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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA TANISE SILVEIRA DE SOUZA ‘’CHÁ DA ALICE’’ COLEÇÃO DE VESTUÁRIO CASUAL Torres 2015 1 TANISE SILVEIRA DE SOUZA ‘’CHÁ DA ALICE’’ COLEÇÃO DE VESTUÁRIO CASUAL Projeto Tecnológico em Design de Moda submetido ao curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda. Orientador: Prof. Me. Bruna Lummertz Lima Torres 2015 2 TANISE SILVEIRA DE SOUZA ‘’CHÁ DA ALICE’’ COLEÇÃO DE VESTUÁRIO CASUAL Projeto Tecnológico em Design de Moda aprovado para a obtenção do título de tecnólogo em Design de Moda no curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Luterana do Brasil pela banca examinadora composta por: Prof. Me. Bruna Lummertz Lima Designer Rafael Körbes Prof. Rossana Quartiero Orientador Prof. Me. Bruna Lummertz Lima Torres, 14 de maio de 2015. DEDICATÓRIA À todos aqueles que acreditaram que este sonho seria possível. AGRADECIMENTOS Agradecer a Deus parece clichê, mas sem Ele não teria a força e a dedicação necessárias para a conclusão deste projeto. Foram seis meses de luta e choro, mas também de muitas alegrias e conquistas, que sem a fé Nele eu não teria conseguido obter. Gostaria de agradecer imensamente à minha família, principalmente meus pais, por me ensinarem a ser o que sou hoje, à toda educação, amor e atenção dada ao longo da minha vida. Ao meu primo Jhonathan, pelo incentivo, apoio e as palavras de motivação que muitas vezes me tiravam do sério, mas tinham um objetivo: fazer com que me dedicasse ainda mais ao meu projeto. Ao meu namorado e amigo Cristian, por estar sempre comigo, me apoiando, e aturando minhas crises de choro e mau humor, sempre me fazendo acreditar que era possível realizar todos os meus sonhos... Quero agradecer à minha orientadora diva, que sempre me mostrou o caminho certo, e também às minhas colegas de curso, que estavam presentes nesta trajetória desde o inicio, em especial à Luana Silveira e à Franciele Freitas, muito mais que amigas, elas se tornaram minhas irmãs, das quais dividi, e espero dividir, muitos outros momentos incríveis e outros nem tanto, nas quais pude ver qual o verdadeiro significado da palavra amizade. Aos meus professores que estiveram presentes nessa caminhada e às minhas modelos gravidinhas, que tornaram esse momento ainda mais especial, meu muito obrigada! ’A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem. ’’ Oscar Niemayer RESUMO Esse projeto tem como objetivo o desenvolvimento de uma coleção de vestuário gestante, no segmento casual, para o projeto tecnológico de Design de Moda. Para a elaboração do mesmo, foram efetuadas pesquisas relacionadas ao design e design de moda, sendo definido o público-alvo e conceito do produto; Houve estudos mercadológicos definindo o prêt-à-porter como modo de produção e comercialização, sendo assim, criada a marca Donna Incinta, com seu conceito e ideais. Também foi realizada a investigação sobre as tendências de moda primavera/verão 2016 e comportamento. Para a concretização do projeto, necessitou-se de buscas em referências bibliográficas do tema escolhido: ‘’Alice, no País das Maravilhas’’ e seus elementos. A coleção foi desenvolvida a partir das análises do tema, onde foram definidos os elementos de design e de estilo, cartela de cores, tecidos e aviamentos dos 20 croquis apresentados e dos 5 croquis que serão apresentados e avaliados juntamente com o trabalho e sua metodologia descritiva para a banca examinadora profissional. Palavras-chave: Moda gestante. Casual. Prêt-à-porter. Alice, no País das Maravilhas. Lúdico. ABSTRACT There were marketing studies defining pret-a-porter as a way of production and commercialization, as such, and Donna Incinta trademark created like your concept and ideals. Also the investigation about the tendencies of fashion of the spring/summer of 2016 and the behavior were realized. As objective, this project has the development of a selection of the clothing for pregnant women, in the casual segment, for the technological project of fashion design. For the concretization of the project, it was necessary to research the bibliographical references about the topic chosen: "Alice in the Wonderland" and its elements. In order to prepare the same, the related research of design and fashion design was made to define the audience and the product concept. The collection was developed from the analysis of the topic, where the elements of design and style were defined, cartouche of colors, fabrics and trims of 20 sketches presented and 5 sketches which will be presented and evaluated together with the work and your descriptive methodology for the professional examination team. Key words: Fashion for the pregnant. Casual. Prêt-à-porter. Alice in the wonderland. Playful. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Bordado encontrado na Inglaterra ............................................................. 26 Figura 2: Máquina semi-industrial zig-zag ................................................................ 26 Figura 3: Bordados de Alice...................................................................................... 27 Figura 4: Inspiração bordados................................................................................... 28 Figura 5: Baby boom .................................................................................................29 Figura 6: Leila Diniz....................................................................................................30 Figura 7: Painel público-alvo .................................................................................... 32 Figura 8: Painel lifestyle ........................................................................................... 33 Figura 9: Logomarca ................................................................................................ 34 Figura 10: Painel conceito do produto ...................................................................... 35 Figura 11: Pesquisa de mercado .............................................................................. 38 Figura 12: Emma Fiorezi .......................................................................................... 42 Figura 13: Megadose ................................................................................................ 43 Figura 14: Painel tendência comportamental ........................................................... 45 Figura 15: Soft pop ................................................................................................... 46 Figura 16: Tendência de moda ................................................................................. 47 Figura 17: Irmãs Lidell .............................................................................................. 48 Figura 18: Charles .................................................................................................... 49 Figura 19: Cenas do filme de Tim Burton ................................................................. 51 Figura 20: Primeiro look de Alice .............................................................................52 Figura 21: Vestidos de Alice .................................................................................... 53 Figura 22: Terceiro modelo de Alice ......................................................................... 54 Figura 23: Modelos finais usados ............................................................................. 54 Figura 24: Painel do tema ........................................................................................ 55 Figura 25: Zig Zag. ................................................................................................... 56 Figura 26: Linha........................................................................................................ 67 Figura 27: Cores de Alice ......................................................................................... 68 Figura 28: Textura .....................................................................................................69 Figura 29: Elementos de estilo ................................................................................. 70 Figura 30: Cartela de cores ...................................................................................... 72 Figura 31: Cartela de tecidos ................................................................................... 73 7 Figura 32: Cartela de aviamentos ............................................................................ 74 Figura 33: Cartela de aplicações .............................................................................. 74 Figura 34: Croqui 1 ................................................................................................... 76 Figura 35: Croqui 2 ................................................................................................... 77 Figura 36: Croqui 3 ................................................................................................... 78 Figura 37: Croqui 4 ................................................................................................... 79 Figura 38: Croqui 5 ................................................................................................... 80 Figura 39: Croqui 6 ................................................................................................... 81 Figura 40: Croqui 7 ................................................................................................... 