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POP SHOCK
um styling da moda jovem de Tóquio
POP SHOCK
 um styling da moda jovem de Tóquio
POP SHOCK
um styling da moda jovem de Tóquio
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Departamento de Design - Habilitação em Design Gráfico
Projeto de Conclusão de Curso - 2011
Samanta Akemi Araki Nagashima
Bauru, 2011
orientadora:
Profa. Dra. Mônica Moura
Dedico este trabalho aos meus pais, Suzy e Milton, que apesar de 
nem sempre concordarem com minhas decisões, nunca me fizeram de-
sistir dos meus sonhos e sempre estiveram lá quando precisei recompor 
meus pedaços. 
A
Agradeço primeiramente à Deus por todas as oportunidades.
À toda a minha família por sempre ter estado ao meu lado, nas horas boas e ruins.
Às minhas modelos, Thamy, Letícia e Priscila, que aguentaram incansáveis horas de produções, 
seções fotográficas e ocasionais olhares de curiosos que passavam nas ruas. 
À Gabrielly, Débora, Ana Luíza, Ana Helena, Elaine e Fernanda pelo incentivo, nunca deixando de 
me animar quando eu sentia que nada ia dar certo. 
À Isabella e à Bia, que mesmo fora do país nunca deixaram de me apoiar em todas as horas que 
eu precisei. 
À todos os professores que tive nesses quatro anos e especialmente à minha orientadora, Mônica, 
que me guiou até eu conseguir encontrar o caminho. 
Agradeço à todos as pessoas que sempre acreditaram mais em mim do que mim mesma. Sem 
vocês eu nunca teria tido forças para chegar onde cheguei.
GRA
MENTOS
DECI
RESUMO _______________________________________________
INTRODUÇÃO ____________________________________________
 Moda de Rua _________________________________
 O Styling e o Stylist ______________________________
 O Papel do Stylist _______________________________
 O quimono e a Imagem ___________________________
 O uniforme ___________________________________
 O Japão pós-moderno ____________________________
 Universo de Harajuku ____________________________
 Tóquio, centro global da moda de rua _________________
 O Reino Kawaii ________________________________
 Estilo Lolita ___________________________________
 Fairy Kei ____________________________________
 Fenômeno Gyaru _______________________________
 Garota da Montanha x Garota da Floresta _______________
 Uniforme Escolar________________________________
 Cosplay _____________________________________
 Conceito _____________________________________
 Análise de Referências ___________________________
 Processo do Styling _____________________________
 Apresentação dos resultados_______________________
Conclusão E Considerações Finais ______________________________
Bibliografia _____________________________________________
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SUmário
Moda não é algo que existe somente em vestidos. Moda está no céu, 
nas ruas, moda tem a ver com idéias, com o modo com que vivemos, com o 
que está acontecendo […] 
 CHANEL, Coco.
(Chanel: a woman of her own. 1991)
12
Este projeto trata do styling de looks inspirados no movimento estético-
cultural da moda de rua de Tóquio observados entre os anos de 1998 e 2011 
e tem como objetivo transmitir, através de um ensaio fotográfico e produção de 
moda, os conceitos e ideais por trás do exterior de seus usuários.
Palavras-chave: styling, moda de rua, Tóquio, imagem, looks. 
RESUMO
13
As novas gerações tinham um grande apreço 
pela liberdade e utilizaram o visual como meio canali-
zador de uma expressividade radicalista e explosiva, 
pois buscavam definir uma imagem de si mesmos como 
indivíduos.
Visando a crescente importância da moda de rua 
no cenário internacional e o destaque da moda japone-
sa como uma das maiores autoridades no assunto, 
este Projeto de Conclusão de Curso tem como objetivo 
realizar um styling de looks inspirados na moda de rua 
de Tóquio, buscando não apenas retratar o aspecto 
visual mas transmitir os ideais e os desejos escondidos 
por trás do exterior desses jovens através da produção 
de ensaios fotográficos, no intuito de que este projeto 
possa despertar o interesse público para o aspecto 
cultural deste tema.
Para isso faremos uma breve explicação sobre a 
origem do styling e o papel do Stylist, a moda de rua e 
uma abordagem sobre a relação dos japoneses com a 
imagem e o universo da moda de Tóquio, além de clas-
sificar alguns dos principais estilos e subculturas que, 
além de terem influenciado a moda do país, também 
serviram de inspiração para a criação dos looks que 
serão colocados em um photobook que será usado 
para a apresentação e defesa deste trabalho.
Com o fim da Segunda Guerra 
o governo japonês, em uma tenta-
tiva de reerguer o país, adotou um 
sistema social rígido que consistia 
no sacrifício do indivíduo em função 
do progresso nacional. Nessa 
época surgiu aquela ideia de que 
japoneses eram todos iguais. 
Não faz muito tempo, porém, 
que a sociedade japonesa começou 
a se desvincular dessa estrutura 
social coletivista e começou a de-
sejar a explorar os novos valores 
trazidos pela globalização. Como 
conseqüência, nos anos de 1980 o 
país viveu um Boom na cultura pop 
urbana. 
 
introdução
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MODA
A moda, entre outros fatores, 
nasceu para dar vazão e expressão 
à necessidade de representação do 
homem no ambiente e principalmente 
na sociedade, auxiliando a construir 
identidades e imagens por meio de 
produções e looks. Essa representação 
está diretamente conectada ao papel 
que a moda exerce na vida de cada 
pessoa. Para alguns é sinônimo de 
arte, é tão essencial quanto o ar ou até 
mesmo religião, pode ser uma forma 
de escape, uma maneira de reafirmar 
nossa existência, enquanto para outros 
é simplesmente mais um emprego, uma 
fonte rentável de dinheiro. 
Independente do significado, 
a moda deixou de ter um caráter 
simplesmente alegórico, tornando-se 
hoje em um dos meios mais significa-
tivos de expressão individual. Mesmo 
ainda existindo uma tendência ditada 
pelos grandes estilistas, as pessoas 
procuram cada vez mais vestir-se de 
acordo com seu cotidiano, com o jeito 
que levam suas vidas, expressam 
suas personalidades e suas visões de 
mundo. 
[…] O consumidor, ao mesmo tempo que consome as pro-
postas de moda, cada vez mais as produz, uma vez que adapta, 
renova, mistura, ignora a moda em prol de estilos diferentes 
daqueles que estão em curso, ainda que isso signifique se lixar 
para eles, fazendo ou não ideia de que, paradoxalmente, essa 
atitude é uma das posturas mais desejadas pela própria indústria, 
pois pode resultar numa de suas mais férteis fontes de informa-
ção e criação. (MESQUITA, 2009)
de rua
15
Nos últimos anos a área e tambem o mercado de 
moda parece ter direcionado seu olhar para as ruas 
das grandes metrópoles. Ao invés de ser utilizada ap-
enas em seus modelos criados por grandes nomes do 
design, a moda de rua nasce por meio de pessoas co-
muns nas calçadas pavimentadas das grandes cidades. 
Essas pessoas estão criando as novas tendên-
cias e são nelas que curiosos, fashionistas, e inclusive 
estilistas de renome estão buscando inspiração, como 
podem ser vistas nas últimas décadas onde estilos que 
nascem nas ruas influenciaram as próprias criações da 
alta costura. Um exemplo disso são os jeans skinny que 
antes eram usados apenas pelos Punks e hoje são ex-
tremamente comuns em coleções de grandes estilistas. 
Considerada a raíz da moda jovem, a moda de 
rua não se refere especificamente a um determinado 
estilo, mas a um conjunto de estilos únicos criados e 
personalizados por pessoas que usam suas roupas 
como um meio de expressão e de comunicação com 
o mundo.
Atualmente existem centenas de 
sites e blogs onde pessoas postam e 
compartilham seus looks diários. Parte 
dessa popularidade se dá por conta 
da globalização e das possibilidades 
da tecnologia digital; com apenas um 
clique podemos conferir o que qualquer 
pessoa em qualquer parte do mundo 
está usando.
Noentanto, a globalização ao 
mesmo tempo em que evidencia e pop-
ulariza, também tem contribuído para 
padronizar e reduzir a originalidade da 
moda de rua. Isso porque geralmente 
esses sites acabam virando referência 
e de repente um estilo que, por exem-
plo, começou na Alemanha acaba se 
espalhando pela Europa e quando me-
nos se espera todos os sites e revistas 
estão estampando os mesmos looks, 
só que vestidos por pessoas diferentes 
em lugares diferentes. 
16
O STYLINGo stylist
No design, o styling surgiu nos 
EUA, por ocasião da queda da bolsa 
de 1929, como uma filosofia de que os 
produtos deveriam ser mais atraentes 
aos olhos sem que houvesse uma 
preocupação com a funcionalidade 
para atrair os consumidores a gasta-
rem mais. Segundo Torrent e Marín 
(2007) a palavra Styling indica uma 
modalidade de desenho industrial que 
prioriza o aspecto externo dos obje-
tos com aplicação de extravagantes 
efeitos visuais, ou seja, os designers 
que atuaram nesse sentido dotavam 
os objetos de um aspecto atrativo com 
referências a Art Déco, ao Futurismo 
com o objetivo de aumentar as vendas 
dos produtos. Burdek (2006) aponta 
que o styking era uma ‘agressiva exar-
cebacao formal de caráter superficial’ e 
que a dominação cultural e do produto 
americano era determinante nos paises 
asiáticos, porém nos anos de 1990 
países como Japão, Coréia, Taiwan ‘se 
emanciparam totalmente em termos de 
design’. 
