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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA GESTAÇÃO - Por que a gestante precisa ganhar peso? Gasto da gestação + deposito de energia. - O DESENVOLVIMENTO FETAL ADEQUADO: Reservas da mãe (condição pré-gestacional) e Ingestão alimentar do período. - Como estimar a necessidade energética total da gestação? Lembrando que: VALOR ENERGÉTICO TOTAL (VET) = GASTO ENERGÉTICO + ADICIONAL ENERGÉTICO. 1º calcular o GET por RDS/HARRIS-BENEDICT/EER. RDA GE = TMB X FA Faixa etária TMB (kcal/dia) 10 a 18 anos TBM = 12,2 x P (kg) + 746 18 a 30 anos TBM = 14,7 x P (kg) + 496 30a 60 anos TBM = 8,7 x P (kg) + 829 Natureza da atividade FA Leve 1,56 Moderada 1,64 Intensa 1,82 HARRIS-BENEDICT GE= TMB X FA Formula: Homens TMB = 66,5 + (13,75 X Peso (kg)) + (5,003 x Altura (cm)) – (6,755 x Idade (anos) Mulheres TMB = 655,1 + (9,563 X Peso (kg)) + (1,85 x altura (cm)) – (4,676 x Idade (anos). EER Utilizados para indivíduos eutróficos e para manutenção do peso 9 a 18 anos: EER = 135,3 – (30,8 x I [anos]) + CAF x (10 x P [kg] + 934 x A [m]) +25. 19 a 50 anos: EER = 354 – (6,91 x I [anos]) + CAF x (9,36 x P [kg] + 726 x A [m]). CAF: 1,0 = SEDENTÁRIA 1,12 = ATIVIDADE LEVE 1,27= MODERADA 1,45 = INTENSA 2º estabelecer o adicional energetico ** EER (2002 -2005) A fórmula é (adultas e adolescentes): EER(gestação) = EER(pré-gestacional) + adicional de energia do gasto da gestação + energia de depósito. 1º trimestre: EER + 0 kcal + 0 kcal 2º e 3º trimestres: EER + (8 kcal x IG) + 180 kcal Adicional energético calculado individualmente 80.000 kcal aproximadamente, para um ganho de 12,5 kg, ou seja: 6400 kcal para cada 1 kg. Ex: • A.B.C., 25 anos, IG: 30 semanas. • Estado nutricional pré-gestacional: eutrofia • Ganho de peso até o momento: 8 kg • Passo 1= estipular o quanto ela ainda pode ganhar (ex. 5kg) • Passo 2= Multiplicar o peso que ela pode ganhar por 6400 kcal (ex. 6400 x 5 = 32000 kcal). • Passo 3 = Quantas semanas e dias faltam para completar 40 semanas? (40 – 30 sem. = 10 semanas; 10 semanas x 7 dias = 70 dias) • Passo 4= dividir o total de kcal pelos dias restantes par ao fim da gest. (ex. 32000kcal/70 dias = adicional de 457 kcal/dia) Carboidratos 45 – 65% do VET Dar preferência aos carboidratos complexos: Arroz integral, farinha de trigo integral e seus derivados, raízes e tubérculos. Evitar: Açúcar refinado, doces em geral, sucos artificiais, alimentos ultraprocessados. Fibras 28g/dia; FIBRAS INSOLÚVEIS E SOLÚVEIS; Estimular consumo de alimentos integrais, hortaliças e frutas. Proteinas 10 – 35% do VET (DRI) Necessidade de aumentar a ingestão; Rápido crescimento do feto; Aumento uterino; Preparação das glândulas mamárias; Desenvolvimento da placenta; Proliferação e diferenciação celular; Construção dos tecidos e órgãos do corpo; Estima-se que 925g de proteínas sejam necessárias para deposição no feto e tecidos maternos durante toda a gestação (925/280 dias = 3,3g/dia). OMS: adicional de 6 g/dia Variação conforme idade gestacional: 1° trimestre: +1,2g 2º trimestre: +6,1g 3º trimestre: +10,7g Proteína de origem animal: Carnes bovina, aves, peixes, ovos, leite e derivados. Proteína de origem vegetal: Leguminosa + cereal (arroz + feijão) Lipideos 20 – 35% do VET < de 10% do VET na forma de gorduras saturadas; PUFA: 6 – 11% do VET → relação w6/w3 MUFA = GT – AGS – PUFA - TFA Ácidos graxos insaturados: desenvolvimento uteroplacentário, sistema nervoso e retina fetal. ÁCIDOS GRAXOS TRANS: Gordura vegetal hidrogenada. Produtos de padaria como pães, biscoitos crocantes, recheios de biscoitos, massas, sorvetes, bolos, frituras. Frituras podem conter 40-50% de gordura na conformação trans. MINERAIS Ferro Na gravidez, há um aumento das necessidades deste mineral para suprir: Expansão da massa eritrocitária da própria gestante; a formação do sangue da placenta e do feto; reposição das perdas sanguíneas durante o parto. - Recomendação – (DRI, 2001): 27 mg/dia no 2º e 3º trimestres. requer suplementação medicamentosa. dieta habitual fornece de 6 a 7 mg de Fe por 1000 kcal. - OMS recomenda que todas as gestantes sejam