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versao actualizada da Monografia Yuni

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Quadro Conceptual: Orientação Escolar Profissional
Segundo Pestana e Páscoa (2002), Orientação Escolar e Profissional é uma actividade que visa o apoio das escolhas profissionais através de conhecimentos de si próprio (aptidões, interesses, capacidades,) e de informações sobre cursos e saídas profissionais.
A Orientação Escolar e Profissional de uma maneira mais ampla é uma parte da investigação laboral que estuda as diferentes profissões e as capacidades dos indivíduos com vista a uma fundamentação científica de modo a que se ajustem a uma escolha adequada na selecção da profissão. A OEP é um ramo da psicologia laboral (Nhantumbo, 2017).
A OEP é um processo contínuo e integral que tem como principal objectivo preparar o jovem/adulto para uma escolha consciente relativa ao seu futuro, seja ele escolar ou profissional (Idem).
	Na perspectiva de Neiva (2013), a orientação escolar profissional refere-se a um conjunto de “serviços e actividades que pretendem apoiar as pessoas, de qualquer idade e em qualquer ponto ao longo do seu ciclo de vida, nas escolhas escolares, formativas e profissionais e na gestão das suas carreiras’’. Esses serviços podem funcionar em escolas, universidades e escolas superiores, em instituições de formação, em centros públicos de emprego, no local de trabalho, no sector de voluntariado ou comunitário e no sector privado. 
	Segundo Giacaglia e Penteado (2003) a OEP é um processo mediante o qual se ajudam os indivíduos a desenvolverem e aceitarem imagens completas e adequadas de si mesmos, dos seus papéis no mundo laboral, das suas satisfações pessoais, em primeiríssimo lugar, das satisfações familiares, em segundo lugar e para o benefício da sociedade em geral.
	Para Bohoslavsky (2007) a OEP é um serviço ou actividade que visa apoiar todos os indivíduos nas escolhas escolares e profissionais e também na gestão das suas carreiras que são o fruto das escolhas escolares e profissionais anteriormente feitas e, na resolução de problemas subjectivos inerentes ao indivíduo alvo. Estes serviços referidos por este autor em sua plena execução possibilitam aos indivíduos alvo identificar, conhecer e compreender os seus valores, as suas capacidades, os seus interesses, as suas metas (futuras profissões) e as alternativas que o ensino e os mercados laborais podem oferecer.
Surgimento e evolução da OEP 
De acordo com Carvalho, (1995), a OEP nasceu como uma prática cujos objectivos estavam directamente ligados ao aumento da eficiência industrial. Ela tem suas origens situadas na Europa do início do século XX, mais precisamente com a criação do Centro de Orientação Profissional de Munique, no ano de 1902. Nesse momento inicial, o objectivo da Orientação Profissional era o de detectar, na indústria florescente, trabalhadores inaptos para a realização de determinadas tarefas e, assim, evitar acidentes de trabalho.
A história desta actividade orientadora, tanto a nível escolar bem como a nível profissional, se confunde muitas vezes com a história da evolução da própria sociedade, isto é, se enquadra com as necessidades da humanidade, dado que nem sempre as escolhas escolares, vocacionais e/ou profissionais foram problemas para os Homens (Nhamtumbo 2017).
Segundo Hofisso e Sitóe (1995), Constata-se, que na primeira sociedade o trabalho era organizado em prol de actividades tais como de colecta e posteriormente de caça, (1) não havendo muita diferenciação de funções, (2) viviam para sua própria sobrevivência. 
As mulheres e as crianças estavam em pé de igualdade com os homens, havendo apenas uma hierarquia no que se referia a assuntos de guerra e cuidados com a saúde, actividades desenvolvidas por questão de bravura e/ou idade avançada. Visto que nesta fase não havia necessidade nem a possibilidade de grandes escolhas no desempenho das funções.
As abordagens sobre a Orientação Escolar e profissional, conhecem várias vertentes defendidas por diferentes pensadores que nas suas contribuições, as suas opiniões e posições sobre o facto, foram apresentados por meio de modelos, sendo que destes destacam-se os modelos de Super (1969), de Holland (1960) e de Krumboltz (1988). 