 Na moda, o styling é a forma 
de comunicação do conceito de uma 
marca, editorial ou indivíduo. 
A palavra Styling, de origem inglesa, é traduzida 
como adjetivo de style, que no português é traduzido 
como estilo. Segundo MESQUITA (2009, p.11) estilo, 
no âmbito individual, é resultado de uma série de com-
ponentes subjetivos que dizem respeito desde nossas 
escolhas sobre roupas e sapatos até o modo como 
nos comportamos e preferimos determinadas músicas 
e marcas de perfume. 
Ou seja, nossas preferências definem e compõem 
o que chamamos de estilo pessoal assim como a marca 
é associada a determinadas características formais e 
subjetivas que possibilitam o usuário a reconhecer seu 
estilo e ao mesmo tempo se identificar com ela.
Por exemplo, quando se trata de uma grife, de-
terminados valores e características são associadas à 
marca para que ela seja instantaneamente reconhecida 
pelo público, portanto é importante que seu estilo se 
mantenha constante para não arriscar sua identidade. 
Diferentemente do Styling de moda, que trabalha 
com a comunicação do conceito imagético da marca 
para aquela ocasião, portanto tem mais flexibilidade 
para trabalhar com elementos que fogem até mesmo 
do estilo da marca, pois trabalha com o contexto 
daquele determinado instante. 
O Styling é o produto criativo do profissional Styl-
ist independentemente de ser ou não executado por 
ele. Embora tenha surgido oficialmente nos anos de 
1960 com Mary Quant, é dito que o Stylist sempre es-
teve resente na história da moda, desde seus serviços 
 
17
O stylist é um mediador da moda, assim como um curador 
é para a arte. Cada stylist interpreta a vestimenta e a propõe de 
uma maneira diferente, inserindo-a em um novo contexto. Ele é 
um mediador entre o público e o designer, isto é, a maneira como 
a composição imagética dos elementos é organizada causa uma 
imagem e um determinado impacto. Se os mesmos elementos 
fossem organizados de outra maneira, ou por outro curador, a 
mensagem seria diferente. (RONCOLETTA, 2009) 
Diferentemente do designer de moda, o stylist 
não cria peças, ele simplesmente as dispõe da mel-
hor maneira possível para apresentar um conceito e 
determinar a imagem e o impacto que elas irão causar 
quando o fizerem. Ou seja, o stylist comunica as cria-
ções do designer ao público através de uma interpre-
tação onde suas próprias subjetividades são levadas 
em conta.
Stylist: palavra inglesa para referir-
se ao profissional que define a imagem de 
um desfile, catálogo ou editorial de moda. 
Sugere e ajuda a selecionar modelos, faz a 
edição das roupas a serem usadas e ajuda 
a determinar a maquiagem e o cabelo a 
serem adotados; nos desfiles, interfere na 
atitude das modelos e opina sobre cenário 
e trilha sonora. (SABINO, 2007:563 apud 
RONCOLETTA; BARROS, 2007)
prestados à realeza, seu papel em 
consultoria de imagem até sua efe-
tiva visibilidade como profissão nos 
anos de 1990. 
O termo Stylist é usado para 
nomear o profissional especialista 
em imagem, sendo utilizado mer-
cadologicamente no Brasil desde 
a década de 90. O stylist é aquele 
que interpreta a Moda e constrói o 
conceito e a imagem por trás do look 
para uma determinada mídia. Sendo 
que, entende-se por look, a orga-
nização de determinadas roupas as-
sociadas ao conjunto formado pelos 
acessórios, roupas, postura, cabelo, 
maquiagem, etc.
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Embora o stylist seja o cérebro por trás de todo 
o processo e o conceito criativo do look, ele não faz 
nada sozinho. Trabalha sempre com o consentimento 
do designer ou do diretor de arte responsável pela 
produção, seja para um desfile ou um editorial, e conta 
com o suporte de uma equipe de profissionais como 
produtores, maquiadores, cabeleireiros e fotógrafos 
para dar vida ao look. 
Cada profissional envolvido tem seu estilo, suas 
referências, mas é fundamental que isso não se so-
breponha ao conceito no resultado do trabalho final. O 
styling nunca pode ou deve se sobrepor à fotografia, 
todos os elementos utilizados têm de estar funciona-
ndo em plena harmonia. 
O foco do stylist não é a modelo que está vestin-
do a peça, mas as pessoas que podem se identificar 
com aquele desfile, aquela produção. O stylist cria uma 
realidade alternativa para que o consumidor se inspire, 
se emocione, enxergue o produto com outros olhos e, 
eventualmente, tenha vontade de tê-lo. 
Por isso deve sempre estar atento ao perfil do 
público-alvo, em manter a identidade da marca e em 
propor idéias que atendam ao tema, mas ao mesmo 
tempo sejam inovadoras. Tudo de acordo com o veí-
culo em que se está trabalhando.
19
O papel dO StyliSt
Segundo RONCOLETTA e BARROS (2007), no Brasil, o Stylist pode atuar nos seguintes campos:
 Fashion stylist ou stylist de moda: responsáveis 
pelo styling de uma marca de moda, de desfiles ou de 
campanhas para veículos especializados em moda, 
como revistas e sites. Geralmente recebem uma pauta 
do diretor de arte e trabalham no conceito de uma 
imagem de moda para esses veículos. Os stylists que 
trabalham com editorial de moda são responsáveis 
pela elaboração do conceito e geralmente escolhem 
os outros profissionais envolvidos (maquiadores, ca-
beleireiros, etc), participando da produção de moda 
em si. A maioria dos stylists de desfiles e também trab-
alham com editoriais e campanhas de marcas de moda.
Personal Stylist: também conhecido como con-
sultor de estilo pessoal é o profissional que escolhe 
as roupas que favorecem o tipo físico de uma pessoa, 
associando-os ao seu estilo de vida e às tendências 
da moda. É aquele que cria e projeta a imagem do seu 
cliente, trabalhando principalmente para celebridades 
e empresários. 
Stylist Publicitário: também conhecido como 
figurinista, trabalha para campanhas publici-
tárias e comerciais de televisão que podem 
ser ou não relacionados com o campo da 
moda. 
Stylist de TV (cinema, novela, etc.): No Brasil 
também conhecidos como figurinistas e inter-
nacionalmente como costume designers. Além 
de possuírem conhecimento de construção 
de imagem para tais mídias muitas vezes 
precisam também ter algumas habilidades de 
designer. 
20
Todo ser humano possui uma 
necessidade inerente de comunicar o 
que sente e o que pensa, o que nos 
diferencia é o modo como nos expres-
samos (ações, palavras, gestos, can-
ções, pinturas). Isso está diretamente 
relacionado com a imagem que quere-
mos transmitir de nós mesmos, seja ela 
a de quem somos realmente ou a da 
qual queremos ser ou transmitir. 
Moda é uma dessas formas 
de expressão. Segundo o folclorista 
Yanagita Kunio(1931), a roupa é a 
indicação mais direta da mente de um 
povo. Se considerarmos essa afirma-
ção verdadeira, podemos dizer que à 
partir de uma análise dos trajes típicos 
de um país podemos traçar o perfil de 
seu povo.
No Japão, a roupa tradicional do 
país, o quimono, possui apenas dois 
desenhos, um para os homens e outro 
para as mulheres. Fora essa diferença 
entre os genêros, a estrutura dos qui-
monos é exatamente igual. O quimono 
raramente é desenhado para servir 
na pessoa, pelo contrário, a pessoa é 
quem tem que se adaptar ao quimono. 
Se considerarmons as palavras de
de Kunio, uma das interpretações que podemos 
chegar é a de que, exceto pela diferenciação sexual, os 
japoneses procuram passar uma imagem de harmonia 
e igualdade. 
É claro que existem pequenas variações no qui-
mono, e essas residem principalmente em cores, pa-
drões e materiais, que por si só são capazes de definir 
a idade, profissão ou condição social de uma pessoa. 
Por exemplo, uma garota indica que é jovem usando 
cores vivas enquanto uma senhora admite sua idade 
pela sobriedade de suas roupas. 
&O KIMONOa imagem
(Fig. 2) As cores vivas e os padrões alegres são mais usados pelas 
crianças e pelas jovens. Fonte: http://japantimes.org
21
O quimono, assim como todas as roupas, 
representa muito mais do que pode ser visto. 
Richie, famoso crítico de filmes e estudioso da 
cultura japonesa, (2003) compara o quimono 
a uma concha, uma casca dura e apertada que 
além de proteger a criatura frágil em seu inte-
rior, também tem o papel de definí-la. 
Richie vê essa comparação do quimono 
com uma concha como uma metáfora da 
própria imagem que os japoneses têm de si 
mesmos: não é o que temos dentro que nos 
define mas sim o que mostramos exterior-
mente, portanto tudo o que somos deve ser 
expressado através da nossa imagem externa. 
Minha imagem define quem eu sou por mim. 