82 Figura 41: Croqui 8 ................................................................................................... 83 Figura 42: Croqui 9 ................................................................................................... 84 Figura 43: Croqui 10 ................................................................................................. 85 Figura 44: Croqui 11 ................................................................................................. 86 Figura 45: Croqui 12 ................................................................................................ 87 Figura 46: Croqui 13 ................................................................................................. 88 Figura 47: Croqui 14 ................................................................................................ 89 Figura 48: Croqui 15 ................................................................................................. 90 Figura 49: Croqui 16 ................................................................................................. 91 Figura 50: Croqui 17 ................................................................................................. 92 Figura 51: Croqui 18 ................................................................................................. 93 Figura 52: Croqui 19 ................................................................................................. 94 Figura 53: Croqui 20 ................................................................................................. 95 Figura 54: Quadro da coleção .................................................................................. 97 Figura 55: Ficha de modelagem look 1..................................................................... 99 Figura 56: Ficha técnica look 1................................................................................ 101 Figura 57: Ficha de modelagem look 2 .................................................................. 104 Figura 58: Ficha técnica look 2 ............................................................................... 105 Figura 59: Ficha de modelagem look 3 .................................................................. 107 Figura 60: Ficha técnica look 3 ............................................................................... 108 Figura 61: Ficha de modelagem bermuda look 4 ................................................... 110 Figura 62: Ficha de modelagem blusa look 4 ......................................................... 111 Figura 63: Ficha técnica bermuda look 4 ............................................................... 112 Figura 64: Ficha técnica blusa look 4.......................................................................113 8 Figura 65: Ficha de modelagem blusa look 5 ......................................................... 115 Figura 66: Ficha de modelagem bermuda look 5.................................................... 116 Figura 67: Ficha técnica blusa look 5 ..................................................................... 117 Figura 68: Ficha técnica bermuda look 5 ................................................................118 Figura 69: Tag .........................................................................................................120 Figura 70: Loja .........................................................................................................122 Figura 71: Web site..................................................................................................123 Figura 72: Outdoor...................................................................................................124 Figura 73: Promoção ...............................................................................................125 Figura 74: Redes Sociais ........................................................................................126 Figura 75: Sustentabilidade .....................................................................................127 9 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Mulheres que tiveram filhos no Brasil ......................................................13 Tabela 02: Cronograma da coleção ......................................................................... 53 Tabela 03: Tabela de parâmetro .............................................................................. 55 Tabela 04: Planilha de custos look 1......................................................................... 92 Tabela 05: Planilha de custos look 2 .................................................................... ..106 Tabela 06: Planilha de custos look 3........................................................................109 Tabela 07: Planilha de custos look 4 ...................................................................... 114 Tabela 08: Planilha de custos look 5 .......................................................................119 10 LISTA DE ABREVIATURAS ABIT Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção IBGE Instituto brasileiro de geografia estatística INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial PROTEC Projeto tecnológico em Design de Moda SEBRAE Serviço brasileiro de apoio à micro e pequenas empresasULBRA Universidade Luterana do Brasil WGSN Serviço online de previsão de tendências 11 SUMÁRIO 1. Introdução...............................................................................................................14 1.1 Delimitação do tema.............................................................................................15 1.2 Objetivos...............................................................................................................15 1.2.1 Objetivo geral....................................................................................................15 1.2.2 Objetivos específicos.........................................................................................15 1.3 Problema..............................................................................................................16 1.4 Justificativa...........................................................................................................16 2. Metodologia............................................................................................................18 2.1 Metodologia de projeto.........................................................................................18 3. Referencial teórico..................................................................................................19 3.1 Design..................................................................................................................19 3.2 Design de moda...................................................................................................20 3.2.1 Princípios do design..........................................................................................21 3.2.2 Áreas de atuação do designer de moda............................................................22 3.3 Design de superfície.............................................................................................24 3.3.1 Bordado.............................................................................................................25 3.4 A história do vestuário gestante...........................................................................28 3.4.1 Leila Diniz..........................................................................................................29 3.4.2 A virada do século e as mudanças no vestuário gestante................................30 4. O consumidor e a marca........................................................................................31 4.1 Público-alvo..........................................................................................................31 4.1.1 Lifestyle público-alvo.........................................................................................32 4.2 Marca....................................................................................................................33 4.2.1 Conceito da marca............................................................................................34 4.2.2 Conceito do produto..........................................................................................35 4.3 Briefing.................................................................................................................36 5. Pesquisas de moda................................................................................................37 5.1 Pesquisas de mercado.........................................................................................37 5.1.1 Segmento de mercado......................................................................................38 5.1.2 Processo de produção e comercialização do produto de moda........................39 12 5.1.3 Análise de concorrentes....................................................................................41 5.1.3.1 Emma Fiorezi.................................................................................................41 5.1.3.2 Megadose.......................................................................................................43 5.2 Pesquisa de comportamento...............................................................................44 5.3 Pesquisa de tendências.......................................................................................46 5.4 Pesquisa do tema................................................................................................48 