No início do século XX, com F. Parsons, o problema da orientação era o bom ajustamento entre as características pessoais e as tarefas do trabalho, num mundo em que predominava a perspectiva estática da pessoa e a estratificação familiar e social determinava, em grande parte, a distribuição pelas fileiras escolares. O mundo apresentava-se como um lugar previsível para viver, toda uma vida era passada numa mesma empresa, numa mesma região geográfica e num mesmo país (Odília Teixeira, 2008).
A orientação escolar e profissional estava associada à consulta psicológica vocacional individual e, era encarada, com frequência, como uma intervenção breve, remediativa, com pouca atenção aos processos psicológicos, e muito focalizada nos resultados Osipow, 1982. Figurava como um processo de ajuda racional, baseada no fornecimento de informação e no uso de testes de avaliação psicológica. Era desenvolvida e descrita, como uma intervenção de curta duração onde era realizado o ajuste ou a adequação de uma pessoa a uma profissão, num único momento Parsons, 1909; Williamson, 1972; Willianson & Biggs, 1979 (Idem)
Contudo, a partir dos anos 30 a 40, houve uma alteração significativa da visão estereotipada da orientação escolar, surgindo o conceito de desenvolvimento vocacional, ligado à progressiva importância atribuída à individualidade de cada pessoa. 
A orientação escolar e profissional, passou a ser encarada como um processo que envolve ajudar as pessoas a adquirir e desenvolver conhecimentos, competências e atitudes destinadas ao desenho de um projecto individual de carreira, em que se integram todos os papéis de vida, o trabalho, o estudo, a família, o tempo livre, e a sua participação na comunidade. 
Assim sendo, a orientação escolar e profissional é, necessariamente, mais que administrar e interpretar resultados de testes psicométricos (Crites, 1981), podendo incluir actividades como: interpretar narrativas ou comportamentos do cliente na sessão, dar feedback ao cliente acerca de resultados de possíveis avaliações psicológicas, explorar eventuais conflitos familiares, ou conflitos entre os diferentes papéis de vida Constata-se ainda que a orientação escolar e profissional é uma intervenção vocacional e, como tal, refere-se a “qualquer actividade destinada a promover a capacidade da pessoa para tomar bem as suas decisões e desenvolver a sua carreira”. 
Nos países europeus, a designação de Orientação Profissional passa a Orientação Escolar e Profissional e na literatura anglo-saxónica surgem as expressões de Psicologia Vocacional. Esta mudança de terminologia traduz a passagem da natureza pontual da intervenção para a abordagem longitudinal da carreira, com grande relevância para as práticas em âmbito educativo. As designações de desenvolvimento da carreira e desenvolvimento vocacional transmitem o processo de desenvolvimento no domínio vocacional, sendo este colocado em termos de fases, de tarefas e de comportamentos vocacionais (Ginzberg e cols., 1951; Super, 1957).
Evolução da OEP em Moçambique
A OEP, em Moçambique, tem ocorrido em diferentes contextos e cenários, como acções de diferentes atores e direccionadas a diversos grupos populacionais. Rememorar a história, ainda que sucintamente, é relevante para se contextualizar as acções realizadas e as desejáveis mudanças.
Por conseguinte, fica patente a ideia de que a OEP é de capital importância para a transformação das sociedades ao preparar o individuo para os desafios com que deverá lidar no decurso da sua trajectória de vida.
A evolução da OEP em Moçambique, confunde-se com a história da educação, podemos verificar os pontos que poderíamos destacar como evidencia ou marco para constatamos que a OEP, sempre esteve vigente, por mais que fosse de forma inconsciente. 
No contexto moçambicano, a OEP, evolui como estratégia-chave necessária, no âmbito de seleccionar, descriminar, em parte,vigora mais favorecendo interesses, mas seguindo uma dinâmica que na época era feita para defender interesses. Poderemos verificar olhando para história da educação em Moçambique.
