta gama de conteúdos a serem explorados nesta área e inúmeras metodologias que podemos desenvolver para o aprendizado destas práticas. Sabe-se que os estímulos através dos movimentos corporais são de suma importância para o desenvolvimento e a preservação da vida humana, por isso destacamos que a intervenção da Educação Física com estes indivíduos possibilita a melhoria dos aspectos da psicomotricidade, de inclusão e integração ao meio social, contribuindo também para a criatividade, autonomia, permitindo que a criança tenha um desenvolvimento integral.
 
As práticas corporais nos asseguram o máximo de informações, conceitos, ideais e benefícios que potencializam tanto o corpo quanto os aspectos psicológicos, entre estas práticas destacamos o Tênis de Mesa como recurso metodológico que utilizamos como desporto experimental para esta pesquisa, que é uma modalidade esportiva olímpica e paralímpica que contém regras, estilos e técnicas específicas. Também é conhecido como “ping-pong” (termo usado para fins recreativos). É praticado em ambientes fechados e o número de jogadores pode ser de dois (disputa individual) até quatro pessoas (disputa de duplas). Segundo Martins e Camargo (1999, apud Trsic et al 2008, p. 304):
... sua prática proporciona diversos benefícios, tais como: agilidade, percepção, equilíbrio, lateralidade, tomada de decisão rápida, melhora no condicionamento físico, concentração, raciocínio, bem-estar físico e mental, desenvolvimentocoordenativo, reflexo, associação visual motora, motivação e socialização. 
Entendendo os benefícios que as práticas não esportivas e esportivas trazem, tentamos compreender como utilizar o Tênis de Mesa nas atividades de Educação Física, para potencializar os aspectos psicomotores e sociais nos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista na Associação Pestalozzi de Santa Teresa – “Centro de Atendimento Educacional Especializado Manoel Valentim”. Isto posto, tivemos como objetivo geral empregar e analisar o tênis de mesa como recurso metodológico para estes indivíduos, e como objetivos específicos empregar metodologias de aprendizagem dessa modalidade para indivíduos com TEA; intervir com o esporte a fim de contribuir para a estimulação dos aspectos psicomotores e sociais dos indivíduos com TEA da Associação Pestalozzi de Santa Teresa – “Centro de Atendimento Educacional Especializado Manoel Valentim” e analisar os resultados obtidos através das metodologias aplicadas nas intervenções e por meio de testes.
Durante a disciplina de Educação Física adaptada[footnoteRef:5], especificamente na apresentação de um seminário e em contato com outros projetos envolvendo o tema, surgiu interesse por parte das integrantes do grupo em aprofundar o conhecimento em relação ao público autista. O que parecia ser algo tão distante da nossa realidade, na verdade é mais comum do que pensávamos, criando assim uma afinidade com o tema. Além disso a escolha do Tênis de Mesa como recurso metodológico foi devido a uma integrante[footnoteRef:6] do grupo ser atleta da modalidade, despertando a vontade de todos em trabalhar com esse esporte. [5: Educação Física adaptada é uma disciplina presente no quinto período da grade curricular do curso de Educação Física da Escola Superior São Francisco de Assis que objetiva conhecer as questões sócio-histórico-culturais das pessoas com deficiência na sociedade, seus processos pedagógicos, com suas diferentes concepções teóricas, visando ao desenvolvimento de competências e habilidades que possibilite condições para elaborar conteúdos, estratégias interventivas, técnicas de ensino, materiais auxiliares (seu uso e construção), avaliação do processo ensino-aprendizagem e melhoria da qualidade de vida.
] [6: Melissa Fiorotti Daleprane é mesatenista desde 2013. Participou de etapas brasileiras dos Jogos Escolares, representando o Espírito Santo, e por três anos seguidos vem participando de etapas brasileiras do Jogos Universitários, também representando o Espírito Santo e a Faculdade ESFA. Conseguiu a quarta colocação a nível nacional no ano de 2018. Todos os meses, participa de campeonatos realizados pela Federação Espírito Santense (FESTEME), disputando com atletas do estado do Espírito Santo. 
] 
Realizamos esta pesquisa acadêmica pelo fato de serem encontrados poucos estudos sobre a prática deste esporte para os indivíduos com TEA. Sabemos que as práticas esportivas proporcionam inúmeros benefícios tais como: agilidade, percepção, equilíbrio, lateralidade, melhora no desenvolvimento coordenativo, na concentração, na criatividade, na motivação e socialização, aspectos estes são de extrema relevância para os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, pois segundo Camargo e Martins (1999): “quanto mais esportes e experiências diferentes as crianças vivenciarem, mais habilidades as crianças terão, pelo fato delas receberem um maior números de informações, melhorando assim suas condições psicomotoras...” 
 
5. METODOLOGIA
A pesquisa desenvolvida teve uma abordagem qualitativa, já que seu propósito não foi avaliar quantidade como resultado, mas sim, compreender um determinado fenômeno, neste caso a utilização do Tênis de Mesa, em um contexto social específico: os alunos com Transtorno do Espectro Autista da Pestalozzi de Santa Teresa. Goldenberg (1997, p. 34) afirma que este tipo de pesquisa “[....] não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc.” Também foi quantitativa pois segundo Duarte (2016) “se traduz por tudo aquilo que pode ser quantificável”, aqui identificamos os resultados numéricos dos testes que realizamos.
Quanto aos objetivos, caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, de acordo com Gil (2010, p. 27) este tipo tem como propósito a descrição das características de determinada população e explicativa, pois tem como propósito identificar fatores que determinam ou contribuem para aquele fenômeno, porque queríamos compreender o processo de aprendizado desta população e o que pôde ser potencializado após nossas testagens.
Quanto à finalidade da pesquisa ela teve desenvolvimento experimental, pois segundo Gil (2010, p. 27) a finalidade consiste em um trabalho sistemático, que utiliza conhecimentos derivados da experiência prática, podendo ser influenciadas com variáveis e modificar o fenômeno da amostragem, neste caso utilizamos o conhecimento de uma atleta de tênis de mesa, pois entendemos que isto pôde ser classificado como uma variável. Utilizamos a metodologia de Camargo e Martins (1999), que dividem o ensino da modalidade em estágios e aspectos fundamentais para o desenvolvimento motor e a importância dos mesmos para o aprendizado do esporte. Essas metodologias serviram como variáveis, para que os estímulos mudassem o comportamento dos sujeitos pesquisados. 
O método que utilizamos foi a pesquisa experimental, que conforme Gil (2010, p. 32) este tipo de pesquisa consiste essencialmente em determinar um objeto de estudos, escolher as variáveis que irão influenciar o mesmo, neste caso foram as metodologias descritas para a prática do esporte.