5.4.1 A história...........................................................................................................49 5.4.2 A história adaptada por Tim Burton...................................................................50 5.4.3 A personagem Alice..........................................................................................51 5.4.4 Inspiração para a coleção.................................................................................55 5.5 Pesquisa de campo..............................................................................................56 5.6 Pesquisa qualitativa-instrumento questionário.....................................................56 5.6.1 As marcas compradas.......................................................................................57 5.6.2 A busca por roupas para gestante....................................................................57 5.6.3 Modelagem das roupas.....................................................................................58 5.6.4 Ajuste ou modificação das peças......................................................................59 5.6.6 Autoestima na gestação....................................................................................60 5.6.7 Análise geral dos dados coletados....................................................................61 6. Desenvolvimento da coleção..................................................................................62 6.1 Sazanalidade........................................................................................................62 6.2 Projeto de coleção................................................................................................62 6.2.1 Cronograma da coleção....................................................................................63 6.2.2 Mix de produto...................................................................................................64 6.2.3 Mix de moda......................................................................................................64 6.2.4 Tabela de parâmetro.........................................................................................65 6.3 Elementos de design da coleção..........................................................................66 6.3.1 Linha..................................................................................................................66 6.3.2 Cor.....................................................................................................................67 6.3.3 Textura..............................................................................................................68 6.4 Elementos de estilo..............................................................................................70 6.5 Release da coleção..............................................................................................71 6.6 Cartela de cores...................................................................................................71 6.7 Cartela de tecidos.................................................................................................72 13 6.8 Cartela de aviamentos..........................................................................................73 6.9 Croquis.................................................................................................................756.10 Quadro de coleção.............................................................................................96 7. Descrição do processo produtivo do produto.........................................................98 7.1 Detalhamento técnico look 1 confeccionado (croqui 1)........................................98 7.1.1 Modelagem........................................................................................................98 7.1.2 Ficha técnica...................................................................................................100 7.1.3 Planilha de custos...........................................................................................102 7.2 Detalhamento técnico look 2 confeccionado (croqui 12)....................................102 7.2.1 Modelagem......................................................................................................103 7.2.2 Ficha técnica...................................................................................................104 7.2.3 Planilha de custos...........................................................................................105 7.3 Detalhamento técnico look 3 confeccionado (croqui 14)....................................105 7.3.1 Modelagem......................................................................................................105 7.3.2 Ficha técnica...................................................................................................107 7.3.3 Planilha de custos...........................................................................................108 7.4 Detalhamento técnico look 4 confeccionado (croqui 13)....................................108 7.4.1 Modelagem......................................................................................................108 7.4.2 Ficha técnica...................................................................................................111 7.4.3 Planilha de custos...........................................................................................113 7.5 Detalhamento técnico look 5 confeccionado (croqui 7)......................................113 7.5.1 Modelagem......................................................................................................113 7.5.2 Ficha técnica...................................................................................................116 7.5.3 Planilha de custos...........................................................................................118 8. Estratégias de marketing......................................................................................118 8.1 Produto...............................................................................................................118 8.2 Preço..................................................................................................................120 8.3 Praça..................................................................................................................120 8.4 Promoção...........................................................................................................121 9. Sustentabilidade...................................................................................................125 10. Considerações finais..........................................................................................126 Anexo.......................................................................................................................134 Apêndice A...............................................................................................................139 14 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma coleção de vestuário no segmento casual, com método de produção prêt-à-porter, para gestantes, de acordo com as tendências primavera/verão 2016, e com os elementos (cor, silhueta e textura) e princípios (repetição, harmonia, equilíbrio, ritmo, gradação, contraste e proporção) do design, inspirada no filme do diretor Tim Burton, ''Alice, no País das Maravilhas. '' A ideia central tem como objetivo aliar a maturidade de ‘’ ser mãe’’ com a inocência, infantilidade e dinâmica do tema escolhido, agregando descontração e bom humor ás roupas, deixando-as usáveis nas diversas ocasiões que as mamães necessitam participar. Mesclando conforto, leveza e descontração, a coleção propõe um jeito leve de se vestir, fazendo com que o público se sinta confortável e de bem consigo mesmo, elevando sua autoestima. A personagem central da história Alice no País das Maravilhas serve de base para o desenvolvimento deste trabalho, pois representa a mulher nessa nova fase da vida. Uma fase na qual apesar de seus medos, e, muitas vezes, inexperiência, a enche de amor e carinho. O presente projeto utiliza a metodologia estabelecida pelo projeto tecnológico em Design de Moda, da Universidade Luterana do Brasil campus Torres. Serão apresentadas as pesquisas referentes ao design; público-alvo, conceituando a criação da marca Donna Incinta; as etapas do desenvolvimento do produto, tais como os croquis, modelagem, fichas técnicas e as ações de marketing para a divulgação da marca. Com base nas tendências de moda primavera/verão 2016 e de comportamento, os princípios e elementos do design, e de acordo com a temática (Alice, no País das Maravilhas), foram sendo definidas formas, cartela de cores, tecidos e insumos, que irão compor os 20 looks da coleção “Chá da Alice” e delimitando, por fim, os cinco looks a serem confeccionados para a apresentação na banca festiva. 15 1.1 Delimitação do tema Coleção de vestuário para gestantes, no segmento casual, com forma de produção prêt-à-porter, que residem no litoral gaúcho e catarinense, pertencentes à classe C, que têm entre 25 e 35 anos, seguindo as tendências Primavera/Verão 2016 aliadas dos elementos e princípios do design, inspirada no filme ''Alice, no País das Maravilhas'', do diretor Tim Burton, lançado em 2010. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver uma coleção de vestuário para gestantes no segmento casual, através do processo de comercialização prêt-à-porter, de 25 a 35 anos, com base nas tendências primavera/verão 2016, de acordo com os elementos de design, de cor, textura e silhueta baseada no filme ‘’ Alice, no País das Maravilhas. ’’ 1.2.2 Objetivos específicos Pesquisar sobre o problema e justificativa para solucioná-lo; Analisar o público-alvo escolhido; Realizar pesquisas sobre concorrentes, segmento de mercado, método de produção e tendências de moda e comportamento para primavera/verão 2016; Pesquisar o tema escolhido; Definir croquis, cores, formas, texturas, estampas e modelagens a serem usadas, bem como o mix de moda e produto; Desenvolver 20 croquis; Definir estratégias de marketing a serem usadas na presente coleção, bem como a sustentabilidade será agregada ao projeto. 16 1.3 Problema Como desenvolver uma coleção de moda para o vestuário de gestantes unindo conforto à estética das roupas, utilizando o meio de produção prêt-à-porter, de acordo com as tendências primavera/verão 2016 inspirada no tema ''Alice, no País das Maravilhas'' de acordo com os elementos e princípios do design? 1.4 Justificativa Ter um filho cedo, com idade aproximada de 20 anos, deixou de ser desejo de muitas mulheres, que começaram a priorizar suas carreiras e resolveram adiar a maternidade para quando estiverem estabilizadas financeiramente, com a carreira definida. Segundo estudos do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (2013), o número de adolescentes grávidas diminuiu consideravelmente. Em 2002 o número era de 20,4% e foi para 17,7% em 2012. ''O grupo de mães em idade mais avançada também aumenta no país. As mulheres quese tornaram mães entre 30 e 34 somavam 14,4% em 2002. Dez anos depois, em 2012, o grupo representava 19%. Em um recorte regional, os dados revelam que a gravidez tardia é ainda mais frequente no Sudeste (21,4%) e no Sul do país (20,7%) '' (PLATONOW, 2013). Outro estudo, realizado com aproximadamente cinco mil pessoas, pelo instituto Gallup (2013), dos Estados Unidos, apontou que 58% das pessoas afirmam que as mulheres deveriam ter seu primeiro filho aos 25 anos. Outro apontamento foi que a preferência pela maternidade tardia está ligada ao nível de educação. As americanas com nível superior preferem esperar até os 26 anos ou mais para ter filhos, diferentemente das com menor escolaridade (MACHADO, 2013). De acordo com a obstetra CODESSO (2015), as mulheres estão adiando a maternidade, pois priorizam os estudos, a profissão, a compra da casa própria e viagens. ‘’ Antigamente, o limite era 35 anos. Na última década, ficou mais comum deixar para mais tarde, até os 40, ou um pouco mais. ’’ Deve-se ao fato da mudança de comportamento da sociedade. Com maiores e melhores oportunidades de emprego e escolaridade, as mulheres querem estar 17 sempre trabalhando e aprimorando seus conhecimentos, estando sempre em movimento, fazendo novos contatos, e explorando mais seu potencial. Para isso, tudo é planejado em sua vida, até mesmo a gravidez. E mesmo nesse período elas não querem descansar, estão buscando roupas confortáveis e que estejam de acordo com as tendências de moda. Segundo Cândido (2013), gerente de unidade de Gestão Estratégica do SEBRAE, há um grande potencial de demanda e pouca oferta na área de vestuário para as gestantes. As jovens e futuras mamães que gostam de manter um estilo próprio, dificilmente encontram algo apropriado para elas, pois há falta de opção para estarem na moda. Por isso, essa área é uma excelente oportunidade de mercado. Outro estudo do IBGE (2010) revelou que aproximadamente, 83 milhões de mulheres tiveram filho no País, o que demonstra o grande potencial do mercado. Desse número, ressalta-se que mais de 2,7 milhões eram de mulheres de Santa Catarina. Tabela 1. Mulheres que tiveram filhos Brasil Fonte: IBGE (2010) Com o grande número de mulheres tendo filhos, o mercado de moda gestante pode ser mais explorado, pois apesar dos números este é um mercado escasso. 18 “O número de mulheres que tem filhos no Brasil é grande, como mostrou os dados do Censo de 2010. Nesse sentido, os empresários do setor podem adotar estratégias para a criação de coleções próprias a fim de diversificar mercados e aproveitar esse potencial que ainda é pouco explorado, ou mesmo, potencializar os negócios para atender de forma diferenciada as grandes redes de varejo que possuem pouca diversificação na moda gestante. As oportunidades de mercado são grandes e se bem exploradas poderão alavancar os pequenos negócios” (SEBRAE, 2013) Um dos maiores grupos se encontra na faixa etária de 25 a 29 anos. Consumidoras jovens, que procuram além do conforto, a estética das roupas, seguindo às tendências de moda. Proposta da marca Donna Incinta, que busca unir o conforto de roupas com modelagens especificas com as tendências de moda, desfiladas nas principais passarelas do mundo. 2. METODOLOGIA 2.1 Metodologia de projeto Entende-se por metodologia as operações pelo qual o produto/serviço é realizado. A ordem em que é feita cada operação e qual operação exatamente deve ser feita varia de acordo com a metodologia proposta (MUNARI, 2008). ‘’ O método de projeto, para o designer, não é absoluto nem definitivo; pode ser modificado caso ele encontre outros valores objetivos que melhorem o processo. E isso tem a ver com a criatividade do projetista, que, ao aplicar o método, pode descobrir algo que o melhore. ’’ (MUNARI, 2008; p.11) Segundo o Dicionário Aurélio (2015) metodologia significa ‘’ arte de dirigir o espírito na investigação da verdade; Aplicação do método no ensino’’. É a maneira como se guia o projeto, sempre em busca da melhor finalização para o mesmo. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho é de acordo com o PROTEC (Projeto tecnológico do curso superior de tecnologia em Design de Moda) da ULBRA Campus Torres. Seguindo a metodologia estabelecida pelo PROTEC, o processo usado para a elaboração desse trabalho se dá da seguinte forma: identificar o problema; pesquisar sobre o público-alvo, concorrentes, tendências, tema e mão-de-obra a ser usada; gerar ideias a partir do coletado; identificar as restrições do público-alvo, bem como o lugar que ele vive; fazer a seleção de ideias e implementá-las; avaliar, 19 definindo modelagem, tecidos, cores, formas e estampas; apresentar estratégias de marketing e sustentabilidade. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Design A palavra design deriva do latim designo que significa designar, determinar, empreender, eleger. Ela está associada à concepção de um produto, bem como o planejamento e o projeto do mesmo. O primeiro registro que se tem da palavra design data do ano de 1588 e está registrada no Oxford English Dictionary, que o define como ''um plano ou um esboço concebido pelo homem para algo que se há de realizar, um primeiro esboço desenhado para uma obra de arte ou um objeto de arte aplicada, necessário para sua execução. '' ''O design é em sua essência um processo criativo e inovador, provedor de soluções para problemas de importância fundamental para as esferas produtivas, tecnológicas, econômicas, sociais, ambientais e culturais. '' (MOURA, 2010; p. 71;) Nascido da necessidade de melhorar a industrialização, tendo um projeto eficaz para a fabricação de determinado produto, foi que o design surgiu. ''O desenho industrial (ou design) é uma atividade projetual que consiste em determinar as propriedades formais dos objetos produzidos industrialmente. Por propriedades formais não se entende apenas as características exteriores, senão, sobretudo, as relações funcionais e estruturais que fazem com que um produto tenha uma unidade coerente do ponto de vista, tanto do produtor, como do consumidor '' (MALDONADO apud BADUY, 2010, p. 32). Entende-se por design todo o produto que é elaborado a partir de um projeto, que tem por finalidade atender os desejos e necessidades do consumidor; sendo um produto eficiente e/ou belo. Segundo Conti (2010) ''em seu significado mais amplo design é sinônimo de atividade projetual. Diferentemente da ideia comum que vê o design como acréscimo de valor estético atribuído a qualquer objeto de decoração. '' 20 Para a elaboração de um projeto de design é preciso seguir os elementos (linha, forma, textura, silhueta, cor e padronagem) e os princípios (repetição, ritmo, gradação, radiação, contraste, harmonia, equilíbrio e proporção), pois eles dirigem o foco de atenção em uma criação de moda, definindo o design como tal. (TREPTOW, 2013) 3.2 Design de moda O termo moda deriva do latim modus, que significa escolha, ou mecanismos de escolhas, que vão de acordo com o gosto individual. A moda, desde seus primórdios, se caracteriza por sua efemeridade, por estar sempre mudando e se inovando. Segundo Mademoiselle Chanel (1883-1971), a moda não é algo que existe apenas nas roupas. A moda está no céu, na rua; a moda tem a ver com ideias, com a maneira como vivemos, com o que está acontecendo. Nem sempre a moda existiu. Segundo Castilho (2008), podemos falar em ‘’ moda’’ a partir da Idade Média, quando ela começou a obedecer mudanças sazonais, que ocorriam com periodicidade e começaram a ser aceitas pela sociedade. ‘’ Só a partir do final da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da moda, a moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes, seus movimentos bruscos, suas extravagâncias. A renovação das formas se torna umvalor mundano, a fantasia exibe seus artifícios e seus exageros na alta sociedade, a inconstância em matéria de formas e ornamentações já não é exceção, mas regra permanente: a moda nasceu’’ (LIPOVETSKY, 2009, p. 24). Com o surgimento do Prêt-à-porter, é que o ciclo da moda se tornou como conhecemos atualmente: com coleções lançadas sazonalmente, e com tendências estabelecidas; a moda ganhou espaço no mundo, e se tornou uma das áreas de maior lucratividade. Segundo a ABIT- Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção- (2011) o Brasil é o quarto maior produtor de vestuário do mundo, sendo o segundo maior empregador da indústria de transformação. 