Enquadramento historico da OEP no Periodo colonial 
Partindo do pressuposto de que o sistema de educação colonial em Moçambique, era coerente com os objectivos económicos, políticos e culturais do sistema, onde impôs uma condução que visava a reprodução de exploração e de opressão e a continuidade das estruturas colonial capitalistas de dominação.
A educação tinha por função modelar o homem servil, despersonalizando alienado das realidades do seu povo; ela devia favorecer a formação de um homem tão estranho ao seu próprio povo que pudesse vir a ser, mais tarde, instrumento do poder colonial para a dominação dos seus irmãos; também estava confiada a formação de mão-de-obra barata (GOMEZ, 1999:59).
O sistema de ensino colonial foi sofrendo reformas, mas adequadas as circunstâncias histórico económicas e a conjuntura política internacional. A formação do indígena e a criação da figura jurídico-político ”assimilado” impunham-se como necessidade de força de trabalho qualificada para a maior exploração capitalista.
Aqui desenvolveu-se o sistema de educação paralela, para filhos da classe dominante e para indignas (boletim da Republica, 1983), isto é, a educação dividia-se em dois grupos ou seja em dois ensinos: «Ensino oficial, destinado aos filhos dos colonos ou dos assimilados e o rudimentar destinado às indignas» (MAZULA, 1995:80)
No contexto moçambicano, a orientação, tanto escolar bem como profissional, considera-se que tenha surgido após o alcance da independência numa altura em que o governo precisava responder as exigências da sociedade, tendo recrutado muitos jovens para diferentes áreas de formação escolar e profissional. Isto fez parte do movimento denominado “Geração 8 de Março”. No entanto, tal orientação era feita sem obedecer sistematicamente o paradigma proposto por Parsons, ou seja, baseava-se em práticas e paradigmas empíricos, não submetidos a testes científicos (uma orientação fragmentada e superficial), e actualmente, apenas se verifica em alguns casos e só em classes terminais.
Embora seja preponderante que se realize um estudo profundo sobre as vantagens exactas para se definir os modelos e os métodos a adoptar na intervenção de uma Orientação plena, não há dúvida sobre a importância de se ter estes serviços nas escolas públicas. O que é necessário e muito urgente é que se criem novas perspectivas nas escolas e universidade públicas para que as práticas da OEP sejam realizadas de forma metódica e intencional, Ussene (2011: 19-20). Para este, com base na literatura e no levantamento bibliográfico pode-se perceber que este processo e costume de Orientação, seja escolar bem como profissional, é muito pouco praticado nas escolas moçambicanas e o que se faz na maior parte dessas escolas não se apresenta como um processo de orientação.
Se partirmos do princípio de que os programas de uma escola devem ter como finalidade fundamental apoiar os alunos a gerir sua carreira através de um objectivo simples que é ajudar este aluno no conhecimento de si próprio, das oportunidades educativas e profissionais, dos papéis e estilos de vida, das tendências dos mercados laborais e no processo de tomada de decisão Ussene (2011: 22), então a estrutura e o conteúdo do currículo actualmente desenvolvido nas escolas de Moçambique é inadequado e de pouca utilidade para os alunos nela inseridos porque o nível das exigências sociais está acima daquilo que ele oferece.
Segundo Castiano citado por Ussene (2011) o compromisso que Moçambique assinou, que indicava, de entre outros objectivos, que deveria elaborar um plano nacional de educação e definir estratégias para que, até 2015, a escola respondesse às necessidades educativas de todos os alunos (jovens e todos os adultos), assegurando um acesso equitativo aos programas adequados tendo como objectivo, a aquisição de conhecimentos, assim como as competências necessárias para a vida, não está muito saudável, ou seja, não foi em pleno realizado, pois tem áreas importantes que visam a concretização de tais objectivos que não foram alvo de grandes prioridades.