A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante, que segundo Zanelli (2002, p. 83): “uma observação atenta dos detalhes põe o pesquisador dentro do cenário, para que possa compreender a complexidade dos ambientes psicossociais, ao mesmo tempo em que lhe permite uma interlocução mais competente.” Nossos registros começaram a partir das intervenções que foram iniciadas com os testes (descritos em anexo), sendo um de agilidade, um de precisão e o outro de coordenação motora. Intervenções essas descritas na análise de dados. Tivemos um diário de campo[footnoteRef:7] para os respectivos registros e observações. Nossa intenção foi verificar se os estímulos empregados modificaram características específicas deste grupo de amostra, e com isso dar veracidade ao nosso objetivo. [7: Diário de campo: [...], o diário tem sido empregado como modo de apresentação, descrição e ordenação das vivências e narrativas dos sujeitos do estudo e como um esforço para compreendê-las. [...]. O diário também é utilizado para retratar os procedimentos de análise do material empírico, as reflexões dos pesquisadores e as decisões na condução da pesquisa; portanto ele evidencia os acontecimentos em pesquisa do delineamento inicial de cada estudo ao seu término. (ARAÚJO et al., 2013, p. 54)] 
A discussão de dados foi realizada por meio da análise de conteúdo que segundo Bardin (1977 apud CAMPOS, 2004) é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, ou seja, o conteúdo de uma comunicação, não restrito a fala é muito valioso permitindo a nós pesquisadoras qualitativas uma variedade de interpretações que organizamos de maneira técnica sem nos perdermos em criatividade e capacidade intuitiva levando em consideração o contexto onde a pesquisa fora desenvolvida.
6. REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
A história do Transtorno do Espectro Autista ou autismo segundo Lopes (2016), foi iniciada com os descobrimentos do médico psiquiatra austríaco Leo Kanner em 1943, que diagnosticou em um de seus pacientes, as primeiras características sobre o autismo, como isolamento, obsessividades, estereotipias, ecolalia entre outros. Paralelamente, em 1944, o psiquiatra também austríaco Hans Asperger descreveu esta condição como um distúrbiode personalidade, ficando assim conhecida como Síndrome de Asperger. 
No entanto, de acordo com o American Psychiatric Association (2013) “o autismo é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento acentuadamente anormal e prejudicado nas intervenções sociais, nas modalidades de comunicação e no comportamento”. 
Além destas características o transtorno possui níveis de severidade e conforme explica Bruna (2014) a denominação “espectro” é devido às intensidades ou amplitudes que podem afetar um indivíduo com este transtorno. E conforme o DSM-5 (2013, p. 52) o divide em três níveis de severidade, segue abaixo a descrição dos comportamentos restritos e repetitivos: 
	Nível 3
	 Inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/ repetitivos interferem acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. Grande sofrimento/ dificuldade para mudar o foco ou as ações.
	Nível 2
	Inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/ repetitivos aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao observador casual e interferem no funcionamento em uma variedade de contexto. Sofrimento e/ ou dificuldade de mudar o foco ou as ações.
	Nível 1
	Inflexibilidade de comportamento causa interferências significativas no funcionamento em um ou mais contextos. Dificuldade em trocar de atividade. Problemas para organização e planejamento são obstáculos à independência.
 Fonte: Elaborada pelas autoras com base no DSM-5 (2013, p. 52).
 Deste modo o Transtorno do Espectro Autista também pode ser classificado como um transtorno ou distúrbio do neurodesenvolvimento, ou seja, afeta tanto o sistema nervoso como também a parte do desenvolvimento motor dos indivíduos e que segundo Ferreira, Oliveira (2016) “suas manifestações clínicas podem ser percebidas muito precocemente tornando-se evidentes, na grande maioria dos casos, antes dos dois anos de idade”, o que pode ser o motivo do índice dos indivíduos com o transtorno ter crescido ao longo dos anos e segundo os dados estatísticos do Centro dos EUA de controle e Prevenção de Doenças – CDC (2013) enquanto em 1980 a cada dez mil indivíduos um poderia ter o transtorno, em 2013 esse número passa a ser um em cada cinquenta indivíduo.
Como podemos ver o avanço do TEA cresceu significativamente não apenas nos EUA, mas percebemos também que a partir dos estudos de Orrú (2009) no Brasil, pode ter de 65 e 195 mil indivíduos com esta síndrome e que segundo Silva, Gaiato, Reveles (2012) embasados pelos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma em seu estudo que 70 milhões de pessoas no planeta possuem aspectos autistas. Estes dados nos mostram que devemos estar cada vez mais qualificados e preparados para lidarmos com este público, e intervir com medidas educativas que efetivem o ensino aprendizado dos mesmos. 
0. LEIS/DIREITOS E EDUCAÇÃO FÍSICA
Como vimos a educação é um direito humano universal de qualquer cidadão, Castilho (2009), em seu artigo cita que a diferenciação e a inclusão são fatores que nos norteiam a décadas, desde a nossas “construções sociais”, e que o direito humano a educação é consolidada como tal na Declaração Universal de Direitos Humanos desde 1948, art. 26, e no Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais – PIDESC, 1996. Conforme Lopes, (2016, p. 146), existem leis instituídas no Brasil como a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA que reforçam e caracterizam estes indivíduos com essa síndrome, como por exemplo a Lei nº 12.764/2012 que em seu artigo caracteriza estes indivíduos como:
I – Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação social, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social, ausência de reciprocidade social, falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
II – Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamentos ritualizados; interesses restritos e fixos; 
Além de outras leis universais assim como a declaração de Salamanca (1994) decretaram em documento oficial as "Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências" que garantem a educação entre outros direitos a estes indivíduos que são diagnosticadas nestas características:
 • toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; 
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
Ressaltamos que a equalização dos indivíduos passa a ser de responsabilidade de todos os profissionais da área da educação. Nós profissionais de Educação Física, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do comportamento psicomotor, tivemos a disciplina de fisiologia do exercício[footnoteRef:8] onde nos deparamos com o conceito de “neuroplasticidade”, era algo novo, desconhecido, porém hoje devido nosso entendimento e amadurecimento compreendemos o que este conceito significa e devemos lembrar como esta habilidade pode contribuir e qual sua importância para este cenário de pesquisa, segundo Filippo et. al (2015) “ a plasticidade neural pode ser considerada a habilidade do cérebro em recuperar uma função através de proliferação neural, migração e interações sinápticas”, sendo estes indivíduos estimulados através de práticas corporais. Ao fazermos uma frequência de estímulos, estamos aumentando as conexões neurais e assim estimulando nossos sentidos para um padrão de movimento adequado, onde nossas funções metabólicas e físicas começam a ser impulsionadas a trabalharem de forma correta, e com isso os demais aspectos psicomotores começam a aflorar, passando o aprendizado a ter sentido e significado para os indivíduos. [8: Fisiologia do exercício é uma disciplina presente no terceiro período de Educação Física da Escola Superior São Francisco de Assis que objetiva compreender as respostas fisiológicas agudas e crônicas intervenientes da prática do exercício físico, identificando como os sistemas orgânicos trabalham de forma integrada e regulada na manutenção da homeostase corporal e na melhoria do condicionamento físico.] 