suplementadas no último trimestre. Suplementação de Ferro: Ministério da Saúde: 40 mg de ferro elementar → toda a gestação e até o 3º mês do puerpério. Ferro heme: fígado, rim, coração, carnes em geral. Ferro não heme: feijões e vegetais verde-escuros (taxa de absorção 3 a 8%). ➢Absorção do Fe é aumentada quando associada à vitamina C: frutas cítricas, laranja, limão, acerola, caju, abacaxi e hortaliças, brócolis, agrião, couve. Cálcio Transferência para o feto Absorção aumentada a partir do 2º trimestre Aproximadamente 25 a 30g de Ca são transferidos para o feto, principalmente no 3º trimestre. - Recomendação: Adultas (19 a 50 anos): 1000 mg/dia (Igual a mulher não gestante) Adolescentes (14 a 18 anos): 1300 mg/dia - Fontes Dietéticas: Leites e derivados - Vegetais verde escuros - Sardinhas, salmão – Leguminosas. Importante para prevenção de pré-eclampsia O aumento da concentração de cálcio pode desempenhar um papel na diminuição da contratilidade do músculo liso e aumento da vasodilatação, diminuindo assim o risco de pré eclampsia. VITAMINAS Vitamina A Importante para o crescimento e desenvolvimento fetal normal, constituição da reserva hepática fetal e para crescimento tecidual materno. Ingestão deficiente ou excessiva está associada a defeitos congênitos devido a alterações no metabolismo de DNA. Deficiência: Independente do estado nutricional; Cegueira noturna - Recomendação: 770 µg/dia - Fontes: fígado de boi, azeite de dendê, gema, leite e derivados, carnes, vegetais folhosos de coloração verde escura (couve, agrião, espinafre, brócolis), hortaliças e frutas amarelo-alaranjadas (abóbora, cenoura, manga, mamão, caqui). Vitamina B6 – piridoxina Síntese de aminoácidos não essenciais e síntese de niacina; Papel fundamental no desenvolvimento do SNC; Indicada no tratamento da hiperêmese gravídica; Recomendação: 1,9 mg/dia Fontes: gérmem de trigo, carnes, aves, peixes, fígado, cereais integrais, leguminosas, banana, aveia. Vitamina B9 – acido folico Crescimento normal na fase reprodutiva (gestação e lactação) Síntese de ácidos nucléicos (DNA e RNA) Vital para a divisão celular e Síntese protéica. - Deficiência: Alteração na síntese de DNA e alterações cromossomiais A baixa concentração sérica e eritrocitária pode causar anemia megaloblástica no final da gestação e complicações obstétricas (aborto espontâneo, restrito crescimento intrauterino). Defeitos do Tubo Neural (DTN) no início da gestação: Anencefalia: incompatível com a vida. Espinha Bífida: defeito no fechamento ósseo da coluna vertebral. A suplementação de folato deve ser iniciada ainda antes da concepção, pois o tubo neural, estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal, se fecha de 22 a 28 dias após a concepção; 400 μg de ácido fólico de preferência durante o planejamento até o fim da gestação. A suplementação de ácido fólico três meses antes da concepção e nos três primeiros meses da gestação é suficiente para reduzir em até 95% os problemas de malformação fetal. Como a gestação nem sempre é programada, recomenda-se o consumo de alimentos ricos em ácido fólico todos os dias e de alimentos enriquecidos com folato para mulheres em idade reprodutiva. - Recomendação Gestante: 600 mcg/dia ⇒ Valor difícil de ser alcançado por uma dieta normal – que fornece aproximadamente 250 mcg/dia. Mulher não grávida: 400 mcg/dia. Lactantes: 500 mcg/dia. - Fontes: - Leite, ovo, carnes; -Vegetais folhosos verde-escuros (brócolis, espinafre, couve, repolho); - Leguminosas; - Fígado de boi, peixes; - Feijão. 