Este problema da inexistência de Serviços de Orientação, deve-se a vários factores que coabitam entre si em Moçambique. No seu trabalho de doutoramento, Ussene (2011) nos avança três factores: (1) o facto do currículo oferecido pelas instituições de ensino impedir que os alunos revejam as suas opções escolares bem como profissionais à medida que avançam nas suas formações; (2) o facto das instituições que detêm o poder de alterar ou modificar, na sua maioria, se encarregarem de impor os seus programas curriculares e conteúdos específicos em detrimento da racionalidade dos alunos (programas estes que são inadequados e de pouca utilidade para os alunos) e (3) o facto dos professores não terem condições para estar a par das descobertas científicas mais recentes, sendo mesmo que alguns não têm nem habilitações suficientes para orientar nem escolar e nem profissionalmente com a qualidade exigida.
De salientar que um dos factores que impede a materialização da OEP como um processo pleno em Moçambique são as raras referências bibliográficas e em consonância a este factor, oficialmente, só um punhado de estudantes dos cursos de Psicologia da Universidade Pedagógica têm, geralmente, no terceiro ano de licenciatura e durante apenas um semestre, uma disciplina denominada Orientação Escolar e Profissional, o que é muito pouco para as actuais exigências e necessidades sociais.
Enquadramento historico da OEP no período Pós-Colonial ou Pós-Independência 
Moçambique tornou-se um país independente a 25 de Junho de 1975. No dia 24 de Julho do mesmo ano, a educação e outras instituições socioeconómicas consideradas conquistas do povo foram nacionalizadas. O Estado assumiu inteiramente a responsabilidade da planificação e gestão da educação. O que o Estado herdou do sistema colonial foi uma reduzida rede escolar, um sistema educacional com objectivos alienantes, enraizado em práticas e métodos autoritários. Com a nacionalização, o ensino passou a ser laico em seus objectivos e foi colocado ao serviço de interesses políticos, animados pela utopia de formar o ‘homem novo’, um cidadão ideológica, científica, técnica e culturalmente preparado para realizar as tarefas do desenvolvimento socialista do País.
De acordo com dados da UNESCO, na altura da independência, cerca de 90% da população moçambicana, do total de cerca de onze milhões, era analfabeta: não sabia falar, ler e escrever a Língua Portuguesa. Esta, com a proclamação da independência, passou a ser a língua oficial, por razões históricas que anteriormente foram mencionadas. Os contactos dos novos governantes com a população, tal como no tempo do domínio colonial, eram e ainda são mediados por intérpretes ou tradutores.
A educação no período da Independência iria determinar a geração Pós-independência e o futuro da própria nação. Houve uma extensão da rede escolar para um maior numero de moçambicanos que durante o período colonial não teve acesso as disciplinas escolares. Esta educação visava a Unidade Nacional baseada numa educação revolucionária aberta e científica. A educação tradicional foi vista neste novo processo de reestruturação curricular como conservadora de valores ultrapassados, foi considerado como sendo primitivo e inadequado para as necessidades modernas da sociedade moçambicana.
O Homem Novo, era totalmente anti-tradicionalista, semelhante ao ideal moderno iluminista que devia seguir apenas a luz da razão e buscar-se na técnica, e a tradição era visto como um obscurantista como um perigo para o progresso pela
FRELIMO, as línguas nacionais, foram excluídas do SNE e foram expostas ao confinamento das ideias. A educação nacionalista, contribuiu para dar ao moçambicano ''uma dimensão metafísica e ao mesmo tempo ter tentado concretizar estas qualidades numa realidade concretae enquadrá-las numa luta pela liberdade'' (CASTIANO, 2005:81)
Segundo Mazula, após a independência o governo moçambicano tinha o principal objectivo «a formação do Homem Novo, com plena consciência do poder da sua inteligência e da força transformadora do seu trabalho, na sociedade e na natureza; Homem Novo livre de concepção supersticiosa e subjectiva» (MAZULA, 1995:110).
A Orientação pressupõe aspectos que nela influem que são: económicos, sociológicos, psicológicos, pedagógicos e médico-fisiológicos. 
Hoje, mais do que nunca, numa época em que a mudança se fixou e em que os desafios quotidianos se agigantam, a Orientação Escolar e Profissional assume uma importância vital na preparação dos jovens face à complexidade do sistema educativo e das suas articulações com o mundo do trabalho. 