Baseado nestas considerações e aprendizados das próprias disciplinas ofertadas pelo nosso curso, resolvemos desenvolver como fatores estimulantes o Tênis de mesa, para este público que pesquisamos. 
Entendemos então que a Educação Física e suas diversas vertentes são capazes de mudar, influenciar e potencializar os parâmetros entre o desenvolvimento motor e cognitivo, pois segundo Rosa Neto et al (2013, p. 111). “as capacidades motoras são componentes básicos para a leitura e a escrita, assim como as simples tarefas do dia a dia” 
Compreendendo esta farta estimulação motora e cognitiva, utilizamos este esporte como temática e prática para nossas intervenções.
0. TÊNIS DE MESA
O Tênis de Mesa é uma modalidade esportiva que teve seu início na Inglaterra no século XIX e sua chegada ao Brasil foi por volta de 1905, na cidade de São Paulo, segundo Ghizi (2002). Também é conhecido como “ping-pong” (termo usado devido ao barulho que a bolinha faz ao bater na mesa), porém essa denominação é usada para fins de recreação. Já o Tênis de Mesa é compreendido como esporte olímpico e paraolímpico que possui estilos, padrões, regras e principalmente técnicas. É praticado em ambientes fechados e o número de jogadores pode ser de dois (disputa individual) até quatro pessoas (disputa de duplas). Segundo Wargas (2002, p. 07) “os primeiros registros do Tênis de Mesa revelam um jogo rude iniciado por estudantes universitários com livros dispostos no lugar de uma rede. Raquetes podiam ser de madeira, papelão ou tripaanimal, e as bolas de cortiça ou borracha”. Seu principal objetivo é conseguir pontos, através de rebatidas que são realizadas com auxílio de raquetes e uma bola leve e pequena em direção à mesa do adversário, de forma que o mesmo, não seja capaz de rebatê-la novamente (MARINOVIC; IIZUKA; NAGAOKA, 2006, apud BERNARDINO, 2018). Os materiais utilizados atualmente para a prática da modalidade são: raquete (borracha com cores diferentes de cada lado, podem ser vermelha e preta, a superfície pode ser lisa e os pinos para dentro ou com os pinos para fora), bolinha (é esférica, cor branca ou laranja e é feita com material plástico), mesa (cor escura e fosca e o material pode ser qualquer um), rede (183 cm de comprimento e 15,25 cm de altura) e a vestimenta dos jogadores (camisa, shorts ou saia. A cor da camisa não pode ser da mesma cor da bolinha utilizada no jogo, exceto as mangas). 
Segundo Ghizi (2002 apud OLIVEIRA, 2012) com o passar dos anos, os materiais utilizados nos jogos de Tênis de Mesa foram sofrendo modificações, fazendo com que os jogos tivessem maior dinamicidade. Essas mudanças fizeram com que o Tênis de Mesa se tornasse o segundo esporte de raquete mais rápido do mundo, com uma velocidade máxima de 160 km/h e 90 giros por segundo, ficando atrás apenas do badminton [...] 
Existem três formas de pegada na raquete (empunhadura): caneta (como se estivesse segurando uma caneta, é utilizado apenas um lado da raquete), classineta (segura da mesma forma da caneta, porém os dois lados da raquete são utilizados para jogar - forehand e backhand) e o modo clássico (pode ser comparado a um “aperto de mão” os dois lados da raquete são utilizados para rebater a bolinha). Forehand (termo em inglês, mas que pode ser entendido em português como “frente da mão”) é o movimento utilizado para golpear a bola para a mesa do adversário, com a palma da mão para frente. Backhand (termo em inglês, mas que pode ser entendido em português como “costas da mão”) é o movimento utilizado para golpear a bola para a mesa do adversário, com a palma da mão para trás. 
De acordo com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (2015) uma partida oficial atualmente pode variar entre três, cinco e sete sets. O set é iniciado com 0 a 0 e é encerrado quando um dos jogadores consegue completar o total de 11 pontos, sendo que deve ter a diferença de dois pontos (caso chegue ao 10 a 10, o atleta que conseguir dois pontos seguidos, vence o set). Quando termina um set, os atletas são obrigados a trocar de lado na mesa. Caso tenha empate de set (1x1, 2x2 ou 3x3), no último set desempate, assim que o primeiro jogador fizer o quinto ponto, eles deverão trocar de lado na mesa. É feito um sorteio ao começo do jogo e o atleta que ganhar o sorteio poderá escolher entre sacar ou receber. Caso opte por sacar, fará dois saques consecutivos e depois o adversário deverá sacar duas vezes seguida, assim é feito até o final do set, revezando o saque a cada dois pontos. Se chegar ao empate (10x10, 11x11... até o término do set) o saque passa a ser alternado cada um sacando uma vez. 
O Tênis de Mesa também pode ser praticado e disputado por atletas com deficiência. Segundo a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (2015), a modalidade paraolímpica teve suas primeiras competições realizadas na década de 70 pela ANDE (Associação Nacional de Desporto para Deficientes), fundada em 1975. Os jogos também podem ser disputados de forma individual, duplas ou equipes, como são feitos nos jogos olímpicos. Para o paralímpico, são divididos em duas formas: andantes (que jogam em pé) e cadeirantes (que jogam na cadeira de rodas). Além disso, existe o sistema de classificação funcional, sendo esse dividido em 11 classes, dessas, cinco são para atletas cadeirantes (I, II, III, IV, V), cinco para atletas andantes (VI, VII, VIII, IX, X) e 01 para deficientes intelectuais (XI). 
É uma modalidade que além do alto rendimento, pode ser levada e desenvolvida no ambiente escolar, pois segundo Martins e Camargo (1999, apud Trsic et al 2008, p. 304): 
... sua prática proporciona diversos benefícios, tais como: agilidade, percepção, equilíbrio, lateralidade, tomada de decisão rápida, melhora no condicionamento físico, concentração, raciocínio, bem-estar físico e mental, desenvolvimento coordenativo, reflexo, associação visual motora, motivação e socialização. 
Além desses benefícios é um esporte que demanda uma combinação de raciocínio e velocidade e por esse motivo é considerado o segundo esporte mais inteligente do mundo perdendo apenas para o xadrez (MARTINS 1999, apud VAZ 2015). Além de todos os benefícios ao praticante, segundo Vilani (2006, apud Trsic et al 2008, p. 300), o tênis de mesa pode influenciar de maneira positiva nos aspectos psicológicos e pedagógicos, e por esses motivos utilizaremos a modalidade como instrumento experimental para auxiliar as habilidades psicomotoras dos indivíduos com TEA.
Independentemente de quaisquer que sejam as intervenções motoras sabemos que os ganhos são significativos e importantes tanto para a fase em desenvolvimento, quanto para a fase adulta, pois os estímulos promovem uma melhor e maior evolução humana.