Em uma analogia à esse pensamento 
japonês podemos dizer que se eles proposital-
mente usam o quimono como forma de exibir 
uma sociedade igualitária, então a imagem que 
eles querem passar é a de que para os japone-
ses, a consciência coletiva vem antes da con-
sciência individual e as regras sociais é quem 
definem quem eles são.
22
As roupas ocidentais só foram introduzi-
das no Japão durante a Restauração Meiji, na 
segunda metade do século XIX, quando o país 
começou a abrir suas portas para o mundo 
após séculos de isolamento. 
Em contato com o mundo externo, os 
japoneses se viram querendo alcançar o 
mesmo nível de desenvolvimento do Ocidente 
e para isso sentiram a necessidade de se 
modernizarem. Por isso, assim que as roupas 
ocidentais foram introduzidas elas rapidam-
ente se popularizaram e, em 1960, quase já 
não se viam pessoas de Kimono no Japão.
Dentro da cultura japonesa nunca houve 
nada semelhante com as roupas ocidentais, 
portanto é claro que quando foram introdu-
zidas, os japoneses não apenas se sentiam 
desconfortáveis como também as interpreta-
vam diferentemente dos ocidentais, resultando 
na ressignificação de valores e sentidos das 
roupas ocidentais.
Apesar de todo o conflito inicial para se 
adaptarem com as novas roupas, os japone-
ses desde o início se sentiram confortáveis 
usando uniforme. Uma suposição para essa 
conexão quase instantânea talvez seja a 
proximidade que ele tem com a estrutura do 
quimono. O uniforme padroniza, conecta você 
a um grupo de pessoas iguais e ao mesmo 
tempo define quem você é socialmente apenas pelo 
que você está vestindo. Esse sentimento de definição 
trazido pelos quimonos e posteriormente os uniformes 
é uma necessidade muito sentida pelos japoneses.
Até hoje o Japão é conhecido por ser uma socie-
dade altamente uniformizada, prova disso é que ele 
é um dos únicos países no mundo onde os chefs de 
cozinha usam uniforme completo, inclusive chapéu de 
cozinheiro. 
O famoso escritor e pensador Oscar Wilde es-
creveu em seu famoso livro, O Retrato de Dorian Gray, 
1891, que “somente as pessoas superficiais não jul-
gam pela aparência, o verdadeiro mistério é o visível, 
não o invisível.[...]” Em uma conversa com a Jornalista 
Ingrid Sischy da revista Interview publicada em junho 
de 2005, Richie concorda “Mas é claro que é verdade 
- A verdade superficial é sempre a verdade real. Isso é 
algo que todos os japoneses acreditam. Você a proc-
lama, coloca no seu cartão de visita e essa é quem 
você é.”
Não é que eles se prendem à uma fantasia, à 
uma identidade, eles se vestem para cada ocasião com 
as roupas devidamente apropriadas para aquela oca-
sião. Por isso todo chef que se preza não pode ficar 
sem o chapéu branco de cozinheiro.
o Uniforme
23
O Japão
PÓS-MODERNO
Quando finalmente chegou o 
final da Segunda Guerra em 1945, o 
Governo, visando superar a crise que 
se instalara, reforçou o espírito de 
união do povo Japonês promovendo 
ainda mais a necessidade de colocar 
o coletivo acima do individual. Isso 
fez com que crescesse em cada um o 
sentimento de responsabilidade pelo 
progresso nacional, resultando no 
crescimento acelerado do país e na 
homogeneização ainda mais acentuada 
da população. 
A rotina, a pressão e principal-
mente o uso dos uniformes fazia com 
que as pessoas realmente ficassem 
parecidas. E em um país como o Japão, 
onde você é o que você veste, os uni-
formes estavam por toda a parte. 
 “O prego protuberante será 
martelado”. Esse ditado popular 
japonês refletia muito bem o pensam-
ento dessa época quanto à uniformi-
dade dos grupos e conformidade com 
as regras sociais.
Em casa, na escola ou entre 
amigos a regra era simples: aceitar e 
seguir os mandamentos impostos pelo 
grupo. Com quase todos os prazeres 
individuais negados, a nação perseguia 
seus objetivos em concordância har-
moniosa e sempre com pensamento 
coletivo, deixando de lado a riqueza 
cultural e a variedade individual. 
(FREIRE; CORTEZ, 2010)
(Fig. 3) salaryman, seus ternos e sapatos sociais alinhados nos assen-
tos do metrô para ir trabalhar. Fonte: http://osakastreetstyle.blogspot.
com/2011/10/salary-men.html
Com o esforço nacional para recuperar o país, 
em pouco tempo o Japão cresceu de forma alarmante 
e de país devastado pela guerra passou a se tornar 
uma das maiores potências mundiais já na década de 
60. Tendo se tornado um dos países mais modernos 
do mundo e se consolidado como a segunda maior 
potência mundial na década de 90 foi quase impossível 
24
evitar a entrada da globalização e com ela 
os novos costumes, valores e ideologias da 
contemporaneidade. 
Embora a estrutura tradicional ainda 
permaneça o alicerce da sociedade japone-
sa, a pós-modernidade instigou uma trans-
formação no perfil das novas gerações. Os 
jovens, tendo testemunhado todo o stress 
causado pela pressão e pelo excesso de 
trabalho da geração anterior, começaram 
a traçar novos objetivos e a focar mais em 
benefícios para si mesmos. 
O capitalismo aliado à globalização al-
imentou o desejo dos jovens de aproveitar a 
vida ao máximo, fazendo com que as novas 
gerações dessem mais valor ao dinheiro e 
as coisas materiais do que à carreira e ao 
trabalho em si. A consequência é que hoje 
a sociedade japonesa é uma das mais con-
sumistas do mundo, e esse é apenas um 
dos muitos problemas sociais vividos por 
essa geração.
A constante exposição da mídia, a 
internacionalização de costumes e a vida 
cada vez mais agitada das cidade troux-
eram questionamentos que antes passa-
vam despercebidos pela maioria da popu-
lação. com a Pós-modernidade e a iminente 
quebra daquela estrutura social coletiva a 
 a qual estavam acostumados, de repente livres para 
centrarem em si mesmas, muitas pessoas começaram 
a questionar sua existência e a sua identidade. Afinal, 
quem sou eu?
A maioria dos jovens não sabia pensar e se ex-
pressar como indivíduo, por isso muitos deles tentaram 
se libertar das semelhanças abraçando o diferente, o 
exótico, levando a uma evolução do próprio visual que 
até hoje parece espetacular para os ocidentais.
Nessa tentativaquase desregrada de manifestar 
sua individualidade, eles acabaram causando uma ver-
dadeira revolução cultural no final da década de 80 
que culminou nos anos de 1990, tendo seu epicentro 
na cidade de Tóquio e mais precisamente na área de 
Harajuku. 
(Fig.4) meninas posando para foto na ponte ‘Jingu’ em Harajuku. Fonte: http://
tokyofashion.com/articles/
25
UNIVERSOHarajuku
Gwen Stefani canta sobre as 
Harajuku girls e seu ‘estilo selvagem’. 
Mas Harajuku é também um antro 
antropológico de jovens que escolhem 
reagir à todas as mudanças em suas 
vidas através do seu visual. (Cham-
bers, 2007 p.32, Livre Tradução)
(Fig. 5) cantora Gwen Stefani ao lado de suas 
Harajuku Girls. Fonte: http://gallery.celebritypro.com/
celebrity-photo-23811.htm
Harajuku é o nome popular da 
área dos arredores da Estação Hara-
juku, na cidade de Tóquio. Inicialmente 
era um bairro residencial sem grande 
significado até que em 1915 foi con-
struído o Santuário Meiji, uma grande 
e bela construção que atraiu muitos 
religiosos para a região.
No entanto, o mais importante 
desenvolvimento cultural ocorreu 
durante as Olimpíadas de 1964 em 
Tóquio, pois o ginásio e a Vila Olímpica 
ficavam próximos do distrito e jovens 
de todo o país infestaram a área, 
interessados no contato com a cultura 
ocidental. Mesmo depois das Olimpía-
das as pessoas que haviam migrado 
para a região continuaram instaladas 
em Harajuku.
A região ganhou fama nos anos 
de 1990 devido ao aparecimento de 
um grande número de artistas de rua e 
grupos de jovens com roupas extravagantes. Re-
uniam-se ritualmente todos os domingos, quando 
a rua principal ficava fechada para o trânsito e ap-
ropriavam-se de um espaço público transforman-
do-o, uma vez por semana, em um mundo privado 
completo de regras e costumes próprios onde 
existia a oportunidade de expressão individual.
Shoichi Aoki é um fotografo que trabalhava para 
a sua revista STREET, registrando a moda de rua uti-
26
(Fig.6) jovens reunidos durante a 6ª Fashion Walk, realizada em Setem-
bro de 2011, em Harajuku, um evento que reune pessoas de todos 
os estilos da moda urbana de Tóquio. Fonte: http://tokyofashion.com/
harajuku-fashion-walk-pictures-6/
lizada pelos jovens que encontrava princi-
palmente em Paris, Londres e Nova Iorque. 
Quando então se deparou, em seu próprio 
país, com uma mudança radical na maneira 
como os jovens da região de Harajuku se 
vestiam. 
Ao invés de seguirem as tendências 
européias e americanas, os japoneses se 
mostravam tão inventivos e até mais radic-
ais, misturando elementos de roupas tradi-
cionais com peças feitas à mão, usadas e 
até peças de marca exclusiva.
