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SEMANA 02 2 Sumário SST - Considerações Iniciais ...................................................................3 Legislações de SST (Brasil) - Parte 1 ......................................................4 Normas Regulamentadoras - Parte 1 .......................................................5 Normas Regulamentadoras - Parte 2 .......................................................5 Normas Regulamentadoras - Parte 3 .......................................................6 Normas Regulamentadoras - Parte 4 .......................................................7 Normas Regulamentadoras - Parte 5 .......................................................7 Normas Regulamentadoras - Parte 6 .......................................................8 Normas Regulamentadoras - Parte 7 .......................................................9 Normas Regulamentadoras - Parte 8 .......................................................9 Normas Regulamentadoras - Parte 9 .....................................................10 Responsabilidade Civil e Criminal - Parte 1 ...........................................10 Responsabilidade Civil e Criminal - Parte 2 ........................................... 11 3 SST - Considerações Iniciais Desde seu aparecimento na Terra o homem convive com o risco. E, por não ter controle sobre estes riscos, esteve sempre sujeito a todos os tipos de acidentes. Com a evolução da tecnologia o homem conheceu a roda d´água, os teares mecânicos, as má- quinas a vapor, a eletricidade, computadores, entre outros. Se por um lado isto trouxe evolução e desenvolvimento, por outro geraram novos riscos. Os primeiros problemas relacionados a doenças e acidentes do trabalho começaram já na an- tiguidade, antes de cristo, devido a contaminação por chumbo (um dos primeiros metais que homem aprendeu a usar). Posteriormente esta doença foi chamada de saturnismo, sendo co- nhecida até hoje. No entanto, a proteção legal ao trabalhador contra acidentes e doenças inerentes ao trabalho, no plano internacional, começou somente no século passado e no Brasil, as primeiras leis surgiram apenas em 1919. Legislações de SST (internacional) Um breve histórico da legislação internacional a respeito de saúde e segurança do trabalho está a seguir citada. Clique nas datas abaixo e veja a evolução da Legislação de SST. 1700 Publicada na Itália “As doenças dos trabalhadores“ – Médico Bernardino Ramazzini (pai da Me- dicina do Trabalho) – descrição de mais de 50 doenças relacionadas ao trabalho; 1802 Surge na Inglaterra a primeira lei de proteção ao trabalhador acidentado no exercício de sua função; 1862 Ocorre a regulamentação da segurança e higiene do trabalho na França; 1865 Regulamentação da segurança e higiene do trabalho na Alemanha; 1921 Regulamentação da segurança e higiene do trabalho nos Estados Unidos; Séc. 20 Houveram diversas publicações e leis visando a proteção dos trabalhadores; 4 Legislações de SST (Brasil) - Parte 1 Um breve resumo do histórico das principais legislações a nível nacional está a seguir descrita. Clique nas datas abaixo e veja a evolução da Legislação de SST em âmbito nacional. 1919 Surge a primeira Lei de Acidentes de Trabalho – Decreto 3724; 1930 Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; 1934 Surge a segunda Lei de Acidentes de Trabalho – Decreto 24637; 1943 O governo brasileiro apresenta a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho); 1944 Surge a terceira Lei de Acidentes de Trabalho – Decreto 7036; 1967 Surge a quarta Lei de Acidentes de Trabalho – Decreto 7036; Surge a quinta Lei de Acidentes de Trabalho – Lei 5316; 1976 Surge a sexta Lei de Acidentes de Trabalho; 1977 Criada a Lei 6514 altera o Capítulo V do Título II da CLT, relativo a saúde e segurança do traba- lho, tornando obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); 1978 Criada portaria 3214 que aprova as normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho. Posterior a isto as normas regulamentadoras foram alteradas diversas vezes de forma a promo- ver melhorias na gestão de saúde e segurança do trabalho nas empresas. 5 Normas Regulamentadoras - Parte 1 O capítulo V da CLT contém toda a legislação trabalhista relativa à Segurança e à Medicina do Trabalho para os empregados em empresas públicas e privadas, regidas por esse estatuto. Excluem-se os funcionários públicos estatutários. As normas regulamentadoras (NRs) da CLT são muito abrangentes e remetem muitas vezes a outras normas nacionais e internacionais, como por exemplo, às da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da American Conference of Governmental Industrial Higienysts (ACGIH). A seguir um resumo das 34 normas regulamentadoras em vigor atualmente. Cabe ressaltar que estas normas são alteradas constantemente e são criadas normas novas periodicamente. De forma a garantir a última revisão das normas e/ou eventuais alterações, você pode acessar o site na internet do Ministério do Trabalho e clicar em legislação. A seguir o link: http://portal.mte.gov.br NR1 – DISPOSIÇÕES GERAIS: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras (NR) de segurança e medicina do trabalho urbano, bem como os direitos e obrigações do governo, dos empregados e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. Trata ainda que o SSST – Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho é o órgão de âmbito nacional responsável pela coordenação, controle e su- pervisão das atividades de SMS. Normas Regulamentadoras - Parte 2 Vejamos o que falam as Normas Regulamentadoras. NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização para requerer o Certificado de Aprovação de Instalações (CAI). NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas, no tocante à segurança e medicina do trabalho ou sempre que o fiscal encontrar risco grave e iminente para o trabalhador. 