7. ANÁLISE DE DADOS
7.1 Apresentação das intervenções e da amostra
No dia 26/02/2019, nos reunimos com a direção da Pestalozzi e expomos nossa pesquisa, que tinha como proposta trabalhar o tênis de mesa com o público autista. A partir da confirmação e aprovação do projeto, fizemos o planejamento para iniciar as intervenções, que começaram no dia 13/03/2019 e terminaram no dia 05/06/2019. Foram realizadas 10 aulas, no horário de 10h00min as 11h00min, sendo uma vez por semana, as quartas-feiras. Nossa amostra era composta por quatro alunos autistas, que apresentavam características distintas. 
Procuramos manter a mesma rotina, buscávamos os alunos em suas respectivas salas de aula e ministrávamos as intervenções no pátio da instituição. Foi explicado que o projeto deveria ser desenvolvido com eles em específico e não com os demais, pois sabíamos que poderia surgir algum questionamento por parte dos indivíduos pesquisados. No entanto em nenhum momento houve qualquer objeção. 
Com base pedagógica as aulas tiveram uma sequência de exercícios de aquecimento, alongamento, trabalhos de coordenação motora, lateralidade, noções espaciais, óculo manual, precisão, agilidade entre outas valências. Foram desenvolvidas atividades técnicas com caráter lúdico com a utilização da mesa para a familiarização prática e teórica do esporte em questão.
Para validar a eficiência das intervenções utilizamos três testes, detalhados em anexo: de agilidade (teste do quadrado, com protocolo já existente, retirado do “projeto esporte Brasil”, 2016), precisão e de coordenação motora (criados por nós pesquisadoras), a fim de analisar como essas variáveis influenciaram e modificaram a amostragem. 
 Os indivíduos pesquisados tiveram seus laudos fundamentados no DSM-IV (1994) e DSM-V (2013) conforme observações e diagnósticos apresentados pela psicóloga da Pestalozzi, pois os mesmos apresentam diferentes características e níveis de gravidade. 
O sujeito 1 não tinha laudo disponibilizado pela instituição, mas tem comportamentos compatíveis ao nível de severidade 2, que de acordo com o DSM-V (2013, p.52), essa severidade é caracterizada por exigir apoio substancial, pois apresenta inflexibilidade do comportamento e dificuldade de lidar com mudanças. 
O segundo pesquisado teve como diagnóstico em 2018 a partir das referências do DSM-V (2013) de Retardo Mental Leve F70 e Epilepsia G 40; uma observação a ser feita é o fato de que esse sujeito possui o laudo descrito acima, porém quando fomos à instituição apresentar o projeto de pesquisa e selecionar os sujeitos para nossas intervenções, ele foi encaminhado como tendo TEA, pelo fato de suas características serem semelhantes a do transtorno. 
O terceiro foi diagnosticado em 2016 a partir das características apontadas no DSM-V (2013) com Transtorno Espectro Autista (F84.0), para ajudar a melhor descrevereste caso também
foi utilizado o antigo manual DSM-IV (1994) que o descreve como Síndrome de Asperger. 
O quarto pesquisado foi diagnosticado em 2013 com Autismo Atípico a partir das características apontadas no DSM-IV (1994) sua classificação no manual é F84.1, apresentando quadro de sintomatologia atípico, sendo de idade tardia, após 3 anos de idade.
7.2 Aspectos psicomotores e sociais 
Sabendo e entendendo que o TEA possui níveis de severidade diferentes durante as semanas de intervenções pudemos observar que os aspectos sociais e motores dos sujeitos pesquisados tiveram diferentes respostas a cada estímulo. De acordo com Schmidt (2013, apud SOARES, CAVALCANTE NETO, 2015, p. 3) “pode ocorrer prejuízos no que diz respeito ao planejamento e sequenciamento motor, causando dificuldades no processamento viso espacial, tendo prejuízos nas habilidades de entender e dar significado ao que é visualizado”, mas observamos que nessa perspectiva nossas amostras em geral tiveram uma melhora significativa devido a boa interação com o meio, com a prática dos exercícios físicos, algo que pode ser afirmado por Tani et. al (2010, apud SOARES, CALVACANTE NETO, 2015, p.10 ) dizendo que:
... à interação do indivíduo com o meio é de suma importância para o aperfeiçoamento de suas habilidades motoras especificamente é na infância que o ser humano começa o aprimoramento de suas habilidades motoras básicas, assim possibilitando um vasto domínio de seu corpo com diferentes atividades.
Baseados nestes conceitos sobre a importância do convívio social e a Educação Física, planejamos as aulas com exercicios que promovessem a participação coletiva, principalmente nas atividades lúdicas como pega-pega, acerte ao alvo, a brincadeira do espelho, entre outras, onde os alunos eram levados a ajudar-se, criando um vínculo social, aspecto este que deve ser potencializado nos autistas, sempre respeitando as limitações de cada um. Procuramos desenvolver também atividades de coordenação, equilíbrio, lateralidade, associação visual motora, movimentos uniformes e educação do movimento esportivo, pois compreendemos que estas atividades sistematizadas podem ajudar nas dificuldades motoras, facilitando as tarefas do dia a dia para estes indivíduos, pois segundo Dantas et. al (2009 apud DAVID et. al, 2016) “o desenvolvimento da coordenação motora pode estar relacionada ao aumento da capacidade do indivíduo em solucionar problemas”.
Nos resultados das intervenções foi possível compreender que os autistas podem apresentar instabilidades nos comportamentos, os estudos de Mundy et.al (1994 apud DAVID et. al, 2016) nos confirma dizendo que crianças autistas podem ser agressivas, possuir dificuldades de concentração e manter seu foco, o que pôde ser notado no sujeito 1, que participou até a 7ª intervenção por ter mudado de município, logo, de instituição. Não teve seu laudo disponibilizado pela instituição, mas o que pôde ser observado no decorrer das aulas é que ele gostava muito de esportes, principalmente os que envolviam velocidades, por este motivo adaptamos atividades que envolvessem corridas, como a brincadeira do suicídio, os piques e atividades de lateralidade com a bola de tênis. Possuía boa relação com os colegas, porém achava as atividades do esporte muito difíceis, queixava-se e não queria realizá-las. Nas primeiras intervenções, chorava, ficava muito irritado, agressivo e se retirava, essas características são registradas no DSM-V (2013, p. 52) como “dificuldades em organizar, planejar e administrar obstáculos”. Já nas duas últimas intervenções em que esteve presente, participou do início ao fim da aula, e não apresentou dificuldades em se envolver com as atividades, não ficou irritado o que consequentemente o fez jogar melhor o tênis de mesa propriamente dito, conseguindo rebater mais vezes na bolinha, devolvendo para a mesa adversária, melhorando os aspectos de falta de controle das emoções e sua atenção.