Aqui, pela primeira vez no Japão e 
na porta da minha própria casa, estava um 
exemplo de tendências sendo lançadas pelo 
próprio usuário da moda (que na minha 
opinião são de longe os mais importantes 
elementos da moda). Realmente se tratava 
do usuário superando o designer para criar 
uma nova moda tão desafiadora quanto 
transformadora. Mas acima de tudo, essa 
nova revolução da moda era de quintes-
sência japonesa em sua forma inovadora 
de juntar códigos e significados da moda 
tradicional. (AOKI, 2005, Livre Tradução)
Desde então AOKI se tornou um entusiasta pela 
moda de rua japonesa, dedicando muitos de seus trab-
alhos a documentar e fotografar os estilos emergentes 
desses jovens. Então em 1997 ele criou a FRUiTS, uma 
revista mensal dedicada a capturar a inventividade da 
moda de Harajuku e que hoje é cultuada por jovens de 
todo o país e ainda possui fama internacional. 
Segundo AOKI, o modo como essas novas 
tendências se espalharam foi puramente por osmose. 
Imagine o seguinte, um grupo de jovens que desejava 
ser diferente começou a customizar suas roupas para 
criar o seu próprio estilo. Achando esse novo estilo in-
teressante, seus amigos começam a copiá-los e logo 
eles formam um grupo. Desse mesmo princípio vários 
outros grupos de estilos diferentes são criados e então 
começam a dominar a região de Harajuku. 
27
(Fig.7) Rua Takeshita, a principal rua de roupas alternativas de Hara-
juku. Fonte: http://thefashionatetraveller.com/fukubukuro-pictures-part-2
Sendo um dos epicentros da moda de rua do país, 
centenas de jovens vão à Harajuku para conferir os no-
vos estilos, então, influenciados pelo que vêem, logo 
aqueles estilos que eram restritos aos seus respec-
tivos grupos viram tendências que acabam se espal-
hando por todo o país. No entanto, ao perceberem que 
não são mais únicos, os fundadores dos estilos sentem 
a necessidade de se distinguirem de seus imitadores e 
reconquistarem novamente sua individualidade reiven-
tando o seu visual e assim o ciclo recomeça.
Para que esse “ecossistema” se mantivesse fun-
cionando, AOKI afirmava que era fundamental a pre-
sença do Hoko-ten ou “paraíso dos pedestres” , nome 
dado àquele fenômeno que acontecia todo domingo, 
quando Omotesando, a rua principal de Harajuku, se 
fechava para o tráfego pelo dia inteiro, dando liber-
dade para os pedestres caminharem livremente.
E ele estava certo pois, em 1998, quando o Ho-
ko-Ten foi abolido, sem lugar para ficar, a moda explo-
siva dos jovens que caracterizavam Harajuku começou 
a decair com os anos. Embora sua atitude criativa em 
relação às roupas ainda continue, é evidente a redução 
da ousadia e intensidade pela qual eram conhecidos 
no auge dos anos de 1990.
28
No contexto atual, onde a moda 
de rua tem vivenciado cada vez mais 
destaque é quase impossível não pen-
sar em moda japonesa e mais especifi-
camente, na moda de Tóquio.
Desde que surgiu, em meados 
dos anos de 1980, ela vem revolucio-
nando o mundo da moda urbana com
algumas das criações mais originais e desafiadoras 
que o mundo já viu, uma das razões pela qual até hoje 
desponta como autoridade no assunto, chegando até 
a influenciar artistas como Gwen Stefani e Nick Minaj e 
grandes nomes da moda como John Galliano.
Sendo praticamente um centro global da moda 
de rua, é inevitável que designers de todo o mundo se-
jam atraídos pelo pot-pourri da moda de Tóquio, uma 
vez que o lugar vem se destacando como promessa 
para o cenário da moda internacional. 
Além de ser uma das megalópoles mais moder-
nas e populosas do mundo, Tóquio é também o epi-
centro de toda a cultura pop emergente do país. Ruas 
como as de Harajuku e Shibuya não são apenas palco 
como também servem de incubadora para a criativi-
dade explosiva da nova geração.
Não existe uma palavra que possa definir o estilo 
da moda vista em Tóquio. Gêneros como punk, cyber, 
new-funk, folk, vitoriano e roupas tradicionais como o 
kimono são misturados com acessórios e peças oci-
dentais. 
É como se você fizesse uma colagem de diferen-
tes roupas de marca, roupas feitas à mão, tecidos e es-
tampas e depois se propusesse a vesti-la. E quando se 
trata de uma meca da moda como a de Tóquio onde a 
toda hora estilos mudam, subculturas vem e vão, mar-
cas nascem e morrem, é difícil até para os admiradores 
mais devotos se manterem atualizados.
TÓQUIOCENTRO GLOBAL DA MODA DE RUA
(Fig.8) Vitrine da loja localizada em Shibuya da popu-
lar marca WC com roupas do estilo de Harajuku. Fonte: 
http://tokyofashion.com/wc-shibuya-shop-grand-
opening/
29
Bichinhos de pelúcia, desenhos ani-
mados, personagens fofinhos, em todo o 
lugar que você olhar vai encontrar alguma 
coisa Kawaii e quando se está no Japão 
ninguém consegue escapar dele. Kawaii 
pode ser literalmente traduzido como ‘fofo’, 
‘meigo’ ou até mesmo ‘legal’, no entanto, 
para os japoneses é muito mais do que 
isso.
Para os jovens japoneses, kawaii sig-
nifica expressar seus sentimentos relativos 
ao não querer crescer. Segundo Sebastian 
Masuda, criador da popular marca de 
roupas 6% Doki Doki, para os jovens e 
principalmente para os adolescentes, ter 
vontade de crescer é o mesmo que desistir 
dos seus ideais. Então, quando usam 
roupas coloridas é como se estivessem 
dizendo não ao mundo cinza e padronizado 
dos adultos e afirmando que eles possuem 
uma culturae um estilo de vida próprios. 
Diferente do ocidente onde tendemos 
a reprimir coisas infantis, no Japão, gostar 
de coisas fofas é considerado uma coisa 
boa e até uma qualidade, pois para eles 
ter uma alma infantil significa ter virtude. 
Razão talvez pela qual estilos como o Lolita 
e o Fairy Kei sejam tão populares entre 
jovens no país. 
KAWAII
Reino
(Fig.9) Kawaii até na marmita! Os estudantes geralmente levam comida 
de casa para comer na escola chamados de Bentô. Como tudo no Japão, 
a apresentação dos pratos é fundamental, mesmo que seja apenas 
uma marmita. Arroz em forma de personagens e ovos em forma de 
coração são os mais populares entre mães e estudantes. Fonte: http://
susanyuen.wordpress.com/
30
Apesar do nome, o estilo Lolita não tem relação 
com o romance de Vladimir Nabokov e muito menos 
possui qualquer conotação sexual. Pelo contrário, suas 
seguidoras valorizam aspectos como pureza, delica-
deza e feminilidade e se vestem como bonecas e princ-
esas em um estilo muito semelhante à moda vitoriana 
e rococó. Geralmente as Lolitas são adolescentes mais 
jovens que vêem no estilo uma oportunidade de fazer 
seus sonhos se tornarem realidade.
O estilo possui muitas ramificações mas se dife-
renciam apenas no visual, sendo os ideais e conceitos 
basicamente os mesmos. Um exemplo são as Hime Lo-
litas que se vestem como as mulheres da realeza fran-
cesa do século XIII e as Gothic Lolitas, que apesar do 
nome não tem relação com os góticos industriais, mas 
com a moda Vitoriana e seus vestidos mais escuros.
Estilololita
(Fig.10) Na foto uma Hime Lolita, do japonês, princesa Lolita. Para criar 
seu visual se inspiram principalmente no filme da americana Sofia Cop-
pola, Maria Antonieta. Fonte: http://iamcharon.deviantart.com/
31
Cheio de tons pastel, polka-dots e um sentimen-
to de nostalgia, o Fairy Kei é um estilo inspirado nos 
ícones pop infantis dos anos e1980 e se desenvolveu 
à partir do estilo colorido e alegre da celebridade To-
moe Shinohara. No entanto o estilo só se consolidou 
com o conceito de “Cute and Happy” das coleções de 
Sebastian Masuda.
Geralmente as seguidoras do Fairy Kei são garo-
tas mais velhas, em seus 20 e poucos anos que que-
rem trazer um pouco de sentimentos como alegria e 
espontaneidade que eram tão presentes na infância 
para suas roupas. 
Embora sejam chamativos, nenhum desses esti-
los existe para chamar a atenção. Masuda afirma que 
estilos como o Lolita ou Fairy Kei, assim como o próprio 
conceito de sua marca, existem simplesmente porque 
as meninas só querem se sentir bonitas e felizes com 
o que vestem.
Fairykei
(Fig.12) Na foto, que mostra uma garota do estilo Fairy Kei, con-
seguimos perceber que ao contrário das Lolitas, este estilo é mais 
próximo da moda comum do que do visual ‘figurino’. Fonte: http://
tokyofashion.com/
(Fig.11) Vitrine da Loja da marca de Sebastian Masuda, 6% Doki Doki. 