21 ‘’ No século XV, a palavra Mode começou a ser utilizada em francês (significando basicamente ‘’ modo’’), tendo se desenvolvido a partir da palavra latina Modus, que faria referência à medida agrária, e mais tarde passou a significar também ‘’ maneira de se conduzir’’. Portanto, este sentido de ‘’ ao modo’’, ‘’ à maneira’’, passou a designar os gostos, as preferências, como também a maneira como as pessoas se vestiam, suas escolhas estéticas, opiniões e gostos do momento’’ (NÓBILOS apud POLLINI, 2011; p.10). A moda começou a ganhar status na sociedade, exercendo importante papel na vida da população. A cada dia, com o avanço da tecnologia, se percebe o grande crescimento dessa área. E com esse avanço, a demanda de compra e venda se torna cada vez maior, fazendo com que as empresas empreguem profissionais ágeis, que entendam o funcionamento do mercado, e saibam como desenvolver produtos que, além de agradar ao público-alvo, favoreça também as empresas. Por isso o design se uniu à moda, pois é preciso ter um projeto bem elaborado e com metas traçadas por profissionais que entendam do assunto para que o mesmo se consolide e obtenha o resultado esperado. ‘’ Entendido como um conjunto de trajes e acessórios que se articula com o corpo, o vestuário revela as formas que o corpo assume no decorrer da História, definindo estilos de época, que também definem modelos de corpo. Por meio do design de moda, pode-se colher o espírito do tempo, os modos de pensar, as relações sociais e as tecnologias. ‘’ (CASTILHO, 2008; p.37) No design de moda, o corpo se torna o suporte para o projeto a ser desenvolvido. A partir dele, a roupa toma forma, passando do plano à tridimensionalidade (KöRBES, 2012). 3.2.1 Princípios do design Segundo Treptow (2013, p.129) ‘’ os princípios do design são a principal ferramenta para dirigir o foco de atenção em uma criação de moda’’. Todo o designer os usa, mesmo sem se dar conta. Segundo Treptow (2013) eles são classificados como: - Repetição: Um princípio quase inevitável de se aparecer nos produtos. Ele se manifesta até na simples sequência de botões em uma camisa. - Ritmo: É caracterizado pela repetição em padrão elaborado, como botões distribuídos dois a dois em uma camisa. 22 - Gradação: É uma repetição complexa, em que cada vez o padrão se apresenta com uma dimensão maior ou menor que a anterior em sequência. - Radiação: Parte de um ponto que gera linhas que seguem direções distintas. O uso mais frequente em design de moda se dá por meio dos franzidos e drapeados. - Contraste: Ocorre quando dois elementos diferentes se localizam no mesmo produto, dividindo assim a atenção sobre as duas áreas. - Harmonia: Combina elementos com características próximas, gerando uma sensação de unidade e continuidade ao propor que as partes apresentem uma característica comum ao todo. - Equilíbrio: É a distribuição do peso e importância visual dos elementos do design. Não deixando que nada fique exagerado e deslocado sem que isso seja de propósito. - Proporção: Diz respeito à maneira como comparamos cada uma das partes em relação ao todo no design de uma peça, avaliando a utilização de aviamentos de forma concisa. Na coleção ‘’Chá da Alice’’ serão utilizados os princípios de repetição e ritmo, dados por meio das aplicações de pedras. 3.2.2 Áreas de atuação do designer de moda Apesar de ser muito confundido com o estilista e de suas enormes semelhanças, o designer de moda se diferencia por fazer seu trabalho todo ancorado em pesquisas, e não de forma livre. Segundo Moura (2010), o designer deve atender as demandas da indústria, do comércio ou do setor de serviços, sempre pensando na melhor solução. Ele deve propor propostas, a partir de um panorama cultural e social, que visam melhorar a qualidade de vida do ser humano em seus núcleos socioculturais e econômicos. O designer de moda deve se preocupar não somente com o produto a ser lançado, mas tudo que ele envolve, como o público-alvo que ele quer atingir, as estratégias de marketing a serem usadas, as novas tecnologias que podem ser usadas no seu projeto, e todas as demais preocupações mercadológicas. 23 ''o designer de moda deve centrar-se não apenas na comercialização do produto, mas na funcionalidade e nos benefícios que possa proporcionar ao usuário, ainda que, sobretudo no design de moda, muitos desses benefícios sejam atributos intangíveis. '' (TREPTOW, 2013; p.42) Sendo assim, o designer de moda é de fundamental importância para as empresas, sendo o maior responsável pela coleção a ser lançada, bem como os materiais, cores, estampas, texturas, modelagem, processos e métodos de divulgação a serem usados. Tudo deve passar aos olhos do designer, fazendo com que esse profissional venha se destacando cada vez mais, fazendo tanto sucesso quanto as grandes celebridades do cinema e/ou da música. ''O designer se torna uma celebridade, e suas constantes aparições na mídia contribuem para a divulgação da marca'' (TREPTOW, p. 42; 2013). ‘’Ser um profissional de moda não é apenas saber representar a ideia no desenho e consequentemente o desenho em um produto final, mas retratar nele os desejos específicos de cada tribo. Entender a moda na sua totalidade é saber interpretar no produto as expectativas e desejos contemporâneos’’ (ANCHIETA, p. 6 2004). Tendo o conhecimento de todas as áreas da moda, o designer de moda pode seguir trabalhando nos mais diversos ramos que essa área tem, tais como: - Modelista: faz moldes a partir dos desenhos do estilista (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014). - Figurinista: é o profissional que produz roupas e acessórios para teatro, cinema, novela, shows ou programas de TV (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014). - Jornalista de moda: se dedica a escrever sobre o tema, da criação ao aspecto econômico. Geralmente, estuda a história da moda e tem preparação para cuidar da parte visual do trabalho jornalístico (PORTAL ITS A FASHION INSIGHT, 2015) - Stylist: ajuda clientes a combinar roupas, estilos e cores. Valorizando o tipo físico da cliente (PORTAL CATHO, 2015) - Fotógrafo de moda: Acompanha a produção de fotos de moda para revistas, catálogos, exposições e anúncios (PORTAL GUIA DO ESTUDANTE, 2015). - Produtor de moda: É responsável por produzir desfiles, catálogos, editoriais de revistas e organizar campanhas publicitárias (PORTAL GUIA DO ESTUDANTE, 2015). 24 - Coolhunter: Responsável por prever, com antecedência de até dois anos, tendências que podem se tornar hits (PORTAL CATHO, 2015) - Designer gráfico: é o responsável por um projeto que será reproduzido em escala e em plataforma multimídia, ele trabalha com a parte visual e de comunicação da empresa (ONDERA, 2015). - Designer têxtil: Elabora projetos de estamparia, texturas e cores de tecidos para moda e decoração, de acordo com as tendências de mercado e coleções. (PORTAL CATHO, 2015) - Designer de acessórios: Realiza desenhos de acessórios como sapatos, bolsas e artefatos em geral de acordo as necessidades do consumidor e análise das tendências de moda (PORTAL CATHO, 2015). - Costureiro industrial: Prepara máquinas e amostras decostura, manuseia equipamentos na montagem em série de peças de vestuário. Projeta e modela confecções de roupas sob encomenda e na preparação de peças e produtos. (PORTAL CATHO, 2015) - Professor de moda: Ministra e prepara o material didático das aulas de Moda conforme orientação e conteúdo previamente distribuído, aplica provas, desenvolve trabalhos em aula e esclarece dúvidas. (PORTAL CATHOS, 2015) 3.3 Design de superfície Segundo o dicionário Aurélio (2008), superfície é a parte exterior dos corpos; a aparência, extensão que o reveste. O Design de superfície engloba o desenvolvimento de estampas e texturas que revestem e delimitam o produto a ser confeccionado. ‘’ O design de superfície compreende tudo o que se refere às atividades de design voltadas para todos os tipos de acabamento: pinturas, texturas, tecidos, não tecidos, couros, vinis, borrachas, cromo, adesivos, hot stamping, tampografia, filmes, películas e assim por diante. ‘’ (BILL; AURIANI; 2012) De acordo com Bastos (2012) o design de superfície é uma atividade em que se desenvolvem projetos de constituição e/ou revestimentos de superfícies, usando diversas técnicas diferentes, nas quais conferem qualidades estéticas, funcionais e estruturais ao objeto. Design de superfície é toda estampa e/ou textura que se repete, causando um 25 efeito único, não englobando somente tecidos, mas se tratando de tudo que tiver um padrão, como muros, cercas, pontes, calçadas (RUBIM, 2010). O design de superfície pode se dar por meio de quatro fontes diferentes, sendo elas: virtual, web design; estrutura, tecelagem; superfície-objeto, a forma como o objeto se projeta por ele mesmo; e superfície-tratamento, que é a aplicação de uma imagem sobre um substrato (RUBIM, 2010). Tendo como objetivo tratar, explorar e ressaltar a interface comunicativa dos objetos, unindo características funcionais e estéticas, o design de superfície se localiza como uma especialidade do grande campo do design (FREITAS, 2012). As superfícies são interfaces comunicativas em sua essência, que exercem função mediadora entre o ambiente externo e o interno, estabelecendo um modo de comunicação que envolve a percepção dos sentidos (FREITAS, 2012). 