Os comportamentos observados do sujeito 02 foram de muita agitação, baixa tolerância a frustração, porém tinha um bom seguimento de regras e demostrava interesse para realizar o que era proposto. No que se refere à coordenação motora, apresentava bastante comprometimento, o que muitas vezes dificultava a realização das atividades, pois diagnosticado com Retardo Mental, que de acordo com o DSM-V (2013) “caracteriza-se pelo comprometimento no período de desenvolvimento, que determina o nível das funções cognitivas, de linguagem, motricidade e do comportamento social”, porém também apresenta características semelhantes a do autismo que podem ser explicadas por Ferreira e Thompson (2002 apud FERNANDES, 2008) como a “dificuldade de compreender seu corpo em sua globalidade, em segmentos, assim como seu corpo em movimento.” Era persistente nas tarefas, e gostava muito dos exercicios de repetição de “acerte o copo”, onde os alunos tinham que acertar a bolinha de tênis no copinho descartável, quando não alcançava o objetivo tentava até alcançar êxito. De acordo com nossos registros ele obteve melhora significativa no decorrer das intervenções, tanto na questão social, quanto na prática. Na segunda intervenção, foi realizada uma aula teórica explicando sobre o tênis de mesa, com vídeos educativos sobre o tema, em seguida foi proposta uma atividade onde os alunos tinham que relatar e desenhar sobre o que mais gostaram dos vídeos. Nesse momento, percebemos que o sujeito não sabia ler e nem escrever, necessitando de ajuda de uma das pesquisadoras para realizar a tarefa o que o levou a sentir muita vergonha, e colocou a culpa das suas dificuldades em seu retardo. Os exercícios específicos do tênis de mesa eram realizados pela atleta Melissa, e nas primeiras intervenções ao ensinar empunhadura, teve dificuldades e não conseguiu realizar. Com o decorrer da prática, foi conseguindo evoluir, por exemplo, conseguiu rebater um maior número de vezes a bolinha, devolvendo para a mesa adversária, como o sujeito anterior. Observamos que na 7ª aula estava mais interessado em realizar as atividades fora da mesa, pois como informado acima preferia atividades lúdicas e repetitivas, pois nestas atividades ele sentia mais prazer e segurança em realizá-las. Por muitas vezes era advertido por mudar a forma de empunhadura da raquete, e após a correção, voltava à pegada correta, momentos estes que podem ser entendidos pois segundo DSM-V (2013) o próprio retardo é uma deficiência que gera dificuldades no desenvolvimento de suas habilidades verbais e não verbais. Quando realizamos os testes (primeira e última intervenção), principalmente o de agilidade, o sujeito apresentou dificuldades em entender como ocorria o deslocamento nos cones, fazendo com que o mesmo perdesse seu desempenho de velocidade.
O sujeito 03 apresenta um perfil autodidata, gosta de atividades que envolva leitura, jogos de videogames, principalmente os que envolvam guerras e tecnologias, sua fala é bem desenvolvida e elaborada, notando que o mesmo está acima de sua idade cronológica, seu contato visual é preservado. Apresentou grande estereotipias, ecolalias e agitação. A cada novo estimulo, foi percebido uma melhora, pois seus movimentos eram aperfeiçoados cada vez mais e suas dificuldades diminuíam devido sua capacidade de reagir a correção, pois muitas vezes sem ser chamado atenção percebia seu erro e o corrigia, característica esta apontada no DSM-IV (1994) como Síndrome de Asperger que caracteriza-se por não existir um atraso clinicamente de linguagem, nem atraso significativo no desenvolvimento cognitivo ou de habilidades de autoajuda, apresentando comportamento adaptativo. Na 6ª intervenção demostrou comportamento diferente, estava desanimado, sem vontade de fazer as atividades e no momento de interação ao participar de uma partida de tênis de mesa com o sujeito 2, ficou irritado, dizendo que: “o colega era ruim”, e não sabia jogar, por esse motivo abandonou a atividade. Segundo a psicóloga da instituição este sujeito apresenta dificuldades em aceitar os errosdos outros por se achar superior aos mesmos, característica esta bastante peculiar. 
Já o sujeito 04 possui um comportamento quieto, retraído, pouca fala e com quase nenhum contato visual. Pode-se observar no DSM-IV (1994), conforme a psicóloga, que para ter diagnóstico de autismo infantil é necessário que o mesmo tenha três dificuldades de manifestações, sendo estas: interações sociais, comunicação, comportamentos limitados, estereotipados ou repetitivos. Desta forma o autismo atípico não apresenta sintomas suficientes em um ou dois dos três domínios psicopatológicos. Mas mostrou-se ter um bom seguimento de regras. Chamou-nos a atenção o fato de usar sua blusa de frio em todos as aulas e nunca retirá-la, mesmo quando executava as atividades em dias ensolarados. Seu casaco representava sua fuga, compreendemos então que sua blusa era seu escudo para se esconder de possíveis frustrações. Este apego a objetos ou pessoas é uma característica de estereotipias, que segundo o DSM-V (2013, p. 50) “a gravidade deste transtorno é baseada exatamente nos prejuízos de comunicação e em padrões de comportamento restritivos e repetitivos”, neste caso o sujeito apresenta intensa preocupação e interesse fixo pela sua roupa. Durante as intervenções o sujeito apresentou-se muito tímido, principalmente quando tinha atividades de interação social, desta forma ele sentia-se retraído e afastava-se. Apesar do comportamento apresentado, teve melhora na questão social, como citado acima a interação com o meio pode ajudar no desenvolvimento da sociabilidade e das habilidades motoras básicas. De acordo com as observações o sujeito também demostrou melhora na prática do esporte. 
No entanto, além das disfunções motoras que devem ser trabalhadas e potencializadas, as caracteristicas sobre o comportamento dos autistas devem ser analisadas com muito cuidado, pois estes apesar de apresentarem deficiências intelectuais, são crianças em crescimento e que segundo Vygotsky (1987) a interação com o meio é algo fundamental para o desenvolvimento global dos indivíduos e que isso pode influenciar diretamente nas relações com o mundo.
 
7.3 Resultados numéricos e suas relações 
Segundo os resultados encontrados, alguns indivíduos mostraram melhoras significativas e outros nem tanto ao que se refere ao desenvolvimento motor, pois segundo Silva e Mulick (2009) os indivíduos autistas possuem perfis bem diversificados havendo uma variação em seus padrões de estereotipias e comportamentos, nas habilidades cognitivas e sociais e adaptativas, comunicativas e pré-acadêmicas. 
Sujeito 1 em comparação com os testes iniciais e finais não obteve nenhum avanço.
O sujeito 2 não obteve resultados significativos nos testes de precisão e agilidade, porém no teste de coordenação houve um aumento de 3 para 8 repetições, pois seu comprometimento com os aspectos motores apresentava níveis alto de dificuldades na execução das tarefas, o que pode ser justificado pelo seu laudo, onde consta que todo seu sistema de desenvolvimento global é comprometido e segundo declaração do próprio pesquisado ele se intitulava incapaz devido a seu laudo. Mas sua persistência em executar as tarefas levou-o ao resultado alcançado.