6 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT): Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados re- gidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) de organizarem e manterem em fun- cionamento os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador, no local de trabalho. NR 5 – CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas de organizar e manter uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes com a finalidade de prevenir acidentes através da apresentação de sugestões e recomendações. Também exige a elaboração do mapa de risco (riscos físicos, químicos, fisiológicos e ergonômicos) que devem estar discriminados em lay-out / desenho afixado nas respectivas áreas de trabalho. Normas Regulamentadoras - Parte 3 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI: Estabelece as definições legais, forma de fabricação, requisitos de comercialização (como o CA – Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho) e responsabilidades de empregador, empregado, fabricante, importador e MTE. NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO: Estabelece a obrigatoriedade e implantação do PCMSO a todas as empresas públicas e privadas com a finalidade de monitorar, individualmente, aqueles trabalhadores expostos aos agentes de risco definidos no PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). NR 8 – EDIFICAÇÕES: Estabelece os requisitos técnicos mínimos como altura de pé direito, área de circulação, tipos de piso e ventilação natural, que devem ser observados nas edificações para garantirsegurança e conforto aos que nela trabalham. NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA: Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos empregadores CIPA e setor de SMS, do PPRA, com o objetivo de reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes ou que venham surgir no ambiente de trabalho preservando assim, a saú- de e a integridade física do trabalhador. 7 Normas Regulamentadoras - Parte 4 NR 10 – INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE: Estabelece as condições mínimas para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em todas as suas etapas, observando-se, para tanto, as normas técnicas vigentes e também trata da obrigatoriedade de somente profissional qualificado (através de trei- namento comprovado) trabalhar em instalações elétricas. NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se re- fere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, quanto manual, de modo a evitar acidentes no local de trabalho e obstrução de áreas de circulação, extintores e saídas de emergência. NR 12 – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS: Estabelece as medidas prevencionistas como a distância mínima entre máquinas e/ou equipa- mentos, condições do piso de trabalho, a serem adotadas na instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos. NR 13 – CALDEIRAS E VASOS SOB PRESSÃO: Estabelece os requisitos técnicos e legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão e também estabelece que esses equipamentos têm que ser super- visionados por um profissional qualificado. Normas Regulamentadoras - Parte 5 NR 14 – FORNOS: Estabelece as recomendações técnicas e legais pertinentes à construção, operação e manuten- ção de fornos industriais e proteção refratária para conforto térmico dos operadores. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES: Estabelece em seus anexos os agentes insalubres, limites de tolerância e os critérios técnicos e legais para avaliar e caracterizar as atividades e operações insalubres e o adicional devido para cada caso. NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS: Definem os critérios técnicos e legais para avaliar e caracterizar as atividades e operações peri- gosas e o adicional de periculosidade devido. 8 NR 17 – ERGONOMIA: Estabelece as condições para o planejamento do trabalho e do local de trabalho de modo a pre- servar as condições psicofisiológicas dos trabalhadores como também proporcionar um máximo de segurança, conforto e desempenho eficiente. NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO: Estabelece normas de planejamento e organização para implantar procedimentos que visam garantir a segurança e a saúde no trabalho em construção civil. Esta norma, por ser muito abran- gente, serve de base para outras normas. Normas Regulamentadoras - Parte 6 NR 19 – EXPLOSIVOS: Estabelece os requisitos para garantir a segurança nas atividades com explosivos, no que diz respeito à estocagem, manuseio e transporte de explosivos. NR 20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS: Define os requisitos de segurança