A OEP em suma, tem como objectivo fulcral, ajudar e apoiar os alunos na sua tomada de decisão, ao mesmo tempo que se procura promover certos aspectos de maturidade vocacional, importantes para a efectivação da tarefa vocacional que enfrentam neste período de transição. 
Evidencias testificadas da OEP no período pôs independência em Moçambique
Existiu, em Moçambique, nos anos de 1950 e com maior ênfase na década de 1960, uma corrente encabeçada principalmente por intelectuais, representando os mais diferentes sectores da sociedade que reivindicavam uma maior autonomia em relação a Portugal. Esta “onda autonomizante” não dizia respeito unicamente a questões administrativas. Ela tinha igualmente em conta a necessidade de uma maior africanização das instituições coloniais.
Seria um reconhecimento de que Moçambique deveria ter uma lógica de vida diferente daquela que predominava em Portugal, que as instituições coloniais se adequassem ao contexto concreto de Moçambique e que este não constituísse uma fronteira a partir da qual os indivíduos fossem separados. Nesse sentido, o Estado colonial deveria deixar de ser juridicamente segregacionista, passando a integrar os moçambicanos indígenas na mesma lógica jurídica que aquela que governava a vida dos colonos portugueses e a dos assimilados.
Em outras palavras, as exigências de assimilação deveriam deixar de ser condição para que o indígena se tornasse cidadão português.
Desta forma, é possível observar, como nota Mondlane (1995), a emergência e consolidação de um vigoroso movimento intelectual, cultural e político de reivindicação. Este movimento funcionou como força de pressão para que o Estado colonial se reconfigurasse.
Tratou-se efectivamente, daquela situação em que Cabral (1980) caracteriza como o momento do “suicídio” dos assimilados enquanto alienados ao sistema colonial; onde, supostamente, passam a tomar consciência de sua condição subalterna na sociedade e procuram empreender uma acção visando reivindicar a cultura africana e, consequentemente, as independências dos países colonizados. Em resposta a esse movimento independentista de Moçambique, mas também àquele que vinha tendo lugar em outras colónias, especialmente Angola e Guiné-Bissau, o Estado colonial visando garantir a sua legitimidade ante os moçambicanos e da comunidade internacional, se propôs a reformular parte de suas políticas, entre as quais, as identitárias.
Num tempo de grande mobilização nacional da FRELIMO, a educação foi, sem dúvida, uma ferramenta e um trunfo imprescindível, desenhando-se como uma declaração do pilar na luta pela consolidação nacional moçambicana. A partir desta focalização
Política, a FRELIMO entendeu / podemos assim constatar o seguinte facto de que orientou que a educação podia (e devia) ser um símbolo da derrota e desmantelamento das prévias estruturas educacionais coloniais. Confrontada com a herança da mentalidade e dos valores colonialistas, a FRELIMO lança uma vasta campanha educativa, proclamando que a iliteracia devia ser erradicada e que a educação devia ser democratizada, de modo a garantir que o povo moçambicano, “de todas as raças e grupos étnicos, credos e backgrounds sociais, jovens e velhos, homens e mulheres (REVOLUÇÃO MOÇAMBICANA,1974).
No contexto moçambicano, a orientação, tanto escolar bem como profissional, considera-se que tenha surgido após o alcance da independência numa altura em que o governo precisava responder as exigências da sociedade, tendo recrutado muitos jovens para diferentes áreas de formação escolar e profissional. Isto fez parte do movimento denominado “Geração 8 de Março”. No entanto, tal orientação era feita sem obedecer sistematicamente o paradigma proposto por Parsons, ou seja, baseava-se em práticas e paradigmas empíricos, não submetidos a testes científicos (uma orientação fragmentada e superficial), e actualmente, apenas se verifica em alguns casos e só em classes terminais. (Nhamtubo, 2017)
A chamada geração do 8 de Março (de 1977), composta por estudantes-professores em Moçambique e estudantes moçambicanos enviados para o estrangeiro para continuarem os estudos em países como Cuba, RDA, ex-União Soviética, Hungria (países socialistas), bem como Portugal e Brasil. Isto porque os professores portugueses abandonam o país em 75, deixando Moçambique com um défice enorme neste sector. Em consequência os estudantes moçambicanos da 5ª, 6ª e 7ª classe com 16, 17 e 18 anos tornam-se professores pelo país fora, havendo também a suspensão de dois anos do ensino secundário (a 10ªe 11ª classe) entre 1977 e 1980 de forma a permitir que houvesse uma houvesse uma alteração no panorama escolar. 