O sujeito 3 atingiu resultados acima da média nos testes de agilidade e coordenação motora, pois segundo seu laudo é caracterizado como Asperger nível 1, indivíduo que possui altas habilidades e que segundo citado no tópico anterior caracteriza-se por não existir um atraso significativo no desenvolvimento cognitivo ou de habilidades de autoajuda que vá de encontro com a idade da criança, apresentando comportamento adaptativo. Já no teste de precisão não houve mudanças significativas no resultado.
O sujeito 4, o indivíduo o qual observamos maiores características do transtorno, pois apresentava comunicação verbal e visual baixa, comprometimento na fala e na socialização tentando a todo momento se esconder em seu casaco, característica apresentada pelo DSM-V (2013) como estereotipia, ou seja, interesses fixos e altamente restritos, forte apego ou preocupação com objetos incomum. Atingiu resultados significativos nos testes de precisão na mesa e agilidade. Já no teste de coordenação motora obteve queda de rendimento na execução, observamos que esse resultado pode ter sido interferido pelo seu mal-estar, pois encontrava-se resfriado, e no teste de precisão na parede manteve os resultados. 
Segue abaixo a tabela comparativa dos resultados iniciais e finais. Demais tabelas estão em anexo.
	SUJEITO 1
	Tipo de Teste
	Data
	Teste inicial
	Data
	Teste final
	Agilidade (média)
	20/03
	7”03”’
	24/04 7ª int.
	7”59”’
	Coordenação Motora
	20/03
	4
	24/04 7ª int.
	3
	Precisão na mesa
	20/03
	0/4
	24/04 7ª int.
	1/4
	Precisão na parede
	20/03
	3/4
	24/04 7ª int.
	0/4
Fonte: Elaborada pelas autoras
	SUJEITO 2
	Tipo de Teste
	Data
	Teste inicial
	Data
	Teste final
	Agilidade (média)
	20/03
	9”57”’
	05/06
	9”80”’
	Coordenação Motora
	20/03
	3
	05/06
	8
	Precisão na mesa
	20/03
	0/4
	05/06
	0/4
	Precisão na parede
	20/03
	2/4
	05/06
	2/4
Fonte: Elaborada pelas autoras
	SUJEITO 3
	Tipo de Teste
	Data
	Teste inicial
	Data
	Teste final
	Agilidade (média)
	27/03
	7”37”’
	05/06
	7”13”’
	Coordenação Motora
	27/03
	6
	05/06
	42
	Precisão na mesa
	27/03
	1/4
	05/06
	0/4
	Precisão na parede
	27/03
	4/4
	05/06
	4/4
Fonte: Elaborada pelas autoras
	SUJEITO 4
	Tipo de Teste
	Data
	Teste inicial
	Data
	Teste final
	Agilidade (média)
	27/03
	7”31”’
	05/06
	6”79”’
	Coordenação Motora
	27/03
	5
	05/06
	3
	Precisão na mesa
	27/03
	0/4
	05/06
	2/4
	Precisão na parede
	27/03
	4/4
	05/06
	4/4
Fonte: Elaborada pelas autoras
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que o Autismo dentre vários critérios apresenta três manifestações que não podem faltar em seu diagnostico, que segundo Tomé (2007, p. 234) é: “a falta da manifestação social, comportamentos e interesses a atividades restritas ou repetitivas e falta de habilidades para comunicação” e segundo o autor existe formas de tratamento para amenizar os sintomas causados por este transtorno como tratamento pedagógico, tratamento médico e a prática da Educação Física, sendo esta a que pode contribuir para o avanço significativo no convívio social e comportamental, potencializando uma melhora no estado emocional, diminuindo as estereotipias, características estas, entre outras, que marcam o nível de comprometimento dos indivíduos com o transtorno. 
Concluímos que, apesar dos diferentes níveis de severidade e comprometimento, o esporte utilizado de forma sistematizada com sequências pedagógicas estruturadas de acordo com as necessidades dos alunos e características do esporte a ser desenvolvido, pode contribuir na melhoria dos aspectos motores e sociais, já que os estímulos proporcionados pela prática da Educação Física potencializam o desenvolvimento integral dos indivíduos melhorando também a qualidade de vida, nessa mesma linha de pesquisa Kern (1982 apud DAVID et. al 2016), afirma que a prática de exercícios físicos pela criança autista pode influenciar na liberação de neurotransmissores que diminuem a ansiedade e na melhora do desempenho acadêmico e comportamental. De acordo com Tomé (2007, p. 231) "a implantação da educação física, também é um grande auxiliar no desenvolvimento cognitivo do autista, possibilita um melhor desenvolvimento das habilidades sociais, da coordenação motora e melhora na qualidade de vida”.
Segundo Martins e Camargo (1999, p. 23) “as habilidades trabalhadas no aprendizado do tênis de mesa, como percepção, auto-imagem, equilíbrio, coordenação, imagem do corpo, lateralidade entre outras são aspectos fundamentais para o desenvolvimento de uma criança” assim como seu convívio social e sua habilidade de se comunicar com o mundo, fatores estes prejudicados e limitados nos autistas, que precisam ser potencializados e desenvolvidos para sua melhor vivência no mundo e com o mundo, visando sua independência como ser humano.
Além disso, é válido dizer que apesar de utilizarmos os testes deuma maneira quantitativa afim de mensurar as habilidades motoras dos sujeitos, esta não é uma variável para qualificar todos os resultados obtidos durante as intervenções, pois através do diário de campo e nossas interpretações, observarmos melhoras significativas no desenvolvimento das atividades específicas do tênis de mesa e nos aspectos sociais, que em alguns casos não ficou evidente nos resultados numéricos, pois os testes eram específicos de algumas valências físicas. 
Nesta perspectiva devemos levar em conta os poucos estudos que se referem as práticas corporais para os autistas, sendo necessário que se produza mais estudos que foquem não apenas nos sintomas e sinas do transtorno, mas que busquem meios para que esses indivíduos sejam inseridos nos esportes, no meio social e na prática do lazer, alcançando uma melhor qualidade de vida. Mediante a diversidade das amostras nosso estudo é passível de lacunas, pois os conteúdos fogem do nosso entendimento e vão para além da Educação Física.
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders, Four Edition (DSM-IV). Arlington, 1994.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5 Autism Spectrum Disorder. Fact Sheet. American Psychiatric Publishing. 2013. Disponível em: file:///C:/Users/KARINA%20TOFANO/Downloads/APA_DSM-5-Autism-Spectrum-Disorder.pdf. Acesso em: 27 de out. 2018, 22:45. 
ARAÚJO, L. F. S. de; DOLINA, J. V.; PETEAN, E.; MUSQUIM, C. dos A.; BELLATO, R; LUCIETTO, G. C. Diário de pesquisa e suas potencialidades na pesquisa qualitativa em saúde. Revista Brasileira Pesquisa Saúde, Vitória, Espírito Santo, p. 53-61, jul./set. 2013.