40 Deve-se, no entanto, evitar o cozimento prolongado dos alimentos, que pode destruir até 90% do ácido fólico. Vitamina B12 – cobalamina Essencial para síntese ácidos nucleicos; Maturação de eritrócritos; -Co-fator de reações enzimáticas. Mielinização de neurônios. -Recomendação: 2,6 µg/dia Fontes: Alimentos de origem animal Fontes: Fígado, rim, carnes, peixe e vísceras, derivados de leite, ovos.Vitamina C Antioxidante; - Necessária à síntese e manutenção do colágeno; Aumenta a absorção de ferro; Reduz ferro férrico em ferroso no trato gastrointestinal. Deficiência: Pode estar associada com ruptura prematura de membrana que pode levar ao parto prematuro → mecanismo não estabelecido nem comprovado. Síntese de colágeno, proteína estrutural dos ossos, cartilagens, músculos e vasos sanguíneos. Aumenta risco de infecções. Sangramentos gengivais Recomendação: 85 mg/dia Consumo diário Quantidade máxima tolerada: 2 g/dia Fontes: - Frutas cítricas: laranja, limão, caju, abacaxi, goiaba, morango... - Hortaliças: brócolis, agrião, couve, tomate, pimentão... Vitamina D Equilíbrio do cálcio e fósforo; Deficiência: Hipocalcemia (↓Ca) neonatal. Afeta crescimento fetal Conversão na pele através da luz solar. Recomendação: 5 µg/dia Fontes: fígado de boi, Arenque, salmão, sardinha, atum, gema de ovo. ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE: Variada, fracionada e ter Qualidade e quantidade adequadas. ORIENTAÇÕES: Dar ênfase a seleção de alimentos ricos em micronutrientes: Leite e derivados: Ca e proteínas Carnes: Fe e proteína Vegetais folhosos, amarelos e vísceras: vitamina A, ácido fólico Frutas: vitaminas, especialmente C Suplementação de Fe; Suplementação de ácido fólico; Sal: moderação Desencorajar o consumo de calorias vazias (doces, refrigerantes e bebidas alcoólicas); Monitorar o consumo de produtos “light” e “diet” (sacarina e ciclamato contra-indicados); Esclarecer sobre os benefícios da alimentação equilibrada para atender as necessidades materno-fetais; Aumentar o fracionamento das refeições (6 refeições/dia); Reduzir o volume de cada refeição; Aumentar o consumo de proteínas; Aumentar o consumo de alimentos fontes de ferro heme e não heme, associado com vitamina C; Estimular o consumo de vegetais e frutas cruas; Aumentar o consumo de alimentos ricos em cálcio (não nas grandes refeições); Aumentar a ingestão de fibras alimentares (grãos e cereais integrais nos lanches); Preferir preparações simples (cozidos, ensopados, assados, grelhados); Evitar frituras, alimentos gordurosos e doces; Substituir corretamente os alimentos energéticos (arroz, batata, macarrão, farinhas); Evitar uso abusivo de óleo e azeite; preferir vinagre, limão, cheiro-verde, salsa, ervas. Aumentar a ingestão de líquidos nos intervalos das refeições; Evitar o uso de café, chá mate, refrigerantes; Não ingerir álcool, não fumar e não usar drogas; Evitar o uso indiscriminado de sal e açúcar de adição; usar sal iodado; Não usar edulcorantes artificiais, caso não seja diabética; Praticar alguma atividade física, sob orientação profissional; Praticar o aleitamento materno no pós-parto; Fazer as refeições em ambiente calmo, mastigando bem; Evitar se deitar após as refeições; Esclarecer quanto à necessidade de ganho de peso adequado; Corrigir erros alimentares e tabus. COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO IMPORTANTE: Uma gestação de risco habitual pode se tornar de risco a qualquer momento; os fatores de risco podem (e devem) ser monitorados durante o pré-natal. Síndromes hipertensivas específicas da gestação – SHEG Maior causa de mortalidade materna direta no Brasil (37%); Afetam até 10% das gestações; Classificação das síndromes hipertensivas: Hipertensão crônica (HC); Pré-eclâmpsia (PE)/Eclâmpsia (E); Pré-eclampsia superposta à HC; Hipertensão gestacional (HG). Fatores de risco: Hereditariedade; História pessoal ou familiar; Idade materna; Primigesta e gravidez múltipla; Nutrição; Escolaridade. 1. Hipertensão Crônica Antes da gravidez ou diagnosticada antes da 20ª semana de gestação. Hipertensão = PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg, aferidas em 2 ocasiões, com ao menos 4 horas de intervalo. Pressão arterial não retorna aos níveis normais após o parto (além da 6ª semana). Maior risco de evolução para PE Conduta: Dieta DASH: 5 porções frutas, 5 porções verduras, 2- 3 porções de leite e derivados magros, carnes magras (em torno de 180g/dia), restrição de açúcar simples (<5porções/semana), sódio – 1500 mg /dia Avaliar resposta pressórica ao sódio 2. Hipertensão Gestacional Ocorre em 10% das gestações primíparas normotensas; Pressão arterial elevada após a 20ª semana; NÃO acompanha proteinúria; Pressão volta aos valores normais entre 6-12 semanas pósparto; Possui bom prognóstico, porém pode evoluir para PE (1:4). 