3.3.1 Bordado O bordado é a arte de decorar com figuras, utilizando fio e agulha. Ele pode ser executado manualmente ou a máquina, podendo ser usados diversos materiais para complementar o ornamento, tais como lantejoulas, pedras preciosas e semipreciosas, entre outras (PORTAL BORDADOS UNIVERSAL, 2015). Registros históricos remontam o surgimento dos bordados da Pré-história, originário do ponto cruz. No tempo em que os homens moravam em cavernas, o ponto cruz era usado na costura das vestes usadas, feitas de peles de animais. As agulhas, usadas para a confecção das roupas, eram feitas de ossos e as linhas eram fibras vegetais (REBOUÇAS, 2011). Há relatos de que o bordado com aplicações era apreciado pelo homem há cerca de 30 mil a.c. A base dessa informação seria um fóssil, encontrado na Rússia, que tinha as vestes adornadas com grânulos de marfim (REBOUÇAS, 2011). Na Idade Média, a Itália teve grande colaboração para difundir o bordado por toda Europa. Tomando novas formas, sendo recortado, dando origem as rendas, o bordado espalhou-se pelo mundo, assumindo a condição definitiva de artesanato decorativo (PORTAL BORDADOS UNIVERSAL, 2015). Já na Idade Moderna, o bordado espalhou-se pela Ásia e Estados Unidos, se tornando uma arte popular. Os bordados tinham diversos motivos, tais como flores e 26 letras do alfabeto, das quais eram assinadas pelo bordador. Na Inglaterra foram encontrados trabalhos do ano de 1598, conforme figura a seguir (PORTAL BORDADOS UNIVERSAL, 2015). Figura 1. Bordado encontrado na Inglaterra. Fonte: Portal Bordados Universal (2015) No início do século XX, surgiu o bordado a máquina, de costura doméstica reta e com pedal. Embora fosse feito na máquina, o trabalho exigia esforço por parte do bordador, que tinha de movimentar braços e pernas para obter resultado e tinha pouco rendimento comparado a outras formas de bordar (REBOUÇAS, 2011). Na década de 1950 surgiu o bordado em máquina de costura zig-zag industrial, garantindo uma produtividade maior e mais eficaz. A figura abaixo mostra um bordado feito em máquina de costura semi-industrial zig-zag: (PORTAL BORDADOS UNIVERSAL, 2011). Figura 2. Máquina semi-industrial zig-zag Fonte: Portal Bordados Universal (2015). Acompanhando a evolução tecnológica, na década de 1980 surgiram as máquinas de bordar eletrônicas profissionais e industriais. Aliadas a softwares de 27 criação, uniram o antigo prazer de bordar com a facilidade, praticidade, produtividade e elevação da renda obtida com este tipo de trabalho. A cada ano surgem novos modelos com mais recursos para facilitar o trabalho dos bordadores (REBOUÇAS, 2011). Para o desenvolvimento desta coleção fez-se uso de bordados desenvolvidos à mão, sendo complementados por aplicações de pedras. A escolha pelos bordados se deu por conta da temática escolhida. No primeiro vestido usado pela personagem Alice, no filme de Tim Burton, a barra da saia é toda bordada, com personagens que remetem às próximas cenas que Alice passará no filme. A imagem a seguir ilustra isto: Figura 3. Bordados de Alice. Fonte: Montagem autora (2015) Fazendo referência ao uso de bordados no filme, a coleção ‘’Chá da Alice’’ também os utiliza, porém, para complementá-los, os bordados utilizados nessa coleção são unidos a pedrarias, também advindas da temática escolhida, pois representa a grandeza dos detalhes mostrados no filme de Tim Burton, uma das principais características da obra. A figura a seguir mostra uma cena do filme, especificando os detalhes tão grandiosos no filme e uma imagem de um dos bordados presentes na coleção ‘’Chá da Alice’’. 28 Figura 4. Inspiração bordados. Fonte: montagem autora (2015) Os bordados são aplicados manualmente, estando presentes tanto nos decotes, quanto no cós da maioria das peças a serem desenvolvidas na coleção. 3.4 A história do vestuário gestante Devido ao baby boom o marketing começou a considerar o nicho de mercado gestante, dando mais atenção à este segmento, tornando-o mais atraente e propicio. Essa fase ocorreu após a Segunda Grande Mundial, nos anos 1950, onde depois do caos e o medo que se irradiava, as pessoas decidiram viver intensamente, aproveitando cada instante. Assim, houve um grande número de nascimentos de bebês, e uma fixação para que as mulheres voltassem para suas casas, para que cuidassem de seus filhos e maridos (PORTAL MODA HISTÓRICA, 2014). ‘’ Imagine a situação: você está há tanto tempo lutando contra o inimigo, em países estranhos, que nem se lembra do gosto da comida de casa. Seu dia- a-dia é composto de corpos mutilados e mortos, sangue e poeira. Tudo com o que você sonha é voltar para o conforto do seu lar. A luta termina e você faz parte do grupo vitorioso. É recebido em seu país como herói. O que acontece nove meses depois? Você é pai.’’ (DEURSEN, 2006.) A figura 5 mostra uma imagem retirada em 1941, do Hospital St. Joseph, em Chicago. 29 Figura 5. Baby Boom. Fonte: Portal Conservapedia (2014) As roupas que surgiram serviam para ‘’ disfarçar’’ a gravidez. As mulheres das classes médias, ao verem-se reduzidas ao papel materno, começaram a ficar irritadas, mesmo quando o estado em que se encontravam gerava gentilezas e concessões à sua condição de gestante. O tradicional vestuário de grávida começou a ser recusado, pois elas queriam maior liberdade, não queriam ser tratadas de forma diferente de como eram antes, tendência que se confirmou posteriormente, até o total desaparecimento de trajes específicos da gravidez. Na década de 1990,a exibição da barriga popularizou-se, porém sempre associada a roupas que traduzissem juventude adolescente e um padrão de extravagância típico de mulheres não grávidas (ARAÚJO, 2011). 3.4.1 Leila Diniz A atriz Leila Diniz ficou conhecida na década de 1960, época da ditadura, por ser fotografada exibindo sua barriga de gestante na praia. Numa época em que isso não era normal, pois as gestações eram escondidas. Na época, Leila se destacou por sua ousadia, pois não seguia os padrões impostos pela sociedade, sendo tachada até mesmo de vulgar pelas mulheres da época, por não ter vergonha de exibir seu corpo e esconder seu estilo de ser e de viver (LOPES, 2011). 30 Abaixo segue imagem de Leila exibindo sua gestação. Figura 6. Leila Diniz. Fonte: montagem autora (2015) Leila foi considerada uma mulher a frente do seu tempo, muito ousada, que detestava convenções. Foi invejada e muito criticada pela sociedade machista das décadas de 1960 e 1970. Era mal vista pela direita opressora, difamada pela esquerda ultrarradical e vista como vulgar pelas mulheres em geral da época (LOPES, 2011). Mesmo assim, Leila não se deixou abater. As críticas eram deixadas de lado pela atriz e ao longo dos anos ela começou a despertar o interesse das mulheres em segui-la, fazendo as mulheres se sentirem mais livres na escolha de seus atos. 3.4.2 A virada do século e as mudanças no vestuário gestante Com a virada do século e o grande avanço da tecnologia esse conceito mudou. As mulheres perceberam os riscos que uma roupa inapropriada pode causar, como as roupas que são muito justas, que dificultam o retorno do sangue venoso, o que coloca a circulação em risco e favorece o surgimento de problemas vasculares na gravidez (LIMAS, 2014). Elas começaram a procurar novamente roupas que a deixassem confortáveis e que ao mesmo tempo fossem atuais. A procura e a falta de resposta foram ficando 31 maior, e as empresas começaram a perceber a falta de roupas e produtos apropriados para gestantes, fazendo surgir diversas marcas para este público. "Fiquei grávida do meu primeiro filho e tive grandes dificuldades de me vestir bem nesse período, seja por causa do estilo das lojas da época, seja pela modelagem não apropriada e bem feita, sem qualidade e com poucas opções, e como já trabalhava como estilista de moda feminina, tive a ideia de fazer uma nova grife direcionada à gestante" (LOBO, em entrevista ao PORTAL GESTÃO & NEGÓCIOS, 2010). Hoje, embora ainda precise ser mais explorado, a gestante tem maiores opções de busca para seu vestuário, podendo vestir-se melhor com roupas adequadas a esse momento tão importante. Percebendo a necessidade de maiores opções e a procura de vestuário no segmento moda gestante, com um preço acessível ao público, a marca Donna Incinta surgiu. 4. O CONSUMIDOR E A MARCA 4.1 Público-alvo O público-alvo da marca Donna Incinta serão grávidas, que têm entre 25 e 35 anos. Extrovertidas estão sempre de tentando ficar de bem com a vida, gostando assim de animar as pessoas a sua volta e sempre demonstrar um sorriso; são carinhosas, pois prestam atenção e dão valor às pessoas que as cercam sempre sendo atenciosas a elas, e sempre priorizando a família; Determinadas, elas vão em busca de seus sonhos e metas, não importando as dificuldades. Moram no litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e pertencem à classe C. Independentes, possuem casa própria, trabalham, e são casadas. Não gostam de ficar paradas, e mesmo grávidas elas não param nunca. A seguir, painel do público- alvo. 32 Figura 7. Público-alvo Fonte: Montagem autora (2015) São atentas às tendências de moda, sempre buscando informações em revistas e sites conhecidos. Não querem ter que usar camisetas largas nesse período tão importante na vida de uma mulher. 