nas atividades como armazenamento, transporte e manuseio de líquidos inflamáveis e combustíveis, gás liquefeito de petróleo (GLP) e outros gases inflamá- veis. NR 21 – TRABALHO A CÉU ABERTO: Estabelece as medidas de segurança relacionadas às atividades a céu aberto tais como minas e pedreiras e outros. Trata da obrigatoriedade de ter abrigo contra intempéries e insolação exces- siva, além de refeitórios e instalações sanitárias. NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO: Determina métodos e procedimentos, nos locais de trabalho, que proporcionem aos empregadas satisfatórias condições de segurança e saúde no trabalho de mineração. NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS: Estabelece medidas de proteção e combate à incêndios de que devem dispor os locais de tra- balho, visando a prevenção de saúde e da integridade física dos trabalhadores com a adoção de saídas de emergência, da instalação e manutenção de equipamento de combate à incêndio. 9 Normas Regulamentadoras - Parte 7 NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO: Estabelece as condições para se manter a higiene nas instalações sanitárias, aspectos de con- servação predial e o conforto a serem observados nos locais de trabalho no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamento e água potável. NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS: Estabelece as medidas a serem observadas pelas empresas sobre o destino final dos resíduos industriais visando a segurança e saúde do trabalhador e atendendo as legislações municipal, estadual e federal pertinentes. NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança, nos ambientes de trabalho, delimitando áreas, identificando equipamentos de Segurança e identifi- cando tubulações. NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO: Estabelece os requisitos para o registro profissional para o exercício da função de Técnico de Segurança do Trabalho e regulamenta a profissão junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES: Estabelece o procedimento de autuação por infração às normas regulamentadoras e determina os procedimentos a serem adotados pela fiscalização no que diz respeito aos prazos que empre- sas têm para atender às infrações levantadas. Normas Regulamentadoras - Parte 8 NR 29 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO: Tem como objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes, doenças profissionais e visa alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. NR 30 –SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO: Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. 10 NR 31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PE- CUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQÜICULTURA: Estabelece preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do tra- balho. NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚ- DE: Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Normas Regulamentadoras - Parte 9 NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CON- FINADOS: Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL: Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Responsabilidade Civil e Criminal - Parte 1 A Constituição Federal Nacional de 1988 estabelece as linhas gerais da organização da legisla- ção sobre Segurança e Saúde do Trabalho. Em relação a responsabilidade civil de um acidente do trabalho, deve ser levado em considera- ção os seguintes tópicos: O artigo 7º da Constituição estabelece: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: Inciso XXII – Redução dos Riscos inerentes ao trabalho, por meiode normas de saúde, higiene e segurança. 11 Inciso XXVIII – Seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”; A CLT, Título III, Capítulo V, Seção I, Artigo 157 cita: Cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”. Artigo 2º da CLT: O Empregador é a pessoa jurídica, individual ou coletiva, que assume os riscos da atividade econômica” Artigo 932 do Código Civil: São também responsáveis pela reparação civil III - O empregador ou comitente por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele. Artigo 159 do Código Civil: “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar o direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. Responsabilidade Civil e Criminal - Parte 2 Resumindo: 1) todos os trabalhadores têm direito a um local de trabalho saudável; 2) a empresa deve cumprir as normas de saúde e segurança do trabalho; 3) o empregador assume todos os riscos da atividade, ou seja, se acontecer um acidente o em- pregador responde processo civil pelo mesmo, devendo reparar o dano. Em relação a responsabilidade criminal de um acidente do trabalho, deve ser levado em consi- deração os seguintes tópicos: Lei 8.213/91, art.19 inciso 2º: “Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empre- sa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.” Caso ocorra situação de maior gravidade, na qual o representante da empresa tenha agido com dolo ou culpa, o próprio Direito Penal sanciona a punição, qual seja a prática de lesões corporais (art.129 Código Penal) ou homícídio (art.121 Código Penal) culposo ou doloso. Resumindo: Em acidentes de trabalho com maior gravidade, o empregador responde processo criminal.