3. Pré-Eclâmpsia/Eclâmpsia Hipertensão que ocorre após 20 semanas de gestação (ou antes, em casos de doença trofoblástica gestacional ou hidropsia fetal) acompanhada de proteinúria, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Na ausência de proteinúria, a suspeita se fortalece quando o aumento da pressão aparece acompanhado por cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal, plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas Pré-Eclâmpsia Leve ou Grave: É considerada PE Grave se apresentar ao menos UM dos seguintes critérios: 4. Pré-Eclâmpsia sobreposta à HC É o surgimento de pré-eclâmpsia em mulheres com hipertensão crônica ou doença renal; Nessas gestantes, essa condição agrava-se e a proteinúria surge ou piora após a 20ª semana de gravidez. Pode surgir trombocitopenia (< 100.000/mm3) e ocorrer aumento das enzimas hepáticas. - SÍNDROME HELLP É o quadro clínico caracterizado por hemólise (H = “hemolysis”), elevação de enzimas hepáticas (EL = “elevated liver functions tests”) e plaquetopenia (LP = low platelets count)”. É considerada como agravamento do quadro de pré-eclâmpsia Recomendações SHEG ENERGIA • Quantidade adequada, de forma a evitar o uso de proteínas como substrato energético ou ganho de peso inadequado; PROTEÍNA • Dieta hiperprotéica tem sido recomendada SÓDIO • Dieta com teor de sódio 2,4 g/dia. Deve-se procurar controlar a ingestão de industrializados ricos em sódio (embutidos, enlatados, caldo de carne, biscoitos); Em resumo: EM HIPÓTESE ALGUMA, DE MODO ALGUM, DE MANEIRA ALGUMA, DE JEITO ALGUM NÓS DEVEMOS PRESCREVER DIETA HIPOSSÓDICA. Conduta dietoterápica: hiperprotéica (reposição de albumina), normossódica (até 6g/dia), adequada em vitaminas e minerais, principalmente cálcio. DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) Intolerância a carboidratos de gravidade variável, que se iniciou durante a gestação atual e não preenche os critérios diagnósticos de diabetes mellitus franco; Prevalência: entre 3 e 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico utilizado. Muitas vezes, representa o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) durante a gravidez. Fatores de risco para diabetes gestacional: Idade; • Obesidade ou ganho de peso excessivo; • Gordura abdominal; • História familiar de DM; • Crescimento fetal excessivo, polidramnia, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gestação atual; • Antecedentes obstétricos: morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DG; • Síndrome de ovários policísticos; • Baixa estatura. A maioria das mulheres que desenvolvem DMG, após o parto seus níveis glicêmicos retornam na faixa de normalidade; Pacientes que desenvolvem DMG têm alto risco de recorrência em gestações futuras; Cerca de 40 a 60 % podem desenvolver DM tipo II após o período de 15 a 20 anos. Fisiopatologia DMG Resistência insulínica (RI) fisiológica mediada por hormônios placentários: estrogênio, progesterona, lactogênio placentário e cortisol. Os hormônios diminuem número de receptores de insulina e afetam os mecanismos intracelulares com consequente diminuição da captação de glicose. O pâncreas produz até 3x mais insulina para normalização da glicemia. Na DG: parece haver uma sobreposição de RI prévia + RI fisiológica = hiperglicemia. Aumento da secreção de insulina, porém insuficiente para a demanda de glicose, devido à uma disfunção das células beta causada pela RI PROLONGADA. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL Não se deve restringir os carboidratos, uma vez que eles são a principal fonte de energia para o acelerado crescimento fetal; Dieta deve promover boa ingestão de fibras (20- 38g/dia). Atenção especial às fibras solúveis; O uso de edulcorantes ou produtos dietéticos é permitido desdeque seja controlado. Os que contêm ciclamato e sacarina são os de maior restrição. O PRIMEIRO TRATAMENTO DEVERÁ SER NÃO-MEDICAMENTOSO! A INSULINOTERAPIA É PRECONIZADA PARA PACIENTES COM CARÊNCIA TOTAL DA PRODUÇÃO DESSE HORMÔNIO OU ATÉ MESMO PARA AQUELES QUE APRESENTAM INSUFICIÊNCIA