Fonte: http://tokyofashion.com/
32
Shibuya é um dos bairros mais famosos de 
Tóquio, conhecido pela movimentação diária de mil-
hares de pessoas e pelo seu status de centro Fash-
ion, impulsionado pela presença da população jovem 
e pelas lojas de grandes departamentos. Atualmente, 
o ícone do cenário da moda de Shibuya é o ‘Shibuya 
109’, um grande complexo de lojas organizadas em 
um alto edifício de forma cilíndrica, que ainda é con-
siderado uma das grandes forças motrizes da moda 
jovem, culminando com a explosão das Gyaru nos anos 
de 1990. 
O fenômeno gyaru emergiu quando a Rainha do 
Pop japonês Amuro Namie apareceu no cenário musi-
cal com a pele bronzeada, cabelo tingido de loiro, sa-
patos plataforma que disfarçavam sua baixa estatura, 
e muita maquiagem, causando uma sensação 
instantânea entre os jovens. 
O estilo das Gyarus não apenas inspirou 
o país, mas rapidamente se espalhou pelo 
continente. Cabelos tingidos, saia minúsculas, 
cores intensas e uma tendência a glamourizar 
tudo sobre elas são apenas algumas das car-
acterísticas das Gyarus.
Ousadas, adoráveis, divertidas, apesar 
de todas as loucas manias e ramificações, as 
Gyaru constituíram uma tribo forte e influente 
em todo o país. Se tivessem um lema, ele com 
certeza seria “As Gyaru só querem se divertir”, 
pois independentemente de parecerem bonitas 
ou elegantes, elas estão mais preocupadas em 
fazer das compras e da diversão o seu estilo 
de vida. 
GyaRU
fenômeno
(Fig.13) Gyarus e Gyaru Boy passeando no shop-
ping. Fonte: http://tokyofashion.com/
(Fig.14)Gyarus sempre superproduzidas, desde os cabelos até as 
compridas unhas postiças. Fonte: http://tokyofashion.com/
33
O mori kei é um estilo que surgiu em 2006 quando sua criadora, 
Choco, criou uma comunidade em uma rede social para garotas que 
quisessem partilhar dos conceitos e da sua visão sobre a moda. 
O estilo dessas meninas, chamadas de Mori Girls, é exatamente 
o que alguém teria se saisse de uma floresta encantada. Gostam de 
fazer sobreposições e usam apenas vestidos e saias; preferem teci-
dos naturais como o algodão, a lã e o tricô e cores que lembram a 
natureza. 
No entanto, esse estilo não é baseado apenas no visual, en-
volvendo também costumes e todo um estilo de vida próprio. É uma 
moda mais natural, mais interior, uma forma de trazer o estilo de vida 
simplista do campo para as ruas agitadas da cidade. Esse estilo cres-
ceu tanto que além de invadir as ruas de Tóquio acabou influenciando 
grande parte da moda comum japonesa. 
Em 2010 houve uma espécie de êxodo da floresta para as mon-
tanhas, e notou-se que as mulheres estavam cada vez mais inter-
essadas pelas atividades ao ar livre. Marcas de esporte e revistas 
especializadas incentivaram o surgimento de um novo estilo chamado 
de Yama Girl, tradução do japonês, Garota das montanhas.
As Yama Girls, em geral, adoram a natureza e a vida ao ar livre. Como 
se trata de um estilo que ainda está crescendo não há muitas regras 
do que pode ou não ser usado, geralmente as pessoas usam cha-
péus, saias, leggings, sobreposições e mochilas, mas qualquer roupa 
que caracterize essa imagem de ‘exploradora da natureza’ também 
faz parte.
Embora o estilo tenha sido criado para as atividades de escala-
da em montanha, também é usado nas cidades, pois mais do que uma 
tendência, o Mori Kei é um estilo de vida que representa o espírito 
aventureiro das mulheres, seja na natureza ou na cidade.
GAROTA
DA MONTANHA
da floresta
(Fig.15)Maquiagem simples, roupas leves e chapéu, 
características de uma yama girl. Fonte: http://
tokyofashion.com/
(Fig.16) Muitas sobreposições, cores neutras e 
tecidos naturais fazem uma Mori Girl. Fonte: http://
tokyofashion.com/
34
Como visto anteriormente, a sociedade japonesa 
ainda é uma das mais uniformizadas do mundo, talvez 
por isso uma das visões mais comuns de se encontrar 
no Japão é a de garotas vestindo seus uniformes de 
estilo marinheiro.
É dito que sua origem tomou lugar em 1921, 
quando a diretora de uma escola introduziu uniformes 
modelados nos uniformes da Marinha Real Britânica. 
Ao longo das décadas os uniformes perderam sua 
associação com a origem européia e ganharam uma 
identidade completamente japonesa. 
O uniforme das meninas geralmente consiste de 
uma saia plissada, uma camisa branca com um lenço 
amarrado no pescoço, meias até o joelho e um sa-
pato Mary Jane. É claro que existem muitas variações 
do uniforme escolar, algumas incluem blazers e usam 
gravatas ao invés dos lenços, mas a estrutura básica é 
geralmente similar à essa.
Ao contrário da cultura ocidental que não tem 
essa tradição escolar, na cultura japonesa, as crian-
ças vestem uniformes desde o maternal até o ensino 
médio, sendo que até em algumas faculdades também 
se usa o uniforme. Cada escola possui um uniforme 
próprio, de estilo e cores diferentes, razão pela qual 
muitas escolas são conhecidas pelos seus uniformes. 
Apesar disso, alguns estudantes modificam seus uni-
formes como uma forma de mostrar individualidade. 
Querendo ou não, o uniforme escolar tem 
uma simbologia muito fortede juventude e por 
isso tanto os estudantes quanto os já gradua-
dos sentem uma forte atração para vestí-los. 
Em função disso, surgiu um grande número de 
marcas e lojas especializadas em diferentes ti-
pos de peças para uniformes escolares, tanto 
para os estudantes que quiserem complemen-
tar seus próprios uniformes como para aqueles 
que usam como próprio estilo. 
UNIFORME ESCOLAR
(Fig.17) Uniforme tradicional de estudantes colegiais. Saia 
plissada, blusa de marinheira e lenço preso na gola. Fonte: 
http://zh.wikipedia.org/wiki/File:Japanese_schoolgirls_walk-
ing_and_eating.jpg
35
Cosplay é uma contração das palavras inglesas 
“Costume” e “Play”, respectivamente no português, 
Fantasia e Brincar/Interpretar. Ou seja, Cosplay signifi-
ca nada menos do que interpretar um papel. E ao con-
trário da crença popular, o Cosplay não é um fenômeno 
originalmente japonês mas sim americano, surgido em 
1939 em um evento de ficção científica. 
O Cosplay é mais especificamente uma subcul-
tura onde seus integrantes gostam de se vestir como 
personagens de desenhos, videogames, anime, pro-
gramas de tv, filmes, bandas e até icones pop. Consid-
erado como hobby, forma de arte, tendência da moda, 
fenômeno social e até coisa de gente que não tem o 
que fazer, o Cosplay, embora possa ser considerado 
pelo menos em parte um pouco de tudo isso, é acima 
de qualquer coisa uma forma de expressão dos jovens.
Especificamente, Cosplay é muito mais do que 
apenas recriar os trajes de seus personagens prefe-
ridos. É muito mais do que um hobby, pois trata de 
uma paixão que vai desde a minuciosa confecção das 
roupas até a interpretação do personagem, reproduz-
indo cada pose, cada postura, cada fala típica. 
COSPLAY
(Fig.18) Cosplay da personagem Lightning (imagem ao lado) do jogo Final 
Fantasy XIII da empresa japonesa Square Enix. Fonte: http://blitzroyale.
deviantart.com/art/Lightning-cosplay-183334837 
36
Para este Projeto de Con-
clusão de Curso optei por aliar duas 
áreas que sempre me interessaram 
muito, tanto dentro quanto fora 
da minha vida acadêmica: Moda e 
Cultura Japonesa.
Após conversar com minha orientadora percebi 
que propor a criação de uma coleção de moda seria 
completamente inviável pelo tempo mas principalmente 
pelas minhas próprias limitações no campo do estil-
ismo e da costura, por isso, quando foi sugerido, me 
pareceu mais do que ideal optar pelo Styling.
Após as devidas considerações, foi decidido que 
o ponto principal do styling seria abordar a profunda 
relação dos japoneses com a imagem e como a sua 
necessidade inerente de se definir exteriormente, po-
tencializada pela globalização e a pós-modernidade 
que resultou na intensa exploração da moda urbana 
como forma de buscar o “eu” em uma sociedade que 
sempre privilegiou o “nós”.
Para isso, foram criados 07(sete) looks diferen-
tes como resultado da minha interpretação dos princi-
pais estilos e características da moda de rua de Tóquio 
com o intuito de transmitir em cada look a essência 
do que é cada estilo através da produção de ensaios 
fotográficos. Apesar de toda essa variedade estética, 
o conceito que une toda essa coleção é exatamente a 
constante experimentação visual do jovem na busca de 
sua própria identidade. 