A “geração do 8 de Março” cumpriu a missão que recebeu de Samora em 1977, a de criar alicerces da reconstrução de Moçambique após a independência. Para alguns, talvez muitos, foi um processo violento porque contrariava a sua vocação e anseios. Forçar alguém a aceitar ser professor quando o seu sonho era ser médico ou engenheiro não é fácil. Mas a maioria compreendeu e engajou-se nessa novas tarefas.
No ano de 1996, o Ministério da Educação de Moçambique (MINED) estabeleceu contactos com a Fundação Portugal – África (FPA) tendo em vista obter o seu apoio para "o relançamento das Escola de Artes e Ofícios em Moçambique". As Escolas de Artes e Ofícios (EAO), instituições de educação básica e técnica elementar, desempenharam um papel socialmente relevante no período colonial, regra geral, em articulação com as missões católicas, distribuídas ao longo de todo o território moçambicano.
As EAO eram escolas-oficinas e tinham por finalidade principal dar aos seus alunos, quase sempre população autóctone, uma preparação profissional prática, a que se juntava alguma formação académica, bastante elementar, equivalente ao primeiro grau.
Comparação da OEP no período colonial e pôs independência até na actualidade
Implicações da OEP na sociedade atual
Considerações finais 
Antes salientar que um dos factores que impede a materialização da OEP como um processo pleno em Moçambique são as raras referências bibliográficas e em consonância a este factor, oficialmente, só um punhado de estudantes dos cursos de Psicologia da Universidade Pedagógica têm, geralmente, no terceiro ano de licenciatura e durante apenas um semestre, uma disciplina denominada Orientação Escolar e Profissional, o que é muito pouco para as actuais exigências e necessidades sociais.
Em Moçambique, a educação enquanto direito e dever de todos os cidadãos está consagrado na Constituição de Moçambique, revista em 2004. De igual modo, a Constituição abrange o direito à igualdade afirma que nenhuma discriminação será permitida por motivos legislativos, políticos, económicos ou sociais
Referências bibliográficas 
Bohoslavsky, Rodolfo (2007). Orientação Vocacional: A Estratégia Clínica, 12ª Edição, São Paulo, 
Carvalho, O. (2014). Desafios Atuais da Escolha e Decisão Vocacional/Profissional: Um Olhar Pedagógico Sobre a Questão. Revista Trabalho & Educação.
Hofisso, Narciso e Sitóe, Jonas (1995) Manual de História de África. 6ª Classe. INDE, Maputo-Moçambique;
Mechisso, Guedes Basílio (2017). Política(s) de Assistência Estudantil no Ensino Superior em Moçambique: passado,presente e desafios.
Neiva, K. M. C. (2013). Processo de escola e orientação profissional. São Paulo: Vetor.
Nhantumbo, G,P. (2017). Análise das percepções dos alunos sobre a influência da família nas suas escolhas vocacionais do ii° ciclo do ensino secundário geral: caso da escola secundaria da zona verde. Universidade Pedagógica. Maputo.
Odília Teixeira, Maria (2008), A abordagem sócio-cognitiva no aconselhamento vocacional: Uma reflexão sobre a evolução dos conceitos e da prática da orientação Revista Brasileira de Orientação Profissional,vol. 9, núm. 2, 
Oliveira de, C., Tatiana, M. A., Claisy M (2010). Psicologia Escolar e Orientação Profissional: Fortalecendo as convergências Revista Brasileira de Orientação Profissional, vol. 11, núm. 2, julio-diciembre, ,

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