BERNADINO, P. H. R. Metologias de ensino do tênis de mesa para iniciantes: uma revisão bibliográfica. Vila Velha, 2018. Disponível em:<file:///C:/Users/melissa.daleprane/Downloads/TCC%20METODOLOGIAS%20DE%20ESINO%20DO%20TENIS%20DE%20MESA%20PARA%20INICIANTES%20(1).pdf>. Acesso em: 27 out. 2018, 12:25.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10647364/artigo-217-da-constituicao-federal-de-1988 – Acesso em: dia 21 de set. de 2018, 05:50.
_________. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educacionais especiais. Brasília: Corde, 1994.
_________. Lei n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Brasília: Editora do Brasil, 2012.
BRUNA, M. H. V.. TEA – Transtorno do Espectro Autista. Doenças e Sintomas. 2014. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/tea-transtorno-do-espectro-autista-ii/. Acesso em: 27 de out. 2018, 13:30.
CAMPOS, C. J. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de conteúdo de dados qualitativos no campo da saúde. Rev. Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2004, 611-614.
CASTILHO, E.W.V. O papel da escola para a educação inclusiva. In LIVIANU, R., cood. Justiça, cidadania e democracia [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009. p. 108- 119. Disponível em: http://books.scielo.org/id/ff2x7/pdf/livianu-9788579820137-10.pdf Acesso em: 27 de out. 2018. 13:50
CENTRO DOS EUA DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS – CDC. O crescimento do Autismo. 2013. Disponível em: http://neuroconecta.com.br/prevalencia-do-espectro-autista-aumenta-para-1-crianca-cada-59-nos-eua/ Acesso em: 27 de out. 2018, 14:00.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS DE MESA (CBTM). Origem do Tênis de Mesa Paraolímpico. 2015. Disponível em: http://cbtm.org.br/Data/Sites/1/gore/15-09-21-cbtm-origem_t%C3%AAnis_de_mesa_paral%C3%ADmpico(00).pdf Acesso em: 27 de out. 2018, 11:34.
DAVID, A. P. B; ANDRADE, J. S; FARINATTI, P. A. de A; GURGEL, J. L.; PORTO, F. A prática regular de ginástica artística na minimização dos sintomas recorrentes do autismo em crianças: a perspectiva dos professores. Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida. Vol.8. Nº. 3. 2016. p. 1-8. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Flavia_Porto/publication/303857777_ARTIGO_ORIGINAL_A_PRATICA_REGULAR_DE_GINASTICA_ARTISTICA_NA_MINIMIZACAO_DOS_SINTOMAS_RECORRENTES_DO_AUTISMO_EM_CRIANCAS_A_PERSPECTIVA_DOS_PROFESSORES_The_regular_practice_of_gymnastics_in_reducing_rec/links/575894d808ae414b8e3f5e7f.pdf. Acesso em: 15 de jun. 2019. 13:50.
DUARTE, V. M. do N. Pesquisa quantitativa e qualitativa. Monografias Brasil Escola. 2016. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/pesquisa-quantitativa-qualitativa.htm Acesso em: 11 de jul. 2019.
FERREIRA, X; OLIVEIRA, G. Autismo e Marcadores Precoces do Neurodesenvolvimento. Revista Científica da Ordem dos Médicos. 2016. p. 168-175. Disponível em: file:///C:/Users/KARINA%20TOFANO/Downloads/Autismo%20e%20Marcadores%20Precoces.pdf. Acesso em: 27 de out. 2018, 14:30.
FILLIPPO, T. R. M.. et al. Neuroplasticidade e recuperação funcional na reabilitação pós-acidente vascular encefálico. Acta Fisiatr. 2015. p. 93-96. Disponível em: file:///C:/Users/KARINA%20TOFANO/Downloads/114512-Texto%20do%20artigo-208263-1-10-20160419.pdf. Acesso em: 27 de out. 2018, 14:45.
GHIZI, A. A contribuição do projeto de tênis de mesa na comunidade do bairro Ceará do município de Criciúma. Santa Catarina, 2002. Disponível em: <http://fcatm.com.br/pdf/cientifico_Alexandre_Guizi-2002.pdf>. Acesso em: 26 de out. 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo. Atlas, 2010. 
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro. 1997. p. 34
LEMOS, SALOMÃO, AGRIPINO-RAMOS. Inclusão de Crianças Autistas: um Estudo sobre Interações Sociais no Contexto Escolar.2014.
LOPES, M. M. Práticas inclusivas na educação e na família: possibilidades de aprendizado/desenvolvimento de uma criança com transtorno do espectro autista. Diálogos com os professores: práticas e reflexões sobre inclusão escolar. Vitória: EDUFES, 2016. 234 p. 143-164.
MARTINS, M; CAMARGO, F. Aprendendo o tênis de mesa brincando. Piracicaba, 1999.
OLIVEIRA, D. S. A história do Tênis de Mesa e a importância da perspectiva lúdica para iniciação. Recipe-PE, 2012. Disponível em: http://www.listasconfef.org.br/comunicacao/banco_de_ideias/deyvison_oliveira.pdf. Acesso em: 27 de out. 2018, 12:15.
ORRÚ, S E. Autismo: o que os pais devem saber? Rio de Janeiro: Walk Editora, 2009.
SILVA, Beatriz Barbosa; GAIATO, Mayra Bonifácio; REVELES, Leandro Thadeu. O mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
ROSA NETO, F et. al. Efeitos da intervenção motora em uma criança com transtorno do Espectro do Autismo. p. 111, 2013. Disponível em: http://www.motricidade.com.br/pdfs/artigos/2013.5.pdf. Acesso em: 19 de abril de 2019. 12:54.
SILVA M, MULICK JA. Diagnosticando o transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicol Ciência e Profissão. Conselho Federal de Psicologia; 2009.
Disponível: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000100010&lng=em&nrm=isso&tlng=es. Acesso em: 14 de jun. de 2019. 16:35.
SOARES, A M; CAVALCANTE NETO, J L. Avaliação do Comportamento Motor em Crianças com Transtorno do Espectro do Autismo: uma Revisão Sistemática. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382015000300445&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 16 de ago. de 2018
TOMÉ, M. C. Educação Física como auxiliar no desenvolvimento cognitivo e corporal dos autistas. Revista Movimento e Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v.8, n.11, jul/dez. 2007. p. 231-248. Disponível em: http://ferramentas.unipinhal.edu.br/movimentoepercepcao/viewarticle.php?id=158. Acesso em: 18 de jun. 2019. 11:35.
TRSIC M. P. et al. Inclusão do Tênis de Mesa como conteúdo curricular da Educação Física escolar. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~efe/pdf/2a/trsic.pdf>. Acesso em: 29 de out. 2018, 11:15.
VAZ, Y. de C. O Tênis de Mesa: Uma revisão de literatura do esporte e uma análise entre autores da psicologia sobre sua preparação psicológica. Rio Claro, 2015. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/131796/000853082.pdf?sequence=1.Acesso em: 27 de out. 2018, 12:55. 