Todo o resultado da produção, do styling e dos 
ensaios será colocado em um photobook para melhor 
apresentação e maiores detalhes sobre o processo de 
cada um. 
conceitoo
37
T endo em vista o enfoque no público jovem feminino, os looks foram desen-volvidos a partir de análises e referên-
cias teóricas, mas principalmente visuais dos diversos 
estilos e tribos dos jovens de Tóquio. Através desses 
estudos destacaram-se as principais características 
estéticas de cada grupo e qual o conceito, qual o sig-
nificado por trás de cada uma delas. 
Como resultado, muitas particularidades e carac-
terísticas foram observadas mas, independentemente 
da diversidade de estilos, possuiam pelo menos um 
dos seguintes pontos em comum:
SOBREPOSIÇÃO
Se existe uma palavra que 
define bem não apenas o conceito 
da moda urbana de Tóquio, mas a 
moda japonesa como um todo, é 
a sobreposição. Desde os estilos 
mais caóticos até os mais minimal-
istas, todos vestem pelo menos um 
mix de estampas ou camadas de 
roupas. 
Embora não seja uma tarefa 
fácil e requeira certa prática por 
parte do usuário, sobreposição é 
um exercício de estilo. Não se trata 
apenas de acrescentar casacos ou 
colocar blusas uma em cima de 
outra. 
Sobreposição significa ser 
capaz de trabalhar com camadas, 
de incluir volumes e proporções, 
de brincar com comprimentos, 
texturas e estampas e ainda fazê-
los funcionar em um look, e quase 
ninguém faz isso de forma tão cria-
tiva e natural quanto os jovens de 
Tóquio.
Análisede referências
(Fig.19) Sobreposição não é apenas usado por mulheres, no Japão os homens 
também se preocupam muito em produzir e cuidar do estilo pessoal. Foto de um 
grupo de skatistas em Harajuku. Fonte: http://tokyofashion.com/
38
COMBINAÇÃOde cores
Enquanto a maioria do mundo 
vive sob as regras do que é permit-
ido e do que não é, impostas pelos 
grandes especialistas da moda, a 
maioria dos jovens de Tóquio não 
apenas fazem como também vivem 
pelas suas próprias regras, e isso in-
clui também a combinação de cores. 
Vários exemplos podem ser encon-
trados nas ruas onde, por exemplo, 
cores que jamais seriam vistas juntas 
em qualquer outro país do mundo são 
exibidas naturalmente nas roupas de 
um jovem qualquer em Tóquio.
Embora seja fato que a moda 
de rua de Tóquio tenha uma das pal-
etas mais coloridas e diversificadas 
do mundo, não se pode generalizar 
esse evento dizendo que todos os 
seus estilos tenham a mesma var-
iedade na combinação das cores. 
Muitos deles têm a paleta de cores 
restrita ao preto, branco e vermelho.
CUSTOMIZAÇÃO
Se você percorrer as ruas de 
Tóquio, principalmente na região de 
Harajuku, vai notar muitas pessoas 
exibindo roupas e principalmente 
acessórios peculiares nunca vistos 
antes. Isso porque muitos jovens 
customizam suas próprias roupas, 
modificando o corte e até o visual de 
peças de marca para que elas pas-
sem a corresponder ao seu próprio 
estilo.
(Fig.20) Meninas desfilando seus estilos coloridos e 
alegres em Harajuku. Fonte: http://tokyofashion.com/
(Fig.21) Na foto ao lado bolsa feita de retalhos de teci-
dos e customizada com rendas e flores. Fonte: http://
tokyofashion.com/ 
39
RESSIGNIFICAÇÃOde peças
Em um mundo onde lojas e marcas de 
Fast Fashion dominam cada vez mais o mer-
cado da moda mundial, o mesmo vestido que 
é vendido em uma loja da Zara em São paulo 
é vendido em lojas Zara em Londres. No en-
tanto, para manter a originalidade de seus es-
tilos, os japoneses além de optar pela custom-
ização também gostam de utilizar essas peças 
de modo inusitado.
Assim como aconteceu na introdução 
das roupas ocidentais no país, muitos jovens 
ainda interpretam a roupa ocidental com ol-
hos diferentes, e isso acabou intensificando a 
criatividade com que eles exploram a maneira 
de se vestir, não apenas modificando suas fun-
ções originais como atribuindo novos significa-
dos para essas peças. 
(Fig.22) Agasalho preso à cintura da calça para simular 
um macacão. Fonte: http://tokyofashion.com/ 
40
STYLING
processo do
O principal objetivo deste trabalho foi 
realizar o styling, o que incluiu também a 
produção e a concepção e trabalho fotográfico 
de cada look para ser posteriormente retrat-
ado na produção de ensaios fotográficos es-
pecíficos de cada tema. No entanto, como dito 
antes nesse estudo, o stylist nunca trabalha 
sozinho e sempre conta com a ajuda de uma 
equipe de profissionais envolvidos que vai des-
de o maquiador até o fotógrafo para executar 
sua visão. 
Para este trabalho, por falta de suporte 
técnico, acabei assumindo não apenas o papel 
de stylist mas, excluindo as modelos, de todo 
o elenco, fases e necessidades envolvidas na 
produção. Todas as roupas, acessórios e ferra-
mentas utilizados durantea produção ou foram 
adquiridos especificamente para este projeto, 
ou emprestados ou feitos à mão, mas a maioria 
é de propriedade particular.
Vale a pena lembrar que este trabalho 
não foi necessariamente desenvolvido para 
corresponder à estética desses estilos, e muito 
menos para ser uma reprodução fiel delas. 
Este trabalho é, sobretudo, uma reprodução 
da imagem e da interpretação que eu tive so-
bre eles. 
41
LOOK 1
A partir das análises visuais feitas para com-
preender o universo das Gyaru percebemos que sua 
imagem, apesar de meiga, possui um apelo sexual 
muito mais evidente do que os outros estilos mencio-
nados, embora não seja tão fortemente sugestiva pelo 
conservadorismo do próprio contexto em que está in-
serida. Um adjetivo muito usado é o ‘erokawaii’ que 
significa algo como Sexy mas Meiga.
Como visto antes, o lema das Gyaru é diversão, 
e isso se manifesta claramente no seu estilo. Cores 
chamativas, pedras, brilhos, glitter, renda, saltos altís-
simos, flores, laços, maquiagem e cabelo dignos de 
artista, independentemente se estão bonitas para os 
outros, elas se produzem porque se sentem bem con-
sigo mesmas. 
A impressão é que as gyaru estão sempre bril-
hando. Independentemente se estão usando uma rou-
pa extremamente delicada ou uma coisa que parece 
ter saído direto da lata de lixo, elas desfilam seu visual 
com tanta confiança, com tanta naturalidade que é im-
possível não pensar que para elas o mundo é uma pas-
sarela.
E é exatamente essa imagem que o styling desse 
look propôs passar. O ar de glamour e diversão e a 
idéia de que a qualquer hora e em qualquer lugar elas 
devem estar prontas para aproveitar a vida e brilhar. 
mini-saia de cintura alta em camadas 
de tule preto para destacar ao mesmo 
tempo a delicadeza do tule e a sensu-
alidade evidenciada pelo comprimento 
da saia;
Blusa de renda com aplicações de paetê 
usada como top e bolsa clutcher, cinto e 
colete com botões e rebites metalizados 
para criar pontos de luz e dar brilho e 
destaque ao visual;
Sapato de salto com recortes vazados 
para completar a luxuosidade do look e 
a meia 7/8 com detalhes em glitter para 
contrabalancear a sensualidade do look 
com um aspecto mais meigo;
Olhos marcados e batom vermelho 
ousado. O cabelo é um contraste entre 
o romantismo da trança embutida later-
al e o visual ‘desregrado’ da estilização 
de ondas ligeiramente armadas.
Gyaru
O look desse styling foi composto e produzido da 
seguinte maneira: 
42
Cartela de Cores
Croqui
43
Modelo: Thamy Tsutsui
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
44
LOOK 2Lolita
Durante a análise das Lolitas e todo o seu 
mundo encantado percebemos que, diferente das 
Gyaru, elas tem uma imagem completamente ino-
cente. Não apenas suas roupas, mas também seus 
gestos e expressões são tão delicados que realmente 
se parecem com frágeis bonecas de porcelana. 
Os vestidos são extremamente rodados, as 
saias bem bufantes, cheias de contas, laços, fitas, 
rendas, tudo em cores alegres e muitas vezes 
estampas de doces ou animais. Meias até os joelhos 
com rendas nas pontas, sapatinho de boneca, laços 
gigantes na cabeça e às vezes até luvas e guarda-sol.
Esse estilo é extremamente feminino e rico em 
detalhes e a impressão que se tem é que as Lolitas 
querem fugir dessa realidade que é extremamente 
desagradável então criam e vivem em um mundo 
próprio onde elas possam “brincar” de se vestir de 
princesa sem se preocupar com as dificuldades do 
dia-a-dia.
Diferente das Gyaru, as Lolitas são discretas, 
falam baixo e andam mais devagar, e para todo o 
lugar que vão levam esse ar de timidez e fragilidade 
fazendo você sentir que acabou de entrar em um 
conto de fadas. Essa magia e inocência das Lolitas é 
exatamente a imagem que escolhemos passar com 
esse styling.