4.1.1 Lifestyle público-alvo KÖRBES (2012) diz que a expressão ‘’ estilo de vida’’ é usada para sugerir ou representar o modo de vida, e maneira de ser de alguém, ou um grupo de pessoas, onde é refletido os gostos de cada ser. Com o passar dos anos a mulher se tornou cada vez mais independente, mostrando ser capaz de trabalhar, estudar, e ter os mesmos direitos que os homens. O público-alvo da marca são mulheres que trabalham, e que estão cada vez mais em busca de conhecimento, pesquisando e fazendo cursos para se aperfeiçoarem. São casadas e consideram a família a base de tudo, dedicando-se a momentos especiais ao lado das pessoas que amam. Gostam da natureza, de praticar exercícios físicos, e de apreciar as coisas simples da vida, como o pôr-do-sol e um dia na praia. Mesmo grávidas elas não querem parar de trabalhar, fazendo o melhor possível, por isso sempre estão em 33 busca de conforto nas suas roupas, nunca deixando de lado sua vaidade, pois são mulheres delicadas e atentas às últimas tendências de moda. A seguir, na figura 7 é apresentado o painel de Lifestyle do público-alvo. Figura 8. Lifestyle. Fonte: Montagem autora (2015) São mulheres apaixonadas e determinadas àquilo que fazem, vivendo cada momento intensamente, se entregando de verdade, aproveitando o máximo que podem, dando o seu melhor sempre. 4.2 Marca De acordo com COBRA (2008) as marcas habitam o mundo dos sonhos, do desejo, da fantasia e do jogo. Gravitando assim, mais no imaginário do que na realidade. Na imagem abaixo, o logo da marca Donna Incinta: 34 Figura 9. Logomarca. Fonte: Autora (2015) O nome Donna Incinta significa ''futura mamãe'' em italiano. Combinando atitude e o jeito irreverente do público-alvo da marca, o nome tem doçura, simbolizada pelas cores escolhidas: rosa e cinza, com a essência da força e coragem que as mamães possuem. O desenho da futura mamãe com um coração na barriga simboliza o amor que a mãe sente pelo filho, antes mesmo de tê-lo em seus braços. Tornando esse momento ainda mais especial, a Donna Incinta oferece produtos feitos com amor e carinho, para que a futura mamãe se sinta ainda mais linda e preparada para o nascimento de seu bebê. 4.2.1 Conceito da marca Segundo a INPI- Instituto Nacional da Propriedade Industrial (2015), a marca é um sinal que identifica os produtos ou serviços de uma empresa no mercado, distinguindo-os dos de outras empresas. A marca Donna Incinta tem como finalidade atender as necessidades e desejos de seu público-alvo, oferecendo produtos confortáveis, que não impeçam os movimentos do corpo, seguindo as tendências de moda e funcionais, com uma modelagem específica favorecendo esse período. A marca também se preocupa com a sustentabilidade, reutilizando os restos dos tecidos para outros fins, tais como sapatos, álbuns e camisetas para bebês. Fazendo o possível para que suas clientes tenham consciência de seus atos, percebendo como está ficando o mundo em que seus filhos irão crescer. 35 4.2.2 Conceito do produto Mais do que roupas usáveis e atuais, a marca Donna Incinta procura deixar a mulher ainda mais bonita nessa fase da vida, atendendo suas necessidades fazendo roupas confortáveis, que não impeçam a movimentação e nem prejudiquem a gestação, podendo ser usadas em qualquer fase da gestação, pois são feitas com uma modelagem especifica e adequada, tendo detalhes pensados para se adaptarem ao corpo da gestante, tais como cós elástico, bolsos falsos, onde o tecido fica para dentro e com o crescimento da barriga, este tecido pode ser colocado para fora, sendo abotoado por botões localizados no cós; e franzidos, proporcionando assim mais conforto. Na figura 10 é apresentado as características do produto que a marca Donna Incinta propõe às suas consumidoras. Figura 10. Painel conceito do produto. Fonte: Montagem autora (2015) Os produtos são casuais, podendo ser usados nas mais diferentesocasiões, sempre seguindo as tendências de moda e com peças de qualidade, deixando a 36 futura mamãe confiante e elevando sua autoestima, que nesse período, em muitos casos conforme pesquisa realizada e mostrada logo adiante, parece que some. Unindo conforto e qualidade, a marca mostra que a mulher é linda em todas as etapas da vida, e deixa ainda mais aparente o quanto essa etapa em especial -a gestação- é uma fase maravilhosa na vida das mulheres. Com ênfase para os detalhes, a marca mostra como os detalhes fazem importância numa peça, fazendo com que as consumidoras observem melhor a peça, e percebam que tudo foi planejado com delicadeza nos mínimos detalhes. 4.3 Briefing O briefing tem como objetivo reunir todas as informações básicas necessárias para o desenvolvimento do produto, que serão levadas a um grupo externo de design. Onde, este grupo irá analisar e prever qual será a metodologia usada, o prazo, e o custo no projeto de desenvolvimento do produto (CORRÊA, 2008). Nome da marca: Donna Incinta Segmento de mercado: casual; Público-alvo: gestantes entre 25 e 35 anos; Características: conforto, com modelagem especifica para a gestante e qualidade nas peças; Localidade: litoral da região sul do país, nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina; Pontos positivos: deixar a mulher ainda mais bonita durante a gravidez; Diferencial dos produtos em relação à concorrência: preço; Local de uso: compromissos do dia a dia. Temática da coleção Chá da Alice: cores e silhueta da personagem central da história Alice, no País das Maravilhas; Estação: Primavera/verão 2016; Dimensão da coleção: Composta por 20 modelos; Média de preço dos produtos: RS 40,00 a RS 350,00. Principais mercados onde será distribuído: Rio Grande do Sul e litoral Sul de Santa Catarina; 37 Imagem do produto no mercado: Beleza, conforto e qualidade; Concorrentes: Megadose e Emma Fiorezi. 5. PESQUISAS DE MODA As pesquisas de moda exigem disciplina e técnica para que o profissional de criação possa descobrir e registrar o que está nas ruas, vitrines, feiras, revistas e desfiles, e também para que se possa até mesmo compreender o que está no imaginário dos consumidores (TREPTOW, 2013). 5.1 Pesquisas de mercado De acordo com o SEBRAE – Serviço Brasileiro de apoio à micro e pequenas empresas (2010), a pesquisa de mercado revela os desejos e as necessidades dos consumidores, visando o que eles querem, e o que possivelmente vão querer. Antecipando as necessidades das quais os consumidores ainda não se deram conta nem tiveram consciência. O mercado de vestuário para gestantes começou a inovar há cerca de 15 anos, tendo lojas especializadas a somente esse tipo de roupa, pois antes elas eram comercializadas em lojas de roupas e artigos para bebês. E eram, em sua maior parte, camisolas, vestidos e itens mais caseiros para os noves meses de gestação e pós parto, sem preocupação com as tendências de moda (GONÇALVES, 2012). Com a procura cada vez maior da mulher, que ganhou espaço na sociedade, desempenhando papeis de suma importância, o desenvolvimento e fabricação dessas roupas se tornaram fundamental. Mas ainda é um setor com pouca concorrência, não sendo encontrado em diversas cidades (GONÇALVES, 2012). Não sendo possível encontrar roupas com tanta facilidade, quanto como é possível em outros setores têxteis, muitas mulheres acaba fazendo ajustes em suas roupas. O aparecimento na mídia de várias famosas grávidas, como a duquesa Kate Middleton, fez com que as grávidas percebessem que é possível se vestir com roupas próprias para grávidas, e ainda sim permanecerem lindas. Isso fez com que a procura ficasse maior, evidenciando o quanto essa área está em expansão. (SIS; SEBRAE, 2013) 38 A figura a seguir representa como o mercado de moda gestante está atualmente. Figura 11. Painel Pesquisa de Mercado. Fonte: Montagem autora (2015) Apesar de haver pouca demanda e o mercado não ter tantos concorrentes, a área de vestuário para gestantes vem crescendo cada vez mais, sendo possível encontrar roupas para as mais diversas ocasiões e nos mais diversos segmentos, tais como jeans, biquínis e moda festa. A preocupação em fidelizar os clientes, é o principal objetivo das marcas em ascensão hoje, pois sendo um mercado ainda não muito explorado, há muito que se enfrentar, principalmente a barreira entre o ‘’ estar confortável’’ e o ‘’ ser bonita’’, que muitas vezes se torna difícil. 5.1.1 Segmento de mercado O processo de segmentação serve para identificar e desenvolver diversos perfis para que a empresa possa avaliar o quão atrativo é cada segmento e possa escolher aquele que mais lhe trará benefícios (ELAINA, 2015). Os segmentos de moda classificam o mercado em feminino, masculino e infantil, com base nas atitudes típicas de cada grupo em relação a moda e às 39 marcas, bem como o estilo de vida, os tipos de roupas, as lojas, restaurantes e demais lugares que visitam com mais frequência, e quanto gastam a cada ida nesses lugares; sendo possível, a partir desse ponto, obter novos segmentos, tais como fashion, casual, beachwear, entre outros; e separar os produtos que serão mais consumidos por determinados grupos (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). O segmento escolhido para o desenvolvimento dessa presente coleção, bem como a criação da marca, é o casualwear. Este segmento surgiu nos Estados Unidos, depois da segunda Grande Guerra Mundial; onde enquanto na Europa a indústria têxtil estava enfraquecida, os americanos estavam lucrando com a disseminação do ready-to-wear, fazendo esse modo de produção se popularizar e ganhar mais adeptos, se tornando o famoso prêt-à-porter, desenvolvido na Europa (SILVA, 2012). É um estilo adotado para se frequentar ambientes informais, sendo caracterizado pelo conforto e versatilidade. Segundo os especialistas do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI/CETIQT, 2011), moda casual é um segmento que enfatiza o conforto e a expressão pessoal dos usuários. É uma roupa do dia-a-dia, que inclui diversas peças de vestuário e acessórios. Dentro do segmento casual ainda se pode classificar outros segmentos, tais como: casual chic, despojado e sofisticado; estilos que ficam entre o esportivo e o formal, sempre zelando o conforto nas peças (SILVA, 2012). Por ser um segmento onde o conforto e a versatilidade são pontos essenciais para determina-los, este é o segmento escolhido para a confecção de roupas para gestantes propostas neste trabalho. 