PARCIAL DE SUA PRODUÇÃO. O aleitamento materno por períodos maiores que 3 meses está relacionado com a redução do risco de desenvolvimento de DM2 após a gestação. Controle de peso saudável reduz em mais de 50% a chance de DM2!!! ANEMIAS NA GESTAÇÃO Condição na qual o número de células vermelhas do sangue e a sua capacidade de transporte de oxigênio são insuficientes para atender às necessidades fisiológicas, que variam de acordo com idade, sexo, altura, fumo e gravidez. Tipos: Adquiridas - • Ferropriva; • Perda sanguínea aguda; • Inflamação ou malignidade; • Megaloblástica; • Hemolítica adquirida; • Aplásica ou hipoplásica. Hereditárias: • Talassemias; • Falciforme; • Demais hemoglobinopatias. ANEMIA FERROPRIVA - Grande problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento; - A OMS estima que a prevalência de anemia em gestantes de países subdesenvolvidos é de 52% e de 23% nos países desenvolvidos (OMS, 2001). - Determina inadequado ganho de peso pela gestante e aumento de duas vezes ou mais na incidência de parto prematuro de recém-nascidos de baixo peso. CAUSAS - Ingesta insuficiente de ferro; - Mulheres em idade reprodutiva; - Maior número de partos; - Baixo nível socioeconômico e educacional. SINAIS CLÍNICOS • Palidez, apatia, fraqueza, fadiga • Redução e perversão do apetite • Disfagia • Glossite, estomatite • Respiração curta, palpitação • Tontura, dor de cabeça •Irritabilidade Anemia na gestação, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é definida como nível de hemoglobina abaixo de 11g/dl. Considera-se anemia: Leve (Hb 10 – 10,9g/dL); Moderada (Hb 8 – 9,9g/dL); Grave (Hb ≤ 8g/dL). Todas a gestantes devem receber doses profiláticas de ferro. Recomenda-se a ingestão uma hora antes das refeições; A ferritina sérica materna pode ser rotineiramente avaliada CONSEQUÊNCIAS: Maior risco de morbidade e mortalidade fetal e materna; • Maior risco ao parto prematuro e baixo peso ao nascer (infecções e mortalidade infantil). Efeitos mais pronunciados nas gestantes adolescentes – associada ao expressivo aumento da demanda do ferro (crescimento físico, desenvolvimento do feto e lactação). Menor tolerância às perdas sanguíneas do parto risco de anemia pósparto; Diminuição da função imunológica; No ano de 2001, o Ministério da Saúde determinou obrigatória a adição de ferro (30% IDR ou 4,2 mg/100g) e ácido fólico (70% IDR ou 150µg) nas farinhas de milho e trigo. • A fortificação deixa de ser facultativa e passa a ser obrigatória. Esta medida tem o objetivo de aumentar a disponibilidade de alimentos ricos em ferro e ácido fólico para a população brasileira e assim contribuir para a redução da prevalência de anemia e defeitos do tudo neural no Brasil. * O Programa Nacional de Suplementação de Ferro consiste na suplementação medicamentosa de sulfato ferroso para todas as crianças de 6 meses a 18 meses de idade e gestantes a partir do início da gestação até o 3º mês pós-parto. •Necessidades ferro: 27mg/dia Dieta habitual: 15mg/dia Recomendação para tratamento: ferro 60 mg/dia Anemia causada por perda de sangue aguda Hemorragias no início da gravidez: abortos, gravidez ectópica, mola hidatiforme. Hemorragias puerperais: Atonia uterina, restos de placenta, episiotomia, laceração vaginal, lóquios e incisão cirúrgica. Perda sanguínea no parto normal: 500 a 600 ml Perda sanguínea na cesariana: 1.000 ml Orientações Orientar e prescrever uma dieta rica em alimentos fontes de ferro heme, assim como ao uso associado daqueles que são fonte de ferro não-heme com fontes de vitamina C; Alimentos de origem animal destacam-se como fonte de ferro as carnes vermelhas e vísceras. Alimentos de origem vegetal destacam-se como fonte de ferro os folhosos verde-escuros, como agrião, couve, cheiro-verde; as leguminosas (feijões, soja, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas. Alimentos fontes de vitamina C, tais como: laranja, acerola, limão, kiwi, goiaba, tomate, brócolis, pimentões,entre outros. Evitar lácteos e cereais integrais nas grandes refeições, bem como chá, café e mate, pois diminuem a absorção.
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