•	 A saia escolhida é ligada ao top por um cinto 
vermelho que é laçado três vezes ao redor da 
cintura exatamente onde ambos se encontram 
para criar a ilusão de que ambos, saia e top, 
formam única peça. A saia é um dos pontos mais 
delicados e femininos de todo o look, não apenas 
pela presença do tule rosa, mas pelas estampas 
de doces impressas por todo o tecido que, além 
de tudo, conferem um ar infantil ao conjunto do 
look;
•	 Meia 3/4 listrada e o sapato boneca vermelho 
com o laço dourado fortalecem a imagem de 
boneca;
•	 Pulseiras e colares são todos feitos com con-
tas razoavelmente grandes para parecer com 
bolinhas de chiclete;
•	 Casaquinho vermelho com botões dourados foi 
adicionado para balancear o look e acrescentar 
as mangas de princesa;
•	 Como toda boneca tem o rosto perfeito, a ma-
quiagem foi importante para deixar a pele lisa e 
uniforme para dar um aspecto de porcelana. Nos 
olhos foram aplicados apenas uma sombra rosa 
e cílios postiços para dar o efeito de olhos bem 
grandes. A boca foi desenhada com pincel para 
destacar o formato de coração dos lábios;
•	 Cabelo dividido e trançado para criar um visual 
mais infantil e inocente. 
45
Cartela de Cores
46
Croqui
Modelo: Letícia Kakuda
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
47
LOOK 3Fairy Kei
Observando o Fairy Kei percebemos que o senti-
mento que rege o estilo é puramente nostálgico. Como 
dito anteriormente, geralmente as meninas desse esti-
lo são mais velhas, e com saudade de uma época mais 
feliz, menos difícil, elas tentam resgatar sua infância 
incorporando aspectos experienciados nessa fase em 
suas roupas. 
No Fairy Kei as roupas são mais coloridas e jo-
viais, existem mais sobreposições e os elementos in-
fantis são evidenciados principalmente pelas cores e 
acessórios. O conceito da coleção que firmou o estilo 
não podia descrever com mais precisão a imagem do 
Fairy Kei. “Cute and Happy”. Quando você olha para as 
roupas alegres e coloridas, as poses meigas e atitude 
simpática dessas meninas é impossível não abrir um 
sorriso e se sentir inexplicavelmente feliz. 
Minha imagem, fundamentada pela própria expli-
cação de Sebastian Masuda, é que esse estilo é um 
modo dessas meninas trazerem um pouco da alegria 
e da descontração da infância para a realidade fria e 
caótica em que vivem. Sobreviver no mundo dos adul-
tos sem esquecer de ser criança, esse é o conceito 
estabelecido para este styling.
Sobreposição de texturas entre a saia 
de tule rosa pastel, que é extrema-
mente feminina e lembra as saias de 
bailarina, e o tubinho roxo texturado 
usado como top;
Brincadeira com o cinto vermelho 
transformado em laço dá um tom 
alegre e jovial ao look;
Acessórios extremamente coloridos 
que remetem ao universo infantil com 
pulseira feita de zíperes coloridos, 
brinco feito com morangos e anéis em 
forma de bolos e corações;
Botinha bordô que lembra o estilo do 
sapato do peter pan;
Cabelo ligeiramente frisado e preso 
numa trança larga lateral em uma 
representação mais suave e romântica 
dos penteados volumosos empregados 
no estilo. Na maquiagem apenas uma 
sombra mais marcada.
48
Cartela de Cores
Croqui
49
Modelo: Letícia Kakuda
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
50
LOOK 4
Mori Girl
De todos os estilos, o Mori Kei é o que mais 
definido quanto à conceitos e filosofias por trás do vi-
sual. Apesar das roupas peculiares, o visual é bem 
simples, principalmente comparado àos outros estilos, 
as cores são extremamente suaves, usando principal-
mente o branco, o bege e tons de terra. Nas análises 
pudemos ver o grande uso de sobreposições, de saias 
e vestidos, tecidos naturais, tricô e crochê, em geral 
um visual bem romântico. 
Assim como em todos os outros estilos observa-
dos, as japonesas em geral, apesar do estilo pessoal, 
gostam de parecer meigas e as Mori Girls não são ex-
cessão. No entanto elas parecem ser mais introspec-
tivas, do tipo de pessoa que gosta de ficar em casa e 
relaxar lendoum bom livro. 
O nome “Mori Girl” realmente faz juz a aparência 
dessas meninas. Mais do que a efetiva paixão pela na-
tureza, elas gostam do sentimento de simplicidade, de 
calmaria que ela proporciona. O estilo parece uma for-
ma escapista de fugir da realidade dura e agitada das 
cidades e abraçar a simplicidade e o romantismo do 
estilo de vida campestre, mesmo vivendo nos grandes 
centros. E essa é exatamente a imagem que este look 
quis passar.
Este visual teve o maior uso de sobre-
posições: Em cima de tudo, uma blusa de 
tricô feita com fios de lã fez o papel de top. 
Embaixo dela uma bata floral de estilo Folk 
e um saiote de tule foram usados para criar 
o efeito de uma saia volumosa cheia de 
camadas. Um cinto marrom vazado foi colo-
cado para acinturar e segurar todo o look, 
criando um visual romântico e campestre;
Sapatilha rosa sem salto foi adicionada 
para deixar o look mais confortável e 
delicado;
O cabelo foi estilizado com ondas mais 
abertas para dar um ar mais natural e 
despreocupado, complementado pela head-
band de camurça;
A maquiagem aplicada foi bem sutil, com 
destaque apenas para o batom rosa quei-
mado;
As cores escolhidas para esta composição 
foram tons mais neutros como o bege e o 
rosa pastel. 
51
Cartela de Cores
52
Croqui
Modelo: Letícia Kakuda
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
53
LOOK 5Yama Girl
Apesar das Yama Girls ainda não ter-
em uma estética definida sabe-se que esse 
estilo surgiu da paixão pela atividade ao ar 
livre. Quando usadas durante as escaladas 
nas montanhas, o visual geralmente é 
composto de roupas apropriadas para o 
esporte, mas com muitas sobreposições 
de saias, leggings, coletes e chapéus, já 
nas cidades, o visual continua esportivo 
mas muito menos sobrecarregado.
O que pode se perceber é que mais 
do que uma definição estética, esse estilo 
procura retratar o espírito desbravador 
das mulheres, essa vontade de se aventu-
rar nas montanhas e de se envolver com 
a natureza. Diferentemente das Mori Girls, 
as Yama Girls não apenas gostam da vida 
ao ar livre, elas realmente são ativas e se 
aventuram nela.
Independentemente se estão esca-
lando montanhas ou andando pela cidade, 
o conceito proposto para esse styling 
foi passar a imagem da mulher moderna 
pronta para encarar os desafios da na-
tureza e da cidade.
Saia longa e esvoaçante que possibilita a 
pessoa a ficar livre para executar qualquer 
movimento. Regata listrada de viscose e 
elastano, incrivelmente leve e maleável. 
As cores usadas variam nos tons de terra 
para dar um um aspecto natural. Mix de 
estampas sempre dá uma elevada elevada 
no look;
Sapato acolchoado por dentro, apesar 
do salto é extremamente confortável e se 
assemelha aos sapatos pesados usados em 
escalada;
Maquiagem natural com apenas o destaque 
do batom vermelho. Cabelo preso em uma 
trança lateral prática;
O chapéu e a bolsa estilo “Indiana Jones” 
feminino;
As pulseiras, o colar e os brincos tem um 
aspecto rústico enquanto o anel em forma 
de folhas ressalta o amor pela natureza.
54
Cartela de Cores
Croqui
55
Modelo: Thamy Tsutsui
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
56
LOOK 6uniforme
Observando as meninas que usam uniforme per-
cebemos que toda a magia por trás desse encanto é 
realmente a forte simbologia da juventude. Estudantes 
exibem seus uniformes com orgulho, como se eles jus-
tificassem sua atitude livre e despreocupada só pelo 
fato de o estarem usando, graduados, adultos e idosos 
olham para eles e são tomados por um forte senti-
mento saudosista.
Não é difícil entender o porquê dessas pessoas 
se sentirem tão atraidas à usar o uniforme ou incorpo-
rar certos elementos dele em suas roupas. O uniforme 
tem um forte apelo emocional, trás lembranças de 
um tempo maravilhoso e faz com que essas pessoas 
fiquem desejosas de serem jovens de novo.
 Durante as análises, o que mais se percebeu é 
que os jovens gostam de personalizar seus uniformes 
atribuindo características que os relacionem mais aos 
seus estilos pessoais, geralmente encurtam as saias, 
deixam os primeiros botões sem abotoar e usam po-
lainas no lugar das meias.
No caso dos não estudantes, mas que usam o 
uniforme como seu estilo pessoal, diferente dos própri-
os estudantes que apesar das modificações precisam 
seguir certas regras da escola, as roupas são muito 
mais coloridas e cheias de sobreposições. No styling 
deste look nos propusemos a retratar como uma pes-
soa madura pode aparentar jovialidade apenas comum 
visual que lembra o uniforme.