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987
WARGAS, P. E. Tênis de Mesa importantes considerações para a iniciação e o treinamento de alto nível. Campinas, 2002. Disponível em: file:///C:/Users/melissa.daleprane/Downloads/WargasPauloEduardo_TCC%20TENIS%20DE%20MESA%20PARA%20INICIA%C3%87%C3%83O%20(1).pdf. Acesso em: 20 nov. 2018, 12:30.
ZANELLI, J. C. Pesquisa qualitativa em estudos da gestão de pessoas. Estudos de Psicologia, v. 7, p. 79 - 88, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v7nspe/a09v7esp.pdf. Acesso em: 30 de nov. de 2018, 11:00.
 
10. ANEXO 
10.1 Protocolos dos testes
PROTOCOLO TESTE DE AGILIDADE:
MATERIAIS UTILIZADOS: 01 cronometro, fita crepe (para desenhar o quadrado no chão), 04 cones.
EXECUÇÃO: O professor deverá fazer um quadrado demarcado com fita crepe medindo 04 metros cada lado e a cada ponta colocar um cone. O ponto de partida é marcado ao lado do cone. O aluno deverá sair do ponto de partida e correr para o cone que está na direção da sua diagonal. Em seguida, deverá correr para o cone que está a sua direita (ou esquerda), após corre novamente para o cone que está na direção da sua diagonal e ao final corre para o cone em que foi o ponto de partida. A cada cone que o aluno chegar, deverá tocar a mão no mesmo. O professor ficará responsável por orientar e marcar o tempo em que o aluno realizará o percurso todo, com o cronometro. O aluno vai realizar o percurso três vezes e todas as três serão registrados o tempo, prevalecendo o menor. 
Projeto Esporte Brasil – PROESP- BR. Bateria de testes: Agilidade (Teste do Quadrado), 2016. Disponível em: https://www.ufrgs.br/proesp/bat-teste-agilidade.php. Acesso em: 13 de fev. de 2019. 12:43.
1. PROTOCOLO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA (TÊNIS DE MESA) 
MATERIAIS UTILIZADOS: 01 raquete de tênis de mesa, 01 bolinha de tênis de mesa.
EXECUÇÃO: Será entregue ao aluno, uma raquete e uma bolinha de tênis de mesa. O aluno deverá bater a bolinha na raquete o máximo que conseguir. O professor será responsável por demonstrar e explicar a execução e contar a quantidade de batidas que o aluno consegue realizar. Esse teste será realizado três vezes e a execução com maior número de batidas é a que vai prevalecer. 
2. PROTOCOLO TESTE DE PRECISÃO 
MATERIAIS UTILIZADOS: 03 bambolês, 04 bolinhas de tênis.
EXECUÇÃO 1: Os bambolês serão colocados a uma certa distância dos alunos. Os mesmos estarão dispostos em filas. Cada aluno terá 04 tentativas para jogar a bolinha de tênis e acertar dentro do bambolê. Será contado o maior número de acertos. Esse teste será repetido por três vezes. 
EXECUÇÃO 2: De um lado da mesa de tênis de mesa terá um cone, do outro lado ficará um aluno posicionado de frente para a mesma. Eles terão que acertar a bolinha no cone. Cada aluno terá 04 tentativas.
MATERIAIS UTILIZADOS: 01 cone; 01 bolinha de tênis, mesa de tênis de mesa. 
10.2 Tabelas dos resultados iniciais e finais dos testes
TESTES INICIAIS
· AGILIDADE
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	Sujeito 1
	20/03
	7”34”’
	7”51”’
	7”05”’
	Sujeito 2
	20/03
	9”16”’
	9”03”’
	10”52”’
	Sujeito 3
	27/03
	7”53”’
	7”42”’
	7”16”’
	Sujeito 4
	27/03
	7”45”’
	7”09”’
	7”41”’
Fonte: Elaborada pelas autoras
· CORDENAÇÃO MOTORA
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	Sujeito 1
	20/03
	4
	1
	3
	Sujeito 2
	20/03
	2
	3
	3
	Sujeito 3
	27/03
	5
	4
	6
	Sujeito 4
	27/03
	3
	5
	5
Fonte: Elaborada pelas autoras
· PRECISÃO NA MESA
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	TENTATIVA 4
	Sujeito 1
	20/03
	X
	X
	X
	X
	Sujeito 2
	20/03
	X
	X
	X
	X
	Sujeito 3
	27/03
	X
	ACERTOU
	X
	X
	Sujeito 4
	27/03
	X
	X
	X
	X
Fonte: Elaborada pelas autoras
· PRECISÃO NA PAREDE
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	TENTATIVA 4
	Sujeito 1
	20/03
	ACERTOU
	ACERTOU
	ACERTOU
	X
	Sujeito 2
	20/03
	ACERTOU
	X
	X
	ACERTOU
	Sujeito 3
	27/03
	ACERTOU
	ACERTOU
	ACERTOU
	X
	Sujeito 4
	27/03
	ACERTOU
	ACERTOU
	ACERTOU
	ACERTOU
Fonte: Elaborada pelas autoras
RESULTADOS DOS TESTES FINAIS
· AGILIDADE
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	Sujeito 1
	24/04/2019 7ª intervenção
	7”96”’
	7”36”’
	7”46”’
	Sujeito 2
	05/06/2019
	9”40”’
	10”19”’
	9”83”’
	Sujeito 3
	05/06/2019
	7”90”’
	6”55”’
	6”96”’
	Sujeito 4
	05/06/2019
	6”94”’
	6”88”’
	6”55”’
Fonte: Elaborada pelas autoras
· CORDENAÇÃO MOTORA
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	Sujeito 1
	24/04/2019 7ª intervenção
	1
	3
	2
	Sujeito 2
	05/06/2019
	7
	6
	8
	Sujeito 3
	05/06/2019
	42
	25
	5
	Sujeito 4
	05/06/2019
	2
	3
	3
Fonte: Elaborada pelas autoras
· PRECISÃO NA MESA
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	TENTATIVA 4
	Sujeito 1
	24/04/2019 7ª intervenção
	Acertou
	X
	X
	X
	Sujeito 2
	05/06/2019
	X
	X
	X
	X
	Sujeito 3
	05/06/2019
	X
	X
	X
	X
	Sujeito 4
	05/06/2019
	X
	Acertou
	Acertou
	X
Fonte: Elaborada pelas autoras
· PRECISÃO NA PAREDE
	ALUNOS
	DATA
	TENTATIVA 1
	TENTATIVA 2
	TENTATIVA 3
	TENTATIVA 4
	Sujeito 1
	24/04/2019 7ª intervenção
	X
	X
	X
	X
	Sujeito 2
	05/06/2019
	X
	Acertou
	Acertou
	X
	Sujeito 3
	05/06/2019
	Acertou
	Acertou
	Acertou
	X
	Sujeito 4
	05/06/2019
	Acertou
	Acertou
	Acertou
	Acertou
Fonte: Elaborada pelas autoras

Continue navegando