5.1.2 Processo de produção e comercialização do produto de moda Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia europeia estava devastada, pois muito se foi gasto e destruído. A população estava poupando o resto que havia. A Alta-Costura estava em declínio, e para não ir à falência as maisons tiveram que encontrar um jeito de poder vender seus produtos, pois se estava racionando até os tecidos (ZANETTINI, 2015). Nos Estados Unidos o cenário era outro, melhor para as empresas: as marcas estavam produzindo e vendendo suas roupas casual wear. Os empresários 40 europeus vendo os lucros que os americanos vinham obtendo e o sucesso de suas vendas resolveram estudar e analisar como os americanos conseguiam fazer e vender seus produtos a um preço menor e produzi-los tão rapidamente. Assim, fizeram surgir, na França, o prêt-à-porter (pronto para vestir) (TREPTOW, 2013). ‘’ Com o intuito de aperfeiçoar o setor industrial, no final da década de 1940, o empresário J.C Weill desenvolveu, na França, um novo sistema de manufatura. Intitulado por prêt-à-porter, o método consistia na produção do vestuário baseada nas fórmulas norte americanas de fabricação em série. Sua terminologia é uma derivação do francês “prêt” (pronto) e “à - Porter” (para usar)’’(ZANETTINI, p. 2. 2015). Diferente da Alta Costura, onde as roupas são feitas sob medida e com exclusividade, o prêt-à-porter se caracteriza pela produção em grande escala, sem exclusividade, porém não deixando de serem peças com qualidade. Segundo Treptow (2013) pode-se compreender o prêt-à-porter por toda roupa que não é produzida para um consumidor específico e exclusivo, mas sim para um grupo de consumidores que compartilham de gostos semelhantes. Em 1950 o prêt-à-porter ganhou força, e seu maior público se tornou os jovens. Os meios de comunicação, como a televisão, o rádio e o cinema, auxiliaram na divulgação desse novo método de produção, fazendo com que o prêt-à-porter se tornasse mais famoso, vendido e fabricado pelos novos empresários que visavam obter lucro e sucesso (TREPTOW, 2013). ‘’ Dividindo com a alta costura o posto de difusor das tendências, este novo sistema passou também a ditar padrões de estilos, modelagens, cores e afins, sem a necessidade de buscar referencial no antigo modelo de produção. ‘’ (ZANETTINI, p. 3, 2015) O prêt-à-porter se tornou importante, pois fez com que a indústria europeia sistematizasse novos critérios para a fabricação em série, tendo que ser criada uma nova lógica de criação - o design. Se tornando a mola propulsora para o desenvolvimento de novas técnicas de design. Assim, para a realização do método não bastava simplesmente criar produtos e vendê-los em grandes quantidades, era, e cada vez está se aperfeiçoando mais, a pesquisa e o desenvolvimento de um projeto eficaz, que busca realizar tanto as necessidades, quanto os desejos do consumidor. 41 O processo escolhido para a elaboração do presente trabalho é o prêt-à- porter. As peças a serem confeccionadas seguem uma grade de medidas, que varia do tamanho P ao GG, podendo ser produzidas em quantidades e cores diversas. 5.1.3 Análise de concorrentes Entende-se por concorrentes as empresas que atuam no mesmo ramo de atividade, desenvolvendo produtos semelhantes e atendendo aos desejos do público-alvo. Os concorrentes, por sua vez são divididos em dois grupos: Concorrentes diretos e concorrentes indiretos (SAVI, 2010). Os concorrentes diretos são aqueles que desenvolvem o mesmo tipo de produto e que visam satisfazer o mesmo tipo de público. Já os concorrentes indiretos são aqueles que desenvolvem produtos similares, mas que nem sempre disputam o mesmo público, ou vice e versa (SAVI, 2010). A análise da concorrência é importante para que se saiba quais os pontos fortes e fracos do concorrente, tais como seus preços, estratégias de marketing e como ele se dirige ao seu público; desenvolvendo assim métodos eficazes que possam auxiliar na melhor maneira de cativar o público-alvo (LOBO, 2010). A marca Donna Incinta encontrou dois concorrentes em especial: Emma Fiorezzi e Megadose. Consideradas concorrentes por oferecer às suas consumidoras um mix contemporâneo e fashion, aliando conforto e tendências de moda. 5.1.3.1 Emma Fiorezi Segundo o Portal Emma Fiorezi (2015), a marca visa unir conforto e um mix contemporâneo e já é marca confirmada quando o assunto é moda gestante. ''Há vinte e oito anos, a marca Emma Fiorezi faz parte do universo gestante trazendo bem-estar, versatilidade e sofisticação às futuras mamães. Enfatizamos a beleza dessa mulher urbana e feminina que trabalha, viaja, é mãe, esposa e gosta de cuidar de sua vaidade, por meio de produtos extremamente atrelados às necessidades e descobertas desta nova fase de sua vida'' (PORTAL FIOREZI, 2015). 42 A marca possui duas lojas próprias localizadas no Paraná, além de ter seus produtos vendidos em 900 pontos de vendas espalhados no território nacional. Também conta com serviço online, estando presente nas redes sociais mais acessadas do momento: facebook, instagram, twitter, youtube e pinterest (PORTAL EMMA FIOREZI, 2015). A figura a seguir mostra alguns dos looks da coleção verão 2015 da marca. Figura 12. Verão 2015 Emma Fiorezi Fonte: Fiorezi (2015). Com grade de tamanhos que varia do PP ao GG, seus preços variam de R$60,00 a R$400,00, além de seus produtos poder ser encontrados em diversas lojas em território nacional, e também online. A marca também conta com uma linha de acessórios, que possui diversos modelos de cintos (PORTAL EMMA FIOREZZI, 2015). A marca Emma Fiorezzi partilha do mesmo público-alvo, mesmo segmento e método de produção que a marca Donna Incinta. O caimento das peças e a aproximação que a marca tem com seu público, é a mesma que a marca proposta neste trabalho busca fazer, tornando essa marca um concorrente direto. 43 5.1.3.2 Megadose De acordo com o Portal Megadose (2015), a marca foi fundada em 1995 por Luiza e Luiz Esteves, a marca Megadose possui produtos distribuídos em diversos pontos do Brasil. Sua filial está localizada em Cianorte, no Paraná. A marca possui também representantes em diversos lugares espalhados pelo território brasileiro. Sua grade de tamanhos varia do PP ao EG, e seus preços variam de R$ 80,00 a R$380,00. ''A Megadose surgiu com a proposta de suprir as necessidades de mulheres jovens e modernas, que buscavam peças com estilo e conforto para serem usadas em um período único e especial: a gestação. Em pouco tempo o trabalho foi aperfeiçoado, e a busca por um produto impecável proporcionou a expansão da marca. '' (Portal Megadose, 2015). Na figura 10, abaixo, é mostrado alguns dos looks da coleção verão 2015 apresentados pela marca Megadose. Figura 13. Verão 2015 Megadose Fonte: Megadose (2015). A marca ainda conta com uma linha de lingeries. Presente no instagram, facebook, vimeo e pinterest, a Megadose possui ainda um Portal oficial, sempre mostrando os últimos lançamentos de moda, com dicas para a futura mamãe. (PORTAL MEGADOSE, 2015). 44 A Megadose também partilha do mesmo público-alvo e método de produção que a marca Donna Incinta. Porém a aproximação e o estilo de roupas são diferentes da marca proposta neste projeto, tornando a marca Megadose um concorrente indireto. 5.2 Pesquisa de Comportamento A pesquisa de comportamento trata de uma análise que faz as prospecções do que as pessoas vão consumir, como vão agir, pensar e fazer as coisas. Uma das maiores empresas de previsões e análises de tendências é a WGSN. Para o ano de 2016, a empresa chegou a três macrotendências: Social Superheroes, Data Divination e Everyday Utopias (CARMINATI, 2014). Para a elaboração desse trabalho o foco foi na macrotendência Everyday Utopias. ‘’Encontramos nossas próprias utopias em realidades mundanas. Buscamos pequenos paraísos no dia a dia. Tiramos os excessos e deixamos apenas o que é essencial, e o amor ressurge como combustível da contemporaneidade’’ (CARMINATI, 2014). A seguir, segue painel de tendência comportamental do público-alvo da marca Donna Incinta. 45 Imagem 14. Painel de tendência comportamental. Fonte: Montagem Autora. (2015) Essa tendência é expressa por três correntes: -Viceless: Valorização da vida simples. Trata-se de valorizar o tempo, a simplicidade das coisas, o prazer. Onde é deixado de lado tudo que não é essencial, que não faz falta. Isso reflete as pessoas que largam a cidade, para morar no campo, ou em cidades mais tranquilas, zelando pelo sossego e paz de espirito. - Micro Adventures: Trata-se do prazer e aventura nas pequenas coisas, coisas que muitas vezes passam despercebidas. Essa corrente valoriza o prazer que é dado às essas pequenas coisas, a aventura que muitas vezes é deixado de lado para se ter uma vida mais regrada. - Re’love’ution: Tem como base o amor, é através dele que tudo é construído; ele deve ser o combustível do mundo atual. Com as pessoas cada vez mais distantes desse sentimento, essa corrente preza para que
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