Saia longa e esvoaçante que possibilita a Sobre-
posição da camisa social xadrez com uma regata azul 
estampada, para aparecer somente a parte da gola 
na parte superior e as pontas da camisa aberta sobre 
o shorts na parte inferior. Uma fita de cetim amarrada 
embaixo da gola simula o lenço usado pelas estu-
dantes e dá um toque mais feminino ao look;
O blazer feminino completa o visual “uniforme” e as 
ombreiras dão um ar mais maduro e sofisticado. A 
meia branca tradicional foi substituida por uma ¾ 
preto e branca listrada e o sapato boneca preto pelo 
vermelho de salto e laço dourado, formando um look 
ao mesmo tempo jovem e sofisticado;
As cores usadas foram mais discretas, com excessão 
de alguns pontos de cor para dar mais vivacidade ao 
look; 
Maquiagem bem natural. Primeiramente tinha-se 
optado pelo coque, mas como ele passa um ar muito 
sério, optou-se por um meio rabo de cavalo preso em 
coque, mantendo ao mesmo tempo a seriedade e a 
jovialidade do look. 
57
Cartela de Cores
58
Croqui
Modelo: Letícia Kakudai
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
59
LOOK 7Cosplay
Observando os Cosplayers, percebemos que 
mais do que um hobby, fazer Cosplay é uma paixão 
que não se limita apenas a recriar os trajes de um per-
sonagem e imitar seus gestos e personalidade. Fazer 
Cosplay é poder fugir da sua própria vida pelo menos 
temporariamente e ser capaz de interpretar um papel 
e assumir uma vida que não é sua, mas que você gos-
taria de ter.
Esse estilo, essa subcultura não tem uma estética 
definida. O conceito por trás do cosplay não é chamar a 
atenção, não é vestir roupas estranhas e extravagan-
tes, é se permitir ser plenamente feliz embaixo de um 
disfarce que ao mesmo tempo te permite ser livre e te 
protege dos problemas do cotidiano. 
Neste look em especial, resolvemos nos colocar 
na pele de um cosplayer e propor a execução de um 
cosplay. Para isso adotamos um personagem para que 
pudéssemos criar um look que aliasse tanto as car-
acterísticas do personagem quanto os conceitos do 
cosplay. 
No caso, ao invés de um personagem, escolhemos 
montar o look em cima do videoclipe “The Boys” de 
uma Girlband Coreana chamada “GIRLS GENERATION”. 
Não recriamos exatamente os trajes das meninas como 
os cosplayers fazem, mas montamos um look inspirado 
nas principais características estéticas observadas no 
videoclipe.
O Clipe “The Boys” é ambientado em duas esté-
ticas diferentes: uma muito mais romântica, delicada, 
com chuvas de pétalas, pombas, vestidos esvoaçantes, 
peças de alta costura, tiaras e jóias e 
até uma alusão à chapeuzinho vermel-
ho. Esse visual é quase uma produção 
de moda com uma interpretação 
moderna e glamourosa dos Contos de 
fada (figura a). A outra estética tem um 
visual e uma ambientação muito mais 
urbana, as roupas parecem mais con-
fortáveis, usam mais sobreposições, 
peças esportivas e tem uma proximi-
dade muito maior com a moda de rua. 
(figura b)
 
(Fig. a) Cena da abertura do Clipe “The Boys” da girband sul-coreana 
Girls Generation. Fonte: scan do vídeo “The Boys”. 
(Fig. b) Cena de dança da Clipe “The Boys” da girband sul-coreana Girls 
Generation. Fonte: scan do vídeo “The Boys”. 
60
Em conexão com a própria estética, o conceito 
dovideoclipe também trata a dualidade entre a ima-
gem romântica, delicada, elegante do grupo e a sua 
atitude completamente dominadora em relação à atra-
ção que exercem no sexo oposto, ressaltando aspectos 
como o feminismo e a independência das mulheres.
Portanto, considerando os estudos feitos 
previamente sobre o cosplay e as análises fei-
tas sobre o videoclipe, o styling realizado gira em 
torno dessa imagem de mulher auto-suficiente, el-
egante e sedutora que está acima de qualquer pessoa.
Vestido verde confeccionado 
sob medida. Corpete bordado 
com miçangas e saia bufante 
drapeada com calda contribui 
para a elegância e o glamour 
do look. A jaqueta jeans es-
tilo soldado inglês com glitter 
quebra a aparência delicada 
do vestido, dando um ar mais 
moderno e dominador;
A ankle boot vermelha e a meia 
¾ deixam o look mais ousado;
Cabelo alisado e esvoaçante, 
Boca nude e olhos bem marca-
dos na maquiagem;
Postura elegante e atitude de 
Diva. 
61
Cartela de Cores
Croqui
62
Modelo: Letícia Kakudai
Fotógrafia: Samanta Nagashima
Maquiagem: Samanta Nagashima
Styling: Samanta Nagashima
Cabelo: Samanta Nagashima
63
64
 APRESENTAÇÃO de resultados
Após concluído o trabalho percebi que os 
ensaios haviam rendido muitas fotos excelen-
tes e ao mostrar os resultados para minha ori-
entadora concordamos que seria interessante 
fazer uma seleção de fotos e colocá-las em 
uma peça gráfica para permitir tanto uma visu-
alização mais detalhada do resultado de cada 
produção, da composição de cada look como 
tornar a apresentação deste trabalho mais vi-
sível e melhor. 
Portanto foi decidido a produção de ál-
buns de tamanho 20x14cm contendo ao todo 
52 fotos selecionadas de todos os looks re-
alizados durante os ensaios fotográficos das 
produções de moda. 
 Para melhor ilustrar e ajudar na defesa 
oral, serão expostos 07 (sete) painéis de ta-
manho A2 com maiores informações e detalhes 
sobre cada estilo e o look inspirado nele. 
Os painéis têm uma linguagem mais 
contem-porânea, inspirada no Scrapbook e em 
uma seção da revista Vogue Itália de mesmo 
nome realizado pela Lele Acquarone, onde tex-
to, anotações, passo-a-passo são misturados à 
ilustrações e fotos em uma linguagem jovem e 
contemporânea.
Aquele velho ditado que diz “Não 
julgue um livro pela capa” não cabe em 
um país como o Japão onde indepen-
dentemente se são gangsters ou alto 
executivos, todos da nova geração se 
vestem para corresponder aos seus pa-
péis, para se expressarem no ambiente.
 Ou seja, do ponto de vista de um 
japonês, eu não preciso te dizer quem 
eu sou ou o que eu faço, minha aparên-
cia por si só já é capaz de te dizer tudo 
o que eu sou por mim. 
E em uma sociedade fundamentada nesse 
princípio de definição exterior, a imagem não poderia 
ser mais fundamental. Como disse RICHIE (2003), a 
verdade superficial é a verdade que existe, mesmo 
você sendo ou não o que aparenta ser, essa é a ver-
dade que eu vou aceitar.
Quando você está diante de uma cultura tão 
exótica e estilos tão irreverentes quanto as vistas 
em Tóquio, é impossível, principalmente para um es-
trangeiro, não se apaixonar à primeira vista pela ex-
plosão visual que é o lugar. 
O que é alheio à maioria do mundo e o que a 
mídia se abstém de retratar é que, por trás do exte-
rior radicalista, esses jovens buscam apenas expres-
sar seus ideais, seus interesses, sua individualidade 
do mesmo modo que os japoneses sempre fizeram, 
através de sua imagem. 
Mais do que os “rebeldes” que a mídia retrata, 
essa juventude procura apenas livrar-se temporaria-
temporariamente dos problemas do cotidiano criando 
um mundo próprio onde eles são livres para fazer o 
que quiserem, falar sobre o que quiserem e se ve-
stirem sem ter de se preocupar com as diversas forças 
institucionais (escola, trabalho, pais) dominando suas 
vidas.
CONCLUSÃOe considerações finais
65
Através da sua imagem, esses jovens estão fa-
zendo uma declaração social ao país de que eles 
possuem uma cultura própria e única e que eles não 
precisam e não querem se enquadrar nos padrões co-
letivistas aos quais os japoneses estão acomodados. 
Este Projeto de Conclusão de Curso procurou de-
mostrar o quanto é significativa a importância da Ima-
gem na sociedade contemporânea, especialmente na 
japonesa, que não é apenas valorizada como também 
é a principal ferramenta de expressão usada pelos jo-
vens da nova geração. 
Ao observar esse fenômeno da moda urbana 
criada pelos jovens, percebemos que através da Ima-
gem, através da moda, é possível uma pessoa con-
struir inúmeras percepções de si mesma, escolher qual 
personagem quer viver e ser capaz de criar um mundo 
cheio de regras e costumes próprios onde é possível 
fugir das frustrações da realidade cotidiana. 
Esses jovens são seus próprios personal stylists, 
propondo o re-design constante da sua própria ima-
gem para melhor definir o seu estilo de vida e a sua 
identidade. Na tentativa de trazer pelo menos um pou-
co desse universo para o repertório acadêmico, este 
styling resultou não apenas em uma leitura estética 
mas também social e cultural dessa revolução. 
 
No final, não apenas conclui meu trabalho de 
forma satisfatória, atingindo e até superando minhas 
expectativas iniciais de retratar a íntima relação da im-
agem com a exploração da moda urbana como forma 
de expressão individual, como acabei destacando a im-
portância do profissional stylist como intérprete e or-
questrador de imagens na sociedade contemporânea 
atual. E a formação e ser design auxilia a ter essa 
visão ampla e projetual de como é expressar por meio 
do visual e do estilo de vida.
 
66
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